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RESUMO
Esforços de conservação e investigações biológicas no Pantanal encontram-se nos estágios iniciais de pesquisa básica e
identificação dos fatores de ameaça. Este trabalho pretende contribuir com tais esforços, estudando os hábitats aquáticos que
são caracterizados por comunidades de peixes e invertebrados altamente diversas e produtivas. Informações ecológicas básicas
para a maioria dos invertebrados e peixes de pequeno porte, sem valor comercial, são raras e até mesmo não existentes. Esses
organismos formam a base alimentar para muitas outras espécies que são mais conhecidas e mais valorizadas no Pantanal,
como jacarés, tuiuiús, ariranhas, etc. O status das comunidades de água doce também podem ser utilizadas como indicador
da saúde do ambiente. Os objetivos iniciais foram documentar a composição das espécies e características físico-químicas
na variedade dos hábitats aquáticos bem preservados no Pantanal de Nhecolândia e do Rio Negro. Alguns pontos de coleta
foram amostrados várias vezes a fim de detectar tendências sazonais. Foram observadas diferenças marcantes entre os hábitats
que corresponderam bastante com as descrições feitas pelo povo da região, os pantaneiros. Os dados preliminares serão
utilizados para desenvolver futuros projetos de cunho ecológico, projetos de monitoramento e estratégias de conservação. A
longo prazo, espera-se utilizar os dados das regiões bem preservados como uma referência para monitoramento ao longo de
tempo e para avaliações do nível de perturbação nas comunidades aquáticas em outros regiões.
Palavras-chave: Hábitats aquáticos. Características físico-químicas. Macroinvertebrados. Peixes. Conservação. Pantanal
de Nhecolândia e do Rio Negro.
de conservação. Os objetivos de nosso levantamento com as percepções do povo local sobre os habitats
preliminar foi classificar os habitats aquáticos da aquáticos?
região e documentar a composição de espécies e Esse questionamento permitirá confirmar
características físico-químicas. e/ou refinar as opiniões e as atitudes de
fazendeiros, peões, e outros naturalistas locais no
2. MATERIAL E MÉTODOS contato com a comunidade e a educação.
lixiviados pela vegetação de floresta de galeria e das Siluriformes). Grandes invertebrados foram escassos
outras áreas inundadas. De forma geral, os níveis na areia do fundo do rio mas conchas de bivalves
de oxigênio no rio estiveram altos, o pH perto de de água doce foram freqüentemente encontradas.
neutro e a alcalinidade (capacidade tampão da Os habitats lênticos de água escura
água) baixa. Tabuleiros de vegetação flutuante de conectam-se ao rio durante a estação das cheias
aguapé (Eichornia sp., Pontederiaceae) chamados (Janeiro até Abril), mas tornam-se mais ou menos
de camalotes formaram-se ao redor de acúmulos isoladas durante a estação da seca (Julho a
de matéria orgânica nas margens do rio. Outubro). Ao longo do Rio Negro no Pantanal, as
A Tabela 2 mostra uma lista preliminar áreas de floresta de galeria inundada semelham os
das espécies de peixes encontradas na Fazenda igapós de Amazônia. São poças temporárias que
Rio Negro. A Figura 1f mostra a média de número se formam na época das chuvas e desaparecem
de espécies de peixes capturados em cada habitat na estação seca. Elas geralmente contêm muito
por localidade e por data de amostragem. O detrito orgânico da floresta, valores baixos de pH,
número de espécies capturados no Rio Negro foi baixas temperaturas (devido ao sombreamento
intermediário aos de outros habitats. Acredita- da floresta) e níveis baixos de oxigênio (Figs
se que houve uma subestimação causada pela 1a - c). Como todos os habitats intimamente
dificuldade de amostragem, especialmente, em associados ao rio, condutividade e alcalinidade
áreas mais profundas no meio do canal do rio. foram baixos (Figuras 1d - e). A comunidade de
Ao longo de praias arenosas rasas, encontraram-se peixes na floresta de galeria inundada consistiu
cardumes de pequenos caracídeos e ciclídeos, e.g. de umas poucas espécies de peixes pequenos,
Apareiodon affinis (Parodontidae: Characiformes), mas, às vezes, em grande quantidade (Figura 1f).
