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Bibliografia: António Montalvão Machado e Paulo Pimenta, O Novo Processo Civil, 8ª.
Edição, 2006.
Código Civil
Código Processo Civil
3 Blocos de matéria
Introdução
Processual
Tramitação
Processual Civil – Conjunto de regras e dos comandos normativos que acompanham a vida de
uma acção em tribunal desde a sua instauração até ser proferida a decisão que lhe ponha termo,
até transitado em julgado. O Direito Processual Civil não se limita a acompanhar a vida da
acção, impõe-lhe uma tramitação muito própria, tudo se sucede de acordo com as regras e
limites que devem ser respeitados e seguidos. O processo é pois um conjunto de normas
tendentes a constituir um caminho que possibilite a resolução de diferendos. O processo
significa que há um progresso e não apenas uma simples sucessão de actos, ou seja todos os
actos são progressivos e destinam-se á resolução do litígio, o processo apenas avança nunca
retrocede.
De outra maneira…
Processo civil - É uma sequência de actos destinados à justa composição, por um tribunal, de
um conflito de interesses privados.
Direito civil - É constituído pelo conjunto de normas que regulam as relações jurídicas entre
particulares ou entre os particulares e o Estado, desde que despido da sua função de soberania.
Direito processual civil -Conjunto das normas que ditam os trâmites da actividade dos tribunais
civis.
Tribunais judiciais - São os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça
em nome do povo. (art. 1° da Lei n° 3/99 de 13/1, Lei de Organização e Funcionamento dos
Tribunais Judiciários; art. 202°/1 da CRP
Nota: O autor é o que instaura a acção em tribunal, apresentando uma petição inicial. O réu é
aquele contra quem a acção é intentada, pode defender-se através da apresentação da
contestação.
Nota: O Autor e Réu são partes e têm exactamente o mesmo estatuto de direitos e deveres.
A alçada do tribunal está ligada com o patamar limite até ao qual um determinado tribunal
decide sem possibilidade de recurso:
• 1º.Instancia ou de comarca 3.740,98 euros
• Relação 14.963,94 euros
ARTIGO 266.º
(PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO)
1. Na condução e intervenção no processo, devem os magistrados, os mandatários judiciais e as
próprias partes cooperar entre si, concorrendo para se obter, com brevidade e eficácia, a justa
composição do litígio.
2. O juiz pode, em qualquer altura do processo, ouvir as partes, seus representantes ou mandatários
judiciais, convidando-os a fornecer os esclarecimentos sobre a matéria de facto ou de direito que se
afigurem pertinentes e dando-se conhecimento à outra parte dos resultados da diligência.
3. As pessoas referidas no número anterior são obrigadas a comparecer sempre que para isso forem
notificadas e a prestar os esclarecimentos que lhes forem pedidos, sem prejuízo do disposto no n° 3
do artigo 519.º.
4. Sempre que alguma das partes alegue justificadamente dificuldade séria em obter documento ou
informação que condicione o eficaz exercício de faculdade ou o cumprimento de ónus ou dever
processual, deve o juiz, sempre que possível, providenciar pela remoção do obstáculo.
Princípio do inquisitório
Princípio contraposto ao princípio do dispositivo.
No essencial o princípio do inquisitório traduz-se em permitir ao tribunal proceder, por sua
iniciativa, à procura de verdade material. Este princípio vigora naquelas situações em que o
legislador entendeu que não deveria deixar às partes a condução do processo, porque estão em
causa posições subjectivas merecedoras de uma tutela mais apurada.
É o caso, por exemplo, de situações em que estão em causa relações materiais que não estão
entregues à disponibilidade das partes. Exemplo paradigmático da aplicação deste princípio é o
processo penal, por razões de ordem pública e, também, de garantia dos direitos fundamentais
dos arguidos.
Princípio da imediação
Contacto pessoal entre o juiz e as diversas fontes de prova.
O objectivo principal é permitir ao juiz apreciar a veracidade das provas produzidas por reporte
à apreciação pessoal que faz da credibilidade da prova que é produzida. Por essa razão, a
prestação de testemunhos por escrito constitui excepção no âmbito dos processos judiciais.
Princípio da oralidade
É muito ligado ao princípio da imediação.
Este princípio tenta garantir que o juiz tenha a possibilidade de assistir à maior parte dos actos
processuais, nomeadamente, à intervenção dos advogados, especialmente, no âmbito do
julgamento. Trata-se uma vez mais de garantir que o juiz consiga a aperceber-se do grau de
convicção que os advogados das partes põem na defesa do seu cliente.
•A segunda limitação tem que ver com os factos de que o juiz tenha conhecimento em virtude
do exercício das suas funções.
Ao nível do contencioso administrativo esta segunda limitação tem excepcional importância,
uma vez que quando é impugnado um acto o órgão administrativo que o praticou deve enviar
para o tribunal o processo administrativo relativo a esse acto – o processo instrutor.
Por esse facto o juiz administrativo, para além dos factos invocados pelas partes toma
conhecimento no exercício das suas funções, através do processo instrutor, de outros factos
relativos à causa, devendo, por isso, ponderá-los na sua decisão. O juiz encontra-se, contudo,
limitado a considerar os factos que tenham relevância relativamente aos vícios invocados pelo
recorrente, não podendo concluir pela existência de vícios que não foram invocados, por isso se
diz que a sentença favorável à Administração Pública é confirmativa da validade do acto
relativamente aos vícios invocados, mas não atesta plenamente a validade do acto, pois não o
analisa na sua plenitude.
Impulso processual – Não é o estado como no processo penal mas a parte interessada
no mesmo – art-264º CPC
Apresentação dos factos – O tribunal não tem a capacidade para julgar mais do que
aquilo que as partes alegam. Art.264ºnº3 faz referência à integração dos factos alegados;
as partes lançam os factos para o processo e o tribunal não pode altera-los ou rectifica-
los. Os factos terão, no entanto, que ser apresentados com peso e medida.
Limites da sentença – O Juiz não pode condenar em mais do que aquilo que foi pedido.
Ao nível dos negócios jurídicos – não são possíveis em tribunal ao nível do processo penal mas
já o são ao nível do processo civil e, podem verificar-se a 3 níveis:
• Desistência do autor
• Confissão pelo réu
• Transacções entre autor e réu.
Esta última solução é aquela que se verifica no direito civil português, normalmente as partes
chegam a um acordo, até por questões de celeridade.
ARTIGO 4.º
(ESPÉCIES DE ACÇÕES, CONSOANTE O SEU FIM)
1. As acções são declarativas ou executivas.
2. As acções declarativas podem ser de simples apreciação, de condenação ou constitutivas.
Têm por fim:
a) As de simples apreciação, obter unicamente a declaração da existência ou inexistência de um
direito ou de um facto;
b) As de condenação, exigir a prestação de uma coisa ou de um facto, pressupondo ou prevendo a
violação de um direito;
c) As constitutivas, autorizar uma mudança na ordem jurídica existente.
3. Dizem-se acções executivas aquelas em que o autor requer as providências adequadas à
reparação efectiva do direito violado.
