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PCH - PROJECT FINANCE E ESTUDO DE CASO de caixa do projeto, levando-se em conta o seu desempenho. De rão mitigados por meio de relações contratuais que serão estabele-
acordo com Finnerty (1998), os vários os fatores que possam afe- cidas. Estimados os riscos de um projeto, o financiador tem como
Francisco Alencar Filho
tar o fluxo de caixa do projeto são relevantes para avaliação da via- elaborar e lançar mão de instrumento que possam minimizar ou re-
1
Wagner Francisco Castilho bilidade de determinado projeto. alocar tais riscos. Neste tipo de engenharia financeira é usual a
No âmbito da estruturação necessária para a montagem de pro- ocorrência de substituição de parte das garantias reais por garanti-
RESUMO as de desempenho do projeto (covenants).
jetos sob a ótica de project finance, vários aspectos, tais como, os
Este trabalho traz um estudo sobre a alocação ótima de recursos – teoria de finanças – e também sobre operações estruturadas na óti- diversos de instrumentos financeiros, comerciais, operacionais e le- Nas operações estruturadas de longo prazo de infra-estrutura
ca de project finance. Em relação a Project finance são apresentados conceitos, estrutura, características, etapas de identificação e aloca- gais com vista a mitigação de riscos, devem ser observados. Tal si- (por exemplo, concessões), análises concentram-se em um prime-
ção de riscos e estrutura de garantias. Na seqüência explana-se com nível de detalhamento necessário os principais aspectos do estudo de tuação leva o empreendedor a avaliar diversas tomadas de deci- iro momento no corporativo (project finance -full recourse) do em-
caso, para a elaboração e análise de projeto do estudo de caso da PCH Flores Formosas Hipotética S/A – uma simulação de estudo de caso. são, dentro de um leque de fatores, o qual considera os aspectos preendedor, ou seja, na capacidade de aporte dos sócios como for-
operacionais, de investimento e financeiros e econômicos. Tais fato- ma de garantir a realização e execução do projeto (por exemplo, fa-
Palavras-chave: PCH, Project Finance. res são determinantes na composição do saldo de caixa e subsidi- se de construção de uma hidrelétrica). A passagem de uma opera-
am o processo de tomada de decisão por parte do gestor, bem co- ção com características full recourse para non-recourse, ou algo hí-
mo, são essenciais para o planejamento e controle das entradas e brido, é uma função do tempo e da performance do projeto.
ABSTRACT
saídas de caixa em um determinado período. Desta forma, o fluxo 2.2.Etapas de Identificação e Alocação dos Riscos
This work brings a study on the optimum allocation of resources - theory of finance - and also on the optics of operations structured pro- de caixa se constitui no dado mais importante e peça fundamental
ject finance. Regarding Project finance is presented concepts, structure, characteristics, steps for the identification and allocation of risks Em project finance, a classificação dos riscos do projetos cons-
na montagem da estrutura de projetos nos moldes de um Project Fi-
and structure of guarantees. In the sequence sets up with the necessary level of detail key aspects of the case study, for preparation and titui-se em uma das primeiras etapas a serem realizadas. Ao se ana-
nance, além de se configurar como importante ferramenta de apo-
analysis of the project case study from PCH Flores Formosas Hipotética S / A - a simulation of case study. lisar determinado empreendimento sob a ótica de project finance,
io para a tomada de decisão por parte do empreendedor.
inicialmente identificam-se os riscos relativos ao projeto, formas
1.2. Principais características do Project Finance de mitigação e alocação dos riscos.
Key words:SHP, Project Finance.
