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ASPECTOS ASSISTENCIAIS E LEGAIS

UTILIZAÇÃO DE UM PLANO DE CUIDADOS EM


UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA

Equipe da Unidade de Terapia Intensiva do Instituto da Criança

RESUMO

É apresentado um plano de cuidados organizado pela


equipe médica e de enfermagem da Unidade de Terapia Inten-
siva do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É res-
saltada a importância da integração entre os diversos profis-
sionais que atuam junto à criança gravemente enferma. A
utilização do plano de cuidados favorece a racionalização do
trabalho e faz com que a assistência prestada ao paciente seja
precisa e objetiva.
O sucesso no tratamento de crianças internadas em uma
unidade de terapia intensiva pediátrica (UTI) depende de uma
série de fatores ligados evidentemente ao estado clínico dos
pacientes e, também, em grande parte, à assistência contínua
prestada à beira do leito, tanto pela equipe de enfermagem,
como pelo corpo médico.
Na UTI do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, essa as-
sistência é prestada ininterruptamente, 24 horas por dia, por
enfermeiras que se encarregam de diversas funções, desde
cuidados de higiene e alimentação até participação em ativida-
des mais complexas como alimentação parenteral ou diálise
peritoneal. A equipe médica, é composta de residentes de 2.° e
3.° ano e médicos assistentes. Colaboram os internos de 6.° ano
Instituto da Criança do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina (a unidade é área de estágio opcional).
da Universidade de São Paulo
1 Drs. A. Wong, D.M. Katayama, F.R.C.
Para que a atividade das duas equipes seja racional e efi-
Cardieri, J. Fázio Jr., M. Telles Jr., N.A. ciente é necessário que haja integração perfeita entre os profis-
Freddi. P.R.C. Nogueira, R. Ribeiro e W. sionais, de tal maneira a não haver superposição de trabalho ou
Garbin. Enfermeiras A.P. Torres, A.M.G.
Pierim, D.M. Garcia, E.S. Hojo. I.C. Sil- omissão de determinados aspectos do atendimento global.
va. M. Strkovice, M.D.S. Amaral, M.L
da Graça, M.S.S. Brando, R.A. Abe, Para racionalizar e dinamizar o trabalho conjunto dentro da
S.M.G. Lopes, V.C. Ferreira e V.l. Ina- UTI do Instituto da Criança foi elaborado pelos diversos profis-
mine.
Aceito para publicação em 30 de
sionais um plano de cuidados para o paciente gravemente en-
setembro de 1979, fermo (fig. 1). Nele são registrados todos os dados do paciente
para cada período de 24 horas, de modo que se pode ter uma
visão completa da sua evolução clínica diaria e os cuidados
intensivos prestados.
A atuação da equipe de enfermagem, em função da filosofia
de trabalho acima exposta, reveste-se de uma importância fun-
damental, uma vez que essa equipe deixa de ser simples exe-
cútante de ordens e tarefas para participar ativamente no pla-
nejamento dos cuidados diários dedicados à criança. A enfer-
meira é também capaz de replanejar seu trabalho dinamicamen-
te, em função das modificações do estado clínico de seu pacien-
te. Ela participa das discussões clínicas à beira dos leitos e, com
base na avaliação do plano de cuidados, fornece elementos para
essas discussões e coleta dados para fazer um planejamento em
conjunto com a equipe médica.

Utilização do plano Para o planejamento dos cuidados a enfermeira avalia o


de cuidados estado do paciente, discute as sugestões médicas e assinala
com um ponto ou marca os horários em que deverão ser feitos
os controles e prestados os cuidados. À medida que se realiza
esse trabalho os horários vão sendo assinalados.

A — Cabeçalho
1 — Nome: deverá ser legível e por extenso.
2 — Leito: o número do leito será o da UTI, colocando-se
entre parênteses a clínica de origem.
3 — Data de nascimento: deve constar dia, mês e ano de
nascimento da criança: não se deve mencionar a idade em dias,
meses ou anos simplesmente.
4 — Data de internação: anotar a data de internação na
UTI e não na clínica de origem.
5 — Hora: anotar o horário de admissão da criança na UTI.
6 — Diagnóstico: anotar o diagnóstico de entrada na UTI,
o diagnóstico de base e outros diagnósticos feitos durante a
internação e as datas dos mesmos.
7 — Data: é a determinação do dia em que é feito o pla-
nejamento dos cuidados.
8 — Peso: anotar o peso do dia e a hora em que foi aferido.
Quando houver necessidade de se pesar a criança mais de duas
vezes, deverá ser utilizada uma das colunas em branco destina-
das aos cuidados especiais.

