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ÍNDICE
APRESENTAÇÃO DO PRESIDENTE 05
APRESENTAÇÃO 06
1. Introdução 09
2. METODOLOGIA DE CUSTEIO ADOTADA NA FHEMIG 26
3. O SISTEMA DE GERENCIAMENTO DOS CUSTOS
2 HOSPITALARES NA REDE FHEMIG – SIGH CUSTOS 31 3
4. O SIGH CUSTOS 34
5. CUSTO E O MAPA ESTRATÉGICO 40
6. CUSTO PARA DECISÃO – DAS POSSIBILIDADES 41
7. CUSTOS – RESULTADOS 44
8. GlossÁRIO 46
APRESENTAÇÃO DO PRESIDENTE
O complexo dia a dia da gestão hospitalar nos leva, em vários momentos, a um
comportamento mecânico na execução de tarefas ou na tomada de decisões. Não
se trata de uma decisão consciente de agir sem as melhores reflexões, mas sim
da interferência do conjunto das funcionalidades de um hospital sobre a nossa
capacidade de melhor agir e decidir.
Transformar ciclos viciosos em ciclos virtuosos não é tarefa fácil, mas motivados pelos
desafios propostos pelas diretrizes do Governo de um “Estado para Resultados” e
confiando na capacidade das nossas equipes em aperfeiçoar o processo gerencial é que
apostamos e pactuamos como meta da Agenda Setorial da Saúde o desenvolvimento
4 de um Sistema de Custos no âmbito da Fhemig. 5
Com esta publicação, queremos reconhecer os esforços das equipes envolvidas nesta
caminhada. Demonstrar de forma simples e amigável a base conceitual e metodológica
do sistema de custos da Fhemig, tornando-o referência para outras instituições
hospitalares e, por fim, estimular nossos gestores e trabalhadores a utilizarem o SIGH-
Custos como ferramenta diária de trabalho, capaz de qualificar ainda mais nosso
processo de gestão administrativa e assistencial.
O Sistema de Gerenciamento dos Custos Hospitalares, alinhado à macro diretriz do Josiano Gomes Chaves
Governo de Minas de “Estado para Resultados”, constitui ferramenta de fundamental Diretor de Desenvolvimento Estratégico e Pesquisa
importância nessa política, uma vez que subsidia tomadas de decisões gerenciais.
Esse Sistema permite, respeitando-se as peculiaridades e o perfil de cada Unidade Márcia Mascarenhas Alemão
Assistencial, a análise e a comparação de custos de produtos e serviços entre os Chefe do Serviço de Custos
1. Introdução
Para introduzir o conceito de Custo vamos considerar inicialmente três dizemos que custo não deve ser confundido com outros conceitos, por outro
perspectivas. Entendemos que isso ajuda a otimizar nossa comunicação. lado, dizemos que o SIGH Custos não discrimina os outros conceitos em seu
nome. Uma boa razão para isso, talvez por que o enfoque prioritário, ao se
Inicialmente, apesar de ser de domínio público, a palavra Custo é muito considerar o gestor, seja a gestão estratégica e gerencial dos gastos como
que a utilizamos para saber o preço de alguma coisa. Nossa pergunta mais
convencional é: quanto custa? Ora, todos nós sabemos, preço e custo são O objetivo deste material é resgatar, da forma mais amigável possível, a
coisas diferentes. Salvo raras exceções, o preço tem que ser maior do que o importância da informação de custos no dia-a-dia como ferramenta de suporte
custo ou não há como continuar entregando o produto ou serviço. No setor à tomada de decisão gerencial e estratégica e não meramente como forma
privado, grosso modo, o preço envolve o custo, assim como outros gastos, de controle e de corte. No caso da FHEMIG significa, em última instância,
mais as margens de lucros. Por outro lado, o termo custo também é usado como utilizar as informações de custos de tal forma que consigamos prestar
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de forma qualitativa. Quando a usamos para indicar grau de dificuldade: por a melhor assistência, utilizando da forma mais racional possível, os recursos
exemplo, custa muito para chegar até lá. que estão a nossa disposição.
