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TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO

Prof. Mônica Vieira Bortolassi


1º Bimestre

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

1. Conceito de tributo

“Tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou


cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada” (Artigo. 3º do Código Tributário Nacional).

O tributo é composto dos seguintes elementos:

· prestação pecuniária: deve ser pago em moeda nacional (dinheiro) ou por


outro meio que represente a moeda, como é o caso da dação em pagamento
prevista no art. 156, inciso IX, do CTN;

· prestação compulsória: o pagamento do tributo é obrigatório, não sendo


facultativo nem contratual;

· não constitui sanção de ato ilícito: o tributo não se confunde com a


multa, pois não tem caráter punitivo;

· obrigação ex lege: o dever de pagar o tributo é derivado de lei: Princípio


da Legalidade Tributária (art. 150, I da CF) o tributo só pode ser criado ou
majorado por lei.

· cobrado mediante atividade administrativa vinculada e obrigatória: o


lançamento (art. 142 do CTN) é a atividade administrativa vinculada e
obrigatória a que se refere o art. 3º do CTN.

2) Classificação das espécies de tributos


O art. 145 da CF dispõe:

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos
e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”

A interpretação literal do 145 da CF leva ao entendimento de que


existiriam apenas três espécies de tributos: os impostos, as taxas e as
contribuições de melhoria. Entretanto, a interpretação sistemática dos arts. 145,
148 e 149 da Constituição Federal leva à conclusão de que os tributos se
classificam nas seguintes espécies:

- impostos (art. 145, I da CF);

- taxas (art. 145, II da CF);

- contribuições de melhoria (art. 145, III da CF);

- empréstimos compulsórios (art. 148 da CF);

- Contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico, de


interesses de categorias profissionais ou econômicas e contribuições para a
Seguridade Social (art. 149 e 195 da CF);
- Contribuição de iluminação pública-COSIP (art. 149-A da CF).

2.1- IMPOSTOS:

2
A definição dos impostos se encontra no art. 16: "Imposto é o tributo
cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal.

Como se verifica, a hipótese prevista na lei que gerará a obrigação de


pagar o imposto não está vinculada a nenhuma atividade estatal específica
relativa ao contribuinte.

Nesse contexto, o art. 167, IV da Constituição Federal proíbe a


vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa.

2.1.1) Competência para instituição de impostos

a) Impostos Federais (art. 153 da CF):

I) Imposto sobre importação (II);

II) Imposto sobre a exportação (IE);

III) Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR);

IV) Imposto sobre produtos industrializados (IPI);

V) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativo a


títulos ou valores mobiliários (IOF).

VI) Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR);

VII) Imposto sobre grandes fortunas (IGF).

b) Impostos Estaduais e do Distrito Federal (art. 155 da CF):

I) Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD);

II) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de


Transporte Interestadual ou Intermunicipal e Comunicação (ICMS);

3
III) Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

c) Impostos municipais e do Distrito Federal (art. 156 da CF):

I) Imposto sobre a propriedade predial territorial urbano (IPTU).

II) Imposto sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física e de direitos
reais sobre imóveis (ITBI).

III) Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS).

2.2) Taxas

· O art. 145, II da Constituição Federal dispõe:

“Art. 145. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

II- taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela


utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos
e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua
disposição.

· O art 77 do CTN prevê:

“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo


Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.”

· As taxas são tributos cobrados pela União, pelos Estados, pelos

4
Municípios e pelo Distrito Federal que têm como hipótese de incidência
o exercício regular do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.

· O parágrafo 2º, do art. 145 da CF prevê que as taxas não poderão ter
base de cálculo e fato gerador idênticos a dos impostos.

· As taxas não se confundem com tarifa. Taxa é tributo, tarifa é preço


público não se sujeitando aos princípios constitucionais tributários.

2.2.1) Taxas de serviço:

· De acordo com o art. 145, II da CF apenas os serviços públicos


específicos e divisíveis poderão ser remunerado por taxas.

· O art. 79, II do Código Tributário Nacional dispõe:

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77


consideram-se:

II- específicos, quando possam ser destacados em unidades


autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades
públicas;

· Segundo Roque Antonio Carrazza1, os serviços públicos específicos são


singulares porque são utilizados individualmente e podem ser
mensurados. A divisibilidade do serviço público a ser tributado pela
taxa, por sua vez, está relacionada com a possibilidade de avaliação da
sua utilização efetiva ou potencial, individualmente considerada.