Astyanax sp. (Characidae: Characiformes), e Espécies típicas encontradas foram curimatídeos
Satanoperca pappaterra (Cichlidae: Perciformes). detritívoros (Curimatidae: Characiformes) e o
Em poças mais profundas, e.g. no fin jusante insentívoro Triportheus paranaensis (Characidae:
das praias, omnívoros como Leporinus friderici Characiformes). Essas poças foram as únicas áreas
(Anostomidae: Characiformes) e o detritívoro onde foram encontrados peixes anuais, Rivulus sp.
migratório Prochilodus lineatus (Prochilodontidae: (Rivulidae: Cyprinodontiformes). Essas espécies
Characiformes) foram bastante comuns. Durante são notáveis por sua habilidade de autofertilização
a estação chuvosa, pacus frugívoros/herbívoros e por seus ovos sobreviverem à dissecação na lama
Piaractus mesopotamicus (Characidae: seca de poças temporárias.
Characiformes) foram pescados próximos a bancos Corixos são canais sazonais que atravessam
de rios, com varas de pescas iscadas com frutos. as margens do rio durante a estação das cheias
Capturaram-se outros peixes de importância e interligam o canal do rio a habitats de floresta
comercial no canal principal do rio, incluindo de galeria, i.e., “oxbows” e poças temporárias.
a piraputanga, Brycon microleps (Characidae: Na estação seca, a água que permanece nos
Characiformes), o dourado, Salminus brasiliensis corixos sustenta uma fauna de peixes diversificada
(Characidae: Characiformes), e o pintado, formada por bagres, caracíneos e ciclídeos que
Pseudoplatystoma corruscans (Pimelodidae: ficaram represados quando as águas diminuíram
taboas. Os outros tipos de baías identificados Mesonauta festivus, e Apistogramma spp. (ambos
estão descritos na Tabela 1. Cichlidae: Perciformes). Guarus (Poeciliidae:
Uma típica baía de macrófitas apresenta Cyprinodontiformes) e outro pequeno caracíneo,
várias zonas de macrófitas emergentes, flutuantes Pyrrhulina australis (Lebiasinidae: Characiformes)
e submersas. Gramíneas e arbustos semi-aquáticos foram muito abundantes em águas rasas próximos
ocorrem nas margens. Poucas baías de macrófitas à margem. Peixes pulmonados, Lepidosiren
apresentavam ligações diretas com o rio durante paradoxa (Lepidosirenidae: Lepidosireniformes),
a estação das cheias e a maioria delas recebia muçum, Synbranchus marmoratus (Synbranchidae:
água da chuva e freática (subterrâneo). À Synbranchiformes), tuviras, e.g. Eigenmannia
medida que o nível da água aumenta na estação trilineata (Sternopygidae: Gymnotiformes) e
chuvosa, cadeias de baías vizinhas se conectavam bagres, em geral Corydorus spp. (Callichthyidae:
pela inundação de áreas baixas de campos de Siluriformes) foram coletados no fundo lodoso
gramíneas denominadas vazantes. O nível da água e entre a vegetação flutuante de macrófitas.
oscilante é acompanhado por alterações sazonais Hoplias malabaricus (Erythrinidae: Characiformes)
na vegetação aquática e semi-aquática marginal. foi um predador comum em baías de macrófitas
A água de uma baía de macrófitas típica é e piranhas Serrasalmus sp. foram encontradas em
transparente e o substrato consiste de um camada algumas baías.
espessa de detritos de plantas aquáticas e lama. Baías de taboas são dominadas por
Os níveis de oxigênio e temperatura variaram conjuntos monoespecíficos de taboas, Typha sp.
substancialmente de acordo com a distância até (Typhaceae). Essas baías apresentaram valores mais
a margem e profundidade (discutido abaixo). altos de pH, condutividade e alcalinidade (Figs 1c
O pH esteve perto do neutro, mas os valores - e) em relação às baías de macrófitas e habitats
de alcalinidade e condutividade geralmente de água escura. A água é turva com partículas
estiveram um pouco maiores que os de habitats suspensas de sedimento e o substrato consistiu de
de águas escuras. lama anaeróbica. Apenas algumas poucas espécies
As comunidades de macroinvertebrados de peixes foram capturadas em tais baías, e.g.
