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RIO GRADE DO SUL - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA


ESPECIALIZAÇÃO EM COMUICAÇÃO EM SAÚDE
PROJETO DE PESQUISA DE TCC

JORAL ESCOLAR: QUAL A SUA IMPORTÂCIA


A PROMOÇÃO DA SAÚDE COLETIVA?
Paulo Renato Farias Borges

Porto Alegre
2011
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Paulo Renato Farias Borges

JORAL ESCOLAR: QUAL A SUA IMPORTÂCIA


A PROMOÇÃO DA SAÚDE COLETIVA?

Projeto de pesquisa desenvolvido na disciplina de


Metodologia da Pesquisa, curso de especialização em
Comunicação em saúde da Escola de Saúde Pública do
Estado do Rio Grande do Sul, ESP.

Porto Alegre
2011
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SUMÁRIO

1 TEMA........................................................................................................................ 04
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA.................................................................................... 04
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA................................................................................... 04
1.3 HIPÓTESES.............................................................................................................. 04
1.4 OBJETIVOS.............................................................................................................. 05
1.4.1 Objetivo Geral ….................................................................................................. 05
1.4.2 Objetivo Específico ….......................................................................................... 05
1.5 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 06
2 REFERECIAL TEÓRICO.................................................................................... 07
3 METODOLOGIA....................................................................................................... 12
4 AMOSTRAGEM …................................................................................................... 14
5 RECURSOS................................................................................................................ 14
6 CROOGRAMA........................................................................................................ 14
7 REFERÊCIA BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 15
8 AEXOS …................................................................................................................. 16
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1 TEMA

Análise semiótica do Jornal da Escola Estadual José Maurício, cito à Rua 15 de


Novembro, nº 64 – Parada 73, cidade de Gravataí, RS.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

O objeto de estudo neste projeto será o Jornal da Escola José Maurício na cidade de
Gravataí. Será feita uma análise do conteúdo do jornal, e de seus públicos: professores,
funcionários, alunos e comunidade.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Qual a importância do Jornal Escolar para a promoção da saúde coletiva na


comunidade em que ele está inserido?

1.3 HIPÓTESES

O Jornal sempre teve sua importância histórica, como fonte de informação,


transmissão de conteúdos, servindo também ideologicamente como instrumento de opressão.
Por meio do jornal é possível retratar a história de uma comunidade, de uma cidade e
país, servindo como herança cultural para as gerações futuras.
Os jornais comunitários, em pequenos números, são um retrato de um determinado
segmento, apontando para a comunidade, podendo ser gerador de respostas as demandas
necessárias e assim conseguir resoluções importantes que contemplam este local.
Os jornais escolares, por estar inserido num contexto de público multiplicador, onde
um aluno representa uma família constituída por mais elementos (pais, irmãos, tios, avós),
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pode representar uma oportunidade para o desenvolvimento de notícias relevantes que abranja
esta comunidade, promovendo saúde e prevenção, educação, inserção social, participação
escolar, inserido no comércio local a questão de responsabilidade social por meio de cotas de
patrocínio para a sua impressão, aumentando a visão de mundo dos participantes, sendo
desenvolvido no tripé: Escola – aluno – Comunidade priorizando outro tripé: Saúde –
Comunicação – Educação.

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos desse projeto estão descritos logo a seguir.

1.4.1 Objetivo geral

 Analisar semioticamente o Jornal da Escola José Maurício em Gravataí, verificando


a sua construção discursiva e como ele é percebido pela comunidade.

1.4.2 Objetivos Específicos

 Verificar como é feita a construção discursiva do Jornal.


 Analisar o resultado da pesquisa de opinião realizada pelo jornal sobre como a
comunidade percebe a publicação.
 Verificar por meio de pesquisa se o jornal da Escola é um veículo que pode
modificar a comunidade de forma positiva, promovendo saúde, educação, inclusão e melhor
qualidade de vida.
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1. 5 JUSTIFICATIVA