B — Sinais vitais (fig. 2)


Os sinais vitais (temperatura, freqüência respiratória e car-
díaca, pressão arterial e pressão venosa central) deverão ser
anotados numericamente em horários planejados e demarcados.
Se a criança estiver em respiração artificial e houver ne-
cessidade de controle da freqüência respiratória da criança e
do respirador, deverá ser passado um traço vertical no espaço
destinado à freqüência respiratória, mencionando-se os valores
da seguinte forma (C = criança e Ap = aparelho) (Fig. 2-A).
Para controles de meia em meia hora utiliza-se um traço
diagonal, colocando-se em primeiro plano o primeiro horário.
Em cima e à esquerda as horas certas e embaixo e à direita as
horas e 30 minutos (Fig. 2-B).
A pressão venosa central (PVC) é medida com o paciente
em decúbito dorsal horizontal, considerando-se o zero da escala
no esterno, na altura do 2.° espaço intercostal.
A perfusão deverá ser anotada como boa, regular ou ruim,
de acordo com o preenchimento capilar e temperatura das ex-
tremidades.

C — Controle hídrico (fig. 3)


0 controle hídrico tem como objetivo facilitar o cálculo do
balanço calórico do paciente, utilizando-se as calorias fornecidas
pelos diversos líquidos recebidos (leite, alimentação parenteral,
dietas líquidas por sonda, soros, etc.).
1 — líquidos infundidos — Soro, sangue e plasma são con-
trolados da seguinte maneira: por exemplo, ao se instalar um
soro de 200 ml às 8 horas, para correr em 6 horas, escreve-se
a lápis, no horário em que foi instalado, o volume que deverá
ser infundido (no esquema, situação A). Se, acabado o plantão,
o total do soro infundido for 50 ml, a enfermeira deverá apagar
os 200 ml escritos inicialmente a lápis e anotar com caneta o
volume administrado (50 ml) e passar para o plantão seguinte
o volume restante, que novamente será escrito a lápis e assim
por diante (no esquema, situação B) (Fig. 3-A).
Se o paciente estiver recebendo mais de um tipo de soro,
este deverá ser computado separadamente, usando-se para isto
a coluna em branco, ou utilizando-se a mesma coluna do soro
com códigos diferentes. Por exemplo: paciente com 2 catéteres
venosos (Intracath), recebendo solução polarizante por um e
alimentação parenteral por outro.
2 — líquidos ingeridos — Deve-se anotar toda e qualquer
espécie de solução que for administrada por via oral. Por exem-
plo: se a criança está recebendo leite de vaca a dois terços,
100 ml de 3 em 3 horas, e água com glicose (30 ml nos interva-
los), utilizam-se códigos para diferenciar um líquido do outro
(Fig. 3-B)
Poderá ser utilizada a coluna em branco, se se preferir. As
demais colunas em branco poderão ser usadas para controle de
infusão de drogas (por exemplo, isoproterenol, dopamina, nora-
drenalina, etc.) e para controle de líquido infundido na mensu-
ração da PVC.
3 — líquidos eliminados — É anotado todo volume perdido.
a) diurese — Os volumes deverão ser anotados nos horá-
rios respectivos, considerando-se suas características de acordo
com a legenda abaixo:
AC — amarelo-claro
AE — amarelo-escuro
AV — avermelhado
Se houver necessidade, poderá ser anotada a diurese/mi-
nuto nos diversos horários.
b) evacuações — são anotadas as características de acordo
com a legenda abaixo e a quantidade através de cruzes.
+ — pouca quantidade AC — amarelo-claro
+ + — média quantidade AE — amarelo-escuro
4- -f + — grande quantidade PA — pardo
V — verde
P — preto
ML — melena
MC — mecônio
P — pastoso
SP — semipastoso
SL — semilíquido
L — líquido
c) SNG (sonda nasogástrica) — deve ser anotado se está
aberta ou fechada. Caso esteja aberta, anotar nos horários esta-
belecidos o volume drenado e sua característica de acordo
com a legenda abaixo.
AC — amarelo-claro
AE — amarelo-escuro
PA — pardo
V — verde
Obs.: quando houver intercorrência como hematêmese,
deve-se especificar. Na eventualidade de haver grande perda de
líquidos por SNG é importante a dosagem de eletrólitos nesse
material (sódio, cloro, potássio) para ulterior reposição ao
paciente.
d) drenos — devem ser estabelecidos horários para ordenha
e para anotação dos volumes drenados, diferenciando-se ambos
por códigos.
A coluna em branco é reservada para anotar outras perdas
como sudorese, vômitos, hemorragias, etc.
0 balanço hídrico é feito em cada turno de trabalho da en-
fermeira, a qual deverá anotar nos locais adequados os dados
parciais e o balanço total. Às vezes, há necessidade de se fazer
balanços mais freqüentes em função da patologia presente (gran-
des cirurgias, insuficiência renal aguda, espoliação hidreletro-
lítica intensa por diarréia e vômitos, etc.). Nesses casos, as
prescrições de soluções parenterais são feitas com maior fre-
qüência, com base nos balanços parciais (por exemplo, a cada
6 horas).