?Constituição de uma sociedade de propósito específico (SPE),
constituída para segregar os fluxos de caixa, patrimônio e riscos do IDENTIFICAÇÃO de todos os riscos relativos ao projeto
1.INTRODUÇÃO ran (1997) e Copeland et al. (2002). As campos petrolíferos, Shoppings, Centros projeto. A SPE é uma unidade econômica com propósitos específi-
Os poucos estudos existentes são re- obras de Brealey (1998), Finnerty (1999), Empresariais, Hidrelétricas e Portos. Se- cos. Segundo Borges (1999) A SPE é criada com o “objetivo único MITIGAÇÃO – análise de cada risco que foi identificado
centes e têm procurado explorar a lógica do Ross et al. (2002), Gitman (2003) e Neto gundo Borges (1999), os exemplos mais co- de servir como um instrumento de fluxo de caixa de um projeto de com o objetivo e minimizá-lo
“project finance”, a partir da perspectiva sis- (2003) também foram examinados e pode- muns de project finance realizados no mun- investimento ou de captação, securitizando recebíveis e segregan-
têmica que incorpora três questões funda- rão ser visitadas pelos leitores para com- do relacionam-se às áreas de infra- do o risco da sociedade originadora”. Rocha (2003), entre as várias ALOCAÇÃO de riscos do projeto de forma a distribuí-los entre
mentais: estabelecer uma entidade jurídi- plementar as leituras da teoria. estrutura, envolvendo reservatórios de pe- conseqüências geradas a partir da criação de uma SPE cita o se- os participantes por meio de cláusulas contratuais.
ca separada para empreender o projeto, ní- No Brasil tem se destacado os estudos tróleo, refinarias, plataformas, campos pe- guinte; “isola a gestão e o risco da operação da concessão dos negó-
vel de endividamento a ser assumido pela de pesquisadores como Borges com as pu- trolíferos, oleodutos convencionais, indús- cios ordinários dos sócios controladores” e vice-versa, “estabelece 2.3.Estrutura Proposta de Garantias
entidade e como deverá ser estruturado a blicações dos artigos “Project Finance e tria petroquímica, hidrelétricas, termelétri- um período finito de vida para a empresa (o prazo de concessão)”, Uma vez identificados os riscos e as medidas mitigatórias, par-
forma de financiamento do projeto (estru- Infra-estrutura (1998)”, “Covenants: cas (energia em geral), transportes, siste- “concede a todos os agentes envolvidos com a concessão ( a pró- te-se para a elaboração da estrutura de garantias. Em uma estru-
tura de capital). A literatura sobre opera- Instrumento de Garantia em Project Finan- ma de trânsito em massa, plantas de manu- pria concessionária e sua administração, o poder concedente, os só- tura de financiamento realizado na modalidade Project Finance,
ções estruturadas encontra-se em forma- ce (1999)” , Rocha com a publicação da te- fatura industrial, saneamento, dentre ou- cios controladores da SPE, os financiadores, os usuários, etc.) a são estabelecidos diversos mecanismos de controle do projeto com-
ção. Destacam-se os estudos de Shah e Ta- se “Caminhos para a modicidade tarifária tras. As fontes de recursos utilizadas nos possibilidade de uma análise e acompanhamento do contrato de preendendo um pacote de seguros para a fase de implantação e
kor (1987), que indicam a sua maior ade- nas rodovias pedagiadas do Brasil (2003)”, projetos apontam para as instituições mul- concessão de forma segregada de qualquer outro fator”. operação do projeto, vinculados à avaliação de viabilidade econô-
quação para projetos de grande porte e de Sá e Faria, da Universidade Federal do Rio tilaterais (BIRD, IFC, BID etc), agências es- mica do fluxo de caixa do projeto, elemento fundamental para a for-
Distinção entre o fluxo de caixa e os ativos dos patrocinadores
?
alto risco. Chen, Kensinger e Martin (1989) de Janeiro, com a publicação da disserta- pecializadas (vários países europeus têm matação do modelo de garantias incluindo Covenants e Contas
do projeto, caracterizando a separação dos investimentos.
apontam a utilização ampla das operações ção “O papel do project finance no financia- agências para financiar projetos) etc. Especiais de Garantia.
Relação entre riscos do projeto com o fluxo de caixa.