Outra perspectiva relevante, que também é de domínio público e precisamos Informações de custos têm duas características fundamentais: 1) simplicidade
saber lidar, trata do fato de que toda vez que mencionamos a palavra custo, e, 2) importância. Logo, pretende-se mostrar também que o entendimento dos
imediatamente esboçamos uma reação de enfado. Isso é comum. Os nossos custos é muito mais simples do que se imagina. Vamos tentar mostrar que o
ouvidos já se preparam para ouvir algo do tipo: temos que fechar a torneira gerenciamento e uso das informações de custos são importantes e envolvem
após lavarmos as mãos, temos que apagar a luz após sairmos da sala, temos sua aplicação como indicador de performance, indicador de desempenho, de
que reutilizar o papel impresso, etc. Isso, claro, é muito importante, mas, produto, de processo, etc. Portanto, é simples e importante.
gerenciar custos e cortar custos são ações muito distantes e não excludentes.
Aqui, vamos buscar fortalecer a idéia de gerenciar custos. Por fim, antagonicamente, muitas vezes para se cortar custos é preciso
gastar antes. Veja o exemplo do carro velho. Se o carro gasta muito com
Este ponto nos transporta imediatamente a uma terceira perspectiva manutenção, a primeira coisa que pensamos é comprar um novo, mesmo que
isso custe um pouco mais a princípio. Com isto, visamos não apenas economia ou não compensa?”.
na manutenção a médio e longo prazos, mas, também, a confiabilidade, o
conforto e a segurança na utilização do carro novo. É claro que o mesmo Vamos agora dizer o que é Custo e também outros conceitos relevantes para
estudo se aplica a decisões gerenciais e estratégicas. auxiliar o entendimento aqui, tais como gasto, desembolso, investimento e
perda.
Como??
Gasto é a palavra usada para representar genericamente os
Em última instância, o que temos que buscar com a gestão dos custos é o investimentos, as despesas e as perdas, além dos custos. O desembolso e o
maior valor pelo dinheiro. Isto é essencial, principalmente na área de saúde, recebimento são palavras reservadas para, como o próprio nome diz, saída e
onde os recursos são escassos e a competição por estes mesmos recursos é entrada de dinheiro na organização.
acirrada. O Sistema Único de Saúde (SUS) não dispõe de recursos ilimitados.
Portanto, o dinheiro deve ser utilizado para gerar o máximo de valor possível Investimento – o investimento é toda aquisição de equipamentos,
e com qualidade, de serviços e produtos para o paciente. Utilizar recursos em materiais (insumos) utilizados na prestação de serviços ou na produção de
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ações direcionadas à assistência, seja por meio da busca de maior eficiência um bem (produto), aquisição e/ou adequação de infra-estrutura (predial,
no processo de compra, no processo de estocagem ou em treinamentos na tecnológica), dentre outros, buscando um ganho maior de resultados.
área assistência, agregam valor à nossa prestação de serviço. Reduzir as Como exemplo de investimento podemos citar, também, a aquisição de um
ações com perda de material, de energia, vazamento de água, entre outros, tomógrafo ou de instrumental cirúrgico resultando em benefício maior para
são ações primárias, mas que não agregam valor a nossa assistência e, a Assistência. Ainda, a adequação de uma UTI às normas técnico-sanitárias
portanto, devem ser reduzidas. Devemos ir além, isto é, conseguir o maior é um investimento em direção ao bem-estar do paciente, a qualidade da
valor pelo dinheiro, ou seja, utilizar bem os nossos recursos para agregar valor assistência e ao atendimento das exigências legais. Mas, lembre-se, não deixa
ao serviço junto ao paciente. de ser gasto.
Veja que o que buscamos até aqui foi organizar o conhecimento acerca Depreciação – é uma forma de recuperação do valor do
de um assunto que todos já possuem. O caso do termo Custo-Benefício investimento pelo uso. Por exemplo, o dinheiro gasto na aquisição de um
também ilustra o que queremos dizer, ou seja, todos o conhecem, mesmo tomógrafo não pode ser definido como custo quando da sua aquisição ou
que intuitivamente. Este conceito é traduzido popularmente por “compensa desembolso. De uma forma rápida aqui, na depreciação precisamos definir
quanto tempo vai durar o aparelho, ou seja, sua vida útil. Então, dividimos Resumindo, o desperdício deve sempre ser eliminado, quando isto não for
o valor pago pelo aparelho (mais sua instalação) pelo seu tempo de vida possível, que ele seja pelo ao menos minimizado.
