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Izabela Laurentino 

Rafael Sousa 
 
 
 
 
 
 
 
Guia Didático de Aves da  
Área de Proteção Ambiental Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
Lagoas do Junco, Arroz e Azul 
 
 
 
 
 
 
 
2009 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Guia Didático de Aves da APA  
Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso ‐ TCC 
UNP‐Universidade Potiguar 
Graduação em Ciências Biológicas 
 
 
 
 
Autores: 
Izabela Costa Laurentino 
Rafael Turíbio Moraes de Sousa 
 
 
 
 
Orientadora: 
Rosângela Lopes Dias 
 
 
 
2009 

  Guia Didático de Aves |3 
 
DIAGRAMAÇÃO 
Caule de Papiro 
 
CAPA 
 
 
 
 
 

Divisão de Serviços Técnicos.  
Catalogação da publicação na fonte.  
IFRN / Biblioteca Sebastião Fernandes 
 
E24     
 
 
Guia Didático de Aves da Área de Proteção Ambiental Bonfim‐Guaraíra/RN Lagoas 
 
do Junco, Arroz e Azul . – Natal, 2009.
150 p. il. color.  
Contém Bibliografia.  
ISBN: 978-85-89571-56-2
 
1. Educação popular - Saúde. 2.   Movimento social. 3. Práticas populares de
saúde – Rio Grande do Norte. I. Núcleo da Articulação Nacional de
 
Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde. II. Título.
 
 
CDU 3:61
 
 

4  | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

 
SUMÁRIO 
 
 
Introdução ........................................................................................................................................9 
Aves ................................................................................................................................................11 
Aves do Brasil..................................................................................................................................17 
Extinção no Brasil ...........................................................................................................................21 
Aves do Nordeste.........................................................................................................................23 
APA Bonfim‐Guaraíra.....................................................................................................................25 
Táxons.............................................................................................................................................35 
Guia Ilustrado das Aves da APA Bonfim‐Guaraíra 
‐ Apodiformes 
Besourinho‐de‐bico‐vermelho ‐ Chlorostilbon lucidus ...................................................................45 
Rabo‐branco‐rubro ‐ Phaethornis ruber .........................................................................................49 
‐ Cathartiformes 
Urubu‐de‐cabeça‐amarela ‐ Cathartes burrovianus .......................................................................51 
Urubu‐de‐cabeça‐preta ‐ Coragyps atratus ....................................................................................53 
Urubu‐de‐cabeça‐vermelha ‐ Cathartes aura .................................................................................55 
‐ Charadriiformes  
Batuíra de Coleira ‐ Charadrius collaris ..........................................................................................57 
Quero‐quero ‐ Vanellus chilensis ....................................................................................................59 
‐ Ciconiiformes  
Garça‐branca‐pequena ‐ Egretta thula  ..........................................................................................61 
Socozinho ‐ Butorides striata  .........................................................................................................63 
‐ Columbiformes  
Juriri‐pupu ‐ Leptotila verreauxi .....................................................................................................65 
Rolinha‐picuí ‐ Columbina picui ......................................................................................................67 
‐ Coraciiformes  
Martim‐pescador‐pequeno ‐ Chloroceryle americana ...................................................................69 
‐ Cuculiformes  

 
Guia Didático de Aves |5 
 
Alma‐de‐gato ‐ Piaya cayana ..........................................................................................................71 
Anú‐branco ‐ Guira guira ................................................................................................................73 
Anú‐preto ‐ Crotophaga ani ...........................................................................................................75 
‐ Falconiformes  
Caracará ‐ Caracara plancus ...........................................................................................................77 
Gavião Carijó ‐ Rupornis magnirostris.............................................................................................79 
‐ Galbuliformes  
Rapazinho‐dos‐velhos ‐ Nystalus maculatus ..................................................................................81 
‐ Passeriformes  
Andorinha‐doméstica‐grande ‐ Progne chalybea ...........................................................................83 
Balança‐rabo‐de‐chapéu‐preto ‐ Polioptila plumbea .....................................................................85 
Bem‐te‐vi ‐ Pitangus sulphuratus ...................................................................................................87 
Betevizinho‐de‐penacho‐vermelho ‐ Myiozetetes similis ...............................................................88 
Choró‐boi ‐ Taraba major ...............................................................................................................91 
Choca‐barrada‐do‐nordeste ‐ Thamnophilus capistratus ...............................................................93 
Chorozinho‐da‐caatinga ‐ Herpsilochmus sellowi ...........................................................................95 
Chorozinho‐de‐papo‐preto ‐ Herpsilochmus pectoralis ..................................................................97 
Cambacica ‐ Coereba flaveola,........................................................................................................99 
Corruíra ‐ Troglodytes musculus ...................................................................................................101 
Fim‐fim ‐ Euphonia chlorotica .......................................................................................................103 
Garrinchão‐de‐bico‐grande ‐ Cantorchilus longirostris ................................................................105 
Guaracava‐de‐barriga‐amarela ‐ Elaenia flavogaster ...................................................................107 
Guaracava‐de‐topete‐uniforme ‐ Elaenia cristata ........................................................................109 
Lavadeira‐mascarada ‐ Fluvicola nengeta ....................................................................................111 
Papa‐formiga‐pardo ‐ Formicivora grisea .....................................................................................113 
Pardal ‐ Passer domesticus ...........................................................................................................115 
Pipira‐preta ‐ Tachyphonus rufus .................................................................................................117 
Pitiguari ‐ Cyclarhis gujanensis .....................................................................................................119 
Sabiá‐barranco ‐ Turdus leucomelas .............................................................................................121 
Saí‐azul ‐ Dacnis cayana ...............................................................................................................123 
Saíra‐amarela ‐ Tangara cayana ...................................................................................................125 
Sanhaço‐cinzento ‐ Thraupis sayaca ............................................................................................127 

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Sebinho‐de‐olho‐de‐ouro ‐ Hemitriccus margaritaceiventer........................................................129 
Suiriri ‐ Tyrannus melancholicus ...................................................................................................131 
Suiriri‐cavaleiro ‐ Machetornis rixosa ...........................................................................................133 
Vite‐vite‐de‐olho‐cinza ‐ Hylophilus amaurocephalus ..................................................................135 
‐ Strigiformes  
Coruja‐Buraqueira ‐ Athene cunicularia .......................................................................................137 
Curiosidades.................................................................................................................................139 
Referências...................................................................................................................................149 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
Guia Didático de Aves |7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 

E
ste  Guia  tem  como  objetivo  de  utilizar  as  aves  no  processo  de 
conscientização ecológica e preservação da natureza. O grupo das 
aves, é sem dúvida, o grupo de animais que exerce maior atração 
sobre  as  pessoas,  dessa  forma,  podemos  usá‐las  em atividades  teórico/práticas 
nas escolas, sem exigir o uso de materiais e equipamentos caros. Podemos usar 
as aves na educação ambiental, com alunos de diversos níveis.  
 
O simples fato de observar esses animais em atividade na rua, em jardins 
ou  no  pátio  da  própria  escola,  rende  muita  discussão  e  aprendizado  aos 
participantes  dessa  atividade.  E  o  mais  importante,  desperta  nas  pessoas  uma 
vontade  de  proteger  e  preservar  o  que  ainda  nos  que  resta  de  áreas  verdes, 
fundamental para a manutenção da vida animal.  
 
Um educador, mesmo sem muita prática com aves, pode e deve trabalhar 
com as aves urbanas na escola. Com certeza, se o professor tiver conhecimentos 
práticos sobre o assunto, à atividade ficará muito mais rica. Tais conhecimentos 
provavelmente serão indispensáveis para o trabalho com crianças mais velhas e 
adolescentes. Para isso, criamos um guia didático de observação de aves para ser 
realizada nas escolas, como complemento às aulas de Ciências e Biologia. 
 
 
 
 

  Guia Didático de Aves |9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 

 
10 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

AVES 
 

A
s  florestas  tropicais  são  conhecidas  por  sua  alta  biodiversidade, 
são  os  biomas  mais  ricos  e  diversos,  apresentando  uma 
complexidade  estrutural  que  favorece  a  existência  de  muitos 
nichos ecológicos, porém, são pouco estudadas e sujeitas a várias ações naturais 
e  não  naturais.  Inúmeras  espécies  diminuíram  rapidamente  sua  abundância,  e 
algumas até foram extintas em conseqüência da caça predatória, destruição de 
habitats e ação de novos predadores e competidores.  

Tornando‐se  necessário  um  esforço  conjunto  para  inventariar  áreas 


remanescentes,  avaliar  a  possibilidade  de  proteção  e  manejo,  além  de 
fundamentar a conservação efetiva daquelas de maior valor biológico. Já que, a 
maioria  das  espécies  é  sensível  a  diversos  fatores  físicos,  como  temperatura, 
umidade,  vento  e  intensidade  luminosa,  e  biológica,  como  estrutura  da 
vegetação e disponibilidade de alimento. 

Se  considerarmos  a  grande  riqueza  em  espécies,  a  facilidade  de 


amostragem  e  a  sensibilidade  a  diversos  fatores  ambientais,  as  aves  são 
consideradas  como  espécies  guarda‐chuva,  apresentam  mais  exigências  do  que 
outros  grupos  que  vivem  no  mesmo  habitat,  sendo  indicadas  para  avaliar  as 
diferenças ambientais entre diversos meios. 
 
“Contribuir para a preservação da diversidade biológica 
e  dos  ecossistemas  naturais;  propiciar  o  manejo 

Guia Didático de Aves |11 
 
adequado  dos  recursos  da  fauna  e  flora;  incentivar  a 
pesquisa  científica  e  estudos  compatíveis  com  as 
características da área; propiciar educação ambiental; e 
garantir o monitoramento ambiental.” (IDEMA, 2006). 
 
 
  A  mais  de  50.000  espécies  atuais  de  vertebrados  habitam  praticamente 
todas  as  partes  da  terra,  enquanto  outros  vertebrados,  hoje  extintos,  viveram 
em  habitats  que  não  mais  existem.  Métodos  de  classificação  dos  animais 
também  mudaram  sua  ênfase  ao  longo  do  século  XX,  e  a  classificação  que 
começou  como  uma  maneira  de  se  tentar  organizar  a  diversidade  dos 
organismos,  tem  se  tornado  uma  ferramenta  poderosa  para  gerar  hipóteses 
evolutivas  testáveis.  Tosos  os  vertebrados  tem  características  básicas  em 
comum,  as  são  produtos  de  sua  ancestralidade  comum  e  o  progresso  da 
evolução pode ser analisado pela seqüência das modificações destes caracteres.  
 
As aves compartilham com os mamíferos a distinção de 
serem  os  vertebrados  mais  recentes  a  habitarem  a 
terra.  Estima‐se  que  8.7000  espécies  viventes  estejam 
distribuídas pelo mundo desde o Ártico até a Antártida, 
tanto nos mares quanto nos continentes. (ORR,1961).  
 
As aves são de uma linhagem de dinossauros  que se desenvolveu o vôo 
durante  a  era  Mesozóica.  Diversificaram  em  mais  de  9.100  espécies.  As  penas 
são as características distintivas das aves e asas com penas são as estruturas que 
permite que uma ave voe. Descobertas recentes de fósseis de dinossauros com 
estruturas semelhantes a penas poderiam indicar que as penas evoluíram antes 
do vôo.  

12 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Tudo  começou  há  210  milhões  de 


anos  no  período  jurássico.  Nesta  altura 
aparece aquele que podemos considerar o 
ancestral  dos  pássaros  atuais:  o 
Archaeopteryx lithographica. Os primeiros 
vestígios  fósseis  desta  espécie  foram 
encontrados na Alemanha em 1861 por H. 
Von  Meyer.  Esta  foi  descrita  como  tendo 
sido  a  primeira  ave  com  penas  e  por  isso 
se  diz  que  as  atuais  aves  descendem  do 

Fonte: Wikipédia 
Archaeopteryx.  Estas  primeiras  aves  de 
que  há  registro  paleontológico  possuíam 
ainda dentes e uma longa cauda.   
Archaeopteryx lithographica 

As  aves  são  animais  vertebrados,  voadores  e  bípedes.  Apresentam‐se 


como  a  evolução  de  répteis  sáurios  no  jurássico  cujas  patas  dianteiras  se 
transformaram em asas. De entre os animais de sangue quente são as aves que 
apresentam a temperatura mais alta que pode chegar aos 43.5ºC.  

Aves são conspícuas em nosso mundo por que estão ativas durante o dia 
(diurnos)  e  freqüentemente  atraem  a  atenção  por  meio  de  alta  vocalizações, 
coloração brilhante e comportamentos vistosos. Como resultado disso, tem sido 
extensivamente  estudado  e  muita  de  nossas  informações  acerca  do 
comportamento e da ecologia de vertebrados terrestres baseia‐se em estudos de 
aves.  Como  classe,  as  aves  são  surpreendentemente  uniformes.  As 
características mais óbvias são as penas e o bico córneo. Entretanto, há muitas 

Guia Didático de Aves |13 
 
outras características, que as distinguem prontamente de outras formas de vida 
animal.  

A  pele  das  aves  apresenta  uma  glândula  única  –  o  uropígio  –  cuja 


secreção  funciona  como  impermeabilizante,  pois  repele  a  água.  A  substância 
córnea forma‐se nas penas, bico, tarsos, dedos e unhas. A muda de penas ocorre 
uma  vez  por  ano.  As  patas  e  os  pés  são  revestidos  por  escamas  epidérmicas. 
Grande parte do esqueleto das aves é oco, o que lhes confere grande leveza, não 
deixando por isso de ser robusto e de apresentar grande flexibilidade.  

O  corpo  das  aves  está  coberto  de  plumas  e  penas  que,  por  um  lado, 
ajudam no vôo em termos de propulsão e estabilização do corpo, mas também o 
protegem  das  diferenças  térmicas  bruscas,  para  além  de  serem  impermeáveis 
como  já  referimos.  As  penas  ajudam  ainda,  nos  casos  em  que  é  necessário,  a 
flutuar  sobre  a  água  e  a  manter  uma  temperatura  ideal  para  a  incubação  dos 
ovos.    São  animais  amnióticos  e  põem  ovos  com  casca.  Fazem  respiração 
pulmonar e algumas espécies possuem um órgão – a siringe – que lhes permite 
emitir sons. 

As  aves,  entretanto,  são  chamadas  de  endotérmicas,  porque  produzem 


seu próprio calor. Além disso, são chamadas de homeotérmicas, porque podem 
manter a temperatura de seus corpos razoavelmente alta, ainda que constante. 
Isto  não  significa  que  a  temperatura  do  corpo  de  uma  ave  nunca  varie:  tem‐se 
demonstrado que, em certas espécies, pode haver uma oscilação diária de vários 
graus. Durante a hibernação do curiango (Phalaenoptilus nuttallii), por exemplo, 
a temperatura do corpo pode cair de 8 graus centígrados, e certos beija‐flores, 
que  estão  sujeitos  ao  torpor  noturno,  apresentam  uma  redução  acentuada  da 
temperatura do corpo à noite devido a redução da produção de energia.  

14 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

As aves modernas são fáceis de reconhecer – elas tem penas e a maioria 
delas  podem  voar.  Uma  terceira  característica  das  aves  é  menos  visível,  ma 
igualmente  importante:  elas  têm  altas  taxas  metabólicas  e  altas  temperaturas 
corpóreas, isto é, elas não endérmicas. (F.Harvey Pough, 2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Guia Didático de Aves |15 
 
 

 
 

 
 
 
 
 
 

 16 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

AVES DO BRASIL 

C
om  quase  1.700  espécies,  o  Brasil  é  o  terceiro  país  do  mundo  em 
riqueza  de  aves,  perdendo  apenas  para  a  Colômbia  e  o  Peru.  Boa 
parte da riqueza ornitológica brasileira é devida à presença de duas 
grandes formações vegetais: a floresta amazônica e a mata atlântica. 

A  avifauna  brasileira  não  é  apenas  rica,  mas  incluem  diversas 


exclusividades, espécies que não ocorrem em outros países e que são chamadas 
de  endêmicas.  Quase  200  espécies  de  aves  têm  distribuição  geográfica  restrita 
ao Brasil. Esse fato implica numa grande responsabilidade, pois significa que sua 
sobrevivência  depende  unicamente  do  esforço  conjunto  da  sociedade  e  do 
governo brasileiros para a conservação de nosso patrimônio natural. 

A  floresta  amazônica,  a  maior  região  florestada  do  planeta,  existe  há 


milhões  de  anos,  e  o  longo  histórico  de  evolução  conjunta  resultaram  num 
ambiente de grande complexidade ecológica. Devido ao clima tropical, à grande 
extensão  e  à  diversidade  de  ambientes  de  que  se  compõe,  apresenta  uma 
riqueza incrível de recursos e de nichos a serem explorados, e é capaz de abrigar 
uma  variedade  imensa  de  aves.  Em  nenhum  lugar  do  mundo  vivem  tantas 
espécies,  muitas  delas  com  coloridos,  formas  e  comportamentos  únicos  e 
fascinantes. 

Também a mata atlântica tem uma avifauna riquíssima, constituindo uma 
das regiões de maior biodiversidade e maior grau de endemismo no mundo. No 

Guia Didático de Aves |17 
 
passado,  estendia‐se  do  Rio  Grande  do  Norte  ao  Rio  Grande  do  Sul,  mas  a 
urbanização  e  a  ocupação  agropecuária  não  pouparam  sua  exuberância,  e  da 
grande  floresta  costeira  pouco  restou.  Apenas  entre  o  Rio  de  Janeiro  e  Santa 
Catarina existem trechos de mata atlântica que ainda lembram a antiga grandeza 
desse ecossistema. 

Os  outros  domínios  naturais  brasileiros  podem  não  abrigar  tantas  aves 
quanto essas duas florestas, mas ainda assim sua fauna é rica se comparada com 
a maior parte dos ambientes no resto do mundo. 

Os  cerrados,  típicos  do  Brasil  central,  compõem‐se  de  uma  grande 
variedade  de  paisagens,  indo  do  campo‐cerrado,  uma  pradaria  natural,  ao 
cerradão, uma floresta baixa e densa. Nas margens dos rios ocorrem formações 
muito  típicas,  as  matas‐galeria  e  as  veredas  de  buritis.  Com  semelhante 
abundância de ambientes, é natural que a região dos cerrados seja habitada por 
um  grande  número  de  aves,  que  inclui  algumas  espécies  não  encontradas  em 
outros ecossistemas. 

A  caatinga  talvez  seja  o  mais  brasileiro  de  todos  os  ecossistemas,  pois 
cresce  unicamente  no  nordeste  do  país.  Apesar  da  aridez,  essa  floresta  baixa, 
que durante boa parte do ano tem aparência seca e desolada, abriga uma fauna 
de aves rica e adaptada ao rigor climático, com vários endemismos interessantes.  

Já  o  Pantanal  quase  não  tem  espécies  exclusivas,  uma  vez  que  não  se 
trata de um ecossistema à parte, mas de um complexo formado pela mistura da 
fauna e da flora dos outros ecossistemas brasileiros. Esse complexo pantaneiro, 
porém, é especial e único, pois em nenhuma outra região do país é tão fácil ver 

18 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

tantas espécies de aves tão espetaculares. Não é por acaso que o Pantanal atrai 
tanta gente apaixonada pela natureza, do Brasil e do exterior. 

Além dessas formações vegetais, muitas outras ainda ajudam a compor o 
diversificado  cenário  para  nossas  aves,  como  os  campos  sulinos,  a  floresta  de 
araucária, os manguezais e restingas, as ilhas oceânicas, os campos de altitude e 
os  banhados.  Assim,  o  Brasil  deve  sua  grande  diversidade  em  aves  à  sua  não 
menos extraordinária riqueza paisagística. 

Tanto  nossa  avifauna  quanto  nossas  paisagens,  porém,  enfrentam 


grandes ameaças. A destruição ambiental afeta não só as florestas, mas também 
outros  ecossistemas.  Caatinga,  cerrados  e  campos  dão  lugar  à  agropecuária.  A 
urbanização  avança  sobre  os  ambientes  costeiros.  Rios  e  banhados  recebem  a 
poluição doméstica e industrial. Até os ambientes criados pelo ser humano são 
afetados  por  queimadas,  poluição  e  implantação  de  rodovias,  que  criam 
barreiras  à  circulação  dos  animais.  As  agressões  aos  ambientes  resultam  na 
redução no número de espécies e de indivíduos. Para agravar a situação, muitas 
aves  são  perseguidas  por  passarinheiros  e  traficantes  de  animais,  estimuladas 
por um mercado ávido por bichos de estimação "exóticos", que existe tanto no 
Brasil  como  no  exterior.  Sem  falar  na  caça,  praticada  sob  várias  justificativas 
esporte, alimento, proteção da criação, superstição. 

Há muito a ser feito para garantir a preservação de nossas aves, por cada 
um de nós. Não se devem comprar animais silvestres, a menos que sua origem 
seja  legal  e  autorizada  pelo  IBAMA.  Em  caso  de  construções  residenciais,  por 
maior  que  seja  o  desejo  de  viver  em  contato  com  a  natureza,  deve‐se  evitar  a 
compra de lotes em regiões florestadas ou recém‐desmatadas. Ao invés disso, o 

Guia Didático de Aves |19 
 
melhor  é  criar  uma  nova  floresta:  reflorestar  com  plantas  nativas  as  áreas  de 
preservação  permanente  da  propriedade.  Artesanato  com  plumas  de  aves 
silvestres  ou  de  madeiras  ameaçadas  de  extinção  deve  ser  desestimulado.  E  é 
sempre  bom  visitar  e  valorizar  nossos  parques  nacionais  e  outras  unidades  de 
conservação, museus e instituições de pesquisa. 

Acima de tudo, é preciso estimular nas crianças a curiosidade, o interesse 
e  o  carinho  por  nossa  natureza.  O  caminho  mais  eficiente  para  a  preservação 
ambiental passa pelo respeito e pelo amor, e a melhor forma de proteger nossas 
aves, em toda sua beleza e diversidade, é cuidar dos lugares onde elas vivem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

20 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

EXTINÇÃO NO BRASIL 

U m dos motivos para preservar o que restou da Mata Atlântica é 
a rica biodiversidade, ou seja, a grande variedade de animais e 
plantas. Calcula‐se que nela existam dez mil espécies de plantas, 
sendo  76  palmeiras,  131  espécies  de  mamíferos,  214  espécies  de  aves,  23  de 
marsupiais, 57 de roedores, 183 de anfíbios, 143 de répteis e 21 de primatas. 

Mas  apesar  da  elevada  diversidade  de  espécies  e  de  endemismos,  nem 
todos  os  dados  são  favoráveis.  Com  103  espécies  ameaçadas  de  extinção, 
ocupamos um triste segundo lugar nesse ranking, seguindo de perto a Indonésia, 
com 104, e estando pouco à frente da China, com 90. 