?
estruturadas de acordo com a lógica do pro- mento de projetos de energia elétrica: Ca- 1.1.Fluxo de Caixa e operações mo- 2.4.Estrutura de Covenants
ject finance, voltadas para projetos de por- so da UHE Cana Brava (2003), Alencar Fi- deladas com ótica de Project Finance Maior previsibilidade quanto ao retorno financeiro do projeto.
?
Os acionistas possuem o controle sobre o destino do retorno de se- Ao se estruturar determinado projeto sob a ótica de project fi-
te médio e de baixo risco, como projetos de lho, Marques e Bessa (2004) com a publica- Dentre as questões tratadas na litera-
us investimentos nance o planejamento se constitui em etapa necessária, porém
co-geração. Segundo Finnerty (1999) a dis- ção dos artigos “Modelo de financiamento tura sobre a viabilidade econômica e finan- não se traduz em garantia de seqüência de acordo com o que foi es-
tinção entre as opções de investimento es- para o setor de saneamento básico sob a óti- ceira de projetos, bem como de suas exter- ?Compartilhamento e alocação de riscos entre as partes envol-
tabelecido no planejamento. O projeto é um sistema e como tal ele
truturadas sob a ótica convencional e a do ca de operações estruturadas(2005) e pro- nalizações, um ponto ainda pouco explora- vidas.
interfere e sofre interferências de seu meio ambiente, ou seja, en-
project finance reside basicamente na cria- posta de aplicação em MDL em emissões de do é a modelagem de operações estrutura- ?A estrutura de project finance possibilita aos credores a toma- contra-se sujeito a uma série de risco que vir a maximizar um pro-
ção da figura jurídica da entidade-projeto, aterros de resíduos sólidos. das na lógica do project finance, voltada pa- da de medidas efetivas, em casos necessários, como por exemplo, cesso de entropia. Faz-se necessário o monitoramento contínuo
distinta dos seus sócios, com tempo de vida A forma de financiamento estruturada ra o estudo de investimentos em infra- riscos de operação e execução, para que o projeto não sofra solu- dos compromissos mapeados no planejamento. A identificação pré-
distinta. A lógica das operações estrutura- na modalidade de project finance surgiu de estrutura, notadamente em hidrelétricas. ção de continuidade. via dos riscos além de ser uma das características do project finan-
das em project finance incorpora em seu ar- forma concreta na década de 70 na Ingla- Em nosso estudo de caso, abordamos o seg- ce (Borges, 1999) e a definição das cláusulas de covenants funcio-
cabouço a estrutura ótima da composição terra, em vista da expansão de plataformas mento de geração de energia.
2.MATERIAL E MÉTODOS nam como um mecanismo de auto controle do projeto, objetivando
dos capitais, como fundamental para avali- continentais de exploração de petróleo e Neste sentido, esta obra se propõe a su- a manutenção de um entropia negativa.
ar a viabilidade econômica e financeira do gás (Bonomi; Malvessi, 2002). No Brasil, a 2.1.Estrutura básica do Project Finance
gerir uma modelagem de engenharia eco- De acordo com Borges (1999), a covenant “constitui no
projeto, a partir do fluxo de caixa desconta- estruturação de financiamento nos moldes nômica sob a ótica de project finance como Patrocinador Poder Concedente direito anglo-saxão, um compromisso ou promessa em qualquer
do, bem como, essencial para a estrutura- de um Project Finance deu-se a partir do forma de viabilizar projetos no segmento contrato formal de dívida, reconhecido em lei, protegendo os inte-
ção das garantias, nas fases de construção ano de 1994, juntamente com a privatiza- Construtor Financiador
de infra-estrutura. Trata-se de uma moda- resses do credor e estabelecendo que determinados atos não de-
e operação dos projetos. Para tanto foi utili- Comprador
zada como estrutura teórica para cálculo de
ção dos setores de infra-estrutura e a esta- lidade de estruturação onde os credores Fornecedor SPE vem ou devem cumprir-se, podendo ser traduzido como compro-
bilização econômica proporcionada pelo pla- percebem o fluxo de caixa como a principal Operador Ass. Financeiro
viabilidade do projeto a teoria de finanças missos restritivos (restrictive covenants) ou obrigações de prote-
no real. De acordo com Bonomi et al fonte de recursos para o repagamento dos
com aplicação da abordagem do custo de Seguradora Ass. Jurídica ção (protective covenants)”.