· O Supremo Tribunal Federal, em decisão plenária, no Recurso

1
Curso de Direito Constitucional Tributário. 24ª ed. rev. ampl. atual. Malheiros, São Paulo, 2008, p. 526.

5
Extraordinário 233.332-6/RJ, manifestou-se quanto à
inconstitucionalidade da taxa de iluminação pública por reconhecer que
o fato gerador desta taxa é um serviço público inespecífico e indivisível.

2.2.2. Taxa de polícia

· A taxa de polícia tem por hipótese de incidência o exercício do poder de


polícia diretamente referido ao contribuinte.

· O poder de polícia público pode se manifestar sob várias formas, de


acordo com o art. 78 do CTN:

“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da


administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais
ou coletivos.

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de


polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos
limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária,
sem abuso ou desvio de poder.”

· Hugo de Brito Machado2 demonstra que são exemplos de taxas de


polícia, as “(...) taxas nas quais o fato gerador é o exercício do poder,

2
Hugo de Brito Machado. Curso de Direito Tributário. 29ª ed. São Paulo, Malheiros, p. 426.
6
ou da atividade de polícia (...): a taxa de licença para localização e
funcionamento, cobrada por diversos municípios brasileiros de quem
quer se estabelecer com qualquer atividade empresarial; a taxa de
licença para publicidade, cobrada dos que utilizam os denominados
outdoors e outras placas ou faixas com anúncios; a taxa de licença para
construções ou edificações, entre outras”.

· Outro exemplo de taxa de polícia é a taxa de inspeção sanitária cobrada


por alguns municípios em contraprestação à fiscalização executada nas
instalações sanitárias de bares e restaurantes.

· A segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça já se manifestou


quanto a legalidade da cobrança da taxa de afixação de placas e
luminosos:

· A base de cálculo das taxas deve corresponder à quantificação do seu


fato imponível.

2.3) Contribuição de melhoria:

· Tributo cobrado pela União, pelos Estados, pelos Municípios e pelo


Distrito Federal que tem como finalidade de instituição o custeio de obra
pública, da qual decorra valorização imobiliária, tendo como limite total
à despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado (art. 81 do CTN).

· O art. 81 do CTN determina que a contribuição de melhoria deve


respeitar um limite global, que corresponde ao total da despesa realizada
e um limite individual, ou seja, a cobrança deverá ser proporcional ao
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado;

· Em caso de guerra externa, a União Federal poderá instituir

7
simultaneamente, o empréstimo compulsório e o imposto extraordinário
(compreendidos ou não em sua competência tributária, o qual será
suprimido, gradativamente, cessadas as causas de sua criação) previsto
no inciso II, do art. 154 da CF.

2.4) Empréstimo Compulsório:

· O art. 148 da CF dispõe:

“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir


empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150,
III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição”.

· O empréstimo compulsório é um tributo que, exclusivamente, só


pode ser instituído por lei complementar, pela União Federal e que tem
por finalidade (i) atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e (ii) no caso de
interesse público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

· O parágrafo único, do art. 148 da CF, prevê que a receita advinda


da arrecadação do empréstimo compulsório deve estar vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.
· Trata-se de um tributo restituível. O parágrafo único, do art. 15 do
CTN prevê:

8
“Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais,
pode instituir empréstimos compulsórios:
.......................................................................................................
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do
empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que
for aplicável, o disposto nesta Lei.”

· Roque Antonio Carrazza3, explica que “se a lei que instituir o


empréstimo compulsório não previr a devolução integral do produto de
sua arrecadação, será inconstitucional, por ensejar um confisco
vedado pelo art. 150, IV do Texto Supremo”.
· O empréstimo compulsório instituído com fundamento no inciso II, do
art. 148 da CF deve atender o princípio da anterioridade anual (art. 150,
III, b da CF).

2.5. Contribuições

· As contribuições são tributos vinculados “(...) cuja hipótese de


incidência consiste numa atuação estatal indireta e mediatamente
(mediante uma circunstância intermediária) referida ao obrigado”4.

· Segundo o art. 149 da Constituição Federal:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir


contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e
de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como

3
Roque Antonio Carrazza. Curso de Direito Constitucional Tributário. 24ª ed. rev. ampl. atual. São Paulo,
Malheiros, 2008, p. 562.
4
Geraldo Ataliba apud José Eduardo Soares de Melo, Curso de Direito Tributário, 8ª ed., São Paulo, Dialética,
2008, p. 87.
9
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo.”

· Da interpretação do art. 149 da Constituição Federal as contribuições


podem ser classificadas em: a) contribuições sociais; a.1) contribuições
para a Seguridade Social; b) contribuições de intervenção no domínio
econômico; c) contribuições corporativas; d) contribuição sobre a
iluminação pública.