A extinção de espécies ocorre naturalmente quando existe desequilíbrio 
em um ecossistema ou habitat. Essas mudanças podem ser de caráter climático; 
temperatura, precipitação e vento; mudança no comportamento ou efetividade 
dos  predadores,  parasitas  e  doenças;  competição  entre  espécies  por 
suprimentos alimentares e limitação de recursos ambientais. 

Mas  Nos  últimos  100  anos,  a  maioria  das  extinções  relatadas,  direta  ou 
indiretamente, foi devida às atividades humanas, como a destruição do habitat 
ou  desmatamento,  inundação,  drenagem,  envenenamento  pela  poluição, 
alteração das condições climáticas, competição, predação, parasitismo e doenças 
causados pela introdução de espécies, caça e colheita, dentre outros fatores.  

Guia Didático de Aves |21 
 
Os  fatores  que  afetam  a  extinção  e  o  desaparecimento  de  variedades 
domésticas  são  os  mesmos  descritos  para  os  animais  selvagens.  Durante  a 
história  da  criação  de  animais  domésticos,  um  grande  número  de  raças  foi 
extintas.  No  entanto,  nas  últimas  décadas,  houve  uma  elevação  acentuada  na 
taxa de extinção de raças e variedades que representam uma perda dramática de 
variabilidade genética no pool global de reservas genéticas domésticas. 

Portanto os fatores que ameaçam a biodiversidade são a caça predatória 
e ilegal, a derrubada de florestas, as queimadas, a destruição dos ecossistemas 
para loteamento e a poluição de rios. Outro problema grave que ameaça a fauna 
e a flora brasileira é a chamada biopirataria, a saída ilegal de material genético 
ou subprodutos de plantas e animais para pesquisas sobre novos medicamentos 
e  cosméticos  no  exterior  sem  o  pagamento  de  patentes.  A  única  legislação 
federal a respeito é a Lei 8.176, de 1991, que proíbe a retirada, sem autorização, 
de  qualquer  material  genético  (animal  ou  vegetal)  das  terras  da  União  (que 
incluem as reservas indígenas).  
 

 
 

22 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

AVES DO NORDESTE 
 

A
 diversidade  biológica  da  Mata  Atlântica  está  distribuída  
preferencialmente  em,    pelo  menos,    cinco    centros    de  
endemismos  e  duas  áreas  de  transição.  A Mata Atlântica  no  
Nordeste  cobria  uma  área  original  de  255.245   km²,ocupando  28,84%  do  
seu    território.    Os  últimos  esforços  das  organizações  não  governamentais, 
Sociedade    Nordestina    de    Ecologia    (SNE),    Fundação    SOS    Mata  Atlântica  e 
parceiros  governamentais  para  mapeamento  da  Mata  Atlântica  indicam  que    o  
bioma    no    Nordeste    ocupa    hoje    uma    área    aproximada    de    19.427  
km²,cobrindo  uma  área  total  de  2,21%  de  seu  território.    Mais  de  46%  dos 
remanescentes  mapeados  estão  localizados  na  Bahia.  Os  demais  sete  estados 
contam  com  14.520  km²  de  remanescentes  da  Mata  Atlântica  dispostos  em 
pequenos fragmentos. A Mata Atlântica no Nordeste se estendia por uma faixa 
contínua litorânea do Rio Grande do Norte até a Bahia e, nos Estados do Ceará e 
do Piauí, em áreas descontínuas sobre chapadas, serras, dunas e vales. 

Apesar  de  considerado  o  grupo  animal  mais  bem  conhecido  no  que  diz  
respeito  à  taxonomia,  à  distribuição  geográfica  e  à  história  natural,  é  ainda 
grandes lacunas sobre os dados relativos às aves. Para indicar áreas prioritárias a 
serem  conservadas  foi  analisada  a  distribuição  das  348  espécies  registradas  no 
bioma.  Mereceram  atenção  especial  os  táxons  endêmicos  e  as  espécies 
ameaçadas  de  extinção,  pois  essas  são,  de  modo  geral,  as  mais  vulneráveis  à 
atual expansão das atividades humanas no bioma. Um conjunto de 15 espécies e 
de 45 subespécies foi identificado como endêmico.  

Guia Didático de Aves |23 
 
São  vinte  as  espécies  ameaçadas  de  extinção,  estando  incluídas  nesse 
conjunto duas das espécies de aves mais ameaçadas do mundo: a ararinha‐azul 
(Cyanopsitta  spixii)  e  a  arara‐azul‐de‐lear  (Anodorhynchus  leari).  O  processo  de 
seleção  das  áreas  prioritárias  baseou‐se,  num  primeiro  momento,  na 
disponibilidade  de  dados  qualitativos  da  avifauna,  na  representatividade  dos 
inventários já feitos, e na existência de espécies endêmicas ou ameaçadas. Numa 
segunda etapa, a riqueza total de espécies, o grau de conservação e o nível de 
ameaça deter‐ minaram a ordem final das prioridades. O confronto dos critérios 
utilizados  permitiu  a  identificação  de  35  áreas  prioritárias  para  conservação, 
sendo 11 delas de extrema importância biológica, seis de muito alta importância, 
e cinco de alta importância. As 13 restantes foram indicadas principalmente para 
estudos  básicos  de  inventário,  e  representam,  portanto,  37%  do  total  de  áreas 
sugeridas.  

As  áreas  prioritárias  formam  um  conjunto  bem  distribuído,  do  ponto  de 
vista  de  sua  localização  geográfica,  e  bastante  heterogêneo.  Diversas  dessas 
áreas correspondem a unidades de conservação de proteção integral ou de uso 
sustentado;  algumas  contemplam  regiões  para  as  quais  a  recomendação 
específica aponta a necessidade de criação de unidade de conservação, e outras 
regiões em que a realidade local requer medidas diversas, tais como inventário, 
intensificação  de  estudos,  implantação  de  zonas‐tampão,  e estabelecimento  de 
corredores de vegetação nativa e de áreas de recuperação e de manejo. 

24 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

APA BONFIM‐GUARAIRA 
 
 
– Ato de criação 
Decreto Estadual 14.369, de 22 de março de 
1999. 
 
– Superfície da UC 
 Aproximadamente 43 mil hectares.  
 
 – Perímetro 

Fonte: Rafael Turíbio 
Aproximadamente 136 km. 
 
– Coordenadas Geográficas  
Latitude e Longitude:   Lagoa do Junco 
            ‐35º04’20’’ W e ‐6º28’50’’ S 
           ‐35º23’80’’ W e ‐5º95’70’’ S 
 
– Objetivo de criação 
 
A  APA  Bonfim‐Guaraíra  tem  como  objetivo  ordenar  o  uso,  proteger  e 
preservar: 
a) O ecossistema dunar, Mata Atlântica e manguezal; 
b) Lagoas, rios e demais recursos hídricos; 
c) Espécies vegetais e animais. 
 

Guia Didático de Aves |25 
 
– Localização 
 
A APA Bonfim‐Guaraíra está localizada no litoral oriental do Estado do Rio 
Grande do Norte, ao sul de Natal, abrangendo porções territoriais dos municípios 
de Nísia Floresta, São José do Mipibú, Senador Georgino Avelino, Goianinha, Arês 
e Tibau do Sul. 

As  Áreas  de  Preservação  Ambiental  surgem  com  o  objetivo  de  proteção 
ambiental  e  biológica,  disciplinando  o  processo  de  ocupação  e  assegurando  a 
sustentabilidade  do  uso  dos  recursos  naturais,  o  bem‐estar  das  populações 
humanas e a conservação ou melhoria das condições ecológicas locais. As APAs 
pertencem ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação – Lei 9.985 de 18 
de julho de 2000. 

A  APA  Bonfim‐Guaraíra  foi  criada 


pelo  Decreto  Estadual  nº  14.369  de 
22/03/99  –  IDEMA,  com  o  objetivo  de 
ordenar  o  uso,  proteger  e  preservar:  Os 
ecossistemas  dunar,  mata  atlântica, 
manguezal; lagoas, rios e demais recursos 

Foto: Rafael Turíbio 
hídricos;  espécies  vegetais  e  animais. 
Permite  o  uso  diverso,  orientados  e 
estabelecidos a partir de um Zoneamento 
ambiental  e  Plano  de  Manejo.  A  sua  Vista panorâmica da área 

implantação foi no início de 2005, constituição do conselho gestor e implantação 
do Plano de Manejo. 
 

26 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

– Clima e Vegetação 
 
A  APA  possui  um  clima  tropical  chuvoso  com  verão  seco  e  estação 
chuvosa  adiantando‐se  para  o  outono.  A  sua  formação  vegetal  é  de  floresta 
subperenifólia  (vegetação  constituída  por  árvores  sempre  verdes,  possuem 
grande número de folhas largas, troncos relativamente delgados, densa e o solo 
apresenta‐se  recoberto  por  uma  camada  de  húmus),  manguezal  (sistema 
ecológico costeiro tropical dominado por espécies vegetais, mangues e animais 
típicos,  aos  quais  se  associam  outras  plantas  e  animais,  adaptadas  a  um  solo 
periodicamente  inundado  pelas  marés,  com  grande  variação  de  sanidade).  A 
formação  de  tabuleiros  litorâneos,  a  vegetação  é  encontrada  cobrindo  os 
tabuleiros costeiros, geralmente são áreas onde ocorreu intervenção humana. 

As  dunas  são  estabilizadas  ou  fixas  quando  cobertas  por  vegetação 
natural  e  denominada  reserva  ecológica,  sendo  assim  tendo  a  formação  de 
praias  e  dunas  nessa  vegetação  nativa  fixadora  de  areias.  Já  a  vegetação  que 
ocorre  nas  várzeas  úmidas  e  periferia  de  cursos  d’água,  constitui‐se 
principalmente,  por  espécies  herbáceas  da  família  das  gramíneas  e  ciperáceas. 
Entre outras espécies destacam‐se a baronesa, junco e periperi. 
 
– Metodologia de Estudo 
 
  Foi  conduzido  um  levantamento  de  espécies  de  aves  em  um  fragmento 
florestal na APA Bonfim‐Guaraíra de Janeiro de 2009 a setembro 2009. A região 
está inserida numa das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade do 
Rio  Grande  do  Norte,  Brasil,  a  Mata  Atlântica.  O  método  utilizado  foi  o  de 

Guia Didático de Aves |27 
 
observação direta ao longo de transectos, capturas com redes de neblina, pontos 
de escuta e identificação a partir do uso de vocalizações. 

Foram registradas espécies de aves pertencentes 20 (vinte) famílias. Isso 
corresponde cerca de 14,6% das espécies registradas para o bioma local de Mata 
Atlântica. Constam nesta lista 46 (quarenta e seis) espécies endêmicas da Mata 
Atlântica. Há 02 (duas) espécies estão ameaçadas de extinção.  

A  APA  Bonfim‐Guaraíra  abriga  uma  porção  significativa  de  avifauna  da 


Mata  Atlântica,  e  monitoramento  de  longo  prazo  irá  revelar  aspectos 
importantes  para  compreensão  do  mecanismo  de  extinção  e  colonização  da 
Mata Atlântica. Existem diversas maneiras de avaliar a avifauna de um bioma. As 
mais elementares podem procurar estabelecer o conjunto principal das espécies 
ocorrentes, as espécies endêmicas, as quase endêmicas e as mais características, 
a  distribuição  geral  das  espécies  pelo  bioma  e  a  associação  destas  com  os 
principais  hábitats  existentes.  Em  etapas  posteriores  se  pode  buscar  um 
efinamento  dessa  avaliação,  integrar  dados  de  outras  áreas  do  conhecimento 
relativas/ao  bioma  ou  às  espécies  componentes  e  por  fim  analisar  aspectos 
biogeográficos dessa avifauna. 

O  mais  elementar  dos  estudos  de  uma  avifauna  é  aquele  que  busca 
determinar  quais  são  as  espécies  que  a  constituem  uma  relação  sumária  e 
descritiva das aves que ocorrem num bioma, numa província, enfim em qualquer 
região delimitada por algum parâmetro geográfico, ecológico ou político. A partir 
desse conjunto inicial, outros aspectos acessórios, mas não menos interessantes 
a  uma  análise  biogeográfica,  podem  ser  acrescentados.  O  regime  de 
permanência  das  espécies  componentes  de  uma  avifauna  (p.ex.:  residentes  o 

28 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

ano  inteiro,  visitantes  sazonais  ou  ocasionais)  exige  a  avaliação  de  dados 
levantados minimamente por cerca de um ano. 

O  que  aparentemente  pode  ser  interpretado  como  elementar,  primário 


ou  básico  pode  encerrar  complexidades  não  aparentes.  O  desenvolvimento  do 
plano do levantamento da avifauna e da fauna terrestre na área de estudo para 
preservação  requer  investimentos  em  recursos  humanos  especializados  de 
forma integrada, para que os resultados sejam confiáveis.  Em compasso com a 
própria história de ocupação e colonização, não é surpreendente que a avifauna 
da Mata Atlântica tenha sido a primeira a ser explorada no Brasil. Com a abertura 
dos  portos  às  nações  amigas,  em  janeiro  de  1808,  diversas  expedições  de 
viajantes‐  naturalistas  estrangeiros  iniciaram  suas  investigações  científicas, 
realizadas num primeiro esforço justamente pelas regiões litorâneas. 

A  Mata  Atlântica  pode  ser  considerada  um  dos  biomas  com  o  maior 
número de endemismos do planeta. Esse ecossistema apresenta muitas espécies 
endêmicas  de  vegetais,  insetos,  anfíbios,  aves  e  mamíferos.  Porém,  muitos 
desses  organismos  endêmicos  se  encontram  em  extinção,  pois  este  bioma  é 
considerado  um  dos  mais  fragmentados  e  ameaçados  do  globo.  O  mesmo 
acontece com sua avifauna, a qual é composta por 682 espécies, 199 das quais 
são  endêmicas,  e  destas,  144  estão  em  perigo  de  desaparecer  principalmente 
devido  à  destruição  do  seu  habitats.  Mesmo  diante  desse  quadro  devastador, 
pouco  se  conhece  sobre  a  avifauna  remanescente  nos  fragmentos  criados  e 
estabelecidos  nestes  últimos  anos.  O  primeiro  passo  para  que  o  processo  de 
extinção  e  colonização  seja  melhor  entendido,  é  o  levantamento  de  espécies 
nestes fragmentos. 

Guia Didático de Aves |29 
 
Tratando‐se  de  um  ensaio  que  pretende  abordar  o  processo  cumulativo 
do conhecimento qualitativo da avifauna vinculada ao bioma da APA, o método 
primordial utilizado foi a abrangente pesquisa bibliográfica e seu estudo crítico. 

De  forma  detalhada,  a  fim  de  reunir  subsídios  acerca  das  numerosas 
iniciativas pioneiras de inventário e seus impactos no avanço do conhecimento, 
foram  utilizados  os  seguintes  procedimentos  de  pesquisa  bibliográfica  e  como 
auxiliares  de  instrumentos  de  pesquisas  foram  utilizados  pode‐se  citar:  
binóculos,  redes  de  neblinas,  caderno  e  lápis  para  anotações,  mapas  da  área, 
GPS,  máquina  fotográfica,  filmadora  e  um  questionário  para  avaliação  e 
conhecimento dos estudantes da localidade referente a APA. 

De acordo com a pesquisa em campo, foram encontradas determinadas 
espécies, inclusive algumas em extinção. No quadro podemos ver as espécies: 
 
         
Gênero  Família  Nome do Taxon  Nome Vulgar  English Name 
 
    Phaethornis ruber   Rabo‐branco‐rubro  Reddish Hermit 
Apodiformes  Trochilidae  (Linnaeus, 1758) 
Peters, 1940  Vigors, 1825  Chlorostilbon  Besourinho‐de‐bico‐ Glittering‐bellied 
lucidus   vermelho  Emerald 
(Shaw, 1812) 
    Cathartes aura   Urubu‐de‐cabeça‐ Turkey Vulture 
    (Linnaeus, 1758)  vermelha 
Cathartiformes  Cathartidae  Cathartes  Urubu‐de‐cabeça‐ Lesser Yellow‐
Seebohm, 1890  Lafresnaye,  burrovianus   amarela  headed Vulture 
1839  (Cassin, 1845) 
Coragyps atratus   Urubu‐de‐cabeça‐preta  Black Vulture 
(Bechstein, 1793) 

30 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

    Vanellus chilensis   Quero‐quero  Southern Lapwing 


Charadriiformes  Charadriidae  (Molina, 1782) 
Huxley, 1867  Leach, 1820  Charadrius collaris   Batuíra de Coleira  Collared Plover 
(Vieillot, 1818) 
    Butorides striata  Socozinho  Striated Heron 
Ciconiiformes  Ardeidae Leach,  (Linnaeus, 1758) 
Bonaparte,  1820  Egretta thula  Garça‐branca‐pequena  Snowy Egret 
1854  (Molina, 1782) 
    Columbina picui   Rolinha‐picuí  Picui Ground‐Dove 
Columbiformes  Columbidae  (Temminck, 1813) 
Latham, 1790  Leach, 1820  Leptotila verreauxi   Juriri‐pupu  White‐tipped Dove 
(Bonaparte, 1855) 
Coraciiformes  Alcedinidae  Chloroceryle  Martim‐pescador  Green Kingfisher 
Forbes, 1844  Rafinesque,  americana (Gmelin,  pequeno 
1815  1788) 
    Piaya cayana   Alma de gato  Squirrel Cuckoo 
    (Linnaeus, 1766) 
Cuculiformes  Cuculidae  Guira guira   Anú branco  Guira cuckoo 
Wagler, 1830  Leach, 1820  (Linnaeus, 1758) 
Crotophaga ani   Anú preto  Smooth‐billed Ani 
(Linnaeus, 1758) 
  Accipitridae  Rupornis  Gavião Carijó  Roadside Hawk 
Falconiformes  Vigors, 1824  magnirostris 
Bonaparte,   (Gmelin, 1788) 
1831  Falconidae  Caracara plancus  Caracará  Southern Caracara 
Leach, 1820   (Miller, 1777) 
Galbuliformes  Bucconidae  Nystalus maculatus  Rapazinho‐dos‐velhos  Spot‐backed 
Fürbringer,  Horsfield, 1821  (Gmelin, 1788)  Puffbird 
1888 
    Taraba major   Choró‐boi  Great Antshrike 
    (Vieillot, 1816) 
    Thamnophilus  Choca‐barrata‐do‐ Caatinga Antshrike 
    capistratus   nordeste 
    (Lesson, 1840) 
  Thamnophilidae  Herpsilochmus  Chorozinho‐da‐ Caatinga Antwren 

Guia Didático de Aves |31 
 
  Swainson, 1824  sellowi   caatinga 
  (Whitney & 
  Pacheco, 2000) 
  Herpsilochmus  Chorozinho‐de‐papo‐ Pectoral Antwren 
Passeriformes  pectoralis   preto 
Linné, 1758  (Sclater, 1857) 
  Formicivora grisea   Papa‐formiga‐pardo  White‐fringed 
  (Boddaert, 1783)  Antwren 
    Hemitriccus  Sebinho‐de‐olho‐de‐ Pearly‐vented Tody‐
    margaritaceiventer  ouro  tyrant 
    (d'Orbigny & 
  Tyrannidae  Lafresnaye, 1837) 
  Vigors, 1825  Elaenia flavogaster   Guaracava‐de‐barriga‐ Yellow‐bellied 
    (Thunberg, 1822)  amarela  Elaenia 
    Elaenia cristata  Guaracava‐de‐topete‐ Plain‐crested 
    Pelzeln, 1868  uniforme  Elaenia 
    Fluvicola nengeta   Lavadeira‐mascarada  Masked Water‐
    (Linnaeus, 1766)  Tyrant 
    Machetornis rixosa   Suiriri‐cavaleiro  Cattle Tyrant 
    (Vieillot, 1819) 
    Myiozetetes similis   Betevizinho‐de‐ Social Flycatcher 
  Tyrannidae  (Spix, 1825)  penacho‐vermelho 
  Vigors, 1825  Pitangus  Bem‐te‐vi  Great Kiskadee 
  sulphuratus  
  (Linnaeus, 1766) 
 
Tyrannus  Suiriri  Tropical Kingbird 
 
melancholicus  
 
(Vieillot, 1819) 
 
  Cyclarhis gujanensis  Pitiguari  Rufous‐browed 
 
Vireonidae  (Gmelin, 1789)  Peppershrike 
 
Swainson, 1837  Hylophilus  Vite‐vite‐de‐olho‐cinza  Gray‐eyed Greenlet 
 
amaurocephalus 
 
(Nordmann, 1835) 
 
Hirundinidae  Progne chalybea   Andorinha‐doméstica‐ Grey‐breasted 
 
Rafinesque,  (Gmelin, 1789)  grande  Martin 

32 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes  1815 
Linné, 1758    Troglodytes  Corruíra  Southern House‐
Troglodytidae  musculus  Wren 
Swainson, 1831  (Naumann, 1823) 
Cantorchilus  Garrinchão‐de‐bico‐ Long‐billed Wren 
longirostris (Vieillot,  grande 
1819) 
Polioptilidae  Polioptila plumbea   Balança‐rabo‐de‐ Tropical 
Baird, 1858  (Gmelin, 1788)  chapéu‐preto  Gnatcatcher 
Turdidae  Turdus leucomelas   Sabiá‐barranco  Pale‐breasted 
Rafinesque,  Vieillot, 1818  Thrush 
1815 
Coerebidae  Coereba flaveola  Cambacica, sibite  Bananaquit 
d'Orbigny &   (Linnaeus, 1758) 
Lafresnaye, 
1838 
  Tachyphonus rufus   Pipira‐preta  White‐lined 
  (Boddaert, 1783)  Tanager 
  Thraupis sayaca   Sanhaço‐cinzento  Sayaca Tanager 
Thraupidae  (Linnaeus, 1766) 
Cabanis, 1847  Tangara cayana   Saíra‐amarela  Burnished‐buff 
(Linnaeus, 1766)  Tanager 
Dacnis cayana   Saí‐azul  Blue Dacnis 
Linnaeus, 1766) 
Fringillidae  Euphonia chlorotica  Fim‐fim  Purple‐throated 
Leach, 1820  (Linnaeus, 1766)  Euphonia 
Passeridae  Passer domesticus   Pardal   House Sparrow 
Rafinesque,  (Linnaeus, 1758) 
1815 
Strigiformes  Strigidae Leach,  Athene cunicularia   Coruja‐buraqueira  Burrowing Owl 
Wagler, 1830  1820  (Molina, 1782) 
 
Total: 46 espécies identificadas 
 
 

Guia Didático de Aves |33 
 
É grande a diversidade nos ambientes estudados, os registros de espécies 
de  aves  raras  ou  em  extinção  indicam  a  importância  de  áreas  nativas,  de 
preservação  permanente  e  reserva  legal  próxima,  para  a  preservação  e/ou 
conservação da avifauna em ambientes homogêneos. 