As acções são:
Declarativas
o O autor procura que o tribunal declare a solução, com fundamento no direito
substantivo, para um determinado caso
Executivas
o Aquelas em que o autor requer as providências adequadas à reparação efectiva do
direito violado. É invocada a falta de cumprimento de uma obrigação constante
de documento, que constitui o título executivo. O exequente requer a
reintegração do direito violado ou a aplicação de sanções pela violação
Há acções declarativas que pela sua natureza e objectivos, não geram sentenças
condenatórias, ou seja, acções executivas.
O réu pode, depois de condenado, cumprir por sua livre vontade a obrigação, não
desencadeando deste modo a acção executiva.
A lei reconhece determinados documentos (títulos executivos extra judiciais), por si só,
força para desencadear a acção executiva
De simples apreciação
o Constituem um meio de prevenir litígios, pretendendo o autor que o tribunal
apenas declare o seu direito. São acções pouco comuns, residuais.
Podem ser simples apreciação positiva ou simples apreciação negativa.
Destinam-se a que o tribunal aprecie um facto jurídico que é incerto,
pede-se que o tribunal esclareça o que é verdade ou não.
De condenação
o Acção padrão, é aquela que se destina a obter a reparação de um direito violado
mediante uma condenação da parte que o violou.
Poderá ser por pagamento de dívidas ou servir para a condenação de
prestações de facto. Estas prestações de facto podem ser positivas
(condenar a fazer uma coisa), ou negativas (condenar a não fazer uma
coisa). As acções de condenação podem ainda visar a condenação da
entrega de coisa
Constitutivas
o O autor pretende obter, através do tribunal, um efeito jurídico novo que vai
alterar a esfera jurídica do réu. Exemplos: divórcio, investigação de paternidade.
Pedido de servidão de passagem, impugnação pauliana)
Constitutiva extintiva – põe termo a certos efeitos jurídicos. Ex.
Casamento → divórcio
Constitutivas modificativas – alteram alguns dos efeitos jurídicos e não o
termo. Ex. Separação
Constitutivos ou stricto sensus – criam um efeito novo na ordem jurídica
base por sentença judicial. Ex. Servidão de passagem (art.1550º)
Classificação que condiciona a tramitação da acção. Vai definir-se no início qual é a forma de
processo; mexe com os tempos e os deveres na acção.
SECÇÃO II
PROCESSO DE DECLARAÇÃO
ARTIGO 462.º
(DOMÍNIO DE APLICAÇÃO DO PROCESSO ORDINÁRIO, SUMÁRIO E SUMARÍSSIMO)
Se o valor da causa exceder a alçada da Relação, empregar-se-á o processo ordinário; se a não
exceder, empregar-se-á o processo sumário, excepto se não ultrapassar o valor fixado para a alçada
do tribunal de comarca e a acção se destinar ao cumprimento de obrigações pecuniárias, à
indemnização por dano e à entrega de coisas móveis, porque nestes casos, não havendo
procedimento especial, o processo adequado é o sumaríssimo. *
(Redacção dada pelo artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 375-A/99, de 20 de Setembro)
1. Ordinário (467º a 782º) – Forma mais solene do processo comum, aplica-se a acções
declarativas quando, não sendo especiais o valor da causa é superior ao valor da alçada
da Relação (acima de 14.963.94€)
2. Sumário (art.783º a 791º) – Aplica-se a acções declarativas que, não sendo especiais, o
valor da causa não exceda o valor da alçada da Relação, apenas podem ter valor igual ou
inferior a 14.963.94€.
3. Sumaríssimo (art.793º a 800º) – Aplica-se a acções declarativas que, não sendo
especiais, tenham um valor igual ou inferior ao valor da alçada da comarca, (3.740.98€)
e, que se verifiquem cumulativamente os seguintes requisitos:
a. Valor da causa até 3.740.98€
b. Cumprimento de obrigações pecuniárias ou indemnização por dano ou entrega
de coisa móvel
c. Parte final do 462º
Esta acção especial tem que ir até à alçada da Relação (14.963.94) e resultar de obrigações
emergentes de contratos.
Outro alerta da lei dirigida ao processo sumaríssimo é que aquele decreto-lei, naqueles casos,
deve ser aplicado independentemente da forma.
Classificação executiva – actualmente, não tem formas apenas uma forma única. Isto significa
que ele apenas vai divergir quanto ao fim/objecto e não quanto à forma.
ARTIGO 305.º
(ATRIBUIÇÃO DE VALOR À CAUSA E SUA INFLUÊNCIA)
1. A toda a causa deve ser atribuído um valor certo, expresso em moeda legal, o qual representa a
utilidade económica imediata do pedido.
2. A este valor se atenderá para determinar a competência do tribunal, a forma do processo comum e
a relação da causa com a alçada do tribunal.
3. Para o efeito das custas e demais encargos legais, o valor da causa é fixado segundo as regras
estabelecidas na legislação respectiva.
ARTIGO 306.º
(CRITÉRIOS GERAIS PARA A FIXAÇÃO DO VALOR)
1. Se pela acção se pretende obter qualquer quantia certa em dinheiro, é esse o valor da causa, não
sendo atendível impugnação nem acordo em contrário; se pela acção se pretende obter um benefício
diverso, o valor da causa é a quantia em dinheiro equivalente a esse benefício.
2. Cumulando-se na mesma acção vários pedidos, o valor é a quantia correspondente à soma dos
valores de todos eles; mas quando, como acessório do pedido principal, se pedirem juros, rendas e
rendimentos já vencidos e os que se vencerem durante a pendência da causa, na fixação do valor
atende-se somente aos interesses já vencidos.
3. No caso de pedidos alternativos, atender-se-á unicamente ao pedido de maior valor e, no caso de
pedidos subsidiários, ao pedido formulado em primeiro lugar.
ARTIGO 307.º
(CRITÉRIOS ESPECIAIS)
1. Nas acções de despejo, o valor é o da renda anual, acrescido das rendas em dívida e da
indemnização requerida.
2. Nas acções de alimentos definitivos e nas de contribuição para despesas domésticas o valor é o
quíntuplo da anuidade correspondente ao pedido.
3. Nas acções de prestação de contas, o valor é o da receita bruta ou o da despesa apresentada, se
lhe for superior.
A razão de ser destes processos tem a ver essencialmente com os interesses em discussão, em
causa.
No Processo contencioso temos o autor e o réu que se opõem um ao outro e tem um conflito um
com o outro, enquanto no processo voluntario, temos o requerente e o requerido, embora os seus
interesses sejam opostos são de menor grau (exemplo: processo de regulação do poder paternal)
Transito em Julgado – quando as partes tem prazo para reclamar e ninguém o fez, essa
sentença será definitiva e irrevogável. Se a lei também não permite recurso, também transita em
julgado.
Trabalho de grupo
1. A pretende interpor acção judicial contra B e C para ver declarado o seu direito de
servidão de passagem sobre o prédio rústico destes cujo valor é de 750€.
Curso Solicitadoria 2º.Ano
17
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 2º.ANO
Existem vários tipos de acções que podem ser instauradas em tribunal. Para nós as
distinguirmos usamos diferentes tipos de distinção:
1. Classificação das acções quanto ao seu objecto, ou seja, quanto ao fim que visa
atingir, tornando-se indispensável atentar concretamente no pedido formulado pelo
autor. Estão previstos no art.º4 do CPC e subdividem-se em acções declarativas ou
executivas.