· As contribuições do art. 149 da Constituição Federal sujeitam-se ao


Princípio da Legalidade e às normas gerais de Direito Tributário, tendo
este dispositivo ressalvado que às contribuições para a Seguridade Social
será aplicada regra própria.

· A Constituição Federal fixou as finalidades a serem atendidas pelas


contribuições, quais sejam: a) a intervenção no domínio econômico; b) o
atendimento de categorias profissionais ou econômicas; c) o custeio da
seguridade social.

· A receita destes tributos deverá destinar à viabilização ou ao custeio de


uma das atividades do art. 149 da CF. Esta vinculação é o que as
diferencia dos impostos.

· A destinação da receita resultante da arrecadação das contribuições deve


estar prevista na lei que instituir este tributo. A respeito, Roque Antonio
Carrazza5 ensina que “o eventual desvio desta destinação acarretará a
injuridicidade da própria cobrança”.

5
Roque Antonio Carrazza. Curso de Direito Constitucional Tributário, 24ª ed. rev. ampl. atual., São Paulo,
Malheiros, p. 581.
10
· Uma contribuição poderá ter a mesma hipótese de incidência de um
imposto. É o caso da contribuição social sobre o lucro (CSLL), cuja
hipótese incidência coincide com a do Imposto de renda. Roque Antonio
Carrazza6 ensina que se a receita desta contribuição for destinada a sua
finalidade (custeio da seguridade social) não há que se falar em bis in
idem, nem em bitributação.

· No bis idem o mesmo fato jurídico é tributado duas ou mais vezes pelo
mesmo ente político.

· Na bitributação o mesmo fato jurídico é tributado duas ou mais vezes


por entes políticos distintos.

2.5.1. Contribuições para a Seguridade Social

O art. 195 da Constituição Federal dispõe:

“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a


sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada


na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos


ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste
serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

6
Roque Antonio Carrazza. Curso de Direito Constitucional Tributário, 24ª ed. rev. ampl. atual., São Paulo,
Malheiros, p. 582.

11
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência
social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e
pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de
que trata o art. 201;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem


a lei a ele equiparar. “

· A Seguridade Social deve ser financiada: pelos empregadores ou pelas


empresas através das contribuições previstas nas alíneas “a”, “b” e “c”,
do inciso I, do art. 195 da CF, pelo trabalhador, pela receita dos
concursos de prognósticos e pelas contribuições incidentes sobre a
importação de bens e serviços.

· A instituição e a majoração destas contribuições não se submete ao


Princípio da anterioridade anual, sujeitando-se apenas ao Princípio da
anterioridade nonagesimal (art. 195, parágrafo 6º da CF).

· A criação de novas fontes de custeio para Seguridade Social deve


observar os requisitos previstos no art. 195, parágrafo 4º da Constituição
Federal, quais sejam: esta nova contribuição deve ser instituída apenas
pela União Federal, mediante lei complementar e deverá ser não
cumulativa.

2.5.1.1. Contribuições do empregador, empresa ou entidade a ela


equiparada incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do
trabalho pago ou creditado, a qualquer título, à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício

· Trata-se de uma contribuição devida, mensalmente, pelo empregador,


empresa ou entidade a ela equiparada incidente sobre a folha de salários
e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a qualquer título a
12
pessoas físicas que lhes prestem serviço (alínea “a”, do inciso I, do art.
195 da CF), à alíquota de 20% (art. 22, inciso I da Lei 8.212/91).

· A EC n. 20/98 alterou a alínea “a”, do inciso I, do art. 195 da


Constituição, para que os "demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício” também passassem a integrar a folha
de salários.

2.5.1.2. Faturamento ou receita (COFINS): contribuição incidente sobre a


totalidade de receitas auferidas pela pessoa jurídica;

· A COFINS foi instituída pela LC 70/91 e incidia sobre o faturamento


mensal das empresas, à alíquota de 2%. Os arts. 1º, 2º e 10 dessa Lei
complementar foram declarados constitucionais pelo Supremo Tribunal
Federal, em decisão proferida na ação declaratória de
constitucionalidade nº 1, in verbis:

“Ação Declaratória de Constitucionalidade. Artigos 1º, 2º, 9º


(em parte), 10 e 13 (em parte) da Lei Complementar nº 70, de
30.12.91. COFINS. - A delimitação do objeto da ação
declaratória de constitucionalidade não se adstringe aos limites
do objeto fixado pelo autor, mas estes estão sujeitos aos lindes
da controvérsia judicial que o autor tem que demonstrar. -
Improcedência das alegações de inconstitucionalidade da
contribuição social instituída pela Lei Complementar nº 70/91
(COFINS). Ação que se conhece em parte, e nela se julga
procedente, para declarar-se, com os efeitos previstos no
parágrafo 2º do artigo 102 da Constituição Federal, na redação
da Emenda Constitucional nº 3, de 1993, a constitucionalidade