A o tema é relevante porque por meio da pesquisa é possível identificar se o jornal da


escola em sua comunidade, promove mudanças significativas de Saúde, educação e
comportamental e também a reflexão de seus problemas possibilitando uma maior inserção
social.
Com a Pesquisa é possível perceber se o jornal na escola, que circula na comunidade
em que está inserida consegue mobilizar diferentes públicos como: comerciantes do local,
país, professores, alunos, moradores da região, seja em anúncios publicitários que ajudam no
pagamento das edições, seja por meio de notícias em que os pais saibam o que está
acontecendo na escola de seu filho, seja por meio de artigos em que os professores passam
mensagens relevantes aos seus alunos, seja pelos alunos que constroem as matérias e levam
para casa o registro de suas atividades para mostrar aos seus familiares, este jornal pode gerar
nesta comunidade uma aproximação positiva, onde seus moradores se conhecerão mais e
saberão mais de sua realidade e os problemas que precisam enfrentamento. Este mesmo jornal
pode enfim se tornar uma realidade nas demais comunidades, o que pode ser fator de
mudança importante, que saberemos ao final deste trabalho.
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2 REFERECIAL TEÓRICO

O referencial teórico a ser utilizado será a metodologia semiótica, uma breve


explicação do método e da análise de discurso. Também como referencial teórico, a pesquisa
abrangerá o tripé: saúde, por meio de práticas de prevenção comunitária, comunicação por
meio do jornalismo em suas linhas gerais, especificamente o jornalismo comunitário e o
jornal escolar e educação como promotora da saúde.
A semiótica começou a se estruturar no fim do século XIX, pelos estudos do filósofo
americano Charles Sanders Peirce. Na base de seu pensamento estava a teoria de que o
universo e a mente humana estavam em constante expansão. Peirce entendia que toda
observação contém traços de inexatidão e, por isso, as leis da natureza não são absolutas nem
invariáveis – existe espaço para o crescimento contínuo e para o acaso genuíno. A Semiótica
é uma ciência que tem por função classificar e descrever todos os tipos de signos logicamente
possíveis. Peirce considerava que estes fenômenos eram livres de juízo de valor – de certo ou
errado – e era tudo o que aparecia à mente, algo real ou não. assim, conclui que tudo que
surge em nossa consciência ocorre a partir de três propriedades, que são correspondentes aos
três elementos formais de qualquer experiência, que são: 1) qualidade; 2) relação; e 3)
representação. Com o objetivo de apresentar uma nomenclatura mais científica, Pierce, mais
tarde, substituiu estas palavras por primeiridade, secundidade e terceiridade. Para definir essas
três categorias, o autor baseou-se nas nossas experiências, que são resultantes do que já
passou.
Essa relação tríade são os elementos que constituem todas as experiências, que são
os modos que os fenômenos aparecem à consciência. O que Peirce se refere como
primeiridade, secundidade e terceiridade são assim definidos:
A primeiridade: é a qualidade da consciência imediata, uma impressão, sentimento,
in totum, indivisível, o que não pode ser analisado, inocente e frágil. Na primeiridade, o
conhecimento está sempre no presente, no imediato, é iniciante, original, espontâneo e livre.
Já a secundidade, segundo Santaella, é aquilo que dá à experiência seu caráter de
luta e confronto, ação e reação, sem a mediação da razão ou de lei. Onde quer que exista um
fenômeno, há a qualidade – que é a primeiridade. Essa qualidade é uma parte do fenômeno e,
para que ela exista, é preciso sua manifestação material, a factualidade – que é a secundidade,
está nesse aspecto material.
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Por fim, temos a terceiridade, que é a síntese intelectual do que ocorre entre o
primeiro e o segundo, é a camada de pensamentos em forma de signos, que nos possibilita a
interpretação dos fenômenos no mundo. Como exemplo, temos o céu, como aqui agora, que é
a primeiridade; o azul observado nele é a secundidade; e a síntese, que é um signo, pelo qual
elaboramos - o azul do céu - é a terceiridade.
Dentro desta lógica, é possível perceber que o nosso olhar já está carregado de
interpretações, pois ele é o resultado da cognição. Dentro da mediação, quer dizer que
possibilita nossa orientação e reconhecimentos das próprias coisas do signo. O homem
conhece o mundo porque ele o representa e interpreta essa representação por meio de outra,
que é a interpretante da primeira, segundo Peirce. Assim, quando o homem interpreta esses
signos, ele os traduz em outros signos - o signo é o primeiro; o objeto, um segundo; e o
interpretante, um terceiro. Então, o significado está sempre em deslocamento: cada vez que