(2002), têm-se aplicado a estrutura de pro- financiamentos. É também uma estrutura-
capital, alicerçada nas obras de Damoda- ject finance em concessões rodoviárias, As covenants são mecanismos de intervenção no projeto e tem
ção de financiamento lastreada em fluxos A estrutura acima tem por objetivo principal fundamentar os ar-
por finalidade mitigar a insuficiência de garantias e fazer com que
ranjos necessários como forma de viabilizar a participação dos sóci-
o que foi estabelecido no plano de ação seja cumprido para atingir
1 castilhowagner@gmail.com - GACER consultoria os do projeto, bem como, identificar e alocar os riscos, os quais se-

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de forma plena os objetivos estabelecidos para o projeto. Rocha Padrão CAIXA Risco: Financeiro 4. Estudo hidrológico qualificado. Seguros de engenharia. Apro-
(2003) destaca que o estabelecimento das coventants tem como Financiado 80% dos Itens Financiáveis 1. Inflação vação do projeto básico pela ANEEL. Definição do período de recor-
“objetivo somar-se às garantias formais, de modo a assegurar de- rência (variando entre 10 e 50 anos) para dimensionamento das en-
20% dos Itens Financiáveis +
2. Desvalorização do real
sempenho ao projeto permitindo a amortização do financiamento Capital Próprio secadeiras para o desvio do rio. Concepção do projeto sustentado
sem exposição a riscos monitorados”. Refletem os principais pon-
Itens Ñ-Financiáveis 3. Aumento da taxa de juros. em normas técnicas vigentes geradas pela Eletrobrás e ANEEL.
tos identificados na análise dos riscos. As covenants são obriga- 4. Aumento dos custos do EPC
6 meses após entrada em operação
ções contratuais, consideradas como acessórias e que devem ser Carência[1]
prevista para janeiro de 2008 5. Insuficiência orçamentária Fase de Operação
observadas pela SPE durante todo o período de financiamento obti- 6. Falência EPC
Amortização[2] 12 anos (144 meses) Risco: Operacional
do. São restrições (obrigações de fazer e não fazer) que compreen-
Participação TJLP 100%
7. Equity 1. Desempenho operacional: problemas equipamentos mecâ-
dem os aspectos operacionais, de investimentos, financeiros, tais
como a limitação do grau de endividamento, impedimento para con- Participação Cesta de Moedas
8. Risco de crédito do EPC nicos
0%
trair novas obrigações e etc, socioambientais, desempenho opera- 9. Risco de receita 2. Offtaker não se estrutura para receber a energia elétrica
Spread Básico + Spread de Risco 4,0%
cional e controle acionário. O não cumprimento das cláusulas de co- Medidas Mitigatórias: 3. ANEEL altera o nível da energia assegurada da PCH
venants poderá implicar no vencimento antecipado do financia- 6 parcelas trimestrais, sendo a
Desembolso 1. Tarifa de energia elétrica é reajustada pelo IGPM (PPA) 4. Operação e manutenção da planta
