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QUATRO ENFOQUES DO MOVIMENTO MEDIADOR

Capítulo do livro La Promesa de Mediación de R. A. Baruch Bush – J. P. Folger


Granica, Barcelona: 1996

Encontramos uma divergência em relação ao modo de compreender o


crescimento do movimento mediador na contemporaneidade, assim como na
caracterização do mesmo. A variedade de narrações encontradas em distintos
autores nos encaminha a identificar diferentes dimensões do processo mediador.

Identificamos quatro versões principais denominadas:

1. História da Satisfação
2. História da Justiça Social
3. História da Transformação
4. História da Opressão

1. História da Satisfação – Esta versão vê o processo mediador como uma


ferramenta para satisfazer as necessidades humanas das partes, contribuindo para
reformular uma disputa contenciosa como um problema mútuo. A mediação pode
facilitar a resolução de problemas mediante a colaboração e a integração,
conduzindo a resultados criativos do tipo ganha-ganha. A busca é para obter
melhores soluções com satisfação de todos os aspectos das necessidades das
partes. Além disso, comparado com processos mais convencionais e agressivos, o
informalismo da mediação pode reduzir os custos tanto econômicos quanto
emocionais. Afirmam que nos diferentes contextos a mediação originou maior
satisfação do ponto de vista das partes litigantes comparativamente ao que poderia
se obter de uma outra maneira. Muitos juizes e funcionários do sistema judiciário
apóiam esta visão. (ex-presidente da Suprema Corte dos EUA Warren Burger,
Fischer y Ury).

2. História da Justiça Social – Para este enfoque a mediação oferece um modo


eficaz de organizar os indivíduos ao redor de interesses comuns, criando vínculos e
estruturas comunitárias mais sólidas. Acreditam que indivíduos isolados na
comunidade estão sujeitos a exploração e que a organização comunitária limita esta
exploração e origina maior justiça social. O apoio a indivíduos que acreditam que
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são adversários mas, que no momento em que percebem um contexto mais amplo
se fortalecem criando alianças entre eles para afrontar um inimigo comum.
Ajudando as partes a resolver por elas mesmas os problemas, a mediação diminui
a dependência em relação a organismos distantes e estimula a auto-ajuda, inclusive
na formação de eficazes estruturas comunitárias “de base”. A mediação pode dar
aos grupos mais força em busca da defesa de seus próprios interesses do que
poderia ter nos processos judiciais de caráter formal. Em conseqüência auxilia para
segurar mais justiça social e os indivíduos implicados tem obtido um novo sentido
de participação na vida cívica. Muitos profissionais que mantém vínculos com a
tradição comunitária de base apóiam esta visão – mediação comunitária. (Carl
Moore).

3. História da Transformação – De acordo com esta visão a promessa original da


mediação está na capacidade de transformar o caráter dos antagonistas individuais
e da sociedade em geral. Devido ao informalismo e consensualidade da mediação
ela permite que as partes definam problemas e metas em seus próprios termos
indicando a importância dos mesmos em suas vidas. Além disso, a mediação apóia
o exercício da autodeterminação das partes, ajudando-as a mobilizar seus próprios
recursos para abordar problemas e alcançar suas metas, possibilitando aumentar
suas próprias capacidades para enfrentar toda a classe de circunstâncias adversas,
não só presentes mas também futuras. Distingue-se duas dimensões do processo
de mediação: a revalorização e o reconhecimento. A dimensão revalorizadora
aponta a aquisição de um sentido mais claro de auto-respeito, de afirmação das
próprias forças e de confiança em si mesmo.
O caráter privado extrajudicial da mediação, poderá dar aos adversários uma
oportunidade não ameaçadora de explicar-se e compreenderem-se uns aos outros.
Contando com mediadores treinados em comunicação interpessoal as partes
descobrem que podem sentir e expressar certo grau de compreensão e
preocupação umas pelas outras apesar das diferenças. Nesta dimensão de
reconhecimento ajudam-se os indivíduos no fortalecimento de sua capacidade
intrínseca de relacionar-se com preocupação pelos problemas dos outros enquanto
humanos semelhantes.

