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Rafael Sousa
Guia Didático de Aves da
Área de Proteção Ambiental Bonfim‐Guaraíra/RN
Lagoas do Junco, Arroz e Azul
2009
2 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Guia Didático de Aves da APA
Bonfim‐Guaraíra/RN
Trabalho de Conclusão de Curso ‐ TCC
UNP‐Universidade Potiguar
Graduação em Ciências Biológicas
Autores:
Izabela Costa Laurentino
Rafael Turíbio Moraes de Sousa
Orientadora:
Rosângela Lopes Dias
2009
Guia Didático de Aves |3
DIAGRAMAÇÃO
Caule de Papiro
CAPA
Divisão de Serviços Técnicos.
Catalogação da publicação na fonte.
IFRN / Biblioteca Sebastião Fernandes
E24
Guia Didático de Aves da Área de Proteção Ambiental Bonfim‐Guaraíra/RN Lagoas
do Junco, Arroz e Azul . – Natal, 2009.
150 p. il. color.
Contém Bibliografia.
ISBN: 978-85-89571-56-2
1. Educação popular - Saúde. 2. Movimento social. 3. Práticas populares de
saúde – Rio Grande do Norte. I. Núcleo da Articulação Nacional de
Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde. II. Título.
CDU 3:61
4 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
SUMÁRIO
Introdução ........................................................................................................................................9
Aves ................................................................................................................................................11
Aves do Brasil..................................................................................................................................17
Extinção no Brasil ...........................................................................................................................21
Aves do Nordeste.........................................................................................................................23
APA Bonfim‐Guaraíra.....................................................................................................................25
Táxons.............................................................................................................................................35
Guia Ilustrado das Aves da APA Bonfim‐Guaraíra
‐ Apodiformes
Besourinho‐de‐bico‐vermelho ‐ Chlorostilbon lucidus ...................................................................45
Rabo‐branco‐rubro ‐ Phaethornis ruber .........................................................................................49
‐ Cathartiformes
Urubu‐de‐cabeça‐amarela ‐ Cathartes burrovianus .......................................................................51
Urubu‐de‐cabeça‐preta ‐ Coragyps atratus ....................................................................................53
Urubu‐de‐cabeça‐vermelha ‐ Cathartes aura .................................................................................55
‐ Charadriiformes
Batuíra de Coleira ‐ Charadrius collaris ..........................................................................................57
Quero‐quero ‐ Vanellus chilensis ....................................................................................................59
‐ Ciconiiformes
Garça‐branca‐pequena ‐ Egretta thula ..........................................................................................61
Socozinho ‐ Butorides striata .........................................................................................................63
‐ Columbiformes
Juriri‐pupu ‐ Leptotila verreauxi .....................................................................................................65
Rolinha‐picuí ‐ Columbina picui ......................................................................................................67
‐ Coraciiformes
Martim‐pescador‐pequeno ‐ Chloroceryle americana ...................................................................69
‐ Cuculiformes
Guia Didático de Aves |5
Alma‐de‐gato ‐ Piaya cayana ..........................................................................................................71
Anú‐branco ‐ Guira guira ................................................................................................................73
Anú‐preto ‐ Crotophaga ani ...........................................................................................................75
‐ Falconiformes
Caracará ‐ Caracara plancus ...........................................................................................................77
Gavião Carijó ‐ Rupornis magnirostris.............................................................................................79
‐ Galbuliformes
Rapazinho‐dos‐velhos ‐ Nystalus maculatus ..................................................................................81
‐ Passeriformes
Andorinha‐doméstica‐grande ‐ Progne chalybea ...........................................................................83
Balança‐rabo‐de‐chapéu‐preto ‐ Polioptila plumbea .....................................................................85
Bem‐te‐vi ‐ Pitangus sulphuratus ...................................................................................................87
Betevizinho‐de‐penacho‐vermelho ‐ Myiozetetes similis ...............................................................88
Choró‐boi ‐ Taraba major ...............................................................................................................91
Choca‐barrada‐do‐nordeste ‐ Thamnophilus capistratus ...............................................................93
Chorozinho‐da‐caatinga ‐ Herpsilochmus sellowi ...........................................................................95
Chorozinho‐de‐papo‐preto ‐ Herpsilochmus pectoralis ..................................................................97
Cambacica ‐ Coereba flaveola,........................................................................................................99
Corruíra ‐ Troglodytes musculus ...................................................................................................101
Fim‐fim ‐ Euphonia chlorotica .......................................................................................................103
Garrinchão‐de‐bico‐grande ‐ Cantorchilus longirostris ................................................................105
Guaracava‐de‐barriga‐amarela ‐ Elaenia flavogaster ...................................................................107
Guaracava‐de‐topete‐uniforme ‐ Elaenia cristata ........................................................................109
Lavadeira‐mascarada ‐ Fluvicola nengeta ....................................................................................111
Papa‐formiga‐pardo ‐ Formicivora grisea .....................................................................................113
Pardal ‐ Passer domesticus ...........................................................................................................115
Pipira‐preta ‐ Tachyphonus rufus .................................................................................................117
Pitiguari ‐ Cyclarhis gujanensis .....................................................................................................119
Sabiá‐barranco ‐ Turdus leucomelas .............................................................................................121
Saí‐azul ‐ Dacnis cayana ...............................................................................................................123
Saíra‐amarela ‐ Tangara cayana ...................................................................................................125
Sanhaço‐cinzento ‐ Thraupis sayaca ............................................................................................127
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Sebinho‐de‐olho‐de‐ouro ‐ Hemitriccus margaritaceiventer........................................................129
Suiriri ‐ Tyrannus melancholicus ...................................................................................................131
Suiriri‐cavaleiro ‐ Machetornis rixosa ...........................................................................................133
Vite‐vite‐de‐olho‐cinza ‐ Hylophilus amaurocephalus ..................................................................135
‐ Strigiformes
Coruja‐Buraqueira ‐ Athene cunicularia .......................................................................................137
Curiosidades.................................................................................................................................139
Referências...................................................................................................................................149
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8 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
INTRODUÇÃO
E
ste Guia tem como objetivo de utilizar as aves no processo de
conscientização ecológica e preservação da natureza. O grupo das
aves, é sem dúvida, o grupo de animais que exerce maior atração
sobre as pessoas, dessa forma, podemos usá‐las em atividades teórico/práticas
nas escolas, sem exigir o uso de materiais e equipamentos caros. Podemos usar
as aves na educação ambiental, com alunos de diversos níveis.
O simples fato de observar esses animais em atividade na rua, em jardins
ou no pátio da própria escola, rende muita discussão e aprendizado aos
participantes dessa atividade. E o mais importante, desperta nas pessoas uma
vontade de proteger e preservar o que ainda nos que resta de áreas verdes,
fundamental para a manutenção da vida animal.
Um educador, mesmo sem muita prática com aves, pode e deve trabalhar
com as aves urbanas na escola. Com certeza, se o professor tiver conhecimentos
práticos sobre o assunto, à atividade ficará muito mais rica. Tais conhecimentos
provavelmente serão indispensáveis para o trabalho com crianças mais velhas e
adolescentes. Para isso, criamos um guia didático de observação de aves para ser
realizada nas escolas, como complemento às aulas de Ciências e Biologia.
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AVES
A
s florestas tropicais são conhecidas por sua alta biodiversidade,
são os biomas mais ricos e diversos, apresentando uma
complexidade estrutural que favorece a existência de muitos
nichos ecológicos, porém, são pouco estudadas e sujeitas a várias ações naturais
e não naturais. Inúmeras espécies diminuíram rapidamente sua abundância, e
algumas até foram extintas em conseqüência da caça predatória, destruição de
habitats e ação de novos predadores e competidores.
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adequado dos recursos da fauna e flora; incentivar a
pesquisa científica e estudos compatíveis com as
características da área; propiciar educação ambiental; e
garantir o monitoramento ambiental.” (IDEMA, 2006).
A mais de 50.000 espécies atuais de vertebrados habitam praticamente
todas as partes da terra, enquanto outros vertebrados, hoje extintos, viveram
em habitats que não mais existem. Métodos de classificação dos animais
também mudaram sua ênfase ao longo do século XX, e a classificação que
começou como uma maneira de se tentar organizar a diversidade dos
organismos, tem se tornado uma ferramenta poderosa para gerar hipóteses
evolutivas testáveis. Tosos os vertebrados tem características básicas em
comum, as são produtos de sua ancestralidade comum e o progresso da
evolução pode ser analisado pela seqüência das modificações destes caracteres.
As aves compartilham com os mamíferos a distinção de
serem os vertebrados mais recentes a habitarem a
terra. Estima‐se que 8.7000 espécies viventes estejam
distribuídas pelo mundo desde o Ártico até a Antártida,
tanto nos mares quanto nos continentes. (ORR,1961).
As aves são de uma linhagem de dinossauros que se desenvolveu o vôo
durante a era Mesozóica. Diversificaram em mais de 9.100 espécies. As penas
são as características distintivas das aves e asas com penas são as estruturas que
permite que uma ave voe. Descobertas recentes de fósseis de dinossauros com
estruturas semelhantes a penas poderiam indicar que as penas evoluíram antes
do vôo.
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Fonte: Wikipédia
Archaeopteryx. Estas primeiras aves de
que há registro paleontológico possuíam
ainda dentes e uma longa cauda.
Archaeopteryx lithographica
Aves são conspícuas em nosso mundo por que estão ativas durante o dia
(diurnos) e freqüentemente atraem a atenção por meio de alta vocalizações,
coloração brilhante e comportamentos vistosos. Como resultado disso, tem sido
extensivamente estudado e muita de nossas informações acerca do
comportamento e da ecologia de vertebrados terrestres baseia‐se em estudos de
aves. Como classe, as aves são surpreendentemente uniformes. As
características mais óbvias são as penas e o bico córneo. Entretanto, há muitas
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outras características, que as distinguem prontamente de outras formas de vida
animal.
O corpo das aves está coberto de plumas e penas que, por um lado,
ajudam no vôo em termos de propulsão e estabilização do corpo, mas também o
protegem das diferenças térmicas bruscas, para além de serem impermeáveis
como já referimos. As penas ajudam ainda, nos casos em que é necessário, a
flutuar sobre a água e a manter uma temperatura ideal para a incubação dos
ovos. São animais amnióticos e põem ovos com casca. Fazem respiração
pulmonar e algumas espécies possuem um órgão – a siringe – que lhes permite
emitir sons.
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As aves modernas são fáceis de reconhecer – elas tem penas e a maioria
delas podem voar. Uma terceira característica das aves é menos visível, ma
igualmente importante: elas têm altas taxas metabólicas e altas temperaturas
corpóreas, isto é, elas não endérmicas. (F.Harvey Pough, 2003).
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AVES DO BRASIL
C
om quase 1.700 espécies, o Brasil é o terceiro país do mundo em
riqueza de aves, perdendo apenas para a Colômbia e o Peru. Boa
parte da riqueza ornitológica brasileira é devida à presença de duas
grandes formações vegetais: a floresta amazônica e a mata atlântica.
Também a mata atlântica tem uma avifauna riquíssima, constituindo uma
das regiões de maior biodiversidade e maior grau de endemismo no mundo. No
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passado, estendia‐se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, mas a
urbanização e a ocupação agropecuária não pouparam sua exuberância, e da
grande floresta costeira pouco restou. Apenas entre o Rio de Janeiro e Santa
Catarina existem trechos de mata atlântica que ainda lembram a antiga grandeza
desse ecossistema.
Os outros domínios naturais brasileiros podem não abrigar tantas aves
quanto essas duas florestas, mas ainda assim sua fauna é rica se comparada com
a maior parte dos ambientes no resto do mundo.
Os cerrados, típicos do Brasil central, compõem‐se de uma grande
variedade de paisagens, indo do campo‐cerrado, uma pradaria natural, ao
cerradão, uma floresta baixa e densa. Nas margens dos rios ocorrem formações
muito típicas, as matas‐galeria e as veredas de buritis. Com semelhante
abundância de ambientes, é natural que a região dos cerrados seja habitada por
um grande número de aves, que inclui algumas espécies não encontradas em
outros ecossistemas.
A caatinga talvez seja o mais brasileiro de todos os ecossistemas, pois
cresce unicamente no nordeste do país. Apesar da aridez, essa floresta baixa,
que durante boa parte do ano tem aparência seca e desolada, abriga uma fauna
de aves rica e adaptada ao rigor climático, com vários endemismos interessantes.
Já o Pantanal quase não tem espécies exclusivas, uma vez que não se
trata de um ecossistema à parte, mas de um complexo formado pela mistura da
fauna e da flora dos outros ecossistemas brasileiros. Esse complexo pantaneiro,
porém, é especial e único, pois em nenhuma outra região do país é tão fácil ver
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tantas espécies de aves tão espetaculares. Não é por acaso que o Pantanal atrai
tanta gente apaixonada pela natureza, do Brasil e do exterior.
Além dessas formações vegetais, muitas outras ainda ajudam a compor o
diversificado cenário para nossas aves, como os campos sulinos, a floresta de
araucária, os manguezais e restingas, as ilhas oceânicas, os campos de altitude e
os banhados. Assim, o Brasil deve sua grande diversidade em aves à sua não
menos extraordinária riqueza paisagística.
Há muito a ser feito para garantir a preservação de nossas aves, por cada
um de nós. Não se devem comprar animais silvestres, a menos que sua origem
seja legal e autorizada pelo IBAMA. Em caso de construções residenciais, por
maior que seja o desejo de viver em contato com a natureza, deve‐se evitar a
compra de lotes em regiões florestadas ou recém‐desmatadas. Ao invés disso, o
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melhor é criar uma nova floresta: reflorestar com plantas nativas as áreas de
preservação permanente da propriedade. Artesanato com plumas de aves
silvestres ou de madeiras ameaçadas de extinção deve ser desestimulado. E é
sempre bom visitar e valorizar nossos parques nacionais e outras unidades de
conservação, museus e instituições de pesquisa.
Acima de tudo, é preciso estimular nas crianças a curiosidade, o interesse
e o carinho por nossa natureza. O caminho mais eficiente para a preservação
ambiental passa pelo respeito e pelo amor, e a melhor forma de proteger nossas
aves, em toda sua beleza e diversidade, é cuidar dos lugares onde elas vivem.
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EXTINÇÃO NO BRASIL
U m dos motivos para preservar o que restou da Mata Atlântica é
a rica biodiversidade, ou seja, a grande variedade de animais e
plantas. Calcula‐se que nela existam dez mil espécies de plantas,
sendo 76 palmeiras, 131 espécies de mamíferos, 214 espécies de aves, 23 de
marsupiais, 57 de roedores, 183 de anfíbios, 143 de répteis e 21 de primatas.
Mas apesar da elevada diversidade de espécies e de endemismos, nem
todos os dados são favoráveis. Com 103 espécies ameaçadas de extinção,
ocupamos um triste segundo lugar nesse ranking, seguindo de perto a Indonésia,
com 104, e estando pouco à frente da China, com 90.
A extinção de espécies ocorre naturalmente quando existe desequilíbrio
em um ecossistema ou habitat. Essas mudanças podem ser de caráter climático;
temperatura, precipitação e vento; mudança no comportamento ou efetividade
dos predadores, parasitas e doenças; competição entre espécies por
suprimentos alimentares e limitação de recursos ambientais.
Mas Nos últimos 100 anos, a maioria das extinções relatadas, direta ou
indiretamente, foi devida às atividades humanas, como a destruição do habitat
ou desmatamento, inundação, drenagem, envenenamento pela poluição,
alteração das condições climáticas, competição, predação, parasitismo e doenças
causados pela introdução de espécies, caça e colheita, dentre outros fatores.
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Os fatores que afetam a extinção e o desaparecimento de variedades
domésticas são os mesmos descritos para os animais selvagens. Durante a
história da criação de animais domésticos, um grande número de raças foi
extintas. No entanto, nas últimas décadas, houve uma elevação acentuada na
taxa de extinção de raças e variedades que representam uma perda dramática de
variabilidade genética no pool global de reservas genéticas domésticas.
Portanto os fatores que ameaçam a biodiversidade são a caça predatória
e ilegal, a derrubada de florestas, as queimadas, a destruição dos ecossistemas
para loteamento e a poluição de rios. Outro problema grave que ameaça a fauna
e a flora brasileira é a chamada biopirataria, a saída ilegal de material genético
ou subprodutos de plantas e animais para pesquisas sobre novos medicamentos
e cosméticos no exterior sem o pagamento de patentes. A única legislação
federal a respeito é a Lei 8.176, de 1991, que proíbe a retirada, sem autorização,
de qualquer material genético (animal ou vegetal) das terras da União (que
incluem as reservas indígenas).
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AVES DO NORDESTE
A
diversidade biológica da Mata Atlântica está distribuída
preferencialmente em, pelo menos, cinco centros de
endemismos e duas áreas de transição. A Mata Atlântica no
Nordeste cobria uma área original de 255.245 km²,ocupando 28,84% do
seu território. Os últimos esforços das organizações não governamentais,
Sociedade Nordestina de Ecologia (SNE), Fundação SOS Mata Atlântica e
parceiros governamentais para mapeamento da Mata Atlântica indicam que o
bioma no Nordeste ocupa hoje uma área aproximada de 19.427
km²,cobrindo uma área total de 2,21% de seu território. Mais de 46% dos
remanescentes mapeados estão localizados na Bahia. Os demais sete estados
contam com 14.520 km² de remanescentes da Mata Atlântica dispostos em
pequenos fragmentos. A Mata Atlântica no Nordeste se estendia por uma faixa
contínua litorânea do Rio Grande do Norte até a Bahia e, nos Estados do Ceará e
do Piauí, em áreas descontínuas sobre chapadas, serras, dunas e vales.
Apesar de considerado o grupo animal mais bem conhecido no que diz
respeito à taxonomia, à distribuição geográfica e à história natural, é ainda
grandes lacunas sobre os dados relativos às aves. Para indicar áreas prioritárias a
serem conservadas foi analisada a distribuição das 348 espécies registradas no
bioma. Mereceram atenção especial os táxons endêmicos e as espécies
ameaçadas de extinção, pois essas são, de modo geral, as mais vulneráveis à
atual expansão das atividades humanas no bioma. Um conjunto de 15 espécies e
de 45 subespécies foi identificado como endêmico.
