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ANO 14 NO 135 MARÇO 2008

POR UM PLANETA MAIS

saudável
Petrobras cria projeto estratégico para tratar da mudança climática
e assume o compromisso de evitar a emissão de 21,3 milhões de
toneladas de CO2 equivalente no período 2007-2012
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PENNA PREARO BANCO DE IMAGENS PETROBRAS STEFERSON FARIA

ENTREVISTA CAPA DISTRIBUIÇÃO

Saiba o que o governo federal tem Projeto estratégico para mudança Com seus 946 quilômetros de extensão,
feito para ampliar a igualdade de climática prevê metas de eficiência o trecho Cacimbas-Catu do Gasene
gênero no país nesta entrevista com a energética e melhoria operacional, vai levar para o Nordeste até 20 milhões
ministra Nilcéa Freire, da Secretaria entre outras, para reduzir a emissão de de metros cúbicos de gás por dia a
Especial de Políticas para as Mulheres. gases do efeito estufa na atmosfera. partir de 2010, contribuindo para o
desenvolvimento da região.

pág. 4 pág. 10 pág. 20


SOCIAL
Entre flores e muita integração, o Orquidário do Cenpes é
palco do vitorioso Projeto de Inclusão da Pessoa Deficiente
no Ambiente de Trabalho.
pág. 8 JÚLIA LINHARES

GESTÃO
Criação da TIC (Tecnologia da Informação e Telecomunicações)
integra as antigas áreas de TI e TCOM em uma única unidade
de serviços.
pág. 16
TECNOLOGIA
Boa notícia para as estradas brasileiras: a Petrobras
está ampliando o Centro de Excelência em Asfalto
(Ceasf) com a criação de novos núcleos regionais.
pág. 30 GERALDO FALCÃO

E mais...
6 Petrorama 18 Negócios 28 Logística
7 Mural do 24 Cultura 32 Fique por Dentro
Leitor 26 Gente 36 Máquina do Tempo
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2006

Revista Petrobras 135 • ano 14 • Março de 2008


Av. República do Chile, 65, sala 1.202 • Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20035-900
E-mail: revistapetrobras@petrobras.com.br • Tiragem: 171.000 exemplares

Gerente Executivo de Comunicação Institucional Wilson Santarosa • Gerente de Relacionamento: Gilberto Puig • Gerente de Relacionamento com
o Público Interno Luiz Otávio Dornellas • Comitê Editorial Ana Luísa Feijó Abreu (Financeiro), Cláudia Del Souza (E & P), Cláudio Francisco Negrão
(Transpetro), Maurício Lopes Ferreira (RH), Elizete Vazquez (Serviços Compartilhados), Geovane de Morais (Abastecimento), Luiz Roberto Clauset
(SMS), Marcelo Siqueira Campos (Petrobras Distribuidora), Márcia Figueiredo (Internacional), Norberto Noschang (Cenpes), Carla Barata (Jurí-
dico), Wanderley Bezerra (Gás e Energia), Vera Caliari (Engenharia) • Editor Responsável Alexandre Medeiros (Ofício de Letras), Mtb 16.757 • Edi-
tor de Fotografia Geraldo Falcão • Editores Angela Regina Cunha, Gabriela Mendes, Nádia Ferreira, Patrícia Alves e Valéria Fornicola • Editora assistente:
Vivi Fernandes de Lima • Produtor Executivo Albano Auri • Diagramação e Infografia Azul Publicidade • Colaboradores: Bruno Casotti, Celina Côrtes,
KEYSTONE/ARQUIVO PETROBRAS Claudia Lima, Júlia Viegas, Luciana Conti, Márcia Leoni e Pedro Paulo Malta • Copidesque Bella Stal • Impressão Ipsis Gráfica e Editora 3
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omo reitora da Universidade do Estado do Rio de sa o compromisso do governo federal com a cons-

C Janeiro (Uerj) entre 2000 e 2003, a médica e profes- trução da igualdade de gênero e raça no nosso país.
ENTREVISTA

sora Nilcéa Freire implantou o sistema de cotas para O plano tem um eixo destinado à autonomia e à
alunos das escolas públicas do Rio de Janeiro e para negros, igualdade no mundo do trabalho. Quanto às em-
uma experiência pioneira que suscitou um saudável debate em presas, elas devem implementar inovações em seu
todo o país. Incansável na luta pela igualdade de gênero em ambiente interno, visando à conciliação da vida la-
todas as esferas, Nilcéa aceitou o convite do presidente Luiz boral com a doméstica.
Inácio Lula da Silva para comandar a Secretaria Especial de

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Políticas para as Mulheres, criada em 2004 para tratar especi- A senhora acredita que a licença-maternidade de
ficamente de assuntos relacionados à mulher. Nesta entrevista 180 dias será adotada em larga escala?
à Revista Petrobras, a ministra mostra que, cada vez mais, a Acredito que se a Proposta de Emenda à Constituição
igualdade de gênero está deixando de ser um conceito para (PEC) no 30/07 for aprovada no Congresso Nacio-
tornar-se realidade no Brasil. nal e regulamentada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, a licença de 180 dias será adotada em

1
Como alcançar a igualdade de gênero nas empresas larga escala pelas empresas. Hoje as mulheres têm
respeitando as diferenças entre homens e mulheres? direito a 120 dias de licença, prazo que é incoerente
É necessário conjugar políticas públicas com oportu- com as campanhas realizadas pelo governo federal
nidades de empregos, salários justos, proteção social de estímulo ao aleitamento materno por seis meses.
e diálogo social. Desde 2005, a Secretaria Especial

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de Políticas para as Mulheres (SPM) promove, por Como promover a entrada de mais mulheres em pro-
meio do Programa Pró-Eqüidade de Gênero, a igual- fissões nas quais a sua participação ainda é restrita,
dade de oportunidades entre homens e mulheres como a Engenharia e outras ciências exatas?
nas empresas e instituições. É uma parceria entre a Indicadores produzidos pelo Instituto Nacional de
SPM, o Fundo de Desenvolvimento das Nações Uni- Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
das para a Mulher (Unifem) e a Organização Inter- (Inep), do Ministério da Educação (MEC), demons-
nacional do Trabalho (OIT). A primeira versão do tram que, apesar de as mulheres se encontrarem
programa foi lançada em 2005 e voltou-se exclusi- em proporções igualitárias no conjunto do Ensino
vamente para as empresas públicas: 11 empresas Superior, sua presença ainda é bastante reduzida
receberam o Selo Pró-Eqüidade de Gênero. A Petro- em áreas como Engenharia, Física, Geologia etc. A
bras foi uma das contempladas. Atualmente, o pro- SPM, em parceria com o Inep/MEC, tem atuado no
grama está na segunda edição e já conta com a sentido de divulgar esses indicadores e promover o
adesão de 28 empresas públicas e privadas. debate no âmbito do Programa Mulher e Ciência,
que visa à promoção da participação das mulheres

2
O que o Estado e as empresas devem fazer para que nas carreiras acadêmicas.
a mulher possa ser profissional e mãe sem sacrificar

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nenhum dos dois papéis? A senhora defende cotas para o sexo feminino em
É preciso romper barreiras e preconceitos para que cargos de chefia nas empresas?
não haja uma divisão sexual do trabalho, e sim uma Somos a favor da igual distribuição dos postos de
divisão do trabalho, das tarefas produtivas e repro- comando nos poderes. O PNPM estabeleceu a
dutivas do viver. E que essas tarefas sejam comparti- Participação das Mulheres nos Espaços de Poder
lhadas entre homens, mulheres e a sociedade como como eixo prioritário, que tem como principais me-
um todo. A SPM tem dado passos pioneiros em ter- tas: aumentar o número de mulheres nos cargos de
mos de políticas públicas governamentais. Além do direção, acima de DAS 3, do Poder Executivo, con-
Programa Pró-Eqüidade de Gênero, as mulheres bra- siderando a proporção de mulheres negras e indí-
sileiras contam, desde 2004, com o Plano Nacional genas na população; e ampliar, entre 2008 e 2011, o
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de Políticas para as Mulheres (PNPM), que expres- número de mulheres na Câmara dos Deputados, no

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Igualdade de gênero não é
“É preciso romper barreiras e preconceitos para que não haja uma divi
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Senado Federal, nas Câmaras Legislativas Estaduais Qual é o papel das empresas na prevenção e no
e nas de Vereadores. combate à violência contra a mulher?

ENTREVISTA
É de suma importância, principalmente naquelas de

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Quais as principais conquistas em termos de direi- ambiente predominantemente masculino. Por ser a
tos da mulher nos últimos anos? expressão mais perversa do desequilíbrio de poder
Uma das conquistas foi a criação da Secretaria Es- entre homens e mulheres, a violência doméstica traz
pecial de Políticas para as Mulheres. Também po- como conseqüência o alto índice de absenteísmo e a
demos destacar o Plano Nacional de Políticas para baixa produtividade das mulheres no trabalho. Por
as Mulheres, um instrumento que permite, de forma isso, a divulgação da Central de Atendimento à Mu-
sistemática, avançar tanto na formulação quanto lher – Ligue 180 e da Lei Maria da Penha, por meio
na implementação de políticas públicas para as mu- de cartilhas, campanhas internas e debates, é um re-
lheres. Entre estas, a Política Nacional de Enfrenta- curso precioso para informar e prevenir a violência.
mento à Violência contra a Mulher. Essa política deu

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um grande salto com a aprovação da Lei Maria da O que pode ser feito para inibir a prática do assé-
Penha (11.340/06), em agosto de 2006, e com o lan- dio moral nas empresas?
çamento do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Isso acontece porque as mulheres geralmente estão
Violência contra as Mulheres, em agosto de 2007, em posições subordinadas, ocupam menos cargos de
durante a abertura da II Conferência Nacional de direção e chefia nas empresas e ainda vivem sob a
Políticas para as Mulheres (CNPM). As ações do go- égide de uma cultura machista, que “autoriza” os
verno federal também fazem parte das conquistas. homens a atitudes desse tipo. O caminho mais acer-
Elas serviram de alicerce para avanços, como o Pro- tado para se combater a prática do assédio moral
grama Pró-Eqüidade de Gênero; o incentivo à for- seria por meio de uma legislação específica sobre o
malização do trabalho doméstico, por meio da Lei tema. Hoje existe jurisprudência sobre o assunto, e
11.324/06; a ampliação de crédito para trabalhado- tramita na Câmara dos Deputados um projeto de
ras rurais; a Política Nacional de Direitos Sexuais e lei (PL 2593/2003) que dispõe sobre assédio moral
Reprodutivos e a formulação do Plano de Ações In- nas relações de trabalho.
tegradas para o Enfrentamento da Feminização da
Aids e outras DSTs.

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Quais são as ações do governo previstas para a saú-
de da mulher?
A SPM e o Ministério da Saúde estão desenvolven-
do ações voltadas para a saúde da mulher em todos
os aspectos. O capítulo III do PNPM (Saúde das mu-
lheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos) tem
como principal objetivo promover a melhoria das con-
dições de vida e saúde das mulheres, em todas as
fases do seu ciclo vital, mediante a garantia de direi-
tos legalmente constituídos e a ampliação do acesso
PENNA PREARO

aos meios e serviços de promoção, prevenção, as-


sistência e recuperação da saúde em todo o território
brasileiro. Esse objetivo contempla as necessidades
específicas das mulheres negras, com deficiência, ín-
dias, adolescentes em conflito com a lei, trabalhado-
ras rurais e urbanas, lésbicas, bissexuais, transexuais,
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em situação de rua, do campo e da floresta, e ciganas.