aquáticos em um baía de macrófitas consistiram Pyrrhulina australis (Lebiasinidae: Characiformes),
de grandes caramujos-maçã, Pomacea spp. guarus (Poeciliidae: Cyprinodontiformes), e
(Ampullariidae: Gastropoda), caranguejos Crenicichla sp. (Cichlidae: Perciformes). A
(Trichodactylidae: Decapoda), camarões comunidade de invertebrados também apresentou
(Palaemonidae: Decapoda), sanguessugas menos diversidade, consistida principalmente de
(Hirudinae), ninfas de libélulas (Odonata), caramujos (Pomacea sp.), alguns poucos tipos de
hemípteras (Hemiptera), besouros (Coleoptera), ninfas de libélulas (Odonata) e insetos aquáticos
e moscas (Diptera). Várias espécies de pequenos de respiração aérea (Hemiptera).
caracíneos e ciclídeos habitam as baías de As salinas são os habitats aquáticos mais
macrófitas, e.g. Hyphessobrycon spp., Aphyocharax extremos e variáveis em termos de características
spp., Moenkhausia spp., Characidium spp., físico-químicas (Figuras 1a - e). As temperaturas
Roeboides spp. (todos Characidae: Characiformes), nas salinas registradas no final da estação seca
várias salinas ficaram restritas a pequenas poças. Se a noite, o oxigênio estocado, que não foi usado pelas
perda de água se deve primariamente à evaporação, plantas, foi gradualmente liberado para a água do
bicarbonatos e outros íons poderiam estar altamente lago. Quando a taxa de respiração do lago excedeu
concentrados nos lagos. a liberação de oxigênio pelas macrófitas (em torno
da meia-noite), os níveis de oxigênio começavam
3.3 CICLOS NICTIMERAIS DA a diminuir novamente. Suspeita-se que a diferença
QUÍMICA DA ÁGUA entre as curvas de oxigênio nas duas salinas
refletiram as diferenças na biomassa de algas.
Medições nictimerais da química da água
A Figura 4 mostra os níveis de oxigênio
revelaram que os níveis de pH, alcalinidade e
bentônico e superfície, a partir da margem até o
condutividade estiveram relativamente estáveis em
meio da baía de macrófitas durante um período
duas baías e duas salinas. No entanto, temperatura
de amostragem durante a manhã. É possível
e oxigênio flutuaram substancialmente durante o
observar que os níveis de oxigênios estiveram
período de 24 horas. Uma das baías era a típica
baixos e diminuíram com a profundidade nas
baía de macrófitas com a condutividade média
zonas de macrófitas emergentes e flutuantes. Em
de 0,05 mS/cm e a outra continha taboas e
águas abertas, onde a mistura da água ocorre mais
condutividade média de 0,93 mS/cm. A salina 4
facilmente, as diferenças entre níveis de oxigênio
apresentou condutividade média de 2,93 mS/cm,
bentônico e superfície foram mínimas. Observa-se
e a salina 3 de 5,43 mS/cm.
um padrão similar na baía de taboas. No entanto,
As Figuras 3a e 3b mostram os resultados
as salinas, que estão bem misturadas por vento e
das medições registradas em água aberta perto de
não suportam muitas macrófitas, não mostraram
superfície da água. Ambas as salinas apresentaram
diferenças grandes nos níveis de oxigênio em relação
maiores temperaturas do que as baías mas as
à distância da margem nem à profundidade.
baías de taboas apresentaram a maior variação
de temperaturas num ciclo diário (Figura 3a).