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São vinte as espécies ameaçadas de extinção, estando incluídas nesse
conjunto duas das espécies de aves mais ameaçadas do mundo: a ararinha‐azul
(Cyanopsitta spixii) e a arara‐azul‐de‐lear (Anodorhynchus leari). O processo de
seleção das áreas prioritárias baseou‐se, num primeiro momento, na
disponibilidade de dados qualitativos da avifauna, na representatividade dos
inventários já feitos, e na existência de espécies endêmicas ou ameaçadas. Numa
segunda etapa, a riqueza total de espécies, o grau de conservação e o nível de
ameaça deter‐ minaram a ordem final das prioridades. O confronto dos critérios
utilizados permitiu a identificação de 35 áreas prioritárias para conservação,
sendo 11 delas de extrema importância biológica, seis de muito alta importância,
e cinco de alta importância. As 13 restantes foram indicadas principalmente para
estudos básicos de inventário, e representam, portanto, 37% do total de áreas
sugeridas.
As áreas prioritárias formam um conjunto bem distribuído, do ponto de
vista de sua localização geográfica, e bastante heterogêneo. Diversas dessas
áreas correspondem a unidades de conservação de proteção integral ou de uso
sustentado; algumas contemplam regiões para as quais a recomendação
específica aponta a necessidade de criação de unidade de conservação, e outras
regiões em que a realidade local requer medidas diversas, tais como inventário,
intensificação de estudos, implantação de zonas‐tampão, e estabelecimento de
corredores de vegetação nativa e de áreas de recuperação e de manejo.
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APA BONFIM‐GUARAIRA
– Ato de criação
Decreto Estadual 14.369, de 22 de março de
1999.
– Superfície da UC
Aproximadamente 43 mil hectares.
– Perímetro
Fonte: Rafael Turíbio
Aproximadamente 136 km.
– Coordenadas Geográficas
Latitude e Longitude: Lagoa do Junco
‐35º04’20’’ W e ‐6º28’50’’ S
‐35º23’80’’ W e ‐5º95’70’’ S
– Objetivo de criação
A APA Bonfim‐Guaraíra tem como objetivo ordenar o uso, proteger e
preservar:
a) O ecossistema dunar, Mata Atlântica e manguezal;
b) Lagoas, rios e demais recursos hídricos;
c) Espécies vegetais e animais.
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– Localização
A APA Bonfim‐Guaraíra está localizada no litoral oriental do Estado do Rio
Grande do Norte, ao sul de Natal, abrangendo porções territoriais dos municípios
de Nísia Floresta, São José do Mipibú, Senador Georgino Avelino, Goianinha, Arês
e Tibau do Sul.
As Áreas de Preservação Ambiental surgem com o objetivo de proteção
ambiental e biológica, disciplinando o processo de ocupação e assegurando a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais, o bem‐estar das populações
humanas e a conservação ou melhoria das condições ecológicas locais. As APAs
pertencem ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação – Lei 9.985 de 18
de julho de 2000.
Foto: Rafael Turíbio
hídricos; espécies vegetais e animais.
Permite o uso diverso, orientados e
estabelecidos a partir de um Zoneamento
ambiental e Plano de Manejo. A sua Vista panorâmica da área
implantação foi no início de 2005, constituição do conselho gestor e implantação
do Plano de Manejo.
26 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
– Clima e Vegetação
A APA possui um clima tropical chuvoso com verão seco e estação
chuvosa adiantando‐se para o outono. A sua formação vegetal é de floresta
subperenifólia (vegetação constituída por árvores sempre verdes, possuem
grande número de folhas largas, troncos relativamente delgados, densa e o solo
apresenta‐se recoberto por uma camada de húmus), manguezal (sistema
ecológico costeiro tropical dominado por espécies vegetais, mangues e animais
típicos, aos quais se associam outras plantas e animais, adaptadas a um solo
periodicamente inundado pelas marés, com grande variação de sanidade). A
formação de tabuleiros litorâneos, a vegetação é encontrada cobrindo os
tabuleiros costeiros, geralmente são áreas onde ocorreu intervenção humana.
As dunas são estabilizadas ou fixas quando cobertas por vegetação
natural e denominada reserva ecológica, sendo assim tendo a formação de
praias e dunas nessa vegetação nativa fixadora de areias. Já a vegetação que
ocorre nas várzeas úmidas e periferia de cursos d’água, constitui‐se
principalmente, por espécies herbáceas da família das gramíneas e ciperáceas.
Entre outras espécies destacam‐se a baronesa, junco e periperi.
– Metodologia de Estudo
Foi conduzido um levantamento de espécies de aves em um fragmento
florestal na APA Bonfim‐Guaraíra de Janeiro de 2009 a setembro 2009. A região
está inserida numa das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade do
Rio Grande do Norte, Brasil, a Mata Atlântica. O método utilizado foi o de
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observação direta ao longo de transectos, capturas com redes de neblina, pontos
de escuta e identificação a partir do uso de vocalizações.
Foram registradas espécies de aves pertencentes 20 (vinte) famílias. Isso
corresponde cerca de 14,6% das espécies registradas para o bioma local de Mata
Atlântica. Constam nesta lista 46 (quarenta e seis) espécies endêmicas da Mata
Atlântica. Há 02 (duas) espécies estão ameaçadas de extinção.
O mais elementar dos estudos de uma avifauna é aquele que busca
determinar quais são as espécies que a constituem uma relação sumária e
descritiva das aves que ocorrem num bioma, numa província, enfim em qualquer
região delimitada por algum parâmetro geográfico, ecológico ou político. A partir
desse conjunto inicial, outros aspectos acessórios, mas não menos interessantes
a uma análise biogeográfica, podem ser acrescentados. O regime de
permanência das espécies componentes de uma avifauna (p.ex.: residentes o
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ano inteiro, visitantes sazonais ou ocasionais) exige a avaliação de dados
levantados minimamente por cerca de um ano.
A Mata Atlântica pode ser considerada um dos biomas com o maior
número de endemismos do planeta. Esse ecossistema apresenta muitas espécies
endêmicas de vegetais, insetos, anfíbios, aves e mamíferos. Porém, muitos
desses organismos endêmicos se encontram em extinção, pois este bioma é
considerado um dos mais fragmentados e ameaçados do globo. O mesmo
acontece com sua avifauna, a qual é composta por 682 espécies, 199 das quais
são endêmicas, e destas, 144 estão em perigo de desaparecer principalmente
devido à destruição do seu habitats. Mesmo diante desse quadro devastador,
pouco se conhece sobre a avifauna remanescente nos fragmentos criados e
estabelecidos nestes últimos anos. O primeiro passo para que o processo de
extinção e colonização seja melhor entendido, é o levantamento de espécies
nestes fragmentos.
Guia Didático de Aves |29
Tratando‐se de um ensaio que pretende abordar o processo cumulativo
do conhecimento qualitativo da avifauna vinculada ao bioma da APA, o método
primordial utilizado foi a abrangente pesquisa bibliográfica e seu estudo crítico.
De forma detalhada, a fim de reunir subsídios acerca das numerosas
iniciativas pioneiras de inventário e seus impactos no avanço do conhecimento,
foram utilizados os seguintes procedimentos de pesquisa bibliográfica e como
auxiliares de instrumentos de pesquisas foram utilizados pode‐se citar:
binóculos, redes de neblinas, caderno e lápis para anotações, mapas da área,
GPS, máquina fotográfica, filmadora e um questionário para avaliação e
conhecimento dos estudantes da localidade referente a APA.
De acordo com a pesquisa em campo, foram encontradas determinadas
espécies, inclusive algumas em extinção. No quadro podemos ver as espécies:
Gênero Família Nome do Taxon Nome Vulgar English Name
Phaethornis ruber Rabo‐branco‐rubro Reddish Hermit
Apodiformes Trochilidae (Linnaeus, 1758)
Peters, 1940 Vigors, 1825 Chlorostilbon Besourinho‐de‐bico‐ Glittering‐bellied
lucidus vermelho Emerald
(Shaw, 1812)
Cathartes aura Urubu‐de‐cabeça‐ Turkey Vulture
(Linnaeus, 1758) vermelha
Cathartiformes Cathartidae Cathartes Urubu‐de‐cabeça‐ Lesser Yellow‐
Seebohm, 1890 Lafresnaye, burrovianus amarela headed Vulture
1839 (Cassin, 1845)
Coragyps atratus Urubu‐de‐cabeça‐preta Black Vulture
(Bechstein, 1793)
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Guia Didático de Aves |31
Swainson, 1824 sellowi caatinga
(Whitney &
Pacheco, 2000)
Herpsilochmus Chorozinho‐de‐papo‐ Pectoral Antwren
Passeriformes pectoralis preto
Linné, 1758 (Sclater, 1857)
Formicivora grisea Papa‐formiga‐pardo White‐fringed
(Boddaert, 1783) Antwren
Hemitriccus Sebinho‐de‐olho‐de‐ Pearly‐vented Tody‐
margaritaceiventer ouro tyrant
(d'Orbigny &
Tyrannidae Lafresnaye, 1837)
Vigors, 1825 Elaenia flavogaster Guaracava‐de‐barriga‐ Yellow‐bellied
(Thunberg, 1822) amarela Elaenia
Elaenia cristata Guaracava‐de‐topete‐ Plain‐crested
Pelzeln, 1868 uniforme Elaenia
Fluvicola nengeta Lavadeira‐mascarada Masked Water‐
(Linnaeus, 1766) Tyrant
Machetornis rixosa Suiriri‐cavaleiro Cattle Tyrant
(Vieillot, 1819)
Myiozetetes similis Betevizinho‐de‐ Social Flycatcher
Tyrannidae (Spix, 1825) penacho‐vermelho
Vigors, 1825 Pitangus Bem‐te‐vi Great Kiskadee
sulphuratus
(Linnaeus, 1766)
Tyrannus Suiriri Tropical Kingbird
melancholicus
(Vieillot, 1819)
Cyclarhis gujanensis Pitiguari Rufous‐browed
Vireonidae (Gmelin, 1789) Peppershrike
Swainson, 1837 Hylophilus Vite‐vite‐de‐olho‐cinza Gray‐eyed Greenlet
amaurocephalus
(Nordmann, 1835)
Hirundinidae Progne chalybea Andorinha‐doméstica‐ Grey‐breasted
Rafinesque, (Gmelin, 1789) grande Martin
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Passeriformes 1815
Linné, 1758 Troglodytes Corruíra Southern House‐
Troglodytidae musculus Wren
Swainson, 1831 (Naumann, 1823)
Cantorchilus Garrinchão‐de‐bico‐ Long‐billed Wren
longirostris (Vieillot, grande
1819)
Polioptilidae Polioptila plumbea Balança‐rabo‐de‐ Tropical
Baird, 1858 (Gmelin, 1788) chapéu‐preto Gnatcatcher
Turdidae Turdus leucomelas Sabiá‐barranco Pale‐breasted
Rafinesque, Vieillot, 1818 Thrush
1815
Coerebidae Coereba flaveola Cambacica, sibite Bananaquit
d'Orbigny & (Linnaeus, 1758)
Lafresnaye,
1838
Tachyphonus rufus Pipira‐preta White‐lined
(Boddaert, 1783) Tanager
Thraupis sayaca Sanhaço‐cinzento Sayaca Tanager
Thraupidae (Linnaeus, 1766)
Cabanis, 1847 Tangara cayana Saíra‐amarela Burnished‐buff
(Linnaeus, 1766) Tanager
Dacnis cayana Saí‐azul Blue Dacnis
Linnaeus, 1766)
Fringillidae Euphonia chlorotica Fim‐fim Purple‐throated
Leach, 1820 (Linnaeus, 1766) Euphonia
Passeridae Passer domesticus Pardal House Sparrow
Rafinesque, (Linnaeus, 1758)
1815
Strigiformes Strigidae Leach, Athene cunicularia Coruja‐buraqueira Burrowing Owl
Wagler, 1830 1820 (Molina, 1782)
Total: 46 espécies identificadas
Guia Didático de Aves |33
É grande a diversidade nos ambientes estudados, os registros de espécies
de aves raras ou em extinção indicam a importância de áreas nativas, de
preservação permanente e reserva legal próxima, para a preservação e/ou
conservação da avifauna em ambientes homogêneos.
Segundo o IDEMA foi criado uma série de novas áreas de proteção e
conservação ambiental nos últimos quatro anos, ampliando de 1,8% para 4% a
área preservada do Estado. E queremos que este número chegue a 6% nos
próximos anos. Para isso, precisamos contar com uma eficaz estrutura de
fiscalização e monitoramento dessas áreas, evitando degradação. Tudo isso
aliado às ações de consciência ambiental.
34 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
TÁXONS
H
ierarquia dos táxons pertencentes à classe Aves de todas as
aves do Brasil baseada na lista de aves do Brasil de outubro de
2008 CBRO (Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico):
Reino: Animalia; Classe: Aves; Filo: Chordata.
Anseriformes
• Ordem Anseriformes Linnaeus, 1758 ‐ Marrecos, patos, tachãs e afins
o Família Anatidae Leach, 1820 ‐ Marrecos, patos e cisnes
SubFamília Anatinae Leach, 1820 ‐ Patos
SubFamília Anserinae Vigors, 1825 ‐ Gansos e cisnes
SubFamília Dendrocygninae Reichenbach, 1850 ‐ Asa‐
branca e afins
o Família Anhimidae Stejneger, 1885 ‐ Anhumas e tachãs
Apodiformes (GUIA)
• Ordem Apodiformes Peters, 1940 ‐ Andorinhas e colibris
o Família Apodidae Olphe‐Galliard, 1887 ‐ Andorinhões, taperuçus e
afins
o Família Trochilidae Vigors, 1825 ‐ Colibris, tesourões e afins
SubFamília Phaethornithinae Jardine, 1833 ‐ Rabos‐
brancos e afins
Guia Didático de Aves |35
SubFamília Trochilinae Vigors, 1825 ‐ Beija‐flores
Aprimulgiformes
• Ordem Caprimulgiformes Ridgway, 1881 ‐ Curiangos, Bacuraus e afins
o Família Caprimulgidae Vigors, 1825 ‐ Bacuraus e afins
o Família Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851 ‐ Urutaus e afins
o Família Steatornithidae Bonaparte, 1842 – Guácharo
Cathartiformes (GUIA)
• Ordem Cathartiformes Seebohm, 1890 ‐ Urubus
o Família Cathartidae Lafresnaye, 1839 – Urubus (GUIA)
Charadriiformes (GUIA)
• Ordem Charadriiformes Huxley, 1867 ‐ Gaivotas, maçaricos e afins
o SubOrdem Charadrii Huxley, 1867
Família Burhinidae Mathews, 1912 ‐ Téu‐téu‐da‐savana
Família Charadriidae Leach, 1820 ‐ Quero‐quero e batuíras
Família Chionidae Lesson, 1828 ‐ Pomba‐antártica
Família Haematopodidae Bonaparte, 1838 ‐ Piru‐piru
Família Recurvirostridae Bonaparte, 1831 ‐ Pernilongos
o SubOrdem Lari Sharpe, 1891
Família Laridae Rafinesque, 1815 ‐ Gaivotas
Família Rynchopidae Bonaparte, 1838 ‐ Talha‐mar
Família Stercorariidae Gray, 1870 ‐ Mandriões
Família Sternidae Vigors, 1825 ‐ Trinta‐réis
o SubOrdem Scolopaci Steijneger, 1885
Família Glareolidae Brehm, 1831 ‐ Perdiz‐do‐mar
36 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Família Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854 ‐ Jaçanã
Família Rostratulidae Mathews, 1914 ‐ Narceja‐de‐bico‐
torto
Família Scolopacidae Rafinesque, 1815 ‐ Maçaricos e afins
Família Thinocoridae Sundevall, 1836
Ciconiiformes (GUIA)
• Ordem Ciconiiformes Bonaparte, 1854 ‐ Cegonhas, garças e afins
o Família Ardeidae Leach, 1820 ‐ Garças, socós e afins (GUIA)
o Família Ciconiidae Sundevall, 1836 ‐ Tuiuiú e afins
o Família Threskiornithidae Poche, 1904 ‐ Íbis
Columbiformes (GUIA)
• Ordem Columbiformes Latham, 1790 ‐ Pombas, rolas e dodôs
o Família Columbidae Leach, 1820 ‐ Pombas e rolas
Coraciiformes (GUIA)
• Ordem Coraciiformes Forbes, 1844 ‐ Martins‐pescadores e afins
o Família Alcedinidae Rafinesque, 1815 ‐ Martins‐pescadores
o Família Momotidae Gray, 1840 ‐ Juruvas e udus
Cuculiformes (GUIA)
• Ordem Cuculiformes Wagler, 1830 ‐ Anus, almas‐de‐gato, sacis e afins
o Família Cuculidae Leach, 1820 ‐ Anus, almas‐de‐gato, sacis e afins
SubFamília Crotophaginae Swainson, 1837 ‐ Anus
SubFamília Cuculinae Leach, 1820 ‐ Alma‐de‐gato, papa‐
lagartas e afins
Guia Didático de Aves |37
SubFamília Neomorphinae Shelley, 1891 ‐ Jacus‐estalo
SubFamília Taperinae Verheyen, 1956 ‐ Saci e afins
Falconiformes (GUIA)
• Ordem Falconiformes Bonaparte, 1831 ‐ Falcões, águias e gaviões
o Família Accipitridae Vigors, 1824 ‐ Águias e gaviões
o Família Falconidae Leach, 1820 ‐ Falcões e caracarás
o Família Pandionidae Bonaparte, 1854 ‐ Águia‐pescadora
Galbuliformes (GUIA)
• Ordem Galbuliformes Fürbringer, 1888
o Família Bucconidae Horsfield, 1821 ‐ Macucus, rapazinhos, chora‐
chuvas e afins
o Família Galbulidae Vigors, 1825 ‐ Arirambas e afins
Galliformes
• Ordem Galliformes Linnaeus, 1758 ‐ Galos, faisões, perdizes e afins
o Família Cracidae Rafinesque, 1815 ‐ Jacus, mutuns e afins
o Família Odontophoridae Gould, 1844 ‐ Jacus, mutuns e afins
Gruiformes
• Ordem Gruiformes Bonaparte, 1854 ‐ Grous, saracuras e bicos‐de‐enxó
o Família Aramidae Bonaparte, 1852 ‐ Carão
o Família Cariamidae Bonaparte, 1850 ‐ Seriema
o Família Eurypygidae Selby, 1840 ‐ pavãozinho‐do‐pará
o Família Heliornithidae Gray, 1840 ‐ Picaparra
o Família Psophiidae Bonaparte, 1831 ‐ carão
38 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
o Família Rallidae Rafinesque, 1815 ‐ Galinhas‐d’água e saracuras
Opisthocomiformes
• Ordem Opisthocomiformes Sclater, 1880
o Família Opisthocomidae Swainson, 1837 – Cigana
Passeriformes (GUIA)
• Ordem Passeriformes Linné, 1758 ‐ Pássaros
o SubOrdem Passeri Linné, 1758
Parvordem Corvida Sibley, Ahlquist & Monroe, 1988
Família Corvidae Leach, 1820 ‐ Gralhas
Família Vireonidae Swainson, 1837 ‐ Vite‐vites,
juruviaras e afins
• Parvordem Passerida Linné, 1758
o Família Cardinalidae Ridgway, 1901 ‐ Azulão, trinca‐ferro‐
verdadeiro e afins
o Família Coerebidae d`Orbigny & Lafresnaye, 1838 ‐ Cambacica
o Família Donacobiidae Aleixo & Pacheco, 2006 ‐ Japacanim
o Família Emberizidae Vigors, 1825 ‐ Canários, tico‐ticos,
caboclinhos e afins
o Família Estrildidae Bonaparte, 1850 ‐ Bico‐de‐lacre
o Família Fringillidae Leach, 1820 ‐ Pintassilgos, gaturamos e afins
o Família Hirundinidae Rafinesque, 1815 ‐ Andorinhas
o Família Icteridae Vigors, 1825 ‐ Guaxe, japus e afins
o Família Mimidae Bonaparte, 1853 ‐ Sabiás e afins
o Família Motacillidae Horsfield, 1821 ‐ Caminheiros
Guia Didático de Aves |39
o Família Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller, Peters,
van Rossem, Van Tyne & Zimmer, 1947 ‐ Pula‐pulas, mariquitas e
afins
o Família Passeridae Rafinesque, 1815 ‐ Pardal
o Família Polioptilidae Baird, 1858 ‐ Balança‐rabos e afins
o Família Thraupidae Cabanis, 1847 ‐ Saíras, saís, tiês, sanhaçus e
afins
o Família Troglodytidae Swainson, 1831 ‐ Garrinchas, uirapurus e
afins
o Família Turdidae Rafinesque, 1815 ‐ Sabiás
• SubOrdem Tyranni Wetmore & Miller, 1926
• Parvordem Furnariida Sibley, Ahlquist & Monroe, 1988
o Superfamília Furnarioidea Gray, 1840
Família Dendrocolaptidae Gray, 1840 ‐ Arapaçus
Família Formicariidae Gray, 1840 ‐ Tovacas e afins
Família Furnariidae Gray, 1840 ‐ Joões, limpa‐folhas e afins
Família Grallariidae Sclater & Salvin, 1873 ‐ Torons,
tovacuçus e afins
Família Rhinocryptidae Wetmore, 1930 ‐ Tapaculos e afins
Família Scleruridae Swainson, 1827 ‐ Vira‐folhas e afins
Família Melanopareiidae Irestedt, Fjeldså, Johansson &
Ericson, 2002 ‐ Tapaculo‐de‐colarinho
o Superfamília Thamnophiloidea Swainson, 1824
Família Conopophagidae Sclater & Salvin, 1873 ‐ Chupa‐
dentes
Família Thamnophilidae Swainson, 1824 ‐ Chocas,
formigueiros, chororós e afins
40 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
• Parvordem Tyrannida Wetmore & Miller, 1926
o Família Cotingidae Bonaparte, 1849
SubFamília Cotinginae Bonaparte, 1849 ‐ Arapongas,
anambés e afins
SubFamília Phytotominae Swainson, 1837 ‐ Corta‐ramos
SubFamília Rupicolinae Bonaparte, 1853 ‐ Surás e galo‐da‐
serra
o Família Pipridae Rafinesque, 1815 ‐ Uirapurus e afins
o Família Tityridae Gray, 1840 ‐ Caneleiros, flautins, anambés e afins
o Família Tyrannidae Vigors, 1825
SubFamília Elaeniinae Cabanis & Heine, 1856 ‐ Piolhinhos,
bico‐chatos, guaracavas e afins
SubFamília Fluvicolinae Swainson, 1832 ‐ Lavadeiras,
maria‐pretas, noivinhas e afins
SubFamília Pipromorphinae Bonaparte, 1853 ‐ Marias,
abre‐asas, ferreirinhos e afins
SubFamília Tyranninae Vigors, 1825 ‐ Bem‐te‐vis, suiriris e
afins
Pelecaniformes
• Ordem Pelecaniformes Sharpe, 1891 ‐ Pelicanos, biguás e atobás
o Família Anhingidae Reichenbach, 1849 ‐ Biguatinga
o Família Fregatidae Degland & Gerbe, 1867 ‐ Biguatinga
o Família Pelecanidae Rafinesque, 1815 ‐ Pelicanos
o Família Phaethontidae Brandt, 1840 ‐ Rabos de palha
o Família Phalacrocoracidae Reichenbach, 1849 ‐ Biguá
o Família Sulidae Reichenbach, 1849 – Atobás
Guia Didático de Aves |41
Phoenicopteriformes
• Ordem Phoenicopteriformes Fürbringer, 1888 ‐ Flamingos
o Família Phoenicopteridae Bonaparte, 1831 ‐ Flamingos
Piciformes
• Ordem Piciformes Meyer & Wolf, 1810 ‐ Pica‐paus, tucanos, arirambas e
afins
o Família Capitonidae Bonaparte, 1838 ‐ Capitões
o Família Picidae Leach, 1820 ‐ Pica‐paus
o Família Ramphastidae Vigors, 1825 ‐ Tucanos e araçaris
Podicipediformes
• Ordem Podicipediformes Fürbringer, 1888 ‐ Mergulhões
o Família Podicipedidae Bonaparte, 1831 ‐ Mergulhões
Procellariiformes
• Ordem Procellariiformes Fürbringer, 1888 ‐ Petréis e albatrozes
o Família Diomedeidae Gray, 1840 ‐ Albatrozes
o Família Hydrobatidae Mathews, 1912 ‐ Painhos
SubFamília Hydrobatinae Mathews, 1912
SubFamília Oceanitinae Forbes, 1882 ‐ Painhos
o Família Pelecanoididae Gray, 1871
o Família Procellariidae Leach, 1820 ‐ Petréis e pardelões
Psittaciformes
• Ordem Psittaciformes Wagler, 1830 ‐ Araras, papagaios e periquitos
42 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
o Família Psittacidae Rafinesque, 1815 ‐ Araras, papagaios e
periquitos
Sphenisciformes
• Ordem Sphenisciformes Sharpe, 1891 ‐ Pinguins
o Família Spheniscidae Bonaparte, 1831 ‐ Pingüins
Strigiformes (GUIA)
• Ordem Strigiformes Wagler, 1830 ‐ Corujas
o Família Strigidae Leach, 1820 ‐ Corujas
o Família Tytonidae Mathews, 1912 ‐ Coruja‐da‐igreja
Struthioniformes
• Ordem Struthioniformes Latham, 1790 ‐ Avestruzes
o Família Rheidae Bonaparte, 1849 ‐ Emas
Tinamiformes
• Ordem Tinamiformes Huxley, 1872 ‐ Macucos, inhambus, perdizes,
codornas e afins
o Família Tinamidae Gray, 1840 ‐ Inhambus, codornas e afins
Trogoniformes
• Ordem Trogoniformes A. O. U., 1886 ‐ Surucuás
o Família Trogonidae Lesson, 1828 – Surucuás
Guia Didático de Aves |43
44 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Guia Ilustrado
Aves encontradas
Nas Lagoas do Junco, Arroz e Azul
Área de Proteção Ambiental Bonfim‐Guaraíra/RN
Guia Didático de Aves |45
46 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Apodiformes (Peters, 1940)
Nome Popular:
Besourinho‐de‐bico‐vermelho
Nome do Táxon:
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812)
English Name:
Glittering‐bellied Emerald
Família:
Trochilidae (Vigors, 1825)
BESOURINHO‐DE‐BICO‐VERMELHO
Fonte: Jorn Fjosne
O besourinho‐de‐bico‐vermelho é uma ave apodidae da família Trochilidae. Também conhecido
como beija‐flor‐besourinho‐de‐bico‐vermelho, beija‐flor‐de‐bico‐ Vermelho, esmeralda‐de‐bico‐
vermelho. Esta espécie era representada pelo nome científico de Chlorostilbon aureoventris.
Guia Didático de Aves |47
Características: Esse beija‐flor tem 8,5 centímetros e pesa 3,5 gramas. Sua
plumagem verde‐brilhante abrange as partes dorsal e ventral, apresentando um
brilho dourado mais intenso na fronte e mais azulado na garganta. As penas da
cauda são azuis. A fêmea distingue‐se por uma linha curva branca atrás dos
olhos e pela ponta da cauda esbranquiçada.
Som: Tem voz aguda, às vezes, a vocalização é quase inaudível para nós. Possui
vozes diferentes para, freqüentemente entonadas em vôo.
Alimentação: Alimenta‐se quase que exclusivamente em vôo e é adaptado para
sugar o néctar das flores. Também come insetos e aranhas.
Reprodução: Pode nidificar em diversos locais: nas raízes pendentes dos
barrancos das estradas; nos ramos de pequenos arbustos.
Hábitos: Vivem em jardins e quintais floridos, capoeiras ralas, áreas abertas e
matas de candeias floridas. Toma banho na chuva. Tem necessidade de tanta
limpeza devido, ao constante contato com o líquido viscoso das flores. Gosta de
tomar banho de sol e se espreguiça após o descanso. Dorme de bico para a
frente, a cabeça um pouco levantada, posição semelhante a que assume
durante a chuva e quando canta. Coloca freqüentemente as asas por baixo da
cauda. Pousa abertamente num galho fino para dormir.
Distribuição Geográfica: Pode ser encontrado no Nordeste e, do Espírito Santo
ao Rio Grande do Sul.
48 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Apodiformes (Peters, 1940)
Nome Popular:
Rabo‐branco‐rubro
Nome do Táxon:
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758)
English Name:
Reddish Hermit
Família:
Trochilidae (Vigors, 1825)
RABO‐BRANCO‐RUBRO
Fonte: Wikiaves
Um dos menores beija‐flores do Brasil, o Rabo‐branco‐rubro é conhecido também como
Besourinho‐da‐mata.
Guia Didático de Aves |49
Características: Mede cerca de 8,6 cm de comprimento e pesa de 1,8 a 2,2 g. O
macho apresenta as partes inferiores ferrugíneas com uma estreita faixa preta à
altura do peito e a fêmea é de coloração mais pálida e não possui a faixa preta.
Alimentação: Alimenta‐se de néctar e de pequenos insetos.
Reprodução: Faz ninho em formato de bolsa, utilizando paina macia, teias de
aranha e detritos vegetais, localizado entre 1 e 3 m de altura em folhas de
palmeiras. Põe 2 ovos brancos, incubados por cerca de 15 dias. Os filhotes
nascem com o bico curto e mole, como todos os beija‐flores, e deixam o ninho
após 18 a 22 dias.
Hábitos: Voa baixo, com um zumbido agudo, semelhante ao de uma grande
abelha. Habita o sub‐bosque de florestas altas, no interior e nas bordas,
capoeiras e áreas arbustivas.
Distribuição Geográfica: Da Amazônia para o sul até São Paulo. Encontrado
também das Guianas e Venezuela à Bolívia.
50 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Cathartiformes (Seebohm, 1890)
Nome Popular:
Urubu‐de‐cabeça‐amarela
Nome do Táxon:
Cathartes burrovianus (Cassin, 1845)
English Name:
Lesser Yellow‐headed Vulture
Família:
Cathartidae (Lafresnaye, 1839)
URUBU‐DE‐CABEÇA‐AMARELA
O papel das aves comedoras de carniça no ambiente é de uma importância fundamental. A
Fonte: Wikiaves
nossos olhos, essa adaptação é repugnante. Graças a elas, no entanto, há uma rápida reciclagem
das carcaças e reincorporação ao sistema dos nutrientes. Reduzem ou dificultam o crescimento
de bactérias nocivas, ao diminuírem a disponibilidade de tecido animal em decomposição, sendo
altíssima sua capacidade de resistência a organismos infecciosos.
Guia Didático de Aves |51
Características: O urubu‐de‐cabeça‐amarela, tem de comprimento 53 a 65 cm.
Ostenta uma envergadura de 1,60m. A coloração do corpo e asas são idênticas
ao do urubu‐da‐mata. À distância, a cabeça parece amarelo clara, quase branca.
O juvenil possui a cabeça negra. Também possui olfato apurado e chega
rapidamente às carniças, onde, como o urubu‐de‐cabeça‐vermelha, é afastado
com a chegada de outras espécies de urubus.
Alimentação: Alimenta‐se principalmente de pequenas presas ou de carniça. É
um caçador ativo, capturando pequenos vertebrados em vôos rasantes.
Reprodução: Faz ninho em grandes cavidades de árvores, pondo ovos branco‐
amarronzados manchados de marrom. Nidifica em locais semelhantes e o filhote
também nasce com uma plumagem fina e branca, mantida nas primeiras
semanas.
Hábitos: Habitam beiradas de rios e lagoas florestadas, áreas pantanosas e
campos. Vive normalmente solitário ou em grupos de alguns indivíduos, bem
espaçados. Paira baixo sobre pantanais ou campos alagados, sendo incomum
encontrá‐lo voando alto. Pousa em postes baixos e cercas. Possui os mesmos
hábitos gerais das espécies da mesma família, às vezes usando os mesmos
pousos noturnos.
Distribuição Geográfica: Encontrado em diversas regiões do Brasil, é mais
comum no Nordeste e na Amazônia, sendo ainda o urubu predominante nas
restingas do Rio de Janeiro. Presente também desde o México até o norte da
Argentina e Uruguai.
52 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Cathartiformes (Seebohm, 1890)
Nome Popular:
Urubu‐de‐cabeça‐preta
Nome do Táxon:
Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
English Name:
Black Vulture
Família:
Cathartidae (Lafresnaye, 1839)
URUBU‐DE‐CABEÇA‐PRETA
Fonte: Jorn Fjosne
O urubu‐de‐cabeça‐preta é conhecido também como urubu‐comum, corvo,
urubu‐preto e apitã.
Guia Didático de Aves |53
Características: O urubu‐de‐cabeça‐preta, possui de comprimento 62 cm e de
envergadura cerca de 143 cm com peso de 1,6 kg. Dentre os urubus, é o de
menor envergadura. Apesar de seu tamanho, é o mais agressivo dos urubus
menores, disputando avidamente uma carcaça com as outras espécies. Não
possui o olfato apurado do gênero Cathartes, localizando a carniça pela visão
direta ou observando os outros urubus pousando para comer. Costuma deslocar‐
se a grande altura, usando as correntes de ar quente para diminuir o custo
energético do vôo. Sua visão é excepcional, tendo boa acuidade para objetos a
grande distância.
Alimentação: Alimenta‐se de carcaças de animais mortos e outros materiais
orgânicos em decomposição, bem como de animais vivos impedidos de fugir,
como filhotes de tartarugas e de outras aves.
Reprodução: Faz ninho em ocos de árvores mortas, entre pedras e outros locais
abrigados, geralmente com incidência de árvores. Põe 2 ovos branco‐azulados
manchados com muitos pontos marrons. Bate as asas pesadamente, plana bem.
Hábitos: No ambiente natural, alimenta‐se nas mesmas carniças das outras
espécies. Nas proximidades das casas, busca restos de comida e partes de
animais domésticos abatidos. Acostuma‐se com a presença humana e, em alguns
locais, circula até junto de galinhas e outras aves domésticas, quando sua forma
peculiar de andar bamboleando chama a atenção, popularmente chamado de
passo do urubu malandro.
Distribuição Geográfica: É uma das aves mais comuns em qualquer região do
Brasil, exceto em extensas áreas florestadas com pouca presença humana.
Encontrado também desde a região central dos Estados Unidos à praticamente
toda a América do Sul onde haja cidades, fazendas e áreas abertas.
54 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Cathartiformes (Seebohm, 1890)
Nome Popular:
Urubu‐de‐cabeça‐vermelha
Nome do Táxon:
Cathartes aura (Linnaeus, 1758)
English Name:
Turkey Vulture
Família:
Cathartidae (Lafresnaye, 1839)
URUBU‐DE‐CABEÇA‐VERMELHA
Fonte: Wikiaves
O urubu‐de‐cabeça‐vermelha é uma ave Cathartiforme da família Cathartidae.
Guia Didático de Aves |55
Características: Possui longas asas que chegam a 1,80m de envergadura, sendo
relativamente finas e mantidas em formato de “V”. Dessa forma, aproveitam a
menor brisa disponível para voar sobre a vegetação e o solo, às vezes a poucos
metros do chão. Nessa busca de sustentação, mantém as asas rígidas e viram o
corpo de lado a outro, parecendo um vôo errático, que não vai se manter. Muito
raramente batem as asas e, mesmo assim, só para iniciar o movimento.
Alimentação: Localiza as carcaças pelo olfato, uma das poucas aves onde esse
sentido é apurado. Graças à sua capacidade de vôo e sensibilidade do olfato,
costuma ser o primeiro urubu a chegar na carniça. Nem sempre é o que se
banqueteia melhor, porque logo é seguido pelas outras espécies e afastado por
elas. Muitas vezes, espera as demais alimentarem‐se, para, então, voltar a
comer. De forma ocasional, pode capturar e matar pequenos vertebrados,
apanhados nos vôos rasantes.
Reprodução: Nidifica no solo ou, mais raramente, em ocos de árvores. Em
qualquer caso, locais bem cobertos por vegetação e protegidos. Coloca dois ovos
e a incubação dura de 38 a 41 dias. Quando nascem os filhotes, são alimentados
de alimento regurgitado pelos pais. A partir dos 70 dias de vida, inicia seus vôos.
Hábitos: Habita Campos, Matas e bosques. À noite, dirige‐se para pousos
tradicionais, seja nas árvores da mata ribeirinha, seja em capões nos campos.
Esses pousos são comunais, ocasionalmente com 20 ou 30 urubus de várias
espécies.
Distribuição Geográfica: Ocorre desde o Sul do Canadá até a América do Sul. Seu
período migratório vai de julho a novembro.
56 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Charadriiformes (Huxley, 1867)
Nome Popular:
Batuíra de Coleira
Nome do Táxon:
Charadrius collaris (Vieillot, 1818)
English Name:
Collared Plover
Família:
Charadriidae (Leach, 1820)
BATUÍRA DE COLEIRA
Fonte: Jorn Fjosne
A Batuíra‐de‐coleira é conhecida também como batuíra, batuíra‐da‐costa, batuíra‐de‐
colar‐simples, batuituí, coleirinho, ituituí, lulutinho, maçarico‐de‐coleira, maçarico‐
pequeno e tarambola.
Guia Didático de Aves |57
Características: Mede cerca de 15 cm de comprimento.Alimentação: Alimenta‐
se de larvas e insetos, pequenos moluscos e vermes que encontra na lama e na
areia.Reprodução: Põe 2 ovos de cor creme com manchas e pintas pretas,
diretamente na areia, sem preparar um ninho. Hábitos: É localmente comum em
praias arenosas de grandes rios, na orla marítima, lamaçais e, com menos
freqüência, em campos com gramíneas baixas. Vive geralmente aos pares
durante todo o ano, embora possa haver vários em uma mesma praia.
Distribuição Geográfica: Todo o Brasil e também do México à Bolívia, Argentina
e Chile.
58 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Charadriiformes (Huxley, 1867)
Nome Popular:
Quero‐quero
Nome do Táxon:
Vanellus chilensis (Molina, 1782)
English Name:
Southern Lapwing
Família:
Charadriidae (Leach, 1820)
QUERO‐QUERO
O quero‐quero também conhecido por tetéu, téu‐téu, terém‐terém e espanta‐
boiada. Muito popular no Brasil, vive em banhados e pastagens; é visto em
Fonte: Jorn Fjosne
estradas, campos de futebol e próximo a fazendas, freqüentemente longe
d'água. Seu nome é uma onomatopéia de seu canto.
Guia Didático de Aves |59
Características: Mede 37 cm, peso 277 g. Possui um esporão pontudo, ósseo,
com 1 cm de comprimento no encontro das asas, uma faixa preta desde o
pescoço ao peito e ainda umas penas longas (penacho) na região posterior da
cabeça, tem um desenho chamativo de preto, branco e cinzento na plumagem.
Som: “tero‐tero”. Esse som é emitido dia e noite.
Alimentação: O quero‐quero se alimenta de invertebrados aquáticos e peixinhos
que encontra na lama. Para capturá‐los, ele agita a lama com as patas para
provocar a fuga de suas presas. Também se alimenta de artrópodes e moluscos
terrestres.
Reprodução: Na primavera, a fêmea põe normalmente de três a quatro ovos.
Nidificam em uma cavidade esgravatada no solo; os ovos têm formato de pião ou
pêra, forma adequada para rolarem ao redor de seu próprio eixo e não
lateralmente, sendo manchados, confundindo‐se perfeitamente com o solo.
Hábitos: Costuma viver em banhados e pastagens; é visto em estradas, campos
de futebol e próximo a fazendas, freqüentemente longe d'água. O quero‐quero é
sempre o primeiro a dar o alarme quando algum intruso invade seus domínios.
Distribuição Geográfica: O quero‐quero é uma ave típica da América do Sul,
sendo encontrado desde a Argentina e leste da Bolívia até a margem direita do
baixo Amazonas e principalmente no Rio Grande do Sul, no Brasil. Habita as
grandes campinas úmidas e os espraiados dos rios e lagoas.
60 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Ciconiiformes (Bonaparte, 1854)
Nome Popular:
Garça‐branca‐pequena
Nome do Táxon:
Egretta thula (Molina, 1782)
English Name:
Snowy Egret
Família:
Ardeidae (Leach, 1820)
GARÇA‐BRANCA‐PEQUENA
Fonte: Wikiaves
A Garça‐branca‐pequena é conhecida também como Garcinha‐branca e Garça‐
pequena.
Guia Didático de Aves |61
Características: Mede de 51 a 61 cm de comprimento. Esta espécie distingue‐se
facilmente da garça‐branca‐grande (Ardea alba), não só pelo tamanho, mas por
apresentar o bico e as pernas negros e os dedos dos pés amarelos. Nos jovens as
pernas e os pés são verde‐amarelados. Nesta garça as egretas aparecem, nos
indivíduos de ambos os sexos, no dorso, na cabeça e no peito durante o período
de reprodução.
Alimentação: Alimenta‐se de peixes e invertebrados aquáticos de forma
bastante ativa. Para pescar, corre nas margens das coleções de água atrás de
cardumes de peixes ou move, rapidamente, um dos pés sob água para atrair suas
presas.
Reprodução: Reproduz‐se em pequenas colônias exclusivas ou em meio a
colônias de outras espécies, no manguezal. Os ninhos são plataformas
construídas de gravetos. Põe de 2 a 4 ovos azul‐esverdeados.
Hábitos: Comum em manguezais, estuários e poças de lama na costa, sendo
menos numerosa em pântanos e poças de água doce.
Distribuição Geográfica: Todo o Brasil e desde o sul dos Estados Unidos e
Antilhas à quase totalidade da América do Sul.
62 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Ciconiiformes (Bonaparte, 1854)
Nome Popular:
Socozinho
Nome do Táxon:
Butorides striata (Linnaeus, 1758)
English Name:
Striated Heron
Família:
Ardeidae (Leach, 1820)
SOCOZINHO
Fonte: Jorn Fjosne
O Socozinho é um Ciconiiforme da família Ardeidae. Conhecido também como
Socó‐estudante, Soco‐í e Socó‐mirim (Pará), Socó‐mijão e Socó‐tripa.
Guia Didático de Aves |63
Características: Tem cerca de 36 centímetros. É inconfundível, devido às suas
penas curtas e amarelas e pelo seu andar agachado.
Alimentação: Alimenta‐se com peixes, insetos aquáticos (imagos e larvas),
caranguejos, moluscos, anfíbios e répteis. Permanece imóvel por longos
períodos, empoleirado sobre a água ou em suas proximidades, à espera de
presas.
Reprodução: Solitário, às vezes nidifica em colônias. Constrói seu ninho sobre
árvores ou arbustos nos brejais. Os ovos são esverdeados ou verde‐azulados (às
vezes brancos ou esbranquiçados), uniformes. Põe 3 ovos cinza‐esverdeados. A
procriação procede geralmente no início ou no fim da estação seca, quando o
alimento para as aves aquáticas é normalmente mais farto.
Hábitos: Qualquer lugar que haja água. Tanto no interior do continente como
nos manguezais. É migratório. Anda como se esgueirasse, a passos largos e como
se observasse um perigo ou uma oportunidade. Voa devagar, com o pescoço
encolhido e as pernas esticadas. Para dormir, não volta a cabeça para trás, e sim
mantém o bico dirigido para a frente. Costuma colocar o bico verticalmente para
baixo de encontro ao peito dentre a plumagem, o qual oculta completamente.
Gosta de dias chuvosos e escuros, sente‐se à vontade tanto com espécies
noturnas como diurnas.
Distribuição Geográfica: Presente em todo o Brasil e nas regiões de clima quente
ao redor do planeta, na América, África, Ásia, Austrália e ilhas do oeste do
Oceano Pacífico.
64 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Columbiforme (Latham, 1790)
Nome Popular:
Juriri‐pupu
Nome do Táxon:
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855)
English Name:
White‐tipped Dove
Família:
Columbidae (Leach, 1820)
Fonte: Wikiaves
JURIRI‐PUPU
A juriti‐pupu é uma ave conhecida também como pu‐pú. Muito arisca, logo voa e
se esconde, sendo que na maioria das vezes notamos sua presença pelo canto
característico que é melancólico e repetitivo: “pu… puuu”, de onde seu outro
nome juriti‐pupu.
Guia Didático de Aves |65
Características: Tem 29 centímetros e pesa entre 160 e 215 gramas. Sua
plumagem é marrom, com peito claro, cabeça cinzenta com alguns reflexos
metálicos na nuca e alto dorso. Possui ainda, uma coloração azulada ao redor
dos olhos. Muito arisca, logo voa e se esconde, sendo que na maioria das vezes
notamos sua presença pelo canto.
Alimentação: É granívora e frugívora, pois come grãos, sementes, frutas e
vegetais. Com um rápido movimento do bico vira as folhas mortas para descobrir
sementes e frutos caídos, esse movimento também é utilizado para extração de
sementes caídas em uma fenda, joga os grãos no chão para pegá‐los em seguida.
Reprodução: Seu ninho é feito de pequenos gravetos, sem forro. É tão ralo que
às vezes, os dois ovos de cor claro‐suja podem cair no chão. Pode nidificar em
pés de café e na entrada de grutas calcárias, no interior da mata.
Hábitos: Vive nas matas e ambientes bem arborizados, vindo freqüentemente ao
chão à cata de grãos, de que se alimenta. Vive solitária ou aos pares. Alimenta‐se
de sementes e frutos no chão. Quando perturbada, foge caminhando sem fazer
barulho, ou voa, emitindo um som com as asas, até uma árvore próxima.
Distribuição Geográfica: Presente em quase todo o Brasil e também do sul dos
Estados Unidos até a Argentina.
66 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Columbiforme (Latham, 1790)
Nome Popular:
Rolinha‐picuí
Nome do Táxon:
Columbina picui (Temminck, 1813)
English Name:
Picui Ground‐Dove
Família:
Columbidae (Leach, 1820)
ROLINHA‐PICUÍ
Fonte: Wikiaves
A rolinha‐picuí é uma ave columbiforme da família Columbidae
Guia Didático de Aves |67
Características: No nordeste, a plumagem é toda branca, vindo daí um dos
nomes comuns. No Pantanal, domina um tom pardo‐amarronzado. Na asa, a
listra escura (iridescente, sob ótimas condições de luz) é característica. Ao voar,
destaca‐se a grande área branca da asa e outra área branca na cauda. Ao
levantar vôo, tais áreas brancas podem confundi‐la com a Fogo‐apagou. Íris
arroxeada, com uma fina listra escura até o bico.
Alimentação: Acostuma‐se com a presença humana e beneficia‐se de plantios de
grãos, aumentando sua presença nas áreas de cultivo.
Reprodução: No período reprodutivo, constrói a pequena plataforma de galhos
mal ajambrados característica da família. Os machos cantam intensamente e o
som produzido é origem do seu segundo nome comum, também originário do
nordeste. Dois ovos são postos, chocados pelo casal, que alimenta os filhotes até
depois de sua saída do ninho.
Hábitos: Vive em casais ou pequenos grupos, algumas vezes misturando‐se às
outras rolinhas. Ocupa ambientes abertos.
Distribuição Geográfica: No Centro‐Oeste, Nordeste e Sul do Brasil.
68 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Coraciiformes (Forbes, 1844)
Nome Popular:
Martim‐pescador‐pequeno
Nome do Táxon:
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)
English Name:
Green Kingfisher
Família:
Alcedinidae (Rafinesque, 1815)
MARTIM‐PESCADOR PEQUENO
Ave da família Alcedinidae, o martim‐percador‐pequeno é o representante mais
comum no Brasil. É conhecido também pelos nomes de ariramba‐pequeno,
Fonte: Jorn Fjosne
martim‐cachaça e martim‐pescador. Vive ao longo de rios, lagos e orla marítima,
mangues, embocaduras de rios, em florestas ou áreas abertas, onde haja árvore
para o pouso.
Guia Didático de Aves |69
Características: Mede 19 cm. Partes superiores verde bem escuras contrastando
com uma faixa branca saliente e sedosa que liga a base do bico à nuca, onde é
atravessada pelo penacho nucal; asas atravessadas por 3 linhas transversais de
manchas brancas; bases das retrizes externas brancas. O macho tem as partes
inferiores brancas com o peito castanho e a fêmea com peito amarelado ou
branco manchado de verde.
Som: “ta‐ta”; “ti‐ti” ( advertência ); “trr‐trr‐trr”; canto chilreado e uma seqüência
descendente, “kli‐kli‐kli‐kli‐kli‐kli”.
Alimentação: Para alimentar pousa na vegetação à beira d'água (entre 1 e 3 m
de altura), de onde observa suas presas antes de mergulhar. Às vezes paira no ar
antes de mergulhar. Come peixes de 3 a 5,5 cm e crustáceos, sendo uma espécie
de hábitos alimentares mais generalista.
Reprodução: O casal constrói o ninho geralmente num barranco de rio, acima do
nível da água. Escavam um túnel com cerca de 80 cm, podendo ou não camuflar
a entrada do mesmo. Põe geralmente 3 a 5 ovos brancos, que medem em torno
de 24 x 19 mm, no fundo do túnel. A incubação noturna cabe à fêmea, mas
durante o dia ela se reveza com o macho.
Hábitos: É a espécie mais comum no Brasil. Habita os lagos com rica vegetação
aquática, beira de rios pequenos e grandes, manguezais; adapta‐se até em
pequenas coleções d’água tomada por vegetação palustre como aguapés e
outras plantas aquáticas.
Distribuição Geográfica: Ocorre do Texas e México à Argentina; todo Brasil.
70 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Cuculiformes (Wagler, 1830)
Nome Popular:
Alma‐de‐gato
Nome do Táxon:
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
English Name:
Squirrel Cuckoo
Família:
Cuculidae (Leach, 1820)
ALMA DE GATO
A alma‐de‐gato é uma ave conhecida também pelos nomes populares de
alma‐de‐caboclo, alma‐perdida, atibaçu, atingaçu, atingaú, atinguaçu, atiuaçu,
Fonte: Jorn Fjosne
chincoã, crocoió, maria‐caraíba, meia‐pataca, oraca, pataca, pato‐pataca, piá,
rabilonga, rabo‐de‐escrivão, rabo‐de‐palha, tincoã, tinguaçu, titicuã, uirapagé e
urraca.
Guia Didático de Aves |71
Características: Mede cerca de 50cm (contando a cauda).Apresenta plumagem
ferrugínea nas partes superiores, peito acinzentado, ventre escuro, cauda longa,
escura e com as pontas das retrizes claras, bico amarelo e íris vermelha. Sua
cauda excepcionalmente grande a torna inconfundível.
Som: Seu canto se assemelha ao gemido de um gato, por isto é conhecida como
alma de gato. Ainda, consegue imitar o canto de outras aves, especialmente o do
bem‐te‐vi, que é de fato parecido com sua própria vocalização.
Alimentação: Alimenta‐se basicamente de insetos, principalmente lagartas, que
captura ao examinar as folhas, inclusive em suas partes inferiores. Também
consome frutinhas, ovos de outras aves, motivo pelo qual é muitas vezes
afugentado por suiriris e outras aves que estejam com ovos e filhotes aves,
lagartixas e pererecas.
Reprodução: O ninho é em forma de panela rasa, feito de galhos frouxamente
entrelaçados. A fêmea bota cerca de 6 ovos, que possuem uma casca com
aspecto peculiar devido à aparência mineral.
Hábitos: Pula entre as ramagens com sua longa cauda. Apesar de seu tamanho
consegue se deslocar sem ser facilmente notado. Ocorre em matas ciliares,
matas secundárias, capoeiras, parques e bairros arborizados até mesmo das
maiores cidades brasileiras. Habita os estratos médio e superior dessas matas,
quase nunca descendo ao solo. Anda sozinho ou aos pares.
Distribuição Geográfica: Ocorre em todo o Brasil.
72 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Cuculiformes (Wagler, 1830)
Nome Popular:
Anú‐branco
Nome do Táxon:
Guira guira (Linnaeus, 1758)
English Name:
Guira cuckoo
Família:
Cuculidae (Leach 1820)
ANÚ‐BRANCO
Fonte: Wikiaves
O anu‐branco é também conhecido como rabo‐de‐palha e alma‐de‐gato.
Guia Didático de Aves |73
Características: Mede cerca de 38 cm. Corpo franzino, cauda comprida, graduada
e com fita preta. Branco‐amarelado, bico cor de laranja (cinzento no indivíduo
imaturo ). Bico forte e curvo. Quando empoleira arrebita a cauda e joga‐a até às
costas. Anda sempre em bandos. São aves extremamente sociáveis..
Som: Sua vocalização é alta e estridente: “iä, iä, iä” (chamada e grito durante o
vôo); “i‐i‐i‐i” (advertência); seqüência fortemente descendente e decrescendo de
melodiosos “glüü” (canto); cacarejo baixo.
Alimentação: São essencialmente carnívoros, comendo gafanhotos, percevejos,
aranhas, miriápodes etc. Predam também lagartas peludas e urticantes,
lagartixas e camudongos. Cospem pelotas. Pescam na água rasa; periodicamente
comem frutas, bagas, coquinhos e sementes, sobretudo na época seca quando
há escassez de artrópodes.
Reprodução: Os seus ovos são relativamente muito grandes, tem de 17 a 25% o
peso da fêmea. A cor dos ovos é verde‐marinho, uma rede branca calcária em
alto relevo se espalha sobre toda a superfície. Tanto há ninhos individuais, como
coletivos. A fêmea que construiu um ninho e ainda não começou a pôr os seus
ovos, joga fora os ovos postos ali por outras fêmeas. Joga também os ovos,
quando a fêmea poedeira encontra o ninho onde quer pôr ocupado por outra
ave.
Hábitos: Até certo ponto são beneficiados pelo desaparecimento da mata alta,
pois vivem em campos, lavouras e ambientes mais abertos. Imigram em regiões
onde eram desconhecidos e tornam‐se as aves mais comuns ao longo das
estradas. Devido as seu vôo lerdo e fraco, são freqüentemente atropelados nas
estradas
Distribuição Geográfica: Ocorre do sudeste do Amapá e do estuário amazônico à
Bolívia, Argentina e Uruguai.
74 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Cuculiformes (Wagler, 1830)
Nome Popular:
Anú‐preto
Nome do Táxon:
Crotophaga ani (Linnaeus, 1758)
English Name:
Smooth‐billed Ani
Família:
Cuculidae (Leach, 1820)
ANÚ‐PRETO
Conhecido também como Anu‐pequeno e Anum. Comum em pastagens,
Fonte: Jorn Fjosne
campos, jardins, lavouras abandonadas e outras áreas abertas. Vive em bandos e
é muito visto em regiões cultivadas.
Guia Didático de Aves |75
Características: Corpo franzino ‐ 36 centímetros, preto uniforme, de bico alto,
forte e curto. Cauda comprida e graduada. Apesar de formar casais, vive sempre
em bandos, ocupando territórios coletivos durante todo o ano. São aves
extremamente sociáveis. Tem grande habilidade em pular e correr pela
ramagem.
Som: Possui mais de uma dúzia de vozes diferentes. Eles se divertem
cavaqueando baixinho, de modo bem variado, causando às vezes a impressão de
estar tentando imitar a voz de outra ave.
Alimentação: São essencialmente carnívoros, comendo gafanhotos, percevejos,
aranhas, miriápodes etc. Predam também lagartas peludas e urticantes,
lagartixas e camudongos. Pescam na água rasa, periodicamente comem frutas,
bagas, coquinhos e sementes, sobretudo na época seca quando há escassez de
artrópodes.
Reprodução: Os ovos das fêmeas do anu‐preto perfazem 14% do peso de seu
corpo. É de cor azul‐esverdeada. O anu‐preto costuma trazer comida quando
visita a fêmea no ninho. O macho dança em torno da fêmea, no solo. As fêmeas,
embora possuam ninhos individuais, se associam mais freqüentemente a um ou
dois casais do seu bando para construir ninho coletivo, pôr ovos e criar a prole
juntas, tendo a cooperação de machos e filhotes crescidos de posturas
anteriores.
Hábitos: Vive em paisagens abertas com moitas e capões entre pastos e jardins;
ao longo das rodovias costuma ser quase a única que se vê, como habitante de
lavouras abandonadas. Prefere lugares úmidos.
Distribuição Geográfica: Ocorre da Flórida à Argentina e todo o Brasil.
76 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Falconiformes (Bonaparte, 1831)
Nome Popular:
Caracará
Nome do Táxon:
Caracara plancus (Miller, 1777)
English Name:
Southern Caracara
Família:
Falconidae (Leach, 1820)
CARACARÁ
Também conhecido como carcará, carancho, caracaraí (Ilha do Marajó) e gavião‐
Fonte: Jorn Fjosne
de‐queimada, o caracará não é, taxonomicamente uma águia, e sim um parente
distante dos falcões. Ocorre em campos abertos, cerrados, borda de matas e
inclusive centros urbanos de grandes cidades.
Guia Didático de Aves |77
Características: Medindo cerca de 56 cm da cabeça a cauda e 123 cm de
envergadura, o caracará é facilmente reconhecível quando pousado, pelo fato de
possuir uma espécie de solidéu preto sobre a cabeça, assim como um bico
adunco e alto, que assemelha‐se à lâmina de um cutelo; a face é vermelha.
Alimentação: É onívoro, alimentando‐se tanto de animais vivos como mortos.
Suas estratégias para obtenção de alimento são variadas: caça lagartos, cobras,
sapinhos e caramujos; rouba filhotes de outras aves, até de espécies grandes
como garças, colhereiros e tuiuiú; arranha o solo com os pés em busca de
amendoim e feijão; apanha frutos de dendê; ataca filhotes recém‐nascidos de
cordeiros e outros animais. Pode ser visto facilmente voando ou pousado junto a
urubus pacificamente.
Reprodução: Constrói um ninho com galhos em bainhas de folhas de palmeiras
ou em outras árvores. Usa ninhos de outras aves também. Os dois ovos brancos
manchados de marrom‐avermelhado.
Hábitos: Vive solitário, aos pares ou em grupos. Pousa em árvores ou cercas,
sendo freqüentemente observado no chão, junto à queimadas e ao longo de
estradas. Passa muito tempo no chão, ajudado pelas suas longas patas adaptadas
à marcha, mas é também um excelente voador e planador, costuma acompanhar
as correntes de ar ascendentes. Durante a noite ou nas horas mais quentes do
dia, costuma ficar pousado nos galhos mais altos, sob a copa de árvores isoladas
ou nas matas ribeirinhas.
Distriuição Geográfica: Possui uma distribuição geográfica ampla, que vai da
Argentina até o Sul dos Estados Unidos, ocupando toda uma variedade de
ecossistemas, fora a cordilheira dos Andes.Sua maior população se encontra no
sudeste e nordeste do Brasil.
78 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Falconiformes (Bonaparte, 1831)
Nome Popular:
Gavião Carijó
Nome do Táxon:
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)
English Name:
Roadside Hawk
Família:
Accipitridae (Vigors, 1824)
GAVIÃO CARIJÓ
O gavião‐carijó é um gavião encontrado em diferentes ambientes, ocorrendo do
México à Argentina e em todo o Brasil. É a espécie predominante no Brasil. É o
terror dos galinheiros. Também é conhecido pelos nomes de anajé, gavião‐
indaié, gavião‐pega‐pinto, inajé, indaié e pega‐pinto. Como toda ave de rapina
tem um papel indispensável no equilíbrio da fauna como reguladores da seleção.
Fonte: Jorn Fjosne
Evitam uma superpopulação de roedores e aves pequenas (como é o caso dos
ratos e pombos nos centros urbanos) além de eliminar indivíduos defeituosos e
doentes.
Guia Didático de Aves |79
Características: Asas compridas e largas de "pontas abertas", tal como nos
urubus, cauda curta, conjunto apropriado para planar em espaços abertos.
Macho e fêmea quase sempre se assemelham quanto ao colorido. Distinguem‐se
geralmente pelo tamanho, sendo a fêmea maior. Voa no aberto, aos casais,
batendo rapidamente as asas e descrevendo círculos chamando a atenção pela
característica gritaria que produzem..
Alimentação: Consome desde insetos até aves e lagartos. Procura os abrigos
diurnos de morcegos para atacá‐los enquanto dormem. Ataca ninhos de outras
aves e por isso é ferozmente perseguido por suiriris e andorinhas.
Reprodução: O gavião‐carijó vive em casais que constroem um ninho de gravetos
revestido por folhas, geralmente no topo de uma árvore grande. A postura de
em média 2 ovos geralmente manchados.
Hábitos: Costuma voar em casais, fazendo movimentos circulares enquanto os
dois vocalizam em dueto.
Distribuição Geográfica: Ocorre do México à Argentina e em todo o Brasil.
Ocorrem também do México à Argentina e em todo o Brasil. É uma das espécies
mais comuns de nosso país, ocorre em todos os estados, habitando os mais
variados ambientes: campos, bordas de mata, áreas urbanas, etc., sendo mais
raro em áreas densamente florestadas. Nas últimas décadas este gavião passou a
se tornar mais comum nos centros urbanos, se adaptando com sucesso a este
ambiente, pois nas cidades a oferta de presas é maior e os seus predadores
naturais (outras aves de rapina maiores) são escassos.
80 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Galbuliformes (Fürbringer,1888)
Nome Popular:
Nome Popular:
Rapazinho‐dos‐velhos
Nome do Táxon:
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788)
English Name:
Spot‐backed Puffbird
Família:
Bucconidae (Horsfield, 1821)
RAPAZINHO‐DOS‐VELHOS
O Rapazinho‐dos‐Velhos também conhecido popularmente como Fura‐barreira,
Macuru, Apara‐Bala e João‐Bobo. O nome se refere à sua “mansidão”, pois é
Fonte: Wikiaves
capaz de ficar imóvel no meio da vegetação, observando tudo que se passa ao
seu redor. Como o seu colorido e a sua forma lhe fornecem uma perfeita
camuflagem, passa muitas vezes despercebido.
Guia Didático de Aves |81
Características: Possui o bico avermelhado. A cabeça, entretanto, é toda escura,
com um colar amarelado e uma mancha da mesma cor no peito. Tanto a barriga
como o peito são todos salpicados de negro, em contraste com o cinza claro. A
cabeça é grande e larga, desproporcional ao corpo.
Alimentação: Fica pousado em poleiros à espera da presa. Decola e apanha
insetos em vôo, voltando para devorá‐los no galho onde estava pousado. Além
de insetos, come aranhas, escorpiões e pequenos vertebrados.
Reprodução: Cava um túnel que termina numa câmara num barranco ou até em
terreno plano, onde põe de 2 a 3 ovos. O casal faz revezamento para cuidar do
ninho, dos ovos e dos filhotes, que nascem nus, cegos e com bico pequeno. A
entrada dos ninhos é camuflada pela vegetação ao redor e pelo hábito de
espalharem a terra vinda da escavação. Na entrada da galeria, geralmente de
formato ovalado como um buraco de lagarto, é possível ver o rebaixamento
produzido pelos pés das aves ao entrarem e saírem dos ninhos.
Hábitos: Costuma pousar em fios ou galhos expostos ao Sol, imóvel, confiando
em sua camuflagem para evitar os predadores. Essa espécie aparece com maior
freqüência no interior das matas secas e cerradões.
Distribuição Geográfica: O Rapazinho‐dos‐Velhos ocorre no Nordeste, em boa
parte da região Centro‐Oeste, na Argentina, Bolívia e Paraguai. Também é
encontrado ao norte do Amazonas, na região de Oriximiná e na Ilha de Marajó,
no Pará. Pela ampla área de distribuição e quantidade de indivíduos registrados,
essa espécie é considerada como Pouco Preocupante (LC) de extinção na
natureza.
82 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Andorinha‐doméstica‐grande
Nome do Táxon:
Progne chalybea (Gmelin, 1789)
English Name:
Grey‐breasted Martin
Família:
Hirundinidae (Rafinesque, 1815)
ANDORINHA‐DOMÉSTICA‐GRANDE
A andorinha‐doméstica‐grande é uma ave passeriforme da família Hirundinidae.
Conhecida nos diversos lugares por vários nomes populares, tais como:
Fonte: Jorn Fjosne
andorinha‐católica, andorinha‐da‐casa, andorinha‐grande, andorinha‐mestre e
tapérá.
Guia Didático de Aves |83
Características: Tem asas longas e pontiagudas, a cauda geralmente bifurcada
em maior ou menor grau, o bico curto, chato e triangular, com ampla abertura
bucal. Têm um vôo rápido e ágil. Mede cerca de 18 cm. Difere da andorinha‐
pequena‐de‐casa apenas no tamanho.
Alimentação: Alimenta‐se de insetos capturados em vôo.
Reprodução: Faz o ninho, em forma de tigela, com palha e fezes secas de gado,
solidamente presas, forrado com penas internamente. Os ninhos são colocados
em cavidades de pedras e locais protegidos em edificações urbanas; neles são
postos 2 a 5 ovos brancos, que medem 23 x 16 mm. Como é regra na família,
cabe à fêmea a maior parte de incubação e o casal participa do cuidado da prole.
Costuma aproveitar o ninho do joão‐de‐barro.
Hábitos: Habita fazendas e cidades. Formam bandos numerosos, pousam em
árvores, fios de eletrificação e também no solo. As espécies que residem no
Brasil Meridional são migratórias e no outono partem em direção ao norte,
embora nem todos os indivíduos de uma população migrem.
Distribuição Geográfica: No nordeste e centro‐oeste do Brasil.
84 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Balança‐rabo‐de‐chapéu‐preto
Nome do Táxon:
Polioptila plúmbea (Gmelin, 1788)
English Name:
Tropical Gnatcatcher
Família:
Polioptilidae (Baird, 1858)
BALANÇA‐RABO‐DE‐CHAPÉU‐PRETO
Fonte: Jorn Fjosne
O Balança‐rabo‐de‐chapéu‐preto é conhecido também como Miador.
Guia Didático de Aves |85
Características: Mede cerca de 11 cm de comprimento. O macho tem o alto da
cabeça preto‐brilhante, o qual é cinza na fêmea.
Alimentação: Busca insetos diretamente na folhagem e em ramos pequenos.
Freqüentemente acompanha bandos mistos de insetívoros.
Reprodução: Faz ninho em formato de xícara, localizado em galhos entre 2 e 8 m
de altura. Põe de 2 a 3 ovos brancos manchados de marrom.
Hábitos: Varia de incomum a localmente comum em capoeiras, bordas de
florestas, clareiras com árvores esparsas, caatingas e manguezais. Na Amazônia,
habita também ilhas e as margens ao longo dos rios maiores. Vive solitário ou
aos pares, balançando constantemente a cauda.
Distribuição Geográfica: Presente na maior parte da Amazônia brasileira,
estendendo‐se para leste até o Piauí e em direção sul até ao Nordeste e Minas
Gerais. Encontrado também do México ao Panamá e em todos os demais países
amazônicos ‐ Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
86 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Bem‐te‐vi
Nome do Táxon:
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)
English Name:
Great Kiskadee
Família:
Tyrannidae (Vigors, 1825)
BEM‐TE‐VI
O bem‐te‐vi é uma ave passeriforme da família dos tiranídeos. Conhecido
também como bem‐te‐vi‐de‐coroa e bem‐te‐vi‐verdadeiro, é provavelmente o
Fonte: Jorn Fjosne
pássaro mais popular de nosso país, podendo ser encontrado em cidades, matas,
árvores à beira d'água, plantações e pastagens. Em regiões densamente
florestadas habita margens e praias de rios.
Guia Didático de Aves |87
Características: Ave de médio porte, o bem‐te‐vi mede entre de 20,5 e 25 cm de
comprimento para, aproximadamente, 60 gramas. O seu canto trissilábico
característico lembra as sílabas BEM‐te‐VI, que dão o nome à espécie.
Alimentação: É insetívoro, podendo devorar centenas de insetos diariamente.
Mas também come frutas (como bananas, mamões, maçãs, laranjas, pitangas e
muitas outras), ovos de outros pássaros, flores de jardins, minhocas, pequenas
cobras, lagartos, crustáceos, além de peixes e girinos de rios e lagos de pouca
profundidade. Costuma comer parasitas (carrapatos) de bovinos e eqüinos.
Reprodução: Faz ninho grande e esférico, com capim e pequenas ramas de
vegetais em galhos de árvores geralmente bem cerradas, com entrada lateral ou
ninhos em formato de xícara aberta. Põe de 2 a 4 ovos de cor creme com poucas
marcas marrom‐avermelhadas.
Hábitos: São agressivos, ameaçam até gaviões e urubús quando esses se
aproximam de seu “território”. Costumam pousar em lugares salientes como
postes e topos de árvores. Pode‐se vê‐lo facilmente cantando em fios de
telefone, em telhados ou banhando‐se nos tanques ou chafarizes das praças
públicas.
Distribuição Geográfica: É uma ave típica da América Latina, com uma
distribuição geográfica que se estende predominantemente do sul do México à
Argentina. Entretanto, pode também ser encontrada no sul do Texas e na ilha de
Trinidad.
88 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Betevizinho‐de‐penacho‐vermelho
Nome do Táxon:
Myiozetetes similis (Spix, 1825)
English Name:
Social Flycatcher
Família:
Tyrannidae (Vigors, 1825)
BETEVIZINHO‐DE‐PENACHO‐VERMELHO
O bentevizinho‐de‐penacho‐vermelho é uma ave
Fonte: Jorn Fjosne
pequena, com pouco mais de 15 centímetros. Parte de seu nome
científico significa similaridade e é alusivo à grande semelhança das cores de sua
plumagem com as do bem‐te‐vi.
Guia Didático de Aves |89
Características: O padrão geral da coloração da plumagem é o seguinte: lado
inferior amarelo com a garganta branca, dorso e asas marrom‐esverdeados;
acima dos olhos possui uma evidente faixa branca que se estende desde o bico
até a nuca, onde é interrompida; bico e olhos negros. Com esse padrão de
plumagem, o bentevizinho‐de‐penacho‐vermelho poderia ser considerado uma
miniatura do bem‐te‐vi, mas as semelhanças terminam por aí. O bentevizinho,
que também é chamado de bentevizinho‐topete‐vermelho, em virtude da
existência de um pequeno topete vermelho visto quando se olha a ave por cima,
possui características ecológicas muito distintas.
Alimentação: Alimenta‐se de insetos capturados durante pequenos vôos, e de
pequenas frutas.
Reprodução: Na época da reprodução constrói um ninho de capim que é
colocado em uma forquilha. Às vezes o ninho fica localizado em galhos sobre a
água ou próximo a colmeias e formigueiros, garantindo, assim, uma proteção
extra contra predadores. A fêmea põe de dois a três ovos que são
esbranquiçados com pequenas pintas marrons.
Hábitos: Ocorre aos pares ou em pequenos grupos familiares, que são muito
barulhentos. Em termos de ambiente, prefere matas ou capoeiras mais
conservadas, quase sempre próximo a algum curso d'água. Não se adapta muito
às regiões campestres ou cidades pouco arborizadas.
Distribuição Geográfica: Distribui‐se em grande parte do Brasil, em alguns países
vizinhos da América do Sul e também na América Central. Os indivíduos que
ocorrem em regiões com clima mais severo (Brasil meridional e países do sul)
podem realizar movimentos de migração para regiões mais quentes nas épocas
de inverno.
90 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Choró‐boi
Nome do Táxon:
Taraba major (Vieillot, 1816)
English Name:
Great Antshrike
Família:
Thamnophilidae (Swainson, 1824)
CHORÓ‐BOI
O Choró‐boi é uma espécie comum, que habita a vegetação densa do estrato
baixo de capoeiras, clareiras e bordas de florestas com vegetação arbustiva,
tanto em regiões úmidas quanto secas. Vive geralmente aos pares, pulando em
meio a emaranhados de cipós e arbustos a uma altura de 1 a 5 m, o que o torna
Fonte: Jorn Fjosne
difícil de ser observado. Seus nomes comuns são os mais variados: piorim, choca,
choca‐boi, chororó‐olho‐de‐fogo, cã‐cã‐de‐fogo.
Guia Didático de Aves |91
Características: O macho é negro no dorso, em forte contraste com o branco da
região ventral. Na fêmea, toda a plumagem negra é substituída por marrom
avermelhada, sem haver o branco das asas e cauda. Nos dois sexos, destaca‐se o
vermelho intenso dos olhos da ave adulta. Mede cerca de 20 cm.
Alimentação: Vive no estrato baixo, caçando invertebrados nos galhos e folhas.
Raramente segue bandos mistos ou formigas‐de‐correição.
Reprodução: Constrói um ninho com fibras e raízes, em formato de bolsa
pendente de uma forquilha horizontal, característico de todas as aves dessa
família. Põe 2 ovos de cor creme, manchados de marrom e lilás. Macho e fêmea
chocam os ovos e cuidam dos filhotes.
Hábitos: Muito presente nas matas ciliares dos rios, corixos e baías, bem como
nos cerradões, cambarazais e matas secas. Pousa no chão ou em galhos caídos.
Acostuma‐se com a presença humana, usando quintais e pomares de sítios e
fazendas onde não é perseguido ou não existam gatos domésticos. Seu canto é
marca registrada, interpretado como cada um dos seus nomes comuns.
Distribuição Geográfica: Presente desde o extremo norte do País até o Estado do
Paraná. Encontrado também do México ao Panamá e em praticamente toda a
América do Sul, com exceção do Chile.
92 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Choca‐barrata‐do‐nordeste
Nome do Táxon:
Thamnophilus capistratus
(Lesson, 1840)
English Name:
Caatinga Antshrike
Família:
Thamnophilidae (Swainson, 1824)
CHOCA‐BARADA‐DO‐NORDESTE
Fonte: Wikiaves
É uma espécie endêmica do nordeste do Brasil, proximamente associada ao
bioma caatinga.
Guia Didático de Aves |93
Características: Atinge 16 cm de comprimento. Locomove‐se pelos galhos
saltando e pulando. Normalmente é observado o casal. O macho é malhado em
preto e branco com crista uniforme preta, a fêmea é castanha e barrada na
barriga com crista uniforme, porém, castanha.
Alimentação: Alimenta‐se de insetos e aranhas.
Reprodução: Ninho em forma de copo em arbustos. Geralmente colocam dois
ovos de cor branca cremoso com marcações roxas. Ambos chocam durante 14
dias.
Hábitos: Em muitas aves, algumas particularidades, como a biologia de seus
hábitos, são pouco conhecidas.
Distribuição Geográfica: Vive na capoeira rala, e mata de várzea. Ocorre no
Brasil do norte de Minas Gerais ao Ceará, no nordeste, no sul de Mato Grosso,
em São Paulo e oeste do Paraná.
94 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Chorozinho‐da‐caatinga
Nome do Táxon:
Herpsilochmus sellowi
(Whitney & Pacheco, 2000)
English Name:
Caatinga Antwren
Família:
Thamnophilidae (Swainson, 1824)
CHOROZINHO‐DA‐CAATINGA
(Extinção)
Fonte Wikiaves
O Chorozinho‐da‐Caatinga é uma espécie endêmica do Brasil, ou seja, só
existe no nosso país.
Guia Didático de Aves |95
Características: O Chorozinho‐da‐Caatinga é um pássaro com cerca de 12 cm de
comprimento, apresentando dimorfismo sexual. O macho é mais acinzentado no
dorso, com uma coroa negra, rodeada por um supercílio branco. A região ventral
é esbranquiçada. A fêmea tem o dorso oliváceo, com a região ventral amarelada.
Tanto o macho quanto a fêmea têm uma pequena faixa escura atrás do globo
ocular. A vocalização é similar ao H. Pileatus, mas tem duas vezes mais notas e é
um pouco mais alta no começo. O Chorozinho‐da‐Caatinga tem um bico mais
curto e estreito que H. Pileatus.
Alimentação: Como a maior parte dos Tamnofilídeos, o Chorozinho‐da‐Caatinga
tem modo de alimentação insetívoro. Apesar de vocalizar constantemente, é
uma espécie relativamente difícil de se observar, mesmo estando a poucos
metros de distância, já que quase sempre está forrageando à procura de insetos
na vegetação baixa fechada e em pequenos arbustos.
Reprodução: Ninho de cesto baixo, câmara incubatória desprovida de qualquer
forração especial, construido com hifas que dão a estrutura do ninho, como
também possuem escapos, pedaços de folhas de gramíneas, gavinha e teia de
origem animal. Reprodução no mês de setembro na maioria das vezes. Ambos
revezam a incubação, isso é um comportamento comum entre a família
Thamnophilidae.
Hábitos: Em ambos os sexos a cauda permanece quase sempre levantada.
Distribuição Geográfica: O Chorozinho‐da‐Caatinga é encontrando no interior de
todos os estados do Nordeste brasileiro, tendo sido descrito em Barra do Corda,
na região central do Maranhão; na Chapada do Araripe e em Várzea Formosa, no
Ceará; na Serra do Cachimbo, no sul do Pará; no norte de Minas Gerais e em
algumas localidades nas regiões central e sul da Bahia. É uma espécie quase
endêmica do Bioma Caatinga. Apesar da extensa área de distribuição, já que são
relativamente poucos os locais onde essa espécie foi descrita.
96 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Chorozinho‐de‐papo‐preto
Nome do Táxon:
Herpsilochmus pectoralis
(Sclater, 1857)
English Name:
Pectoral Antwren
Família:
Thamnophilidae (Swainson, 1824)
CHOROZINHO‐DO‐PAPO‐PRETO
(Extinção)
Fonte: Jorn Fjosne
O Seu tamanho populacional está reduzido com probabilidade de extinção na
natureza em pelo menos 10 por cento em 100 anos.
Guia Didático de Aves |97
Características: O macho tem nódoa negra no papo. Asa: 5,5cm; Cauda: 5,2;
Fêmea: cabeça ocre. Marcas brancas nas coberteiras caudais. Voz: "Cheia".
Comprimento: 13cm a 11,7cm.
Alimentação: Se alimenta de insetos.
Reprodução: Ninho em forma de cesto baixo com câmara incubatória sem
forração, constituído por raízes e folhas de gramíneas. Reprodução no mês de
agosto na maioria das vezes. Ambos revezam a incubação, isso é um
comportamento comum entre a família Thamnophilidae.
Hábitos: Em ambos os sexos a cauda permanece quase sempre levantada.
Distribuição Geográfica: Matas de Galeria e Matas Secas do Maranhão; RN; Se e
BA; É uma ave endêmica na região da caatinga. A possibilidade que essa espécie
ocorra em toda região da Caatinga, do oeste e norte da Bahia estendendo‐se até
o Maranhão, seguindo o padrão de outros Passeriformes encontrados no
Recôncavo baiano, ainda precisa ser conferida.
98 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Cambacica, sibite
Nome do Táxon:
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)
English Name:
Bananaquit
Família:
Coerebidae
(d'Orbigny & Lafresnaye, 1838)
CAMBACICA
O Cambacica é também conhecida como sibite (RN) mariquita, chiquita (RJ) caga‐
Fonte: Jorn Fjosne
sebo, sebito, papa‐banana (RS), saí e tem‐tem‐coroado (PA) e é comum em uma
grande variedade de hábitats abertos e semi‐abertos onde existam flores,
inclusive em quintais.
Guia Didático de Aves |99
Características: Mede aproximadamente 10,8 cm e pesa cerca de 10g. Tem o
dorso marrom, o peito e o abdome amarelos, o pescoço cinza e a cabeça listrada
preta e branca, não apresentando diferenças na plumagem em relação aos
machos e fêmeas.
Alimentação: Néctar e artrópodes. Para coletar alimento, em qualquer altura,
agarra‐se firmemente à coroa das flores e com o bico curvo e pontiagudo perfura
o cálice, atingindo assim os nectários. Visita também as garrafas de água
açucarada, destinadas a atrair beija‐flores.
Reprodução: Põe de 2 a 3 ovos branco‐amarelados, com pintas marrom‐
avermelhadas. A incubação é feita exclusivamente pela fêmea.
Hábitos: Vive solitária ou aos pares e é bastante ativa. Toma banho muitas vezes,
por causa do contato com o néctar pegajoso. Seu canto é relativamente forte,
simples e monótono, e emitido incansavelmente. Canta a qualquer hora do dia e
em qualquer época do ano. A fêmea também canta, mas pouco e por menos
tempo. Geralmente está no meio das folhas e movimenta‐se pelo interior da
copa. Entretanto, voa bem e atravessa áreas abertas entre matas ou para visitar
uma árvore isolada e florida em um campo. Também visita arbustos isolados e
próximos à mata. Adapta‐se facilmente a ambientes urbanos, sendo comum até
em cidades do porte de São Paulo e Rio de Janeiro.
Distribuição Geográfica: Ocorre em quase todas as regiões do país, podendo
estar ausente de regiões extensivamente florestadas, como no oeste e centro da
Amazônia. É encontrada desde o México, e em todos os países da América do
Sul, com exceção do Chile.
100 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Corruíra
Nome do Táxon:
Troglodytes musculus
(Naumann, 1823)
English Name:
Southern House‐Wren
Família:
Troglodytidae (Swainson, 1831)
CORRUÍRA
O corruíra possui diversos nomes populares, tais como: correte (Pará),
cambaxirra, garrincha, cutipuruí (Pará, Amazonas), rouxinol (Maranhão),
corruíra‐de‐casa, carriça, garriça, curuíra e coroíra. Habita aos arredores de casas
Fonte: Wikiaves
e jardins, inclusive no centro de cidades, e ocupa ilhas na costa marítima,
cerrados, a caatinga, borda de matas e margens de banhados.
Guia Didático de Aves |101
Características: Mede 12cm. de comprimento. Seu canto trinado, alegre e
melodioso, é ouvido principalmente no começo da manhã. Enquanto ela se move
sobre construções ou na vegetação, emite sem parar um crét crét, rouco e baixo.
Bem pequena, pode ser escondida na palma da mão.
Alimentação: Come insetos pequenos (besouros, cigarrinhas, formigas, lagartas,
vespinhas) e aranhinhas, e às vezes até filhotes de lagartixa. Captura as presas
enfiando o bico em frestas e cavidades, tanto em construções humanas quanto
sob a casca de plantas. Por alimentar‐se de pequenos insetos que procura entre
a folhagem baixa e em todo lugarzinho escondido nos cantos dos jardins.
Reprodução: Faz seu ninho em todo tipo de cavidade. É uma das aves que mais
se aproveita dos ninhos artificiais disponibilizados pelos humanos, especialmente
caixas com entrada pequena.. No local em que são depositados os ovos
(câmara), ocorre o revestimento de penas de outras aves, pêlos provavelmente
de bovino, suíno e eqüino e, grande quantidade de cabelos humanos. Os ovos,
de 3 a 6, vermelho‐claros, densamente salpicados de vermelho‐escuro, com
manchas cinza‐claras. Os pais se revezam nos cuidados com os filhotes.
Hábitos: A corruíra pode destruir ovos de outras espécies de aves sem nem
mesmo alimentar‐se deles. Este comportamento pode estar relacionado à
eliminação de competidores de outras espécies.
Distribuição Geográfica: Possui ampla distribuição, ocorrendo desde o Canadá
até o sul da Argentina, Chile e em todo o Brasil.
102 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome do Popular:
Fim‐fim
Nome do Táxon:
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766)
English Name:
Purple‐throated Euphonia
Família:
Fringillidae (Leach, 1820)
FIM‐FIM
Fonte: Jorn Fjosne
O Fim‐fim é também conhecido como Fi‐fi‐verdadeiro e Vi‐vi. Habita a mata
baixa e rala, o cerrado, a caatinga, cocais e matas serranas (região sudeste).
Guia Didático de Aves |103
Características: Mede 9,5cm de comprimento e pesa cerca de 8g (macho). Sua
voz pode ser facilmente reconhecida: “di‐di”, “vi‐vi” (chamada de ambos os
sexos). O canto é fraco, chilreado rápido podendo lembrar o de um pintassilgo. A
fêmea é verde‐olivácea, de fronte amarelada e ventre esbranquiçado.
Alimentação: Frugívoro e insetívoro.
Reprodução: Atingem a maturidade sexual com cerca de 12 meses. Cada
ninhada geralmente tem entre 2 e 5 ovos, tendo de 2 a 3 ninhadas por
temporada. Os filhotes nascem após 15 dias.
Hábitos: Habita a mata baixa e rala, o cerrado, a caatinga, cocais e matas
serranas (região sudeste). Visita as áreas de vegetação mais densa na procura de
insetos e frutos, sempre na parte alta da árvore ou arbustos maiores. Costuma
movimentar‐se no meio da folhagem das copas, não se aproximando do chão na
parte interna da ramagem.
Distribuição Geográfica: Em todas as regiões do Brasil.
104 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Garrinchão‐de‐bico‐grande
Nome do Táxon:
Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819)
English Name:
Long‐billed Wren
Família:
Troglodytidae (Swainson, 1831)
GARRINÇHÃO‐DE‐BICO‐GRANDE
O garrinchão‐de‐bico‐grande é uma ave também conhecido como cambaxirra‐
grande, corruíra‐açu, corruiraçu, coruuiruçu, framato(Ilha Grande, RJ),
Fonte: Wikiaves
gambacheira‐grande, garrincha‐de‐bico‐grande, garrincha‐açu e rouxinol(BA).
Guia Didático de Aves |105
Características: Tem asas e cauda finamente barradas de negro e barriga
avermelhada e um bico extremamente longo, 25 milímetros.
Som: Sonoro “djip‐djíp djó, djó, djó, djó” (canto territorial). Macho e fêmea
entoam estrofes ligeiramente diversas. Usa “djo‐wíd”, “dwo‐doid” (chamada);
“tcha‐tcha‐tcha”, “tcharrr” (advertência).
Alimentação: É onívoro, em seu cardápio predominam artrópodes e suas larvas.
Reprodução: Seu ninho é coberto, com acesso lateral e com um extenso puxado
por cima da entrada. Além do ninho utilizado para procriar, constrói uma
cestinha menos profunda e sem o puxado.
Hábitos: Vive na orla da mata, densa mata secundária, caatinga e também
costuma freqüentar manguezais. É de índole inquieta. Locomove‐se às vezes no
solo pulando através da ramaria e da folhagem. Trai sua presença pelo rumor
que faz remexendo e virando folhas secas a baixa altura ou no solo. Dorme no
próprio ninho, às vezes o casal junto e até a família toda. O indivíduo pode fazer
um pequeno ninho para dormir sozinho.
Distribuição Geográfica: Ocorre do Nordeste, Piauí à Santa Catarina.
106 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Guaracava‐de‐barriga‐amarela
Nome do Táxon:
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822)
English Name:
Yellow‐bellied Elaenia
Família:
Tyrannidae (Vigors, 1825)
GUARACAVA‐DE‐BARRIGA‐AMARELA
Possui os nomes comuns de maria‐é‐dia (SP), maria‐já‐é‐dia, bobo
(MT,MS), caracutada (PE), cucuruta, cucurutado, guaracava (SP), guaracava‐de‐
crista‐branca (PE), maria‐acorda, maria‐tola (MG) e marido‐é‐dia.. Possui topete
que só é eriçado quando a ave está excitada. Nem o topete nem a face
apresentam faixas brancas. Seu canto lembra muito o do bem‐te‐vi e lhe dá
nomes onomatopéicos como maria‐é‐dia e maria‐já‐é‐dia. Habitam quintais,
Fonte: Wikiaves
pomares, cafezais, cerrados e bordas de mata de quase todo o país.
Guia Didático de Aves |107
Características: Mede cerca de 16 cm. É a espécie mais corpulenta do grupo,
também a de comportamentos mais chamativos. Em tamanho, é quase o dobro
das seguintes, uma sensação sublinhada pelo comprimento da cauda.
Alimentação: Muito ativas, movimentam‐se por áreas abertas e copas das
matas, buscando invertebrados e pequenos frutos. Alimenta‐se principalmente
de pequenos frutos como amora, erva‐de‐passarinho, magnólia‐amarela e figos‐
benjamim, mas também come insetos como formigas, besouros, cigarrinhas e
cupins voadores.
Reprodução: Seu ninho é em forma de tigela funda de fibras vegetais e raízes
finas, presa com firmeza sobre um galho horizontal e revestida por fora com uma
camuflagem perfeita de líquens e cascas de árvores e a fêmea bota em média 2
ovos de cor creme com manchas vermelhas.
Hábitos: Raramente descem ao solo. Passam a maior parte do tempo subindo às
copas das árvores. Costumam empoleirar‐se em locais expostos, vivendo em
casais ou pequenos grupos familiares. Durante o dia, possuem um canto
característico, diferente das outras espécies desse gênero. Ele lembra o apito de
um mestre de bateria de escola de samba. É emitido por uma das aves do casal e
a outra imediatamente responde.
Distribuição Geográfica: Ocorre do México à Bolívia e Argentina, e em todas as
regiões do Brasil.
108 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Guaracava‐de‐topete‐uniforme
Nome do Táxon:
Elaenia cristata (Pelzeln, 1868)
English Name:
Plain‐crested Elaenia
Família:
Tyrannidae (Vigors, 1825)
GUARACAVA‐DE‐TOPETE‐UNIFORME
A guaracava‐de‐topete‐uniforme é uma ave que possui os nomes comuns de
cocuruta, curucutado‐topetudo, guaracava‐de‐topete, maria‐é‐dia e papa‐
enxeico (PE). A guaracava‐de‐topete‐uniforme não chama a atenção das pessoas,
por ter cor discreta e canto pouco melodioso. Embora existam várias outras
Fonte: Izabela Laurentino
espécies muito parecidas com ela, pode ser reconhecida pelo topete
aparentemente “despenteado”, sempre erguido, e pelo canto alegre e
barulhento, que embora bastante característico, é difícil descrever com palavras.
É vista sozinha ou em casais, sempre agitada, entre a copa das árvores, em
especial as que têm frutos.
Guia Didático de Aves |109
Características: Possui uma cauda pequena, o que aumenta a impressão de
corpulência. As penas do alto da cabeça são mais longas e pontiagudas, mantidas
um pouco eretas, o que dá a impressão de estar “despenteadaNa frente do olho,
uma pequena área clara, e nas asas duas faixas também mais claras.
Alimentação: Alimenta‐se mesclando insetos e frutos.
Reprodução: As estações reprodutivas foram do início de setembro a meados de
dezembro, com pico em outubro. Constrói ninhos abertos em forma de taça,
com ovos branco gelo. O tamanho principal das ninhadas foi de dois ovos. O
tempo médio de incubação foi 15 dias e de permanência dos filhotes no ninho de
16 dias.
Hábitos: Vive nos cerrados, também de difícil observação pelo comportamento
reservado e movimentos por dentro dos arbustos. Camufla‐se com facilidade.
Distribuição Geográfica: A ocorrência de E. cristata vai desde o norte da América
do Sul até Mato Grosso e São Paulo. Parecem ser parcialmente migratórias ou
pelo menos nômades, porém há relatos de populações residentes durante todo
o ano em áreas de cerrado.
110 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Lavadeira‐mascarada
Nome do Táxon:
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766)
English Name:
Masked Water‐Tyrant
Família:
Tyrannidae (Vigors, 1825)
LAVADEIRA‐MASCARADA
Fonte: Jorn Fjosne
A lavadeira‐mascarada também conhecida como lavadeira, noivinha,
maria‐branca, maria‐lencinho, bertolinha ou pombinho‐das‐almas é uma ave
passeriforme sul‐americana pertencente a família dos tiranídeos.
Guia Didático de Aves |111
Características: Mede cerca de 16cm de comprimento. Sua coloração branca e
preta é quase inconfundível. O macho possui as costas levemente mais escuras
que a fêmea. A única outra ave que ocupa os mesmos habitats e que possui
cores semelhantes é a freirinha, mas esta apresenta a maior parte do corpo
negro com a cabeça branca e é também razoavelmente menor.
Alimentação: Alimenta‐se de pequenos artrópodes que captura na lama das
margens de rios, açudes, brejos e possilgas, de onde raramente se afasta.
Reprodução: Seu ninho é feito de gravetos que são geralmente amontoados em
árvores próximas a água. É comum ver estas aves em casais.
Hábitos: O seu habitat é, preferencialmente, junto a rios ou lagoas. Vem
frequentemente ao chão, mesmo barrento, em busca de alimento. É ave de
espaços abertos.
Distribuição Geográfica: A distribuição desta ave é curiosa, pois existem duas
populações muito distantes, uma no leste brasileiro e outra no noroeste da
América do Sul. A população brasileira, antigamente restrita a açudes e rios no
Sertão e Agreste da região nordeste, está em expansão. A Mata Atlântica, que
aparentemente representava uma barreira natural para esta espécie, foi
perdendo espaço para pastagens e culturas que se assemelham mais ao semi‐
árido do que à Floresta Umbrófila, possibilitando assim a expansão desta
espécie. Outras explicações envolvem o aumento no número de rios represados
no sudeste e mudanças climáticas. O fato é que esta simpática ave está sendo
registrada cada dia mais ao sul. Na década de 90 foram feitos os primeiros
registros da espécie no interior de São Paulo e hoje em dia já são registradas
aves se reproduzindo em Santa Catarina.
112 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Papa‐formiga‐pardo
Nome do Táxon:
Formicivora grisea (Boddaert, 1783)
English Name:
White‐fringed Antwren
Família:
Thamnophilidae (Swainson, 1824)
PAPA‐FORMIGA‐PARDO
Fonte: Wikiaves
O Papa‐formiga‐pardo é uma ave conhecida também como
formigueiro‐pardo.
Guia Didático de Aves |113
Características: Mede cerca de 12,5 cm de comprimento. A plumagem dos dois
sexos difere quanto à cor da parte inferior: preta no macho e bege‐amarronzada
na fêmea.
Alimentação: Procura insetos na folhagem da vegetação baixa.
Reprodução: Faz ninho em forma de xícara, a partir de gramíneas trançadas,
pendurando‐o pela borda em forquilhas. Põe 2 ovos brancos pontilhados de lilás
e manchados de marrom.
Hábitos: É comum em capoeiras novas com densos emaranhados de cipós e
arbustos, campos sujos e bordas de florestas. Vive aos pares. Às vezes torna‐se
difícil observá‐lo, por encontrar‐se em meio à vegetação densa.
Distribuição Geográfica: Presente em duas regiões separadas:
Na Amazônia, tanto ao norte, no Estado do Amapá, quanto ao sul do Rio
Amazonas, do Maranhão em direção oeste até o Rio Madeira e ao sul até Goiás e
Mato Grosso e; No leste do País, do Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro.
Encontrado também no Panamá, Colômbia, Venezuela, Guianas e Bolívia.
114 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Pardal
Nome do Táxon:
Passer domesticus (Linnaeus, 1758)
English Name:
House Sparrow
Família:
Passeridae (Rafinesque, 1815)
PARDAL
O pardal tem sua origem no Oriente Médio, entretanto este pássaro
começou a se dispersar pela Europa e Ásia, chegando na América por volta de
1850. Sua chegada ao Brasil foi por volta de 1903 (segundo registros históricos),
quando o então prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, autorizou a soltura
Fonte: Jorn Fjosne
deste pássaro proveniente de Portugal. Hoje, estas aves são encontradas em
quase todos os países do mundo, o que lhe caracteriza como uma espécie
exótica e bioinvasora.
Guia Didático de Aves |115
Características: Estas aves medem aproximadamente 15 cm de comprimento
(entre 14 e 16 cm), sendo sua envergadura de 19‐25 cm.
Alimentação: Sua alimentação consiste de sementes, insetos, brotos de árvores
e restos de alimentos deixados pelos seres humanos.
Reprodução: O ninho é esférico com entrada lateral, feito de capins, penas,
papel, algodões e outras fibras, excepcionalmente feito pelo macho. Ele é
construído em cavidades e fendas afastadas do solo, em árvores, telhados,
postes de iluminação pública e semáforos. Ninhos de outras aves também
podem ser utilizados. Os 4 ovos cinzentos manchados são incubados pelo casal
durante 12 dias. Os filhotes são alimentados com pequenos artrópodes e
abandonam o ninho com cerca de 10 dias de idade, quando passam por uma
dieta vegetariana. Com freqüência os filhotes retornam ao ninho para nele
dormir, durante algum tempo.
Hábitos: O pardal‐comum é bastante abundante ao longo do território, sendo
geralmente ubíquo em zonas humanizadas, tanto em grandes cidades como em
lugarejos habitados. Ocorre durante todo o ano, podendo formar bandos de
grandes dimensões, especialmente em zonas agricultadas ou em dormitórios de
parques urbanos.
Distribuição Geográfica: Em todo território nacional.
116 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Pipira‐preta
Nome do Táxon:
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783)
English Name:
White‐lined Tanager
Família:
Thraupidae Cabanis, 1847
PIPIRA‐PRETA
Fonte: Wikiaves
A Pipira‐preta é conhecida também como Encontro‐de‐prata.
Guia Didático de Aves |117
Características: Mede cerca de 18 cm de comprimento. O macho é preto‐
brilhante e a fêmea é marrom. A pipira é também conhecida como encontro‐de‐
prata devido às manchas brancas, em forma de dragonas, que o macho tem sob
as asas e que ficam à mostra durante o vôo. Os filhotes são marrons
Alimentação:
Alimenta‐se de frutinhas, folhas, botões de flor e néctar, às vezes vai também ao
solo, em busca de insetos. Acompanha bandos mistos de outros pássaros em
busca de comida.
Reprodução: Na época da reprodução, o macho exibe para a fêmea as manchas
brancas que ele tem embaixo das asas, abrindo‐as e fechando‐as diante de um
rival. Faz um ninho grosseiro, em formato de xícara, localizado em arbustos
baixos. Põe de 2 a 3 ovos cor‐de‐ferrugem‐clara com pintas marrons chocados
por 13 dias. Tem em média 2 ninhadas por estação.
Hábitos: É localmente comum em clareiras, bordas arbustivas de florestas e
outros locais com vegetação arbórea, principalmente em áreas úmidas e
próximas à água, longe das cidades. Vive quase sempre aos pares, nos estratos
baixo e médio da vegetação, raramente juntando‐se a bandos mistos. Boa
voadora, é capaz de pairar no ar para apanhar um frutinha ou um inseto.
Distribuição Geográfica: : Presente no Estado do Amapá e do Rio Tapajós ao
Maranhão, em todo o Nordeste e, em direção sul, até o Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais e São Paulo. Encontrada também na Costa Rica, Panamá, Colômbia,
Venezuela, Guianas e Peru.
118 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Pitiguari
Nome do Táxon:
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)
English Name:
Rufous‐browed Peppershrike
Família:
Vireonidae (Swainson, 1837)
PITIGUARI
O pitaguari é uma ave também denominado popularmente de gente‐de‐
fora‐vem, segundo a sonoridade de seu canto. Vive escondido na folhagem das
árvores, sendo denunciado pela sua vocalização. Canta em todos os meses do
ano, às vezes mais de uma hora seguida e, depois, cala‐se por algum tempo.
Fonte: Wikiaves
Ocorre em grande parte do Brasil, exceto em pequena área da Amazônia
Ocidental.
Guia Didático de Aves |119
Características: Mede cerca de 16,5 cm, tem cabeça e bico desproporcionais ao
corpo. O bico é todo acinzentado com leve tom róseo, de aspecto poderoso e
terminando com uma ponta fina, virada para baixo, parece um bico de uma ave
de rapina em um pássaro. As cores são únicas, com a cabeça e nuca
acinzentadas, uma nítida e característica faixa marrom avermelhada sobre os
olhos (laranja escuro nos adultos, marrom uniforme nos juvenis).
Alimentação: Alimenta‐se de invertebrados apanhados no meio da vegetação,
onde é surpreendente como esconde‐se bem. Vistoria as folhas cuidadosamente,
às vezes penetrando nos emaranhados mais densos. Apanha lagartas grandes,
maiores do que se imaginaria, pelo seu porte. Mata as presas com o bico forte e
batendo‐as contra os galhos. Ainda alimenta‐se de larvas e pequenos frutos.
Reprodução: Vivem em casais, os machos ligeiramente maiores do que as
fêmeas, mas é necessário observá‐los juntos para conseguir determinar o sexo. O
ninho é bem preso numa forquilha de árvores com auxílio de teias de aranha.
Nele são postos os ovos branco‐avermelhados com salpicos roxos e brancos. O
macho e a fêmea revezam‐se na incubação.
Hábitos: Vive na borda de matas, capoeiras, capões nas caatingas, parques e
jardins. Fora do período reprodutivo, pode passar despercebido, enquanto
vistoria a folhagem. Pousa na parte externa das árvores, a plena luz. Acostuma‐
se a ambientes criados por ação humana.
Distribuição Geográfica: Do Nordeste ao Sul do Brasil.
120 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Sabiá‐barranco
Nome do Táxon:
Turdus leucomelas (Vieillot, 1818)
English Name:
Pale‐breasted Thrush
Família:
Turdidae (Rafinesque, 1815)
SABIÁ‐BARRANCO
O sabiá‐do‐barranco é o sabiá mais comum do interior do Brasil, especialmente
Fonte: Jorn Fjosne
em regiões de cerrado. Também chamado de sabiá‐barranqueira, capoeirão,
sabiá‐pardo ou ainda sabiá‐branco. Vive à beira de matas, parques, matas de
galeria, coqueirais e cafezais.
Guia Didático de Aves |121
Características: Pontos marrons no peito e barriga. Pontos marrons no peito e
barriga. Mede cerca de 22‐23 cm. Não apresenta dimorfismo sexual, sendo sua
diferenciação feita apenas pelo canto, que é característica dos machos.
Alimentação: Alimenta‐se, basicamente de minhocas e artrópodes. Assim como
outros sabiás revira as folhas caídas em busca de pequenos invertebrados e
também se alimenta de pequenos frutos.
Reprodução: Como outros sabiás, constrói um ninho apoiado em galhos ou
forquilhas, às vezes em alpendres e varadas de casas, usando uma mistura de
barro, raízes e folhas na parte externa. Forma uma pequena torre e na parte
superior fica a tigela funda de material vegetal mais macio. A fêmea choca de 2 a
4 ovos. O ninho é uma tigela funda, feita com raízes entrelaçadas e com barro
entre elas; na orla e no interior não é empregado o barro. Costuma ter de 4 a 4
ninhadas por temporada.
Hábitos: Comum em todas as matas ciliares, matas secas, cambarazais e
cerradões. Utiliza os capões de cerrado e cruza áreas abertas em vôos diretos a
meia altura. Acostuma‐se com ambientes criados pela ação humana, como
jardins, pomares e áreas urbanas bem arborizadas. Canta somente na primavera,
época em que acasala. Durante o resto do ano só emite vocalizações de alerta,
especialmente ao entardecer quando disputam os melhores poleiros para passar
a noite.
Distribuição Geográfica: Região Amazônica e também Espírito Santo, Bahia e
Minas Gerais. No Rio de Janeiro é mais comum nas serras.
122 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Saí‐azul
Nome do Táxon:
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766)
English Name:
Blue Dacnis
Família:
Thraupidae (Cabanis, 1847)
Fonte: Jorn Fjosne
SAÍ‐AZUL
O saí‐azul é uma ave também conhecido como saí‐bico‐fino e saí‐bicudo.
Guia Didático de Aves |123
Características: Mede aproximadamente 13 cm de comprimento e pesa, em
média, 16 gramas. Apresenta acentuado dimorfismo sexual: o macho é azul e
negro, com as pernas vermelho‐claras, enquanto a fêmea é verde, com a cabeça
azulada e pernas alaranjadas. Seu canto é um gorjear fraco.
Alimentação: Alimenta‐se de néctar, insetos e frutas. Aprecia os frutos da Tapiá
ou Iricuruna (Alchornea glandulosa).
Reprodução: O ninho é uma taça profunda, feita de fibras finas, entre as folhas
externas de uma árvore. A construção do ninho é tarefa da fêmea, que é
protegida pelo macho contra intrusos. Os 2 ou 3 ovos são esbranquiçados ou
branco‐esverdeados com manchas cinza‐claras e são incubados pela fêmea.
Durante este período ela é, às vezes, alimentada pelo macho. Os filhotes são
alimentados pelo casal e permanecem no ninho cerca de 13 dias. Costuma ter de
2 a 4 ninhadas por temporada.
Hábitos: É comum em bordas de florestas, capoeiras arbóreas, campos com
árvores esparsas, florestas secas e de galeria. Vive normalmente aos pares ou em
pequenos grupos, procurando insetos ativamente na folhagem ou alimentando‐
se de frutos em árvores e arbustos. Vive à beira da mata em várias altitudes,
copas de mata alta.
Distribuição Geográfica: Ocorre em todas as regiões do Brasil. Encontrado
também de Honduras ao Panamá e em quase todos os países da América do Sul,
com exceção do Chile e Uruguai.
124 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Saíra‐amarela
Nome do Táxon:
Tangara cayana (Linnaeus, 1766)
English Name:
Burnished‐buff Tanager
Família:
Thraupidae (Cabanis, 1847)
SAÍRA‐AMARELA
Fonte: Wikiaves
A Saíra‐Amarela é uma ave também é conhecida popularmente pelos nomes Saí‐
de‐Asas‐Verdes, Saí‐Amarelo e Saíra‐Cabocla.
Guia Didático de Aves |125
Características: O macho possui uma plumagem de coloração amarelo‐prateada
e uma notável máscara negra, que se estende pela garganta e passa pelo meio
de toda a barriga. A fêmea é mais pálida e não possui a máscara de cor negra. Em
ambos os sexos as asas apresentam uma coloração verde brilhante. Pesa cerca
de 20g e mede 15 cm.
Alimentação: Essa Saíra se alimenta de frutos e insetos como cupins e vespas.
Costuma freqüentar comedouros e árvores com frutos maduros, como a Aroeira‐
Vermelha (Schinus terebinthifolia) e Magnólias (Magnolia spp).
Reprodução: O ninho, em forma de taça aberta, é feito com folhas, raízes e
capins e envolto por finas raízes. Ele é colocado em ramos com folhas no solo,
em árvores baixas e isoladas. A postura consta normalmente de 2 ou 3 ovos. Os
ovos são esbranquiçados, azul‐pálidos ou branco‐pardos com manchas pardas
num dos pólos. A fêmea, embora auxiliada pelo macho, é a responsável pela
maior parte da construção do ninho, incuba os ovos e aquece os filhotes.
Durante este período o macho permanece nas proximidades do ninho e alguns
podem alimentar a fêmea. O macho auxilia também na alimentação dos filhotes.
Hábitos: Habita matas abertas e ciliares, áreas cultivadas, parques e jardins. Esta
saíra vive aos pares ou em pequenos grupos.
Distribuição Geográfica: A espécie é dividida em dois grupos: cayana e flava. O
grupo cayana ocorre na região norte da Amazônia, nos seguintes paises: Brasil,
Suriname, Guiana Francesa, Guiana, Venezuela e Colômbia. O grupo flava ocorre
na maior parte do Brasil. É encontrado nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro‐
Oeste. Também ocorre no Paraguai e no norte da Argentina. Ocorrem algumas
populações isoladas no Peru e na Bolívia. Pela ampla área de distribuição e
quantidade de indivíduos registrados, essa espécie é considerada como Pouco
Preocupante (LC) de extinção na natureza.
126 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Sanhaço‐cinzento
Nome do Táxon:
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766)
English Name:
Sayaca Tanager
Família:
Thraupidae (Cabanis, 1847)
SANHAÇO‐CINZENTO
Fonte: Jorn Fjosne
O sanhaçu‐cinzento é uma ave também conhecido como sanhaçu‐do‐
mamoeiro, é uma das aves mais comuns do país, conhecida pelo de realizar
acrobacias quando na disputa por frutas com outros pássaros.
Guia Didático de Aves |127
Características: Com tamanho aproximado de 18 cm, tem o corpo cinzento,
ligeiramente azulado, com as partes inferiores um pouco mais claras. A cauda e
as pontas das asas são azuis‐esverdeadas, porém pouco contrastantes. Os
imaturos são esverdeados. Pode ser confundido com o sanhaçu‐de‐encontro‐
azul, porém o último é muito mais azulado, especialmente no encontro da asa e
também possui o bico maior. É sem dúvida o sanhaçu mais comum em nosso
país. Tem um canto longo, entrecortado pelo som de notas altas e baixas.
Alimentação: Frutos, folhas, brotos, flores de eucalipatos e insetos, entre estes
os alados de cupim (“aleluias” ou “sirirís”) capturados em vôo. Vive normalmente
na copa das árvores em busca dos frutos maduros, mas é intrépido o suficiente
para apanhar também os caídos: preferindo até os que já estejam infestados de
larvas; desfrutando‐os com outras aves, como saíra‐amarela e o sabiá‐da‐praia.
Reprodução: O ninho, construído pelo casal é compacto, feito de pequenas
raízes, musgos e pecíolos foliares, com um diâmetro externo de cerca de 11 cm.
Fica escondido na vegetação densa, numa forquilha de árvore, em alturas
variáveis. A fêmea põe de 2 a 3 ovos e é responsável pela incubação . O casal
alimenta os filhotes, que deixam o ninho após 20 dias de idade.
Hábitos: Quando um macho apronta‐se para agredir outro, seu canto torna‐se
rouco e monótono. Anda quase sempre em casais ou pequenos bandos. Também
é visto junto com outra espécie de sua família, como o sanhaçu‐do‐coqueiro,
cujo canto é bem parecido.
Distribuição Geográfica: Ocorre nas regiões tropicais e subtropicais ao sul da
Amazônia e a leste dos Andes.
128 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Sebinho‐de‐olho‐de‐ouro
Nome do Táxon:
Hemitriccus margaritaceiventer
(d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
English Name:
Pearly‐vented Tody‐tyrant
Família:
Tyrannidae (Vigors, 1825)
SEBINHO‐DE‐OLHO‐DE‐OURO
Fonte: Wikiaves
Pássaro pequeno do interior da vegetação arbustiva ou do subosque de matas
ciliares, cerradões, matas secas e cerrados.
Guia Didático de Aves |129
Características: Vive solitário ou em casais, caçando invertebrados na parte
interna das galhadas e sob as folhas. A silhueta destaca‐se pela cabeça
relativamente grande em relação ao corpo, com a cauda longa e fina. Muitas
vezes está com as penas do corpo eriçadas, parecendo uma bola.
Alimentação: Alimentam‐se de frutas e insetos.
Reprodução: Em muitas aves, algumas aparticularidades, como a biologia
reprodutiva, são pouco conhecidas.
Hábitos: Florestas secas tropicais ou subtropicais, florestas subtropicais ou
tropicais húmidas de baixa altitude e matagal árido tropical ou subtropical.
Distribuição Geográfica: Pode ser encontrada nos seguintes países: Argentina,
Bolívia, Brasil, Colômbia, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
130 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Suiriri
Nome do Táxon:
Tyrannus melancholicus
(Vieillot, 1819)
English Name:
Tropical Kingbird
Família:
Tyrannidae (Vigors, 1825)
SUIRIRI
Quase tão conhecido como o bem‐te‐vi, é encontrado em todo o Brasil. Adapta‐
Fonte: Jorn Fjosne
se até aos maiores conglomerados urbanos, desde que haja alguma arborização.
Seu nome popular, de origem onomatopéica,
origina‐se de sua vocalização “si‐ri‐ri”.
Guia Didático de Aves |131
Características: Costuma ficar pousado em poleiros expostos, seja na parte alta
da mata, seja em arbustos. Usa também fios, cercas e estruturas criadas pela
ação humana. Abaixo do cinza, as penas do alto da cabeça são quase vermelhas,
uma característica visível só quando eriçam o topete em suas disputas
territoriais. O canto mais emitido é uma forte risada aguda, responsável pelo
nome comum.
Alimentação: A partir do poleiro, realiza um vôo de poucos até dezenas de
metros, em todas as direções, apanhando a presa no ar. Classicamente, retorna
ao local de origem para consumi‐la, muitas vezes batendo fortemente no galho
para matar ou estonteá‐la. Além de insetos, alimenta‐se de frutos, esses últimos
muito consumidos por aves em migração.
Reprodução: Em muitas aves, algumas particularidades, como a biologia
reprodutiva, são pouco conhecidas.
Hábitos: Vive solitário ou em casais, muito agressivos entre si. Cantam
freqüentemente do final madrugada ao início da noite, geralmente pousados em
fios, antenas, mourões de cerca ou nos galhos mais altos das árvores, o que
amplia seu campo de visão para a captura de insetos, defesa da prole, etc.
Distribuição Geográfica: A população argentina, do Uruguai, grande parte do
Paraguai, do extremo sudeste boliviano e do sul do Brasil é migratória, indo para
a Amazônia a partir de março/abril. Retornam em outubro, passando pelo
Pantanal em abril/maio e em setembro/outubro. Pode ser visto no meio de São
Paulo ou Rio de Janeiro, por exemplo. A população do sul do Brasil, Argentina,
Uruguai e Paraguai (parte) é completa ou parcialmente migratória
132 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Suiriri‐cavaleiro
Nome do Táxon:
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819)
English Name:
Cattle Tyrant
Família:
Tyrannidae (Vigors, 1825)
SUIRIRI‐CAVALEIRO
O suiriri‐cavaleiro é uma ave que recebe também
os nomes comuns de bem‐te‐vi‐cabeça‐de‐estaca, bem‐te‐vi‐carrapateiro (BA),
Fonte: Jorn Fjosne
bem‐te‐vi‐coroa, bem‐te‐vi‐de‐coroa, bem‐te‐vi‐do‐gado, cavaleiro, monta‐
cavalo, suiriri e suiriri‐do‐campo (RS). Vive em paisagens abertas, campos de
cultura e parques nas cidades.
Guia Didático de Aves |133
Características: O peito é amarelo, a garganta clara, a cabeça cinza e as partes
superiores marrons. Mede cerca de 18cm.
Alimentação: Como o próprio nome diz, o comportamento mais conhecido do
suiriri‐cavaleiro é o seu hábito de seguir bois, antas, capivaras e outros
mamíferos grandes para capturar carrapatos e outros parasitas sobre estes
animais ou para apanhar os insetos espantados por eles enquanto caminham.
Reprodução: Constrói um ninho de gravetos a cerca de 4 m do solo, mas
eventualmente pode ocupar o ninho abandonado do joão‐de‐barro (Furnarius
rufus). Os ovos, brancos ou cor de creme, são incubados pelo casal.
Hábitos: O suiriri‐cavaleiro é fácil de ser identificado pelos seus hábitos,
especialmente por passar a maior parte do tempo no solo, andando de uma
forma que lembra muito o joão‐de‐barro (família Furnariidae), enquanto os
outros tiranídeos com os quais pode ser confundido são mais arborícolas.
Distribuição Geográfica: Ocorre na região centro‐leste do Brasil, distribuindo‐se
desde a Venezuela até a Bolívia, Argentina e Uruguai. É migratório no sul do
Brasil.
134 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Passeriformes (Linné, 1758)
Nome Popular:
Vite‐vite‐de‐olho‐cinza
Nome do Táxon:
Hylophilus amaurocephalus
(Nordmann, 1835)
English Name:
Gray‐eyed Greenlet
Família:
Vireonidae (Swainson, 1837)
VITE‐VITE‐DE‐OLHO‐CINZA
Fonte: Wikiaves
É um grupo de aves pequenas a médias onde que em muitas espécies, algumas
particularidades são pouco conhecidas.
Guia Didático de Aves |135
Características: Peito amarelado com dorso esverdeado e no topo da cabeça
com de telha. Variam em torno de 10cm e 8 gramas.
Alimentação: Todos os membros desta família comem frutas, mas
principalmente insetos e outros artrópodes. Pegam suas presas em folhas e
ramos e às vezes, em vôo, poucos pegam a partir do solo.
Reprodução: Os ninhos normalmente são desconhecidos, os que são conhecidos,
pendem dos galhos e as fêmeas fazem a maior parte da incubação.
Hábitos: São encontrados em florestas secas tropicais ou subtropicais, florestas
subtropicais ou tropicais húmidas de baixa altitude, matagal árido tropical ou
subtropical e florestas secundárias altamente degradadas.
Distribuição Geográfica: Pode ser encontrada nos seguintes países: Bolívia e
Brasil.
136 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Strigiformes (Wagler, 1830)
Nome Popular:
Coruja‐buraqueira
Nome do Táxon:
Athene cunicularia (Molina, 1782)
English Name:
Burrowing Owl
Família:
Strigidae (Leach, 1820)
CORUJA‐BURAQUEIRA
A Coruja‐buraqueira embora seja capaz de cavar seu próprio buraco, prefere os
buracos abandonados de outros animais, é uma coruja terrícola e de hábitos
diurnos embora tendam a evitar o calor do meio‐dia. Também são conhecidas
Fonte: Jorn Fjosne
pelos nomes de caburé‐de‐cupim, caburé‐do‐campo, coruja‐barata, coruja‐do‐
campo, coruja‐mineira, corujinha‐buraqueira, corujinha‐do‐buraco, corujinha‐do‐
campo, guedé, urucuera, urucuréia e urucuriá.
Guia Didático de Aves |137
Características: A cabeça é redonda e os olhos estão dispostos lado a lado, num
mesmo plano. As sobrancelhas são brancas e os olhos amarelos. Ave de pequeno
porte, seu tamanho médio é de 23 cm. Vivem no mínimo 9 anos em habitat
selvagem e 10 em cativeiro.
Alimentação: Alimenta‐se principalmente de insetos, mas pode caçar pequenos
roedores, répteis, anfíbios e até pássaros pequenos.
Reprodução:.O casal se reveza, alarga o buraco, cava uma galeria horizontal
usando os pés e o bico e por fim forra a cavidade do ninho com capim seco. As
covas possuem, em torno de 1,5 a 3 m de profundidade e 30 a 90 cm de largura.
Ao redor acumula estrume e se alimenta dos insetos atraídos pelo cheiro. Botam,
em média de 6 a 11 ovos.
Hábitos: Coruja terrícola, tem hábitos diurnos e noturnos, mas é ativa,
principalmente durante o crepúsculo, quando faz uso de sua ótima audição.
Costumam viver em campos, pastos, restingas, desertos, planícies, praias e
aeroportos.
Distribuição Geográfica: Ocorre do Canadá à Terra do Fogo, bem como em quase
todo o Brasil com exceção da bacia Amazônica.
138 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
CURIOSIDADES
As aves surgiram na época em que os dinossauros dominavam o planeta. Aliás,
foi a partir de um grupo de dinossauros que elas evoluíram.
Existiam répteis voadores chamados pterodáctilos, mas não foram estes que
deram origem às aves, mas sim um grupo que caminhava sobre o solo.
O fóssil do arqueoptérix (ave primitiva) representa a ave mais primitiva de que se
tem conhecimento.
Metade ave, metade réptil, possuía o corpo recoberto por penas, sendo esta uma
das características mais marcantes das aves.
Ele tinha características de répteis, como a boca com dentes, ossos pesados e
uma longa cauda.
Durante a evolução do grupo das aves, foram surgindo adaptações específicas
para o vôo, principalmente, tornando‐as mais leves.
Em todo o mundo existem mais de 8.500 espécies de aves.
O Brasil possui mais de 1.500.
Guia Didático de Aves |139
Nem todas as aves voam, algumas espécies como a ema e a avestruz, correm
com muita velocidade.
Já o ganso e o cisne têm a capacidade de nadar.
A menor ave conhecida é o besourinho de Cuba, um colibri que pesa 1,6 gramas,
e a maior é a avestruz que chega a pesar até 125 quilos.
Aves são animais vertebrados, com quatro membros, sendo assim considerados
tetrápodes.
Os dois membros anteriores são modificados em asas, que são usadas para voar
pela maioria dos grupos.
Os dois membros posteriores (pés) são utilizados para andar, correr e nadar.
Por possuírem dois pés, são chamadas de bípedes.
Os pés normalmente apresentam quatro dedos que são recobertos por uma pele
córnea.
Seus ossos são resistentes, mas delicados, sendo em alguns casos ocos e por isso
chamados de pneumáticos.
A temperatura corporal é igual a dos mamíferos sendo chamados de
homeotermos, que quer dizer “sangue quente”.
140 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Os pássaros constroem seus ninhos de muitos modos diferentes e com todo tipo
de material: palha, capim, gravetos, barro etc. Usam o bico como ferramenta pra
construir. Escolhem os materiais e depois juntam tudo, fazendo um ninho bem
aconchegante.
Um pássaro da orla marítima chamado Fulmar é capaz de cuspir um óleo
amarelo e fedorento contra os intrusos no seu ninho. Este pássaro tem uma
pontaria fenomenal até cerca de 1,5 metros do intruso. Os Fulmares até cheiram
tão mal como o óleo que cospem.
Os ovos de um Fulmar que se encontram num museu à mais de 100 anos, ainda
contêm o seu cheiro. Os Fulmares vivem no Ártico, Inglaterra, Califórnia e no
Japão.
O joão‐de‐barro aprende a identificar a direção do vento ao longo de sua vida.
Na época de reprodução, o pássaro constrói seu ninho na direção contrária ao
vento para que a fêmea e os filhotes fiquem protegidos da chuva e das ventanias.
Constrói o seu ninho em 3 a 5 dias com barro e saliva, chegando a realizar de 500
a 2000 viagens para carregar o material necessário.
Mais de 3,5 milhões de pássaros morrem todos os anos ao chocarem contra
janelas.
Foram os porcos que mataram e extinguiram o pássaro Dodo.O último Dodo
morreu em 1681.
Guia Didático de Aves |141
O pica‐pau não fica com dor de cabeça de tanto bicar as árvores, pois a cabeça
dessa ave tem pequenas bolsas de ar que amortecem o impacto das batidas no
crânio.
É capaz de dar 100 bicadas por minuto numa árvore e a velocidade do impacto
alcança até 21 quilômetros por hora. Ele coloca a língua no buraco aberto para
apanhar larvas de insetos embaixo da casca da árvore. Como seu ouvido é muito
apurado, na maior parte das vezes localiza as larvas pelo som, furando a árvore
no ponto certo.
A Amazônia contém cerca de 25% das espécies de pássaros existentes no mundo.
Provavelmente trouxeram o pardal de Portugal em 1908, pois nessa época havia
uma epidemia de febre amarela no Brasil e acreditava‐se que essas aves
comeriam os mosquitos transmissores da doença. Ainda não se sabia que eles
comem apenas grãos e sementes. O pássaro se adaptou às cidades porque era
onde havia mais comida.
As corujas são o único pássaro que consegue ver a cor azul, e também são os
únicos com visão estereoscópica (capacidade de focar os dois olhos ao mesmo
tempo num alvo).
No Pantanal existem cerca de 714 espécies de aves. Sendo considerado o
ecossistema mais diversificado em aves no mundo.
142 | Área de Proteção Ambiental ‐ Bonfim‐Guaraíra/RN
Qual é a ave que só tem dois dedos? Porquê?
A Avestruz‐africana, porque é uma adaptação para correr. Todas as outras aves
tem 3 ou 4 dedos.
Que ave pôs o maior ovo encontrado?
A Ave‐elefante de Madagáscar, já extinta. Os seus ovos pesavam até 12.2 kg e
mediam 38 x 30.4 cm.
Qual a ave que suporta temperaturas mais baixas?
O Pinguim‐imperador. Durante o inverno a temperatura desce até ‐45ºC, mas
pode descer muito mais se o vento for muito forte.
Qual a ave existente que tem a maior envergadura de asa?
O Albatroz‐errante. A maior envergadura de asa é de 3.6 metros
Que ave tem o maior bico?
O Pelicano‐branco australiano. O seu bico pode chegar aos 48.3 cm
Que ave nidifica mais perto do Pólo Norte?
Provavelmente a Gaivota de marfim, que nidifica até à latitude 85ºN.
Qual é a ave que corre mais rápido?
A Avestruz. A sua velocidade média é de 48 km/h, mas pode chegar facilmente
até aos 73 km/h. Pequenas corridas até 97 km/h foram registadas.
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Qual é a ave com mais penas?
O Cisne‐da‐tundra tem 25216 penas, 80% das quais na cabeça e pescoço.
Qual é a ave com menos penas?
O Colibri‐de‐garganta rubi com 940 penas.
Que ave pôe o maior ovo relativamente ao seu tamanho?
O Kiwi‐malhado‐pequeno da Nova Zelândia. O seu ovo de 255 g pesa 25% do
peso da fêmea de 1.2 kg.
Que ave tem as penas mais longas?
A Galinha‐de‐Yokohama. As penas de cobertura da cauda podem crescer até 10.7
m.
Quais os dois grupos de aves com os menores bicos?
As andorinhas e os noitibós.
Que ave tem o menor bico?
O bico da “Glossy Swiftlet” é o mais pequeno, com 4.0 mm.
As aves tem esqueletos que pesam menos que as suas penas?
Sim, algumas espécies. A Águia‐careca tem um esqueleto de 275 g e 600 g de
penas.
Que ave pôe o menor ovo em relação ao seu tamanho?
A Avestruz. O seu ovo é apenas 1.5% do peso da fêmea
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Qual é a única ave que voa por cima do Pólo Sul?
O Moleiro‐do‐pólo‐sul.
Qual é a ave selvagem que vive mais tempo?
Uma fêmea do Albatroz‐real‐do‐norte que foi anilhada como ave adulta a
nidificar em 1937. Como estas aves só começam a nidificar com sete anos, em
1990 já tinha um mínimo de 60 anos.
Que animal tem a mais longa migração anual?
A Gaivina‐do‐ártico nidifica no Ártico e inverna na Antártida, fazendo uma
viagem anual de 35.405km.
As Avestruzes adultas conseguem nadar?
Sim
Que aves constroem os maiores ninhos no chão?
Os megápodes do velho mundo. O maior ninho encontrado pesava cerca de 300
toneladas de resíduos de árvores, media 11 m e tinha 4.9 m de altura.
Que ave tem o maior bico em relação ao seu tamanho?
Existe um colibri cujo bico tem mais de 10 cm de comprimento, sendo ainda
maior do que o comprimento do corpo.
Qual é a mais pequena ave do Mundo?
O macho do Colibri‐abelheiro, existe em Cuba e mede somente 5,7 cm de
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comprimento e pesa 1,6 gramas.
Onde foi que o maior número de espécies de aves exóticas foi introduzido?
Foi no Hawaii, onde pelo menos 162 espécies de aves exóticas foram
introduzidas.
Que ave faz o seu ninho mais alto?
A Gralha‐de‐bico‐amarelo existe na cordilheira dos Himalaias entre 4.572 e 6.069
metros durante todo o ano, mas já foi observada a 8.230 metros.
Qual foi a maior idade registada para uma ave?
Uma cacatua macho foi adquirida pelo jardim zoológico de Londres em 1925, de
um indivíduo que dizia a ter comprado no princípio do século, o que faz com que
a ave tivesse 80 anos quando morreu em 1982. Um condor‐dos‐Andes no jardim
zoológico de Moscovo morreu com 77 anos.
Excluindo espécies exóticas, qual é o pássaro que tem a maior distribuição?
A Andorinha‐das‐chaminés.
Que aves têm o maior período de incubação dos seus ovos?
Algumas espécies de albatrozes e o Kiwi‐castanho. Todos incubam os seus ovos
durante 78‐85 dias.
Os olhos das aves são ao lado da cabeça para que vejam rapidamente um
possível predador.
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O pica‐pau pode dar cem bicadas por minuto numa árvore.
A cabeça do pica‐pau tem pequenas bolsas de ar que amortecem o impacto das
batidas no crânio.
O passarinho consegue sair do ovo porque ele nasce com um dentinho especial
para quebrar a casca. Demora dois dias para ele quebrá‐la. Depois disso ele
perde esse dentinho.
Os pássaros fazem uma formação em V no céu para economizar energia. Aqueles
que estão na frente reduzem a resistência do ar para os outros. Quando o líder se
cansa, ele é substituído por outro mais descansado.
O beija‐flor bate as asas noventa vezes por segundo, quatro vezes mais rápido
que uma libélula. Ele voa de frente, de costas e até de ponta‐cabeça. Procura
néctar em 2 mil flores todos os dias.
Ao nascer, o galo canta bem alto para avisar o galinheiro que continua vivo e no
comando. O “cocoricó” tem a função de assustar qualquer desafiante. É o jeito
que ele encontrou para controlar seu território. Geralmente, o galinheiro tem um
único galo, pois só um sobrevive á disputa pela liderança.
Num único dia, uma andorinha come 2 mil moscas.
Os cisnes entrelaçam os pescoços quando estão namorando ou brigando.
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A avestruz pode medir 1,80 a 2,50 metros de altura – o mesmo tamanho de um
camelo.
A avestruz é uma ave corredora que vive na África. Faz 80km/h. Outras aves que
não voam: ema, pingüim e casuar.
O maior ovo é o da avestruz, que mede de quinze a vinte centímetros, pesa 1,2
quilo, o equivalente a duas dúzias de ovos de galinha. O menor ovo é o do beija‐
flor que pesa 1,2 centímetro.
O vocabulário do papagaio nunca chega a ter mais do que vinte palavras.
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