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ABSTRACT: One search’s, with this article, point prospects and proposals for
distinguishing legitimate tax planning (avoidance) of illegal tax planning (avoidance,
evasion). It is performed thus a reflection on the importance of mechanisms of
reaction against abuses; sophisticated, artful. It will address also the implementation
of the economic outlook and prevalence of substance in the form. Finally, there will
be a systematic analysis of trial rulings by CARF.
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Advogado. Professor e Coordenador do Núcleo de Prática Jurídica da FASPI. Cursa o Programa de mestrado
em Direito Público stricto sensu da PUC - Minas.
1. INTRODUÇÃO
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Esta verificação conforme será abordado adiante será imprescindível para o Fisco aplicar a “multa agravada.
Senão vejamos a posição do CARF:
Ementa
PIS – DECADÊNCIA – Inaplicável a regra disposta no parágrafo 4º., art. 150, do CTN, nos casos da ocorrência
de dolo, fraude ou simulação; situação em que o termo inicial da contagem do prazo decadencial dá com base no
inciso I, artigo 173, do mesmo diploma legal (CTN). PIS – FALTA DE APRESENTAÇÃO DE
DOCUMENTOS E LIVROS FISCAIS – BASE DE CÁLCULO – Na ausência absoluta de livros fiscais e
documentos que serviriam para apuração da base de cálculo do tributo, é licito ao fisco, por intermédio de
convênio de mútua cooperação, em conformidade com o art. 199 do CTN, solicitar informações ao fisco estadual
para conhecer a receita de vendas do contribuinte. MULTA AGRAVADA – Restando provado nos autos o
intuito doloso do contribuinte, tentando com isso escusar-se ao pagamento do tributo devido, cabível é o
agravamento da multa de ofício. Recurso Voluntário Negado. (Nº Recurso: 142304, Número do Processo:
10120.005936/2003-75 Turma 1ª Câmara Turma: 1ª Câmara, disponível em
http://carf.fazenda.gov.br/sincon/public/pages/ConsultarJurisprudenci. jsf).Destaquei.
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Em posição igual defende SACHA CALMON “ [...] Na evasão ilícita os meios são sempre ilícitos (haverá
fraude ou simulação de fato, documento ou ato jurídico. Quando mais de um agente participar dar-se-á o
conluio). Na elisão os meios são sempre lícitos porque não vedados pelo legislador; (b) também, o momento da
utilização desses meios. Na evasão ilícita a distorção da realidade ocorre no momento em que ocorre o fato
jurígeno-tributário (fato gerador) ou após sua ocorrência. Na elisão, a utilização dos meios ocorre antes da
realização do fato jurígeno-tributário, ou como aventa Sampaio Dória, antes que se exteriorize a hipótese de
incidência tributária, pois, opcionalmente, o negócio revestirá a forma jurídica alternativa não descrita na lei
como pressuposto de incidência ou pelo menos revestirá a forma menos onerosa. (COÊLHO, Sacha Calmon
Navarro, p. 174).
esta patologia do negócio jurídico”. (GRECO, 2008, p.113).
Entretanto, conforme será demonstrado ao longo desta pesquisa, a
Administração Fiscal, não deve pautar exclusivamente pelos critérios cronológico e
ilícito, devendo utilizar-se de outros parâmetros: perspectiva econômica, simulação,
fraude à lei, norma geral anti-abuso;substância econômica, business purpose test –
a fim de desconsiderar negócios jurídicos artificiosos “engenhosos”. (SANCHES,
2006).
Em suma, o grande entrave seria distinguir as condutas adotadas pelo
contribuinte (condutas elisivas ou evasivas) e em quais situações a opção do
contribuinte está protegida de desconsideração pelo Fisco. E segundo Greco (2008)
essa verificação da eficácia das condutas desencadeadas pelo sujeito passivo, deve
ser realizada, mediante a averiguação “caso a caso” da “via” adotada.
Enfim, a problemática está em torno de saber se essa liberdade do
contribuinte justifica qualquer atuação artificiosa. Segundo Greco (2008, p.117) “ [...]
seja a liberdade de iniciativa (CF/88, artigo 1º , IV e artigo 170, caput), seja na livre
concorrência (artigo 170, IV) seja nas puras liberdades do artigo 5º, encontra-se na
liberdade de cada um organizar sua vida [...]”. Contudo, deve-se impor limites a
essas liberdades, desconstituindo os negócios jurídicos voltados a enganar o Fisco e
reduzir a carga fiscal.
A controvérsia é estritamente fática: O Fisco deve analisar (caso a caso) a
operação adotada pelo contribuinte, e constatar se existe montagem (formulação
engenhosa) que o ordenamento jurídico impõe limites (restringe).
O estudo buscará, ainda, trazer as novas perspectivas do CARF (Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais) e STA (Superior Tribunal Administrativo
português). Cabe destacar que não é nosso objetivo cercar todas as formas de
evitação fiscal abusiva “redução indevida dos encargos tributários”, eis que isso
extrapolaria a finalidade deste artigo, ademais, seria necessário um melhor
aprofundamento.
Após os contornos iniciais desenvolvidos, passa-se pelo estudo sistemático
dos conceitos de elisão, evasão e elusão. Posteriormente, esclareceremos os
problemas dos mecanismos de reação contra comportamentos abusivos e algumas
perspectivas apontadas pelo direito português.
2. DESENVOLVIMENTO.
2.1. ELISÃO, EVASÃO; SONEGAÇÃO, ELUSÃO.
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Em posição distinta: Hugo de Brito Machado conceitua evasão com comportamento lícito do contribuinte. Já
a elisão caracterizaria a utilização de formas ilegítimas para ladear “contornar” “reduzir” a carga fiscal.
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Em sentido contrário defende BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário, São Paulo:
Noesess, 2007, p.142-143 – enfatizando que só existem duas vias para o contribuinte: elisão (lícita) e o da
evasão (ilícita).
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Expressão utilizada pelo autor Marciano Seabra de Godoi.
(2007-b, p.239) “[...] Ou seja, os agentes econômicos são livres para efetuarem o
chamado planejamento fiscal, cujo objetivo é encontrar formas de fazer negócio que
possam provocar o menor ônus tributário possível”.
Contudo, é necessário impor limites as “liberdades” adotadas pelo
contribuinte, sob pena de ferir o objetivo da lei (arrecadar/distribuir). É necessário,
assim, no exercício da fiscalidade (atuação do Fisco) desconsiderar planejamentos
desprovidos de propósito negocial “sem substância econômica”.
Em suma, não basta ser lícito, a licitude é preliminar. Além de ser lícito
precisamos ser atendidos com outros requisitos para a operação ser
aceitável na perspectiva da produção de efeitos perante o Fisco. O grande
debate não é sobre legalidade ou ilegalidade, é sobre eficácia e ineficácia.
[...]” “Não é possível responder em abstrato que determinada conduta está
ou não protegida. A resposta dependerá das circunstâncias do caso
concreto. (GRECO, 2008, p.124).
