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LINGÜÍSTICA:
PRINCÍPIOS BÁSICOS
A LINGUAGEM
Concepções de Linguagem
A LINGÜÍSTICA
Perspectiva Histórica
significado
conceito
_________________________
/kaza/ imagem
acústica
significante
Princípios do signo:
• arbitrariedade – não deve dar a idéia de que o significado
dependa da livre escolha do que fala, porque não está ao
alcance do indivíduo trocar coisa alguma num signo, uma
vez que ele seja estabelecido num grupo lingüístico. A
idéia de mar não tem nenhuma relação necessária e
“interior” com a seqüência de sons, ou imagem acústica ou
significante /mar/.
• linearidade – somente a parte material do signo – o
significante – é linear e que o pensamento, em si mesmo,
não tem partes, não é sucessivo, só sendo quando se
concretiza através das formas fônicas lineares do
significante. As unidades discretas têm de ser emitidas
sucessivamente. Elas não são concomitantes, não são
coexistentes, não são simultâneas. Ao contrário, são
sucessivas e, por isso, só podemos emitir um fonema de
cada vez, em linha, ou melhor, linearmente.
O Estruturalismo
O Funcionalismo
O Gerativismo
A Pragmática
O CAMPO DA LINGÜÍSTICA
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
Torre de Babel
Av. Integração Jaime Campos n 145 – Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000
www.ajes.edu.br – ajes@ajes.edu.br
Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.
De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.
Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena – IES Instituto Superior de Educação do Vale do Juruena
Pós-Graduação Lato Sensu
Prof. AUREA CAVALVANTE SANTANA
Na Bíblia, o Gênesis conta que "o mundo inteiro falava a mesma língua, com
as mesmas palavras" (Gn 11,1). Os homens resolveram, porém, criar uma cidade com
uma torre tão alta que chegaria a tocar o céu e os tornaria famosos e poderosos. Então
Deus, para castigá-los, fez com que ninguém mais se entendesse e os homens passaram
a falar línguas diferentes.
Noam Chomsky
Uma sugestiva contribuição sobre esse tema foi elaborada pelo lingüista e
ativista político americano Noam Chomsky (nascido em 1928), que revolucionou a
lingüística ao introduzir a relação entre o pensamento e a linguagem. Para Chomsky, a
criança disporia de pouca informação da língua para aprender como a linguagem
funciona. Ainda mais, se considerarmos que além de contarem com poucos estímulos,
os adultos, muitas vezes, não ajudam a criança em seu aprendizado dizendo-lhes coisas
sem muito sentido.
Mesmo assim, a maioria das crianças tem um domínio razoável da língua por
volta dos dois anos de idade. Se considerarmos que a linguagem é um sistema bastante
complexo com regras semânticas e sintáticas sutis e que o ambiente para o aprendizado
da língua não é suficiente, então o que torna possível o seu aprendizado?
'Gramática universal'
Chomsky define o conjunto de princípios e regras que determinam o uso da
linguagem como "gramática universal". Trata-se de um sistema de princípios, condições
e regras que são elementos ou propriedades de todas as línguas humanas. Esse sistema
seria o resultado de um longo processo de evolução biológica, que constituiria a
essência da linguagem humana.
AS PALAVRAS E AS COISAS
Platão
Um diálogo interessante de Platão (428-347 a.C.) sobre o assunto aparece no
"Crátilo". Platão inicia esse diálogo com uma discussão entre dois personagens: Crátilo
e Hermógenes. Crátilo afirma que Hermógenes não deveria se chamar assim, já que
"Hermógenes" significa "filho de Hermes" e para fazer jus a esse nome, Hermógenes
deveria ser uma pessoa rica e não estar em dificuldades financeiras, como era o caso do
personagem.