mento contratado. primeira em junho/2006
2. Custos dos projetos são em reais. Medidas Mitigatórias:
Considerar no fluxo de caixa os
3. Qualquer variação acima da inflação é coberta pelo Empre- 1. Garantia do EPC para a construção civil/equipamentos.
3.RESULTADOS E DISCUSSÃO investimentos realizados pela SPE
Investimentos realizados pela SPE no ano de 2005 no valor de endedor por meio de dispositivo contratual. Atualização da receita 2. Pagamento mensal do PPA independe da utilização de ener-
3.1.ESTRUTURA DA MODELAGEM DE PROJECT FINANCE 2.139,49 ($ mil), discriminado no pelo IGP-M/Juros normalmente atualizados pela TJLP gia elétrica/ Demanda por energia/Comercialização energia no
ADOTADA PARA O ESTUDO DE CASO: PCH FLORES quadro de usos e fontes
4. EPC experiente, tecnologia comprovada (turn key). mercado atacadista de energia.
FORMOSAS
Distribuição de dividendos 5 % do lucro líquido gerado 5. Valor fixado no contrato EPC 3. Redução de energia assegurada encontra-se limitada por re-
3.1.1.Características do projeto da PCH Flores Formosas
6. Contrato EPC/Performance bond cobrem término de obra gulamentação.
Projeto financiado via modelagem de “project finance”.
?
7. Avaliação de capacidade de aporte sócios/aporte antecipado 4. Parte do risco coberta por um seguro de garantia das obriga-
O projeto envolve um produtor (concessão) e um comprador
? Identificação e Alocação de Riscos
8. Pagamento conforme metas atingidas – performance bond ções estabelecidas contratualmente. Contratação de empresa ex-
(Eletrobrás) Da análise do empreendimento, foram identificados os ris- periente e treinada para o exercício das funções de operação e ma-
?A produção que exceder a energia contratada poderá ser ven- cos abaixo para os quais foram buscadas as respectivas formas de 9. Contrato de compra e venda de energia com a ELETROBRÁS
nutenção.
dida no Mercado Atacadista de Energia (MAE). mitigação, a saber:
?Foi criada uma SPE – FLORES FORMOSAS ENERGÉTICA Fase de Construção Risco: Força maior
Risco: Financeiro
HIPOTÉTICA S/A para desenvolver, projetar, financiar, segurar, Risco: Institucionais 1. Eventos naturais
1. Inflação
construir, operar e manter a PCH Flores Formosas. 1. Riscos Institucionais (ambiente regulatório, órgãos ambien- 2. Atos do príncipe
2. Desvalorização do real
Construção via contrato de EPC (Engenharia, Suprimento,
? tais, conexão ao sistema interligado nacional ) Medidas Mitigatórias:
Construção) – consórcio construtor - com consórcio de 4 empre- 3. Aumento dos Juros/TJLP
Medidas Mitigatórias: 1. Seguro cobre ocorrência de eventos naturais: incêndio, ter-
sas: Constrói Tudo Ltda, líder do consórcio; Montagem de Tudo 4. Risco Financeiro
?Contrato de concessão; Autorização da ANEEL; Licenças ambi- remotos e etc
Ltda; Eletromecânica Tem de Tudo e Projetista Engenharia S/A. 5. Custos O & M (operacional e ambiental) acima do orçado
entais; Contratos de uso do sistema e de conexão à rede de distri- 2. Contingência do patrocinador; extensivo ao PPA. Cláusulas
A patrocinadora participa com 30% dos recursos necessários
? buição. 6. Offtaker (Eletrobrás)
para a execução do projeto. contratuais de reequilíbrio econômico e financeiro.
7. Aumento das taxas de juros internacionais
Financiador: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
?
Risco: Operacional Risco: Ambiental Medidas Mitigatórias:
Consultoria contratada: Sucesso financeiro S/A
?
