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Execução Penal I Lei n. 7.

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Ocorre, contudo, que referidos conflitos não se limitam aos "incidentes da execução", tendo lu-
gar a intervenção do Poder Judiciário em qualquer fase do processo, uma vez que, conforme preceitu-
ado no art. S 2 , X X X V , da C F : "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de
direito". Inclusive, não é admitida a aplicação e a execução da pena sem o devido processo legal, em
obediência ao disposto no inciso LIV do citado artigo, que dispõe: "ninguém será privado da liberdade
ou de seus bens sem o devido processo legal".
Em razão disso, sustenta-se a "jurisdicionalização da execução penal", posto que a atividade do
juiz possui caráter jurisdicional, não obstante atos de cunho administrativo acompanharem o desempe-
nho da sua função.
Inclusive, o já mencionado art. 2- da Lei de Execução Penal cuida de ponto crucial, pois a inci-
dência do princípio da jurisdicionalidade garante o respeito aos direitos dos condenados e a não desvin-
culação do que foi previsto na sentença condenatória através de práticas parciais e arbitrárias.

2.5. Princípio reeducativo


Segundo este princípio, a execução penal deve operar-se com vistas a tentar reeducar e reinte-
grar o condenado à sociedade, na medida da aceitação deste.Trata-se, na verdade, de um ideal que deve
ser buscado pelos órgãos da execução, não obstante o caráter retributivo e preventivo da sanção penal.

3. Direitos do condenado
Preceitua o art. 3" da L E P : " A o condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não
atingidos pela sentença ou pela lei".
Portanto, aos condenados a pena privativa de liberdade estão restringidos os direitos de ir e vir e
o direito à intimidade, posto que são direitos incompatíveis com a natureza dessa pena. Mas não estão,
contudo, suprimidos os demais direitos individuais passíveis de serem exercitados com a pena imposta.
Estão garantidos, conforme previsão expressa da Lei de Execução Penal, os direitos à vida, à integrida-
de física, à alimentação, à liberdade de crença, ao sigilo de correspondência, à propriedade, dentre
outros.
Assim, o preso tem direito a tratamento médico, conforme disposto no art. 14 da lei, podendo,
inclusive, contratar profissional de sua confiança (art. 43). O art. 18 do mesmo diploma prevê o direi-
to ao ensino, já que, dentre as finalidades da pena, está a reeducação do condenado. Há também direito
à liberdade de culto, previsto no art. 24, permitindo aos condenados a participação aos cultos religio-
sos, se assim o desejar, uma vez que a liberdade de religião está garantida pela Constituição Federal.
Outro importante direito do condenado é a assistência jurídica, prevista nos arts. IS, 16 e 41,
VII, da LEP, asseguradas as consultas entre os presos e advogados.

3.1. Direito ao sigilo da correspondência


Interessante questão a ser enfrentada diz respeito ao direito ao sigilo de correspondência do
preso e à possibilidade de o Estado proceder à violação do conteúdo de cartas e outros documentos que
são enviados aos presos e pelos presos.
Não se pode olvidar que, devido ao cumprimento da pena, não há como se preservar absoluta-
mente os direitos individuais não atingidos pela sentença, em detrimento de outros tão importantes a
garantia dos interesses da coletividade.

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