Platão defende uma posição intermediária. Ele irá reconhecer que existe certo
grau de convencionalismo, pois a mesma coisa pode ser chamada por nomes diferentes
nas diversas línguas. Por outro lado, as pessoas não poderiam ficar trocando o nome das
coisas à vontade, porque, nesse caso, a linguagem se tornaria impossível.
Assim como existe uma ordem nas coisas, existe uma ordem na linguagem,
que é tão mais verdadeira quanto melhor representar a ordem das coisas. Por isso, é
necessária uma crítica da linguagem para que ela se torne mais fiel como instrumento
para dar expressão à ordem natural das coisas. Tal tarefa cabe ao dialético, responsável
por criar os nomes e fazer com que a palavra possa exprimir em sons a idéia
correspondente à essência da coisa.
Abstração
Somente os objetos singulares são reais. Como o número de palavras é
limitado e o de objetos, infinito, uma mesma palavra acaba tendo de designar um grande
número de objetos. Quanto maior o grupo de objetos que a palavra designa, mais
abstrata ela se torna e mais vaga também. Por exemplo, eu posso ter uma idéia muito
clara de quem seja André ou Maria, mas a idéia de "humanidade" já não é tão viva em
nossa mente. Disso se conclui que as palavras se prestam melhor para se referir às
coisas concretas e não para representar a essência (se é que ela existe), como pensava
Platão.
A "ave" em si, porém, não existe. O que existem são patos, galinhas e canários
concretos dos quais chegamos à idéia geral de ave. O único modo de saber se essa
abstração é uma idéia verdadeira ou não é confrontá-la com o objeto real que ela
pretende representar.
Tractatus Logico-Philosophicus
As coisas, por si só, não têm sentido, pois elas ganham significado quando
relacionadas com outras coisas. Da mesma forma como não conseguimos pensar em
algo fora do espaço e do tempo, "também não podemos pensar em nenhum objeto fora
da possibilidade de sua ligação com outros" (Tractatus, 2.0121).
Para que algo possa ter significado é preciso que apareça dentro de uma
relação com outros objetos em um determinado estado de coisas. Estar ligado a um
estado de coisas é, ao mesmo tempo, a condição para que um objeto possa aparecer e ser
pensado.
Eu não poderia, porém, saber se uma frase é ou não verdadeira se ela não
correspondesse à estrutura do mundo, ou seja, a ordem das coisas no mundo. Mas como
a linguagem pode representar a estrutura do mundo?
Mas como Wittgenstein pode demonstrar isso? Como pode ele provar que
pensamento, linguagem e mundo têm a mesma forma lógica? Aqui chegamos a um
ponto decisivo para a filosofia: segundo Wittgenstein, isso não pode ser demonstrado, é
algo que apenas se mostra. Para demonstrar aquilo que se mostra através da linguagem e
do mundo seria preciso uma teoria que se referisse à totalidade do mundo e da
linguagem.
Todavia, não deixa de ser curioso que o próprio Wittgenstein teve de se valer
de proposições gerais e metafísicas para expor suas teses. Ele afirma, por exemplo, que
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a totalidade das proposições é a linguagem; que a proposição é uma figuração da
realidade; que os limites do mundo são os limites da minha linguagem etc. Ou seja, ele
não se limita ao que se mostra, mas pretende falar sobre como as coisas são em sua
totalidade.
Assim, o seu Tractatus deve também ser entendido como uma pretensão de
dizer algo de metafísico e, portanto, um contra-senso. Para sair dessa, Wittgenstein usa
a genial analogia da escada que deve ser jogada fora após se subir por ela (6.54). A
filosofia é essa escada que ele usou para descrever a estrutura lógica do mundo e da
linguagem. Feito isso, sua função está praticamente encerrada e Wittgenstein, coerente
com seu pensamento, preferiu mergulhar em um silêncio que durou vários anos a
continuar a dizer mais contra-sensos.
Referência: www.http://educacao.uol.com.br/filosofia/filosofia-da-linguagem-3.jhtm.