útil para obtermos um valor anual de depreciação. O Fisco estabelece taxas
de depreciação e tempo de vida útil. Na FHEMIG, por estarmos trabalhando Custo, de forma bem simples, é tudo que é gasto,
com informações gerenciais, estamos incluindo o cálculo de depreciação nos direta ou indiretamente, na produção de um bem (produto) ou na prestação
custos e baseando-nos na tabela de vida útil definida pelo Fisco. Isto, apesar de um serviço.
de não haver legislação específica sobre depreciação na administração
pública. No nosso caso, esta abordagem é valiosa na medida em que nos Podemos dizer então que o gasto (por exemplo, o pagamento de medicamentos
possibilitaria recolocar o aparelho ao cabo de sua vida útil. ou o pagamento da folha de pessoal) só se transforma em custo quando é
utilizado para produzirmos um bem (produto) ou prestar um serviço. No caso
Desembolso – pagamento propriamente dito. O gasto do medicamento, os gastos relativos à sua aquisição só se transformarão
desembolsável faz com que o dinheiro saia da organização e vá para outra em custo quando ele for efetivamente utilizado pelo paciente. Os gastos se
organização ou funcionário, etc. transformam na medida em que “caminham” na organização.
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Perda – como o próprio nome diz, é o recurso financeiro dispendido Podemos exemplificar um caso na FHEMIG acompanhando o “caminho” dos
no consumo de um bem ou serviço consumido de forma anormal. Podem medicamentos na rede.
ocorrer de forma não intencional ou como resultado da atividade produtiva
da organização. Estes gastos podem, às vezes, ser eliminados sem prejuízo da Quando o medicamento entra para o estoque no almoxarifado o gasto com
qualidade ou quantidade dos produtos ou serviços gerados. Um tipo, até certo ele é um INVESTIMENTO.
ponto comum, de perda é o desperdício e tem que ser evitado. O material que
perde a validade no estoque pode ser considerado um desperdício. Ainda,
quando há necessidade de retrabalho, por exemplo, na repetição de um
exame de Raio-X feito de forma inadequada: leva à perda de todo o material
utilizado no primeiro exame, além do tempo dos profissionais envolvidos. Da
mesma forma, quando deixamos um ar condicionado ligado com todas as
janelas abertas, o valor a mais de energia elétrica gasto é considerado perda.
Quando ocorre o pagamento da Nota Fiscal deste medicamento acontece a levantamento das informações, definindo o que foi custo no período, isto é, o
ação de DESEMBOLSO. que realmente foi utilizado pelo paciente no período.
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Afinal, porque estamos insistindo tanto na importância de se 1. Em relação à quantidade de produtos ou serviços
conhecer os custos das Unidades Assistenciais? prestados eles podem ser: Fixos ou Variáveis
A utilização de informações de custos como indicadores de resultados Custos Fixos são aqueles cujo valor não se altera quando se
alcançados, como indicadores de domínio de processos, como indicadores de aumenta ou diminui a quantidade de produtos ou o volume dos
eficiência produtiva é muito mais importante do que simplesmente registrar e serviços produzidos em determinado período de tempo. Os custos
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mostrar os valores gastos. Entender essas informações obtidas e usá-las para fixos existem mesmo que não haja produção. Por exemplo, não
planejamento e controle gerencial é tudo o que é necessário para otimizar a importa se você atender 10, 20 ou 30 pacientes, o custo com a
tomada de decisões estratégicas e gerenciais nas UA’s. segurança e com a iluminação, não irá alterar, eles são fixos no
período, no mês no nosso caso.