Segundo  o  IDEMA  foi  criado  uma  série  de  novas  áreas  de  proteção  e 
conservação  ambiental  nos  últimos  quatro  anos,  ampliando  de  1,8%  para  4%  a 
área  preservada  do  Estado.  E  queremos  que  este  número  chegue  a  6%  nos 
próximos  anos.  Para  isso,  precisamos  contar  com  uma  eficaz  estrutura  de 
fiscalização  e  monitoramento  dessas  áreas,  evitando  degradação.  Tudo  isso 
aliado às ações de consciência ambiental. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

34 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

TÁXONS 

H
ierarquia  dos  táxons  pertencentes  à  classe  Aves  de  todas  as 
aves do Brasil baseada na lista de aves do Brasil de outubro de 
2008 CBRO (Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico):  
 
Reino: Animalia; Classe: Aves; Filo: Chordata. 
 
Anseriformes  
• Ordem Anseriformes Linnaeus, 1758 ‐ Marrecos, patos, tachãs e afins 
o Família Anatidae Leach, 1820 ‐ Marrecos, patos e cisnes 
ƒ SubFamília Anatinae Leach, 1820 ‐ Patos 
ƒ SubFamília Anserinae Vigors, 1825 ‐ Gansos e cisnes 
ƒ SubFamília Dendrocygninae Reichenbach, 1850 ‐ Asa‐
branca e afins 
o Família Anhimidae Stejneger, 1885 ‐ Anhumas e tachãs 
 
Apodiformes (GUIA) 
• Ordem Apodiformes Peters, 1940 ‐ Andorinhas e colibris 
o Família Apodidae Olphe‐Galliard, 1887 ‐ Andorinhões, taperuçus e 
afins 
o Família Trochilidae Vigors, 1825 ‐ Colibris, tesourões e afins 
ƒ SubFamília Phaethornithinae Jardine, 1833 ‐ Rabos‐
brancos e afins 

Guia Didático de Aves |35 
 
ƒ SubFamília Trochilinae Vigors, 1825 ‐ Beija‐flores 
 
Aprimulgiformes   
• Ordem Caprimulgiformes Ridgway, 1881 ‐ Curiangos, Bacuraus e afins 
o Família Caprimulgidae Vigors, 1825 ‐ Bacuraus e afins 
o Família Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851 ‐ Urutaus e afins 
o Família Steatornithidae Bonaparte, 1842 – Guácharo 
 
Cathartiformes (GUIA) 
• Ordem Cathartiformes Seebohm, 1890 ‐ Urubus 
o Família Cathartidae Lafresnaye, 1839 – Urubus (GUIA) 
 
Charadriiformes (GUIA) 
• Ordem Charadriiformes Huxley, 1867 ‐ Gaivotas, maçaricos e afins 
o SubOrdem Charadrii Huxley, 1867  
ƒ Família Burhinidae Mathews, 1912 ‐ Téu‐téu‐da‐savana 
ƒ Família Charadriidae Leach, 1820 ‐ Quero‐quero e batuíras  
ƒ Família Chionidae Lesson, 1828 ‐ Pomba‐antártica 
ƒ Família Haematopodidae Bonaparte, 1838 ‐ Piru‐piru 
ƒ Família Recurvirostridae Bonaparte, 1831 ‐ Pernilongos 
o SubOrdem Lari Sharpe, 1891  
ƒ Família Laridae Rafinesque, 1815 ‐ Gaivotas 
ƒ Família Rynchopidae Bonaparte, 1838 ‐ Talha‐mar 
ƒ Família Stercorariidae Gray, 1870 ‐ Mandriões 
ƒ Família Sternidae Vigors, 1825 ‐ Trinta‐réis 
o SubOrdem Scolopaci Steijneger, 1885  
ƒ Família Glareolidae Brehm, 1831 ‐ Perdiz‐do‐mar 

36 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

ƒ Família Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854 ‐ Jaçanã 
ƒ Família Rostratulidae Mathews, 1914 ‐ Narceja‐de‐bico‐
torto 
ƒ Família Scolopacidae Rafinesque, 1815 ‐ Maçaricos e afins 
ƒ Família Thinocoridae Sundevall, 1836  
 
Ciconiiformes (GUIA) 
• Ordem Ciconiiformes Bonaparte, 1854 ‐ Cegonhas, garças e afins 
o Família Ardeidae Leach, 1820 ‐ Garças, socós e afins (GUIA) 
o Família Ciconiidae Sundevall, 1836 ‐ Tuiuiú e afins 
o Família Threskiornithidae Poche, 1904 ‐ Íbis 

Columbiformes (GUIA) 
• Ordem Columbiformes Latham, 1790 ‐ Pombas, rolas e dodôs 
o Família Columbidae Leach, 1820 ‐ Pombas e rolas 
 
Coraciiformes (GUIA)   
• Ordem Coraciiformes Forbes, 1844 ‐ Martins‐pescadores e afins 
o Família Alcedinidae Rafinesque, 1815 ‐ Martins‐pescadores 
o Família Momotidae Gray, 1840 ‐ Juruvas e udus 
 
Cuculiformes (GUIA) 
• Ordem Cuculiformes Wagler, 1830 ‐ Anus, almas‐de‐gato, sacis e afins 
o Família Cuculidae Leach, 1820 ‐ Anus, almas‐de‐gato, sacis e afins 
ƒ SubFamília Crotophaginae Swainson, 1837 ‐ Anus 
ƒ SubFamília Cuculinae Leach, 1820 ‐ Alma‐de‐gato, papa‐
lagartas e afins 

Guia Didático de Aves |37 
 
ƒSubFamília Neomorphinae Shelley, 1891 ‐ Jacus‐estalo 
ƒSubFamília Taperinae Verheyen, 1956 ‐ Saci e afins 
ƒ 
Falconiformes (GUIA) 
• Ordem Falconiformes Bonaparte, 1831 ‐ Falcões, águias e gaviões 
o Família Accipitridae Vigors, 1824 ‐ Águias e gaviões 
o Família Falconidae Leach, 1820 ‐ Falcões e caracarás 
o Família Pandionidae Bonaparte, 1854 ‐ Águia‐pescadora 
 
Galbuliformes (GUIA) 
• Ordem Galbuliformes Fürbringer, 1888  
o Família Bucconidae Horsfield, 1821 ‐ Macucus, rapazinhos, chora‐
chuvas e  afins 
o Família Galbulidae Vigors, 1825 ‐ Arirambas e afins 
 
Galliformes 
• Ordem Galliformes Linnaeus, 1758 ‐ Galos, faisões, perdizes e afins 
o Família Cracidae Rafinesque, 1815 ‐ Jacus, mutuns e afins 
o Família Odontophoridae Gould, 1844 ‐ Jacus, mutuns e afins 
 
Gruiformes 
• Ordem Gruiformes Bonaparte, 1854 ‐ Grous, saracuras e bicos‐de‐enxó 
o Família Aramidae Bonaparte, 1852 ‐ Carão 
o Família Cariamidae Bonaparte, 1850 ‐ Seriema 
o Família Eurypygidae Selby, 1840 ‐ pavãozinho‐do‐pará 
o Família Heliornithidae Gray, 1840 ‐ Picaparra 
o Família Psophiidae Bonaparte, 1831 ‐ carão 

38 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

o Família Rallidae Rafinesque, 1815 ‐ Galinhas‐d’água e saracuras 
 
Opisthocomiformes 
• Ordem Opisthocomiformes Sclater, 1880  
o Família Opisthocomidae Swainson, 1837 – Cigana 
 
Passeriformes (GUIA) 
• Ordem Passeriformes Linné, 1758 ‐ Pássaros 
o SubOrdem Passeri Linné, 1758  
ƒ Parvordem Corvida Sibley, Ahlquist & Monroe, 1988  
ƒ Família Corvidae Leach, 1820 ‐ Gralhas 
ƒ Família Vireonidae Swainson, 1837 ‐ Vite‐vites, 
juruviaras e afins 
• Parvordem Passerida Linné, 1758  
o Família Cardinalidae Ridgway, 1901 ‐ Azulão, trinca‐ferro‐
verdadeiro e afins 
o Família Coerebidae d`Orbigny & Lafresnaye, 1838 ‐ Cambacica 
o Família Donacobiidae Aleixo & Pacheco, 2006 ‐ Japacanim 
o Família Emberizidae Vigors, 1825 ‐ Canários, tico‐ticos, 
caboclinhos e afins 
o Família Estrildidae Bonaparte, 1850 ‐ Bico‐de‐lacre 
o Família Fringillidae Leach, 1820 ‐ Pintassilgos, gaturamos e afins 
o Família Hirundinidae Rafinesque, 1815 ‐ Andorinhas 
o Família Icteridae Vigors, 1825 ‐ Guaxe, japus e afins 
o Família Mimidae Bonaparte, 1853 ‐ Sabiás e afins 
o Família Motacillidae Horsfield, 1821 ‐ Caminheiros 

Guia Didático de Aves |39 
 
o Família Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller, Peters, 
van Rossem, Van Tyne & Zimmer, 1947 ‐ Pula‐pulas, mariquitas e 
afins 
o Família Passeridae Rafinesque, 1815 ‐ Pardal 
o Família Polioptilidae Baird, 1858 ‐ Balança‐rabos e afins 
o Família Thraupidae Cabanis, 1847 ‐ Saíras, saís, tiês, sanhaçus e 
afins 
o Família Troglodytidae Swainson, 1831 ‐ Garrinchas, uirapurus e 
afins 
o Família Turdidae Rafinesque, 1815 ‐ Sabiás 
• SubOrdem Tyranni Wetmore & Miller, 1926  
• Parvordem Furnariida Sibley, Ahlquist & Monroe, 1988  
o Superfamília Furnarioidea Gray, 1840  
ƒ Família Dendrocolaptidae Gray, 1840 ‐ Arapaçus 
ƒ Família Formicariidae Gray, 1840 ‐ Tovacas e afins 
ƒ Família Furnariidae Gray, 1840 ‐ Joões, limpa‐folhas e afins 
ƒ Família Grallariidae Sclater & Salvin, 1873 ‐ Torons, 
tovacuçus e afins 
ƒ Família Rhinocryptidae Wetmore, 1930 ‐ Tapaculos e afins 
ƒ Família Scleruridae Swainson, 1827 ‐ Vira‐folhas e afins 
ƒ Família Melanopareiidae Irestedt, Fjeldså, Johansson & 
Ericson, 2002 ‐ Tapaculo‐de‐colarinho 
o Superfamília Thamnophiloidea Swainson, 1824  
ƒ Família Conopophagidae Sclater & Salvin, 1873 ‐ Chupa‐
dentes 
ƒ Família Thamnophilidae Swainson, 1824 ‐ Chocas, 
formigueiros, chororós e afins 

40 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

• Parvordem Tyrannida Wetmore & Miller, 1926  
o Família Cotingidae Bonaparte, 1849  
ƒ SubFamília Cotinginae Bonaparte, 1849 ‐ Arapongas, 
anambés e afins 
ƒ SubFamília Phytotominae Swainson, 1837 ‐ Corta‐ramos 
ƒ SubFamília Rupicolinae Bonaparte, 1853 ‐ Surás e galo‐da‐
serra 
o Família Pipridae Rafinesque, 1815 ‐ Uirapurus e afins 
o Família Tityridae Gray, 1840 ‐ Caneleiros, flautins, anambés e afins 
o Família Tyrannidae Vigors, 1825  
ƒ SubFamília Elaeniinae Cabanis & Heine, 1856 ‐ Piolhinhos, 
bico‐chatos, guaracavas e afins 
ƒ SubFamília Fluvicolinae Swainson, 1832 ‐ Lavadeiras, 
maria‐pretas, noivinhas e afins 
ƒ SubFamília Pipromorphinae Bonaparte, 1853 ‐ Marias, 
abre‐asas, ferreirinhos e afins 
ƒ SubFamília Tyranninae Vigors, 1825 ‐ Bem‐te‐vis, suiriris e 
afins 
 
Pelecaniformes 
• Ordem Pelecaniformes Sharpe, 1891 ‐ Pelicanos, biguás e atobás 
o Família Anhingidae Reichenbach, 1849 ‐ Biguatinga 
o Família Fregatidae Degland & Gerbe, 1867 ‐ Biguatinga 
o Família Pelecanidae Rafinesque, 1815 ‐ Pelicanos 
o Família Phaethontidae Brandt, 1840 ‐ Rabos de palha 
o Família Phalacrocoracidae Reichenbach, 1849 ‐ Biguá 
o Família Sulidae Reichenbach, 1849 – Atobás 

Guia Didático de Aves |41 
 
Phoenicopteriformes 
• Ordem Phoenicopteriformes Fürbringer, 1888 ‐ Flamingos 
o Família Phoenicopteridae Bonaparte, 1831 ‐ Flamingos 
 
Piciformes 
• Ordem Piciformes Meyer & Wolf, 1810 ‐ Pica‐paus, tucanos, arirambas e 
afins 
o Família Capitonidae Bonaparte, 1838 ‐ Capitões 
o Família Picidae Leach, 1820 ‐ Pica‐paus 
o Família Ramphastidae Vigors, 1825 ‐ Tucanos e araçaris 
 
Podicipediformes 
• Ordem Podicipediformes Fürbringer, 1888 ‐ Mergulhões 
o Família Podicipedidae Bonaparte, 1831 ‐ Mergulhões 
 
Procellariiformes 
• Ordem Procellariiformes Fürbringer, 1888 ‐ Petréis e albatrozes 
o Família Diomedeidae Gray, 1840 ‐ Albatrozes 
o Família Hydrobatidae Mathews, 1912 ‐ Painhos 
ƒ SubFamília Hydrobatinae Mathews, 1912  
ƒ SubFamília Oceanitinae Forbes, 1882 ‐ Painhos 
o Família Pelecanoididae Gray, 1871  
o Família Procellariidae Leach, 1820 ‐ Petréis e pardelões 

Psittaciformes 
• Ordem Psittaciformes Wagler, 1830 ‐ Araras, papagaios e periquitos 

42 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

o Família Psittacidae Rafinesque, 1815 ‐ Araras, papagaios e 
periquitos 

Sphenisciformes 
• Ordem Sphenisciformes Sharpe, 1891 ‐ Pinguins 
o Família Spheniscidae Bonaparte, 1831 ‐ Pingüins 
 
Strigiformes (GUIA) 
• Ordem Strigiformes Wagler, 1830 ‐ Corujas 
o Família Strigidae Leach, 1820 ‐ Corujas 
o Família Tytonidae Mathews, 1912 ‐ Coruja‐da‐igreja 

Struthioniformes 
• Ordem Struthioniformes Latham, 1790 ‐ Avestruzes 
o Família Rheidae Bonaparte, 1849 ‐ Emas 

Tinamiformes 
• Ordem Tinamiformes Huxley, 1872 ‐ Macucos, inhambus, perdizes, 
codornas e afins 
o Família Tinamidae Gray, 1840 ‐ Inhambus, codornas e afins 
 
Trogoniformes 
• Ordem Trogoniformes A. O. U., 1886 ‐ Surucuás 
o Família Trogonidae Lesson, 1828 – Surucuás 
 
 
 

Guia Didático de Aves |43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

  44 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Guia Ilustrado 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aves encontradas 
Nas Lagoas do Junco, Arroz e Azul  
Área de Proteção Ambiental Bonfim‐Guaraíra/RN 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Guia Didático de Aves |45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

 
Apodiformes (Peters, 1940) 
 
  
 
Nome Popular: 
 Besourinho‐de‐bico‐vermelho 
 Nome do Táxon:  
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) 
English Name:  
Glittering‐bellied Emerald  
Família: 
 Trochilidae (Vigors, 1825) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BESOURINHO‐DE‐BICO‐VERMELHO 
 

Fonte: Jorn Fjosne 
O besourinho‐de‐bico‐vermelho é uma ave apodidae da família Trochilidae. Também conhecido 
como beija‐flor‐besourinho‐de‐bico‐vermelho, beija‐flor‐de‐bico‐ Vermelho, esmeralda‐de‐bico‐
vermelho. Esta espécie era representada pelo nome científico de Chlorostilbon aureoventris.  
 

Guia Didático de Aves |47 
 
Características:  Esse  beija‐flor  tem  8,5  centímetros  e  pesa  3,5  gramas.  Sua 
plumagem verde‐brilhante abrange as partes dorsal e ventral, apresentando um 
brilho dourado mais intenso na fronte e mais azulado na garganta. As penas da 
cauda  são  azuis.  A  fêmea  distingue‐se  por  uma  linha  curva  branca  atrás  dos 
olhos e pela ponta da cauda esbranquiçada. 
Som: Tem voz aguda, às vezes, a vocalização é quase inaudível para nós. Possui 
vozes diferentes para, freqüentemente entonadas em vôo. 
Alimentação: Alimenta‐se quase que exclusivamente em vôo e é adaptado para 
sugar o néctar das flores. Também come insetos e aranhas. 
Reprodução:  Pode  nidificar  em  diversos  locais:  nas  raízes  pendentes  dos 
barrancos das estradas; nos ramos de pequenos arbustos.  
Hábitos:  Vivem  em  jardins  e  quintais  floridos,  capoeiras  ralas,  áreas  abertas  e 
matas  de  candeias  floridas.  Toma  banho  na  chuva.  Tem  necessidade  de  tanta 
limpeza devido, ao constante contato com o líquido viscoso das flores. Gosta de 
tomar  banho  de  sol  e  se  espreguiça  após  o  descanso.  Dorme  de  bico  para  a 
frente,  a  cabeça  um  pouco  levantada,  posição  semelhante  a  que  assume 
durante  a  chuva  e  quando  canta.  Coloca  freqüentemente  as  asas  por  baixo  da 
cauda. Pousa abertamente num galho fino para dormir. 
Distribuição Geográfica: Pode ser encontrado no Nordeste e, do Espírito Santo 
ao Rio Grande do Sul. 
  
 
 
 
 
 
 

48 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Apodiformes (Peters, 1940) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Rabo‐branco‐rubro 
Nome do Táxon: 
 Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) 
English Name: 
 Reddish Hermit 
Família:  
Trochilidae (Vigors, 1825) 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
RABO‐BRANCO‐RUBRO 

Fonte: Wikiaves 
 
Um dos menores beija‐flores do Brasil, o Rabo‐branco‐rubro é conhecido também como 
Besourinho‐da‐mata. 
 

Guia Didático de Aves |49 
 
Características: Mede cerca de 8,6 cm de comprimento e pesa de 1,8 a 2,2 g. O 
macho apresenta as partes inferiores ferrugíneas com uma estreita faixa preta à 
altura do peito e a fêmea é de coloração mais pálida e não possui a faixa preta.  
Alimentação: Alimenta‐se de néctar e de pequenos insetos.  
Reprodução:  Faz  ninho  em  formato  de  bolsa,  utilizando  paina  macia,  teias  de 
aranha  e  detritos  vegetais,  localizado  entre  1  e  3  m  de  altura  em  folhas  de 
palmeiras.  Põe  2  ovos  brancos,  incubados  por  cerca  de  15  dias.  Os  filhotes 
nascem com o bico curto e mole, como todos os beija‐flores, e deixam o ninho 
após 18 a 22 dias.  
Hábitos:  Voa  baixo,  com  um  zumbido  agudo,  semelhante  ao  de  uma  grande 
abelha.  Habita  o  sub‐bosque  de  florestas  altas,  no  interior  e  nas  bordas, 
capoeiras e áreas arbustivas.  
Distribuição  Geográfica:  Da  Amazônia  para  o  sul  até  São  Paulo.  Encontrado 
também das Guianas e Venezuela à Bolívia.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

50 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Cathartiformes (Seebohm, 1890) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Urubu‐de‐cabeça‐amarela 
Nome do Táxon:  
Cathartes burrovianus (Cassin, 1845) 
English Name:  
Lesser Yellow‐headed Vulture 
Família:  
Cathartidae (Lafresnaye, 1839) 
 
 
 
 
 
 
 
 
URUBU‐DE‐CABEÇA‐AMARELA 
 
O papel das aves comedoras de carniça no ambiente é de uma importância fundamental. A 

Fonte: Wikiaves 
nossos olhos, essa adaptação é repugnante. Graças a elas, no entanto, há uma rápida reciclagem 
das carcaças e reincorporação ao sistema dos nutrientes. Reduzem ou dificultam o crescimento 
de bactérias nocivas, ao diminuírem a disponibilidade de tecido animal em decomposição, sendo 
altíssima sua capacidade de resistência a organismos infecciosos.  

Guia Didático de Aves |51 
 
Características:  O  urubu‐de‐cabeça‐amarela,  tem  de  comprimento  53  a  65  cm. 
Ostenta uma envergadura de 1,60m. A coloração do corpo e asas são idênticas 
ao do urubu‐da‐mata. À distância, a cabeça parece amarelo clara, quase branca. 
O  juvenil  possui  a  cabeça  negra.  Também  possui  olfato  apurado  e  chega 
rapidamente  às  carniças,  onde,  como  o  urubu‐de‐cabeça‐vermelha,  é  afastado 
com a chegada de outras espécies de urubus. 
Alimentação:  Alimenta‐se  principalmente  de  pequenas  presas  ou  de  carniça.  É 
um caçador ativo, capturando pequenos vertebrados em vôos rasantes.  
Reprodução:  Faz  ninho  em  grandes  cavidades  de  árvores,  pondo  ovos  branco‐
amarronzados manchados de marrom. Nidifica em locais semelhantes e o filhote 
também  nasce  com  uma  plumagem  fina  e  branca,  mantida  nas  primeiras 
semanas.  
Hábitos:  Habitam  beiradas  de  rios  e  lagoas  florestadas,  áreas  pantanosas  e 
campos.  Vive  normalmente  solitário  ou  em  grupos  de  alguns  indivíduos,  bem 
espaçados.  Paira  baixo  sobre  pantanais  ou  campos  alagados,  sendo  incomum 
encontrá‐lo  voando  alto.  Pousa  em  postes  baixos  e  cercas.  Possui  os  mesmos 
hábitos  gerais  das  espécies  da  mesma  família,  às  vezes  usando  os  mesmos 
pousos noturnos.  
Distribuição  Geográfica:  Encontrado  em  diversas  regiões  do  Brasil,  é  mais 
comum  no  Nordeste  e  na  Amazônia,  sendo  ainda  o  urubu  predominante  nas 
restingas  do  Rio  de  Janeiro.  Presente  também  desde  o  México  até  o  norte  da 
Argentina e Uruguai. 
 