Acesso em 26/11/2008. Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Partes da realidade
Para Wittgenstein, o grande problema na filosofia da linguagem tem sua origem em
Platão, que interpretava todas as palavras como nomes próprios, em que cada nome corresponde a
um objeto. Os nomes comporiam as unidades simples das quais são tecidas as afigurações do
mundo, sua estrutura lógica. Sempre seria possível reduzir as unidades complexas de significação
aos seus elementos mais simples.
Jogos de linguagem
A linguagem não é uma coisa morta em que cada palavra representa algo de uma vez por
todas. Ela é uma atividade humana situada cultural e historicamente. Os jovens, por exemplo,
adoram usar termos diferenciados que correspondem ao seu grupo, mas que fora dele poucos
compreendem. Assim, "radical" já foi usado para designar algo que é "maneiro" ou "massa", um
sujeito "legal" pode ser considerado "sangue bom" ou "moral" dependendo do lugar onde viva.
A idéia de jogos de linguagem rompe com a visão tradicional de que aprender uma língua
é dar nomes aos objetos. Imagine que você está em um passeio turístico e se perdeu de seu grupo.
No lugar em que você está a população só fala o idioma local, que você desconhece. Como você
faria para se comunicar?
Talvez você tentasse se comunicar primeiro por mímica ou tentasse desenhar o que queria.
Os nativos falariam alguma coisa na língua deles e você talvez repetisse na esperança de estabelecer
algum laço de comunicação. Talvez com um bocado de paciência vocês acabassem se entendendo e
essa história acabaria tendo um final feliz. Naturalmente, ocorreriam muito mais equívocos do que
acertos, isso porque mesmo gestos que para nós são banais como acenar a cabeça, podem significar
coisas muito diferentes em outra cultura.
Como ilustra Wittgenstein, quando mostramos um objeto para uma criança e dizemos:
"este é o rei", essa elucidação só passa a fazer sentido enquanto denominação de uma peça de
xadrez se a criança "já sabe o que é uma figura do jogo". O que pressupõe que ela já tenha jogado
outros jogos ou que tenha assistido a outras pessoas jogando "com compreensão" ("Investigações
Filosóficas", § 31).
Portanto, o aprendizado de uma língua não pode ser visto apenas como mero aprendizado
da designação de objetos isolados. Esse é apenas um ato secundário dentro de um processo em que
a criança, ao mesmo tempo em que aprende a língua materna, também se apropria de um
determinado entendimento do mundo. A criança aprende junto com a linguagem uma determinada
forma de vida.
Tal posição implica uma mudança na filosofia. Essa mudança coloca a pragmática como
anterior à semântica, ou seja, o uso da linguagem em contextos determinados acima de seu
significado estabelecido, pois o significado das palavras e frases só pode ser resolvido pelo uso que
se faz delas em contextos pragmáticos.
O fato de nos apropriarmos do uso da linguagem como quem domina uma técnica não
significa que o fazemos de um modo puramente mecânico. Cada participante é capaz de interpretar
a regra de um modo inovador e assim provocar mudanças na significação das expressões
lingüísticas.
Afinal, as regras são apenas "indicadores de direção", nada mais que isso. O emprego que
fazemos dos indicadores de direção permanece aberto a interpretações, pois "cada interpretação,
justamente com o interpretado, paira no ar; ela não pode servir de apoio a este. As interpretações
não determinam sozinhas a significação" (IF, § 198).
Nessa nova maneira de ver a linguagem, Wittgenstein realiza uma crítica ainda mais
radical da metafísica, que busca encontrar uma "essência" ou "substância" última das coisas. Para
ele, não existe um sentido a ser buscado fora daquele que estamos acostumados a usar.
Cabe ao filósofo realizar uma "terapia" da linguagem através da elucidação dos conceitos
em seus jogos de linguagem específicos. Novamente, Wittgenstein relega um papel bastante
modesto para a filosofia: "A filosofia deixa tudo como está".