4. História da Opressão – Sustenta que a mediação apesar de ter começado com


as melhores intenções resultou em um instrumento perigoso para aumentar o poder
dos fortes que aproveitam dos débeis. Devido ao seu informalismo e a
consensualidade do processo que decorre de uma ausência de normas
processuais, vê a mediação podendo agravar os desequilíbrios de poder e abrir a
porta a coerção e a manipulação da parte mais forte que poderá ser disfarçada pela
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postura de suposta “neutralidade” do mediador. Comparando com os processos
judiciais de caráter formal preconiza que a mediação produziu resultados injustos e
inegavelmente favoráveis às partes mais fortes. Devido a sua índole íntima e
informal a mediação oferece a quem a exerce um grande poder estratégico que
permite controlar a discussão como também permite que os mediadores
manifestem livremente suas próprias tendências que podem afetar a estruturação e
a seleção das questões, a consideração e a qualificação das alternativas de acordo.
O movimento mediador ao ajudar os fortes à “dividir e conquistar” prejudica os mais
débeis que se vêem impedidos e ignorados, debilitando o interesse público.
Em resumo, o efeito geral do movimento tem sido neutralizar as conquistas obtidas
na esfera da justiça social pelos movimentos em favor dos direitos civis, das
mulheres e do consumidor e ajudar a restabelecer a posição privilegiada das
classes mais fortes e a perpetuar a opressão dos mais débeis. A história da
opressão é sem dúvida um tipo diferente de história comparada com as outras três.
Parece muito mais uma advertência contra a mediação. (Richard Abel e Christine
Harrington, Richard Delgado e Martha Fineman).

Esta descrição das quatro versões do movimento mediador seguido umas


das outras é raro de se encontrar. É muito mais comum que se encontre narrado
uma só das quatro histórias e o autor acreditando que está é a “verdadeira história”
do movimento.

Ao nos depararmos com as quatro histórias podemos concluir alguns pontos:

a) o movimento mediador é variável e pluralista, distintos enfoques na prática


mediadora com diferentes e variados efeitos podendo se afirmar que cada uma das
“histórias verdadeiras” é uma versão válida das práticas de certo número de
mediadores que trabalham neste campo. Também podemos concluir que nem todas
as histórias refletem igualmente o estado atual do movimento, apesar de que o
enfoque dominante da prática da mediação se concentra na resolução de
problemas e na reformulação de acordos.

b) Há diferentes opiniões a cerca de que meta social o movimento da mediação


deve buscar. Cada uma das quatro histórias oferece uma visão diferente não só de
que é, mas também de como deve ser o caráter do movimento mediador. Para
definir uma orientação futura dependemos de qual história acreditamos como
recomendada para o que deve ser o movimento:

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- A premissa da História da Satisfação é que a meta mais importante
consiste em maximizar a satisfação das necessidades individuais, ou
inversamente minimizar o sofrimento: produzir a maior satisfação
possível aos indivíduos de ambas as partes do conflito.
- A História da Justiça Social e da Opressão prevêem que a meta mais
importante é impulsionar a igualdade entre os indivíduos, ou reduzir a
desigualdade. A História da Justiça Social enfoca a capacidade da
mediação para organizar os indivíduos em torno dos interesses comuns
e conclui que as coalizões obtidas promovem alcançar a meta final que
é a igualdade. A História da Opressão enfoca a capacidade da
mediação para manipular e exercer pressão dissimuladamente e
adverte que essa manipulação e esta pressão atuarão em prejuízo aos
que se encontram em situações de desvantagem e que se corre o risco
de agravar a desigualdade.

- A premissa da História da Transformação é que a meta mais importante


consiste em originar o crescimento moral e transformar o caráter
humano para obter uma força mais considerável e maior compaixão;
destaca a capacidade da mediação para promover a revalorização e o
reconhecimento.

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