1. Risco tecnológico 1. Risco geológico 1. Tarifa de energia elétrica é reajustada pelo IGPM (PPA. Baixo
2. Atraso expropriação de terras custo O & M ambiental/operação
3.1.2.Estrutura do Project Finance da PCH Flores Formosas S/A 2. Danos ao meio ambiente
3. Atraso na obtenção de licenças e autorizações 2. Empréstimo em reais.
3. Descobertas arqueológicas ou geológicas (ocorrências que
4. Conclusão de obra (construção) de posse das informações existentes não possam ser previstas por 3. Análise de sensibilidade/cobertura do serviço da dívida cor-
Operador: Russas Energética S/A respondente a três meses/capacidade de aporte contingencial dos
5. Elevação de Custos um experiente engenheiro ou geólogo especialista em construção
Empréstimos de barragens, túneis e complexos hidroelétricos) patrocinadores.
76,80% 6. Riscos de Construção
4. Hidrológico (basicamente se restringe a possibilidade de gal- 4. Planejamento orçamento anual pelos financiadores/modelo
Financiador Operador: Russas Medidas Mitigatórias: financeiro compatível com a atividade negocial/controle das con-
gamento das ensecadeiras que protegem a execução das estrutu-
CAIXA Capital 23,20% Energética S/A 1. Fornecedores experientes, tecnologia comprovada, equipa- tas do projeto (escrow account)/controle distribuição de dividen-
ras principais da PCH durante a fase de desvio dos rios)
Agente SPE/SPC mentos credenciados pela FINAME. dos. Demanda por energia/Compra da produção de energia pela
Fiduciário EPC – Consórcio Medidas Mitigatórias:
FLORES FORMOSAS 2. Planejamento estruturado. Declaração de utilidade pública ELETROBRÁS/Previsibilidade dos custos e da receita./Manutenção
pela ANEEL. 1. EPC assume o risco geológico. Contingenciamento pelo EPC de garantias reais/Covenants no contrato de financiamen-
Principal offtaker de recursos para eventuais imprevisibilidades.
TRUSTEE to/Penhor de recebíveis/Penhor das ações da Areia Energia
Eletrobrás 3.O empreendedor é responsável pela obtenção de todas as li-
2. Contrato EPC desobriga o contratante a arcar com qualquer S/A/Contas especiais de garantia/ Seguros/ classificação de risco
cenças. Renegociação quanto à extensão do prazo contratual junto
descumprimento ou criação de passivo ambiental resultante de dos empreendedores/capacidade de aporte dos empreendedo-
a ANEEL.
qualquer ação ou omissão do EPC ou do descumprimento de qual- res/equacionamento das fontes de recursos e garantias
Poder Concedente ANEEL 4. Contrato com EPC experiente; Seguro performance bond; Se-
quer cláusula prevista no contrato do EPC e que seja por este des- 5. Custos compatíveis com o padrão de mercado. Conta reser-
guro riscos de engenharia; Performance bond contratado junta-
cumprida. Estabelecimento e cumprimento dos programas básico va de manutenção. Preços reajustados pela inflação. Acompanha-
mente com o EPC; Contratação de seguro de término de obra (com-
ambientais. Ação regressiva mento da evolução destas contas pelo financiador. Capacidade de
Custo Total 86.232,10 100,00% pletion bond).
3. Responsabilidade do EPC. O EPC declara ter conhecimento pagamento dos sócios.
5. Quadro de pessoal próprio; Equipamento com preço pré-
Agente Financeiro (Dívida TJLP) 66.225,25 76,80% das condições sísmicas, hidrológicas, climáticas, topográficas do 6. Eletrobrás se compromete a pagar à PCH o valor contratado
estabelecido; Contratos em moeda nacional
solo e subsolo e etc. Revisão de projeto básico por experiente equi- mediante o estabelecimento do PPA.
6. Experiência do Consórcio Construtor; Hipoteca; Alienação fi- pe de engenharia, fundamentada em investigações geológicas-
Recursos Próprios 20.006,86 23,20% 7. Contrato de dívida em reais (TJLP)
duciária; Seguros geotécnicas. Declaração do órgão ambiental e do IPHAN.