ão é utopia Nilcéa Freire,


ministra da Secretaria Especial
de Políticas para as Mulheres 5
uma divisão sexual do trabalho”
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BATE-BOLA ESTRELAS DA CASA


PETRORAMA

A Terra Para se relacionar bem


agradece Há mais de dez anos o engenheiro de dou a criar a base do programa, apro-
equipamentos Waldir Hermano Arru- vado pela diretoria em 1997.
da participa dos bem-sucedidos progra- Coordenou a equipe que em 1998
mas de marketing da companhia. montou o Serviço de Atendimento
ao Cliente (SAC), uma das iniciati-
Origem vas do Clip.
Piquerobi, SP. Participou da criação e da implanta-
ção dos programas Cliente Exigente
Mentor e Amigo Mecânico, e do lançamen-
KEYSTONE /ARQUIVO PETROBRAS

“Minha mãe, Francisca de Lima Arru- to da gasolina Podium.


da, falecida em 1994, uma pessoa forte, Atualmente é gerente de planejamen-
perseverante, que buscava um mundo to de marketing de produtos especiais
melhor. Teve uma vida difícil, mas de e coordena o Centro de Excelência em
sucesso. Sabia aonde queria chegar e lu- Asfalto (Ceasf), que é tema de maté-
Não é de hoje que a Petrobras tava para conseguir. Ela me ensinou a ria nesta edição, nas páginas 30 e 31.
pauta suas atividades no Brasil e no ver que a vida sempre melhora, desde
mundo segundo os princípios da que a gente trabalhe para isso”. Tempo de empresa
responsabilidade social e ambiental. 29 anos.
Não é discurso: esse compromisso Principais projetos
é parte integrante dos negócios da Após se formar em Engenharia Civil Onde está hoje
companhia. Agora, a Petrobras deu pela Unicamp, ingressou na Petro- Na Gerência de Planejamento de Mar-
outro passo decisivo na direção de bras em 1979. Fez o curso de for- keting e Comercialização de Especiais
um planeta mais saudável: incluiu o mação em Engenharia de Terminais do Abastecimento.
tema da mudança climática em seu e Oleodutos e começou no antigo
Plano Estratégico 2020 e criou um Departamento de Transportes (De- Conselho pessoal
projeto estratégico que estabelece tran), no Rio de Janeiro. “Para aqueles que estão chegando, meu
metas de eficiência energética e Em 1981, como chefe do setor de conselho é que aproveitem as oportu-
melhoria operacional, entre outras, operação de gás, criou uma equipe nidades que a Petrobras oferece para
com o objetivo de reduzir as emis- especializada em atender os navios aumentar seu conhecimento, evoluir
sões de gases do efeito estufa na da Petrobras no Porto de Santos, sua pessoal e profissionalmente. Um dos
atmosfera. Com isso, a Petrobras primeira experiência em marketing fatores do sucesso da companhia é ter
busca a ecoeficiência: produzir ca- de relacionamento. uma força de trabalho, própria e con-
da vez mais com o menor impacto Foi para o antigo Departamento tratada, de alto nível”.
possível no meio ambiente. Este é o Comercial (Decom) em 1986, onde
tema de nossa matéria de capa, gerenciou a área de programação
Waldir: “É importante
que começa na página 10. logística na Coordenação Regional de ser otimista em
Como exemplo de que a preo- São Paulo. Lá, criou uma proposta relação ao que virá”

cupação com a preservação do de ferramenta de otimização de pro-


meio ambiente é hoje inerente aos gramação de dutos, que, após desen-
negócios da companhia, recomen- volvimento pela TI, se transformou
no Consuelo: Controle de Suprimen-
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

damos a leitura da reportagem das


páginas 28 e 29, sobre o Plano Di- to e Logística, utilizado pela Logística
retor de Dutos de São Paulo. Para em São Paulo.
evitar problemas causados pelo Em 1995, fez o MBA de Marketing
contato direto do solo com os tu- da Coppead, na UFRJ. “Na época,
bos de aço, estes serão revestidos ainda não havia área de Marketing
ARQUIVO PESSOAL

com material anticorrosivo. É tec- na companhia, mas já se falava do


nologia aplicada em favor da Terra. Programa Cliente Petrobras, que ho-
6 je é o Clip”, lembra Waldir, que aju-
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MURAL DO LEITOR

ras.
m n a Petrob
alha eles, é
o trab todos
e E duard de
lain e rinh a Ivana.
E d enilson, E . Érica, sob
h ia, H élio e
s, o an
n, Ene nspetr comp ida pe
la
u ric o, Éde a lha na Tra p r im os na fa m ília un
ãos E ra b ois ssa s.
Os irm ão – t têm d es de s vida
– ou tro irm eles ainda in tegrant n te e m sua
ro s. E o is se
Evand co ano ras, d stá pre
ira há cin vis ta Petrob e m p resa e
petro le R e a
ento à como
d epoim alh o contam
E m lo trab
a e pe
genétic “Desde pequena escuto o nome Petrobras em ca-
sa. Minha mãe estava sempre atenta aos noticiários
sobre a empresa porque meus tios já eram petro-
leiros. Apesar de ter parentes trabalhando na com-
panhia, não pensava em trabalhar na Petrobras. Fiz
faculdade de Biologia e acabei ingressando na em-
presa quando surgiu a oportunidade de fazer o
concurso. Não encontro com meus tios nem com
meus primos no trabalho, mas é divertido ouvir os
comentários que fazem sobre o meu parentesco:
‘Você é igualzinha ao seu tio!’ ou ‘Não acredito
que você é sobrinha de fulano’. Mesmo embar-
L
PESSOA

cada, volta e meia tenho notícias deles por


ARQUIVO

intermédio dos colegas: ‘Vi seu tio hoje...’.”


Érica Santos de Carvalho de Almeida
Operadora de produção
“Estou há 18 anos na Petrobras. Atualmente, traba- UN-BC
lho como técnico de manutenção da UN-BC. Nos
anos 1980, era muito natural que o morador de
Campos fizesse curso técnico. Depois do curso, o
ingresso na Petrobras era uma conseqüência. As-
sim, eu e seis dos meus 11 irmãos ingressamos na
empresa. Cada um trabalha numa plataforma e eu
fico em terra. A familiaridade com a companhia já
atingiu a nova geração. Tenho uma sobrinha e dois
primos que também entraram na empresa, o que
nos dá muita segurança.”
Edenilson Santos de Carvalho
Técnico de manutenção
A
VEIG

UN-BC
NO
BRU

Notas da Redação:
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Em relação à matéria de capa de nossa edição 134 (“No ritmo do frevo”), esclarecemos que a Polyenka deixou a composição
acionária da Companhia Integrada Têxtil do Nordeste (Citene) em abril de 2007 e que a indústria de PET da Mossi & Ghisolfi (M&G)
é um cliente em potencial da Petroquímica Suape, mas ainda não há nenhum acordo comercial firmado entre as duas empresas.

Na matéria “Mulheres em Ação”, da edição 133, esclarecemos que o programa feito em parceria com a Bovespa não é exclusi-
vo para empregadas próprias da Petrobras, mas sim extensivo a todas as integrantes da força de trabalho da companhia.

A Revista Petrobras está em permanente processo de aperfeiçoamento para ser, cada vez mais, uma publicação imprescin-
dível à força de trabalho. Para isso contamos com a sua colaboração. Sugestões, críticas, elogios – tudo será recebido com
carinho por nossa equipe. Para participar é fácil: por carta, Av. República do Chile, 65, sala 1.202, Rio de Janeiro – RJ –
20035-900; por fax, (21) 2220-8761; ou por e-mail: cartaspetrobras@petrobras.com.br
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SOCIAL

FOTOS: JÚLIA LINHARES


Grupo unido: da esquerda para a direita, em primeiro plano, Alfredo Chrispim, Guilherme Varella, Viviane Rosa, Nilson Santana,
Fabiana Tinoco, Thompson Oliveira e Marcos Felippe Baptista. Atrás, a coordenadora Rosa Murrieta e Luiz Vicente Machado

NO ORQUIDÁRIO ALEXANDRE PRESTES VARELLA, NO CENPES, PROJETO PROPORCIONA A PORTADORES


DE DEFICIÊNCIA OPORTUNIDADES DE TRABALHO, APRENDIZADO E CONVIVÊNCIA

a paisagem da Ilha do Fun- dar das mudas são atividades do dia-a- mente das atividades desenvolvidas por
N dão, no Rio, quem entra no
Centro de Pesquisas da Pe-
dia dos outros oito jovens do Proind
que estão alocados no orquidário.
eles. O período máximo de participa-
ção no programa é de dois anos. “A
trobras (Cenpes) logo nota algo dife- Para facilitar a colocação no mer- maioria chega ao Proind com uma de-
rente: à direita da portaria principal, cado de trabalho, os jovens com Sín- pendência muito grande da família,
um lugar onde as plantas só não cha- drome de Down têm a oportunidade mas, ao longo do processo, eles se de-
mam mais atenção do que os jovens de adquirir conhecimentos sobre fun- senvolvem e criam sua total indepen-
aprendizes de jardinagem. É ali, no ções como a de mensageiro e aprendem dência”, afirmou a coordenadora. Os
Orquidário Alexandre Prestes Varella, atividades administrativas e compor- jovens trabalham das 7h30 às 16h30,
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

que funciona o Proind – Projeto de In- tamento no ambiente de trabalho. A e, além do salário, recebem benefí-
clusão da Pessoa Deficiente no Am- força de trabalho envolvida fala com cios como plano de saúde, transporte
biente de Trabalho. paixão do projeto. “Não é fácil, mas a e alimentação.
No total, são 15 integrantes do pro- sensibilidade deles e a convivência no Carlos Alfonso Ruiz, 23 anos, que
jeto com Síndrome de Down ou defici- dia-a-dia me realizam entre as ativida- tem Síndrome de Down, completou os
ência física. Sete jovens desempenham des que faço”, diz a coordenadora do dois anos no programa. Há seis meses,
funções administrativas em diversas áreas Proind, Rosa Murrieta. foi admitido como mensageiro do SOP
8 do Cenpes. Molhar a terra, plantar e cui- Ela acompanha e participa diaria- (Suporte Operacional). “Eu entrego cor-
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respondência, atendo o telefone, pego ditório lotado, com a presença do ge-


recados, vou a todos os lugares”, conta. rente executivo, Carlos Tadeu Fraga,
Carlos é enfático quando lhe pergun- que apóia e prestigia o projeto. “É mui-

SOCIAL
tam sobre o Orquidário. “Morro de to gratificante poder contar com o ge-
saudades”, responde. rente executivo e tantas outras pessoas
O cultivo das relações afetivas é par- da força de trabalho que nos apóiam”,
te fundamental do aprendizado para os disse Rosa.
jovens, que destacam os momentos de O “Auto de Natal” foi encenado
convivência quando falam do trabalho. na sede da Associação de Pais e Ami-
“Gosto das plantas, de ajudar as pes- gos dos Excepcionais (Apae) de Belém.
soas que eu gosto e do café da manhã”, “Os pais e coordenadores da Apae
resume Thompson Oliveira dos Anjos, ficavam emocionados ao ver o desem-
29 anos, há cinco meses no programa. penho dos jovens com Síndrome de
“Os dois primeiros jovens que con- Down nas peças”, conta Rosa Murrie-
seguiram emprego foram inseridos no ta. Na Transpetro, o grupo apresentou
mercado de trabalho por intermédio do as peças “Segurança no Trabalho” e
Cepe-Fundão, que é um grande parcei- “Auto de Natal” para os funcionários Viviane cuida com paixão do Orquidário
ro na hora da empregabilidade”, expli- do Terminal de Miramar, em Belém.
cou Rosa. Na Ilha de Marajó, os jovens se apre- gem foi apoiada pela Gerência Setorial
sentaram para uma platéia de 300 alu- do SMS Corporativo na Região Norte,
Da terra ao teatro nos, incluindo crianças especiais, de uma enquanto os figurinos foram pagos com
Como desdobramento das ativida- escola do município, na Instituição Ca- recursos da coleta seletiva da Gerência
des, foi montado o Grupo de Teatro do ruanas. “Os espectadores puderam ad- de SMS do Cenpes.
Orquidário, que tem a finalidade de quirir conhecimentos sobre a coleta A convivência dos portadores de
educar os jovens de uma forma lúdica seletiva, pois até então eles não sabiam deficiência com a força de trabalho da
sobre temas importantes. Fazem parte nada a respeito do assunto”, conta Ro- empresa é um dos ganhos do pro-
integrantes do Proind com Síndrome sa. Para a maioria dos integrantes do grama, que já completou cinco anos.
de Down e membros da força de tra- grupo, foi a primeira viagem de avião e Conversar com alunos como Fabiana
balho do Cenpes. Em dezembro, o de barco. Machado Tinoco, 28 anos, é compre-
grupo viajou para o Pará, onde fez sete Planejado para atender prioritaria- ender melhor os portadores de Síndro-
apresentações de três peças criadas pe- mente portadores de deficiência em me de Down. Casada, Fabiana vive
los próprios participantes, sob a coor- situação de vulnerabilidade social, o em Duque de Caxias, e hoje sustenta a
denação do diretor Rubens Gripp: Proind só inscreve alfabetizados, já que casa com o salário que recebe no tra-
“Coleta Seletiva”, “Segurança do Tra- o objetivo é a inserção no mercado de balho de jardinagem. “Eu é que boto
balho” e “Auto de Natal”. trabalho. Para ampliar as oportunida- a comida na mesa”, orgulha-se. “Na
O “Auto de Natal” foi apresentado des, o programa conta com o apoio de família da minha mãe, todas as mulhe-
no Cenpes em dezembro para um au- vários setores da companhia. A via- res são guerreiras”.
O sonho de Alfredo
Carlos Alfonso Ruiz, contratado como mensageiro, entrega correspondência é ser contratado
à coordenadora Rosa Murrieta: ele sente saudades do Orquidário por alguma
empresa que
preste serviços
à Petrobras
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PARA MANTER
CAPA

o clima
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PROJETO ESTRATÉGICO DA PETROBRAS ESTABELECE METAS DE