13
dos artigos 1º, 2º e 10, bem como das expressões "A
contribuição social sobre o faturamento de que trata esta lei
não extingue as atuais fontes de custeio da Seguridade Social"
contidas no artigo 9º, e das expressões "Esta lei complementar
entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a
partir do primeiro dia do mês seguinte nos noventa dias
posteriores, aquela publicação,..." constantes do artigo 13,
todos da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991.
(ADC 1/DF; Ação Declaratória de Constitucionalidade; Relator:
Ministro Moreira Alves; Tribunal Pleno; DJ 16-06-1995; pp.
18213; Ement vol 1791-01; pp 88).

· Posteriormente, a Lei 9.718/98 além de majorar a alíquota desta


contribuição para 3%, ampliou a sua base de cálculo, a qual passou a ser
integrada por toda e qualquer receita.

· Posteriormente, a MP 135/2003, convertida na Lei 10.833/2003, além de


aumentar novamente a alíquota desta contribuição para 7,6%, criou a
incidência não cumulativa da COFINS (art. 1º). Essa lei previu que a
base de cálculo da Cofins, com a incidência não-cumulativa é o valor do
faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela
pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação
contábil (Lei nº 10.637, de 2002, art 1º, §§ 1º e 2º e Lei nº 10.833, de
2003, art. 1º, §§ 1º e 2º).

· a partir da EC 42/2003, a MP 164/2004 (convertida na Lei 10.865/2004)


instituiu a COFINS (e o PIS) incidente sobre a importação de bens e
serviços.

2.5.1.3. Contribuição social sobre o lucro

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· A contribuição social sobre o lucro líquido (CSSL) foi instituída pela Lei
nº 7.689/88, sendo que o Supremo Tribunal Federal já reconheceu a
constitucionalidade desta contribuição (RE n. 138.284 e RE n. 146.733).

· As mesmas normas de apuração e pagamento do IRPJ são aplicadas à


CSSL, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação
em vigor (Lei nº 8.981, de 1995, art. 57).

2.5.2. Contribuição de intervenção no domínio econômico

· Essas contribuições constituem instrumentos de intervenção da União


Federal no domínio econômico.

· A hipótese de incidência da contribuição de intervenção no domínio


econômico deve estar relacionada com a atividade econômica que irá
atuar como instrumento de intervenção estatal.

· Cabe à União Federal, no exercício de sua competência tributária,


instituir a contribuição de intervenção no domínio econômico. Assim
sendo, a União poderá instituir uma contribuição de intervenção no
domínio econômico sobre a renda e proventos de qualquer natureza
(hipótese de incidência do imposto de renda - art. 153, inciso III da CF),
ou sobre a importação de produtos estrangeiros (hipótese de incidência
do Imposto de Importação – art. 153, inciso I da CF).

· A União Federal não poderá desrespeitar as competências tributárias


atribuídas pela Constituição Federal aos Estados e aos Municípios.

· O contribuinte deste tributo deve exercer uma atividade diretamente


relacionada com a exploração da atividade econômica que se pretende
regulamentar

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· Roque Antonio Carrazza7 ensina que “Apenas quem explora, sob regime
de direito privado, a atividade econômica objeto de regulação estatal
pode ser compelido a recolher a específica ‘contribuição de intervenção
no domínio econômico”. E o quantum a ser cobrado a título de
contribuição de intervenção no domínio econômico deverá “(...)
corresponder à indenização a que os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios teriam jus pelos danos sofridos em decorrência da
exploração, em seus territórios, dos recursos minerais8”

· A alíquota e a base de cálculo desta contribuição deve considerar a


dimensão econômica dos prejuízos resultantes da exploração econômica
suportados pelos Estados, Municípios e Distrito Federal em seus
territórios.

· O inciso I, § 2º, do art. 149 da CF previu a não incidência destas


contribuições sobre as receitas decorrentes da exportação.

· O inciso II, do § 2º, do art. 149 da CF autorizou a instituição dessa


contribuição sobre a importação de bens e serviços do exterior.