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Em posição contrária defende a seguinte ementa:
RECURSO DE REVISTA - ISSQN – PROFISSIONAL AUTÔNOMO – BAIXA JUNTO AO
CADASTRO MOBILIÁRIO MEDIANTE A COMUNICAÇÃO, FORA DO PRAZO REGULAMENTAR,
DO ENCERRAMENTO DAS SUAS ATIVIDADES – PRESUNÇÃO DE OCORRÊNCIA DE FATOS
GERADORES – PROVIMENTO DO RECURSO DE REVISTA – REFORMA DA DECISÃO
RECORRIDA – CONFIRMAÇÃO DO ACÓRDÃO DIVERGENTE. O fato de o contribuinte não ter
procedido à baixa no Cadastro Municipal, deixando de comunicar, no prazo legal, o encerramento de
suas atividades, não autoriza o Fisco a cobrar imposto apenas com fundamento na presunção de
ocorrência do fato gerador. Depreende-se dos artigos 113, § 1º, 114 e 142 do Código Tributário
Nacional que é do agente fiscal o ônus de provar a ocorrência do fato gerador do ISSQN, para efeito
de constituição do lançamento tributário, sendo fase integrante do procedimento a verificação de sua
ocorrência. - Diante da ausência de comprovação da prestação de serviços, após a data em que o
Recorrente alega ter encerrado as suas atividades como autônomo, mister o provimento do presente
Recurso de Revista, para a reforma do Acórdão nº 7.344/3ª, confirmando-se, em consequência, a
decisão consubstanciada no Acórdão nº 7.195/2ª, colacionado pelo Recorrente e determinante da
divergência em questão. (Recurso de Revista nº 135. Processo nº 01.108963.03.73. Recorrente:
Walter Antônio Godoi De Faria. Rel. Dr. Mauro Heleno Ladeira de Oliveira. Redator. Acórdão Nº
8.404/P, Junta de Recursos Fiscais da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte).
resposta pronta e acabada. O exame da validade e invalidade das condutas do
sujeito passivo será realizado no caso concreto.
Inicialmente é importante destacar que o Brasil tem buscado cada vez mais
diminuir as possibilidades de elisão fiscal, editando normas que proíbam ou
dificultem a economia de tributos. Por isso, é necessário impor parâmetros para
esses limites ao exercício do planejamento fiscal.
Entretanto, o aplicador/interprete da norma de incidência, não pode
considerar válido o planejamento voltado a contornar (burlar) os objetivos da lei
fiscal (arrecadar tributos e distribuir igualmente os encargos de acordo com
capacidade contributiva).
3.1. SIMULAÇÃO.
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Um contrato de locação em que nenhum não existe locação (simulação absoluta),
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Foi através do julgamento do Acórdão CSRF/01-02.107 que se passou a utiliza-se o conceito amplo de
simulação. Cfr. GODOI. Marciano Seabra de. Dois Conceitos de Simulação e suas consequencias para os
limites da elisão fiscal. In: ROCHA, Valdir de Oliveira (Org.). Grandes questões atuais do Direito Tributário.
São Paulo: Dialética, 2007, v. 11, p. 272-298
altera a situação para fugir da lei, procurando livrar-se de seus efeitos. Nessa ordem
de idéias “[...] o comportamento em fraude à lei se dá debaixo do preceito legal. O
agente cumpre a norma, mas a utiliza para contornar a outra.” (GRECO, 2008, p.91).
Segundo Sanches (2006, p.102): “A fraude à lei é considerada ilícita por ser
contrária a ordem pública e por em causa a ordem dos valores sobre os quais
repousa o ordenamento jurídico”.
E prossegue Sanches enfatizando que somente os efeitos fiscais são
declarados ineficazes na fraude á lei:
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Sanches (2006, p.115) exemplifica uma manipulação das formas legais: “Chamar doação a um pagamento de
trabalho independentemente ( A doa 100.000 euros a B, sabendo-se que esse B prestou serviços a A e que nada
neste negócio revela animus donandi) não atribui a este pagamento o regime fiscal das doações. Nada impede
que a Administração de o qualificar como remuneração se a tal conclusão conduzirem a circunstâncias que
rodearem este negócio jurídico”.
contrato” confere a possibilidade da Administração Fiscal pode reagir
“desconsiderar” os efeitos do contrato e implementar nova qualificação para o
contrato “manipulador”.
Sanches ressalta a importância forma adotada pelo contribuinte:
A forma adotada é, pois, sempre relevante ainda que não se tenha de ser
determinante para as conseqüências fiscais dessa mesma forma: o negócio
jurídico artificioso oculta, debaixo de uma forma escolhida por motivos e
interesses destituídos de tutela jurídica [...]
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário, São Paulo: Noeses,
2007.
GRECO, Marco Aurélio. Planejamento Tributário, Dialética, São Paulo: 2008. 2.ed.
XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional. São Paulo: Almeida, 2009. 2º Ed.