2. Classificação das acções quanto à forma, ou seja, no que diz respeito à tramitação
técnica e processual a que tem que se submeter. Subdividem-se em processo comum ou
especial, conforme dispõe o art.º460, nº.1 do CPC.
3. Classificação das acções quanto aos interesses em discussão, ou seja, existem acções
onde se verifica um conflito de interesses ou então onde se verifica apenas um interesse
comum.
1) A pretende interpor acção judicial contra B e C para ver declarado o seu direito de
servidão de passagem sobre o prédio rústico destes cujo valor é de 750€.
a. Neste caso pratico podemos classificar esta acção como sendo uma acção
declarativa, quanto ao objecto em que o autor pretende que o tribunal profira uma
declaração final de direito que ponha termo ao conflito existente entre o autor e o
réu. As acções declarativas subdividem-se noutras subclassificações. A este caso
concreto aplicamos a classificação de acção declarativa constitutiva porque visa
autorizar uma mudança na ordem jurídica diferente daquela em que se encontrava
anteriormente (art.º4 n.º2 alínea c CPC), produzindo-se uma nova relação jurídica.
Verifica-se ainda tratar-se de uma acção declarativa constitutiva “stricto sensu”, a
acção destina-se a constituir uma servidão de passagem, proposta ao abrigo do
artigo 1550º CC. Quanto à classificação sobre a forma, verifica-se tratar-se de um
processo comum em virtude de não se encontrar expressamente designado na lei
(art.º460, n.º2 do CPC) sendo um processo declarativo comum, este pode revestir
três formas processuais diferentes (art.º461 CPC), os critérios importantes a serem
analisados serão entre o valor da causa (art.º306 CPC) e a alçada do tribunal. O
valor da acção, neste caso, não ultrapassaria os 750€, mas sim seria inferior, valor
que o autor apresenta como petição inicial. Mesmo sendo o valor inferior a
3.740,98€ o caso em questão, não apresenta os requisitos para ser classificado
como sumaríssimo por força da parte final do artigo 462 CPC, logo é um processo
sumário, pois tem valor inferior à alçado do tribunal da relação e até mesmo ao do
tribunal de 1ª. Instância, mas não observa a tramitação do processo sumaríssimo. O
processo sumário está previsto entre os artigos 783º a 791º do CPC. Quanto à
última forma de classificação das acções, ou seja, quanto aos interesses em
discussão, este caso apresenta-se como um processo de jurisdição litigiosa em
virtude de o autor pretender o reconhecimento da sua pretensão, enquanto o outro
pretende que a servidão não seja estabelecida. Este conflito das partes será
solucionado pela sentença proferida pelo juiz.
2) A e B celebram um contrato de fornecimento através do qual A forneceu a B, em
diversas ocasiões materiais de construção civil. No âmbito desses fornecimentos A
emitiu as seguintes facturas: factura 20037 de e com vencimento a 22.06.2006 no
valor de 2.350€ e factura 20038 de e com vencimento em 24.06.2006 no valor de
80.000€. a pretende exigir o pagamento judicial destas facturas as quais não foram
pagas até à presente data.
a.
3) A e B, celebraram contrato de compra e venda de imóvel para fins habitacionais. B
não pagou a totalidade do preço do imóvel o qual tinha o valor de 25.000€, estando
actualmente em dívida a quantia de 12.385€ que A pretende receber judicialmente.
a.
4) A e B celebraram em 23.10.2006 contrato através do qual A emprestou a B a
quantia de 3.230€. Na data prevista para a restituição da mesma, B, apesar de
interpelado, não pagou a A o capital e os juros convencionados em 5% ao ano,
valor que A pretende exigir judicialmente.
a.
5) A e B celebraram verbalmente um contrato promessa de compra e venda de imóvel
para comércio, no valor de 25.000€. B, promitente adquirente, não pretende
Pressupostos processuais
Requisitos processuais – Requisitos de natureza formal para que o tribunal se possa pronunciar
sobre o mérito da causa.
1 Personalidade judiciária
- Qualquer pessoa maior ou menor, capaz ou incapaz pode ser parte numa causa
- As PC também têm personalidade jurídica e como tal, também têm personalidade judiciária
- Este é o pressuposto mais importante das partes, sem personalidade judiciária, não há parte no
processo
- Outras “entidades” a que o CPC atribui personalidade judiciária e que não têm personalidade
jurídica:
• Herança jacente e patrimónios autónomas semelhantes cujo titular não esteja determinado
(art.2046º CC)
• Associações sem personalidade jurídica e as comissões especiais – art.6ºb)
• Sociedades civis – art.6ºc)
• Sociedades comerciais, no tempo entre a escritura pública de constituição e o registo
definitivo – art.6ºd)
• Condomínio – art.6º e)
• Navios – art.6ºf)
2 Capacidade judiciária
Consiste na susceptibilidade de estar por si em juízo – art.9ºnº1, que não careça de qualquer
representação
E tem por base e medida a capacidade do exercício de direitos – art.9ºnº2, decorre da capacidade
jurídica (art.67ºCC)
O CPC também aqui estabelece a equiparação entre capacidade jurídica e capacidade judiciária.
Ou a parte pode estar por si só em juízo e tem capacidade judiciária ou, não pode e não pode.
Neste caso, a sua intervenção judicial deve ser feita através de representante legal – ati10ºnº1
CPC e a incapacidade fica sanada.
Curso Solicitadoria 2º.Ano
21
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 2º.ANO
3 Legitimidade
Art.26º1 – “o autor é parte legítima quando tem interesse directo em demandar; o réu é parte
legitima quando tem interesse directo em contradizer”.
Do autor - Sempre que a procedência da acção venha a conferir uma vantagem ou utilidade ao
autor, este é parte legítima
Do Réu - Sempre que se preveja que a procedência da acção venha a conferir uma desvantagem
ao réu, este é parte legítima.
Litisconsórcio – (art.27º a 29º) Ocorre quando se discute em juízo uma determinada relação
jurídica que envolve diversos sujeitos, os quais, por isso, são partes na acção. Quer dizer, à
unicidade da relação controvertida corresponde uma pluralidade de partes.
Este diz-se:
Voluntário (ou facultativo) – quando a pluralidade das partes resulta da vontade do ou dos
interessados.
- Art.27º - a acção pode ser instaurada por todos ou contra todos os interessados
- Art.27º2 – prevê a hipótese de a lei ou negócio permitir que um negócio comum seja exercido
por um só ou que a obrigação comum seja exigida de um só interessado – assim, basta a
presença de um só em juízo para assegurar a legitimidade. Ex. Art.512º CC
Necessário (ou forçoso) – Não depende da vontade dos interessados, corresponde a uma
pluralidade de partes obrigatórias.
Art.28º, pode resultar da lei, do negócio e da relação controvertida.
• Legal – quando deriva da lei (art.28º1). Ex. Art.535º1CC; 4191º CC; 496º2CC
• Convencional – Quando a pluralidade das partes é estipulada pelos interessados (a lei
não o define a forma de tal convenção mas, entende-se que deve ser documento escrito
ou submeter-se até a forma mais solene)
• Natural – quando a intervenção de todos os interessados se mostre necessária para a
decisão a obter do tribunal produza o seu efeito útil normal.