 
 
 

52 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Cathartiformes (Seebohm, 1890) 
 
 
 
 
Nome Popular: 
 Urubu‐de‐cabeça‐preta 
Nome do Táxon:  
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) 
English Name: 
 Black Vulture 
Família:  
Cathartidae (Lafresnaye, 1839) 
 
 

URUBU‐DE‐CABEÇA‐PRETA 

Fonte: Jorn Fjosne 
 
O urubu‐de‐cabeça‐preta é conhecido também como urubu‐comum, corvo, 
urubu‐preto e apitã. 

Guia Didático de Aves |53 
 
Características:  O  urubu‐de‐cabeça‐preta,  possui  de  comprimento  62  cm  e  de 
envergadura  cerca  de  143  cm  com  peso  de  1,6  kg.  Dentre  os  urubus,  é  o  de 
menor  envergadura.  Apesar  de  seu  tamanho,  é  o  mais  agressivo  dos  urubus 
menores,  disputando  avidamente  uma  carcaça  com  as  outras  espécies.  Não 
possui  o  olfato  apurado  do  gênero  Cathartes,  localizando  a  carniça  pela  visão 
direta ou observando os outros urubus pousando para comer. Costuma deslocar‐
se  a  grande  altura,  usando  as  correntes  de  ar  quente  para  diminuir  o  custo 
energético do vôo. Sua visão é excepcional, tendo boa acuidade para objetos a 
grande distância.  
Alimentação:  Alimenta‐se  de  carcaças  de  animais  mortos  e  outros  materiais 
orgânicos  em  decomposição,  bem  como  de  animais  vivos  impedidos  de  fugir, 
como filhotes de tartarugas e de outras aves.  
Reprodução: Faz ninho em ocos de árvores mortas, entre pedras e outros locais 
abrigados,  geralmente  com  incidência  de  árvores.  Põe  2  ovos  branco‐azulados 
manchados com muitos pontos marrons. Bate as asas pesadamente, plana bem.  
Hábitos:  No  ambiente  natural,  alimenta‐se  nas  mesmas  carniças  das  outras 
espécies.  Nas  proximidades  das  casas,  busca  restos  de  comida  e  partes  de 
animais domésticos abatidos. Acostuma‐se com a presença humana e, em alguns 
locais, circula até junto de galinhas e outras aves domésticas, quando sua forma 
peculiar  de  andar  bamboleando  chama  a  atenção,  popularmente  chamado  de 
passo do urubu malandro.  
Distribuição  Geográfica:  É  uma  das  aves  mais  comuns  em  qualquer  região  do 
Brasil,  exceto  em  extensas  áreas  florestadas  com  pouca  presença  humana. 
Encontrado também desde a região central dos Estados Unidos à praticamente 
toda a América do Sul onde haja cidades, fazendas e áreas abertas.  
 

54 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

  Cathartiformes (Seebohm, 1890) 
 
 
 
Nome Popular:  
Urubu‐de‐cabeça‐vermelha 
Nome do Táxon:  
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) 
English Name:  
Turkey Vulture 
Família: 
Cathartidae (Lafresnaye, 1839) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

URUBU‐DE‐CABEÇA‐VERMELHA 

Fonte: Wikiaves 
 
 O urubu‐de‐cabeça‐vermelha é uma ave Cathartiforme da família Cathartidae. 

Guia Didático de Aves |55 
 
 Características: Possui longas asas que chegam a 1,80m de envergadura, sendo 
relativamente  finas  e  mantidas  em  formato  de  “V”.  Dessa  forma,  aproveitam  a 
menor brisa disponível para voar sobre a vegetação e o solo, às vezes a poucos 
metros do chão. Nessa busca de sustentação, mantém as asas rígidas e viram o 
corpo de lado a outro, parecendo um vôo errático, que não vai se manter. Muito 
raramente  batem  as  asas  e,  mesmo  assim,  só  para  iniciar  o  movimento. 
Alimentação:  Localiza  as  carcaças  pelo  olfato,  uma  das  poucas  aves  onde  esse 
sentido  é  apurado.  Graças  à  sua  capacidade  de  vôo  e  sensibilidade  do  olfato, 
costuma  ser  o  primeiro  urubu  a  chegar  na  carniça.  Nem  sempre  é  o  que  se 
banqueteia melhor, porque logo é seguido pelas outras espécies e afastado por 
elas.  Muitas  vezes,  espera  as  demais  alimentarem‐se,  para,  então,  voltar  a 
comer.  De  forma  ocasional,  pode  capturar  e  matar  pequenos  vertebrados, 
apanhados nos vôos rasantes.  
Reprodução:  Nidifica  no  solo  ou,  mais  raramente,  em  ocos  de  árvores.  Em 
qualquer caso, locais bem cobertos por vegetação e protegidos. Coloca dois ovos 
e a incubação dura de 38 a 41 dias. Quando nascem os filhotes, são alimentados 
de alimento regurgitado pelos pais. A partir dos 70 dias de vida, inicia seus vôos.  
Hábitos:  Habita  Campos,  Matas  e  bosques.  À  noite,  dirige‐se  para  pousos 
tradicionais,  seja  nas  árvores  da  mata  ribeirinha,  seja  em  capões  nos  campos. 
Esses  pousos  são  comunais,  ocasionalmente  com  20  ou  30  urubus  de  várias 
espécies.  
Distribuição Geográfica: Ocorre desde o Sul do Canadá até a América do Sul. Seu 
período migratório vai de julho a novembro.  
 
 
 
 

56 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Charadriiformes (Huxley, 1867) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Batuíra de Coleira 
Nome do Táxon:  
Charadrius collaris (Vieillot, 1818) 
 English Name:  
Collared Plover 
Família:  
Charadriidae (Leach, 1820) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BATUÍRA DE COLEIRA 
 

Fonte: Jorn Fjosne 
A  Batuíra‐de‐coleira é conhecida também como batuíra, batuíra‐da‐costa, batuíra‐de‐
colar‐simples, batuituí, coleirinho, ituituí, lulutinho, maçarico‐de‐coleira, maçarico‐
pequeno e tarambola. 

Guia Didático de Aves |57 
 
Características:  Mede cerca  de  15  cm  de  comprimento.Alimentação: Alimenta‐
se de larvas e insetos, pequenos moluscos e vermes que encontra na lama e na 
areia.Reprodução:  Põe  2  ovos  de  cor  creme  com  manchas  e  pintas  pretas, 
diretamente na areia, sem preparar um ninho. Hábitos: É localmente comum em 
praias  arenosas  de  grandes  rios,  na  orla  marítima,  lamaçais  e,  com  menos 
freqüência,  em  campos  com  gramíneas  baixas.  Vive  geralmente  aos  pares 
durante todo o ano, embora possa haver vários em uma mesma praia.  
Distribuição Geográfica: Todo o Brasil e também do México à Bolívia, Argentina 
e Chile. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

58 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Charadriiformes (Huxley, 1867) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Quero‐quero 
Nome do Táxon:  
Vanellus chilensis (Molina, 1782) 
English Name:  
Southern Lapwing 
Família: 
 Charadriidae (Leach, 1820) 
 
 
 
 
 
 
 
QUERO‐QUERO 
 
O quero‐quero também conhecido por tetéu, téu‐téu, terém‐terém e espanta‐
boiada. Muito popular no Brasil, vive em banhados e pastagens; é visto em 

Fonte: Jorn Fjosne 
estradas, campos de futebol e próximo a fazendas, freqüentemente longe 
d'água. Seu nome é uma onomatopéia de seu canto.  

Guia Didático de Aves |59 
 
Características:  Mede  37  cm,  peso  277  g.  Possui  um  esporão  pontudo,  ósseo, 
com  1  cm  de  comprimento  no  encontro  das  asas,  uma  faixa  preta  desde  o 
pescoço  ao  peito  e  ainda  umas  penas  longas  (penacho)  na  região  posterior  da 
cabeça, tem um desenho chamativo de preto, branco e cinzento na plumagem.  
Som: “tero‐tero”. Esse som é emitido dia e noite.  
Alimentação: O quero‐quero se alimenta de invertebrados aquáticos e peixinhos 
que  encontra  na  lama.  Para  capturá‐los,  ele  agita  a  lama  com  as  patas  para 
provocar a fuga de suas presas. Também se alimenta de artrópodes e moluscos 
terrestres.  
Reprodução:  Na  primavera,  a  fêmea  põe  normalmente  de  três  a  quatro  ovos. 
Nidificam em uma cavidade esgravatada no solo; os ovos têm formato de pião ou 
pêra,  forma  adequada  para  rolarem  ao  redor  de  seu  próprio  eixo  e  não 
lateralmente, sendo manchados, confundindo‐se perfeitamente com o solo.  
Hábitos: Costuma viver em banhados e pastagens; é visto em estradas, campos 
de futebol e próximo a fazendas, freqüentemente longe d'água. O quero‐quero é 
sempre o primeiro a dar o alarme quando algum intruso invade seus domínios.  
Distribuição  Geográfica:  O  quero‐quero  é  uma  ave  típica  da  América  do  Sul, 
sendo encontrado desde a Argentina e leste da Bolívia até a margem direita do 
baixo  Amazonas  e  principalmente  no  Rio  Grande  do  Sul,  no  Brasil.  Habita  as 
grandes campinas úmidas e os espraiados dos rios e lagoas. 
 
 
 
 
 
 
 

60 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Ciconiiformes (Bonaparte, 1854) 
 
 
 
 
Nome Popular: 
 Garça‐branca‐pequena 
 Nome do Táxon: 
Egretta thula (Molina, 1782) 
English Name:  
Snowy Egret 
Família:  
Ardeidae (Leach, 1820) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GARÇA‐BRANCA‐PEQUENA 
 

Fonte: Wikiaves 
A Garça‐branca‐pequena é conhecida também como Garcinha‐branca e Garça‐
pequena.  
 

Guia Didático de Aves |61 
 
Características: Mede de 51 a 61 cm de comprimento. Esta espécie distingue‐se 
facilmente da garça‐branca‐grande (Ardea alba), não só pelo tamanho, mas por 
apresentar o bico e as pernas negros e os dedos dos pés amarelos. Nos jovens as 
pernas  e  os  pés  são  verde‐amarelados.  Nesta  garça  as  egretas  aparecem,  nos 
indivíduos de ambos os sexos, no dorso, na cabeça e no peito durante o período 
de reprodução. 
Alimentação:  Alimenta‐se  de  peixes  e  invertebrados  aquáticos  de  forma 
bastante  ativa.  Para  pescar,  corre  nas  margens  das  coleções  de  água  atrás  de 
cardumes de peixes ou move, rapidamente, um dos pés sob água para atrair suas 
presas. 
Reprodução:  Reproduz‐se  em  pequenas  colônias  exclusivas  ou  em  meio  a 
colônias  de  outras  espécies,  no  manguezal.  Os  ninhos  são  plataformas 
construídas de gravetos. Põe de 2 a 4 ovos azul‐esverdeados. 
Hábitos:  Comum  em  manguezais,  estuários  e  poças  de  lama  na  costa,  sendo 
menos numerosa em pântanos e poças de água doce. 
Distribuição  Geográfica:  Todo  o  Brasil  e  desde  o  sul  dos  Estados  Unidos  e 
Antilhas à quase totalidade da América do Sul.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

62 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

 
  Ciconiiformes (Bonaparte, 1854) 
 
 
 
Nome Popular:  
Socozinho 
Nome do Táxon:  
Butorides striata (Linnaeus, 1758) 
English Name: 
Striated Heron 
Família: 
 Ardeidae (Leach, 1820) 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOCOZINHO 
 

Fonte: Jorn Fjosne 
O Socozinho é um Ciconiiforme da família Ardeidae. Conhecido também como 
Socó‐estudante, Soco‐í e Socó‐mirim (Pará), Socó‐mijão e Socó‐tripa. 

Guia Didático de Aves |63 
 
Características:  Tem  cerca  de  36  centímetros.  É  inconfundível,  devido  às  suas 
penas curtas e amarelas e pelo seu andar agachado. 
Alimentação:  Alimenta‐se  com  peixes,  insetos  aquáticos  (imagos  e  larvas), 
caranguejos,  moluscos,  anfíbios  e  répteis.  Permanece  imóvel  por  longos 
períodos,  empoleirado  sobre  a  água  ou  em  suas  proximidades,  à  espera  de 
presas. 
Reprodução:  Solitário,  às  vezes  nidifica  em  colônias.  Constrói  seu  ninho  sobre 
árvores ou arbustos nos brejais. Os ovos são esverdeados ou verde‐azulados (às 
vezes  brancos  ou  esbranquiçados), uniformes.  Põe  3  ovos  cinza‐esverdeados.  A 
procriação  procede  geralmente  no  início  ou  no  fim  da  estação  seca,  quando  o 
alimento para as aves aquáticas é normalmente mais farto. 
Hábitos:  Qualquer  lugar  que  haja  água.  Tanto  no  interior  do  continente  como 
nos manguezais. É migratório. Anda como se esgueirasse, a passos largos e como 
se  observasse  um  perigo  ou  uma  oportunidade.  Voa  devagar,  com  o  pescoço 
encolhido e as pernas esticadas. Para dormir, não volta a cabeça para trás, e sim 
mantém o bico dirigido para a frente. Costuma colocar o bico verticalmente para 
baixo  de  encontro  ao  peito  dentre  a  plumagem,  o  qual  oculta  completamente. 
Gosta  de  dias  chuvosos  e  escuros,  sente‐se  à  vontade  tanto  com  espécies 
noturnas como diurnas.  
Distribuição Geográfica: Presente em todo o Brasil e nas regiões de clima quente 
ao  redor  do  planeta,  na  América,  África,  Ásia,  Austrália  e  ilhas  do  oeste  do 
Oceano Pacífico. 
 
 
 
 
 

64 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

   Columbiforme (Latham, 1790) 
 
 
 
Nome Popular:  
Juriri‐pupu 
 Nome do Táxon: 
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855) 
English Name:  
White‐tipped Dove 
Família:  
Columbidae (Leach, 1820) 
 
 

Fonte: Wikiaves 
 
 
 
 
 
 
JURIRI‐PUPU 
 
A juriti‐pupu é uma ave conhecida também como pu‐pú. Muito arisca, logo voa e 
se esconde, sendo que na maioria das vezes notamos sua presença pelo canto 
característico que é melancólico e repetitivo: “pu… puuu”, de onde seu outro 
nome juriti‐pupu. 

Guia Didático de Aves |65 
 
Características:  Tem  29  centímetros  e  pesa  entre  160  e  215  gramas.  Sua 
plumagem  é  marrom,  com  peito  claro,  cabeça  cinzenta  com  alguns  reflexos 
metálicos  na  nuca  e  alto  dorso.  Possui  ainda,  uma  coloração  azulada  ao  redor 
dos olhos. Muito arisca, logo voa e se esconde, sendo que na maioria das vezes 
notamos sua presença pelo canto.  
Alimentação:  É  granívora  e  frugívora,  pois  come  grãos,  sementes,  frutas  e 
vegetais. Com um rápido movimento do bico vira as folhas mortas para descobrir 
sementes e frutos caídos, esse movimento também é utilizado para extração de 
sementes caídas em uma fenda, joga os grãos no chão para pegá‐los em seguida. 
Reprodução: Seu ninho é feito de pequenos gravetos, sem forro. É tão ralo que 
às  vezes,  os  dois  ovos  de  cor  claro‐suja  podem  cair  no  chão.  Pode  nidificar  em 
pés de café e na entrada de grutas calcárias, no interior da mata. 
Hábitos: Vive nas matas e ambientes bem arborizados, vindo freqüentemente ao 
chão à cata de grãos, de que se alimenta. Vive solitária ou aos pares. Alimenta‐se 
de sementes e frutos no chão. Quando perturbada, foge caminhando sem fazer 
barulho, ou voa, emitindo um som com as asas, até uma árvore próxima.  
Distribuição Geográfica: Presente em quase todo o Brasil e também do sul dos 
Estados Unidos até a Argentina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

66 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Columbiforme (Latham, 1790) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Rolinha‐picuí 
 Nome do Táxon:  
Columbina picui (Temminck, 1813) 
English Name:  
Picui Ground‐Dove 
Família:  
Columbidae (Leach, 1820) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROLINHA‐PICUÍ 

Fonte: Wikiaves
 
A rolinha‐picuí é uma ave columbiforme da família Columbidae  
 

Guia Didático de Aves |67 
 
Características:  No  nordeste,  a  plumagem  é  toda  branca,  vindo  daí  um  dos 
nomes  comuns.  No  Pantanal,  domina  um  tom  pardo‐amarronzado.  Na  asa,  a 
listra escura (iridescente, sob ótimas condições de luz) é característica. Ao voar, 
destaca‐se  a  grande  área  branca  da  asa  e  outra  área  branca  na  cauda.  Ao 
levantar  vôo,  tais  áreas  brancas  podem  confundi‐la  com  a  Fogo‐apagou.  Íris 
arroxeada, com uma fina listra escura até o bico.  
Alimentação: Acostuma‐se com a presença humana e beneficia‐se de plantios de 
grãos, aumentando sua presença nas áreas de cultivo.  
Reprodução: No período reprodutivo, constrói a pequena plataforma de galhos 
mal  ajambrados  característica  da  família.  Os  machos  cantam  intensamente  e  o 
som  produzido  é  origem  do  seu  segundo  nome  comum,  também  originário  do 
nordeste. Dois ovos são postos, chocados pelo casal, que alimenta os filhotes até 
depois de sua saída do ninho.  
Hábitos:  Vive  em  casais  ou  pequenos  grupos,  algumas  vezes  misturando‐se  às 
outras rolinhas. Ocupa ambientes abertos. 
Distribuição Geográfica: No Centro‐Oeste, Nordeste e Sul do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

68 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Coraciiformes (Forbes, 1844) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Martim‐pescador‐pequeno 
 Nome do Táxon:  
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) 
English Name: 
 Green Kingfisher 
Família:  
Alcedinidae (Rafinesque, 1815) 
 
 
 
 
 
 
MARTIM‐PESCADOR PEQUENO 
 
Ave da família Alcedinidae, o martim‐percador‐pequeno é o representante mais 
comum no Brasil. É conhecido também pelos nomes de ariramba‐pequeno, 

Fonte: Jorn Fjosne 
martim‐cachaça e martim‐pescador. Vive ao longo de rios, lagos e orla marítima, 
mangues, embocaduras de rios, em florestas ou áreas abertas, onde haja árvore 
para o pouso. 

Guia Didático de Aves |69 
 
Características: Mede 19 cm. Partes superiores verde bem escuras contrastando 
com uma faixa branca saliente e sedosa que liga a base do bico à nuca, onde é 
atravessada  pelo  penacho  nucal;  asas  atravessadas  por  3  linhas  transversais  de 
manchas  brancas;  bases  das  retrizes  externas  brancas.  O  macho  tem  as  partes 
inferiores  brancas  com  o  peito  castanho  e  a  fêmea  com  peito  amarelado  ou 
branco manchado de verde.  
Som: “ta‐ta”; “ti‐ti” ( advertência ); “trr‐trr‐trr”; canto chilreado e uma seqüência 
descendente, “kli‐kli‐kli‐kli‐kli‐kli”. 
Alimentação: Para alimentar pousa na vegetação à beira d'água (entre 1 e 3 m 
de altura), de onde observa suas presas antes de mergulhar. Às vezes paira no ar 
antes de mergulhar. Come peixes de 3 a 5,5 cm e crustáceos, sendo uma espécie 
de hábitos alimentares mais generalista.  
Reprodução: O casal constrói o ninho geralmente num barranco de rio, acima do 
nível da água. Escavam um túnel com cerca de 80 cm, podendo ou não camuflar 
a entrada do mesmo. Põe geralmente 3 a 5 ovos brancos, que medem em torno 
de  24  x  19  mm,  no  fundo  do  túnel.  A  incubação  noturna  cabe  à  fêmea,  mas 
durante o dia ela se reveza com o macho.  
Hábitos: É a espécie mais comum no Brasil. Habita os lagos com rica vegetação 
aquática,  beira  de  rios  pequenos  e  grandes,  manguezais;  adapta‐se  até  em 
pequenas  coleções  d’água  tomada  por  vegetação  palustre  como  aguapés  e 
outras plantas aquáticas.  
Distribuição Geográfica: Ocorre do Texas e México à Argentina; todo Brasil.  
 
 
 

70 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Cuculiformes (Wagler, 1830) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Alma‐de‐gato 
 Nome do Táxon: 
 Piaya cayana (Linnaeus, 1766) 
English Name: 
 Squirrel Cuckoo 
Família: 
 Cuculidae (Leach, 1820) 
 
 
 
 
 
 
ALMA DE GATO 
 
A alma‐de‐gato é uma ave  conhecida também pelos nomes populares de 
alma‐de‐caboclo, alma‐perdida, atibaçu, atingaçu, atingaú, atinguaçu, atiuaçu, 

Fonte: Jorn Fjosne 
chincoã, crocoió, maria‐caraíba, meia‐pataca, oraca, pataca, pato‐pataca, piá, 
rabilonga, rabo‐de‐escrivão, rabo‐de‐palha, tincoã, tinguaçu, titicuã, uirapagé e 
urraca. 
 

Guia Didático de Aves |71 
 
Características:  Mede  cerca  de  50cm  (contando  a  cauda).Apresenta  plumagem 
ferrugínea nas partes superiores, peito acinzentado, ventre escuro, cauda longa, 
escura  e  com  as  pontas  das  retrizes  claras,  bico  amarelo  e  íris  vermelha.  Sua 
cauda excepcionalmente grande a torna inconfundível.  
Som: Seu canto se assemelha ao gemido de um gato, por isto é conhecida como 
alma de gato. Ainda, consegue imitar o canto de outras aves, especialmente o do 
bem‐te‐vi, que é de fato parecido com sua própria vocalização. 
Alimentação: Alimenta‐se basicamente de insetos, principalmente lagartas, que 
captura  ao  examinar  as  folhas,  inclusive  em  suas  partes  inferiores.  Também 
consome  frutinhas,  ovos  de  outras  aves,  motivo  pelo  qual  é  muitas  vezes 
afugentado  por  suiriris  e  outras  aves  que  estejam  com  ovos  e  filhotes  aves, 
lagartixas e pererecas. 
Reprodução:  O  ninho  é  em  forma  de  panela  rasa,  feito  de  galhos  frouxamente 
entrelaçados.  A  fêmea  bota  cerca  de  6  ovos,  que  possuem  uma  casca  com 
aspecto peculiar devido à aparência mineral.  
Hábitos: Pula entre as ramagens com sua longa cauda. Apesar de seu tamanho 
consegue  se  deslocar  sem  ser  facilmente  notado.  Ocorre  em  matas  ciliares, 
matas  secundárias,  capoeiras,  parques  e  bairros  arborizados  até  mesmo  das 
maiores  cidades  brasileiras.  Habita  os  estratos  médio  e  superior  dessas  matas, 
quase nunca descendo ao solo. Anda sozinho ou aos pares. 
Distribuição Geográfica: Ocorre em todo o Brasil. 
 
