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MICROUSINAS
1. INTRODUÇÃO
1
Professor de Inspeção de Leite e Derivados da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas –
UFPel. E-mail: timm@ufpel.tche.br
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Médicas Veterinárias
O APPCC é uma ferramenta para controle de processo e não para o ambiente onde o
processo ocorre. Embora o APPCC seja um sistema amplo para a garantia da inocuidade, da
qualidade e da integridade do alimento, não é único e independente (BRASIL, 2003).
Para a implantação de um plano APPCC é necessário que a indústria adote Boas
Práticas de Fabricação (BPF), ou seja, medidas higiênico-sanitárias apropriadas, conforme
preconizado no Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-sanitárias e de Boas
Práticas de Elaboração para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de Alimentos
(BRASIL, 1997). Quando o programa de BPF não é eficientemente implantado e controlado,
pontos críticos de controle adicionais são identificados, monitorados e mantidos sob a égide
do Plano APPCC. Portanto, a implantação das BPF irá viabilizar e simplificar o Plano
APPCC, assegurando sua integridade e eficiência, com o objetivo de garantir a segurança dos
alimentos. (GUIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO APPCC, 1999)
Em 2003, entrou em vigor a Resolução DIPOA/SDA nº 10, do Ministério da
Agricultura e Pecuária (BRASIL, 2003), que instituiu o Programa Genérico de
Procedimentos-padrão de Higiene Operacional – PPHO, o qual, juntamente com as Boas
Práticas de Fabricação, constitui-se em pré-requisito essencial à implantação do APPCC.
Uma vez atendidos os pré-requisitos, a elaboração de um plano APPCC alicerça-se na
identificação de pontos críticos de controle (PCC), que são aquelas etapas do fluxograma de
produção que apresentam riscos de ocorrência de perigos que não são controlados pelas
medidas preventivas (BPF e PPHO) e não são eliminados em etapas subseqüentes.
A cadeia do leite no Brasil, em parte por estar vulnerável a oscilações de mercado e
políticas econômicas nem sempre voltadas aos interesses do setor, tem sofrido instabilidades
freqüentes, não garantindo segurança às diferentes partes que a integram. Como via
alternativa, têm surgido, nos últimos anos, em várias regiões do país, pequenas indústrias
destinadas ao processamento de pequenos volumes de leite, a qual tem buscado e ocupado
determinados nichos de mercado. Uma forma de estas microusinas consolidarem-se no
mercado é oferecendo produtos com padrões estáveis de qualidade.
O presente trabalho não tem por objetivo sugerir um plano APPCC para microusinas
de leite, mas sim identificar pontos críticos de controle, a partir de um fluxograma básico de
processamento, que possam ser monitorados em qualquer usina, independentemente da
necessidade de controle de pontos críticos adicionais.
2. METODOLOGIA
RECEPÇÃO DO LEITE
1ª FILTRAÇÃO
RESFRIAMENTO
2ª FILTRAÇÃO
PASTEURIZAÇÃO
ARMAZENAGEM
ENVASE
ESTOCAGEM
TRANSPORTE
Recepção do leite: o leite deverá estar com acidez máxima de 18°D e isento de qualquer tipo
de fraude.
1ª filtração: a primeira filtração tem por finalidade remover as impurezas maiores.
Estocagem do leite cru: a estocagem deve ser feita em tanques isotérmicos para dificultar a
troca térmica do leite com o meio ambiente.
2ª filtração: a segunda filtração tem como objetivo remover as impurezas menores.
Pasteurização: o leite é aquecido a 72-75°C durante 15-20 segundos, com a finalidade
principal de eliminar microrganismos patogênicos, e imediatamente resfriado.
NÃO É PCC
PCC
QUESTÃO 3 – O perigo pode aumentar a níveis inaceitáveis?
SIM NÃO
NÃO É PCC
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
1ª filtração Sujidades e corpos estranhos (F) Filtros em boas condições; nova Não
filtração em etapa subseqüente
PCC Risco Ponto de controle Limite crítico Monitoramento Ação corretiva Verificação
Recepção do leite Resíduos de Testes de detecção Ausência Testes de detecção Descarte do leite e Verificação de
antibiótico de resíduos de de antibióticos em comunicação aos técnicas e
antibióticos todos os tanques fornecedores observação da
validade dos kits
2ª filtração Sujidades e corpos Filtro em boas Ausência de danos Inspeção visual a Troca do filtro Supervisão
estranhos condições e obstruções cada turno
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VIALTA, A..; MORENO, I.; VALLE, J.L.E. Boas práticas de fabricação, higienização e
análise de perigos e pontos críticos de controle na indústria de laticínios: 1-requeijão.
Indústria de Laticínios, n. 37, p. 56-63, 2002.
TIMM, Cláudio Dias; ROOS, Talita Bandeira; GONZALEZ, Helenice de Lima; OLIVEIRA, Daniela dos
Santos de. Pontos críticos de controle na pasteurização do leite em microusinas. Revista do Instituto
de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 59, n. 336/338, p. 75-80, 2004.