2.5.2.1. CIDE-Combustível

· O parágrafo 4º (acrescentado pela EC 33/2001), do art 177 da


Constituição Federal dispõe:

“4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio


econômico relativa às atividades de importação ou
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e

7
Roque Antonio Carrazza. Curso de Direito Constitucional Tributário, 24ª ed. rev. ampl. atual., São Paulo,
Malheiros, p. 584.
8
Idem, ibidem

16
seus derivados e álcool combustível deverá atender aos
seguintes requisitos:

I - a alíquota da contribuição poderá ser:

a) diferenciada por produto ou uso;

b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se


lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b;

II - os recursos arrecadados serão destinados:

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool


combustível, gás natural e seus derivados e derivados de
petróleo;

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a


indústria do petróleo e do gás;

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de


transportes.”

· O art. 177, parágrafo 4º, inciso I, alínea “b” da Constituição Federal,


determina que a CIDE – combustível não se sujeita ao princípio da
anterioridade anual (art. 150, III, “b”).

· A Lei n. 10.336, de 2001, por sua vez, instituiu esta contribuição


incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus
derivados, gás natural e seus derivados e álcool etílico combustível.

· O inciso III, do art. 159 da Constituição Federal determina que a União


Federal entregue 29% do produto da arrecadação da CIDE-combustível
aos Estados e ao DF.

2.5.2.2. Outras contribuições de intervenção do domínio econômico


segundo posicionamento adotado pelo STF
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A) Adicional de Tarifa Portuária-ATP

· O ATP criado pela Lei nº 7.700/88, incide sobre as tabelas das tarifas
portuárias, sendo que sua receita deve ser destinada à formação de
recursos da Empresa de Portos do Brasil S.A. – PORTOBRAS.

· O STF manifestou-se acerca da natureza do ATP, tendo decidido que se


trata de uma contribuição de intervenção no domínio econômico (RE
209365 / SP – São Paulo, Relator: Ministro Carlos Velloso; Julgamento:
04/03/1999; Órgão Julgador: Tribunal Pleno; Publicação: DJ 07-12-
2000, p.p. 00050; Ementário Vol-02015-05, p.p. 00873 - RTJ Vol-
00176-01, pp 421).

B) Adicional ao frete para Renovação da marinha mercante-AFRMM

· Trata-se de contribuição cujo fundamento é o Decreto-Lei 2.404/87,


modificado sucessivamente pelo Decreto-Lei 2.414/88, pelas Leis
7.742/89, 8.032/90, 10.206/2001 (conversão da MP 1.109/95) e pela Lei
10.893/2004.

· Em que pese a discussão doutrinária e jurisprudencial acerca da natureza


jurídica deste tributo, a questão foi superado com a decisão do Supremo
Tribunal Federal, no ano de 1995, que decidiu que a natureza jurídica do
AFRMM é de contribuição de intervenção no domínio econômico.

C) Contribuição ao Instituto do Açúcar e do álcool - IAA

· Essa contribuição fundamenta-se nos Decretos-leis ns. 308/67, 1.712/79


e 1.952/82. Após uma grande divergência jurisprudencial acerca da
recepção da legislação acima citada pela Constituição Federal de 1988, o
STF pronunciou-se acerca da compatibilidade desta contribuição com a
Carta Magna (RE 214206/AL; Relator: Min. CARLOS VELLOSO;

18
Julgamento: 15/10/1997; Tribunal Pleno; DJU 29-05-1998, pp. 16;
EMENT VOL-01912-05, pp. 939).

2.5.3 Contribuições corporativas

· As contribuições corporativas são aquelas cuja receita é destinada


a um órgão ou entidade representante de uma categoria
profissional ou econômica.

· Tratam-se de contribuições de interesse de categorias profissionais


ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas
áreas e que objetivam fiscalizar e regular o exercício de atividades
profissionais ou econômicas. Ex: Contribuições arrecadadas pelos
sindicatos de seus filiados (prevista no art. 578 e seguintes da
CLT); contribuições arrecadadas pelos conselhos profissionais
(CRC, CREA, CRQ); INCRA, SESC, SENAC, SENAT, SEST,
SESI, SENAI.

· Essas contribuições incidem sobre a folha de salários e objetivam


financiar atividades que tem por escopo o aperfeiçoamento
profissional dos trabalhadores

· O STJ já manifestou o entendimento de que essas contribuições do


art. 240 da Constituição Federal têm a natureza de “contribuição
social geral” (Resp 662911 / RJ -RECURSO ESPECIAL
2004/0072911-2; Relator Ministro LUIZ FUX; Órgão Julgador:
Primeira turma, Data do Julgamento 14/12/2004; DJU 28.02.2005,
pp. 241).

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ESTUDAR AINDA PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

BIBLIOGRAFIA

CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 24ª


ed. rev. ampl. atual. São Paulo, Malheiros, 2008.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 29ª ed. São Paulo,
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