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COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

Por: Cláudia Kozlowski


Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao
interlocutor a compreensão do que se lê / diz.

Esses mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi


escrito / dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja
coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a
seqüência de orações dentro do texto.

Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em
conhecimentos anteriores que os participantes do processo têm com o tema. Por
exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o público a quem se dirige deveria
ser de conhecimento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis.

Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - composta de termos e


expressões - que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de
sentido entre eles.

Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição,


substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções,
numerais, elipses), constroem-se frases, orações, períodos, que irão apresentar o
contexto – decorre daí a coerência textual.

Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória.


Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão
textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos
mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construído com
os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.

Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), “o enunciado não se constrói com um
amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de
dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e
rítmicas que sedimentam estes princípios”.

Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e
coerentes formando o texto.

Além disso, relembre-se que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os
elementos que compõem a estrutura textual.

Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um


texto:

1. Substituição de palavras com o emprego de sinônimos ou de palavras ou expressões


de mesmo campo associativo.
2. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo
correspondente (desgastar / desgaste / desgastante).

3. Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como recurso estilístico de


intenção articulatória, e não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário.
Por exemplo, “Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no
infortúnio, ele morreu desconhecido e só.” (Rocha Lima)

4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do


significado de um deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico).

5. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros


de sentido mais específico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com
gato.

6. Substitutos universais, como os verbos vicários (ex.: Necessito viajar, porém só o


farei no ano vindouro) A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, como
certos pronomes, certos advérbios e expressões adverbiais, conjunções, elipses, entre
outros.
A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é
facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de
todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
relação entre as duas orações.).

Dêiticos são elementos lingüísticos que têm a propriedade de fazer referência ao


contexto situacional ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas
indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa.

Já os componentes concentram em si a significação.


Elisa Guimarães (2) nos ensina a esse respeito:

“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do


discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar
simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.

Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem,
há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de
(futuro).”

Esse conceito será de grande valia quando tratarmos do uso dos pronomes
demonstrativos.
Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que haja sentido no texto, esse é o
papel da coerência, e coerência se relaciona intimamente a contexto.

Como nosso intuito nesta página é a apresentação de conceitos, sem aprofundá-los em


demasia, bastam-nos essas
informações.
Vejamos como o examinador tem abordado o assunto:

(PROVA AFTN/RN 2005)


Assinale a opção em que a estrutura sugerida para preenchimento da lacuna
correspondente provoca defeito de coesão e incoerência nos sentidos do texto.

A violência no País há muito ultrapassou todos os limites. ___1___ dados recentes


mostram o Brasil como um dos países mais violentos do mundo, levando-se em conta o
risco de morte por homicídio.

Em 1980, tínhamos uma média de, aproximadamente, doze homicídios por cem mil
habitantes. ___2___, nas duas décadas seguintes, o grau de violência intencional
aumentou, chegando a mais do que o dobro do índice verificado em 1980 – 121,6% –,
___3___, ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 homicídios por cem mil
habitantes. ___4___, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26,4%, isto é, em
média, a cada queda de 1% do PIB a violência crescia mais do que 5% entre os anos
1980 e 1990.

Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que os custos da


violência consumiram, apenas no setor saúde, 1,9% do PIB entre 1996 e 1997. ___5___
a vitimização letal se distribui de forma desigual: são, sobretudo, os jovens pobres e
negros, do sexo
masculino, entre 15 e 24 anos, que têm pago com a própria vida o preço da escalada da
violência no Brasil.

(Adaptado de http:// www.brasil.gov.br/acoes.htm)

a) 1 – Tanto é assim que


b) 2 – Lamentavelmente
c) 3 – ou seja
d) 4 – Simultaneamente
e) 5 – Se bem que

COMENTÁRIO: As lacunas no texto ocultam palavras e expressões que atuam como


conectores – ligam orações estabelecendo relações semânticas entre os períodos. A
banca sugere algumas opções de preenchimento.

Dessas, a única que não atende ao solicitado é a de número 5, uma vez que a expressão
“Se bem que” deveria introduzir uma oração de valor concessivo, estabelecendo, assim,
idéia contrária à que foi apresentada até então pelo texto.

Verifica-se, contudo, que o que se segue ratifica as informações anteriores ao fornecer


dados complementares às estatísticas sobre homicídios. Sendo aceita a sugestão da
banca, a coerência textual seria prejudicada. Por isso, o gabarito é a opção E.

Refer^ncia
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIA-
TEXTUAL/Paacutegina1.html

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