analisamos algo, esse algo se transforma num signo, e esse, novamente, em outro,
sucessivamente. O que influencia no resultado da interpretação dos signos se relaciona a
nossa bagagem cultural, bem como limitação de nosso repertório. Nesse caso (a limitação do
repertório), pode produzir um signo com um potencial maior ou menor.
A tríade de Peirce é a referência para reconhecer o mundo dos signos. É possível por
meio de sua semiótica descrever, analisar e interpretar linguagens. Os conceitos servem de
ferramentas para o pensamento, para o aumento da percepção. Aliados à pesquisa científica,
os conceitos podem ser eficazmente empregados e com resultados surpreendentes.
Quanto à imagem, explica Umberto Eco (1993), ela é vista como um signo de
transferência analógica. Quando uma pessoa entende que descobriu uma similaridade, então
surge outra, e assim sucessivamente. De certa maneira, todas as coisas têm relação analógica,
de contiguidade e similaridade.
Torna-se necessário perceber todo o texto em seu contexto social, evitando, assim,
análise de significados diferentes e respeitando o pano de fundo cultural e linguístico. Essa
análise é importante porque, assim, é possível perceber os fenômenos dentro de seus
contextos históricos.
A segunda parte deste universo visual corresponde ao mundo imaterial das imagens
em nossa mente. São as visões, fantasias, imaginação, esquemas, modelos, os quais,
geralmente, são representações mentais. Estas duas partes são intrínsecas, determinadas por
signo e representação, que constituem a produção de sentido na sociedade.
Em relação ao jornalismo verificamos que a maioria dos veículos oficiais e de
grande porte, estão comprometidos com o mercado, seus anunciantes e coma parcela
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dominante da população. São estes veículos que hoje pautam o que deve e o que não deve ser
notícia. Neste cenário ocorre a exclusão social, onde as camadas menos favorecidas não têm
acesso e nem voz as suas demandas.
Os jornais comunitários são neste aspecto, uma oportunidade de romper com esta
dominação do grande veículo de comunicação, pois permite uma maior proximidade do
jornalista e seu público, as pautas são definidas coletivamente e os problemas são passados ao
conselho comunitário. Estes jornais são de extrema relevância desde que não estejam
veiculados ao governo local, empresários ou pessoas interessadas em promoção pessoal.
Conforme artigo de Pedro Celso campos, “Jornalismo Comunitário, é o sentido de
“comum-unidade”, isto é, pessoas que vivem em determinado local, que vivenciam problemas
específicos, que têm lutas em comum a serem travadas e vencidas”, que pode ser uma escola,
rua, bairro, empresa.
O Jornal escolar, como voz comunitária, pode ser um instrumento de transformação
social, porém não pode cair no problema grave que muitas vezes ocorre, quando as fontes
tentam manipular o jornal em proveito próprio. Outras vezes é o jornalista que se aproveita do
jornal para se promover e ainda em outros casos alguns lideres comunitários.
Quando inserido na comunidade pode ser um veículo que identifique as questões
culturais deste local, sua religiosidade, costumes, formas de lazer, de cultura, de diversão,
mostrando para esta mesma comunidade o que muitas vezes ela mesma não enxerga. Neste
aspecto o jornalista é um observador deste cenário. Conforme Ferreira Goulart, “o jornalismo
comunitário estará contribuindo para a formação da cidadania, para que o desconforto das
pessoas contra a desigualdade social gerada pela política neoliberal não se transforme em
mero sentimento de constrangimento ou de vergonha, mas que se afirme como o
inconformismo que leva à luta por uma situação de justiça, de igualdade, de solidariedade”.
Desta Forma deve estar voltado para esta parcela da população mais esquecida pelos
grandes jornais, abraçar as causas populares e usar a força do veículo comunitário junto aos
que têm poder de decisão para forçar a solução dos problemas que afligem a comunidade, no
seu dia-a-dia.
O jornalista comunitário não pode se limitar a perceber que tem nas mãos o dever
social de mudar o mundo, de torná-lo melhor e mais justo. Ele precisa assumir, na prática,
esse discurso, colocando seu trabalho, seu jornal, seu veículo, a serviço da coletividade em
toda e qualquer circunstância.
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Quando o Sujeito não se reconhece como produtor das obras e como sujeito da
história, mas toma as obras e a história como forças estranhas, exteriores, alheias a
ele e que o dominam e perseguem, temos o que Hegel designa como alienação. Esta
é a impossibilidade do sujeito histórico identificar-se com sua obra, tomando-a
como um poder separado dele, ameaçador e estranho”. (CHAUÍ, 1980)

