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Ações inéditas vão contribuir para o aumento da expectativa de vida e para a redução
dos índices de doenças e mortes
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³Essa política parte da constatação de que os homens, por uma série de questões
culturais e educacionais, só procuram o serviço de saúde quando perderam sua
capacidade de trabalho. Com isso, perde-se um tempo precioso de diagnóstico precoce
ou de prevenção, já que chegam ao serviço de saúde em situações limite´, disse o
ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
A política tem um plano dividido em nove eixos de ação a serem executados até 2011 e
prevê o aumento de até 570% no valor repassado às unidades de saúde por
procedimentos urológicos e de planejamento familiar, como vasectomia, e a ampliação
em até 20% no número de ultrassonografias de próstata.
Por meio dessa iniciativa, o governo federal quer que, pelo menos, 2,5 milhões de
homens na faixa etária de 20 a 59 anos procurem o serviço de saúde ao menos uma vez
por ano. Além de criar mecanismos para melhorar a assistência oferecida a essa
população, a meta é promover uma mudança cultural.
³Em geral, os homens têm medo de descobrir que estão doentes e acham que nunca vão
adoecer, por isso não se cuidam. Não procuram os serviços de saúde e são menos
sensíveis às políticas. Isso coloca um desafio ao SUS, já que vai exigir do sistema
mudanças estruturais para que o sistema esteja mais sensível, inclusive com o
treinamento de profissionais para que olhem de forma mais atenta a essa população´,
afirmou o ministro.
A nova política coloca o Brasil na vanguarda das ações voltadas para a saúde do
homem. O país será o primeiro da América Latina e o segundo do continente americano
a implementar uma política nacional de atenção integral à saúde do Homem. O primeiro
foi o Canadá. A política está inserida no contexto do Programa ³Mais Saúde: Direito de
Todos´, lançado em 2007 pelo Ministério da Saúde para promover um novo padrão de
desenvolvimento focado no crescimento, bem-estar e melhoria das condições de vida do
cidadão brasileiro.
× × ± As ações da Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde do Homem buscam romper os obstáculos que impedem os homens de frequentar
os consultórios médicos. Entre os seus subsídios está uma pesquisa feita com sociedades
médicas brasileiras e conselhos de saúde. Divulgado em 2008, o levantamento ouviu
cerca de 250 especialistas e mostrou que a população masculina não procura o médico
por conta de barreiras culturais, entre outras. ³Eles foram educados para não chorar e
para manter a couraça de que são µmachos¶. Também alegam que são os provedores e
têm medo de que se descubram doenças, mas hoje as mulheres são tão provedoras
quanto eles. Queremos mudar essa cultura para que eles vivam melhor´, diz Alberto
Beltrame, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.
Na maioria das vezes, os homens recorrem aos serviços de saúde apenas quando a
doença está mais avançada. Assim, em vez de serem atendidos no posto de saúde, perto
de sua casa, eles precisam procurar um especialista, o que gera maior custo para o SUS
e, sobretudo, sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família.
A não-adesão às medidas de saúde integral por parte dos homens leva ao aumento da
incidência de doenças e de mortalidade. Números do Ministério da Saúde mostram que,
do total de mortes na faixa etária de 20 a 59 anos ± população alvo da nova política -,
68% foram de homens. Ou seja, a cada três adultos que morrem no Brasil, dois são
homens, aproximadamente. Os últimos dados de óbitos consideram o ano de 2005.
Além disso, números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam
que, embora a expectativa de vida dos homens tenha aumentado de 63,20 para 68,92
anos de 1991 para 2007, ela ainda se mantém 7,6 anos abaixo da média das mulheres.
- R$ 455 milhões para capacitação e treinamento de profissionais de saúde. Desse total,
R$ 91 milhões serão exclusivos para o atendimento da população masculina.
- R$ 8 milhões divididos entre todos os estados e o DF para que eles preparem um Plano
de Ação entre 2009 e 2011
O governo vai aumentar em 148% (de R$ 123,18 para R$ 306,47) o valor de repasse
para a vasectomia realizada em ambulatório e em 20% o da feita por meio de internação
(de R$ 255,39 para R$ 306,47). A proposta é igualar o valor das duas para incentivar o
aumento desses procedimentos feitos em ambulatórios, para que passe de 35 mil, em
2008, para 50 mil, em 2010. Em média, 69,57% deles ainda são feitos por meio da
internação (veja quadro ao final do texto), mas esse espaço deveria ser utilizado para
cirurgias mais complexas. ³A vasectomia é simples, rápida e segura e pode ser feita em
ambulatório com tranquilidade´, afirma Beltrame. Com essas medidas, o governo quer
incentivar a participação dos homens no planejamento familiar.
Dentro desse projeto, o ministério capacitará 32 mil médicos das equipes de saúde da
família (ESF) e elaborará uma estratégia para inserir a saúde do homem nos conteúdos
de educação a distância do Telessaúde. Esse treinamento será planejado e realizado por
cada estado. Outro foco será o treinamento de pessoas de nível de escolaridade médio
em áreas técnicas estratégicas para saúde.
Outro eixo de ações do governo federal será a campanha de prevenção e orientação para
a população masculina, com investimento de R$ 10 milhões nos próximos dois anos.
Esse eixo inclui a Semana de Promoção da Saúde do Homem, a ser realizada sempre no
mês de agosto. Além disso, o MS vai distribuir 26,1 milhões de cartilhas sobre
prevenção, diagnóstico, tratamento de câncer e promoção de hábitos saudáveis.
Também serão enviadas para os estados 6,52 milhões de cartilhas, até 2011, sobre
direitos sexuais e reprodutivos e métodos anticoncepcionais para homens. ³Depois de
tudo isso, vamos investir na avaliação do impacto dessa política nos municípios para
definir as novas linhas de ação´, informa o secretário Beltrame.
Modalidade 2008
Hospitalar 32.085
Ambulatorial 5.478
Total 37.563
Fonte: CGSOS / DRAC/ SAS/MS, agosto de 2009
Modalidade 2008
Hospitalar 1.513
Total 1.513
Fonte: CGSOS / DRAC/ SAS/MS, agosto de 2009
Modalidade 2008
Hospitalar 2.764
Total 2.764
Fonte: CGSOS / DRAC/ SAS/MS, agosto de 2009
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