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, MELHORIA OPERACIONAL E QUEIMA DE
GÁS PARA REDUÇÃO DA EMISSÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA

CAPA
onsciente da importância de nhia assumiu o compromisso de evi-

C seu papel na questão da mu- tar a emissão de 21,3 milhões de to-

ma
dança climática, a Petrobras neladas de CO2 equivalente.
resolveu incluí-la em seu Plano Estraté- Para Beatriz, as ações desencadea-
gico 2020 criando um projeto estraté- das dentro do projeto estratégico são
gico específico para a área e definindo fundamentais para o aumento da eco-
metas. “A Petrobras deu, assim, ainda eficiência na companhia, ou seja, con-
mais visibilidade a seu compromisso tinuar produzindo cada vez mais com
com o tema e estabeleceu como prio- o menor impacto possível no meio am-
ridades na companhia o aumento da biente. Mas alerta para o fato de que
eficiência energética, a melhoria ope- o enfrentamento da mudança climá-
racional e a otimização da queima de tica passa por uma mudança de cul-
gás em tocha, entre outros requisitos tura nas empresas e nas pessoas. “Ela
que levam a evitar a emissão de gases é transversal a toda a companhia”,
do efeito estufa”, explica a gerente-ge- diz, “e a Petrobras está disposta a li-
ral de Segurança, Meio Ambiente e derar esse processo, contribuindo pa-
Saúde (SMS), Beatriz Espinosa, coor- ra a sustentabilidade do negócio e
denadora do projeto. para a mitigação da mudança climá-
Beatriz acrescenta que, para con- tica global”.
seguir a redução da intensidade de
carbono liberado em seus processos e Contra o desperdício
produtos, como prevê o projeto, a Pe- Especialistas garantem que a me-
trobras concentra também grandes es- lhoria da eficiência energética na in-
forços no aumento da produção de dústria é um dos meios mais eficazes
gás natural e biocombustíveis, no apri- e baratos de combate ao aquecimen-
moramento do sistema de gestão de to global. Com a diminuição de per-
suas emissões e no desenvolvimento de das e desperdícios, ocorrem não só
novas tecnologias. “O investimento em ganhos ambientais, mas também eco-
pesquisa, como temos feito, é funda- nômicos. O Programa Interno de Con-
mental para atingirmos os patamares servação de Energia contribuiu, por
de excelência que queremos”, aponta. exemplo, para que a Petrobras con-
Para o período 2007-2012, a compa- seguisse, em 2006, uma redução de
180 mil toneladas na emissão de gás
carbônico equivalente. E mais: uma
economia de 1,1 milhão de kwh de
BANCO DE IMAGENS PETROBRAS

energia e de cerca de 2.500 barris de


óleo equivalente por dia.
Por intermédio de suas 40 Co-
missões Internas de Conservação de
Energia (CICEs), a Petrobras atua em
eficiência energética das mais varia-
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das formas: desde a simples conscien-


Beatriz tização de se apagar as luzes e desligar
crê que o computador ao deixar o trabalho até
investir em
pesquisa é em grandes projetos, como a instala-
fundamental ção de turboexpansores nas unidades
ARQUIVO PETROBRAS

para se
chegar à
de craqueamento catalítico, onde se
excelência aproveita a energia de expansão dos
11
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gases para geração de energia elétrica.


“Com isso, produzimos mais com
“A Petrobras está
menos energia e evitamos emissões de disposta a liderar
CO2, principal gás causador do efeito
CAPA

estufa”, afirma Luís Tadeu Furlan, ge- o processo de


rente de Eficiência Energética da área
de Gás e Energia, acrescentando que, enfrentamento da
só no ano passado, a Petrobras inves-
tiu R$ 61 milhões em ações voltadas mudança climática,
para o uso eficiente de energia.
contribuindo para
Novo mercado à vista a sustentabilidade
Em março de 2007, a Usina Eó-
lica de Macau da Petrobras, no Rio do negócio e para
Grande do Norte, recebeu da Organi-
zação das Nações Unidas o registro a mitigação da
de inclusão no Mecanismo de Desen-
volvimento Limpo, segundo as regras mudança climática
do Protocolo de Kioto. Com isso, a
empresa deu importante passo para,
global”
num futuro próximo, obter certifica- Beatriz Espinosa,
dos de redução de emissões (créditos coordenadora do projeto estratégico
de carbono), que poderão ser negocia-
dos com empresas de países industria-
lizados que têm metas de redução de
emissões de gases do efeito estufa, o são de cerca de 1.300 toneladas de
que não é o caso do Brasil, por ser CO2 por ano na atmosfera.
um país em desenvolvimento. “No âmbito das Mudanças Climá-
O projeto implantado em Macau ticas e do Protocolo de Quioto, a gerên-
consistiu na substituição de dois gera- cia de Negócios de Desenvolvimento
dores elétricos e de uma bomba mecâ- Sustentável em Energia avalia a certifi-
nica, movidos a óleo diesel, por três cação de projetos da Petrobras poten- A usina eólica da Petrobras em Macau (RN)
geradores eólicos que somam potência cialmente capazes de reduzir emissões recebeu da ONU o registro de inclusão
de 1,8 MW. A iniciativa evita a emis- de gases do efeito estufa, os projetos de no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo,
passo importante para a obtenção de
créditos de carbono num futuro próximo

Visão Estratégica
Em seu Plano Estratégico 2020, a Petrobras ex-
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

pressa claramente sua determinação de minimizar a


exposição da companhia aos riscos associados à
mudança climática; de reduzir a intensidade da emis-
são de gases do efeito estufa tanto nos seus pro-
BANCO DE IMAGENS PETROBRAS

cessos quanto na oferta de produtos, e de tornar mais


visíveis para a sociedade as ações e os resultados
obtidos nesta área.
12
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:45 PM Page 13

Eu também faço
parte dessa história
“Existe um princí-

CAPA
pio na administração
que diz que não há
como gerenciar sem

FALCÃO
medir. Para se atin-

GERALDO
gir padrões de ex-
celência na indústria
do petróleo em termos de
gestão de emissões, é importante
contar com uma ferramenta que per-
mita identificar onde estão as fontes e
quantificá-las, para que se possa es-
truturar um plano de ação. O Siste-
ma de Gerenciamento de Emissões
Atmosféricas (Sigea) da Petrobras,
implantado em 2002, possibilita o mo-
nitoramento integrado de todas as
atividades da companhia, permitin-
do o gerenciamento de mais de 20
mil fontes de emissões.”
Vicente Schmall,
engenheiro de processo
e consultor sênior de SMS

FARIA
“Os desafios impostos

STÉFERSON
pela mudança climática não
vão ser vencidos por um
só ator. A Petrobras vem
aumentando a ecoeficiên-
cia de suas operações e
buscando oferecer me-
au (RN) lhores produtos à sociedade. Nor-
ão
Limpo, malmente, as indústrias de petróleo
e e gás são vistas como vilãs nesta
imo questão da mudança climática. E não
por causa da indústria em si, mas pe-
lo produto. No entanto, se pegarmos
todas as emissões de gases do efeito
estufa que estão ligadas aos combus-
tíveis fósseis, verificaremos que só
15% estão relacionadas ao processo
produtivo. Os 85% restantes, ao uso.
Então, na verdade, a maior parcela
das emissões está acontecendo na
rua. Por isso o investimento em bio-
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

combustíveis é importante, porque


você vai dar alternativa à sociedade
de consumir um produto que contri-
bui para reduzir as emissões de gás
do efeito estufa”.
Luis César Stano,
engenheiro de equipamentos e
gerente de desempenho de SMS
13
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:45 PM Page 14

Mecanismo de Desenvolvimento Lim-


LABORATÓRIO DE ECOEFICIÊNCIA
po”, explica a gerente Maria Júlia Wal-
ter. Esses projetos podem envolver a À frente do Programa Tecnológico para Mitigação de Mudanças Climáti-
CAPA

substituição de combustíveis fósseis por cas (Proclima), desenvolvido desde o ano passado pelo Cenpes, Thaís Murce
combustíveis menos intensivos em car- destaca a importância dos investimentos em pesquisa para se alcançar o
bono, geração de energia renovável, desenvolvimento sustentável.
melhorias na eficiência energética e
uso de biocombustíveis. Qual o objetivo do Proclima e sua importância diante do crescente au-
mento do aquecimento global?
Aproveitamento a todo gás Os relatórios do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) aumen-
Em 2001, a Petrobras lançou o Pla- taram a conscientização quanto aos riscos e desafios impostos pelas mudan-
no de Otimização do Aproveitamento ças climáticas. A pesquisa é fundamental para compreendermos os impactos
de Gás (Poag) em 24 plataformas da de nossas atividades, assim como a vulnerabilidade de nossos negócios fren-
Bacia de Campos. E graças, entre ou- te a esses impactos, e para o desenvolvimento de novas tecnologias visando
tras medidas, à instalação e ao redi- à mitigação e à adaptação aos desafios globais deste século, que estão
mensionamento de compressores e à intrinsecamente ligados, como o aumento da demanda por energia, mudan-
construção de novos gasodutos marí- ças climáticas, conservação da biodiversidade, disponibilidade de água doce
timos, a companhia conseguiu uma re- e erradicação da pobreza extrema.
dução significativa na queima de gás
natural e, conseqüentemente, nas emis- Quais as ações do Proclima?
sões de CO2 na atmosfera. Além disso, O Proclima tem estes focos: seqüestro de carbono, eficiência energética, ava-
com o maior aproveitamento do gás liação de impactos, vulnerabilidades e adaptação, e avaliação do ciclo de vida
produzido, a Petrobras teve condições de produtos. Os cenários futuros indicam que os combustíveis fósseis ainda
de aumentar a oferta do combustível serão predominantes na matriz energética mundial pelo menos até 2030. A
para o mercado. Petrobras está trabalhando para ser uma das maiores empresas integradas de
“Entre 1999 e 2004, período em energia, e para isso precisará introduzir em seus processos produtivos tecno-
que a produção de gás associado da logias mais limpas, que permitam a redução da intensidade de suas emissões.
companhia cresceu cerca de 50%, o Entre elas, a captura de CO2 nos processos industriais e seu armazenamento
seu aproveitamento passou de 75% em reservatórios geológicos é apontada como a mais promissora para dar
para 89%, indicando uma redução na conta de grandes volumes de CO2 no curto espaço de tempo em que preci-
queima de gás de 3,5 milhões de me- samos atuar para estabilizar sua concentração na atmosfera em níveis que evi-
tros cúbicos por dia. É um resultado tem o aumento da temperatura média em 2º C – limite máximo para que o
e tanto, considerado exemplar até pe- sistema climático não sofra mudanças irreversíveis.
lo Global Gas Flaring Reduction, do
Banco Mundial”, assinala Mauro Sant’-
Anna, gerente de Planejamento da
Produção de Gás Natural da área de
Exploração e Produção, acrescentando
que novos projetos em andamento de-
verão elevar o aproveitamento de gás
para 92% até 2010.
De 2001 até o ano passado, a em-
presa investiu R$ 300 milhões no
Poag. E no Plano de Antecipação da
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

Produção de Gás da Petrobras (Plan-


MÁRIO CESAR FILHO

Thaís Murce
lidera equipe de
pesquisadores
14 do Proclima
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:45 PM Page 15

gás) serão aplicados mais cerca de R$ revistos os procedimentos de instala- mento dos sistemas de compressão”,
180 milhões em seis projetos, visando ção dos sistemas de compressão, visando explica Mauro Sant’Anna, lembrando
à redução adicional da queima de gás, intensificar a inspeção nos fabricantes que novas linhas tecnológicas para

CAPA
com um ganho esperado de 800 mil e efetuar testes mais completos nos es- aumentar o aproveitamento de gás
metros cúbicos por dia no aproveita- taleiros durante a construção das pla- também estão em desenvolvimento no
mento do insumo energético. taformas e das demais facilidades de Cenpes.
Nas novas plataformas, foram feitas produção, buscando reduzir o tempo
mudanças nos projetos dos sistemas de entre o primeiro óleo e o primeiro gás.
exportação de gás com o objetivo de “Com isso, vamos reduzir a queima de
evitar queimas. Além disso, estão sendo gás durante o período de comissiona-

OS NÚMEROS DO GÁS

No mundo inteiro, a queima de gás natural é inerente


à extração de petróleo, como medida de segurança na
chama-piloto dos flares (tochas) das plataformas ou por
dificuldades operacionais durante a produção. A eficiên-
cia no seu uso é medida pelo índice de utilização do gás
que é produzido junto com o petróleo (gás associado). O
aproveitamento do gás produzido no Brasil pela Pe-
trobras foi de 86% em 2006 e
2007, acima da média mundial.
A produção média de gás na- APROVEITAMENTO DE GÁS
NA PRODUÇÃO DA PETROBRAS
tural da Petrobras no Brasil em
2007 foi de 49,3 milhões de me-
* Meta da Petrobras com os novos

86% 92% Operação de troca de


tros cúbicos por dia, sendo 36,6 75% flare no FPSO P-33, no
projetos em andamento

milhões por dia de gás associa- Campo de Marlim,


Bacia de Campos: com
do, e o volume queimado, de 5,3 segurança em busca
milhões por dia. Do total produ- da eficiência
zido, 24,7 milhões foram desti-
1999 2007 2010*
nados ao mercado.

| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008


FOTOS: GERALDO KOSINSKI

15
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:45 PM Page 16

GESTÃO

UNIDAS PELA

tecnologia
ÁREAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) E DE TELECOMUNICAÇÕES (TCOM) PASSAM A
FORMAR UMA ÚNICA UNIDADE DE SERVIÇOS, A TIC, PARA TODA A COMPANHIA

empre à frente no quesito ram a atuar de forma integrada e ago- prestadora de serviços para os clien-
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

S inovação tecnológica, a Pe-


trobras segue mais uma vez
ra formam uma única unidade. A no-
va estrutura foi apresentada ao corpo
tes internos, procurando sempre ga-
rantir a qualidade e a agilidade em
as tendências do mercado mundial gerencial no dia 11 de fevereiro, em seus empreendimentos.
ao unir dois setores-chave: Tecnolo- uma cerimônia com videoconferência. “TI e telecom são atividades afins
gia da Informação (TI) e Telecomuni- A nova unidade, que está inseri- em termos de vocação de atendimen-
cações (TCOM). Com a criação da da na Área de Serviços, realizará ati- to aos clientes, desafios tecnológicos
TIC (Tecnologia da Informação e Te- vidades de TI e telecom para todos e melhoria contínua dos processos.
16 lecomunicações), as duas áreas passa- os órgãos da companhia. Será uma Portanto, essa integração possibili-
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:45 PM Page 17

lizar soluções de TI e telecom com


visão integrada, com um ponto úni-
co de contato e de acompanhamen-

GESTÃO
to dos projetos pelos clientes. Isso fará
com que o atendimento aos usuários
seja mais eficaz, permitindo uma me-
lhor análise do incidente, soluções
mais rápidas e também mais abran-
O diretor de Serviços, Renato Duque
(de terno claro), participou do
gentes, pois contará com a aproxima-
lançamento da TIC, em fevereiro ção ainda maior das áreas técnicas,
tanto na sede quanto nas regionais”,
tará a criação e o incremento de inúme- explicou.
ras sinergias, em que a grande bene- “A integração das tecnologias de
ficiada será a companhia”, afirmou o informação e de telecomunicações em
gerente-geral de Administração e De- uma única unidade da Petrobras ace-
senvolvimento de Soluções de Teleco- lera, entre outras, a possibilidade de
municações (TIC/ADS-TIC), Firmiano “TI e telecom são anteciparmos, para os empregados
Ramos Perlingeiro. do Sistema Petrobras, o aspecto da
A TIC exerce um papel importan- atividades afins em mobilidade. Já é uma realidade hoje
te dentro do Plano Estratégico Pe- usarmos o celular como computa-
trobras 2020, que tem como meta
termos de vocação dor, acessando a Internet e bancos,
transformar a companhia em uma por exemplo, assim como usarmos o
das cinco maiores empresas integra-
de atendimento aos computador como telefone, através
das de energia do mundo. Para alcan- clientes, desafios de canais de voz e imagem. Dessa for-
çar esse objetivo, a Petrobras precisará ma, a curto prazo, poderemos estar
de serviços, soluções e orientações tecnológicos e acessando, de modo seguro, os apli-
corporativas de tecnologia da infor- cativos da Petrobras, como o SAP, em
mação e de telecomunicações, que melhoria contínua qualquer lugar pelo aparelho celu-
serão desenvolvidos pela TIC. lar”, explica do gerente-geral da TIC/
dos processos” ADS-TI, José Carlos da Fonseca.
Visão integrada Firmiano Ramos Perlingeiro (foto acima), A otimização dos processos e a
“A nova estrutura atenderá às de- redução dos custos também estão
gerente-geral de Administração e
mandas do Plano Estratégico 2020, em pauta. “O acompanhamento dos

a
Desenvolvimento de Soluções de
porque, além de estarmos alinhados indicadores, inclusive daqueles refe-
às tendências de mercado, vamos ga- Telecomunicações (TIC/ADS-TIC) rentes aos custos, será mais efetivo,
rantir a consistência e a adequação permitindo que as ações necessárias
dos serviços e das orientações cor- aos ajustes ocorram de forma mais efi-
porativas de TI e telecom às necessi- José Carlos: caz”, garantiu Estellita.
acesso aos
dades do Sistema Petrobras. Também aplicativos
poderemos prover os recursos or- via celular
ganizacionais adequados para essas
atividades, levando-se em conside-
ração o crescimento previsto para a
companhia nos próximos anos”, dis-
se o gerente executivo da TIC, Was-
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

hington Salles.
O gerente-geral de Serviços de In-
FOTOS: BANCO DE IMAGENS PETROBRAS

fra-estrutura da TIC (TIC/INFRA-


TIC), Marcelo Estellita, também
aposta que a fusão dos dois setores
vai melhor satisfazer a demanda de
TI e telecom da companhia. “A in-
tegração dessas duas áreas vai viabi- Washington: alinhado ao Plano Estratégico 17
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:45 PM Page 18

T
odo novo contexto pede no-
vos modelos. No caso do NOVOS
NEGÓCIOS

mercado brasileiro de gás na-


tural não é diferente. Cada vez mais
forte e mais presente na economia do
país, ele apresenta desafios na mes-
CONTRATOS
ma proporção em que evolui – com
uma expansão que se espelha no cres-
cimento do consumo de gás no Brasil
PARA O
e também no volume de vendas, que

gás
foi de 41,4 milhões de metros cúbicos
por dia em 2007, e a previsão é que
chegue a 55,5 milhões de metros cú-
bicos por dia este ano. É neste con-
texto que a Petrobras põe em prática o
novo modelo de contratação para a
comercialização de gás natural, com
diferentes tipos de contrato que têm

natural
como objetivo contemplar o máximo
de possibilidades apresentadas com as
oscilações de oferta e demanda.
“Antes das novas modalidades, a
Petrobras tinha contratos de longo
prazo que estabeleciam o nosso com-
promisso de entregar os volumes e o
das distribuidoras, de retirá-los. Só que
COM QUATRO MODALIDADES, CONTRATOS
havia aí um descasamento entre o vo-
MAIS FLEXÍVEIS REFLETEM SAZONALIDADES
lume contratado e o mercado, o que
REGIONAIS E SEGUEM TENDÊNCIA DA MAIORIA
resultava em um desequilíbrio”, ex-
DOS MERCADOS MADUROS DO MUNDO
plica a engenheira de processamento
Luciana Rachid, gerente-geral de Pla-
nejamento e Estudos da área de Gás
e Energia, frisando que a Petrobras
só vende gás natural para as empresas
distribuidoras dos estados brasileiros,
ficando a cargo delas a comercializa-
ção para os clientes finais. “Essa flexibi-
lidade dos contratos é uma tendência
na maioria dos mercados de gás do
mundo. À medida que os mercados
GERALDO FALCÃO

vão se tornando maduros, é natural


| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

ROGÉRIO REIS

18
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:45 PM Page 19

que se passe de um produto para uma Os contratos pioneiros dentro das


cesta, com maior variedade.” novas modalidades foram assinados

NEGÓCIOS
O modo de contrato “firme infle- em dezembro de 2007, primeiro com
xível” estabelece que a Petrobras se a Bahiagás – um termo de compromis-
compromete a fornecer todo o volume so estabelecendo o fornecimento diá-
de gás natural previsto, o que irá gerar rio de 5,1 milhões de metros cúbicos
obrigações de pagamento pela distri- de gás nos modos “firme inflexível”,
buidora, consumindo ou não o insu- “firme flexível” e “interruptível” – e,
mo. Já no modo “firme flexível”, o em seguida, com a Comgás, que dis-
volume de gás pode ser interrompi- tribui gás natural para a Grande São
do pelo supridor, que se comprome- Paulo. Os novos contratos de gás na-
te a ressarcir a diferença de custos tural, nas três modalidades, somam 6
CLAUDIA FERREIRA

com o uso do combustível substitu- milhões de metros cúbicos por dia.


to (óleo combustível) para o consu- “Essa foi a grande vitória da Pe-
midor – que, neste caso, precisa ser trobras: ter implantado os novos mo-
um cliente bicombustível. No caso Luciana: mercado em fase de transição delos de contrato a partir do maior
do modo “interruptível”, o gás natu- consumidor do país, o estado de São
ral também pode ter seu suprimento tos de contrato que, em vez de enges- Paulo, com um total de 15 milhões

l
interrompido pelo fornecedor, sendo sar a relação entre fornecedor e clien- de metros cúbicos por dia”, come-
que a responsabilidade de substituir te, se adequassem à sua característica mora o engenheiro de equipamentos
o combustível fica a cargo do próprio sazonal. “De repente, aquele mercado Arthur de Carvalho Braga, gerente
cliente. Segundo o modo “preferen- que vinha amadurecendo se viu com de Comercialização de Gás Natural
cial”, a prerrogativa de interromper esta realidade das térmicas, que con- nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-
o fornecimento do gás é do consumi- somem ou não consomem gás em Oeste.
dor – preferencialmente usinas ter- função de variáveis, como o regime O mercado do Nordeste também
melétricas, segundo a expectativa da de chuvas, a oscilação de preços e o está em foco. Depois da inclusão
Petrobras, que receberão suprimento custo de geração”, diz o analista de da Bahiagás entre as primeiras dis-
de gás natural liquefeito (GNL). sistemas Carlos David Barbosa Jr., ge- tribuidoras contratadas nos novos
rente de Comercialização de Gás Na- moldes, o mesmo está para acontecer
Mercados sazonais tural nas Regiões Norte e Nordeste. com a totalidade dos estados da re-
Para Luciana Rachid, a maturidade “É uma sazonalidade que não se ob- gião. Já foram firmados termos de
do mercado se caracteriza por uma sé- serva no mercado industrial.” compromisso com a PBGÁS (Paraíba)
rie de fatores, entre os quais a partici- e a Sergás (Sergipe) e um aditivo ao
pação do gás na matriz energética, a O GÁS NATURAL NA MATRIZ contrato da Potigás (Rio Grande do
diversidade dos fins de consumo e a ENERGÉTICA BRASILEIRA Norte). Já as empresas distribuidoras
extensão e a abrangência da malha de dos estados de Alagoas (Algás), Ceará
gasodutos do país. “Cruzando estes (Cegás) e Pernambuco (Copergás) es-
fatores, observamos que o Brasil já tão em fase final de negociação com
saiu daquela fase incipiente, iniciante, a Petrobras.
para um estágio de transição”, apon- “Nossa meta para o cenário na-
ta a gerente-geral, destacando a atual cional este ano é incluir o estado do
participação de 9,6% do gás natu- Rio de Janeiro, outro importante mer-
ral na matriz energética brasileira cado consumidor, nos novos modelos
(contra 0,9% em 1981). contratuais”, explica Arthur Braga.
A importância crescente de usinas “Por isso, já temos negociações adian-
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

termelétricas entre os meios de gera-


1981 0,9% tadas com as companhias distribuido-
GERALDO FALCÃO

ção de energia no país foi outro fator 2008 9,6% ras de gás do Rio de Janeiro (CEG e
decisivo para que se chegasse a forma- CEG-Rio).”

19
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:46 PM Page 20

A CAMINHO DO N
DISTRIBUIÇÃO

COMEÇAM AS OBRAS NO TRECHO CACIMBAS-CATU DO GASENE. A OPERAÇÃO VAI POSSIBILITAR O TRANS PORTE

s tubos já estão comprados e ro trimestre de 2010, possibilitando o to obtido pelo banco no China Deve-

O estocados perto das frentes


de trabalho. As Autorizações
transporte para o Nordeste de 20 mi-
lhões de metros cúbicos por dia de gás
lopment Bank (CDB). Durante a obra
de construção do Cacimbas-Catu se-
de Serviço foram assinadas e a Licença de produzido na Bacia do Espírito Santo. rão gerados dez mil empregos diretos
Instalação, concedida pelo Instituto Bra- Esse volume representa quase o dobro e 30 mil indiretos.
sileiro do Meio Ambiente e dos Recursos do que a região consome atualmente.
Naturais Renováveis (Ibama). E os con- Para a execução da obra, a Petro- Prazos cumpridos
tratos de financiamento do BNDES, no bras contratou a empresa estatal chi- A pressa na compra e na estocagem
valor de R$ 4,51 bilhões, estão libera- nesa Sinopec Group, a terceira maior dos tubos do Gascac se justifica: “Para
dos. A previsão é de que o trecho Ca- petrolífera do mundo, responsável tam- viabilizar o cumprimento dos prazos
cimbas-Catu (Gascac), o “braço” de bém pelo trecho Cabiúnas-Vitória do acordados com a área de Gás e Energia,
946 quilômetros de extensão do Gaso- Gasene, inaugurado em fevereiro. Dos a Implementação de Empreendimentos
duto de Interligação Sudeste-Nordeste recursos liberados pelos BNDES, US$ para Dutos Terrestres (IEDT) da Engen-
(Gasene), entre em operação no primei- 750 milhões vêm de um financiamen- haria da Petrobras adota nas obras sob
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

Os tubos que serão utilizados no trecho


Cacimbas-Catu do Gasene já estão
20 estocados perto das frentes de trabalho
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:46 PM Page 21

O Nordeste

DISTRIBUIÇÃO
O TRANS PORTE DE ATÉ 20 MILHÕES DE METROS CÚBICOS DE GÁS POR DIA PARA A REGIÃO A PARTIR DE 2010

sua responsabilidade a estratégia de ra multidão de 23 mil trabalhadores implantação do Gasene, que, com seus
implantar áreas de armazenamento de – seis mil diretos e 17 mil indiretos. Mão- 1.384 quilômetros de dutos divididos
tubos ao longo do traçado”, explica de-obra preparada pelo Programa em três trechos, cortando 62 municí-
Celso Araripe, gerente da IEDT. de Desenvolvimento de Mão-de-Obra pios – 11 no Espírito Santo, cinco no
Segundo ele, a grande vantagem é (PDMO) da Engenharia para inte- Rio de Janeiro e 46 na Bahia –, rece-
que, quando a construção do gaso- grar a força de trabalho das empresas berá este ano um “gás” especial. Mar-
duto começa, os tubos necessários já contratadas. co da infra-estrutura de gasodutos do
estão estocados perto das frentes de “Estimulamos as empresas parceiras Brasil e mais importante obra da ca-
trabalho. “Isso proporciona agilidade tanto a contratar mão-de-obra regional deia brasileira de gás natural desde o
na execução dos serviços, que não cor- quanto a fazer programas de treina- Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), o
rem risco de interrupção por falta de mento e capacitação de sua força de Gasene vai garantir a integração das

AILTON MENDONÇA
material”, diz Araripe. trabalho”, explica Celso Araripe. malhas de gasodutos do Sudeste com o
São seis frentes de trabalho que vão A área de Gás e Energia trabalha Nordeste e permitir maior flexibilidade
atuar simultaneamente, uma verdadei- em articulação com a Engenharia na logística para o gás da Bacia do Espíri-

| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

21
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:46 PM Page 22

to Santo. Os dois outros trechos do da Gaspetro, vinculada à área de Gás dutos, a Transpetro opera de forma
DISTRIBUIÇÃO

Gasene – Cacimbas-Vitória e Vitória- e Energia, a TAG acaba de consolidar remota 100% da malha de gasodutos.
Cabiúnas – já estão em operação. sua estruturação com o objetivo de ala- Na Região Nordeste, o Gasene po-
“Ou seja, será possível transportar vancar oportunidades no segmento de derá transportar um volume de gás
gás natural do Nordeste para o Sudeste transporte de gás natural no Sistema natural que, adicionado ao GNL (gás
e vice-versa, de acordo com a oferta e a Petrobras. Hoje, a transportadora li- natural liquefeito) recebido no termi-
demanda nas duas regiões”, explica o dera a gestão comercial de 100% da nal de regaseificação de Pecém (CE),
engenheiro Marcelo Restum, geren- infra-estrutura de transporte ligada ao com capacidade de até sete milhões de
te-geral de Planejamento e Implantação G&E, incluindo os gasodutos Cacim- metros cúbicos por dia, irá permitir a
de Logística de Gás Natural. bas-Vitória e Vitória-Cabiúnas. geração de 1.597 megawatts de gás
A operação do Cacimbas-Catu se- natural no Nordeste a partir de 2010.
Mais oferta de gás rá feita pela Transpetro, de cuja sede, Na Região Sudeste, a conclusão
O Gasene também traz como bene- no Centro do Rio de Janeiro, com ape- dos dois primeiros trechos do Gasene
fício a inserção das novas descobertas nas um clique no mouse, operadores (o Gascav e o Cacimbas-Vitória) já
de gás natural na Bacia do Espírito San- do Centro Nacional de Controle Ope- permitiu o acréscimo de seis milhões
to, que hoje já são transportadas para racional (CNCO) ligam e desligam de metros cúbicos por dia na oferta de
vários pontos do Sudeste. “Quando compressores, abrem e fecham válvu- gás natural para a região a partir da
todo o Gasene estiver concluído, este las, numa operação que se caracteriza produção na Bacia do Espírito San-
gás também poderá ser transportado por altos padrões de segurança e qua- to. Em 2010, esta bacia deverá pro-
para o Nordeste”, reafirma Restum. lidade. Referência nacional e interna- duzir 18,7 milhões de metros cúbicos
O transporte da produção do Es- cional no controle operacional de por dia.
pírito Santo poderá ser feito inclusive
de forma simultânea, ou seja, parte
do gás será transportada para o Nor-
deste, pelo Gasoduto Cacimbas-Catu,
ao mesmo tempo em que outro volu-
me é direcionado para o Sudeste, pelo
trecho Cacimbas-Vitória-Cabiúnas.
Além disso, o enorme duto, com cer- Visão Estratégica
ca de três mil quilômetros, vai tornar
possível um melhor atendimento ao mer- “Ao lançarmos o Plano Nacional de Antecipação da
cado térmico, com o aumento significati- Produção de Gás, o Plangás, visamos dar ao país uma
vo na oferta de gás natural para geração nova matriz energética e trabalharemos de forma incan-
de energia elétrica no Nordeste. Esse sável para sermos auto-suficientes na produção de gás”.
aumento seria dos atuais 220 MW para O discurso do presidente Lula na visita à estação regu-
até 1.600 MW. Hoje, o Nordeste conso- ladora de pressão do Gasoduto Cabiúnas-Vitória (Gas-
me cerca de 7.000 MW. cav), no Terminal Intermodal de Serra (ES), demonstra a
“O volume adicional de gás natural sintonia fina do Plano Estratégico (PE) Petrobras 2020
a ser transportado para o Nordeste, com os projetos do governo federal para a área de Gás
graças ao aproveitamento das reservas e Energia. Esses projetos incluem, entre outros, o Gase-
do Espírito Santo, permitirá que clien- ne, o Gasoduto Urucu-Coari-Manaus e o duto para GLP
tes industriais e comerciais tenham a
Urucu-Coari.
oportunidade de usar gás natural, con-
O PE prevê para 2012 que o mercado de gás natural
tribuindo para o desenvolvimento eco-
no Brasil vai demandar 134 milhões de metros cúbicos
nômico da região, gerando empregos e
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

impostos de forma permanente para o por dia para os segmentos de termelétricas, industrial e
Nordeste”, festeja Restum. outros usos. A meta da Petrobras é vender, naquele ano,
82 milhões de metros cúbicos (excluído o consumo in-
Operação segura terno da empresa). Esse volume vai exigir da companhia
Quando o gasoduto estiver pronto, um esforço gigantesco no sentido de desenvolver e inte-
a gestão da atividade de transporte se- grar sua malha de gasodutos.
rá feita pela Transportadora Associa-
22 da de Gás (TAG). Subsidiária integral
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DISTRIBUIÇÃO
TRECHO CABIÚNAS-VITÓRIA JÁ ESTÁ EM OPERAÇÃO

Também construído pela Sinopec, cúbicos. Foram investidos cerca de US$ neiro. A produção inicial de energia re-
o Gasoduto Cabiúnas-Vitória (Gascav) 500 milhões na obra, que gerou 2.600 gistrada com a entrada em operação
foi o segundo trecho do Gasene a ficar empregos diretos e 7.800 indiretos. do gasoduto é de cerca de 800 MW.
pronto. Por meio de seus 303 quilôme- Durante sua visita à estação regula- Além disso, com o Gascac haverá
tros de dutos, ele injeta, por dia, cinco dora de pressão do Terminal Intermodal uma oferta maior de gás natural para o
milhões de metros cúbicos de gás na- de Serra (região metropolitana de Vitó- mercado não-térmico do Espírito San-
tural adicionais no Rio de Janeiro. O ria), o presidente Lula ouviu a diretora to. O consumo no estado, que era de
destino principal deste volume deve de Gás e Energia da Petrobras, Maria 1,2 milhão de metros cúbicos por dia
ser a geração termelétrica, pois o esta- das Graças Foster, elogiar a determina- no final de 2007, poderá chegar a cerca
do conta com quatro termelétricas mo- ção das equipes no cumprimento dos de 2,2 milhões.
vidas a gás natural – UTE Governador prazos e na realização do trabalho. “É Dois novos pontos de entrega de
Leonel Brizola, em Duque de Caxias, uma vitória da Petrobras e das empre- gás natural no estado já estão em fun-
UTE Barbosa Lima Sobrinho, em Sero- sas parceiras neste empreendimento”, cionamento, e outros dois – em Ca-
pédica, UTE Mário Lago e UTE Norte disse a diretora. choeiro do Itapemirim e Viana – serão
Fluminense, ambas em Macaé. entregues ainda neste primeiro semes-
“Antes do início da operação deste tre. Um quinto ponto, a ser construído
gasoduto, estas reservas só podiam A expectativa é em Anchieta, será concluído em 2009.
ser escoadas até a capital, Vitória. Ago- No Rio de Janeiro, um ponto de entre-
ra, com a entrada em operação, já po-
chegar a 18,7 ga começará a operar no primeiro tri-
dem ser transportadas para o Rio de milhões de metros mestre, em Campos. A produção
Janeiro”, explica Marcelo Restum. inicial da Bacia do Espírito Santo é de
Ao longo deste trecho do gasoduto cúbicos por dia 5,5 milhões de metros cúbicos por dia,
correm 300 quilômetros de cabos de e até o fim do ano deve atingir 7,5 mi-
fibra óptica, um negócio de cerca de R$
em 2010 lhões. A expectativa é chegar a 18,7
21 milhões. O contrato com o consórcio milhões de metros cúbicos por dia
Schahin/RBL previa a instalação de dois O Cabiúnas-Vitória garante aumen- em 2010, volume que corresponde a
dutos de Pead (Polietileno de Alta Den- to na geração de energia elétrica no 62% do gás boliviano que abastece o
sidade). Em um dos dutos foram lança- país pelo fornecimento de gás para as mercado nacional (30 milhões de me-
dos 36 pares de fibra óptica, que serão usinas, todas no estado do Rio de Ja- tros cúbicos por dia).
utilizados no monitoramento à distância
da operação do gasoduto (telemetria).
O outro duto terá a capacidade disponi-
bilizada para empresas operadoras de
serviços de dados.
O trecho Cabiúnas-Vitória, a cargo
da Implementação de Empreendimen-
tos para Dutos Terrestres (IEDT), visita-
do em fevereiro pelo presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, já
está operando comercialmente. O ga-
soduto começou a funcionar 15 dias
antes do previsto, em 1o de fevereiro.
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

Ao todo, foram 18 meses de obra,


contados a partir da primeira solda feita
STEFERSON FARIA

pelo presidente Lula até a concessão,


pelo Ibama, da Licença de Operação,
no dia 30 de janeiro. O empreendimento
Em Serra (ES), o presidente Lula conversa com o embaixador chinês, Chen Duqing, e
tem dutos com 28 polegadas de diâme-
o presidente Gabrielli, da Petrobras, observado pelo presidente da Transpetro, Sérgio
tro e vazão de 20 milhões de metros Machado (à sua direita), e pelo governador capixaba Paulo Hartung (à sua esquerda)
23
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:46 PM Page 24

CULTURA

NA
VANGUARDA
DO
MUNDO

digital
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

PETROBRAS AMPLIA O ACESSO À INFORMAÇÃO E AO


CONHECIMENTO COM O PATROCÍNIO DE SITES VOLTADOS
24 PARA A DIFUSÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL BRASILEIRA
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com a criação de uma rede nacional de pessoas, e a possibilidade de incluir


de colaboradores ou agitadores cul- na rede manifestações e expressões li-
turais. No ar desde março de 2007, o vres, sem fronteiras, fazem aparecer

CULTURA
site apresenta um crescimento cons- novas questões, como o copyleft (tipo
tante de 20% ao mês. de licença para documentos ou proje-
“Temos cerca de 30 mil visitas diá- tos que permite sua livre reprodução e
rias, isso indo na contracorrente do a criação de extensões a partir do origi-
jornalismo cultural hoje dominante no nal), o direito autoral na Internet e as
Brasil. Nosso foco é tudo o que acon- políticas e leis que estão sendo defini-
tece fora do alcance ou do interesse da das para acompanhar as novidades.
grande mídia”, informa o antropólo- “O direito autoral está sendo repen-
Escolha o seu: Canal Contemporâneo,
go Hermano Vianna, idealizador do sado no mundo inteiro. A Organização
Porta Curtas, Portal Literal e Overmundo projeto, que no ano passado ganhou Mundial da Propriedade Intelectual,
o prêmio Golden Nica, do festival Ars em Genebra, está cada vez mais con-
Convenção da Unesco sobre Electronica, uma espécie de Oscar pa- centrada na relação entre propriedade

A a Proteção e a Promoção da
Diversidade das Expressões
ra comunidades virtuais. intelectual, desenvolvimento econômi-
co e flexibilização do direito autoral.
Culturais, que destacou em 2005 o as- Liberdade para conhecer Vários países iniciaram a revisão de
pecto revolucionário da inclusão digi- Publicado com uma licença Creati- suas legislações na tentativa de permi-
tal, chamou a atenção dos governos de ve Commons (CC), que permite seu tir que o direito autoral faça as pazes
todo o mundo para uma nova perspec- uso livre para finalidades não-comer- com a nova realidade econômica da
tiva: a relação estratégica entre acesso ciais, o Overmundo é um exercício de cultura digital. Esse é um processo de
à cultura e desenvolvimento susten- democracia editorial, como explica médio prazo, e o Brasil está totalmen-
tável. Assunto relativamente novo, a Hermano: “Qualquer pessoa pode co- te inserido nele”, informa o advogado
cultura digital tem como principal fun- laborar, e a comunidade decide o que Ronaldo Lemos, diretor do Centro de
damento a diversidade cultural, e traz deve ser publicado ou não, e que desta- Tecnologia e Sociedade da Escola de
à discussão conceitos como generosi- que cada colaboração deve ter. Tanto o Direito da Fundação Getulio Vargas e
dade intelectual, comunidades colabo- foco editorial quanto o processo edito- do Creative Commons no Brasil, e
rativas e produção compartilhada do rial são atividades constantes de inclu- um dos idealizadores do Overmundo.
conhecimento. são, das pessoas e dos assuntos que
“O acesso aos meios de comunica- não têm voz nos veículos tradicionais. Multiplicidade cultural
ção e difusão da cultura ainda está A idéia é que a liberdade de expressão Outros projetos de vanguarda pa-
muito concentrado, restrito, e a Inter- ajude muitos produtores culturais trocinados pela Petrobras, de difusão
net veio quebrar esse paradigma. A brasileiros a se tornarem conhecidos e na web das múltiplas vertentes da cul-
cultura digital possibilita um acesso a criar obras cada vez melhores. É um tura contemporânea brasileira, são: Ca-
muito mais amplo às informações, se- esforço coletivo em prol do coletivo”. nal Contemporâneo, comunidade digital
ja por meio do download, que permite Sites inovadores como o Wikipé- focada na arte contemporânea, que per-
baixar os conteúdos, ou do upload, dia, que permite colaborações dos lei- mite a interação de artistas de todo o Bra-
ainda mais inovador, pois permite que tores, grupos de música como a banda sil (canalcontemporaneo.art.br); Porta
as pessoas disponibilizem na rede seu de rock inglesa Radiohead, que no Curtas, que oferece a exibição gratui-
produto, sua arte, sua experimenta- ano passado anunciou a venda de seu ta e na íntegra de centenas de curtas-
ção ou prática”, destaca Eliane Costa, novo álbum na Internet e que o com- metragens, além de um banco com
gerente de Patrocínio da Petrobras. prador decidiria quanto pagar, ou per- informações sobre mais de 4.200 cur-
sonalidades como o músico e ministro tas brasileiros (portacurtas.com.br); Idan-
Além da grande mídia da Cultura Gilberto Gil – que no seu ça (idanca.net),revista eletrônica bilíngüe
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

Projeto emblemático nessa linha último show sugeriu que as pessoas sobre dança no Brasil, que apresenta
patrocinada pela companhia, o Over- gravassem com seus celulares, suas câ- uma seleção de textos inéditos e tradu-
mundo (www.overmundo.com.br), meras, e usassem como quisessem – zidos; e Portal Literal (portalliteral.ter-
criação original brasileira e único site apostam nas possibilidades oferecidas ra.com.br), com curadoria de Heloísa
desse tipo no mundo, propôs ampliar pelas novas tecnologias digitais. Buarque de Hollanda, que reúne sites
e descentralizar a produção, a difusão Essa generosidade da cultura digi- oficiais de cinco escritores e oferece a
e o intercâmbio de informações sobre tal, do software livre, de compartilhar revista Idiossincrasia, sobre literatura
cultura e bens culturais no Brasil, o conhecimento com um número maior brasileira. 25
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:46 PM Page 26

GENTE

Sabor testado Michel passeia

e aprovado com sua voz do


rock ao samba,
do jazz ao canto
clássico
A administradora Luciana Ratis de Oliveira,
do Planejamento Iene/PS, da Engenharia, adora
cozinhar. Tanto que, em janeiro, resolveu dividir
seu prazer de experimentar receitas. Para isso,
criou o blog Rata de Cozinha (www.ratadecozi-
nha.blogspot.com) na Internet. “Fui eu mesma
que fiz o layout do blog, e agora estou preparan-

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL


do umas mudanças, como uma nova logomar-
ca”. Os leitores de Luciana são colegas de
trabalho e amigos, que na maioria das vezes
dão opiniões sobre as receitas. “As pessoas
estão gostando”, diz. Pelo menos, Luciana se
esforça para que dê tudo certo. Ela tem o cuida-
do de só publicar no blog as receitas experimen-
Comprometido
com a escrita
MONTAGEM SOBRE REPRODUÇÃO

tadas por ela. “Sempre adorei cozinhar. Quando


era bem pequena, com uns 11 ou 12 anos, fica-
va vendo minha mãe na cozinha e ia perguntan- O sonho do técni- conta. O livro Primeira Estação, uma
do tudo para depois fazer”, lembra. Mas quem co analista de ma- coletânea de 42 textos, foi lançado
pensa que o prazer passou de mãe para filha teriais Tiago Alves de em uma noite de autógrafos em Ma-
está enganado. “Minha mãe é dona-de-casa, Souza, da E&P-SERV/US-SUB/ANC, caé. O prazer com os livros e com a
mas não gosta de cozinhar. Quando ela fez 25 é criar uma biblioteca pública em própria escrita fez com que Tiago
anos de casada, disse que estava se aposen- Barra de Macaé, bairro pobre em se matriculasse no curso de Jorna-
tando por tempo de serviço e que não cozinha- que nasceu em Macaé, no Norte lismo da Faculdade Salesiana Maria
ria mais”, conta. Agora, quem cozinha para a fluminense. Ele quer dividir com cri- Auxiliadora, na sua cidade natal. Ho-
família é a própria Luciana, que pesquisa recei- anças e adultos o prazer de ler, que je com 32 anos, está no 5o período
tas na Internet, no caderno da mãe e aceita aprendeu ainda cedo em casa, com da faculdade, que lhe abriu uma no-
dicas de amigos. Mas ela confessa que gosta seu pai. “Tenho me empenhado em va janela para o mundo com a des-
mesmo é de fazer e de comer doces. “Estou pedir doações de livros na faculda- coberta da Sociologia. “Gosto muito
sempre tentando perder uns quilinhos, mas fica de, a amigos e aos professores, pa- dos livros do sociólogo polonês Zyg-
difícil fazer regime quando a gente gosta de ra poder montar a biblioteca”, diz. munt Bauman, e meus artigos atual-
cozinhar”, lamenta. Enquanto isso, Tiago vive às voltas mente giram em torno de temas
com livros de grandes autores, como sociais”, diz Tiago.
As receitas
de doces são Mário Quintana e Graciliano Ramos,
as preferidas e com textos que escreve desde os
da chef Tiago tem o sonho de
Luciana 10 anos. Aos 18, começou a escre- montar uma biblioteca
ver para um grupo de teatro que no bairro em que nasceu
dirigiu por cinco anos, até que em
julho de 2006 realizou outro de seus
sonhos: lançar um livro de sua au-
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

toria. “Selecionei parte dos artigos


publicados em 2005 no jornal O Diá-
rio da Costa do Sol, incluí outros
inéditos, algumas poesias e contos,
e fui a São Paulo contratar a Scor-
tecci Editora para fazer a impres-
são. Encarreguei-me de todo o resto,
capa, textos de apresentação etc”,
26
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Talento musical reconhecido


O técnico administrativo Michel Pegas Maluf, da BR/GGC/ vocalista da banda Replay, que toca sucessos dos anos 1970,80
GMCQ, tem a música em seu DNA. Ele se iniciou no violão clás- e 90, tem dois CDs gravados com músicas românticas – “Hinos
sico aos 14 anos por influência de seu pai, o cantor César Ma- ao Amor” e “Farol” – e se apresenta em concertos de música
chado, mas somente aos 24 anos, já na Petrobras, descobriu clássica e em shows cantando MPB, samba, bossa nova, jazz,
que sua vocação era trilhar como cantor os caminhos abertos rock e pop. A agenda de shows não impede que Michel continue
pelo pai. “A soprano Maria de Lourdes Cruz Lopes, preparadora a participar dos corais da Petrobras. Sua carreira é reconhecida
vocal do Coral Corporativo Petrobras, e o regente José Macha- na companhia, onde tem um pequeno fã-clube, além de ter con-
do Neto, diretor artístico do coral, descobriram um registro de quistado o título de melhor intérprete no concurso Prata da Casa
barítono na minha voz”, conta Michel. Desde então, investe em de 2006. Antes disso, Michel foi finalista do Prata da Casa em
uma carreira de cantor, apresentando-se em eventos e concer- 1999 e 2005 (2o lugar) e em 2007 (4o lugar). Ele ainda canta com
tos. Quando o assunto é repertório, ele joga nas onze. Michel é o freqüência no evento Sobremesa Cultural Petrobras.

Produção artesanal e tema de estudos:


cerveja é coisa séria para Luiz Guilherme
O analista de sistemas Luiz Guilherme e dar início a um estudo sério sobre o as- se você quiser fazer cozinha básica, po-
Belmonte, da Engenharia/AG/GC, é um sunto. Há cerca de dois anos, passou a de preparar coisas ótimas. O simples tam-
cervejeiro daqueles que não se contentam produzir cerveja em casa, tornando-se um bém pode ser delicioso. Com cerveja é
só em beber a loura gelada. Seu prazer dos fundadores da Associação dos Cervejei- igualzinho”, ensina LG, que tem em sua
também é estudar o assunto e fazer cerve- ros Artesanais Cariocas (ACervA). “Fazer mulher uma incentivadora de sua produ-
ja. “Me dei conta de que não era capaz de cerveja em casa é como cozinhar. Se vo- ção caseira.
oferecer aos amigos algo mais do que cê quiser fazer alta cozinha, é preciso
uma caipirinha, um uísque ou a tradicional utensílios específicos. Temperos, então,
cervejinha. Percebi que eu era um comple- nem se fala... E, claro, muita leitura, mui-
to analfabeto em matéria de bebidas. Es- ta busca por conhecimento. Por outro lado,
se é o primeiro passo para beber mal e, de
certa forma, receber mal também. Achei
que era hora de começar a conhecer me-
lhor o assunto”, diz LG, como é conhecido
pelos colegas. Interessou-se primeiro
pela coquetelaria e pelos vinhos. A cer-
veja só ganhou espaço na casa de LG
em 1985, quando fez uma viagem a Foz
do Iguaçu (PR). “Aí começou minha
aventura. Comprei algumas latas de
cervejas européias, e ao compará-
las com as brasileiras, notei uma
enorme diferença de sabor. Qual
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

seria a razão dessa diferença tão


expressiva? Não digo que eram
melhores ou piores, mas diferentes”,
explica LG. Na busca por respos-
LG tem mais de 20
tas, passou a procurar material so- anos de estudos
bre cerveja, e aproveitou uma viagem à sobre cerveja, e
agora produz a
Europa, em 1987, para aprofundar-se ainda bebida em casa
mais nas experimentações sobre a bebida (acima)
27
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:46 PM Page 28

LOGÍSTICA

AILTON MENDONÇA
EFICIÊNCIA E
segurança
PLANO DIRETOR DE DUTOS DE SÃO PAULO TERÁ INVESTIMENTOS DE MAIS DE R$ 2 BILHÕES EM
DOIS ANOS PARA AMPLIAR E MODERNIZAR A REDE DE DISTRIBUIÇÃO

proximadamente metade do (PDD/SP) prevê a construção de 560 tras duas estão agendadas para o mês

A petróleo, do gás e dos deri-


vados que saem das plata-
quilômetros de dutos e mais 110 qui-
lômetros ao longo das faixas já exis-
de abril.
Mas por que começar uma obra
formas marítimas do país tem como tentes, além da desativação de outros desse porte pelas consultas populares?
destino oito terminais localizados em 360 quilômetros de dutos. “O proje- É fácil entender. No passado, as faixas
São Paulo. Até chegar às indústrias e to pretende atender à visão futura de de dutos foram instaladas em áreas de
aos postos de combustível, porém, a mercado, para suportar o desenvolvi- pouca ou nenhuma ocupação urbana.
matéria-prima é beneficiada em qua- mento regional de São Paulo e de to- Com o tempo, entretanto, a popula-
tro refinarias, também situadas no es- do o país”, explica o gerente do PDD/ ção se adensou e deu início à ocupação
tado. O que permite a estratégia de SP, Alfredo Alves da Fonseca. de terras próximas às faixas de dutos, o
distribuição para o resto do Brasil é Embora ainda não tenha instala- que gerou uma pressão imprevista sobre
uma malha, ou conjunto de dutos, lo- do uma única tubulação, o projeto, esta malha. Para garantir o bom anda-
calizada na Região Metropolitana de na prática, já começou. A largada foi mento do projeto, atuar com responsa-
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

São Paulo, que será alvo de um gran- dada com as reuniões realizadas nas bilidade social é fundamental, e manter
de projeto não só para ampliar o que 27 prefeituras das cidades por onde um relacionamento aberto com os mo-
já existe, mas também para moderni- passam as malhas de dutos. Além dis- radores contribui para este propósito.
zar a rede de acordo com os mais atua- so, de novembro a março houve dez A obra propriamente dita, que de-
lizados padrões de segurança. fóruns comunitários, encontros pre- verá começar no final deste ano, pre-
Com expectativa de aplicar mais de paratórios para as audiências públi- vê, além dos dutos, a construção do
R$ 2 bilhões ao longo de dois anos, o cas. Entre fevereiro e março já foram Terminal de Mauá, de uma estação de
28 Plano Diretor de Dutos de São Paulo feitas oito audiências públicas, e ou- bombeamento em São Bernardo do
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Campo, a ampliação do Terminal de los, gerente de Implementação de Em- dutos das áreas densamente povoadas,
Guararema – que será praticamente preendimentos para o Plano Diretor de elevando a malha de dutos de São

LOGÍSTICA
duplicado – e a construção de duas Dutos (Iepdd), nova gerência da En- Paulo a um novo patamar de segu-
esferas na Refinaria de Capuava (Re- genharia criada em dezembro. rança”, esclarece Carmen Prudente,
cap). O principal objetivo do PDD/SP A implantação das faixas terá co- gerente setorial de Comunicação e
é reduzir a interferência das comuni- mo referência, sempre que possível, a Responsabilidade Social da Iepdd.
dades vizinhas às faixas de dutos, faixa existente, que tem 30 metros de Como parte do processo de licen-
para diminuir os riscos associados à largura na maior parte dos trechos. ciamento ambiental do empreendimen-
atividade de transporte de gás natural, As faixas novas serão de 30 metros to, foi protocolado em setembro, na
petróleo e derivados, de forma a gerar em áreas rurais e poderão chegar a Secretaria de Meio Ambiente do Esta-
um novo padrão de segurança. 60 metros nas regiões urbanas, com do de São Paulo, o Estudo/Relatório
O Terminal de São Caetano do Sul alargamento de 15 metros para cada de Impacto Ambiental (EIA/ Rima) do
será desativado em 80%, e só perma- lado por critérios de segurança, tota- PDD/SP. Os tubos de aço que compo-
necerão ativas duas de suas estações de lizando uma faixa de até 90 metros. rão as novas malhas – é estimado o
medição de combustíveis. “As desativa- uso de 60 mil toneladas do material –,
ções só ocorrerão após a implantação Geração de empregos com diâmetros entre seis e 22 polega-
de todo o projeto”, antecipa Alfredo Para a escolha dos traçados foram das, receberão revestimento anticorro-
Alves da Fonseca. Segundo ele, a partir estudadas pelo menos três alternativas, sivo, para evitar problemas causados
do Terminal de Guararema será cons- considerando aspectos de segurança, pelo contato direto com o solo.
truído um gasoduto que chegará perto técnico-econômicos e socioambientais, Um efeito mais imediato do PDD/
do Terminal de Mauá. Dali seguirá até como priorizar áreas com menor ne- SP será a geração de empregos, cerca de
São Bernardo do Campo, o que aumen- cessidade de intervenção na vegetação 28.000, entre diretos e indiretos, sendo
tará a capacidade e a oferta de gás natu- nativa e áreas menos urbanizadas e me- sete mil postos de trabalho diretos no
ral para a Região Metropolitana de São nos propensas a ocupação futura. pico das obras. Estão previstos tam-
Paulo e ainda para as termelétricas de As negociações com as famílias re- bém o treinamento e a capacitação de
Piratininga e Cubatão. “O mais inte- sidentes nos locais onde estão previstas mão-de-obra. É um projeto que prome-
ressante no PDD é sua complexidade, as faixas do PDD-SP serão realizadas te mudar a paisagem da Região Metro-
que envolve muitas unidades. Qualquer por meio de um processo amigável en- politana de São Paulo, abrindo caminho
alteração em uma das partes implica tre a Petrobras e cada proprietário. “Um para os futuros desafios no processo de
mexer no todo”, ressalta Sergio Barcel- dos propósitos do projeto é retirar os desenvolvimento do país.

A PETROBRAS EM SÃO PAULO

ANTES Terminal de DEPOIS Terminal de


Guarulhos Guarulhos
Terminal de Terminal de
Terminal
Guararema Guararema
Terminal de de Barueri
Terminal São Caetano
de Barueri Suzano Suzano
Térmica
Térmica
Terminal
RECAP RECAP
de Mauá

Térmica
Térmica
RPBC EB
Terminal RPBC
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

Terminal
de Cubatão de Cubatão

Terminal de Santos Terminal de Santos

Instalações com intervenções Faixas de dutos


Faixas de dutos Corredor de dutos Faixas com ramais
Implantação de novos dutos
Malha urbana atual e dutos remanejados

29
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:46 PM Page 30

TECNOLOGIA

PAVIMENTANDO O PARA MELHORAR A QUALIDADE DA MALHA


NÚCLEOS REGIONAIS DO CENTRO DE EXCELÊ

Centro de Excelência em As-

O falto (Ceasf), criado pela Petro-


bras, está abrindo caminhos
para a conservação e o desenvolvi-
mento das estradas brasileiras. Inte-
grar todos os segmentos responsáveis
pela produção e pavimentação asfál-
ticas é um de seus objetivos primor-
diais, e para isso planeja contar com
sete Núcleos Regionais, que buscarão
agregar essa cadeia produtiva. Esses
núcleos estão sendo ativados com o
auxílio das Unidades de Negócio do
Abastecimento (refinarias), que se res-
SITUAÇÃO GERAL DAS RODOVIAS NO BRASIL* ponsabilizarão pela coordenação re-
* Fonte: Confederação Nacional do Transporte/2006

gional do Ceasf.
A malha rodoviária brasileira é de 1.725.000 km, dos quais apenas cerca
As ações do Ceasf incluem o estímu-
de 10% (170.000 km) são pavimentados. Deste total, 75% estão em
condições que variam de péssima a regular lo a pesquisas sobre novas tecnologias,
a disseminação e a aplicação do co-
nhecimento. Em um país onde, segun-
do dados da Confederação Nacional
ÓTIMA BOA REGULAR RUIM PÉSSIMA do Transporte, apenas 10% da malha
rodoviária de 1.725.000 quilômetros é
pavimentada e 75% estão em condi-
12,2% ções que variam de péssima a regu-
24,4% lar, o Ceasf é uma iniciativa exemplar.
10,8% Em setembro do ano passado, a
reativação do núcleo de excelência que
abrange Santa Catarina e Paraná foi
marcada por um encontro que tradu-
14,2% ziu os objetivos do Ceasf: estiveram pre-
sentes representantes de universidades,
concessionárias, órgãos federais e se-
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

38,4% cretarias estaduais e municipais ligadas


às áreas de transporte e infra-estrutu-
ra. “A participação coletiva garante
melhores resultados”, diz o coorde-
nador do Ceasf, Waldir Arruda. “Os
GERALDO FALCÃO

elos da cadeia produtiva podem dis-


cutir suas necessidades, e a obtenção
30 de soluções viáveis fica mais fácil.”
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:46 PM Page 31

futuro

TECNOLOGIA
O O
ADE DA MALHA RODOVIÁRIA BRASILEIRA, A PETROBRAS IMPULSIONA
NTRO DE EXCELÊNCIA EM ASFALTO E INCENTIVA TRABALHO EM REDE

Em maio será a vez da ativação do tro maiores especialistas do setor fo-


núcleo do Amazonas. “Até julho, espe- ram convidados a escrever um livro
ramos que todos os outros estejam em sobre o tema, intitulado Pavimentação
ação”, afirma Flávio Machado, co- asfáltica, e a dar cursos de atualização
ordenador responsável pelos núcleos a mestres de várias universidades. É
regionais, referindo-se aos de Bahia, dessa maneira também que o conheci-
Minas Gerais, Rio de Janeiro e São mento se amplia.
Paulo. O Núcleo do Ceará, coordena- Arruda explica que, em sua meta
do pela Lubnor, está ativo desde a de alcançar a excelência tecnológica
criação do Ceasf. na produção e na pavimentação asfál-
tica, o Ceasf se apóia em três pilares.
Papel social Um deles é justamente a capacitação
Machado explica que muitas so- da cadeia produtiva em todos os níveis,
luções para o pavimento asfáltico se em especial a formação de mestres
baseiam em condições peculiares de e doutores. Outro pilar é o fortaleci-
cada região, a começar pelo tipo de mento da infra-estrutura de laborató-
solo. As tecnologias aplicadas num rios especializados em mecânica de
estado da federação podem se adap- pavimentos, localizados em universi-
tar ou não à realidade de outras áreas, dades e instituições de pesquisa de di-
mas a troca de informações é sem- versas regiões.
pre benéfica. Completa esse tripé o desenvolvi-
Parte desse esforço está sendo feito mento de novas tecnologias de pavi-
através da Internet, e os resultados são mentação e a adaptação de tecnologias
expressivos. Lançado em outubro, o importadas às nossas condições de so-
portal do Ceasf (www.ceasf.petrobras. lo, tráfego, matéria-prima e clima –
com.br) já conta com mais de 200 usuá- sempre atendendo aos padrões de se-
rios cadastrados e 119 artigos publica- gurança e meio ambiente. As ações de
dos. Trata-se de um instrumento crucial cunho tecnológico e laboratorial do
para a atualização do conhecimento. Ceasf são conduzidas em estreita arti-
Não por acaso, em fevereiro o portal culação com a Rede Temática de Asfal-
recebeu o prêmio Apoena 2007 – Lub- to, coordenada pelo Cenpes. CONDIÇÕES QUE VARIAM
nor, de referência em segurança na Quando grande parte das estradas DE PÉSSIMA A REGULAR
modalidade Mercados e Clientes, um brasileiras se encontra em estado
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

Malha federal 76,5%


reconhecimento importante. lastimável, uma ação inovadora, in- Malha estadual 80,3%
Outra iniciativa de peso do Ceasf é tegrada e permanente é essencial, diz Malha privatizada 20,2%
o programa Asfalto na Universidade, em Arruda. Para o coordenador, o Ceasf
conjunto com a Associação Brasileira é uma iniciativa que, em última ins- MALHA NÃO-PAVIMENTADA
das Empresas Distribuidoras de As- tância, visa não só favorecer as condi- Malha federal 20%
faltos (Abeda). Para suprir a falta de ções para o transporte no país, como Malha estadual 54%
professores especializados em pavimen- exercer um papel de responsabilida- Malha municipal 98%
tação nos cursos de Engenharia, os qua- de social. 31
135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:46 PM Page 32