Para Pedro Celso campos, em relação a postura do profissional do jornalismo


comunitário, deve ser levado em conta quando se trabalha com veículos comunitários, que
não se pode dispensar as opiniões diversas, para que o leitor tenha uma informação completa,
evitando um jornalismo superficial, muito comum nos grandes veículos que alegam falta de
tempo, ocorrendo muitas vezes um jornalismo tendencioso, antiético, a serviço de grupos e
não da comunidade a que ele se destina.
Ainda sobre a forma de proceder no Jornal comunitário Pedro Celso campos,
argumenta que “por menor que seja o universo de abrangência do veículo – ainda que seja
apenas o jornal da escola – sempre será possível e necessário estabelecer o contraditório em
busca da informação total, redonda, completa, justa, ética, para manter o receptor bem
informado”.
Dentro desta perspectiva se remete artigo 7º do Código de Ética do Jornalista
Brasileiro: “O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu
trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação”.
O Jornalista comunitário pode se tornar mais independente, desde que não se deixe
contaminar pelas elites locais tendenciosas, assim é possível fazer um jornalismo livre, o que
não se consegue em grandes veículos, que o profissional deve se reportar ao dono e ao que
este defende, estes aspectos serão mais aprofundados, no trabalho de conclusão, onde serão
apropriados conteúdos do jornalismo em sua visão geral e do jornalismo comunitário, assim
como do jornal escolar e suas formas de inserção na escola e na comunidade, por meio de
outros teóricos.
Em relação à saúde, este trabalho irá abordar a saúde preventiva, promotora da
qualidade de vida onde o jornal escolar é um dos instrumentos para este fim. Por meio do
jornal é possível abordar temas relevantes como gravidez na adolescência, doenças
sexualmente transmissíveis, drogas, bullying, problemas de origem comportamental, dicas de
saúde como alimentação correta, práticas de higiene, assuntos de saúde de interesse coletivo,
práticas regulares de exercício físico e outros temas relevantes de promoção da qualidade de
vida. É sabido que saúde não é somente a ausência de doenças e sim um conjunto de questões
que permitam a qualidade de vida e essas questões preventivas podem ser abordadas no jornal
escolar trazendo melhoras consideráveis para a comunidade em que a escola está inserida.
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Hoje se fala muito em caos na saúde, hospitais sem vagas, atendimento ineficiente
em postos de saúde, poucos recursos, demanda superior a capacidade de atendimento, assim,
o jornal escolar pode contribuir para promover a saúde e qualidade de vida da população, por
meio de mudança de hábitos, conscientização das partes envolvidas, divulgando notícias de
interesse coletivo que no final irá permitir que a mudança de comportamento desta
comunidade tenha também impacto no serviço de saúde, com menos necessidade de uso de
serviços que a prevenção poderia resolver.
Finalizando o tripé saúde, comunicação e educação, como referencial teórico será
abordada a educação como fator fundamental na promoção da saúde preventiva. A escola é
uma instituição promotora de educação, cultura e conscientização. Por meio da educação se
possibilita a cidadania e cidadãos conscientes e atuantes. A escola não deve fornecer somente
a educação formal aos seus alunos, é necessário também promover práticas educativas de
aproximação comunitária, onde as pessoas se conhecem e se reconhecem em suas angustias e
suas alegrias, assim, a educação é um fator de promoção de conscientização, contribuindo
com a formação de cidadãos mais ativos e conhecedor de seus direitos.
Por meio da educação é possível uma melhora considerável na qualidade de vida da
comunidade. A conscientização, o esclarecimento, o pensar sobre si mesmo, a observação da
realidade em que a comunidade está inserida, o questionar, o mostrar, promoverá mudança de
hábitos, diminuindo o risco de doenças, possibilitando mais oportunidades e menos
investimento em saúde por parte dos governantes. A Educação, por meio do instrumento mais
eficiente, a escola, a comunicação, por meio do jornal escolar, o diálogo com seu público que
é a comunidade, pode ser fator gerador de saúde. Muitas práticas, hábitos e atitude das
pessoas são resultados de sua falta de informação, de conscientização, do questionar.
Tendo o jornal Escolar o olhar voltado para estas questões é possível promover a
saúde por meio da prevenção, através de notícias relevantes, potencialmente transformadora
da realidade em que a comunidade escolar está inserida. Não se pode falar de saúde, sem falar
de comunicação, não se pode falar de saúde sem falar de educação, não se pode falar de
qualidade de vida sem a presença destes três elementos. Assim, o que se questiona é: será que
estes três elementos relacionados é possível promover transformações numa determinada
comunidade?
Diversos autores falam de jornal comunitário, educação para a saúde, mas o tripé
saúde, educação e comunicação é um desafio que ao longo do trabalho vai ser verificado
quanto a sua relevância, suas possibilidades e também quais as dificuldades de implantação e
se é um projeto que possa ser replicado par as demais comunidades.
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3 METODOLOGIA

O método a ser utilizado na monografia será o semiótico, onde será analisado três
jornais da escola José Maurício. Os instrumentos de análise de pesquisa serão de natureza
bibliográfica e documental.
Em relação à verificação de natureza bibliográfica, o campo de análise será o
jornalismo no sentido geral, o jornalismo comunitário e o Jornal escolar. Em relação à
pesquisa de natureza documental, será feita uma análise semiótica dos elementos que
compõem os três exemplares do jornal da Escola José Maurício.
Apesar do estudo das linguagens e dos signos ser bastante antigo, sendo utilizada no
mundo grego, através da análise das enfermidades onde o diagnóstico médico é descrito como
a “parte semiótica” da medicina. O médico grego Galeno de Pérgamo (139-199), por
exemplo, classificou o diagnóstico médico como um processo de semêiosis. Aquilo que os
antigos designaram como semeiótica, portanto, ainda não era a teoria geral dos signos, mas
uma de suas áreas específicas, a saber, o aprendizado médico dos sintomas.
No século XX, houve uma expansão da semiótica sendo o seu uso diversificado e sua
natureza e significação se tornam mais abrangente. Para este projeto, será utilizado o método
semiótico desenvolvido por Charles S. Peirce, pois melhor se ajusta a análise que está sendo
proposta.
Ao contrário de uma ciência especial, a semiótica peirceana é uma das peças de uma
ampla arquitetura filosófica concebida como ciência. Segundo Buczynska- Garewicks (apud
Santaella, 2002, p.12-13) “todos os aspectos do universo sígnicos podem ser analisados sob a
ótica da obra de Peirce”, apesar de ser grande a crítica do uso desta semiótica para estudos
empíricos.
Para Santaella, (2002, p.12-13) a teoria dos signos "é capaz de explicar e interpretar
todo o domínio da cognição humana", nos alertando a necessidade de usá-la buscando uma
apreensão mais completa de seu sentido profundo e multidimensional.
Santaella, (2002, p.15), reforça o uso desta corrente de análise dos signos de Peirce,
apesar da Semiótica por ele abordada ser considerada mais filosófica que científica, por
entender que os signos e suas interpretações vêm crescendo no mundo.
Para analisar o Jornal da escola José Maurício, sob esta abordagem é fundamental
observar a natureza triádica do signo em Peirce. Este pode ser analisado partindo por sua
existência como signo e seu poder de significar (significação), pelo ponto de vista do objeto
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com o qual o signo se relaciona (objetivação) e pelo ponto de vista do seu interpretante, sejam
dos efeitos que é capaz de gerar em seus receptores (interpretação), assim, ao se utilizar desta
linha de pensamento é possível ter uma relação completa com a mensagem: textual,
imagética, e suas inter-relações, os processos de referência e o papel dos receptores e suas
reações com o signo escolhido.
Seguindo estes princípios, ainda, encontramos através dos estudos de Santaella o
caminho metodológico mais claro para analisar o referido jornal:

Na face da referência, a análise semiótica nos permite compreender aquilo que as


mensagens indicam, aquilo a que se referem ou se aplicam. Também nesta face
encontramos três aspectos: o primeiro aspecto deriva do poder meramente
sugestivo tanto sensorial como metafórico das mensagens. O segundo aspecto
deriva do poder denotativo das mensagens, sua capacidade para indicar algo que
está fora delas. O terceiro aspecto deriva da capacidade das mensagens para
representar ideias abstratas e convencionais, culturalmente compartilhadas”.
(SANTAELLA, 2002, p.60)