Wittgenstein não deixou, porém, tudo como estava com sua filosofia. Ele abriu uma
intensa discussão na filosofia sobre se podemos passar de um dos infinitos jogos de linguagem
ligados às formas de vida para outro ou se seriam realmente incomensuráveis, o que levaria
inevitavelmente ao relativismo.
Sugestão de leitura: Spaniol, Werner. "Filosofia e Método no Segundo Wittgenstein". São Paulo:
Loyola, 1989.
Costuma-se dizer que "quem fala demais não faz", ou que se deve "falar menos e agir
mais". Tais provérbios indicam uma quase oposição entre o agir e o falar. Mas você ficaria surpreso
se alguém lhe dissesse que é possível agir através de palavras? Ou que, em alguns casos, podem-se
fazer coisas através da fala? Pois é justamente disso que trata a teoria dos atos de fala.
Atos de fala
A teoria dos atos de fala foi elaborada inicialmente por John L. Austin (1911-1960) e
desenvolvida posteriormente por J.R. Searle. Austin parte da teoria pragmática de Wittgenstein de
que é o uso das palavras em diferentes interações lingüísticas que determina o seu sentido. Esse
sentido, porém, não se reduz apenas ao das proposições declarativas do tipo: "a parede é azul".
Ao investigar essa questão, Austin descobre que determinadas sentenças são na verdade
ações. Ou melhor, que dizer é fazer, na medida em que, ao proferir algo, estou simultaneamente
realizando uma ação. Vários são os tipos de ações que podemos realizar ao dizer algo. Quando, por
exemplo, digo "sim" perante um juiz ou padre; ao dizer: "nos encontraremos amanhã pela tarde"
para um colega; ou ainda, quando pergunto a um amigo: "você tem dez reais para me emprestar?".
Em cada uma dessas frases é realizada uma ação, embora seu sucesso não dependa apenas
do sujeito que as profere, mas de uma série de condições. Por exemplo, a noiva pode dizer "não";
posso, mesmo contra a minha vontade, faltar à reunião; meu amigo pode não ter o dinheiro para me
emprestar. Isso, contudo, não significa que o que eu disse é falso, apenas que não teve sucesso, do
mesmo modo que ocorre com outras ações, quando, por exemplo, corro para pegar o ônibus, mas
chego tarde demais. Tendo sucesso ou não, prometer, pedir, exigir, protestar, jurar etc. já são ações
por si mesmas.
O primeiro deles é o ato locucionário, ou seja, o ato de dizer a frase. O segundo ato é o
que Austin chama de ilocucionário, o ato executado na fala, ou seja, ao proferir um ato
locucionário. Nesse caso, ao dizer "o senhor está pisando no meu pé" não tive a simples intenção de
constatar uma situação, mas a de protestar ou advertir para que a outra pessoa parasse de pisar no
meu pé. Por fim, há ainda um terceiro ato, chamado de perlocucionário, que é o de provocar um
efeito em outra pessoa através da minha locução, influenciando em seus sentimentos ou
pensamentos. Na situação descrita, para que o outro tire o pé de cima do meu.
Temos assim o ato locucionário de dizer algo, o ato ilocucionário que realiza uma ação ao
ser dito e o perlocucionário quando há a intenção de provocar nos ouvintes certos efeitos
(convencer, levar a uma decisão etc.).
É claro que nem todas as expressões são dotadas dessas três dimensões, pois isso depende
da força ilocucionária de um ato de fala. A força ilocucionária é algo bem diferente do significado
puro e simples da frase, pois ela está diretamente ligada às interações sociais que se estabelecem
entre os falantes, relações que podem ser de autoridade, cooperação etc.