D — Cuidados especiais (fig. 4)

1 — fisioterapia respiratória — Consiste de drenagem pos-


tural, percussão torácica e vibração. É feita, como rotina, junta-
mente com aspiração, a cada 60 minutos (ou mais freqüente-
mente, se necessário) nas crianças intubadas ou traqueostomi-
zadas, em virtude do grande risco de acúmulo de secreções
brônquicas, que podem causar obstrução da cánula traqueal,
levando a retenção aguda de CCte, apnéia e óbito.
A fluidificação das secreções é feita continuamente pelo
sistema de fluidificação do próprio respirador, para as crianças
intubadas; ou por nebulização com máscara ou incubadora, para
as crianças com respiração espontânea.
2 — aspiração — É feita com técnica asséptica após fisio-
terapia e o aspecto da secreção é anotado, de acordo com as
siglas abaixo:
SFA — secreção fluida amarela
SFB — secreção fluida branca
SEB — secreção espessa branca
SEA — secreção espessa amarela
SEV — secreção espessa verde
SH — secreção hemorrágica

3 — higiene oral e ocular — são feitas de rotina em todos


os pacientes com água bicarbonatada e boricada, respectiva-
mente.
4 — movimentação passiva — Devem-se especificar os
segmentos mobilizados.
5 — mudança de decúbito — Usam-se as siglas:
DDH — decúbito dorsal horizontal
DLE — decúbito lateral esquerdo
DLD — decúbito lateral direito
DVH — decúbito ventral horizontal

As demais colunas em branco são reservadas para anotação


de outros cuidados, como nível de consciência, utilização de res-
piradores, glicosúria, cetonúria, proteinúria, cuidados específi-
cos de fisioterapia, etc.
Por exemplo, se o paciente estiver em respiração artificial
(Baby-Bird), com FiÜ2 = 50% deverá ser anotado desde as 20 h,
e se a FiCh for diminuída para 40% às 23 h, deverá ser anotado
(Fig. 4-A)

E — Outros cuidados (fig. 5)


Vários itens aqui considerados dizem respeito às precau-
ções que devem ser tomadas para se evitarem as infecções
hospitalares, que são muito comuns e também muito graves
dentro da UTI.
Equipos de PVC, frascos de drenagem torácica e curativos
— Devem ser substituídos a cada 24 horas, pelo menos.
Acessórios dos respiradores — Devem ser substituídos a
cada 48 horas e as incubadoras a cada 72 horas, por não haver
tempo material de trocas mais freqüentes. Os materiais para
cultura bacteriológica devem ser anotados e especificados.
Sondas nasogástricas — São substituídas a cada 72 horas,
alternando-se a narina. Deve ser anotada a data da troca.
Traqueostomia — Deve ser colocada a data da cirurgia e,
após a barra, a data da troca da cánula.
Flebotomía — Deve ser anotada a data em que foi realizada.
Intubação — Deve ser anotada a data da manobra e especi-
ficada se é a 1.a, 2.a, 3.a intubação, etc.
Intracath — Deve ser especificada a data da cateterização
venosa.

F — Antibióticos (fig. 5)

São anotadas as drogas em uso e o número de dias de


tratamento.

G — Observações de enfermagem

Deverão ser objetivas, claras e concisas. Devem se referir


a intercorrências ou acontecimentos relacionados com o pacien-
te, que não estejam explícitos em outros itens do plano de
cuidados (parada cardiorrespiratória, convulsões, hemorragias,
acidentes, cirurgias, exames especializados, etc.).

SUMMARY

Utilization of a Care Schedule in a Pediatric Intensive Care


Unit

A care schedule worked out by the medical and nursing


staff of the Pediatric Intensive Care Unit of Child Institute
of the Faculty of Medicine of the University of São Paulo, is
presented. The importance of integration among the different
Endereço para correspondência — professionals working in the Unit, is outlined. The use of a
Instituto da Criança
Hospital das Clínicas care schedule is helpful for the rationalization of the activity
Av. Dr. Enéías de Carvalho Aguiar s/n of the staff and makes medical and paramedical care to be
São Paulo — SP — CEP = 05403
Brasil precise and objective.

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