4 CONCLUSÃO
As alterações em porcentagem de saturação de
oxigênio nas duas salinas e na baía de taboas Utilizando os registros de amostragem,
mostraram o padrão esperado de valores mínimos estima-se que os habitats aquáticos na Fazenda
no início da manhã e máximos no final da tarde Rio Negro compreendem 35% de habitats de água
(Figura 3b). No entanto, a baía de macrófitas escura, 44% de baías (todos os tipos), e 17% de
apresentou uma inversão brusca de padrões, com salinas. No futuro, serão integrados os dados do
valores mínimos de oxigênio no final da tarde e levantamento com análises de SIG e estimativas
máximos em torno da meia-noite. Esses resultados sobre a disponibilidade de habitats aquáticos em
sugerem um intervalo temporal na liberação de medições de área e volume. Medições de pH,
oxigênio, fato comum para algumas macrófitas alcalinidade, e condutividade/salinidade mostraram
(Wetzel, 1983). Nessas baías, apenas os efeitos da o maior potencial para distinguir e classificar
respiração foram observados durante o dia, porque habitats aquáticos. Tais medições podem ser obtidas
o oxigênio produzido durante a fotossíntese foi rapidamente e são relativamente estáveis tanto
estocado nos tecidos das macrófitas. Após o cair da
iniciado também um levantamento quantitativo Peixes do Pantanal: Manual ilustrado com chave
dos peixes, especialmente ao longo dos rios. O de identificação das 263 espécies de peixes que
ocorrem na planície pantaneira. Embrapa do
monitoramento de alterações nas populações
Pantanal, Corumbá·, MS, Brasil. 1999, 184 p.
da ictiofauna será uma ferramenta muito útil na
demonstração dos efeitos do assoreamento e DONATELLI, R. J. 2003. Birds and dynamic
habitat mosaics in the Pantanal, southwestern
outras ameaças ao ambiente.
Brazil. Annual Report for Earthwatch Institute.
ABSTRACT
Conservation efforts and biological investigations in GOMES, L.; VILLELA, R. 1999. Uma ferida no
the Pantanal are in the early stages of identification verde. Veja. Editora ABRIL, edição 1 600, ano 32,
of environmental threats and baseline exploratory
n8 22, 96-99.
research. We plan to contribute to these efforts
by studying a range of aquatic hábitats that HAMILTON, S. K. 1999. Potential effects of a major
characteristically have diverse and highly productive navigation project (Paraguay-Paraná hidrovía) on
communities of freshwater invertebrates and fishes.
inundation in the Pantanal floodplains. Regulated
Basic ecological information is rare for these hábitats
and nonexistent for most of the invertebrates and Rivers: Research & Management 15: 289-299
smaller, non-commercial fishes. The latter are the food
HUTCHINSON, G. E. A treatise on limnology,
base for many of the charismatic species identified
volume I, geography, physics, and chemistry. John
with the Pantanal, e.g. caiman, jabiru storks, and giant
otters. The status of freshwater communities also can Wiley & Sons, Inc., New York, NY. 1957, 1015 p.
be used as an indication of environmental health. Our
KEUROGHLIAN, A.; EATON, D. P.; DESBIEZ,
initial goals were to document species composition and
physicochemical characteristics in the diverse array of A. 2005. Habitat fragmentation and potential
well-preserved aquatic hábitats in the Nhecolândia extinction of frugivores in two Neotropical
and Rio Negro regions of the Pantanal. We sampled ecosystems: role of fruit availability and diversity.
some sites repeatedly to monitor seasonal trends. Frugivores and Seed Dispersal International
Marked differences among the hábitats were observed Symposium, Brisbane, Australia.
and corresponded closely with hábitat descriptions
provided by native “pantaneiros” (local people). These POR, F. D. The Pantanal of Mato Gross (Brazil),
preliminary data will be used to plan and develop future Kluwer Academic Publishers, Dordrecht. 1995,
ecological investigations, monitoring programs, and
622 p.
conservation strategies. Our long-term goals are to use
the baseline (or reference) information collected from POTT, V.; POTT, A. Plantas Aquáticas do Pantanal.
well-preserved aquatic communities and hábitats for EMBRAPA, Brasília, Brasil. 2000, 404 p.
monitoring temporal changes and detecting disturbance
in other regions of the Pantanal. TALLING, J. F.; WOOD, R. B.; PROSSER, M.
V.; BAXTER, R. M. 1973. The upper limit of
photosynthetic productivity by phytoplankton:
REFERÊNCIAS
evidence from Ethiopian soda lakes. Freshwater
Biology 3:53-76.