Ao analisar Jornal da Escola José Maurício e seu público-alvo, é importante


considerar estes aspectos para entender o jornal como signo, que deve ser analisado, em
particular, sob a perspectiva de seu interpretante.
Conforme Santaella, a imagem situa-se entre a representação e a imaginação:

O conceito de imagem se divide num campo semântico determinado por dois polos
opostos. Um descreve a imagem direta perceptível ou até mesmo existente. O outro
contém a imagem mental simples, que, na ausência de estímulos visuais, pode ser
evocada. Essa dualidade semântica das imagens como percepção e imaginação se
encontra profundamente arraigada no pensamento ocidental. (SANTAELLA, 2005)

Concluindo, a semiótica será utilizada neste trabalho para a verificação do sentido


que o Jornal representa, analisando os seus aspectos conotativos e denotativos e
principalmente as interpretações geradas a partir destes dois aspectos.
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4 AMOSTRAGEM

Para este projeto de monografia, o tipo de amostragem que será utilizada será a
amostragem não-probabilística.
A amostra a ser utilizada serão os três exemplares do Jornal da escola José Maurício,
de Dezembro de 2009, Setembro de 2010, Dezembro de 2010 e de Maio de 2011, onde serão
analisados os elementos semióticos presentes, desde as matérias, diagramação, imagens,
textos, entre outros elementos.
Além das amostragens indicadas, será feita uma análise de uma pesquisa do jornal
sobre como a comunidade da escola visualiza o seu próprio jornal.

5 RECURSOS

Os recursos necessários para a execução deste projeto serão os três exemplares do


jornal, uma sala multimídia para a apresentação dos resultados mensurados, em power point,
computador com conexão a internet, para pesquisas bibliográficas sobre jornalismo,
programas de computadores específicos para tabulação de planilhas e gráficos. Para
complemento do referencial teórico que será abordado na monografia, serão utilizadas
também bibliotecas e livrarias para pesquisas.

6 CROOGRAMA

Atividade Dezembro/10 Janeiro/11 Fevereiro/11 Março/11 Abril/11


Definição do X
Pré Projeto
Entrega Pré X
Projeto
Referencial X X X X X X X X X X X
teórico
Coleta de dados X X X X X X X X
Análise X X X X X X
Revisão final X
Entrega TCC X
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REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JOLY, Martine. Introdução à analise da imagem. Campinas: SP: Papirus, 1996.152 p

SANTAELLA, Lúcia. Semiótica aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002,186 p.

SANTAELLA, Lúcia; NÖTH, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo:
Iluminuras 2005, 222 p.

TRAVANCAS, Isabel Siqueira. O mundo dos jornalistas. São Paulo: Summus, 1992

SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. Rio: Mauad,1999.

RIBEIRO, Alex. Caso escola-base – Os abusos da imprensa. São Paulo: Ática, 1995.

FREIRE, Paulo. Educação e mudança ( vídeo ). Brasília: Banco do Brasil, 1994.

KARAN, Francisco José. Jornalismo, ética e liberdade. São Paulo: Summus, 1997.

LOPES, Dirceu Fernandes. Jornal laboratório – Do exercício escolar ao compromisso com


o público leitor. São Paulo: Summus, 1989.

CALLADO, Ana Arruda; ESTRADA, Maria Ignez Duque. Como se faz um jornal
comunitário. Petrópolis: Vozes, 1986.

PAIXÃO, Sandra. O jornal escolar: uma releitura da comunicação. São Paulo: Edicon,
2000.

MEC. Caderno de educação popular e saúde. Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão


Estratégica e Participativa - Departamento de Apoio a Gestão Participativa, 2007.

MANUAL. Educação em saúde. Planejando as Ações Educativas,Teoria e Prática. Governo


do Estado de São Paulo, 1997, revisto em 2001.

MARTINS, Carla Macedo (Org.) Educação e saúde. / Organizado por Carla Macedo Martins
e Anakeila de Barros Stauffer. Rio de Janeiro: EPSJV / Fiocruz, 2007.
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8 AEXOS

AEXO A
Imagens referentes ao Jornal da Escola José Maurício - Edição nº 4
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