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Risco: Força maior veis, a ser mantida em um banco depositário, onde também serão crédito a ser celebrado com o credor. nanciadores, é calculado o grau de cobertura sobre o serviço da dí-
1. Eventos naturais abertas as demais contas especiais de garantia. –Apresentar ao credor até a PCH entrar em operação, a Licença vida (GCSD), que corresponde à relação entre a geração de caixa
Conta de Despesas de Operação, oficialmente publicada, do projeto, expedida pelo ór- antes do pagamento dos encargos da dívida (principal e despesas fi-
2. Atos do príncipe
gão competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambien- nanceiras) sobre o montante vincendo da dívida no mesmo período
Medidas Mitigatórias: Para a qual será transferido, automaticamente, o montante de
te (SISNAMA), ou em caráter supletivo, pelo Instituto Brasileiro do (somando-se amortização do principal mais despesa financeira).
recursos suficientes para efetuar pagamentos referentes a itens ta-
1. Seguro cobre ocorrência de eventos naturais: incêndio, ter- Meio-Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Os resultados alcançados foram os seguintes:
is como:
remotos e etc.
a) tributos e encargos sociais incidentes sobre a receita; Metodologia utilizada para avaliação da viabilidade da operação VPL do projeto alavancado R$ (x 1000) 73.621,59
2. Contingência do patrocinador; extensivo ao PPA. Cláusulas
b) pagamento das despesas operacionais, incluindo manu- A metodologia utilizada para avaliação da viabilidade econômi- TIR do projeto 50,90%
contratuais de reequilíbrio econômico e financeiro.
tenção dos sistemas administrativos e comerciais; ca e financeira do projeto objeto do nosso estudo de caso, está as- TIR do acionista 21,96%
sociada ao modelo project finance de análise de capacidade de pa-
c) pagamento da outorga. Grau de cobertura do serviço da dívida 4,79
Risco: Ambiental gamento dos financiamentos contraídos.
Conta Reserva de Meio de Pagamento Dívida/EBITDA 32,21%
1. Descumprimento normas ambientais A análise desenvolve-se sobre um fluxo de caixa projetado para
Na qual deve ser acumulado, por meio de depósitos mensais, a o projeto, desde seu início de implantação até o fim do período de
2. Hidrológico (basicamente se restringe a possibilidade de gal-
partir da assinatura do contrato até o fim do financiamento, saldo operação, conforme estabelecido no processo de autorização do Po- 4.REFERÊNCIAS
gamento das ensecadeiras que protegem a execução das estrutu-
equivalente para cobertura de um determinado número de presta- der Concedente, no caso, a ANEEL.
ras principais da PCH durante a fase de desvio dos rios) BONOMI, Cláudio A. & MALVESSI, O. Project finance no Brasil:
ções mensais vincendas (principal, encargos e acessórios).
Medidas Mitigatórias: Sobre o fluxo de caixa, projetam-se receitas, despesas, Fundamentos e estudos de casos.São Paulo: Atlas, 2004.
Conta de Livre Movimentação tributos e impostos, lançamentos contábeis promotores de cálcu-
1. EPC assume relevante parte dos riscos ambientais na fase de FARIA, V. C. S. O papel do project finance no financiamento de
Conta para a qual serão transferidos automaticamente os re- los de tributos e impostos, investimentos e reinvestimentos, finan- projetos de energia elétrica: caso da UHE Cana Brava. Tese (Mes-
construção. EPC com muita experiência. Obtenção das licenças am-
cursos que sobejarem a composição da Conta Reserva de Meio Pa- ciamentos, encargos financeiros e amortização oriundos do finan- trado em Ciências em Planejamento Energético) – COPPE/UFRJ.
bientais. Manter em situação regular suas obrigações junto aos ór-
gamento e da Conta de Despesas, e que poderá ser livremente mo- ciamento e aportes programados de capital pelos acionistas. A par- Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2003.
gãos do meio ambiente.
vimentada pela tomadora do recurso ou à sua ordem. tir de tais lançamentos, tem-se como resultado o fluxo de caixa do
2. Estudo hidrológico qualificado. Aprovação do projeto básico FINNERTY, J.D. Project finance: engenharia financeira baseada
projeto e da concessionária, sobre o qual se calculam os indicado- em ativos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998.
pela ANEEL. Definição do período de recorrência (variando entre
res de viabilidade do empreendimento.