ADÁMOLI, J. 1982. O Pantanal e suas relações
fitogeográficas com os Cerrados. Discussão sobre Wetzel, R. G. Limnology, second edition. Saunders
o conceito do “Complexo do Pantanal,” XXXII College Publishing. Philadelphia, PA. 1983, 767 p.
Congresso Nacional de Botânica. Teresina, Piaui:
109 -119. Wetzel, R. G.; G. E. Likens. Limnological analyses.
Springer-Verlag, New York, NY. 1991, 994 p.
APHA. Standard methods for the examination of
water, sewage, and wastewater, 19th Ed. American Willink, P. W.; Chernoff, B.; Alonso, L. E.;
Public Health Association, New York, NY. 1995. Montambault, J. R.; Lourival, R., Eds. A Biological
BRITSKI, H. A.; SILIMON, K. Z.; BALZAC, B. S. Assessment of the Aquatic Ecosystems of the Pantanal,
TABELA 1 - Hábitats aquáticos no Pantanal de Nhecolândia e do Rio Negro, Fazenda Rio Negro, Aquidauana, Mato
Grosso do Sul, Brasil
Alcalinidade total Condutividade
Hábitats pH Descrição do Habitat
(meq/l) específica (mS/cm)
Rio Negro 6,5 – 7,5 0,2 – 0,5 0,02 – 0,05 Rio de águas escuras; substrato
arenoso; presença de camalotes
represados pelas raízes e árvores
caídas
“Oxbows”, 6,5 – 9,3 0,2 – 0,3 0,03 – 0,04 Habitats lênticos; remanescentes
braços mortos, de meandros do rio; águas
lagos marginais escuras; parcialmente ou
totalmente isolados do rio
durante a estação seca; substrato
arenoso ou de silte; hábitats
longos e profundos com a
presença de camalotes
Corixos 6,1 – 7,0 0,2 – 0,9 0,02 – 0,09 Canais sazonalmente inundados;
ligando poças, “oxbows” e outras
águas da floresta de galeria ao rio
durante a estação chuvosa; poças
isolados do canal persistem
durante a estação seca
Floresta de 5,3 – 6,7 0,4 – 0,5 0,03 – 0,06 Poças de água inundados
galeria inundada sazonalmente na floresta de
galeria; bem sombreadas;
substrato arenoso e de silte
com muito detrito orgânico da
floresta
Habitats de Nhecolândia:
Vazantes 4,2 – 6,4 0,2 – 0,5 0,5 – 0,07 Campos inundados
sazonalmente; largos e rasos;
drenagem das águas de chuva;
ligações entre baías e outros
habitats durante a estação
chuvosa
Baías 4,2 – 9,3 0,1 – 8,2 0,02 – 1,13 Lagos rasos; permanentes
ou temporários; com baixa a
média salinidade; zonas de
plantas aquáticas diversificadas
e produtivas; substratos de silte
e detrito orgânico
- baías de 5,3 – 7,7 0,2 – 1,8 0,02 – 0,22 Zonas de plantas aquáticas
macrófitas diversificadas e produtivas
- baías 4,2 – 6,7 0,1 – 0,6 0,02 – 0,24 Apresentam água apenas durante
temporárias alguns anos na estação chuvosa
- baías de 5,5 – 9,3 0,2 – 2,7 0,02 – 0,40 Grandes baías com alta
água aberta porcentagem de água aberta e
estreita faixa de macrófitas
- baías de 5,0 – 6,8 0,2 – 0,5 0,02 – 0,07 Associadas a grandes campos
vazantes inundados
Salinas 8,8 – 10,5 8,3 – 93,0 0,90 – 15,88 Lagos rasos de água salobra e
altamente alcalina; salinidades
entre 2 - 45% da água do
mar; tipicamente, com poucos
tipos de plantas aquáticas e
nenhuma espécie de peixe,
mas comunidades de algas e
invertebrados produtivas
TABELA 2 - Lista preliminar das espécies de peixes encontradas na Fazenda Rio Negro, Aquidauana, MS, Brasil entre
Janeiro de 2001 e Dezembro de 2002. A classificação e os nomes comuns seguem (BRITSKI et al.,1999). As estimativas
do número das espécies não identificadas nas categorias taxonômicas são mostradas entre parênteses.