FIQUE POR DENTRO

BOA LEITURA

Li O carrasco do amor
Petrobras é a empresa
(Editora Ediouro) ainda mais sustentável do mundo
FOTOS: DIVULGAÇÃO

na época da faculdade
de Psicologia, quando no setor de petróleo
a busca pelos misté-
rios do ser humano to- A Petrobras foi apontada por pesqui- Trabalho (OIT), o Pacto Global da ONU,
mava todo o espaço sa da Management & Excellence (M&E) os Objetivos de Desenvolvimento do Mi-
da minha vida, e me apaixo- como a empresa de petróleo mais sus- lênio (ODM), a presença no Índice Dow
nei! O autor, Irvin Yalom, fala com tentável do mundo. Em primeiro lugar no Jones de Sustentabilidade e a apresen-
muita paixão sobre as histórias de ranking, com a pontuação de 92,25%, tação do Balanço Social e Ambiental,
dez dos seus pacientes (ele é um a companhia foi considerada refe- segundo as orientações do Global
famoso psicoterapeuta nos EUA), fa- rência mundial em ética e susten- Reporting Initiative (GRI). Na última
zendo com que, de alguma forma, tabilidade, levando-se em conta pesquisa, publicada em 2007, a
também nos sintamos no divã, acom- 387 indicadores internacionais, Petrobras ficara na segunda
panhando e crescendo com a tra- entre eles a queda em emissão posição, com pontuação
jetória de cada um à procura de de poluentes e em vazamen- de 89,64%, atrás da
respostas para as situações de sofri- tos de óleo, menor consu- Shell (90,16%). A
mento intenso que experimentam. Pa- mo de energia e sistema pesquisa apontou
ra quem gosta de ler sobre Psicologia. transparente de atendi- ainda a Petrobras
Cintia Lobato Borges, mento a fornecedores. Os como a empresa que
Área de Planejamento, Gestão e critérios do ranking avalia- teve o progresso mais
Recursos Humanos da Regional ram a adequação a padrões rápido entre as maiores

BRUNO VEIGA
Sudeste dos Serviços Compartilhados internacionais, como os da companhias mundiais do
Organização Internacional do setor nos últimos três anos.

Recomendo o livro
Mulheres que cor-
rem com os lobos
Conselho aprova criação de
(Editora Rocco), da subsidiária para biocombustíveis
psicóloga junguiana
Clarissa Pinkola Estés, O Conselho de Administração da Pe- combustíveis no Brasil e no exterior. No
que utiliza 19 mitos, lendas e trobras aprovou no início de março a entanto, a comercialização e a logística
contos infantis para mostrar como a criação de uma empresa subsidiária inte- de etanol e de biodiesel no Brasil e no
mulher foi sendo domesticada ao lon- gral da Petrobras para conduzir as ativida- exterior serão mantidas na área de Abas-
go do tempo, num processo que punia des de biocombustíveis. A nova empresa tecimento. O modelo organizacional, de
todas aquelas que se rebelavam. Ao absorverá a produção de etanol (CBios), a gestão, de estrutura societária, o estatuto
investigar o esmagamento da nature- aquisição de insumos e o processamento social e o plano de negócios da nova em-
za instintiva feminina, a autora revela a de biodiesel, hoje executados diretamente presa serão propostos por um grupo de
chave da sensação de impotência da pela Petrobras, além dos investimentos trabalho coordenado pelo assessor da
mulher moderna, explicando o univer- futuros. Sua criação tem por objetivo presidência, Alan Kardec, que terá 60 dias
so da psicologia feminina por meio de coordenar todas as ati- para concluir as análises
histórias como a do Patinho Feio e do vidades da cadeia referentes à criação
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

Barba-Azul, como forma de passar en- produtiva de bio- da nova empresa.


sinamentos de geração em geração.
É um livro que nos ajuda a refletir so-
bre algumas atitudes que tomamos
no dia-a-dia.
Vanessa Plavnik,
Gerência de Segurança e Meio
BRUNO VEIGA

Ambiente dos Serviços Compartilhados


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135_PETROBRAS Final 14/4/08 12:46 PM Page 33

ENERGÉTICAS
Desenvolvimento & Cidadania
A Petrobras escolheu 654 projetos na
segunda etapa do processo de se-
leção pública do programa Desenvol-
vimento & Cidadania, que recebeu 6.485
inscrições e 4.177 propostas. Do total
de projetos contemplados, 251 são da
Região Sudeste, 171 são do Nor-
deste, 113 são do Sul, 53 vieram da
Região Norte e 42 do Centro-Oeste.
GERALDO FALCÃO

Refino teve recordes


históricos em fevereiro

ANDRÉ VALENTIM
A Petrobras obteve em fevereiro recordes confiabilidade operacional das unidades de
históricos de média mensal de processamen- refino e de excelência na gestão da cadeia de
to de petróleo. A destilação foi de 1.885.700 suprimento, desde o escoamento de petró- Agricultura familiar
barris por dia (bpd), incluindo Líquido de Gás leo da área de Exploração e Produção (E&P) Em parceria com o governo do Ceará
Natural (LGN), e 1.842.900 (bpd), sem LGN. até a entrega dos derivados aos clientes. Os e com a Ematerce, a Petrobras assi-
Os recordes anteriores, de dezembro de resultados foram alcançados respeitando-se nou em fevereiro convênio para a rea-
2007, eram de 1.885.300 e 1.840.500 barris integralmente os princípios de SMS (Segu- lização do programa Terra Pronta,
diários, respectivamente. Este desempenho rança, Meio Ambiente e Saúde) que norteiam que beneficiará cerca de mil peque-
extremamente positivo é reflexo da elevada as ações da companhia. nos produtores rurais dos municípios
de Aracati, Icapuí e Paracuru, ao viabi-
lizar o preparo da terra para o plantio
em uma área aproximada de dois mil
hectares. A iniciativa visa estimular
o desenvolvimento da agricultura fa-
miliar, uma das ações prioritárias do
programa Desenvolvimento & Cidada-
Quarenta anos de nia da companhia.

presença em Minas Gerais


Cantar faz bem
As comemorações pelos 40 anos da presença da Petrobras em Minas Gerais O Coral Canto Encanto de Búzios,
ganharam um blog (www.petrobras.com.br/blogminas). Com textos leves, ele tem projeto da ONG Afro Búzios, receberá
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

o objetivo de abrir um espaço de diálogo para os integrantes da força de trabalho patrocínio da Petrobras por um ano,
da companhia, além de servir como sítio de informações e histórias sobre os gru- com possível renovação por igual
pos culturais patrocinados pela empresa em Minas, como o Corpo e o Galpão, o período, para estruturar e ampliar as
patrocínio de projetos sociais e ambientais no estado, além de informes sobre as ações realizadas há oito anos com 60
comemorações. A companhia é hoje a maior contribuinte de Minas Gerais, por crianças e jovens de 9 a 21 anos, mo-
meio da Refinaria Gabriel Passos (Regap), localizada no município de Betim, região radores de comunidades em áreas de
metropolitana de Belo Horizonte. O Plano de Negócios 2008-2012 da empresa risco social no município de Armação
prevê um investimento de US$ 1,6 bilhão em Minas Gerais neste período. dos Búzios, no Rio de Janeiro.
33
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FIQUE POR DENTRO

ENERGÉTICAS

Aliança com o Japão


Área A Petrobras e a Mitsui assinaram em

Internacional março os documentos necessários


à constituição de uma empresa no

tem novo Brasil para investimentos em projetos


de bioenergia, principalmente etanol

STÉFERSON FARIA
diretor para o mercado japonês, além de
geração de energia elétrica a partir
do bagaço de cana. Cada compa-
O Conselho de Administração da Petro- produção. Ocupou ainda outros cargos de nhia participará com 50% na nova
bras nomeou Jorge Luiz Zelada (foto) como gerência nas áreas de engenharia e de per- empresa, denominada Participações
novo diretor da Área Internacional, em subs- furação. Na Petrobras Distribuidora, Zelada Nippo Brasileiras em Complexos Bio-
tituição a Nestor Cuñat Cerveró. Zelada é foi gerente de Desenvolvimento de Projetos energéticos S.A.
engenheiro eletrônico e integra o quadro de de Soluções Energéticas, responsável pela
profissionais da Petrobras desde janeiro de implementação de projetos de energia pa- Presença cubana
1980, tendo começado como engenheiro ra clientes e de usinas termelétricas do Pro- O presidente da Petrobras, José Ser-
de instrumentação no Grupo Executivo para grama Emergencial do governo federal. gio Gabrielli de Azevedo, recebeu no
Desenvolvimento da Bacia de Campos, Formado pela Universidade Federal do Rio dia 18 de março o diretor-geral da
atuando nos projetos das primeiras platafor- de Janeiro (UFRJ), Zelada fez diversos cur- Companhia Cubana de Petróleo, Fidel
mas para aquela bacia. Desde fevereiro de sos nas áreas técnica e gerencial. O Con- Rivero Prieto, e outros executivos da
2003 exercia a função de gerente-geral de selho de Administração da Petrobras estatal. O encontro é o prosseguimen-
Implementação de Empreendimentos de Distribuidora nomeou Nestor Cuñat Cer- to das negociações iniciadas com o
Exploração e Produção e Transporte Maríti- veró para a Diretoria Financeira e Andurte acordo de cooperação assinado entre
mo da Área de Engenharia, órgão responsá- de Barros Duarte Filho para a Diretoria de as duas empresas no dia 15 de janei-
vel pela construção de plataformas de Mercado Consumidor. ro, em Havana, durante visita oficial do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O
documento abrange as áreas de
exploração e produção, lubrificantes,
Petrobras dobra seu refino, manutenção, pesquisa e de-
senvolvimento, e recursos humanos.
valor de mercado
A Petrobras dobrou seu valor de mercado em 2007, proporcionando aos
acionistas na Bovespa, em um ano, um retorno de 84%. Para os investidores da
Bolsa de Nova York, o índice foi de 131%. “Isto aconteceu devido à descoberta
GERALDO FALCÃO

das reservas do pré-sal. O mercado entendeu que isto muda a condição de valor
da companhia”, explicou o diretor financeiro e de Relações com Investidores,
Almir Barbassa. Os resultados em 2007 foram excelentes. A Petrobras teve um
lucro líquido de R$ 21,5 bilhões e registrou aumento da produção de petróleo, Acordo para GNL
que crescerá ainda mais este ano, com a operação plena de novas plataformas. A Petrobras e a Shell firmaram acordo
Além disso, o investimento total da companhia em 2007 foi de R$ 45,3 bilhões, de suprimento de gás natural liquefei-
34% maior do que o do ano anterior. to (GNL) para abastecer os terminais
| REVISTA PETROBRAS | MARÇO 2008

de regaseificação de Pecém, no Cea-


rá, e da Baía de Guanabara, no Rio de
Janeiro. O acordo supre parte da de-
manda de importação da Petrobras e
comporá um portfólio de contratos
para atendimento das necessidades
GERALDO FALCÃO

de gás natural para geração termelé-


trica no Brasil.
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MÁQUINA DO TEMPO

A caçula do refino

JOSÉ MARTINS
BANCO DE IMAGENS PETROBRAS

Para suprir a crescente demanda do mercado brasileiro, propeno é produzido a partir do gás de cozinha (GLP) ge-
que hoje importa propeno ( C 3 H 6 ) , a Petrobras construiu a rado pela refinaria.
Unidade de Propeno (foto maior) da Refinaria Henrique Lage Quarta unidade de refino da Petrobras em São Paulo, a
(Revap), que entrará em operação no final de abril – um mês Revap foi planejada na década de 1970 e inaugurada em
depois de a refinaria comemorar seu 28 aniversário. Com
o
1980 (foto menor), numa área de dez quilômetros quadra-
capacidade inicial para produzir 180 mil toneladas por ano dos em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. O nome
de propeno, a nova unidade é a primeira obra concluída do é uma homenagem ao engenheiro naval Henrique Lage,
projeto de modernização da planta industrial da Revap, e falecido em 1941, incentivador da indústria nacional, que na
vai atender principalmente às indústrias petroquímicas das década de 1920 mandou sondar a existência de petróleo no
regiões de Mauá, na Grande São Paulo, e Paulínia, no inte- município de Campos (RJ).
rior do estado. Atualmente, a refinaria processa 251 mil barris de petró-
Matéria-prima para a produção de resina plástica (poli- leo por dia e é a responsável pelo abastecimento dos mer-
propileno), muito usada na indústria – principalmente na fa- cados do Vale do Paraíba, do sul de Minas Gerais, do litoral
bricação de produtos como embalagens plásticas –, o norte paulista, do Sul fluminense e da Grande São Paulo.

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