10 e 50 anos) para dimensionamento das ensecadeiras para o des- MARQUES, M.C.M. A utilização de project finance em países em
vio do rio. Concepção do projeto sustentado em normas técnicas vi- Serão entendidos como primeiros indicadores de viabilidade, a desenvolvimento: as experiências brasileira e asiática no setor de
gentes geradas pela Eletrobrás e ANEEL. taxa interna de retorno, o valor presente líquido e o período de re- óleo/gás e energia elétrica. Dissertação (Mestrado em Administra-
torno (payback) que mensuram a atratividade do investimento, ção de Empresas). Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2001
sob a ótica dos investidores privados. Para a ótica de análise dos fi-
Risco: Político
1. Reações de interesse público (encampação)
2. Perda da concessão: inadimplemento
3. Riscos Institucionais (Regulatório, ambiental e de conexão
com o sistema elétrico)
Medidas Mitigatórias:
1. Indenização pela ANEEL pela extinção da concessão.
3.1.3.1. Estrutura das Garantias
2. Empreendedor assume diferencial entre o valor da indeniza-
Garantias reais: penhor de 100% das ações ordinárias norma-
?
ção pago pela extinção e o valor total da dívida com o agente finan-
tivas de emissão da Concessionária de energia.
ceiro. Se a perda da concessão tiver sua origem em falhas do EPC
ou em descumprimento de obrigações contratuais, o EPC é obriga- Seguros: danos materiais, patrimoniais e avaria de máquinas
?

do a reembolsar o empreendedor a quantia paga ao Poder Conce- e equipamentos;


dente pela concessão, bem como, os demais custos, como execu- Responsabilidade Civil;
?
ção de obras, desapropriações etc. Término de obra.
?
3. Autorização da ANEEL; Licenças ambientais; Contratos de 3.1.3.2. Estrutura de covenants
utilização e de conexão às redes de distribuição. •Obrigações Societárias:
–Interveniência/anuência dos acionistas, comprometendo-se
3.1.3.Covenants e Estrutura de Garantias em assumir as obrigações financeiras em caso de insolvência da
O plano de investimentos prevê empréstimos realizados na mo- Concessionária ou encerramento antecipado do Contrato de Con-
dalidade project finance, garantido pelo fluxo de receitas, soma- cessão;
do a uma rígida estrutura contratual incluindo covenants e outros –Aumento do Capital Social pelos Acionistas;
mecanismos de controle. –Manter um capital social subscrito e integralizado, de pelo me-
Estrutura das contas especiais de garantias nos 20% do valor total dos Investimentos;
Além da vinculação dos recebíveis, a modelagem estrutura nos •Obrigações Financeiras:

www.cerpch.org.br
moldes de project finance utiliza e estrutura de Escrow Account –Manter o ICSD mínimo de 1,00 para a fase de carência e 1,30
(Contas Especiais de Garantia) em um banco depositário (trustee) para todo o período de amortização;
podendo ser o AGENTE FINANCEIRO ou outra instituição por ela in-
–Não criar sem o prévio consentimento do credor, qualquer en-
dicada, onde os recebíveis são depositados em montante suficien-
cargo ou outro vínculo de garantia sobre quaisquer de seus ativos
te para cobrir um certo número de prestações.
ou recebíveis, bem como não contrair novas dívidas;
É a seguinte a estrutura básica da Escrow Account
•Obrigações Ambientais:
Conta Centralizadora
–Manter em situação regular suas obrigações junto aos órgãos
Destinada a centralizar a totalidade da arrecadação dos recebí- do meio ambiente durante o prazo de vigência do instrumento de

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