Ordem:
Família:
Subfamília: Gênero Espécie Nome comum
Myliobatiformes:
Potamotrygonidae: Potamotrygon motoro raia
Lepidosireniformes:
Lepidosirenidae: Lepidosiren paradoxa pirambóia
Characiformes:
Characidae:
Bryconinae: Brycon microlepis piraputanga
Triportheinae: Triportheus paranensis sardinha
Tetragonopterinae: Tetragonopterus argenteus sauá
Markiana nigripinnis lambari-campo
Gymnocorymbus ternetzi tetra-preto
(2 espécies não-
Moenkhausia lambari
identificadas)
Bryconops melanurus
Astyanax bimaculatus lambari
(> 5 espécies não-
Astyanax lambari
identificadas)
(3 espécies não-
Hemigrammus
identificadas)
Hyphessobrycon eques mato-grosso
(2 espécies não-
Hyphessobrycon mato-grosso
identificadas)
Aphyocharacinae: Aphyocharax anisitsi
Aphyocharax paraguayensis
Aphyocharax rathbuni
(2 espécies não-
Cheirodontinae: Odontostilbe
identificadas)
Salmininae: Salminus brasiliensis dourado
(2 espécies não-
Characinae: Roeboides saicanga
identificadas)
Acestrorhynchinae: Acestrorhychus pantaneiro peixe-cachorro
Stethaprioninae: Poptella paraguayensis saia-branca
Myleinae: Catoprion mento catirina
Myloplus levis pacu-peva
Metynnis mola pacu-peva
Metynnis maculatus pacu-peva
Mylossoma orbignyanum pacu-peva
Piaractus mesopotamicus pacu
Serrasalminae: Pygocentrus nattereri piranha
Serrasalmus marginatus piranha
Serrasalmus spilopleura piranha
Cyprinodontiformes:
Poeciliidae: Pamphorichthys hasemani guaru
Rivuliidae: (3 espécies não-identificadas)
Beloniformes:
Belonidae: Potamorhaphis eigenmanni peixe-agulha
Perciformes:
Sciaenidae: Plagioscion ternetzi corvina
Cichlidae: Apistograma (4 espécies não-identificadas) cará
Gymnogeophagus balzanii cará
Satanaperca pappaterra cará
joana-guensa
Crenicichla vittata
ou joaninha
joana-guensa
Crenicichla lepidota
ou joaninha
Aequidens plagiozonatus cará
Laetacara dorsigera cará
Mesonauta festivus cará
Synbranchiformes:
Synbranchidae: Synbranchus marmoratus muçum
Pleuronectiformes:
Achiridae Catathyridium jenynsii solha ou linguada
Figura 1a-f – Valores médios e erro-padrão de temperatura (a), porcentagem de oxigênio saturado (b), pH (c), alcalinidade (d),
condutividade (e), número de espécies de peixes capturados por localidade e por período amostral (f) em habitats
aquáticos; de janeiro, 2000 a Outubro, 2001, Fazenda Rio Negro, Aquidauana, MS, Brasil (n=96 localidades).
Figura 2a-d - Padrões sazonais (média ±desvio-padrão) de temperatura (a), pH (b), alcalinidade (c), e condutividade (d)
para salinas, baías de macrófitas e localidades no rio, Fazenda Rio Negro, Aquidauana, MS, Brasil.
Figura 3a-b - Mudanças de temperatura (a) e oxigênio, expressado como % saturado (b), durante 24 horas em 2
salinas e 2 baías (medidas em águas abertas, perto da superfície, no meio do lago), Fazenda Rio Negro,
Aquidauana, MS, Brasil
Figura 4 - Padrões de superfície e bêntico (no substrato) de oxigênio dissolvido (OD) e profundidade, da margem para
o centro do lago; baía 3, 8/Agosto/2001, 9:00, Fazenda Rio Negro, Aquidauana, MS, Brasil.