Tipos de expressão
Austin classificou em cinco grupos os tipos de expressões de acordo com a força
ilocucionária de cada uma delas. São elas:
1) Expressões veridictivas: que dão um veredicto sobre determinado assunto, podem ser
feitas por um juiz, um médico falando sobre uma doença, ou mesmo em situações cotidianas em
que sustentamos algo com base em valores ou provas;
Papel da filosofia
Ao apresentar a teoria dos atos de fala, ou de que o uso da linguagem tem precedência
sobre a semântica, nos distanciamos das posições essencialistas da filosofia. Por outro lado, parece
que a filosofia não tem mais nada a fazer ou que se confundiu com a sociologia ou antropologia.
Segundo Austin, existe um campo de investigação que é próprio da filosofia e que só ela é
capaz de realizá-lo. Trata-se da análise da linguagem que parte da linguagem comum, como outras
ciências, mas que não permanece na mera superfície dos fenômenos. Interessa à filosofia não o uso
que se faz de uma língua nesta ou naquela cultura, mas sim as regras subjacentes às diferentes
interações lingüísticas.
Austin não chegou a investigar sobre a possibilidade de fazer uma crítica da linguagem a
partir de princípios normativos, isto é, a partir de uma "metarregra" ou "metalinguagem" capaz de
oferecer critérios para avaliar a linguagem comum, mas abriu o caminho para uma nova geração de
filósofos contemporâneos, como John Searle, Jürgen Habermas e Karl-Otto Apel, entre outros.
Sugestão de leitura:
A teoria dos jogos de linguagem de Wittgenstein e a dos atos de fala de Austin e Searle
influenciaram decisivamente os filósofos alemães Jürgen Habermas (1929) e Karl-Otto Apel
(1922), que desenvolveram, primeiro conjuntamente e depois cada um ao seu modo, a chamada
ética do discurso.
Se eu, por exemplo, pretendo pedir dinheiro a um amigo, sei que ele não vai me emprestar
se souber que é para comprar drogas; então invento um motivo aceitável para que ele me empreste.
Esta é a diferença entre o uso comunicativo e o uso estratégico da linguagem: enquanto no uso
comunicativo o entendimento se realiza ao tornar explícito o que cada um dos participantes
pretende ao dizer algo, o uso estratégico não pode confessar-se enquanto tal para que a ação possa
ter sucesso.
Por isso, Habermas chama o uso estratégico da linguagem de parasitário, porque ele só é
possível quando pelo menos uma das partes toma como ponto de partida que a linguagem está
sendo utilizada no sentido do entendimento.
Falsos consensos
É comum em nossa sociedade que os que têm mais dinheiro e poder imponham sua
vontade e interesses aos outros, ou que se fabriquem falsos consensos através da manipulação de
informações de forma unilateral. Os grandes meios de comunicação são um bom exemplo disso,
pois difundem certas visões de mundo sem permitir que sejam submetidas à crítica. Grande parte do
público acaba acatando tais opiniões como se fossem verdades indiscutíveis.
A saída apontada por Habermas seria a democratização cada vez maior das formas de
tomada de decisão na sociedade e a substituição de formas ideológicas de formação de consenso por
formas comunicativas, orientadas pelo critério do melhor argumento e não de quem tem mais poder
e dinheiro, como é hoje.
Não é possível, por exemplo, negar a situação de argumentação, pois ao tentar fazer isso
acabamos por provar justamente o contrário. Se alguém disser "eu não acredito que seja impossível
não argumentar, porque...", ele já esta argumentando, caindo assim no que Apel chama de
contradição performativa. Portanto, todo aquele que participa de uma comunidade real de
argumentação pressupõe determinadas regras a priori que orientam a discussão dos participantes.
Se alguém mentir o tempo todo, por exemplo, ele não vai conseguir se comunicar. Para
que a mentira seja possível há o pressuposto de que a linguagem está voltada para o entendimento e
não para o engano. Dessa forma, todo aquele que argumenta pressupõe uma comunidade ideal de
comunicação de modo a priori, que é antecipada contrafaticamente em nossas interações cotidianas.
Disso, Apel deriva duas conseqüências éticas: