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POSICIONAMENTOS DE MINISTROS DO STF

SOBRE DESENVOLVIMENTO FUNCIONAL EM


CARREIRAS PÚBLICAS
Sou Marcos Antônio Alves de Araújo, Comissário Especial da Policia Civil aposentado,
matrícula 126661-6, graduado em Sociologia pela UFRPE, e Ciências Jurídicas pela
UNICAP, advogado OAB/PE 29.525.
É estarrecedor, que graduados em Ciências Jurídicas como é o caso dos Delegados da
Policia Civil do Estado de Pernambuco, que são contrários ao desenvolvimento do
Estado e conseqüentemente contra a sociedade de Pernambucana.
O Governador do Estado, com o advento da Lei Complementar a Constituição do
Estado de Pernambuco de nº 137/2009, criou uma nova policia civil, com perspectiva e
fomentando a auto-estima, e carreira esta, com terceiro grau de escolaridade, e
escalonamento vertical financeiro.
Pois bem senhores, a intenção maior se não a única destes delegados de policia, é a
manutenção de uma carreira independente, para que os mesmos continuem a perceber
salários diferenciados dos demais policiais: agentes, comissários, escrivães, auxiliares
de peritos e legistas e datiloscopista. Estes sim são os operários da Policia Judiciária.
Roguemos ao Governador do Estado Dr: Eduardo Campos, que não revogue a Lei
Complementar nº 137/2009, pois é o nascimento de uma nova era da nossa instituição, e
a sociedade de Pernambuco com certeza agradece.
Acontece que o governador do estado, não cumpriu o prometido em campanha quando
prometeu a carreira única, mentindo, editando a nova lei complementar que retira os
delegados da carreira estipulada pela lei complementar 137/2009. (in verbis).  
LEI COMPLEMENTAR Nº 156, DE 26 DE MARÇO DE 2010.
Art. 6º Mantidos os atuais níveis de enquadramento dos seus titulares, ficam criados, no
início da carreira do cargo público de Delegado de Polícia, a partir de 1º de junho de
2010, dois novos níveis vencimentais, de simbologia "QAP-4" e "QAP-5", com os
interstícios e respectivos valores nominais de vencimento base, para estes e para os
demais níveis preexistentes, definidos no Anexo II desta Lei Complementar, pelo que
passa esse cargo a não mais figurar no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos –
PCCV, instituído pela Lei Complementar nº 137, de 2008       
Para trazer um pouco mais de luz sobre o assunto em comento, selecionamos alguns
posicionamentos de Ministros do Supremo Tribunal Federal. Em especial,
transcrevemos alguns interessantes excertos das ADINs abaixo referidas, para
demonstra a LEGALIDADE DA CRIAÇÃO DA CARREIRA ÚNICA:
ADIN nº 1.591-5 (RS) - Unificação do Fisco do Rio Grande do Sul, pela Lei
Complementar - RS nº 10.933-97 – julgamento plenário de 19/08/98 - D.J. de
30.06.2000.
 
ADIn nº 2.713-1 (DF) – Transformação de cargos de Assistente Jurídico da
Advocacia-Geral da União  em cargos de  Advogado da União - julgamento em plenário
em 18/12/2002 - D.J. de 07.03.2003.
ADIn nº 2.335-7  (SC) – A Lei Complementar n° 189, de 17 de janeiro de 2000, do
Estado de Santa Catarina, extinguiu os cargos a as carreiras de Fiscal de Tributos
Estaduais, Fiscal de Mercadorias em Trânsito, Exator e Escrivão de Exatoria, e criou,
em substituição, a de Auditor Fiscal da Receita Estadual. Aproveitamento dos ocupantes
dos cargos extintos nos recém criados.  Ausência de violação ao principio constitucional
da exigência de concurso público, haja vista a similitude das
atribuições desempenhadas pelos ocupantes dos cargos extintos. Julgamento em
plenário em 11/06/2003 - D.J. de 19/12/2003.
ADIn nº 3.567 - Versa sobre a promoção, em carreira, de professores da rede pública
estadual de ensino do estado do Maranhão. - Plenário - dia 07/05/2007:
Da atual composição plenária do STF:
Ministra Ellen Gracie – Presidente :
Foi a relatora da ADIn nº 2.713-1 e proferiu voto na ADIn nº 2.335-7. Em ambos os
casos, votou pela improcedência da ADIn, e conseqüentemente, pela declaração de
constitucionalidade das respectivas reestruturações.
Em destaque, o seguinte trecho de seu Voto na ADIn 2.335 (unificação do Fisco
Catarinense):
“De acordo com o belo memorial de lavra do Prof Almiro do Couto e Silva, verifico que
a lei impugnada ligou, por um fio de racionalidade, como diz o Ministro Gilmar
Mendes, quatro carreiras que tinham competência e atribuições, em parte, idênticas e,
em parte, extremamente semelhantes, fundindo-as em uma única carreira; o que
significa racionalização administrativa.
Quanto ao outro tópico, pelo qual ela é atacada, que é o nível de escolaridade, também
verifico que nenhuma modificação foi introduzida pela Lei Complementar n° 189,
porque o que era exigido para o ingresso nas quatro carreiras extintas, por legislação
anterior, é rigorosamente o mesmo nível necessário para o acesso à nova carreira; a de
fiscal de mercadorias em trânsito já exigia diploma de curso superior, a partir da Lei n°
8.246, de 1991, e a de escrivão de exatoria também já tornava obrigatório que o
candidato fosse portador de diploma de curso superior, através da Lei Complementar n°
81, de março de 1993.”
Ministro Gilmar Mendes - Vice-Presidente:
Proferiu Voto tanto na ADIn nº 2.713-1, quanto  na ADIn nº 2.335-7. Em ambos os
casos, votou pela improcedência da ADIn, e conseqüentemente, pela declaração de
constitucionalidade das respectivas reestruturações.
Em destaque, o seguinte trecho de seu Voto na ADIn 2.335:
“Não vislumbro diferença substancial entre o entendimento que o Tribunal assentou na
ADI n. 1.591 e a orientação ora esposada.
Naquele precedente discutia-se a constitucionalidade da unificação, promovida por lei
estadual do Rio Grande do Sul, das carreiras de Auditor de Finanças Públicas e de
Fiscal de Tributos Estaduais em uma nova carreira, denominada Agente Fiscal do
Tesouro. Entendeu o Tribunal, sob a relatoria do Ministro Octavio Gallotti, por rejeitar
a tese de que haveria ofensa ao princípio do concurso público, haja vista a similitude
das funções desempenhadas pelas carreiras unificadas. [...]
No caso em exame, do memorial trazido pelo Professor Almiro Couto e Silva, colho
que, em verdade, as carreiras que foram extintas pela lei impugnada, e substituídas pela
carreira de Auditor Fiscal da Receita Estadual, vêm sofrendo um processo de
aproximação e de interpenetração. E, está demonstrado, é que há correspondência e
pertinência temática entre aquelas carreiras. Eventualmente surgem distinções de
grau; algum grupo está incumbido de fiscalizar microempresas, mas não há qualquer
diferença que se possa substancializar.”
Ministro Marco Aurélio
Seu posicionamento em geral, em inúmeros julgados que enfrentou sobre o tema,
sempre foi no sentido do acolhimento da progressão funcional em carreira.
Vide, abaixo, trechos de seu Voto na ADIn 231 (”leading case”, ou julgamento que fez
o precedente para a extinção do instituto da ascensão funcional):

No  entanto,  ao  que  tudo  indica,  o  Requerente receia a ocorrência de desvios de
finalidade e, considera os fato condenáveis do passado, reveladores de
apadrinhamentos, ataca  com  veemência  o   instituto  da  ascensão  funcional
consagrado em preceito da Carta do Estado. A ênfase emprestada aos  aspectos 
negativos  da  ascensão  traz  à  minha  memória  o exemplo da extirpação da doença
pela morte provocada daquele que dela se encontre acometida. Implica
o esvaziamento completo de  algo  que  a  experiência  revela  ser  inerente  ao  serviço
público e que até mesmo mereceu especial atenção do legislador constituinte de 1988. 
Refiro-me à carreira, no que prevista, como de adoção obrigatória, no âmbito da
União, dos Estados e dos Municípios – artigo 39.
Carreira e  ascensão coabitam  o mesmo teto. São irmãs siamesas. Sem a segunda não se
tem a primeira, ficando os servidores impossibilitados de alcançar   cargos mais
elevados, o  que  não  condiz  com  a  necessidade  de  estimular-se  o aprimoramento
indispensável à prestação de bons serviços pela administração pública.
Evoca-se, com ênfase, na inicial, em interpretação que mais atende ao sentido
gramatical, o fato de na  atual  Carta  não  haver  menção  à  especificidade  quanto  à
investidura,  isto ao  cogitar-se do  concurso público. É certo que o legislador
constituinte abandonou a consagrada cláusula da primeira investidura por  concurso,
sugerindo, ao primeiro exame,  que,  seja  qual  for  a  hipótese,   deve  ocorrer  a
observância de idêntico critério, como se tivesse querido criar a  figura  dos 
campeões  de  concursos  públicos  no  âmbito  da administração. Ledo engano. [...]
Quanto  ao  instituto  da  ascensão,  tomado  por alguns como progressão funcional
para categoria diversa, o que para  mim  ascensão é,  cumpre   distinguir  as 
soluções  sob  o ângulo da clientela, pois a Constituição Federal em vigor não o
obstaculiza  peremptoriamente.  Admite-o  desde  que  entre  os cargos envolvidos
haja interligação, ou seja, afinidades entre as funções a eles inerentes. Assim o é
porque a atual Carta não fulminou a possibilidade de observar-se, no serviço público, a
carreira, compreendida esta como reveladora de cargos diversos que  possuem  pontos 
em  comum.  Ao  contrário,  em  prol  da Administração Pública e, inegavelmente,
também em benefício do próprio servidor, o legislador constituinte a previu, evitando,
destarte,  a   fossilização  dos   respectivos  quadros  ou  a prejudicial rotatividade.
Confira-se com o disposto no artigo 39, caput :
“A  União,  os  Estados,  o Distrito  Federal  e os Municípios   instituirão,   no   âmbito
de sua competência,  regime  jurídico  único  e  plano  de carreira para  os  servidores 
da  administração pública  direta,  das  autarquias  e  das  fundações públicas”.
Portanto, a carreira está prevista constitucionalmente, cabendo a cada  unidade  da 
Federação discipliná-la,  atendidos  os  pressupostos  que  obstaculizem  o esvaziamento
da norma insculpida no inciso II do artigo 37 da Lei Básica. Se de um lado é correto
afirmar-se a abrangência da carreira  a  ponto  de  contemplar  movimentação 
considerados os cargos que a integram,  de outro não menos correto  é que não deve ser
palco para o agasalho de privilégio dos que  já  se encontrem investidos em um cargo ou
emprego público, mediante vantagem ilimitada frente àqueles que, estranhos à
Administração, pretendam nesta ingressar.
A  mudança  de  categoria,  sem  concurso,  mediante nova investidura,  somente está 
expungida do cenário jurídico quando  entre  o  cargo  ocupado  e  o  pretendido 
inexiste  a indispensável relação, de modo a que se conclua situarem-se, ambos,  na 
mesma   carreira,  entendida  esta  em  seu  real significado,   ou   seja,   como  
fenômeno   viabilizador   do aprimoramento  constante,  quer  do  servidor  enquanto 
pessoa humana,  quer  da  Administração  Pública,  no  que  voltada  à prestação de bons
serviços à comunidade.
Frise-se que na definição dos cargos compreendidos em determinada carreira deve
sobressair o aspecto real – princípio da realidade – em detrimento do formal, mesmo
porque ainda que existente lei dispondo de forma discrepante e, assim, interligando
cargos que nada têm em comum, o conflito com a Carta mostra-se manifesto.
Destarte,  cumpre  verificar,  caso  a  caso,  se  a ascensão disciplinada em lei e a ser
implementada repousa em dado da maior importância – ser a clientela ocupante de
cargo componente  na  carreira  e  que,  portanto,  com  o  almejado  se mostre
compatível, em face às atividades desenvolvidas.
Em  síntese,  o  que  não  é  mais  possível  é  a investidura  em  cargo  ou  emprego 
público  sem  observância  da exigência constitucional – o concurso público – para o
ingresso em  uma  nova  carreira,  passando  o  servidor  a  desenvolver atividade
totalmente estranha à do cargo primitivo.
A exigência do  concurso público de que cuida o inciso II do artigo 37 da Constituição
Federal não alija, de forma peremptória, a transposição de um cargo a outro. Com a Lei 
Básica  é  compatível  tal  mudança  toda  vez  que  entre  os cargos haja ligação,
consideradas as atividades que lhes sejam próprias, dado indispensável a concluir-se
coabitarem o teto da mesma carreira,  cuja introdução,  na  Administração Pública, é
mandamento constitucional. [...]
Dizer-se,  a  esta  altura,  que  a  passagem  de  um para outro cargo da mesma carreira
somente é possível pela via do  concurso  público  é  afastar  as  perspectivas  do 
servidor quando  do  ingresso  no  serviço  público,  esvaziando-se  o significado 
do  artigo  39 da  Constituição Federal  no que,  ao prever a adoção do regime único,
alude ao implemento do plano de carreira.
A seguir, trecho de fala do Min. Marco Aurélio, em plenário do dia 07/05/2007 (ADIn
3.567):
“[...] quando vem algo que - preciso presumir o que normalmente ocorre - visando
estimular a dedicação à carreira, nós aí brecamos, peremptoriamente, imaginando que se
aprovou este estatuto apenas para se beneficiar aqueles que já estão no quadro… A
minha visão é outra. Sempre votei, no Plenário, apontando que a promoção em si é
salutar. O que não posso imaginar é a passagemde uma carreira para outra. Foi o
que a Ministra [Carmem Lúcia] colocou. Se faz concurso para certo cargo, de carreira, e
posteriormente há a transposição para um cargo que nada tenha a ver com a carreira
em si. Mas aqui, não, aqui se nós pegarmos o estatuto [...] vamos ver que há uma
interligação.
[...]
Min. Sepúlveda Pertence [comentando outro trecho da fala do Min. Marco Aurélio]:
“Essa é uma defesa veemente que Vossa Excelência fez da ascensão funcional”.
Min. Marco Aurélio:
“Eu não falo porque se tornou um palavrão”. Pelos desvirtuamentos, o vocábulo se
tornou uma palavra chula, na Administração Pública. Por isso, já não falo mais nem
em ascensão.”

Trecho de Voto na ADIn 1.591:


Min. Marco Aurélio:
“A primeira vez que enfrentamos a questão, [...], adotei postura compreensiva sobre o
preceito, flexível no tocante à exigência do concurso público, [...] Ressaltei que tal
incentivo não pode ficar restrito a uma simples mudança de níveis, referências,
acolhendo, portanto, a ascensão funcional, a passagem de um cargo para outro, desde
que existente um elo razoável entre esses cargos, desde que situados esses cargos, tendo
em conta a ordem natural das coisas, a razão de ser das coisas, em uma carreira.”
Senhor Presidente, o Ministro Octavio Gallotti ressaltou que historicamente eram
distintas as carreiras de auditor de finanças públicas e de fiscal de tributos estaduais,
ambas situadas na Secretaria da Fazenda –, e, com o passar do tempo, com a dinâmica
da prestação dos serviços, houve uma verdadeira mesclagem de atribuições,
confundindo-se, integrando-se essas carreiras, para, de fato, ter-se uma única.
[...] Veio, então, a Lei Complementar nº 10.933 [...] e aludiu-se, é certo, ao que seria a
criação de uma nova carreira, mas que de fato implicou simplesmente no
reconhecimento da realidade, desprezado o aspecto formal que emprestava caráter de
dualidade ao desenvolvimento das atividades. E dispôs a Lei nº 10.933, artigo 1º, que se
passaria a ter uma única carreira, denominada não de “auditor de finanças públicas” ou
de “fiscal de tributos estaduais”, mas de “agente fiscal do Tesouro do Estado”, o que
penso ser o gênero, consideradas as espécies auditor e fiscal, tendo em conta o quadro
originário, que desapareceu com a passagem do tempo, consoante a explanação feita
pelo Ministro Octavio Gallotti.
Então, foram criados os cargos – e acho que deparei, aqui, com a referência a mil novos
cargos, não sei onde encontrei, pelo menos tenho a lembrança desse número –, e previu-
se a necessidade do concurso público. Indaga-se: poder-se-ia fazê-la, em vista da junção
de duas carreiras que se confundiam, em relação aos que já estavam ocupando cargos
em virtude de concurso público? A opção inserta no inciso I do artigo 2º da Lei conflita
com a exigência do concurso público constante da Constituição Federal? A meu ver,
não. E aí, peço a compreensão de meus Colegas para a evolução ora ocorrida. Sempre
vislumbrei a exigência do concurso público, tal como contida na Carta de 1988, com
uma certa flexibilidade quando em jogo simples movimentação dentro da carreira, e não
posso, na situação concreta dos autos, desertar desse campo e adotar, agora, uma óptica
inflexível, radical a ponto de desaguar em mais uma carreira sem justificativa plausível.
Deu-se a opção, e mais do que isso, aquelas carreiras pretéritas, vista da possibilidade
de algum servidor nelas permanecer, foram declaradas como em extinção. O que houve,
na verdade, foi o trato da matéria de uma forma mais organizada, visando, portanto,
a afastar conflitos que surgiram tendo em conta as duas denominações, simples
denominações, porquanto voltadas as atividades, na maioria dos pontos idênticas, para o
mesmo fim.
Os seguintes posicionamentos foram extraídos da sessão plenária da ADIn nº 3.567 do
dia 07/05/2007:
Ministro Ricardo Lewandowski (Relator):

 
“O que se discute aqui [...] discute-se apenas a necessidade de concurso público, ou
seja, temos de decidir aqui se se trata de uma ascensão ou transferência para cargos
diversos, vedada pela Constituição, ou se se trata de uma promoção para cargos que
integram uma mesma carreira. E conclui que se trata exatamente dessa última
hipótese.
Por quê?  Primeiramente, também me amparo em duas ADIns aqui em que a matéria foi
examinada em tese pelo eminente Min. Moreira Alves, em que se fez uma clara
distinção entre ascensão e transferência de um lado, e de outro lado entre a questão da
promoção para cargos dentro de uma mesma carreira, o que é  admitido pela
Constituição.
E mais: também verifiquei aqui que existem alguns precedentes em que esta Corte
examinou esta promoção, no estado do Maranhão, nesta carreira dos professores, em
que se julgou perfeitamente constitucional. Um deles foi no RE 441.824, em que foi
relator Vossa Excelência, exatamente (refere-se ao Min. Gilmar Mendes), em que se
julgou, reconheceu-se, na linha inclusive do parecer do Min. Público, que a promoção
de uma servidora do estado do Maranhão à classe IV, dentro da mesma carreira
estadual, não afronta o art. 37, II da CF. Naquela oportunidade, a Procuradoria afirmou
o seguinte: “tal exegese se coaduna com a remansada jurisprudência do Egrégio STF
acerca da questão ora posta sob exame, no sentido de que o concurso público é
inafastável apenas em se tratando de cargo diverso e não de cargos estruturados de
uma mesma carreira. Noutro caso concreto, envolvendo o mesmo tema, o mesmo
estado, o Min. Gilmar Mendes negou seguimento ao RE 434.081, interposto pelo estado
do Maranhão [...]“
Ministra Carmem Lúcia:
“[...] A promoção permitida constitucionalmente é apenas aquela que se refere a que: a
pessoa entra num nível e, sem precisar de novas habilitações, que, se a pessoa não
titularizasse, não poderia disputar num primeiro momento, chega lá em cima.”
Ministro Cezar Peluso:
“[...] Algum desses cargos, desses graus, eles são suscetíveis de concursos autônomos?
[...] Se são passíveis de concursos autônomos, não são carreiras.[...] Aí, seriam cargos
isolados..[...]
 
Ministra Carmem Lúcia:
“Aí, não são cargos isolados. Aí, é uma outra carreira. Aí não são cargos isolados,
porque a carreira seria de primeiro grau e de nível médio.
Ministro Eros Grau:
“[...] Quero lembrar o seguinte: o que a Constituição diz é que a investidura em cargo
ou emprego público depende de aprovação prévia. Investidura! Então, se estamos
dentro de uma mesma carreira, eu posso chegar até a imaginar o seguinte: se eu fui
investido em um cargo público, dentro de uma carreira, que vai do primeiro ao
segundo grau, nos termos dessa lei, para que eu possa chegar ao segundo grau,
eu estou dentro da carreira, o que eu preciso é apresentar ou defender uma tese, se ela
for análoga à do Itamarati, ou fazer um curso de Estado-Maior, se for análoga à militar,
ou fazer eventualmente um curso de Pedagogia. Ou eventualmente até um curso
superior, para chegar lá. [...] O art. 37 fala em investidura em cargo ou emprego
público. Começo de carreira. [...] A situação é análoga à militar e à diplomática. [...].”
Ministro Joaquim Barbosa:

 
“Gostaria de explicitar o voto que já esbocei: julgo constitucional a lei, sob reserva da
seguinte interpretação: que a promoção se faça de uma classe para outra da mesma
carreira. Que não haja promoção que implique transposição de uma carreira para outra.
E também não vejo nenhum empecilho a que se organizem concursos públicos para
acesso diretamente a determinadas classes de uma carreira, desde que respeitadas as
exigências de habilitação específicas para aquele nível, que é, aliás, o que já ocorre na
magistratura superior.”
Ministra Carmem Lúcia
:
(trechos de parecer datado de 20 de junho de 2005 – antes de a Professora Titular de
Direito Constitucional da PUC/MINAS Cármen Lúcia Antunes Rocha assumir o cargo
de Ministra do STF):
“Há que se fazer distinção, neste passo, entre o provimento derivado pelo qual
o servidor acede de uma para outra carreira (o que antes era considerado forma de
ascensão funcional e, nessa condição, não tem sido aceito no sistema vigente) e aquele
que se estabelece pela mudança de classe - mediante promoção - dentro de uma
carreira ou pela manutenção do status funcional coexistindo com mudança externa, por
via legislativa, da situação administrativa do cargo ocupado pelo servidor.
As duas últimas hipóteses vêm sendo consideradas coerentes com os princípios
constitucionais e para eles não se tem exigido a prévia aprovação em concurso público,
porque o servidor, então, não está a prover novo cargo, ainda que não seja o
provimento inicial ou originário no serviço público ou na carreira.
[...]
Assim é que o princípio da moralidade não é desatendido quando o servidor público,
titular de cargo para o qual tenha sido nomeado em razão de ingresso regular no serviço
público, é promovido para outro cargo na mesma carreira ou quando é mantido no cargo
transformado, sendo que esta mudança, tenha ocorrido sem alterar, em substância, a
unidade, as atribuições que lhe são afirmadas e as condições para o seu exercício, tudo
em beneficio no serviço público.
Também o princípio da eficiência não- se cumpriria - bem ao contrário - se a cada
transformação de cargos públicos ou mudança legal em carreiras se tivesse que adotar o
afastamento dos seus titulares, que ficariam, então, em disponibilidade, e a abertura de
novo concurso público para novos servidores.
Além de romper-se o princípio da economicidade, afrontado estaria, então, também o da
especialidade em benefício do serviço público.
O primeiro porque seria extremamente oneroso para a sociedade manter um servidor em
disponibilidade e outro no exercício de atividades que aquele primeiro teria perfeitas e
até melhores condições de executar pelo conhecimento que tenha acumulado na
atividade.
O princípio da profissionalização do servidor público - atualmente tão encarecido -
também estaria em desvalia porque o conhecimento específico da Administração
Pública dá-se com o exercício dos cargos públicos. Ninguém ingressa, no serviço
público conhecendo-o plenamente. Pode-se ter ciência das matérias que são necessárias
ao desempenho, mas é certo que somente a experiência conjuga o conhecimento teórico
com aquele favorecido pela prática, do que se origina a excelência das atividades
prestadas. Ademais, como estimular o servidor público a buscar a sua melhoria se o
aperfeiçoamento das carreiras - mantidas as matérias que lhes sejam inerentes - poderia
sempre sujeitar-se à instabilidade funcional e o seu afastamento pela tão só mudança
organizacional na Administração Pública? E como se aproveitar no serviço público os
bons profissionais se a qualquer mudança fossem eles afastados e substituídos por
novos servidores?
[...]
Ressalvados os casos em que se determine a exclusividade ou privacidade de
determinadas funções por servidor especificado em lei, é exatamente a norma jurídica
que determina que a afinidade das funções pode permitir o seu exercício por qualquer
um dos profissionais que integram a carreira de Auditor.
E a afinidade material das atribuições designadas aos Auditores da Receita Federal e aos
Técnicos da Receita é patenteada pela própria descrição legal de cada um dos cargos.
No caso em foco, o Técnico da Receita Federal não pode exercer, nos quadros legais
atualmente postos, tão somente aquelas atividades que, por definição normativa do
Poder Executivo Federal, não o possam ser, pois a sua qualificação dá-se nos mesmos
níveis exigidos para o Auditor. O que se demarca e distingue é o arrolamento das
funções que são conferidas a cada um deles segundo o discrímen legalmente
estatuído. E a proximidade das funções desenvolvidas pelos servidores ocupantes dos
dois cargos é inegável!
[...] 
Neste caso, não haveria provimento originário a ser assegurado segundo a regra do
concurso público, o que prevalece apenas para o ingresso específico em cargo, quando
antes não o ocupava o interessado, o que não se dá na espécie.
A mudança nas carreiras hoje existentes, que, unificadas, passariam a ser integradas por
classes, determina novo agrupamento dos cargos públicos de Auditoria. Esses, no
modelo atual, compõem estruturas distintas, o que, contudo, não é razão jurídica para
decompor as condições funcionais dos servidores que estão em plena atividade.
Os servidores públicos, ocupantes dos cargos públicos que compõem aquelas carreiras,
podem ser mantidos com as unidades transpostas e transformadas, o que, de resto,
retrata mudança apenas formal, uma vez que materialmente não se dará maior
modificação nas atribuições, a não ser aquelas necessárias ao aperfeiçoamento do
sistema.
Posicionamentos de Ministros do STF já aposentados:
 
Min. José Nery da Silveira:

(em parecer datado de 27 de setembro de 2005):


“Dessa maneira, as considerações antes [...], diante da jurisprudência do STF,
consolidada nos julgamentos das ações diretas de inconstitucionalidade referidas,
acentuaram a viabilidade, sob o ponto de vista constitucional, de lei reorganizar a
Carreira Auditoria da Receita Federal, no sentido de se unificarem os cargos que a
integravam, antes da MP 258, sendo admissível, então, no interesse da organização da
Carreira em foco, se previsse a distribuição, nela, dos cargos transformados, pelas
diversas classes e padrões em que ela viesse a se estruturar, definitivamente, com a
conseqüente possibilidade de, ao longo do tempo, se operarem as progressões e
promoções funcionais cabíveis.”
“Pois bem, dita viabilidade jurídica, em face da jurisprudência do STF comentada, há de
reconhecer-se, ainda, no momento presente, com o advento da Medida Provisória nº
258/2005. Compreendo, inclusive, estar reforçada essa ilação pelo fato significativo da
transformação dos Auditores Fiscais da Previdência Social em Auditores Fiscais da
Receita Federal, ora denominados Auditores-Fiscais da Recita Federal do Brasil.   De
fato, reitere-se, ainda uma vez, que, nesse caso, é inequívoco que  o conteúdo das
atribuições dos cargos transformados — Auditor-Fiscal da Previdência Social  (MP 258,
art. 12, I) —  é mais restrito, porque limitado apenas a contribuições da área da
Previdência Social, relativamente à ampla atuação dos Técnicos da Receita Federal,
hoje Técnicos da Receita Federal do Brasil, no que concerne à fiscalização e
arrecadação de todos os tributos federais, e não apenas das contribuições pertencentes a
um domínio, perfeitamente delimitado, da Administração Indireta (INSS), embora
cumpra reconhecer também  sua indiscutível importância aos interesses da Previdência
Social do País.”

“[...]
O Supremo Tribunal Federal, nos precedentes examinados (ADIs ns. 1.591-RS, 2.713-
DF e 2.335-SC), como guarda da Constituição, após longo debate, assentou
jurisprudência que autoriza concluir-se no sentido de que, — sendo unificados, tal como
se alude na Consulta, os órgãos da Secretaria da Receita Previdenciária e Secretaria da
Receita Federal em uma “estrutura única da administração tributária” [...] —  não se
configura óbice de nível constitucional para, mediante lei, de iniciativa do Poder
Executivo, dar-se a unificação, também, dos cargos de Auditor-Fiscal da Receita
Federal e de Técnico da Receita Federal, [...] ou a simples transformação dos cargos de
Técnico da Receita Federal do Brasil em cargos de Auditor-Fiscal da Receita Federal do
Brasil, na nomenclatura atual, eis que existentes, na espécie, similitude e afinidade das
atribuições, de igual natureza,  desses cargos, integrantes da mesma carreira – Carreira
Auditoria da Receita Federal [...]
Ministro Octávio Gallotti:

 
Trecho de Voto na ADIn nº 1.591:

 
“Julgo que não se deva levar ao paroxismo o princípio do concurso para acesso aos
cargos públicos, a ponto de que uma reestruturação convergente de carreiras similares
venha a cobrar (em custos e descontinuidade) o preço da extinção de todos os antigos
cargos, com a disponibilidade de cada um dos ocupantes seguida da abertura de
processo seletivo, ou, então, do aproveitamento dos disponíveis, hipótese esta última
que redundaria, na prática, justamente na situação que a propositura da ação visa a
conjurar.
Anoto, finalmente, que, não resultando da lei impugnada acréscimo de remuneração
para nenhuma das duas carreiras envolvidas no reenquadramento, se desvanece a
suspeita de que, no favorecimento de servidores de uma ou outra, resida a finalidade da
lei atacada, e não da conveniência do serviço público, apontada pelas informações de
ambos os Poderes competentes do Estado do Rio Grande do Sul (o Legislativo e o
Executivo), que acenam, ao inverso, como móvel do ajuizamento da ação, para velha
rivalidade lavrada no campo da Pública Administração estadual gaúcha.”
Trechos de Votos na ADIn nº 1.591:
Min. Sepúlveda Pertence:

 
“Com a exatidão de sempre, o eminente Relator, Ministro Octávio Gallotti, caracterizou
o caso como uma reestruturação, por confluência, de carreiras similares. Não tenho
dúvida de que, na origem, eram elas inconfundíveis. Mas ocorreu – e não nos cabe
indagar dos motivos disso – um processo de gradativa simbiose dessas carreiras que
a lei questionada veio apenas racionalizar.”
Ministro Nelson Jobim:

 
“Sr. Presidente, gostaria de separar as questões. Uma coisa é a possibilidade da criação
de uma nova carreira; a outra é o problema da opção, quer dizer, de não se admitir que
os auditores e fiscais das carreiras antigas pudessem optar pela nova carreira. A questão
se resolve pela análise [...] sobre serem ou não diversas as carreiras primitivas e a nova
carreira. Esta é a divergência.

[...]
o que se proibiu [...] é a transferência para carreira diversa. A divergência posta aqui é
que o conceito de “diversa“

[...]
 
Estamos examinando o conteúdo das duas carreiras para ver se elas têm efetiva e
materialmente uma distinção. Este é o ponto. E a materialidade da distinção é que
impediria a transferência. Por isso diversa no conteúdo e não no nome. [...]
Gostaria de dizer, então [...], que das vinte e seis funções elencadas pelo eminente
Relator, [...] efetivamente demonstram a sua similitude no que diz respeito às
competências dos auditores e fiscais. Quem convive no Rio Grande do Sul sabe
efetivamente os grandes prejuízos para o Estado no que diz respeito à disputa existente
entre os auditores e fiscais. Essa é a razão da origem da lei.
[...] Sr. Presidente, estamos aqui numa divergência sobre a amplitude do conceito de
“diversa”. O Ministro Moreira Alves estabelece uma distinção rígida e ortodoxa
sobre o que seja carreira diversa. E isso importa no absoluto engessamento de
qualquer tentativa de racionalização de atividades que se conflitam, tendo em vista
os mesmos espaços de atuação. Este foi o ponto fundamental. Tem absoluta razão o
Ministro Octavio Gallotti, quando ao examinar o conteúdo ocupacional, o conteúdo de
funções de auditores e fiscais, mostra que essas duas funções têm um universo de
atuação e, neste, há alguns elementos acessórios que representam ações distintas no que
diz respeito aos auditores. Na definição desses elementos aproximaram de forma
absoluta funções que tinham a distinção primeira, inicial, uma para tributos, outra para
orçamento, e se aproximaram tendo em vista as necessidades históricas do
desenvolvimento das funções da Secretaria de Fazenda desse Estado da Federação.
Portanto, Sr. Presidente, na medida em que se assegura a possibilidade de o Governador
do Estado do Rio Grande do Sul criar uma carreira única, e este é um fato inconteste, a
questão é saber se, pelo fato do concurso público que presidiu a ascensão dos outros
cargos, ele está impedido de criar a carreira única, tendo em vista funções ocupacionais
que correspondem ao mesmo universo de atuação: área tributária. Creio que não. Creio
que é possível que se faça exatamente isso, sob pena de estarmos estabelecendo
um engessamento absoluto da possibilidade da racionalização do serviço público.”
Min. Ilmar Galvão:

 
“[...] No caso da espécie, em que duas ou mais categorias funcionais possuem áreas de
atribuições que se interpenetram no que têm, a meu ver, de essencial, embora não
coincidam em toda a sua extensão, entendo não conflitar com o princípio do concurso
público a reunião dessas duas categorias em uma única, para a qual sejam transpostos os
integrantes das categorias reunidas, respeitado, é claro, o direito de opção de cada um.”
Pelo exposto, entendamos e o que nos interessa é a “CARREIRA ÚNICA”, em que irá
gerar escalonamento vertical financeiro. Grato.

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