É importante que se diga que os custos têm um comportamento que precisa variáveis é aquele relacionado ao consumo de matéria-prima. Se se
ser compreendido. Não vamos aqui abranger todas as formas que os custos produz 10, 20 ou 30 produtos, serão consumidos, respectivamente,
apresentam. Vamos apresentar apenas as duas que consideramos mais 10, 20 ou 30 quantidades de matéria-prima necessárias para fazer
importantes e, coincidentemente, as duas mais fáceis, ou seja, classificação estes produtos. O aumento ou diminuição do número de raios-X
dos custos quanto o volume produzido e quanto à aplicação. causa um aumento ou diminuição proporcional do consumo de
chapas e reveladores, por exemplo. O que se sabe é que todos os produtos ou serviços consumiram
um montante da iluminação geral. Neste caso, em que se sabe
que todos os produtos ou serviços consumiram uma quantidade
de iluminação para serem produzidos ou executados mas não se
sabe precisamente quanto, temos que idealizar um critério de
distribuição destes custos para estes produtos ou serviços. A este
critério de distribuição de custos damos o nome de rateio. Rateio
é uma palavra bastante conhecida. A principal característica do
rateio é que ele pode ser sempre melhorado, pois não existe um
rateio perfeito. Temos sempre que otimizar o rateio.
Custos Indiretos, por sua vez, como o próprio nome diz, são os
custos que não tem possibilidade de identificação direta com o
produto ou com o serviço prestado. Um exemplo típico seria o custo
da iluminação do ambulatório ou da UTI. Ora, é impossível medir
o quanto cada produto ou serviço consumiu da iluminação geral.
2. METODOLOGIA DE CUSTEIO ADOTADA Um fato engraçado, mas que não deixa de ser ilustrativo, é que poderíamos
NA FHEMIG definir, também, um filho de 18 anos, se preparando para o vestibular,
como sendo um CC. Veja que é merecedor de nossa vigilância e dedicação
A metodologia adotada para aprimorar o sistema de custos dos hospitais permanentes, o que é muito mais importante que os recursos que consome.
da FHEMIG foi uma variação do Custeio por Absorção. Esta metodologia Diga-se de passagem, consome muitos recursos financeiros...
assentou-se numa estrutura de unidades com responsáveis que chamamos
de Centros de Custos (CC). No hospital, identificamos os CC que existem para atender diretamente ao
paciente (finais ou finalísticos). Eles são considerados responsáveis pela
Podemos definir um CC como sendo um setor ou uma área ou algo mais entrega do serviço ou o produto final ao paciente.
que mereça a atenção e cuidado do decisor por ser relevante para a Unidade
Assistencial (UA). Quando usamos a palavra “algo”, queremos dizer que o CC Os CC que dão sustentação ao trabalho dos CC finais são os CC meios. Eles
não precisa ser necessariamente um setor ou uma área da UA. Geralmente trabalham de modo a possibilitar que os CC finais possam desenvolver seu
é, mas não precisa. Pretendemos dizer que um decisor/gerente/diretor trabalho. Desta forma, estes CC devem ter seus custos repassados aos CC
SAPt
- Nº horas cirúrgicas - Alocação de
O SIGH Custos é o módulo do SIGH desenvolvido para dar suporte por paciente pessoal por CC
A figura a seguir busca mostrar uma concepção geral dos relatórios gerados
pelo SIGH Custos.
Relatório de Custo por Paciente Relatório de Custo por Centros de Custo
Esta funcionalidade está disponível para as UA que estão com o SIGH Este relatório possibilita uma visão geral dos itens de custos por CC. Nele, os
centralizado. Assim será possível fazer a “apresentação da conta”, ou seja, custos são agrupados por tipo de item (podem ser custos diretos: pessoal,
do custo, ao paciente no momento de sua alta. material de consumo, serviços de terceiros, depreciação e custos indiretos) e
O objetivo não é a FHEMIG cobrar pelo serviço prestado, mas informar à os custos dos rateios recebidos dos outros CC (administrativos e auxiliares).
Medicamentos r$ 20,00
Exames r$ 20,00
Procedimentos
Atendimento Fisioterapia r$ 35,00
Consulta Médica em Ambulatório r$ 45,00
40 Pessoal 41
Salários e Encargos 15.800,00 15.800,00
Materiais + 76,47
Medicamentos 3.400,00 6.000,00
Material Médico Cirúrgico 8.900,00 10.800,00
Outros 1.880,00 1.880,00 + 21,35%
Gerais e Indiretos
Diversos5 .176,00 5.176,00
Rateios Interdepartamentais
Departamento Pessoal 1.698,00 1.698,00
Manutenção 790,00 790,00
Lavanderia 7.670,00 7.670,00
Central Esterilização (CME) 5.688,00 5.688,00
Limpeza 3.180,00 3.180,00
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