• A violação do litisconsórcio necessário, implica a ilegitimidade da parte que litigue
desacompanhada, porque esse interesse não pode ser regulado judicialmente sem a
presença de todos os interessados.
• - Quando seja a mesma e única causa de pedir que sustenta os diferentes pedidos
art.30º1;
• - Quando os pedidos, apesar de diferentes, tenham uma relação de prejudicialidade ou
dependência – art.30º1;
• - Quando a procedência dos pedidos dependam da apreciação dos mesmos factos, da
interpretação e aplicação das mesmas regras de direito ou clausulas de contratos
análogos, apesar de a causa de pedir ser diferente – art.30º2;
• - Art.30º3
Este pressuposto implica que, em determinadas acções, as partes estejam representadas por
advogados. Esta representação tem como finalidade uma correcta condução processual da
acção. Mesmo nos casos em que não é obrigatório o patrocínio judiciário, as partes devem estar
representados, por exemplo por solicitadores, por estes terem conhecimentos jurídicos (técnicos)
pois, reconhece-se que as partes são leigas nessas matérias.
Assim, pode definir-se o patrocínio judiciário como a assistência técnica e profissional que os
advogados prestam às partes, tendo em vista uma adequada e correcta condução processual da
acção.
É uma notificação, do tribunal, à parte que não tiver advogado, para o constituir dentro de um
certo prazo. Se, passado esse prazo, a parte não tiver feito nada:
- Se a falta for do autor – fica sem efeito o recurso e verifica-se a absolvição do réu;
- Se a falta for do réu – fica sem efeito a defesa
A falta deste pressuposto faz com que a acção caia na secretaria. Pode no entanto, no próprio
dia, interpor-se nova acção com o mesmo pedido, partes e demais pressupostos. Para tal, apenas
terá que se rectificar o pressuposto em falta.
A instauração de uma acção inútil sempre causa ao réu prejuízos e incómodos injustificados.
Porque a justiça, sendo um serviço do estado, só deve de funcionar quando houver motivos para
isso, quando o autor demonstre um verdadeiro interesse em agir.
Esta questão tem relevância no que toca ao pagamento das custas do processo.
ARTIGO 449.º
(RESPONSABILIDADE DO AUTOR PELAS CUSTAS)
1. Quando o réu não tenha dado causa à acção e a não conteste, são as custas pagas pelo autor.
2. Entende-se que o réu não deu causa à acção:
a) Quando o autor se proponha exercer um mero direito potestativo, que não tenha origem em
qualquer facto ilícito praticado pelo réu;
b) Quando a obrigação do réu só se vencer com a citação ou depois de proposta a acção;
c) Quando o autor, munido de um título com manifesta força executiva, use sem necessidade do
processo de declaração.
d) Quando o autor, podendo logo interpor o recurso de revisão, use sem necessidade do processo de
declaração.
3. Ainda que o autor se proponha exercer um mero direito potestativo, as custas são pagas pelo réu
vencido, quando seja de protecção a este a finalidade legal da acção.
Quando os tribunais entram em conflito, no exercício das suas funções, esse só pode ser um
conflito de competência ou de jurisdição (115º, n.º1) – Resolução 116º, n.º1.
Internacional
Em razão …
Da matéria
Competência
Da hierarquia
Curso Solicitadoria 2º.Ano
Interna Do valor e da forma processos 26
Do território
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 2º.ANO
Nota: esta competência territorial é tão obrigatória como a que resulta da lei (art.º100 n.º3 CPC)
Nota: numa situação prática, a abordagem é feita ao contrário da forma como foram expostas as
competências: competência territorial; do processo….
Providências cautelares
Procedimentos gerais - art.381º a 392º
Procedimentos específicos – art.397º a 427º
Providência cautelar – providencia em que a outra parte não é ouvida, o juiz pode decretar o
Arresto – medida rápida de reacção, quando haja fundado receio de alienação de património do
devedor – art.406º e SS.
O arresto constitui um limite ao princípio do contraditório.
Este é um dos casos em que existe um despacho liminar do Juiz a dizer que existem condições
para que haja arresto.
1. - Valor da causa
2. - Forma do processo
3. - Divisão judicial do território (violação da competência que resulta do acordo das artes)
4. Esta última é uma incompetência porque o legislador entendeu que não deveria ser
absoluta. Trata-se de uma incompetência oficiosa, o juiz assim que dela tem
conhecimento, tem de a invocar imediatamente.
Competência relativa:
1. Oficiosa – art.110º - o tribunal é obrigado a conhece, mesmo que o réu não a suscite
2. Inoficiosa – O tribunal só a pode conhecer se o réu invocar esta forma de
incompetência.
A petição inicial tem que observar determinados requisitos para que possa ser considerada apta,
pois se não os cumprir, esta torna-se Inepta – art.193º que remete para o art.288º1b) – sanção:
absolvição do réu na instância.
A petição inicial deve observar determinados requisitos, sob pena de se considerar inapta, por
falta desses. Os casos de ineptidão da petição inicial constam do art.º193 n.º2 CPC
A ineptidão da petição inicial gera a anulabilidade de todo o processo (art.º143 n.º1 CPC)
A litispendência e o caso julgado estão previstos nos artigos 497º a 499º do CPC. São
pressupostos processuais de índole negativa, na medida em que a verificação deles impede o
regular desenvolvimento da instância.
A litispendência e o caso julgado pressupõem a repetição de uma causa. Se as duas (ou mais)
causas estão simultaneamente pendentes, há litispendência, se uma causa é proposta depois de a
anterior ter sido definitivamente decidida, há caso julgado. Portanto o que diferencia estas duas
figuras é o momento em que se dá a repetição.
Tanto a litispendência como o caso julgado visam evitar que o tribunal venha, eventualmente, a
reproduzir ou a contradizer uma decisão anterior.
A falta dos pressupostos processuais relativos às partes implica que o juiz deva abster-se de
conhecer do mérito da causa e absolva o réu da instância (art. 288º n.º1 do CPC)
Personalidade judiciária
Capacidade judiciária
Ilegitimidade
Positivos Interesse processual
Patrocínio judiciário
Pressupostos
Processuais
Litispendência
Uma vez que a falta de personalidade judiciária deriva da inexistência da pessoas jurídica, o
vício é insanável. Porém o art.º 8º do CPC prevê uma excepção
ARTIGO 8.º
Sanação da falta de personalidade judiciária
É sanável, traves da representação (poder paternal e tutela) ou da autorização (cura tutela). Com
efeito o n.º1 do art.10º do CPC estabelece que os incapazes só podem estar em juízo por
intermédio dos seus representantes, ou autorizados pelo seu curador.
Se a falta respeitar ao representante do autor e não for sanada, é o réu absolvido da instância, se
respeitar ao representante do réu, a acção prossegue como se não houvesse defesa (art. 25º n.º2
do CPC)
Ilegitimidade
Pode ser singular ou plural. A ilegitimidade singular é, pela sua própria natureza, insanável. Por
isso conduzirá à absolvição do réu da instância (art.288º n.º1 d). A ilegitimidade plural, derivada
da violação do litisconsórcio necessário, é suprível pela intervenção em juízo dos titulares da
relação controvertida que não sejam, originariamente, partes.
Interesse em agir
Esta falta é sanável. Com efeito o art.33º do CPC, refere que o juiz deve convidar a parte que
viola este pressuposto a constituir mandatário, dentro de um certo prazo, caso a parte persista na
falta então:
• O réu será absolvido da instância (se a falta de patrocínio respeitar ao autor
• Ficará sem efeito a defesa se a falta respeitar ao réu
• Não terá seguimento o recurso se a falta disser respeito ao recorrente
“Inicio da instância”
Começa com a petição inicial (art. 267º n.º1), quem a apresenta é o autor, com ela iniciam-
se as várias fases da acção.
1. Fase 1 “articulados”
2. Fase 2 “saneamento”
3. Fase 3 “instrução”
4. Fase 4 “discussão e julgamento”
5. Fase 5 “sentença final”
1. Fase 1 “articulados”
o Art. 467º a 507º do CPC, é a primeira fase, destinada a apresentação do pleito em
juízo. As partes através das peças escritas, expõem as suas teses e formulam
pretensões, traçando assim os contornos da acção.
2. Fase 2 “saneamento”
o Art. 508º a 512º-B do CPC, nesta fase, vai haver a distinção entre as questões ou
factos que não sejam relevantes para a acção, reduzindo assim o pleito à matéria
essencial à acção. O juiz decidirá aquilo que puder ser decidido para o
prosseguimento da acção ou fá-la-á terminar.
3. Fase 3 “instrução”
o Art. 513º a 645º do CPC, se o processo não tiver terminado na fase anterior, tem
lugar a instrução, na qual se vão produzir as privas destinadas a permitir que o
tribunal forme a sua convicção quanto aos factos alegados.
4. Fase 4 “discussão e julgamento”
o Art. 646º a 657º do CPC, à produção da prova sucede a discussão, integrada por
um debate oral entre os advogados das partes, tendente à apreciação das provas
produzidas. Após isso o tribunal julga a matéria de facto.
5. Fase 5 “sentença final”
o Art. 658º a 675º do CPC, esta fase corresponde ao momento em que é proferida a
decisão que põe termo à causa.
Curso Solicitadoria 2º.Ano
37
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 2º.ANO
Acção sumaríssima
Esta só tem aplicação em situações limitadas e de valor reduzido, por isso a sua tramitação é
mais simples e ligeira encerra pois duas fases:
• Articulados – Esta fase tem uma função idêntica à que apontamos a propósito dos
processos declaratórios ordinário e sumário, havendo, porem uma limitação quanto ao
número de peças, na medida em que apenas são admitidas a petição inicial e a
contestação
• Audiência final – Após os articulados, passa-se logo para a fase da audiência final, a
qual inclui a produção de prova, a discussão e decisão do pleito (sentença) proferida
imediata e verbalmente.
Articulados
1. Normais
a. Petição inicial - São do autor, são os articulados que existem em regra.
b. Contestação - documento através do qual o réu, mostra qual o motivo da sua
discordância com a petição do autor.
2. Eventuais - O art.502º diz que tanto a réplica quanto a tréplica são condicionadas por
determinados condicionalismos e, assim, nem sempre podem existir. Nota: O réu não faz
PI nem réplica; o autor não faz contestação nem tréplica.
a. Réplica (art.º502) - Direito, que pode ou não existir, de responder à contestação
apresentada pelo réu
b. Tréplica (art.º503) - Direito de resposta à réplica apresentada pelo autor
3. Supervenientes (art.º506) - Vêm depois e fora do sítio. Em regra, o autor deve
condensar nas peças processuais os factos. Pode, no entanto, tomar conhecimento de
novos factos ou até surgirem novos factos. Nesses casos, podem então deduzir-se, em
articulado posterior ou em novo articulado esses novos factos supervenientes.
a. Conhecimentos de novos factos (superveniência subjectiva)
b. Surgimento de novos factos (superveniência objectiva)
4. Judicialmente estimulados (art.º508º nº.1 b)) – é a possibilidade que o juiz tem de
convidar as partes a especificar determinada matéria, quando entenda que a matéria
contém insuficiências ou imperfeições.
Nota:
MDDE – software dos CTT que certifica o envio do e-mail
Habilus – programa informático de gestão de processos judiciais
É o articulado que o autor utiliza para formular o pedido de tutela jurisdicional e alegar os
fundamentos de facto e de direito.
- Inicia a instância
- É o documento mais importante da acção – se o ponto de partida estiver mal, o ponto de
chegada estará pior.
(congrega toda a matéria teórico-prática do processo)
Apresenta:
A causa de pedir – factos concretos em que o autor fundamenta a causa de pedir – se não
existirem, a PI é inepta
Curso Solicitadoria 2º.Ano
39
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 2º.ANO
1
Endereço →
2
Cabeçalho →
Narração___3____________________________________________________________
1_____________________________________________________________________
2_____________________________________________________________________
3_____________________________________________________________________
4_____________________________________________________________________
5_____________________________________________________________________
6_____________________________________________________________________
O Advogado/Solicitador
Prova
Conclusão → 4
______________________________________________________________________
5
Valor:
Junta: Procuração, documentos (art.523º1), duplicados legais e comprovativo de pagamento das
taxas de justiça.
1 Endereço:
Exmo. Sr. Juiz de direito do Tribunal da comarca de …
Juiz de direito – 1ª instância (a PI entra sempre na 1ª instancia)
Juiz desembargador – Relação
Juiz conselheiro – Supremo Tribunal de Justiça
2 Cabeçalho – art.467º1b)
Identificar o autor
Identificar o réu
Identificar o tipo de acção
José Joaquim e Maria Gonçalves, casado, com residência em ____________, NIF___________,
vem intentar,
vem propor,
vem instaurar
acção declarativa sob a forma comum ordinária
contra
Maria Isabel, solteira, maior, residente____________
Nos seguintes termos e fundamentos:
3 Narração – art.467º1c)
O mais importante, são os factos porque a sua falta vai ter consequências – ineptidão
A falta de questões de direito não tem qualquer consequência porque o juiz é que vai aplicar o
direito.
4 Conclusão – art.467º1e)
Pedido:
Nestes termos e nos mais de direito deve o réu ser condenado a: 1; 2; 3….
Nestes termos e nos mais de direito deve ser declarado nulo o contrato e, em consequência: 1; 2;
3….
5 Valor – art.467º1e)
Obrigatório:
Junta (documentos anexos: procuração, documentos legais, comprovativos prévio pagamento da
taxa de justiça inicial art.º467 n.º3 CPC) –
Valor –
Vai – por correio electrónico, correio, …
O advogado
O Solicitador
______________Assinatura____________________
Carimbo (morada e Nif)
Petição inicial
Secretaria Judicial
Recusa Recepção
(234º n.º5 conclusão)
Reclamação Distribuição
Juiz (475º)
Citação
Confirma Recusa Recebe PI
A regra é que a citação é feita oficiosamente pela secretaria (art.º234). A citação é acompanhada
da PI e todos os documentos que fazem parte dela. A citação é uma categoria especial das
notificações, é dirigida ao réu. Só há citação uma vez, a partir daí há notificações (art.º228, 234º
n.º1 e n.º4)
Se a secretaria recusa a PI, o autor tem a faculdade de, no caso de não concordar com o motivo
da recusa reclamar para o juiz e, este decide se tem razão ou não. Confere a recusa ou recebe a
PI e o processo volta ao mesmo trâmite. Se o juiz confirmar a recusa, este vai ao tribunal da
relação e pede avaliação. Se este concordar com os motivos da recusa, segue para o tribunal da
relação e pede avaliação. Se este concordar com os motivos da recusa, ao autor não resta outra
alternativa senão fazer uma nova PI. Se o tribunal lhe der razão vai a PI novamente para a
recepção seguindo curso normal. A PI tem de ser apresentada em 10 dias.
A citação é o chamamento pela secretaria do tribunal. A citação é um acto muito delicado, tem
que ser muito bem feito.
Se a secretaria cita e não envia os documentos juntamente com a petição inicial, não há citação,
logo a citação é nula.
A citação do processo dirige-se ao réu e só acontece pois uma vez, daí em diante é sempre o réu
notificado (art.º229 e ss CPC).
Despacho liminar
PI
467º e 267º n.º1
Secretaria
267º n.º1
Distribuição
209º
Nº.processo
Despacho do juiz
Citação
Indeferimento preliminar
Convite ao aperfeiçoamento
Citação
1ª.vez que se chama, é feita pela secretaria 234º n.º1 regra, excepção n.º4
Contestação
486º
Réplica 502º
Curso Solicitadoria 2º.Ano
44
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 2º.ANO
Prazo:
Replica:
Réplica 15 dias
Réu Secretaria
Os prazos processuais:
1. Directa – Defesa por impugnação (art.º 487 CPC) refutar os factos deve ser feita por
escrito.
a. Oposição jurídica art.º487 n.º2 2ª.parte – aceita-se os factos mas não se aceita a
conclusão jurídica que o autor quer tirar desses factos.
b. Oposição factual
i. Negação directa – “é falso, não devo nada”
ii. Negação indirecta – nega-os indirectamente, integrando-os numa outra
panorâmica.
iii. Simples desconhecimento
2. Indirecta – Defesa por excepção (art.º 487 CPC)
a. Excepção dilatória (art.º487 e 494)
b. Excepção peremptória
i. Modificativas – por exemplo a concepção de uma moratória (tempo) ao
réu/devedor para pagamento
ii. Impeditivas – Constituem impedimento do direito de autor os vícios dos
negócios jurídicos (dolo, coacção, simulação, etc.)
iii. Extintivas – o pagamento, renuncia, etc. extinguem o direito de autor.
2
3
Narração___4____________________________________________________________
1_____________________________________________________________________
2_____________________________________________________________________
3_____________________________________________________________________
O Advogado/Solicitador
______________________________________________________________________
1 N.º do processo
2 Endereço
Exmo. Sr. Juiz do Tribunal (decretaria – injunção)
4 Narração
1º Excepções dilatórias
2º. Impugnação
3º Excepções peremptórias
4 Pedido
Depende da forma de defesa
“Nos termos em que a acção deve ser julgada improcedente e não julgador devendo ser o réu
absolvido da instancia ou absoluto pedido.”
Junta (documentos anexos: procuração, documentos legais, comprovativos prévio pagamento da
taxa de justiça inicial e documentos)
o Preclusão – todos os meios de defesa são invocados pelo réu na contestação ficam
prejudicados não podendo ser alegados mais tarde
o Eventualidade – dado o risco de preclusão, o réu há-de dispor todos os seus argumentos
defensionais de modo a que cada uma delas seja atendido no caso d qualquer das
anteriores proceder.
Há casos em que a defesa deve ser feita fora da contestação, a regra é que toda a defesa deve ser
deduzida na contestação (art.º489 n.º1 1ª.parte). As excepções constam da 2º.parte desse artigo.
E os incidentes a que a lei manda deduzir em separado, é por exemplo uma suspeição do juiz,
quando se suspeita da imparcialidade deste. Há que garantir a imparcialidade da decisão. Quem
decide estes incidentes são os juízes dos tribunais superiores. Outra excepção é a prevista no
n.º2 do mesmo artigo quando os factos sejam supervenientes.
Ónus da contestação – (art.º490) o réu tem de tomar posição perante os articulados na petição
(dizer verdadeiro ou falso) salvo as excepções do n.º2 (é falso por causa disto…)
Reconvenção – O réu pode aproveitar a contestação para formular os pedidos contra o autor
(241º). O réu é o reconvinte sendo o titular de uma pretensão autónoma contra
o autor (reconvindo) e faz valer nesse processo, havendo, uma inversão de
posição das partes. Esta pretensão não se aplica no processo sumaríssimo,
porque neste processo não existe um terceiro articulado.
A reconvenção tem carácter facultativo, porque o pedido corresponde a uma acção
própria, o réu pode optar entre fazê-lo valer em convenção ou deduzi-lo em
separado.
Para que a reconvenção seja admissível é necessário, se verifiquem os requisitos
previstos no artigo 274º nº 2 a), ex. quando o pedido do réu emerge de um facto
jurídico, o réu deduz uma reconvenção contra os seus próprios factos jurídicos
ou, com os argumentos do autor. Quando emerge da defesa/meios de defesa.
Artigo nº 274º nº 2 b), o autor deve-me 1.500,00 e eu devo-lhe 3.000,00, então eu só lhe
darei 1.500,00 que é a diferença.
Artigo nº 274º nº 2 c), acções de divórcio litigioso.
• Competência do Tribunal (art.º 98º) – a lei determina aos tribunais vários âmbitos de
competência. Deste modo, para que o réu possa deduzir reconvenção, é necessário que o
tribunal onde o processo está pendente se revele competente para conhecer também de
questão reconvencional (98º nº 1).
• Forma do Processo (art.º 247º nº3) – exige que tanto o pedido original como o
reconvencional tenham a mesma forma de processo. Esta exigência tem como objectivo
impedir que o excerto da acção reconvencional no processo pendente possa causar
perturbações e embaraços à sua normal e previsível tramitação. A forma é, em regra,
determinada pelo pedido do autor, segue-se que o processo só será idóneo para se
instituir, discutir e julgar a causa reconvencional se existir coincidência entre a forma do
processo aplicável à acção e a forma do processo aplicável à reconvenção.
Se estivermos numa acção comum ordinária ou sumária, é admissível reconvenção se
esta couber a forma comum de processo, qualquer que seja o seu valor.
Se a acção for de inventário, não é possível uma reconvenção para exigir da cabeça do
casal, o valor de uma dívida. Isso porque o inventário é um processo especial e a dívida é
comum. Existe uma incompatibilidade.
PI→Contestação→Réplica→Tréplica→Saneamento→Instrução→Discussão→Julgamento +
sentença ═►Processo Normal
Caso não haja contestação, o processo é concluso ao juiz e dá-se a revelia do réu, isto é, o
réu está fora do processo. Esta pode ser absoluta, relativa, operante e inoperante.
1. A revelia absoluta é quando o réu não constitui mandatário nem intervém no processo
(483º).
2. Na revelia absoluta o juiz verifica a citação, se estiver mal feita o juiz repete, até que esta
esteja bem feita, porque se não repete sempre o artigo 483º. Se o juiz conclui que a
citação está bem feita dá-se a revelia prevista no art.º 484º
3. A revelia relativa verifica-se quando o réu embora não contando, constitui mandatário
no processo ou intervém de algum modo na acção.
4. Tanto na revelia absoluta como na relativa existe possibilidade de conhecimento. No
entanto, na absoluta primeiro analisa-se se ele verdadeiramente teve conhecimento ou
não.
5. A revelia operante (484º nº 1), implica a confissão, semi-plena dos factos articulados
pelo autor. Na petição inicial, admitindo os factos alegados pelo autor, segue-se para a
discussão jurídica da causa e depois existe uma sentença.
6. Confessados os factos por ausência da contestação, terminam os articulados (art.º 484º nº
2).
7. Na revelia inoperante (485º), são os casos excepcionais:
a. Basta que um dos réus conteste a acção, para os factos por ele impugnados não
poderem ser considerados como confessados em relação aos seus co-réus reveis.
Contestando um dos réus, o processo segue a tramitação normal.
b. Ex. Acção proposta contra B, que é incapaz, B não contesta e diz respeito ao
contrato da incapacidade. Se ele não contestar, verifica-se a alínea b) e a revelia é
inoperante e o processo segue todas as fases. Quando é citado editalmente e ele
não apareceu, segue-se a tramitação normal do processo. Isto porque o réu pode
não ter o conhecimento efectivo da acção que perde contra si. Deste modo, o
legislador entendeu por bem não sujeitar o réu revel por regime da revelia
operante.
c. Direitos indispensáveis
d. Direitos indispensáveis
Esta fase tem como objectivo a verificação da regularidade da instância (265º nº 2).
Na fase dos articulados, o processo é concluso ao juiz. Depois surge a fase do saneamento. O
artigo 508º tem uma parte obrigatória e facultativa. O nº 2 deste artigo, é a forma obrigatória. O
nº 1 a) também é, pois suprimento da falta de pressupostos processuais sanáveis. O nº 2 por sua
vez é o suprimento da irregularidade dos articulados, o juiz verifica se os factos estão correctos
e convida, por exemplo o autor a clarear os factos novamente na PI que não estavam explícitos.
Curso Solicitadoria 2º.Ano
50
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 2º.ANO
O nº 3 por sua vez, afirma que o despacho pré-saneador é facultativo, este pode ser proferido
para convidar as partes a suprir insuficiência ou imprevisões que existam na matéria de facto
exposta nos articulados. Este artigo não é muito utilizado.
Audiência Preliminar
Artigo 508-A nº 1 b) – a audiência preliminar pode pôr termo à acção. As excepções dilatórias
referidas nesta alínea, são as que tenham sido formalmente suscitadas pelas partes nos
articulados e aqueles que o juiz possa (e deva) conhecer oficiosamente (495º). A audiência
preliminar implica para as partes preparação, trabalho. Têm que preparar a defesa que
apresentarão perante o juiz. Muitas vezes a audiência preliminar seria para medir qual a parte
que fica mais convencida da decisão dele.
Artigo 508-A nº 1 c) – o juiz tenta reduzir o conjunto de factos ao mínimo possível de acordo
das partes. Isto em relação à primeira parte desta aliena.
Artigo nº 508-A nº 1 d) – proferir o despacho saneador, o qual deve ser ditado directamente
pelo juiz para a acta da audiência. Trata-se de um despacho oral proferido para os fins previstos
no 510º.
Despacho saneador
▲
Articulados → Saneamento → Audiência Preliminar (508-A)
▼
Pré-saneação (508º)
▼
Audiência Preliminar
Não havendo audiência preliminar o despacho saneador é feito fora, este é o único elemento
importante na fase de saneamento.
Normalmente, tem 10 dias para instaurá-lo, isto se não houver audiência preliminar. Se houver,
tem 30 dias a contar do fim dos articulados.
O despacho saneador pode acabar com o processo, sendo um despacho saneador sentença. Esta
vai acabar com a notificação do autor ao réu.
• Na audiência preliminar, porque as partes estão presentes, é-lhes dito directamente (isto
quando há audiência preliminar);
• No caso de não haver audiência preliminar, quando se vai directamente para o despacho
saneador, é por via postal.
▼
Depois começa a correr um prazo de 10 dias para reclamação, para as partes, dizerem se
concordam com o despacho saneador. È feita para o juiz. É de 10 dias porque o artigo 511º nada
diz, por isso aplica-se o prazo geral (153º).
Imaginemos que as duas partes reclamam, depois disso onde se entrega a reclamação? (artº229º)
Depois da contestação, é a notificação feita pelas partes e não pela secretaria. A notificação é
feita segundo o artigo 150º. Após isto, decorrem mais 10 dias para a outra parte se pronunciar da
reclamação da parte.
Decorrem sempre pelos menos 20 dias para se decidir a reclamação.
Consequentemente, o juiz vai fazer um despacho de modo a concordar ou não com a
reclamação. Se concordar, vai modificar o despacho saneador (não tem prazo).
Há 15 dias para indicar ao tribunal as provas, a base instrutória que está no despacho (512º).
È possível existir uma fase de saneamento só com um despacho saneador ou pré-saneador, sem
audiência preliminar.
No entanto, já não é possível haver uma fase de saneamento só com audiência preliminar uma
vez que o despacho saneador é obrigatório. Pode haver, sim, uma fase de saneamento apenas
com despacho pré-saneador. O processo sumário é igual ao ordinário.
Quantos articulados tem o processo sumaríssimo? Tem dois, e ambos são obrigatórios.
Quantos articulados tem o processo sumário? Tem três, dois obrigatórios e um facultativo.
O ordinário tem quatro, dois obrigatórios e dois facultativos.
Instrução (prova)
A fase da instrução só vai servir para demonstrar factos da base instrutória. Os factos são
materiais, isto é, ocorrência da vida real. Têm que demonstrar na peça factos materiais que
demonstram esses requisitos.
Direito Probatório Formal – normas que disciplinam a utilização de meios de prova em juízo,
indicando o modo de requerer as provas, de as produzir e de as valorar. Este direito é regulado
no artigo 513º a 645º do CPC.
Direito Probatório Material – pontos relativos ao ónus da prova, à admissibilidade dos meios
de prova, à força probatória de cada uma delas. Este direito é regulamentado no 341º e ss do
CC.
516º do CPC – a dúvida significa que não se fez prova. Gerando a dúvida não há certeza.
513º CPC – objecto da prova – a prova incide sobre as questões de facto integradas na base
instrutória. Tais questões correspondem aos factos articulados pelas partes, que sejam relevantes
para o desfecho da lide e estejam em controvérsia.
É sobre estes pontos de facto invertidos que versará a actividade instrutória, sendo justamente
sobre eles que se pronunciará o tribunal (653 nº 2).
A base instrutória é estruturada a partir das alegações feitas pelas partes nos seus articulados.
Meios de prova:
• Presunções legais (349º a 351º do CC)
• Testemunhal (352º a 396º do CC)
• Reconvenções
• Documental (362º a 387º do CC)
• Prova por confissão (352º a 361º do CC)
• Pericial (388º a 389º do CC)
• Prova por inspecção (390º a 391º do CC)
No que respeita à força vinculativa destes meios de prova, temos o chamado principio da livre
apreciação de prova em tribunal, em que o critério de decisão se é verdadeira ou não, incumbe
no poder de decisão do juiz, o juiz é que decidirá (tem liberdade de apreciar) e o juiz tem a
liberdade de apreciação de prova.
Nos próprios articulados, os documentos devem aprovar aquilo que se alega, juntamente com o
articulado. Se não o fizer nunca mais o posso fazer.
Se se juntou quando não devia ter juntado, a sanção é uma multa (523º), este artigo impõe que
os documentos sejam apresentados com o articulado em que se alegam os factos
correspondentes.
524º - Apresentação em modelo posterior – este artigo apresenta duas situações em que é
admissível a junção de documentos posteriormente.
528º - Documentos em poder da parte contrária.
544º - Impugnação da genuidade de documento – a impugnação deve ser feita no prazo de 10
dias contados da apresentação do documento ou da notificação da junção.
• Excepção
• Reconvenção
• Acção de simples apreciação negativa (prazo 15 dias)
Se não for uma réplica, mas apenas prova documental por impugnação, o prazo é de 10 dias
(544º).
Como é que pratico qualquer acto no processo sem ser através de articulado? Fazendo um
requerimento – carta a dizer que venho impugnar através dos seguintes fundamentos.....
Sempre que não há peça autónoma, faz-se um requerimento comprovatório.
Imaginemos que B impugna os documentos que A juntou na PI, mas não há mais articulados
depois da contestação, por isso aplica-se o nº 1 do 544º, ele tem 10 dias. Como é que ele vai
impugnar o que B disse se não há mais articulados? Faz um requerimento carta. Assim A pode
impugnar os documentos que B juntou à contestação.
▼
Sempre que há articulados seguintes, faz-se através de um requerimento.
Artigo 519º nº 2
1 – Multa
2 - Utilização de meios correctivos????
3 – Inversão do ónus da prova
4 – Liberdade do tribunal apreciar a recusa
2 – Significa que o tribunal pode obriga-lo a fazer o teste, ex. teste de ADN
Pode haver necessidade de antecipar a prova, dando-se o nome de produção antecipada da prova
(521º)
Podemos começar um processo com a produção antecipada da prova, avançada para a escolha
de factos, tendo a prova destes já feita. Os factos que vou alegar na acção já se encontram
produzidos.
As partes, em processo civil não falam, isto é, não têm que ir a tribunal, estar presente nos
julgamentos.
O depoimento das partes constitui uma excepção à regra de processo civil. Acontece não porque
a parte quer falar, mas sim porque a outra parte quer chamá-la. Por outras palavras, quando A
tem factos para provar e chama R para ouvir esses factos e comprava-os como sendo
verdadeiros.
Ex. A celebrou com B um contrato de prestação de serviços, A prestou-lhe serviços mas B não
pagou. A interpôs acção contra B mas este contestou porque não prestou serviços. A chama o R
Curso Solicitadoria 2º.Ano
56
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 2º.ANO
para este provar, com o objectivo de o réu confessar a produção desses factos. Não podemos
pedir depoimento de prova de factos alegados pela outra parte.
Inconvenientes:
Se as partes não forem ingénuas e honestas vão para lá mentir.
O interrogatório feito pelo juiz incidirá sobre os factos que constituem o objecto de depoimento
(560º)
Prova pericial:
Tem por fim a percepção ou apreciação de factos por meio de perito, quando sejam necessários
conhecimentos especiais que o julgador não possua (ex. engenheiros técnicos).
O tribunal no caso de uma matéria de engenharia, pede o parecer/opinião a peritos, neste caso,
os engenheiros técnicos (568 nº 1).
Tem por fim a percepção directa de factos pelo tribunal da causa. O tribunal tem a possibilidade
de inspeccionar coisas ou pessoas. (art.º 612º, 613º e 615º)
Pretende-se que o depoente revele ou exponha as suas percepções sobre os factos controvertidos
ou carecidos de prova. Podem depor como testemunhas todas as pessoas previstas no 616º nº 1.
632º, 633º e 645º - as testemunhas apenas podem falar sobre os factos que lhe são invocados. A
lei prevê dois tipos de incidentes no âmbito de prova documental.
• Contradita (640º) – acontece quando eu digo à testemunha, que o seu depoimento não
tem admissibilidade. È o solicitador ou o advogado que contradiz a testemunha.
• Acareação – é normalmente improdutiva. Consiste em confrontar testemunhas com
depoimentos diferentes (642º)
Curso Solicitadoria 2º.Ano
57
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 2º.ANO
Esta pode ocorrer tanto a propósito de depoimentos testemunhais, como destes e do depoimento
da parte.
Exige que se crie em diálogo, debate entre as partes envolvidas. Mas, em Portugal, a Acareação
é um pouco maltratada na medida em que o tribunal não permite que haja uma fonte diálogo,
uma pressão. As testemunhas não envolvem o seu depoimento. Então, a Acareação não é levado
nenhum. Quando é o juiz a conduzir a Acareação, não há progressos. Ser os mandatários das
partes a conduzir seria mais útil. De outra forma, a Acareação é muito cordial e inútil.
Audiência Final
I – Prova
II – Discussão sobre a matéria de facto – alegações de advogados e solicitadores
III - Decisão sobre a matéria de facto – resposta aos quesitos (perguntas que estão abertas desde
a fase instrutória)
IV – Discussão sobre a matéria de direito – aspecto jurídico da causa (os advogados fornecem
ao tribunal um projecto de sentença)
V – Sentença – resolve o litígio que lhe foi apresentado pelas partes
Artigo 646º e SS
Motivos de adiamento:
• Impedimento do tribunal (ex. não há salas)
• O mandatário falta
• A falta de uma única testemunha em que a parte não prescinda dela
• Junção de documentos (que depois pode decorrer um prazo para a outra parte os
analisar).
Após a chamada, as partes tentam conciliação, se esta for conseguida as partes ditam o acordo
para a acta e o juiz homologa o acordo.
Se não houver acordo, vai tudo para a sala e os mandatários têm de vestir a toga, o juiz usa a
peca e o funcionário judicial uma capa.
Em regra, os julgamentos são feitos por um juiz singular, a não ser que as partes, por acordo
requeiram a intervenção dos tribunais colectivos (3 juízes – 1 presidente e dois juízes ala). A
gravação da audiência faz suprimir o tribunal colectivo.
A ordem das actas que decorrem da audiência está expressa no nº 652º nº 1, 2 e 3.
Feita a prova, o juiz dá a palavra a um dos mandatários para alegar. O objectivo final das
alegações é criar linhas de convicção.
Depois das alegações, o juiz fixa um prazo para atribuir as “respostas aos quesitos”, pode ser
marcada uma nova sentença ou então estas ficam disponíveis na secretaria. Este passo é muito
importante, pois uma grande parte das decisões já foi tomada, por isso é bom para os
mandatários já prepararem os clientes.
Após a resposta, há prazo para discussão dos aspectos jurídicos da causa, raras vezes isto
acontece, pois o juiz muitas vezes nem lê.
A sentença (658 e ss) é o passo final e conclusivo do processo, pode ser lida ou então redigida
e notificada às partes pelo correio, o juiz tem 30 dias a contar do momento em que o processo
lhe é entregue pela secretaria.
Perante uma sentença que me é desfavorável e não posso fazer recurso, passo por exemplo, a
requerer a nulidade da sentença (regime ingrato) – artigo 666º e ss.