 
 
 
 
 

72 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

  Cuculiformes (Wagler, 1830) 
 
 
 
Nome Popular: 
 Anú‐branco 
Nome do Táxon:  
Guira guira (Linnaeus, 1758) 
English Name:  
Guira cuckoo 
Família: 
Cuculidae (Leach 1820) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÚ‐BRANCO 
 

Fonte: Wikiaves 
O anu‐branco é também conhecido como rabo‐de‐palha e alma‐de‐gato. 
 

Guia Didático de Aves |73 
 
Características: Mede cerca de 38 cm. Corpo franzino, cauda comprida, graduada 
e  com  fita  preta.  Branco‐amarelado,  bico  cor  de  laranja  (cinzento  no  indivíduo 
imaturo ). Bico forte e curvo. Quando empoleira arrebita a cauda e joga‐a até às 
costas. Anda sempre em bandos. São aves extremamente sociáveis.. 
Som: Sua vocalização é alta e estridente: “iä, iä, iä” (chamada e grito durante o 
vôo); “i‐i‐i‐i” (advertência); seqüência fortemente descendente e decrescendo de 
melodiosos “glüü” (canto); cacarejo baixo. 
Alimentação:  São  essencialmente carnívoros,  comendo  gafanhotos,  percevejos, 
aranhas,  miriápodes  etc.  Predam  também  lagartas  peludas  e  urticantes, 
lagartixas e camudongos. Cospem pelotas. Pescam na água rasa; periodicamente 
comem  frutas,  bagas,  coquinhos  e  sementes,  sobretudo  na  época  seca  quando 
há escassez de artrópodes. 
Reprodução: Os seus ovos são relativamente muito grandes, tem de 17 a 25% o 
peso  da  fêmea.  A  cor  dos  ovos  é  verde‐marinho,  uma  rede  branca  calcária  em 
alto relevo se espalha sobre toda a superfície. Tanto há ninhos individuais, como 
coletivos. A fêmea que construiu um ninho e ainda não começou a pôr os seus 
ovos,  joga  fora  os  ovos  postos  ali  por  outras  fêmeas.  Joga  também  os  ovos, 
quando  a  fêmea  poedeira  encontra  o  ninho  onde  quer  pôr  ocupado  por  outra 
ave.  
Hábitos:  Até  certo  ponto  são  beneficiados  pelo  desaparecimento  da  mata  alta, 
pois vivem em campos, lavouras e ambientes mais abertos. Imigram em regiões 
onde  eram  desconhecidos  e  tornam‐se  as  aves  mais  comuns  ao  longo  das 
estradas. Devido as seu vôo lerdo e fraco, são freqüentemente atropelados nas 
estradas  
Distribuição Geográfica: Ocorre do sudeste do Amapá e do estuário amazônico à 
Bolívia, Argentina e Uruguai. 
 

74 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Cuculiformes (Wagler, 1830) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Anú‐preto 
 Nome do Táxon: 
 Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) 
English Name: 
 Smooth‐billed Ani 
Família: 
 Cuculidae (Leach, 1820) 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÚ‐PRETO 
 
Conhecido também como Anu‐pequeno e Anum. Comum em pastagens, 

Fonte: Jorn Fjosne 
campos, jardins, lavouras abandonadas e outras áreas abertas. Vive em bandos e 
é muito visto em regiões cultivadas. 
 

Guia Didático de Aves |75 
 
Características:  Corpo  franzino  ‐  36  centímetros,  preto  uniforme,  de  bico  alto, 
forte e curto. Cauda comprida e graduada. Apesar de formar casais, vive sempre 
em  bandos,  ocupando  territórios  coletivos  durante  todo  o  ano.  São  aves 
extremamente  sociáveis.  Tem  grande  habilidade  em  pular  e  correr  pela 
ramagem.  
Som:  Possui  mais  de  uma  dúzia  de  vozes  diferentes.  Eles  se  divertem 
cavaqueando baixinho, de modo bem variado, causando às vezes a impressão de 
estar tentando imitar a voz de outra ave. 
Alimentação:  São  essencialmente carnívoros,  comendo  gafanhotos,  percevejos, 
aranhas,  miriápodes  etc.  Predam  também  lagartas  peludas  e  urticantes, 
lagartixas  e  camudongos.  Pescam  na  água  rasa,  periodicamente  comem  frutas, 
bagas, coquinhos e sementes, sobretudo na época seca quando há escassez de 
artrópodes.  
Reprodução:  Os  ovos  das  fêmeas  do  anu‐preto  perfazem  14%  do  peso  de  seu 
corpo.  É  de  cor  azul‐esverdeada.  O  anu‐preto  costuma  trazer  comida  quando 
visita a fêmea no ninho. O macho dança em torno da fêmea, no solo. As fêmeas, 
embora possuam ninhos individuais, se associam mais freqüentemente a um ou 
dois casais do seu bando para construir ninho coletivo, pôr ovos e criar a prole 
juntas,  tendo  a  cooperação  de  machos  e  filhotes  crescidos  de  posturas 
anteriores. 
Hábitos: Vive em paisagens abertas com moitas e capões entre pastos e jardins; 
ao longo das rodovias costuma ser quase a única que se vê, como habitante de 
lavouras abandonadas. Prefere lugares úmidos. 
Distribuição Geográfica: Ocorre da Flórida à Argentina e todo o Brasil. 
 
 
 

76 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Falconiformes (Bonaparte, 1831) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Caracará 
 Nome do Táxon:  
Caracara plancus (Miller, 1777) 
English Name: 
 Southern Caracara 
Família: 
Falconidae (Leach, 1820) 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACARÁ 
  
Também conhecido como carcará, carancho, caracaraí (Ilha do Marajó) e gavião‐

Fonte: Jorn Fjosne 
de‐queimada, o caracará não é, taxonomicamente uma águia, e sim um parente 
distante dos falcões. Ocorre em campos abertos, cerrados, borda de matas e 
inclusive centros urbanos de grandes cidades. 

Guia Didático de Aves |77 
 
Características:  Medindo  cerca  de  56  cm  da  cabeça  a  cauda  e  123  cm  de 
envergadura, o caracará é facilmente reconhecível quando pousado, pelo fato de 
possuir  uma  espécie  de  solidéu  preto  sobre  a  cabeça,  assim  como  um  bico 
adunco e alto, que assemelha‐se à lâmina de um cutelo; a face é vermelha. 
Alimentação:  É  onívoro,  alimentando‐se  tanto  de  animais  vivos  como  mortos. 
Suas estratégias para obtenção de alimento são variadas: caça lagartos, cobras, 
sapinhos  e  caramujos;  rouba  filhotes  de  outras  aves,  até  de  espécies  grandes 
como  garças,  colhereiros  e  tuiuiú;  arranha  o  solo  com  os  pés  em  busca  de 
amendoim  e  feijão;  apanha  frutos  de  dendê;  ataca  filhotes  recém‐nascidos  de 
cordeiros e outros animais. Pode ser visto facilmente voando ou pousado junto a 
urubus pacificamente. 
Reprodução: Constrói um ninho com galhos em bainhas de folhas de palmeiras 
ou em outras árvores. Usa ninhos de outras aves também. Os dois ovos brancos 
manchados de marrom‐avermelhado.  
Hábitos:  Vive  solitário,  aos  pares  ou  em  grupos.  Pousa  em  árvores  ou  cercas, 
sendo  freqüentemente  observado  no  chão,  junto  à  queimadas  e  ao  longo  de 
estradas. Passa muito tempo no chão, ajudado pelas suas longas patas adaptadas 
à marcha, mas é também um excelente voador e planador, costuma acompanhar 
as correntes de ar ascendentes. Durante a noite ou nas horas mais quentes do 
dia, costuma ficar pousado nos galhos mais altos, sob a copa de árvores isoladas 
ou nas matas ribeirinhas.  
Distriuição  Geográfica:  Possui  uma  distribuição  geográfica  ampla,  que  vai  da 
Argentina  até  o  Sul  dos  Estados  Unidos,  ocupando  toda  uma  variedade  de 
ecossistemas, fora a cordilheira dos Andes.Sua maior população se encontra no 
sudeste e nordeste do Brasil. 
 
 

78 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Falconiformes (Bonaparte, 1831) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Gavião Carijó  
Nome do Táxon: 
 Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) 
English Name: 
 Roadside Hawk 
Família: 
Accipitridae (Vigors, 1824) 
 
 
 
GAVIÃO CARIJÓ 
 
O gavião‐carijó é um gavião encontrado em diferentes ambientes, ocorrendo do 
México à Argentina e em todo o Brasil. É a espécie predominante no Brasil. É o 
terror dos galinheiros. Também é conhecido pelos nomes de anajé, gavião‐
indaié, gavião‐pega‐pinto, inajé, indaié e pega‐pinto. Como toda ave de rapina 
tem um papel indispensável no equilíbrio da fauna como reguladores da seleção. 

Fonte: Jorn Fjosne 
Evitam uma superpopulação de roedores e aves pequenas (como é o caso dos 
ratos e pombos nos centros urbanos) além de eliminar indivíduos defeituosos e 
doentes. 

Guia Didático de Aves |79 
 
Características:  Asas  compridas  e  largas  de  "pontas  abertas",  tal  como  nos 
urubus,  cauda  curta,  conjunto  apropriado  para  planar  em  espaços  abertos. 
Macho e fêmea quase sempre se assemelham quanto ao colorido. Distinguem‐se 
geralmente  pelo  tamanho,  sendo  a  fêmea  maior.  Voa  no  aberto,  aos  casais, 
batendo rapidamente as asas e descrevendo círculos chamando a atenção pela 
característica gritaria que produzem.. 
Alimentação:  Consome  desde  insetos  até  aves  e  lagartos.  Procura  os  abrigos 
diurnos de morcegos para atacá‐los enquanto dormem. Ataca ninhos de outras 
aves e por isso é ferozmente perseguido por suiriris e andorinhas. 
Reprodução: O gavião‐carijó vive em casais que constroem um ninho de gravetos 
revestido  por  folhas,  geralmente  no  topo  de  uma  árvore  grande.  A  postura  de 
em média 2 ovos geralmente manchados.  
Hábitos:  Costuma  voar  em  casais,  fazendo  movimentos  circulares  enquanto  os 
dois vocalizam em dueto. 
Distribuição  Geográfica:  Ocorre  do  México  à  Argentina  e  em  todo  o  Brasil. 
Ocorrem também do México à Argentina e em todo o Brasil. É uma das espécies 
mais  comuns  de  nosso  país,  ocorre  em  todos  os  estados,  habitando  os  mais 
variados  ambientes:  campos,  bordas  de  mata,  áreas  urbanas,  etc.,  sendo  mais 
raro em áreas densamente florestadas. Nas últimas décadas este gavião passou a 
se  tornar  mais  comum  nos  centros  urbanos,  se  adaptando  com  sucesso  a  este 
ambiente,  pois  nas  cidades  a  oferta  de  presas  é  maior  e  os  seus  predadores 
naturais (outras aves de rapina maiores) são escassos.  
 
 
 
 
 

80 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Galbuliformes (Fürbringer,1888) 
Nome Popular:  
 
 
 
Nome Popular:  
Rapazinho‐dos‐velhos 
 Nome do Táxon:  
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) 
English Name:  
Spot‐backed Puffbird 
Família:  
Bucconidae (Horsfield, 1821) 
 
 
 
 
 
 
 
RAPAZINHO‐DOS‐VELHOS 
 
O Rapazinho‐dos‐Velhos também conhecido popularmente como Fura‐barreira, 
Macuru, Apara‐Bala e João‐Bobo. O nome se refere à sua “mansidão”, pois é 

Fonte: Wikiaves 
capaz de ficar imóvel no meio da vegetação, observando tudo que se passa ao 
seu redor. Como o seu colorido e a sua forma lhe fornecem uma perfeita 
camuflagem, passa muitas vezes despercebido. 

Guia Didático de Aves |81 
 
Características: Possui o bico avermelhado. A cabeça, entretanto, é toda escura, 
com um colar amarelado e uma mancha da mesma cor no peito. Tanto a barriga 
como o peito são todos salpicados de negro, em contraste com o cinza claro. A 
cabeça é grande e larga, desproporcional ao corpo.  
Alimentação:  Fica  pousado  em  poleiros  à  espera  da  presa.  Decola  e  apanha 
insetos em vôo, voltando para devorá‐los no galho onde estava pousado. Além 
de insetos, come aranhas, escorpiões e pequenos vertebrados.  
Reprodução: Cava um túnel que termina numa câmara num barranco ou até em 
terreno plano, onde põe de 2 a 3 ovos. O casal faz revezamento para cuidar do 
ninho,  dos  ovos  e  dos  filhotes,  que  nascem  nus,  cegos  e  com  bico  pequeno.  A 
entrada  dos  ninhos  é  camuflada  pela  vegetação  ao  redor  e  pelo  hábito  de 
espalharem  a  terra  vinda  da  escavação.  Na  entrada  da  galeria,  geralmente  de 
formato  ovalado  como  um  buraco  de  lagarto,  é  possível  ver  o  rebaixamento 
produzido pelos pés das aves ao entrarem e saírem dos ninhos.  
Hábitos:  Costuma  pousar  em  fios  ou  galhos  expostos  ao  Sol,  imóvel,  confiando 
em sua camuflagem para evitar os predadores. Essa espécie aparece com maior 
freqüência no interior das matas secas e cerradões.  
Distribuição  Geográfica:  O  Rapazinho‐dos‐Velhos  ocorre  no  Nordeste,  em  boa 
parte  da  região  Centro‐Oeste,  na  Argentina,  Bolívia  e  Paraguai.  Também  é 
encontrado ao norte do Amazonas, na região de Oriximiná e na Ilha de Marajó, 
no Pará. Pela ampla área de distribuição e quantidade de indivíduos registrados, 
essa  espécie  é  considerada  como  Pouco  Preocupante  (LC)  de  extinção  na 
natureza.  
 
 
 

82 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Andorinha‐doméstica‐grande 
 Nome do Táxon:  
Progne chalybea (Gmelin, 1789) 
English Name:  
Grey‐breasted Martin 
Família: 
 Hirundinidae (Rafinesque, 1815) 
 
 
 
 
 
 
 
ANDORINHA‐DOMÉSTICA‐GRANDE  
 
A andorinha‐doméstica‐grande é uma ave passeriforme da família Hirundinidae. 
Conhecida nos diversos lugares por vários nomes populares, tais como: 

Fonte: Jorn Fjosne 
andorinha‐católica, andorinha‐da‐casa, andorinha‐grande, andorinha‐mestre e 
tapérá. 

Guia Didático de Aves |83 
 
Características:  Tem  asas  longas  e  pontiagudas,  a  cauda  geralmente  bifurcada 
em maior ou menor grau, o bico curto, chato e triangular, com ampla abertura 
bucal.  Têm  um  vôo  rápido  e  ágil.  Mede  cerca  de  18  cm.  Difere  da  andorinha‐
pequena‐de‐casa apenas no tamanho. 
Alimentação: Alimenta‐se de insetos capturados em vôo. 
Reprodução: Faz o ninho, em forma de tigela, com palha e fezes secas de gado, 
solidamente presas, forrado com penas internamente. Os ninhos são colocados 
em  cavidades  de  pedras  e  locais  protegidos  em  edificações  urbanas;  neles  são 
postos  2  a  5  ovos  brancos,  que  medem  23  x  16  mm.  Como  é  regra  na  família, 
cabe à fêmea a maior parte de incubação e o casal participa do cuidado da prole. 
Costuma aproveitar o ninho do joão‐de‐barro.  
Hábitos:  Habita  fazendas  e  cidades.  Formam  bandos  numerosos,  pousam  em 
árvores,  fios  de  eletrificação  e  também  no  solo.  As  espécies  que  residem  no 
Brasil  Meridional  são  migratórias  e  no  outono  partem  em  direção  ao  norte, 
embora nem todos os indivíduos de uma população migrem. 
Distribuição Geográfica: No nordeste e centro‐oeste do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

84 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Balança‐rabo‐de‐chapéu‐preto 
 Nome do Táxon:  
Polioptila plúmbea (Gmelin, 1788) 
English Name:  
Tropical Gnatcatcher 
Família:  
Polioptilidae (Baird, 1858) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BALANÇA‐RABO‐DE‐CHAPÉU‐PRETO 

Fonte: Jorn Fjosne 
 
O Balança‐rabo‐de‐chapéu‐preto é conhecido também como Miador. 

Guia Didático de Aves |85 
 
Características: Mede cerca de 11 cm de comprimento. O macho tem o alto da 
cabeça preto‐brilhante, o qual é cinza na fêmea. 
Alimentação:  Busca  insetos  diretamente  na  folhagem  e  em  ramos  pequenos. 
Freqüentemente acompanha bandos mistos de insetívoros. 
Reprodução: Faz ninho em formato de xícara, localizado em galhos entre 2 e 8 m 
de altura. Põe de 2 a 3 ovos brancos manchados de marrom. 
Hábitos:  Varia  de  incomum  a  localmente  comum  em  capoeiras,  bordas  de 
florestas, clareiras com árvores esparsas, caatingas e manguezais. Na Amazônia, 
habita  também  ilhas  e  as  margens  ao  longo  dos  rios  maiores.  Vive  solitário  ou 
aos pares, balançando constantemente a cauda. 
Distribuição  Geográfica:  Presente  na  maior  parte  da  Amazônia  brasileira, 
estendendo‐se para leste até o Piauí e em direção sul até ao Nordeste e Minas 
Gerais. Encontrado também do México ao Panamá e em todos os demais países 
amazônicos ‐ Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

86 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes  (Linné, 1758) 
 
 
  
Nome Popular: 
Bem‐te‐vi 
 Nome do Táxon:  
 Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) 
English Name:  
Great Kiskadee 
Família:  
Tyrannidae (Vigors, 1825) 
 
 
 
 
 
 
BEM‐TE‐VI 
  
O bem‐te‐vi é uma ave passeriforme da família dos tiranídeos. Conhecido 
também como bem‐te‐vi‐de‐coroa e bem‐te‐vi‐verdadeiro, é provavelmente o 

Fonte: Jorn Fjosne 
pássaro mais popular de nosso país, podendo ser encontrado em cidades, matas, 
árvores à beira d'água, plantações e pastagens. Em regiões densamente 
florestadas habita margens e praias de rios.  

Guia Didático de Aves |87 
 
Características: Ave de médio porte, o bem‐te‐vi mede entre de 20,5 e 25 cm de 
comprimento  para,  aproximadamente,  60  gramas.  O  seu  canto  trissilábico 
característico lembra as sílabas BEM‐te‐VI, que dão o nome à espécie. 
Alimentação:  É  insetívoro,  podendo  devorar  centenas  de  insetos  diariamente. 
Mas também come frutas (como bananas, mamões, maçãs, laranjas, pitangas e 
muitas  outras),  ovos  de  outros  pássaros,  flores  de  jardins,  minhocas,  pequenas 
cobras,  lagartos,  crustáceos,  além  de  peixes  e  girinos  de  rios  e  lagos  de  pouca 
profundidade. Costuma comer parasitas (carrapatos) de bovinos e eqüinos.  
Reprodução:  Faz  ninho  grande  e  esférico,  com  capim  e  pequenas  ramas  de 
vegetais em galhos de árvores geralmente bem cerradas, com entrada lateral ou 
ninhos em formato de xícara aberta.  Põe de 2 a 4 ovos de cor creme com poucas 
marcas marrom‐avermelhadas. 
Hábitos:  São  agressivos,  ameaçam  até  gaviões  e  urubús  quando  esses  se 
aproximam  de  seu  “território”.  Costumam  pousar  em  lugares  salientes  como 
postes  e  topos  de  árvores.  Pode‐se  vê‐lo  facilmente  cantando  em  fios  de 
telefone,  em  telhados  ou  banhando‐se  nos  tanques  ou  chafarizes  das  praças 
públicas.  
Distribuição  Geográfica:  É  uma  ave  típica  da  América  Latina,  com  uma 
distribuição geográfica que se estende predominantemente do sul do México à 
Argentina. Entretanto, pode também ser encontrada no sul do Texas e na ilha de 
Trinidad.  
 
 
 
 
 
 

88 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular: 
 Betevizinho‐de‐penacho‐vermelho 
Nome do Táxon:  
Myiozetetes similis (Spix, 1825) 
 English Name:  
Social Flycatcher 
Família:  
Tyrannidae (Vigors, 1825) 
 
 
 
 
 
 
 
BETEVIZINHO‐DE‐PENACHO‐VERMELHO 
 
O bentevizinho‐de‐penacho‐vermelho é uma ave  

Fonte: Jorn Fjosne 
pequena, com pouco mais de 15 centímetros. Parte de seu nome 
científico significa similaridade e é alusivo à grande semelhança das cores de sua 
plumagem com as do bem‐te‐vi. 

Guia Didático de Aves |89 
 
Características:  O  padrão  geral  da  coloração  da  plumagem  é  o  seguinte:  lado 
inferior  amarelo  com  a  garganta  branca,  dorso  e  asas  marrom‐esverdeados; 
acima dos olhos possui uma evidente faixa branca que se estende desde o bico 
até  a  nuca,  onde  é  interrompida;  bico  e  olhos  negros.  Com  esse  padrão  de 
plumagem,  o  bentevizinho‐de‐penacho‐vermelho  poderia  ser  considerado  uma 
miniatura  do  bem‐te‐vi,  mas  as  semelhanças  terminam  por  aí.  O  bentevizinho, 
que  também  é  chamado  de  bentevizinho‐topete‐vermelho,  em  virtude  da 
existência de um pequeno topete vermelho visto quando se olha a ave por cima, 
possui características ecológicas muito distintas. 
Alimentação:  Alimenta‐se  de  insetos  capturados  durante  pequenos  vôos,  e  de 
pequenas frutas. 
Reprodução:  Na  época  da  reprodução  constrói  um  ninho  de  capim  que  é 
colocado em uma forquilha. Às vezes o ninho fica localizado em galhos sobre a 
água  ou  próximo  a  colmeias  e  formigueiros,  garantindo,  assim,  uma  proteção 
extra  contra  predadores.  A  fêmea  põe  de  dois  a  três  ovos  que  são 
esbranquiçados com pequenas pintas marrons. 
Hábitos:  Ocorre  aos  pares  ou  em  pequenos  grupos  familiares,  que  são  muito 
barulhentos.  Em  termos  de  ambiente,  prefere  matas  ou  capoeiras  mais 
conservadas, quase sempre próximo a algum curso d'água. Não se adapta muito 
às regiões campestres ou cidades pouco arborizadas. 
Distribuição Geográfica: Distribui‐se em grande parte do Brasil, em alguns países 
vizinhos  da  América  do  Sul  e  também  na  América  Central.  Os  indivíduos  que 
ocorrem  em  regiões  com  clima  mais  severo  (Brasil  meridional  e  países  do  sul) 
podem realizar movimentos de migração para regiões mais quentes nas épocas 
de inverno. 
 
 

90 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular: 
 Choró‐boi 
Nome do Táxon:  
Taraba major (Vieillot, 1816) 
English Name:  
Great Antshrike 
Família: 
 Thamnophilidae (Swainson, 1824) 
 
 
 
 
CHORÓ‐BOI  
 
O Choró‐boi é uma espécie comum, que habita a vegetação densa do estrato 
baixo de capoeiras, clareiras e bordas de florestas com vegetação arbustiva, 
tanto em regiões úmidas quanto secas. Vive geralmente aos pares, pulando em 
meio a emaranhados de cipós e arbustos a uma altura de 1 a 5 m, o que o torna 

Fonte: Jorn Fjosne 
difícil de ser observado. Seus nomes comuns são os mais variados: piorim, choca, 
choca‐boi, chororó‐olho‐de‐fogo, cã‐cã‐de‐fogo. 
 

Guia Didático de Aves |91 
 
Características: O macho é negro no dorso, em forte contraste com o branco da 
região  ventral.  Na  fêmea,  toda  a  plumagem  negra  é  substituída  por  marrom 
avermelhada, sem haver o branco das asas e cauda. Nos dois sexos, destaca‐se o 
vermelho intenso dos olhos da ave adulta. Mede cerca de 20 cm. 
Alimentação: Vive no estrato baixo, caçando invertebrados nos galhos e folhas. 
Raramente segue bandos mistos ou formigas‐de‐correição. 
Reprodução:  Constrói  um  ninho  com  fibras  e  raízes,  em  formato  de  bolsa 
pendente  de  uma  forquilha  horizontal,  característico  de  todas  as  aves  dessa 
família. Põe 2 ovos de cor creme, manchados de marrom e lilás. Macho e fêmea 
chocam os ovos e cuidam dos filhotes.  
Hábitos: Muito presente nas matas ciliares dos rios, corixos e baías, bem como 
nos cerradões, cambarazais e matas secas. Pousa no chão ou em galhos caídos. 
Acostuma‐se  com  a  presença  humana,  usando  quintais  e  pomares  de  sítios  e 
fazendas onde não é perseguido ou não existam gatos domésticos. Seu canto é 
marca registrada, interpretado como cada um dos seus nomes comuns.  
Distribuição Geográfica: Presente desde o extremo norte do País até o Estado do 
Paraná.  Encontrado  também  do  México  ao  Panamá  e  em  praticamente  toda  a 
América do Sul, com exceção do Chile. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

92 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Choca‐barrata‐do‐nordeste 
 Nome do Táxon:  
Thamnophilus capistratus  
(Lesson, 1840) 
English Name:  
Caatinga Antshrike 
Família:  
Thamnophilidae (Swainson, 1824) 
 
 
 
 
 
 
 
 
CHOCA‐BARADA‐DO‐NORDESTE  
 

Fonte: Wikiaves 
 É uma espécie endêmica do nordeste do Brasil, proximamente associada ao 
bioma caatinga. 

Guia Didático de Aves |93 
 
Características:  Atinge  16  cm  de  comprimento.  Locomove‐se  pelos  galhos 
saltando e pulando. Normalmente é observado o casal. O macho é malhado em 
preto  e  branco  com  crista  uniforme  preta,  a  fêmea  é  castanha  e  barrada  na 
barriga com crista uniforme, porém, castanha.  
Alimentação: Alimenta‐se de insetos e aranhas. 
Reprodução:  Ninho  em  forma  de  copo  em  arbustos.  Geralmente  colocam  dois 
ovos  de  cor  branca  cremoso  com  marcações  roxas.  Ambos  chocam  durante  14 
dias.  
Hábitos:  Em  muitas  aves,  algumas  particularidades,  como  a  biologia  de  seus 
hábitos, são pouco conhecidas.  
Distribuição  Geográfica:  Vive  na  capoeira  rala,  e  mata  de  várzea.  Ocorre  no 
Brasil do norte de Minas Gerais ao Ceará, no nordeste, no sul de Mato Grosso, 
em São Paulo e oeste do Paraná. 
 
 
 
 
 
 
 
   
 
 
 
 
 
 

94 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Chorozinho‐da‐caatinga 
 Nome do Táxon:  
Herpsilochmus sellowi  
(Whitney & Pacheco, 2000) 
English Name:  
Caatinga Antwren 
Família:  
Thamnophilidae (Swainson, 1824) 
 
 
 
 
 
 
 
CHOROZINHO‐DA‐CAATINGA 
(Extinção) 
 

Fonte Wikiaves 
O Chorozinho‐da‐Caatinga é uma espécie endêmica do Brasil, ou seja, só 
existe no nosso país. 

Guia Didático de Aves |95 
 
Características: O Chorozinho‐da‐Caatinga é um pássaro com cerca de 12 cm de 
comprimento, apresentando dimorfismo sexual. O macho é mais acinzentado no 
dorso, com uma coroa negra, rodeada por um supercílio branco. A região ventral 
é esbranquiçada. A fêmea tem o dorso oliváceo, com a região ventral amarelada. 
Tanto  o  macho  quanto  a  fêmea  têm  uma  pequena  faixa  escura  atrás  do  globo 
ocular. A vocalização é similar ao H. Pileatus, mas tem duas vezes mais notas e é 
um  pouco  mais  alta  no  começo.  O  Chorozinho‐da‐Caatinga  tem  um  bico  mais 
curto e estreito que H. Pileatus. 
Alimentação: Como a maior parte dos Tamnofilídeos, o Chorozinho‐da‐Caatinga 
tem  modo  de  alimentação  insetívoro.  Apesar  de  vocalizar  constantemente,  é 
uma  espécie  relativamente  difícil  de  se  observar,  mesmo  estando  a  poucos 
metros de distância, já que quase sempre está forrageando à procura de insetos 
na vegetação baixa fechada e em pequenos arbustos. 
Reprodução:  Ninho de cesto baixo, câmara incubatória  desprovida de qualquer 
forração  especial,  construido  com  hifas  que  dão  a  estrutura  do  ninho,  como 
também  possuem  escapos,  pedaços  de  folhas  de  gramíneas,  gavinha  e  teia  de 
origem  animal.  Reprodução  no  mês  de  setembro  na  maioria  das  vezes.  Ambos 
revezam  a  incubação,  isso  é  um  comportamento  comum  entre  a  família 
Thamnophilidae. 
Hábitos: Em ambos os sexos a cauda permanece quase sempre levantada. 
Distribuição Geográfica: O Chorozinho‐da‐Caatinga é encontrando no interior de 
todos os estados do Nordeste brasileiro, tendo sido descrito em Barra do Corda, 
na região central do Maranhão; na Chapada do Araripe e em Várzea Formosa, no 
Ceará;  na  Serra  do  Cachimbo,  no  sul  do  Pará;  no  norte  de  Minas  Gerais  e  em 
algumas  localidades  nas  regiões  central  e  sul  da  Bahia.  É  uma  espécie  quase 
endêmica do Bioma Caatinga. Apesar da extensa área de distribuição, já que são 
relativamente poucos os locais onde essa espécie foi descrita.  

96 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Chorozinho‐de‐papo‐preto 
 Nome do Táxon:  
Herpsilochmus pectoralis 
 (Sclater, 1857) 
English Name: 
 Pectoral Antwren 
Família:  
Thamnophilidae (Swainson, 1824) 
 
 
 
 
 
 
 
CHOROZINHO‐DO‐PAPO‐PRETO  
(Extinção) 

Fonte: Jorn Fjosne 
 
 O Seu tamanho populacional está reduzido com probabilidade de extinção na 
natureza em pelo menos 10 por cento em 100 anos. 

Guia Didático de Aves |97 
 
Características:  O  macho  tem  nódoa  negra  no  papo.  Asa:  5,5cm;  Cauda:  5,2; 
Fêmea:  cabeça  ocre.  Marcas  brancas  nas  coberteiras  caudais.  Voz:  "Cheia". 
Comprimento: 13cm a 11,7cm.  
Alimentação: Se alimenta de insetos. 
Reprodução:  Ninho  em  forma  de  cesto  baixo  com  câmara  incubatória  sem 
forração,  constituído  por  raízes  e  folhas  de  gramíneas.  Reprodução  no  mês  de 
agosto  na  maioria  das  vezes.  Ambos  revezam  a  incubação,  isso  é  um 
comportamento comum entre a família Thamnophilidae. 
Hábitos: Em ambos os sexos a cauda permanece quase sempre levantada. 
Distribuição Geográfica: Matas de Galeria e Matas Secas do Maranhão; RN; Se e 
BA; É uma ave endêmica na região da caatinga. A possibilidade que essa espécie 
ocorra em toda região da Caatinga, do oeste e norte da Bahia estendendo‐se até 
o  Maranhão,  seguindo  o  padrão  de  outros  Passeriformes  encontrados  no 
Recôncavo baiano, ainda precisa ser conferida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

98 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Cambacica, sibite 
 Nome do Táxon:  
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) 
English Name:  
Bananaquit 
Família:  
Coerebidae  
(d'Orbigny & Lafresnaye, 1838) 
 
 
 
 
 
 
CAMBACICA 
  
O Cambacica é também conhecida como sibite (RN) mariquita, chiquita (RJ) caga‐

Fonte: Jorn Fjosne 
sebo, sebito, papa‐banana (RS), saí e tem‐tem‐coroado (PA) e é comum em uma 
grande variedade de hábitats abertos e semi‐abertos onde existam flores, 
inclusive em quintais.  

Guia Didático de Aves |99 
 
Características:  Mede  aproximadamente  10,8  cm  e  pesa  cerca  de  10g.  Tem  o 
dorso marrom, o peito e o abdome amarelos, o pescoço cinza e a cabeça listrada 
preta  e  branca,  não  apresentando  diferenças  na  plumagem  em  relação  aos 
machos e fêmeas.  
Alimentação:  Néctar  e  artrópodes.  Para  coletar  alimento,  em  qualquer  altura, 
agarra‐se firmemente à coroa das flores e com o bico curvo e pontiagudo perfura 
o  cálice,  atingindo  assim  os  nectários.  Visita  também  as  garrafas  de  água 
açucarada, destinadas a atrair beija‐flores.  
Reprodução:  Põe  de  2  a  3  ovos  branco‐amarelados,  com  pintas  marrom‐
avermelhadas. A incubação é feita exclusivamente pela fêmea. 
Hábitos: Vive solitária ou aos pares e é bastante ativa. Toma banho muitas vezes, 
por  causa  do  contato  com  o  néctar  pegajoso.  Seu  canto  é  relativamente  forte, 
simples e monótono, e emitido incansavelmente. Canta a qualquer hora do dia e 
em  qualquer  época  do  ano.  A  fêmea  também  canta,  mas  pouco  e  por  menos 
tempo.  Geralmente  está  no  meio  das  folhas  e  movimenta‐se  pelo  interior  da 
copa. Entretanto, voa bem e atravessa áreas abertas entre matas ou para visitar 
uma  árvore isolada  e  florida  em  um  campo.  Também  visita  arbustos  isolados  e 
próximos à mata. Adapta‐se facilmente a ambientes urbanos, sendo comum até 
em cidades do porte de São Paulo e Rio de Janeiro. 
Distribuição  Geográfica:  Ocorre  em  quase  todas  as  regiões  do  país,  podendo 
estar ausente de regiões extensivamente florestadas, como no oeste e centro da 
Amazônia.  É  encontrada  desde  o  México,  e  em  todos  os  países  da  América  do 
Sul, com exceção do Chile. 
 
 
 
 

100 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Corruíra 
Nome do Táxon:  
Troglodytes musculus  
(Naumann, 1823) 
 English Name:  
Southern House‐Wren 
Família: 
Troglodytidae (Swainson, 1831) 
 
 
 
 
 
CORRUÍRA 
 
O corruíra possui diversos nomes populares, tais como: correte (Pará), 
cambaxirra, garrincha, cutipuruí (Pará, Amazonas), rouxinol (Maranhão), 
corruíra‐de‐casa, carriça, garriça, curuíra e coroíra. Habita aos arredores de casas 

Fonte: Wikiaves 
e jardins, inclusive no centro de cidades, e ocupa ilhas na costa marítima, 
cerrados, a caatinga, borda de matas e margens de banhados. 

Guia Didático de Aves |101 
 
Características:  Mede  12cm.  de  comprimento.  Seu  canto  trinado,  alegre  e 
melodioso, é ouvido principalmente no começo da manhã. Enquanto ela se move 
sobre construções ou na vegetação, emite sem parar um crét crét, rouco e baixo. 
Bem pequena, pode ser escondida na palma da mão.  
Alimentação: Come insetos pequenos (besouros, cigarrinhas, formigas, lagartas, 
vespinhas)  e  aranhinhas,  e  às  vezes  até  filhotes  de  lagartixa.  Captura  as  presas 
enfiando o bico em frestas e cavidades, tanto em construções humanas quanto 
sob a casca de plantas. Por alimentar‐se de pequenos insetos que procura entre 
a folhagem baixa e em todo lugarzinho escondido nos cantos dos jardins. 
Reprodução: Faz seu ninho em todo tipo de cavidade. É uma das aves que mais 
se aproveita dos ninhos artificiais disponibilizados pelos humanos, especialmente 
caixas  com  entrada  pequena..  No  local  em  que  são  depositados  os  ovos 
(câmara), ocorre o revestimento de penas de outras aves, pêlos provavelmente 
de bovino, suíno e eqüino e, grande quantidade de cabelos humanos.  Os  ovos, 
de  3  a  6,  vermelho‐claros,  densamente  salpicados  de  vermelho‐escuro,  com 
manchas cinza‐claras. Os pais se revezam nos cuidados com os filhotes. 
Hábitos:  A  corruíra  pode  destruir  ovos  de  outras  espécies  de  aves  sem  nem 
mesmo  alimentar‐se  deles.  Este  comportamento  pode  estar  relacionado  à 
eliminação de competidores de outras espécies. 
Distribuição  Geográfica:  Possui  ampla  distribuição,  ocorrendo  desde  o  Canadá 
até o sul da Argentina, Chile e em todo o Brasil. 
 
 
 
 
 
 

102 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome do Popular: 
 Fim‐fim 
Nome do Táxon:  
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) 
English Name:  
Purple‐throated Euphonia 
Família:  
Fringillidae (Leach, 1820) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM‐FIM 

Fonte: Jorn Fjosne 
 
O Fim‐fim é também conhecido como Fi‐fi‐verdadeiro e Vi‐vi. Habita a mata 
baixa e rala, o cerrado, a caatinga, cocais e matas serranas (região sudeste). 

Guia Didático de Aves |103 
 
Características:  Mede  9,5cm  de  comprimento  e  pesa  cerca  de  8g  (macho).  Sua 
voz  pode  ser  facilmente  reconhecida:  “di‐di”,  “vi‐vi”  (chamada  de  ambos  os 
sexos). O canto é fraco, chilreado rápido podendo lembrar o de um pintassilgo. A 
fêmea é verde‐olivácea, de fronte amarelada e ventre esbranquiçado.  
Alimentação: Frugívoro e insetívoro. 
Reprodução:  Atingem  a  maturidade  sexual  com  cerca  de  12  meses.  Cada 
ninhada  geralmente  tem  entre  2  e  5  ovos,  tendo  de  2  a  3  ninhadas  por 
temporada. Os filhotes nascem após 15 dias. 
Hábitos:  Habita  a  mata  baixa  e  rala,  o  cerrado,  a  caatinga,  cocais  e  matas 
serranas (região sudeste). Visita as áreas de vegetação mais densa na procura de 
insetos e frutos, sempre na parte alta da árvore ou arbustos maiores. Costuma 
movimentar‐se no meio da folhagem das copas, não se aproximando do chão na 
parte interna da ramagem. 
Distribuição Geográfica: Em todas as regiões do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

104 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Garrinchão‐de‐bico‐grande 
Nome do Táxon:  
Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) 
English Name:  
Long‐billed Wren 
Família:  
Troglodytidae (Swainson, 1831) 
 
 
 
 
 
 
 
GARRINÇHÃO‐DE‐BICO‐GRANDE 
  
O garrinchão‐de‐bico‐grande é uma ave também conhecido como cambaxirra‐
grande, corruíra‐açu, corruiraçu, coruuiruçu, framato(Ilha Grande, RJ), 

Fonte: Wikiaves 
gambacheira‐grande, garrincha‐de‐bico‐grande, garrincha‐açu e rouxinol(BA).  
 

Guia Didático de Aves |105 
 
Características:  Tem  asas  e  cauda  finamente  barradas  de  negro  e  barriga 
avermelhada e um bico extremamente longo, 25 milímetros. 
Som:  Sonoro  “djip‐djíp  djó,  djó,  djó,  djó”  (canto  territorial).  Macho  e  fêmea 
entoam  estrofes  ligeiramente  diversas.  Usa  “djo‐wíd”,  “dwo‐doid”  (chamada); 
“tcha‐tcha‐tcha”, “tcharrr” (advertência). 
Alimentação: É onívoro, em seu cardápio predominam artrópodes e suas larvas. 
Reprodução: Seu ninho é coberto, com acesso lateral e com um extenso puxado 
por  cima  da  entrada.  Além  do  ninho  utilizado  para  procriar,  constrói  uma 
cestinha menos profunda e sem o puxado.  
Hábitos:  Vive  na  orla  da  mata,  densa  mata  secundária,  caatinga  e  também 
costuma freqüentar manguezais. É de índole inquieta. Locomove‐se às vezes no 
solo  pulando  através  da  ramaria  e  da  folhagem.  Trai  sua  presença  pelo  rumor 
que faz remexendo e virando folhas secas a baixa altura ou no  solo. Dorme no 
próprio ninho, às vezes o casal junto e até a família toda. O indivíduo pode fazer 
um pequeno ninho para dormir sozinho.  
Distribuição Geográfica: Ocorre do Nordeste, Piauí à Santa Catarina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

106 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes  (Linné, 1758) 
 
 
 
Nome Popular:  
Guaracava‐de‐barriga‐amarela 
 Nome do Táxon: 
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) 
English Name:  
Yellow‐bellied Elaenia 
Família:  
Tyrannidae (Vigors, 1825) 
 
 
 
GUARACAVA‐DE‐BARRIGA‐AMARELA 
 
Possui os nomes comuns de maria‐é‐dia (SP), maria‐já‐é‐dia, bobo 
(MT,MS), caracutada (PE), cucuruta, cucurutado, guaracava (SP), guaracava‐de‐
crista‐branca (PE), maria‐acorda, maria‐tola (MG) e marido‐é‐dia.. Possui topete 
que só é eriçado quando a ave está excitada. Nem o topete nem a face 
apresentam faixas brancas. Seu canto lembra muito o do bem‐te‐vi e lhe dá 
nomes onomatopéicos como maria‐é‐dia e maria‐já‐é‐dia. Habitam quintais, 

Fonte: Wikiaves
pomares, cafezais, cerrados e bordas de mata de quase todo o país. 
 

Guia Didático de Aves |107 
 
Características:  Mede  cerca  de  16  cm.  É  a  espécie  mais  corpulenta  do  grupo, 
também a de comportamentos mais chamativos. Em tamanho, é quase o dobro 
das seguintes, uma sensação sublinhada pelo comprimento da cauda.  
Alimentação:  Muito  ativas,  movimentam‐se  por  áreas  abertas  e  copas  das 
matas,  buscando  invertebrados  e  pequenos  frutos.  Alimenta‐se  principalmente 
de pequenos frutos como amora, erva‐de‐passarinho, magnólia‐amarela e figos‐
benjamim,  mas  também  come  insetos  como  formigas,  besouros,  cigarrinhas  e 
cupins voadores. 
Reprodução:  Seu  ninho  é  em  forma  de  tigela  funda  de  fibras  vegetais  e  raízes 
finas, presa com firmeza sobre um galho horizontal e revestida por fora com uma 
camuflagem perfeita de líquens e cascas de árvores e a fêmea bota em média 2 
ovos de cor creme com manchas vermelhas.  
Hábitos: Raramente descem ao solo. Passam a maior parte do tempo subindo às 
copas  das  árvores.  Costumam  empoleirar‐se  em  locais  expostos,  vivendo  em 
casais  ou  pequenos  grupos  familiares.  Durante  o  dia,  possuem  um  canto 
característico, diferente das outras espécies desse gênero. Ele lembra o apito de 
um mestre de bateria de escola de samba. É emitido por uma das aves do casal e 
a outra imediatamente responde. 
Distribuição Geográfica: Ocorre do México à Bolívia e Argentina, e em todas as 
regiões do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 

108 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Guaracava‐de‐topete‐uniforme 
 Nome do Táxon:  
Elaenia cristata (Pelzeln, 1868) 
English Name: 
 Plain‐crested Elaenia 
Família: 
 Tyrannidae (Vigors, 1825) 
 
 
GUARACAVA‐DE‐TOPETE‐UNIFORME 
 
A guaracava‐de‐topete‐uniforme é uma ave que possui os nomes comuns de 
cocuruta, curucutado‐topetudo, guaracava‐de‐topete, maria‐é‐dia e papa‐
enxeico (PE). A guaracava‐de‐topete‐uniforme não chama a atenção das pessoas, 
por ter cor discreta e canto pouco melodioso. Embora existam várias outras 

Fonte: Izabela Laurentino 
espécies muito parecidas com ela, pode ser reconhecida pelo topete 
aparentemente “despenteado”, sempre erguido, e pelo canto alegre e 
barulhento, que embora bastante característico, é difícil descrever com palavras. 
É vista sozinha ou em casais, sempre agitada, entre a copa das árvores, em 
especial as que têm frutos. 

Guia Didático de Aves |109 
 
 
 
Características:  Possui  uma  cauda  pequena,  o  que  aumenta  a  impressão  de 
corpulência. As penas do alto da cabeça são mais longas e pontiagudas, mantidas 
um pouco eretas, o que dá a impressão de estar “despenteadaNa frente do olho, 
uma pequena área clara, e nas asas duas faixas também mais claras. 
Alimentação: Alimenta‐se mesclando insetos e frutos. 
Reprodução: As estações reprodutivas foram do início de setembro a meados de 
dezembro,  com  pico  em  outubro.  Constrói  ninhos  abertos  em  forma  de  taça, 
com  ovos  branco  gelo.  O  tamanho  principal  das  ninhadas  foi  de  dois  ovos.  O 
tempo médio de incubação foi 15 dias e de permanência dos filhotes no ninho de 
16 dias. 
Hábitos: Vive nos cerrados, também de difícil observação pelo comportamento 
reservado e movimentos por dentro dos arbustos. Camufla‐se com facilidade. 
Distribuição Geográfica: A ocorrência de E. cristata vai desde o norte da América 
do  Sul  até  Mato  Grosso  e  São  Paulo.  Parecem  ser  parcialmente  migratórias  ou 
pelo menos nômades, porém há relatos de populações residentes durante todo 
o ano em áreas de cerrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 

110 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Lavadeira‐mascarada 
 Nome do Táxon:  
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) 
English Name:  
Masked Water‐Tyrant 
Família:  
Tyrannidae (Vigors, 1825) 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAVADEIRA‐MASCARADA 
 

Fonte: Jorn Fjosne 
A lavadeira‐mascarada também conhecida como lavadeira, noivinha, 
maria‐branca, maria‐lencinho, bertolinha ou pombinho‐das‐almas é uma ave 
passeriforme sul‐americana pertencente a família dos tiranídeos. 

Guia Didático de Aves |111 
 
Características:  Mede  cerca  de  16cm  de  comprimento.  Sua  coloração  branca  e 
preta é quase inconfundível. O macho possui as costas levemente mais escuras 
que  a  fêmea.  A  única  outra  ave  que  ocupa  os  mesmos  habitats  e  que  possui 
cores  semelhantes  é  a  freirinha,  mas  esta  apresenta  a  maior  parte  do  corpo 
negro com a cabeça branca e é também razoavelmente menor. 
Alimentação:  Alimenta‐se  de  pequenos  artrópodes  que  captura  na  lama  das 
margens de rios, açudes, brejos e possilgas, de onde raramente se afasta. 
Reprodução: Seu ninho é feito de gravetos que são geralmente amontoados em 
árvores próximas a água. É comum ver estas aves em casais. 
Hábitos:  O  seu  habitat  é,  preferencialmente,  junto  a  rios  ou  lagoas.  Vem 
frequentemente  ao  chão,  mesmo  barrento,  em  busca  de  alimento.  É  ave  de 
espaços abertos. 
Distribuição  Geográfica:  A  distribuição  desta  ave  é  curiosa,  pois  existem  duas 
populações  muito  distantes,  uma  no  leste  brasileiro  e  outra  no  noroeste  da 
América do Sul. A população brasileira, antigamente restrita a açudes e rios no 
Sertão  e  Agreste  da  região  nordeste,  está  em  expansão.  A  Mata  Atlântica,  que 
aparentemente  representava  uma  barreira  natural  para  esta  espécie,  foi 
perdendo  espaço  para  pastagens  e  culturas  que  se  assemelham  mais  ao  semi‐
árido  do  que  à  Floresta  Umbrófila,  possibilitando  assim  a  expansão  desta 
espécie. Outras explicações envolvem o aumento no número de rios represados 
no  sudeste  e  mudanças  climáticas.  O  fato  é  que  esta  simpática  ave  está  sendo 
registrada  cada  dia  mais  ao  sul.  Na  década  de  90  foram  feitos  os  primeiros 
registros  da  espécie  no  interior  de  São  Paulo  e  hoje  em  dia  já  são  registradas 
aves se reproduzindo em Santa Catarina. 
 
 
 

112 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

  Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
Nome Popular:  
Papa‐formiga‐pardo 
 Nome do Táxon:  
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) 
English Name:  
White‐fringed Antwren 
Família:  
Thamnophilidae (Swainson, 1824) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAPA‐FORMIGA‐PARDO 
 

Fonte: Wikiaves
O Papa‐formiga‐pardo é uma ave conhecida também como  
formigueiro‐pardo. 

Guia Didático de Aves |113 
 
Características: Mede cerca de 12,5 cm de comprimento. A plumagem dos dois 
sexos difere quanto à cor da parte inferior: preta no macho e bege‐amarronzada 
na fêmea.  
Alimentação: Procura insetos na folhagem da vegetação baixa.  
Reprodução:  Faz  ninho  em  forma  de  xícara,  a  partir  de  gramíneas  trançadas, 
pendurando‐o pela borda em forquilhas. Põe 2 ovos brancos pontilhados de lilás 
e manchados de marrom.  
Hábitos:  É  comum  em  capoeiras  novas  com  densos  emaranhados  de  cipós  e 
arbustos, campos sujos e bordas de florestas. Vive aos pares. Às vezes torna‐se 
difícil observá‐lo, por encontrar‐se em meio à vegetação densa.  
Distribuição Geográfica: Presente em duas regiões separadas:   
Na  Amazônia,  tanto  ao  norte,  no  Estado  do  Amapá,  quanto  ao  sul  do  Rio 
Amazonas, do Maranhão em direção oeste até o Rio Madeira e ao sul até Goiás e 
Mato Grosso e; No leste do País, do Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro. 
Encontrado também no Panamá, Colômbia, Venezuela, Guianas e Bolívia.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

114 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Pardal 
 Nome do Táxon:  
Passer domesticus (Linnaeus, 1758) 
English Name:  
House Sparrow 
Família:  
Passeridae (Rafinesque, 1815) 
 
 
 
 
PARDAL 
 
O pardal tem sua origem no Oriente Médio, entretanto este pássaro 
começou a se dispersar pela Europa e Ásia, chegando na América por volta de 
1850. Sua chegada ao Brasil foi por volta de 1903 (segundo registros históricos), 
quando o então prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, autorizou a soltura 

Fonte: Jorn Fjosne 
deste pássaro proveniente de Portugal. Hoje, estas aves são encontradas em 
quase todos os países do mundo, o que lhe caracteriza como uma espécie 
exótica e bioinvasora. 

Guia Didático de Aves |115 
 
 
Características:  Estas  aves  medem  aproximadamente  15  cm  de  comprimento 
(entre 14 e 16 cm), sendo sua envergadura de 19‐25 cm.  
Alimentação: Sua alimentação consiste de sementes, insetos, brotos de árvores 
e restos de alimentos deixados pelos seres humanos.  
Reprodução:  O  ninho  é  esférico  com  entrada  lateral,  feito  de  capins,  penas, 
papel,  algodões  e  outras  fibras,  excepcionalmente  feito  pelo  macho.  Ele  é 
construído  em  cavidades  e  fendas  afastadas  do  solo,  em  árvores,  telhados, 
postes  de  iluminação  pública  e  semáforos.  Ninhos  de  outras  aves  também 
podem ser utilizados. Os 4 ovos cinzentos manchados são incubados pelo casal 
durante  12  dias.  Os  filhotes  são  alimentados  com  pequenos  artrópodes  e 
abandonam  o  ninho  com  cerca  de  10  dias  de  idade,  quando  passam  por  uma 
dieta  vegetariana.  Com  freqüência  os  filhotes  retornam  ao  ninho  para  nele 
dormir, durante algum tempo.  
Hábitos:  O  pardal‐comum  é  bastante  abundante  ao  longo  do  território,  sendo 
geralmente ubíquo em zonas humanizadas, tanto em grandes cidades como em 
lugarejos  habitados.  Ocorre  durante  todo  o  ano,  podendo  formar  bandos  de 
grandes dimensões, especialmente em zonas agricultadas ou em dormitórios de 
parques urbanos. 
Distribuição Geográfica: Em todo território nacional. 
 
 
 
 
 
 
 

116 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Pipira‐preta 
 Nome do Táxon:  
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) 
English Name: 
White‐lined Tanager 
Família: 
 Thraupidae Cabanis, 1847 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PIPIRA‐PRETA 

Fonte: Wikiaves 
 
A Pipira‐preta é conhecida também como Encontro‐de‐prata. 

Guia Didático de Aves |117 
 
Características:  Mede  cerca  de  18  cm  de  comprimento.  O  macho  é  preto‐
brilhante e a fêmea é marrom. A pipira é também conhecida como encontro‐de‐
prata devido às manchas brancas, em forma de dragonas, que o macho tem sob 
as asas e que ficam à mostra durante o vôo. Os filhotes são marrons 
Alimentação: 
Alimenta‐se de frutinhas, folhas, botões de flor e néctar, às vezes vai também ao 
solo,  em  busca  de  insetos.  Acompanha  bandos  mistos  de  outros  pássaros  em 
busca de comida. 
Reprodução: Na época da reprodução, o macho exibe para a fêmea as manchas 
brancas que ele tem embaixo das asas, abrindo‐as e fechando‐as diante de um 
rival.  Faz  um  ninho  grosseiro,  em  formato  de  xícara,  localizado  em  arbustos 
baixos.  Põe  de  2  a  3  ovos  cor‐de‐ferrugem‐clara  com  pintas  marrons  chocados 
por  13  dias.  Tem  em  média  2  ninhadas  por  estação. 
Hábitos:  É  localmente  comum  em  clareiras,  bordas  arbustivas  de  florestas  e 
outros  locais  com  vegetação  arbórea,  principalmente  em  áreas  úmidas  e 
próximas à água, longe das cidades. Vive quase sempre aos pares, nos estratos 
baixo  e  médio  da  vegetação,  raramente  juntando‐se  a  bandos  mistos.  Boa 
voadora, é capaz de pairar no ar para apanhar um frutinha ou um inseto. 
Distribuição  Geográfica:  :  Presente  no  Estado  do  Amapá  e  do  Rio  Tapajós  ao 
Maranhão,  em  todo  o  Nordeste  e,  em  direção  sul,  até  o  Mato  Grosso  do  Sul, 
Minas Gerais e São Paulo. Encontrada também na Costa Rica, Panamá, Colômbia, 
Venezuela, Guianas e Peru. 

118 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular: 
Pitiguari 
 Nome do Táxon:  
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) 
English Name:  
Rufous‐browed Peppershrike 
Família:  
Vireonidae (Swainson, 1837) 
 
 
 
 
 
PITIGUARI 
 
O pitaguari é uma ave também denominado popularmente de gente‐de‐
fora‐vem, segundo a sonoridade de seu canto. Vive escondido na folhagem das 
árvores, sendo denunciado pela sua vocalização. Canta em todos os meses do 
ano, às vezes mais de uma hora seguida e, depois, cala‐se por algum tempo. 

Fonte: Wikiaves 
Ocorre em grande parte do Brasil, exceto em pequena área da Amazônia 
Ocidental. 

Guia Didático de Aves |119 
 
Características: Mede cerca de 16,5 cm, tem cabeça e bico desproporcionais ao 
corpo.  O  bico  é  todo  acinzentado  com  leve  tom  róseo,  de  aspecto  poderoso  e 
terminando com uma ponta fina, virada para baixo, parece um bico de uma ave 
de  rapina  em  um  pássaro.  As  cores  são  únicas,  com  a  cabeça  e  nuca 
acinzentadas,  uma  nítida  e  característica  faixa  marrom  avermelhada  sobre  os 
olhos (laranja escuro nos adultos, marrom uniforme nos juvenis).  
Alimentação:  Alimenta‐se  de  invertebrados  apanhados  no  meio  da  vegetação, 
onde é surpreendente como esconde‐se bem. Vistoria as folhas cuidadosamente, 
às  vezes  penetrando  nos  emaranhados  mais  densos.  Apanha  lagartas  grandes, 
maiores do que se imaginaria, pelo seu porte. Mata as presas com o bico forte e 
batendo‐as contra os galhos. Ainda alimenta‐se de larvas e pequenos frutos.  
Reprodução:  Vivem  em  casais,  os  machos  ligeiramente  maiores  do  que  as 
fêmeas, mas é necessário observá‐los juntos para conseguir determinar o sexo. O 
ninho  é  bem  preso  numa  forquilha  de  árvores  com  auxílio  de  teias  de  aranha. 
Nele  são  postos  os  ovos  branco‐avermelhados  com  salpicos  roxos  e  brancos.  O 
macho e a fêmea revezam‐se na incubação. 
Hábitos:  Vive  na  borda  de  matas,  capoeiras,  capões  nas  caatingas,  parques  e 
jardins.  Fora  do  período  reprodutivo,  pode  passar  despercebido,  enquanto 
vistoria a folhagem. Pousa na parte externa das árvores, a plena luz. Acostuma‐
se a ambientes criados por ação humana.  
Distribuição Geográfica: Do Nordeste ao Sul do Brasil. 
 
 
 
 
 
 

120 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

 
Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
Nome Popular:  
Sabiá‐barranco 
 Nome do Táxon:  
Turdus leucomelas (Vieillot, 1818) 
English Name:  
Pale‐breasted Thrush 
Família:  
Turdidae (Rafinesque, 1815) 
 
 
 
 
 
 
 
SABIÁ‐BARRANCO 
 
O sabiá‐do‐barranco é o sabiá mais comum do interior do Brasil, especialmente 

Fonte: Jorn Fjosne 
em regiões de cerrado. Também chamado de sabiá‐barranqueira, capoeirão, 
sabiá‐pardo ou ainda sabiá‐branco. Vive à beira de matas, parques, matas de 
galeria, coqueirais e cafezais.  

Guia Didático de Aves |121 
 
Características:  Pontos  marrons  no  peito  e  barriga.  Pontos  marrons  no  peito  e 
barriga. Mede cerca de 22‐23 cm. Não apresenta dimorfismo sexual, sendo sua 
diferenciação feita apenas pelo canto, que é característica dos machos.  
Alimentação: Alimenta‐se, basicamente de minhocas e artrópodes. Assim como 
outros  sabiás  revira  as  folhas  caídas  em  busca  de  pequenos  invertebrados  e 
também se alimenta de pequenos frutos.  
Reprodução:  Como  outros  sabiás,  constrói  um  ninho  apoiado  em  galhos  ou 
forquilhas,  às  vezes  em  alpendres  e  varadas  de  casas,  usando  uma  mistura  de 
barro,  raízes  e  folhas  na  parte  externa.  Forma  uma  pequena  torre  e  na  parte 
superior fica a tigela funda de material vegetal mais macio. A fêmea choca de 2 a 
4  ovos.  O  ninho  é  uma  tigela  funda,  feita  com  raízes  entrelaçadas  e  com  barro 
entre elas; na orla e no interior não é empregado o barro. Costuma ter de 4 a 4 
ninhadas por temporada.  
Hábitos:  Comum  em  todas  as  matas  ciliares,  matas  secas,  cambarazais  e 
cerradões. Utiliza os capões de cerrado e cruza áreas abertas em vôos diretos a 
meia  altura.  Acostuma‐se  com  ambientes  criados  pela  ação  humana,  como 
jardins, pomares e áreas urbanas bem arborizadas. Canta somente na primavera, 
época em que acasala. Durante o resto do ano só emite vocalizações de alerta, 
especialmente ao entardecer quando disputam os melhores poleiros para passar 
a noite.  
Distribuição  Geográfica:  Região  Amazônica  e  também  Espírito  Santo,  Bahia  e 
Minas Gerais. No Rio de Janeiro é mais comum nas serras. 
 
 
 
 
 

122 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

 
Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
Nome Popular: 
Saí‐azul 
 Nome do Táxon:  
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) 
English Name: 
 Blue Dacnis 
Família:  
Thraupidae (Cabanis, 1847) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Fonte: Jorn Fjosne 
SAÍ‐AZUL 
 
O saí‐azul é uma ave também conhecido como saí‐bico‐fino e saí‐bicudo. 

Guia Didático de Aves |123 
 
Características:  Mede  aproximadamente  13  cm  de  comprimento  e  pesa,  em 
média,  16  gramas.  Apresenta  acentuado  dimorfismo  sexual:  o  macho  é  azul  e 
negro, com as pernas vermelho‐claras, enquanto a fêmea é verde, com a cabeça 
azulada e pernas alaranjadas. Seu canto é um gorjear fraco.  
Alimentação: Alimenta‐se de néctar, insetos e frutas. Aprecia os frutos da Tapiá 
ou Iricuruna (Alchornea glandulosa).  
Reprodução: O ninho é uma taça profunda, feita de fibras finas, entre as folhas 
externas  de  uma  árvore.  A  construção  do  ninho  é  tarefa  da  fêmea,  que  é 
protegida  pelo  macho  contra  intrusos.  Os  2  ou  3  ovos  são  esbranquiçados  ou 
branco‐esverdeados  com  manchas  cinza‐claras  e  são  incubados  pela  fêmea. 
Durante  este  período  ela  é,  às  vezes,  alimentada  pelo  macho.  Os  filhotes  são 
alimentados pelo casal e permanecem no ninho cerca de 13 dias. Costuma ter de 
2 a 4 ninhadas por temporada. 
Hábitos:  É  comum  em  bordas  de  florestas,  capoeiras  arbóreas,  campos  com 
árvores esparsas, florestas secas e de galeria. Vive normalmente aos pares ou em 
pequenos grupos, procurando insetos ativamente na folhagem ou alimentando‐
se  de  frutos  em  árvores  e  arbustos.  Vive  à  beira  da  mata  em  várias  altitudes, 
copas de mata alta.  
Distribuição  Geográfica:  Ocorre  em  todas  as  regiões  do  Brasil.  Encontrado 
também de Honduras ao Panamá e em quase todos os países da América do Sul, 
com exceção do Chile e Uruguai. 
 
 
 
 
 
 

124 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

 
Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
Nome Popular: 
 Saíra‐amarela 
 Nome do Táxon:  
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) 
English Name: 
 Burnished‐buff Tanager 
Família:  
Thraupidae (Cabanis, 1847) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÍRA‐AMARELA 
 

Fonte: Wikiaves 
A Saíra‐Amarela é uma ave também é conhecida popularmente pelos nomes Saí‐
de‐Asas‐Verdes, Saí‐Amarelo e Saíra‐Cabocla. 

Guia Didático de Aves |125 
 
Características: O macho possui uma plumagem de coloração amarelo‐prateada 
e uma notável máscara negra, que se estende pela garganta e passa pelo meio 
de toda a barriga. A fêmea é mais pálida e não possui a máscara de cor negra. Em 
ambos  os  sexos  as  asas  apresentam  uma coloração  verde  brilhante. Pesa  cerca 
de 20g e mede 15 cm.  
Alimentação:  Essa  Saíra  se  alimenta  de  frutos  e  insetos  como  cupins  e  vespas. 
Costuma freqüentar comedouros e árvores com frutos maduros, como a Aroeira‐
Vermelha (Schinus terebinthifolia) e Magnólias (Magnolia spp).  
Reprodução:  O  ninho,  em  forma  de  taça  aberta,  é  feito  com  folhas,  raízes  e 
capins  e  envolto  por  finas  raízes. Ele é colocado  em  ramos  com  folhas  no  solo, 
em árvores baixas e isoladas. A postura consta normalmente de 2 ou 3 ovos. Os 
ovos  são  esbranquiçados,  azul‐pálidos  ou  branco‐pardos  com  manchas  pardas 
num  dos  pólos.  A  fêmea,  embora  auxiliada  pelo  macho,  é  a  responsável  pela 
maior  parte  da  construção  do  ninho,  incuba  os  ovos  e  aquece  os  filhotes. 
Durante este período o macho permanece nas proximidades do ninho e alguns 
podem alimentar a fêmea. O macho auxilia também na alimentação dos filhotes.  
Hábitos: Habita matas abertas e ciliares, áreas cultivadas, parques e jardins. Esta 
saíra vive aos pares ou em pequenos grupos. 
Distribuição Geográfica: A espécie é dividida em dois grupos: cayana e flava. O 
grupo cayana ocorre na região norte da Amazônia, nos seguintes paises: Brasil, 
Suriname, Guiana Francesa, Guiana, Venezuela e Colômbia. O grupo flava ocorre 
na maior parte do Brasil. É encontrado nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro‐
Oeste. Também ocorre no Paraguai e no norte da Argentina. Ocorrem algumas 
populações  isoladas  no  Peru  e  na  Bolívia.    Pela  ampla  área  de  distribuição  e 
quantidade  de  indivíduos  registrados,  essa  espécie  é  considerada  como  Pouco 
Preocupante (LC) de extinção na natureza.  
 

126 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Sanhaço‐cinzento 
 Nome do Táxon:  
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) 
English Name: 
Sayaca Tanager 
Família:  
Thraupidae (Cabanis, 1847) 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANHAÇO‐CINZENTO 
 

Fonte: Jorn Fjosne 
O sanhaçu‐cinzento é uma ave também conhecido como sanhaçu‐do‐
mamoeiro, é uma das aves mais comuns do país, conhecida pelo de realizar 
acrobacias quando na disputa por frutas com outros pássaros. 

Guia Didático de Aves |127 
 
Características:  Com  tamanho  aproximado  de  18  cm,  tem  o  corpo  cinzento, 
ligeiramente azulado, com as partes inferiores um pouco mais claras. A cauda e 
as  pontas  das  asas  são  azuis‐esverdeadas,  porém  pouco  contrastantes.  Os 
imaturos  são  esverdeados.  Pode  ser  confundido  com  o  sanhaçu‐de‐encontro‐
azul, porém o último é muito mais azulado, especialmente no encontro da asa e 
também  possui  o  bico  maior.  É  sem  dúvida  o  sanhaçu  mais  comum  em  nosso 
país. Tem um canto longo, entrecortado pelo som de notas altas e baixas. 
Alimentação: Frutos, folhas, brotos, flores de eucalipatos e insetos, entre estes 
os alados de cupim (“aleluias” ou “sirirís”) capturados em vôo. Vive normalmente 
na copa das árvores em busca dos frutos maduros, mas é intrépido o suficiente 
para apanhar também os caídos: preferindo até os que já estejam infestados de 
larvas; desfrutando‐os com outras aves, como saíra‐amarela e o sabiá‐da‐praia.  
Reprodução:  O  ninho,  construído  pelo  casal  é  compacto,  feito  de  pequenas 
raízes, musgos e pecíolos foliares, com um diâmetro externo de cerca de 11 cm. 
Fica  escondido  na  vegetação  densa,  numa  forquilha  de  árvore,  em  alturas 
variáveis.  A  fêmea  põe  de  2  a  3  ovos  e  é  responsável  pela  incubação  .  O  casal 
alimenta os filhotes, que deixam o ninho após 20 dias de idade. 
Hábitos:  Quando  um  macho  apronta‐se  para  agredir  outro,  seu  canto  torna‐se 
rouco e monótono. Anda quase sempre em casais ou pequenos bandos. Também 
é  visto  junto  com  outra  espécie  de  sua  família,  como  o  sanhaçu‐do‐coqueiro, 
cujo canto é bem parecido.  
Distribuição  Geográfica:  Ocorre  nas  regiões  tropicais  e  subtropicais  ao  sul  da 
Amazônia e a leste dos Andes.  
 
 
 
 

128 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Sebinho‐de‐olho‐de‐ouro 
 Nome do Táxon:  
Hemitriccus margaritaceiventer  
(d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) 
English Name:  
Pearly‐vented Tody‐tyrant 
Família:  
Tyrannidae (Vigors, 1825) 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEBINHO‐DE‐OLHO‐DE‐OURO 
 

Fonte: Wikiaves 
Pássaro pequeno do interior da vegetação arbustiva ou do subosque de matas 
ciliares, cerradões, matas secas e cerrados. 

Guia Didático de Aves |129 
 
Características:  Vive  solitário  ou  em  casais,  caçando  invertebrados  na  parte 
interna  das  galhadas  e  sob  as  folhas.  A  silhueta  destaca‐se  pela  cabeça 
relativamente  grande  em  relação  ao  corpo,  com  a  cauda  longa  e  fina.  Muitas 
vezes está com as penas do corpo eriçadas, parecendo uma bola. 
Alimentação: Alimentam‐se de frutas e insetos. 
Reprodução:  Em  muitas  aves,  algumas  aparticularidades,  como  a  biologia 
reprodutiva, são pouco conhecidas.   
Hábitos:  Florestas  secas  tropicais  ou  subtropicais,  florestas  subtropicais  ou 
tropicais húmidas de baixa altitude e matagal árido tropical ou subtropical. 
Distribuição  Geográfica:  Pode  ser  encontrada  nos  seguintes  países:  Argentina, 
Bolívia, Brasil, Colômbia, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. 

130 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

  Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
Nome Popular: 
 Suiriri 
 Nome do Táxon:  
Tyrannus melancholicus  
(Vieillot, 1819) 
English Name:  
Tropical Kingbird 
Família:  
Tyrannidae (Vigors, 1825) 
 
 
 
 
 
 
SUIRIRI 
 
Quase tão conhecido como o bem‐te‐vi, é encontrado em todo o Brasil. Adapta‐

Fonte: Jorn Fjosne 
se até aos maiores conglomerados urbanos, desde que haja alguma arborização. 
Seu nome popular, de origem onomatopéica,  
origina‐se de sua vocalização “si‐ri‐ri”.  

Guia Didático de Aves |131 
 
Características: Costuma ficar pousado em poleiros expostos, seja na parte alta 
da  mata,  seja  em  arbustos.  Usa  também  fios,  cercas  e  estruturas  criadas  pela 
ação humana. Abaixo do cinza, as penas do alto da cabeça são quase vermelhas, 
uma  característica  visível  só  quando  eriçam  o  topete  em  suas  disputas 
territoriais.  O  canto  mais  emitido  é  uma  forte  risada  aguda,  responsável  pelo 
nome comum.  
Alimentação:  A  partir  do  poleiro,  realiza  um  vôo  de  poucos  até  dezenas  de 
metros, em todas as direções, apanhando a presa no ar. Classicamente, retorna 
ao local de origem para consumi‐la, muitas vezes batendo fortemente no galho 
para matar ou estonteá‐la. Além de insetos, alimenta‐se de frutos, esses últimos 
muito consumidos por aves em migração.  
Reprodução:  Em  muitas  aves,  algumas  particularidades,  como  a  biologia 
reprodutiva, são pouco conhecidas.  
Hábitos:  Vive  solitário  ou  em  casais,  muito  agressivos  entre  si.  Cantam 
freqüentemente do final madrugada ao início da noite, geralmente pousados em 
fios,  antenas,  mourões  de  cerca  ou  nos  galhos  mais  altos  das  árvores,  o  que 
amplia seu campo de visão para a captura de insetos, defesa da prole, etc.  
Distribuição  Geográfica:  A  população  argentina,  do  Uruguai,  grande  parte  do 
Paraguai, do extremo sudeste boliviano e do sul do Brasil é migratória, indo para 
a  Amazônia  a  partir  de  março/abril.  Retornam  em  outubro,  passando  pelo 
Pantanal em abril/maio e em setembro/outubro. Pode ser visto no meio de São 
Paulo  ou  Rio  de  Janeiro,  por  exemplo.  A  população  do  sul  do  Brasil,  Argentina, 
Uruguai e Paraguai (parte) é completa ou parcialmente migratória  
 
 
 

132 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

 
Passeriformes (Linné, 1758) 
 
 
 
Nome Popular:  
Suiriri‐cavaleiro 
 Nome do Táxon:  
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) 
English Name:  
Cattle Tyrant 
Família:  
Tyrannidae (Vigors, 1825) 
 
 
 
 
 
 
SUIRIRI‐CAVALEIRO 
 
O suiriri‐cavaleiro é uma ave que recebe também  
os nomes comuns de bem‐te‐vi‐cabeça‐de‐estaca, bem‐te‐vi‐carrapateiro (BA), 

Fonte: Jorn Fjosne 
bem‐te‐vi‐coroa, bem‐te‐vi‐de‐coroa, bem‐te‐vi‐do‐gado, cavaleiro, monta‐
cavalo, suiriri e suiriri‐do‐campo (RS). Vive em paisagens abertas, campos de 
cultura e parques nas cidades.  

Guia Didático de Aves |133 
 
Características:  O  peito  é  amarelo,  a  garganta clara,  a cabeça  cinza  e as  partes 
superiores marrons. Mede cerca de 18cm.  
Alimentação:  Como  o  próprio  nome  diz,  o  comportamento  mais  conhecido  do 
suiriri‐cavaleiro  é  o  seu  hábito  de  seguir  bois,  antas,  capivaras  e  outros 
mamíferos  grandes  para  capturar  carrapatos  e  outros  parasitas  sobre  estes 
animais ou para apanhar os insetos espantados por eles enquanto caminham.  
Reprodução:  Constrói  um  ninho  de  gravetos  a  cerca  de  4  m  do  solo,  mas 
eventualmente  pode  ocupar  o  ninho  abandonado  do  joão‐de‐barro  (Furnarius 
rufus). Os ovos, brancos ou cor de creme, são incubados pelo casal.  
Hábitos:  O  suiriri‐cavaleiro  é  fácil  de  ser  identificado  pelos  seus  hábitos, 
especialmente  por  passar  a  maior  parte  do  tempo  no  solo,  andando  de  uma 
forma  que  lembra  muito  o  joão‐de‐barro  (família  Furnariidae),  enquanto  os 
outros tiranídeos com os quais pode ser confundido são mais arborícolas.  
Distribuição Geográfica: Ocorre na região centro‐leste do Brasil, distribuindo‐se 
desde  a  Venezuela  até  a  Bolívia,  Argentina  e  Uruguai.  É  migratório  no  sul  do 
Brasil.  
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 

134 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Passeriformes (Linné, 1758)   
 
 
 
Nome Popular: 
Vite‐vite‐de‐olho‐cinza 
 Nome do Táxon:  
Hylophilus amaurocephalus  
(Nordmann, 1835) 
English Name:  
Gray‐eyed Greenlet 
Família:  
Vireonidae (Swainson, 1837) 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITE‐VITE‐DE‐OLHO‐CINZA 
 

Fonte: Wikiaves 
 É um grupo de aves pequenas a médias onde que em muitas espécies, algumas 
particularidades são pouco conhecidas. 

Guia Didático de Aves |135 
 
 
Características:  Peito  amarelado  com  dorso  esverdeado  e  no  topo  da  cabeça 
com de telha. Variam em torno de 10cm e 8 gramas. 
Alimentação:  Todos  os  membros  desta  família  comem  frutas,  mas 
principalmente  insetos  e  outros  artrópodes.  Pegam  suas  presas  em  folhas  e 
ramos e às vezes, em vôo, poucos pegam a partir do solo. 
Reprodução: Os ninhos normalmente são desconhecidos, os que são conhecidos, 
pendem dos galhos e as fêmeas fazem a maior parte da incubação.  
Hábitos: São encontrados em florestas secas tropicais ou subtropicais, florestas 
subtropicais  ou  tropicais  húmidas  de  baixa  altitude,  matagal  árido  tropical  ou 
subtropical e florestas secundárias altamente degradadas.  
Distribuição  Geográfica:  Pode  ser  encontrada  nos  seguintes  países:  Bolívia  e 
Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

136 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Strigiformes (Wagler, 1830) 
 
 
 
 
Nome Popular:  
Coruja‐buraqueira 
 Nome do Táxon:  
Athene cunicularia (Molina, 1782) 
English Name:  
Burrowing Owl 
Família: 
 Strigidae (Leach, 1820) 
 
 
 
 
 
CORUJA‐BURAQUEIRA  
 
A Coruja‐buraqueira embora seja capaz de cavar seu próprio buraco, prefere os 
buracos abandonados de outros animais, é uma coruja terrícola e de hábitos 
diurnos embora tendam a evitar o calor do meio‐dia. Também são conhecidas 

Fonte: Jorn Fjosne 
pelos nomes de caburé‐de‐cupim, caburé‐do‐campo, coruja‐barata, coruja‐do‐
campo, coruja‐mineira, corujinha‐buraqueira, corujinha‐do‐buraco, corujinha‐do‐
campo, guedé, urucuera, urucuréia e urucuriá. 

Guia Didático de Aves |137 
 
Características: A cabeça é redonda e os olhos estão dispostos lado a lado, num 
mesmo plano. As sobrancelhas são brancas e os olhos amarelos. Ave de pequeno 
porte,  seu  tamanho  médio  é  de  23  cm.  Vivem  no  mínimo  9  anos  em  habitat 
selvagem e 10 em cativeiro. 
Alimentação: Alimenta‐se principalmente de insetos, mas pode caçar pequenos 
roedores, répteis, anfíbios e até pássaros pequenos.  
Reprodução:.O  casal  se  reveza,  alarga  o  buraco,  cava  uma  galeria  horizontal 
usando os pés e o bico e por fim forra a cavidade do ninho com capim seco. As 
covas possuem, em torno de 1,5 a 3 m de profundidade e 30 a 90 cm de largura. 
Ao redor acumula estrume e se alimenta dos insetos atraídos pelo cheiro. Botam, 
em média de 6 a 11 ovos. 
Hábitos:  Coruja  terrícola,  tem  hábitos  diurnos  e  noturnos,  mas  é  ativa, 
principalmente  durante  o  crepúsculo,  quando  faz  uso  de  sua  ótima  audição. 
Costumam  viver  em  campos,  pastos,  restingas,  desertos,  planícies,  praias  e 
aeroportos. 
Distribuição Geográfica: Ocorre do Canadá à Terra do Fogo, bem como em quase 
todo o Brasil com exceção da bacia Amazônica.   
 
 
 
 
 
 
 
 
 

138 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

CURIOSIDADES 

As aves surgiram na época em que os dinossauros dominavam o planeta. Aliás, 
foi a partir de um grupo de dinossauros que elas evoluíram. 
 
Existiam répteis voadores chamados pterodáctilos, mas não foram estes que 
deram origem às aves, mas sim um grupo que caminhava sobre o solo. 
 
O fóssil do arqueoptérix (ave primitiva) representa a ave mais primitiva de que se 
tem conhecimento. 
 
Metade ave, metade réptil, possuía o corpo recoberto por penas, sendo esta uma 
das características mais marcantes das aves. 
 
Ele tinha características de répteis, como a boca com dentes, ossos pesados e 
uma longa cauda. 
 
Durante a evolução do grupo das aves, foram surgindo adaptações específicas 
para o vôo, principalmente, tornando‐as mais leves. 
 
Em todo o mundo existem mais de 8.500 espécies de aves. 
O Brasil possui mais de 1.500. 
 
 

Guia Didático de Aves |139 
 
Nem todas as aves voam, algumas espécies como a ema e a avestruz, correm 
com muita velocidade. 
 
Já o ganso e o cisne têm a capacidade de nadar. 
 
A menor ave conhecida é o besourinho de Cuba, um colibri que pesa 1,6 gramas, 
e a maior é a avestruz que chega a pesar até 125 quilos. 
 
Aves são animais vertebrados, com quatro membros, sendo assim considerados 
tetrápodes. 
 
Os dois membros anteriores são modificados em asas, que são usadas para voar 
pela maioria dos grupos. 
 
Os dois membros posteriores (pés) são utilizados para andar, correr e nadar. 
Por possuírem dois pés, são chamadas de bípedes. 
 
Os pés normalmente apresentam quatro dedos que são recobertos por uma pele 
córnea. 
 
Seus ossos são resistentes, mas delicados, sendo em alguns casos ocos e por isso 
chamados de pneumáticos. 
 
A temperatura corporal é igual a dos mamíferos sendo chamados de 
homeotermos, que quer dizer “sangue quente”. 
 

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Os pássaros constroem seus ninhos de muitos modos diferentes e com todo tipo 
de material: palha, capim, gravetos, barro etc. Usam o bico como ferramenta pra 
construir. Escolhem os materiais e depois juntam tudo, fazendo um ninho bem 
aconchegante. 
 
Um pássaro da orla marítima chamado Fulmar é capaz de cuspir um óleo 
amarelo e fedorento contra os intrusos no seu ninho. Este pássaro tem uma 
pontaria fenomenal até cerca de 1,5 metros do intruso. Os Fulmares até cheiram 
tão mal como o óleo que cospem. 
Os ovos de um Fulmar que se encontram num museu à mais de 100 anos, ainda 
contêm o seu cheiro. Os Fulmares vivem no Ártico, Inglaterra, Califórnia e no 
Japão. 
 
O joão‐de‐barro aprende a identificar a direção do vento ao longo de sua vida. 
Na época de reprodução, o pássaro constrói seu ninho na direção contrária ao 
vento para que a fêmea e os filhotes fiquem protegidos da chuva e das ventanias. 
Constrói o seu ninho em 3 a 5 dias com barro e saliva, chegando a realizar de 500 
a 2000 viagens para carregar o material necessário. 
Mais de 3,5 milhões de pássaros morrem todos os anos ao chocarem contra 
janelas. 
 
Foram os porcos que mataram e extinguiram o pássaro Dodo.O último Dodo 
morreu em 1681. 
 

Guia Didático de Aves |141 
 
O pica‐pau não fica com dor de cabeça de tanto bicar as árvores, pois a cabeça 
dessa ave tem pequenas bolsas de ar que amortecem o impacto das batidas no 
crânio. 
 
É capaz de dar 100 bicadas por minuto numa árvore e a velocidade do impacto 
alcança até 21 quilômetros por hora. Ele coloca a língua no buraco aberto para 
apanhar larvas de insetos embaixo da casca da árvore. Como seu ouvido é muito 
apurado, na maior parte das vezes localiza as larvas pelo som, furando a árvore 
no ponto certo. 
 
A Amazônia contém cerca de 25% das espécies de pássaros existentes no mundo. 
 
Provavelmente trouxeram o pardal de Portugal em 1908, pois nessa época havia 
uma epidemia de febre amarela no Brasil e acreditava‐se que essas aves 
comeriam os mosquitos transmissores da doença. Ainda não se sabia que eles 
comem apenas grãos e sementes. O pássaro se adaptou às cidades porque era 
onde havia mais comida. 
 
As corujas são o único pássaro que consegue ver a cor azul, e também são os 
únicos com visão estereoscópica (capacidade de focar os dois olhos ao mesmo 
tempo num alvo). 
 
No Pantanal existem cerca de 714 espécies de aves. Sendo considerado o 
ecossistema mais diversificado em aves no mundo. 
 

142 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Qual é a ave que só tem dois dedos? Porquê?  
A Avestruz‐africana, porque é uma adaptação para correr. Todas as outras aves 
tem 3 ou 4 dedos.  
      
Que ave pôs o maior ovo encontrado?  
A Ave‐elefante de Madagáscar, já extinta. Os seus ovos pesavam até 12.2 kg e 
mediam 38 x 30.4 cm.  
     
Qual a ave que suporta temperaturas mais baixas?  
O Pinguim‐imperador. Durante o inverno a temperatura desce até ‐45ºC, mas 
pode descer muito mais se o vento for muito forte.  
 
Qual a ave existente que tem a maior envergadura de asa?  
O Albatroz‐errante. A maior envergadura de asa é de 3.6 metros  
     
Que ave tem o maior bico?  
O Pelicano‐branco australiano. O seu bico pode chegar aos 48.3 cm  
      
Que ave nidifica mais perto do Pólo Norte?  
Provavelmente a Gaivota de marfim, que nidifica até à latitude 85ºN.   
  
Qual é a ave que corre mais rápido?  
A Avestruz. A sua velocidade média é de 48 km/h, mas pode chegar facilmente 
até aos 73 km/h. Pequenas corridas até 97 km/h foram registadas.  
     

Guia Didático de Aves |143 
 
Qual é a ave com mais penas?  
O Cisne‐da‐tundra tem 25216 penas, 80% das quais na cabeça e pescoço.   
      
Qual é a ave com menos penas?  
O Colibri‐de‐garganta rubi com 940 penas.  
 
Que ave pôe o maior ovo relativamente ao seu tamanho?  
O Kiwi‐malhado‐pequeno da Nova Zelândia. O seu ovo de 255 g pesa 25% do 
peso da fêmea de 1.2 kg.  
     
Que ave tem as penas mais longas?  
A Galinha‐de‐Yokohama. As penas de cobertura da cauda podem crescer até 10.7 
m.  
 
 Quais os dois grupos de aves com os menores bicos?  
As andorinhas e os noitibós.  
 
Que ave tem o menor bico?  
O bico da “Glossy Swiftlet” é o mais pequeno, com 4.0 mm.  
     
As aves tem esqueletos que pesam menos que as suas penas?  
Sim, algumas espécies. A Águia‐careca tem um esqueleto de 275 g e 600 g de 
penas.    
 
Que ave pôe o menor ovo em relação ao seu tamanho?  
A Avestruz. O seu ovo é apenas 1.5% do peso da fêmea  

144 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

Qual é a única ave que voa por cima do Pólo Sul?  
O Moleiro‐do‐pólo‐sul.  
     
Qual é a ave selvagem que vive mais tempo?  
Uma fêmea do Albatroz‐real‐do‐norte que foi anilhada como ave adulta a 
nidificar em 1937. Como estas aves só começam a nidificar com sete anos, em 
1990 já tinha um mínimo de 60 anos.  
       
Que animal tem a mais longa migração anual?  
A Gaivina‐do‐ártico nidifica no Ártico e inverna na Antártida, fazendo uma 
viagem anual de 35.405km.  
   
As Avestruzes adultas conseguem nadar?  
Sim  
      
Que aves constroem os maiores ninhos no chão?  
Os megápodes do velho mundo. O maior ninho encontrado pesava cerca de 300 
toneladas de resíduos de árvores, media 11 m e tinha 4.9 m de altura.  
      
Que ave tem o maior bico em relação ao seu tamanho?  
Existe um colibri cujo bico tem mais de 10 cm de comprimento, sendo ainda 
maior do que o comprimento do corpo.  
 
Qual é a mais pequena ave do Mundo?  
O macho do Colibri‐abelheiro, existe em Cuba e mede somente 5,7 cm de 

Guia Didático de Aves |145 
 
comprimento e pesa 1,6 gramas.  
     
Onde foi que o maior número de espécies de aves exóticas foi introduzido?  
Foi no Hawaii, onde pelo menos 162 espécies de aves exóticas foram 
introduzidas.  
 
     Que ave faz o seu ninho mais alto?  
A Gralha‐de‐bico‐amarelo existe na cordilheira dos Himalaias entre 4.572 e 6.069 
metros durante todo o ano, mas já foi observada a 8.230 metros.  
 
Qual foi a maior idade registada para uma ave?  
Uma cacatua macho foi adquirida pelo jardim zoológico de Londres em 1925, de 
um indivíduo que dizia a ter comprado no princípio do século, o que faz com que 
a ave tivesse 80 anos quando morreu em 1982. Um condor‐dos‐Andes no jardim 
zoológico de Moscovo morreu com 77 anos.  
     
Excluindo espécies exóticas, qual é o pássaro que tem a maior distribuição?  
A Andorinha‐das‐chaminés.  
       
Que aves têm o maior período de incubação dos seus ovos?  
Algumas espécies de albatrozes e o Kiwi‐castanho. Todos incubam os seus ovos 
durante 78‐85 dias. 
 
Os olhos das aves são ao lado da cabeça para que vejam rapidamente um 
possível predador. 

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O pica‐pau pode dar cem bicadas por minuto numa árvore. 
A cabeça do pica‐pau tem pequenas bolsas de ar que amortecem o impacto das 
batidas no crânio. 
 
O passarinho consegue sair do ovo porque ele nasce com um dentinho especial 
para quebrar a casca. Demora dois dias para ele quebrá‐la. Depois disso ele 
perde esse dentinho. 
 
Os pássaros fazem uma formação em V no céu para economizar energia. Aqueles 
que estão na frente reduzem a resistência do ar para os outros. Quando o líder se 
cansa, ele é substituído por outro mais descansado. 
 
O beija‐flor bate as asas noventa vezes por segundo, quatro vezes mais rápido 
que uma libélula. Ele voa de frente, de costas e até de ponta‐cabeça. Procura 
néctar em 2 mil flores todos os dias. 
 
Ao nascer, o galo canta bem alto para avisar o galinheiro que continua vivo e no 
comando. O “cocoricó” tem a função de assustar qualquer desafiante. É o jeito 
que ele encontrou para controlar seu território. Geralmente, o galinheiro tem um 
único galo, pois só um sobrevive á disputa pela liderança. 
 
Num único dia, uma andorinha come 2 mil moscas. 
 
Os cisnes entrelaçam os pescoços quando estão namorando ou brigando. 
 

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A avestruz pode medir 1,80 a 2,50 metros de altura – o mesmo tamanho de um 
camelo. 
 
A avestruz é uma ave corredora que vive na África. Faz 80km/h. Outras aves que 
não voam: ema, pingüim e casuar. 
 
O maior ovo é o da avestruz, que mede de quinze a vinte centímetros, pesa 1,2 
quilo, o equivalente a duas dúzias de ovos de galinha. O menor ovo é o do beija‐
flor que pesa 1,2 centímetro. 
 
O vocabulário do papagaio nunca chega a ter mais do que vinte palavras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

148 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN 
 
 

REFERÊNCIAS 

 
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Norte. Natal: IDEMA/FUNPEC. 2006. 
 
INSTITUTO  DE  DESENVOLVIMENTO  ECONÔMICO  E  MEIO  AMBIENTE  ‐  IDEMA. 
Zoneamento Ecológico‐Econômico dos Estuários do Rio Grande do Norte. Síntese 
Dos  Estudos  Realizados  No  Estuário  De  Guaraíras.  Coordenadoria  do  Meio 
Ambiente. Subcoordenadoria de Gerenciamento Costeiro. 2006. 
 
Marini, M. A.; Pereira, M. F.; Oliveira, G. M.; Melo, C. Novos registros de ninhos e 
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2003.  Diário  Oficial  da  República  Federativa  do  Brasil,  Brasília,  28  de  maio  de 
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Rizzini, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos 
e florísticos. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições Ltda. 1997. 
 
Salgado,  O.  A.;  Jordy  Filho,  S.;  Gonçalves,  L.  M.  C.  Vegetação:  as  regiões 
fitoecológicas,  sua  natureza  e  seus recursos  econômicos,  estudo  fitogeográfico, 

Guia Didático de Aves |149 
 
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ALVARENGA, H.M.F. Novos registros e expansões geográficas de aves no leste do 
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(Catálogos da Fauna Brasileira, v. 1). 1907. 
 
 
 
 

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