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LUCAS BAGGIO
LUCAS DE MATOS NUNES
SÉRGIO LUIZ MACCARI JUNIOR
1 – PROBLEMA...............................................................................................................4
1.1 – OBJETIVOS..................................................................................................................5
*Objetivos Específicos........................................................................................................5
............................................................................................................................................5
1.2 – Justificativa....................................................................................................................6
2 – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICA..............................................................................7
2.1-O Meio Físico...................................................................................................................7
Figura 1: Antiga abrangência da Lagoa do Sombrio (GOOGLE, 2008)................................8
2.1.1-Geologia e Relevo....................................................................................................10
2.1.2-Clima .......................................................................................................................14
O clima da região sul catarinense, em que se situa o município de Sombrio, é
diretamente influenciado pelas massas de ar polares (no período de junho a agosto,
especialmente, as condições de tempo na região variam de acordo com a
trajetóriaefetuada pelos centrso de ação dessas massas, provocando ventos do quadrante
sul) e tropicais atlânticos (com temperatura e umidade do ar elevadas, responsáveis pelos
ventos do quadrante norte, predominantes em todo o litoral catarinense), ocorrendo
algumas vezes intromissões das massas equatoriais continentais (o que favorece a
precipitação na formação das linhas de instabilidade) e tropicais continentais (quente e
seca, que favorecem o aumento da temperatura, mantendo o tempo seco e com pouca
nebulosidade). (SCHEIBE, L.F; PELLERIN, J. 1997).....................................................14
.........................................................................................................................................14
2.1.3-Solo .........................................................................................................................15
2.1.4-Hidrografia...............................................................................................................15
Figura 5: Rede hidrográfica do extremo sul catarinense ( GAPLAN, 1986)..................17
2.2.1-Flora.........................................................................................................................18
2.2.2-Fauna........................................................................................................................19
2.3- Caracterização do Meio Sócio-Econômico .............................................................20
3-FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA..............................................................................21
1 – PROBLEMA
Tendo como foco a Lagoa de Sombrio, devido à sua extensão e influência tanto no
clima como na vida dos seres ao seu entorno, foram constatadas irregularidades, que vão
desde o mau uso da água proveniente deste corpo hídrico, até a contaminação da lagoa com
efluentes sanitários e industriais.
Cabe salientar que a bacia do Rio da Laje constitui-se em outro ambiente reconhecido
como impactante negativo na Lagoa de Sombrio. Pois as atividades antrópicas desenvolvidas
no interior desta bacia como agricultura, fecularias e cerâmica, somados aos dejetos urbanos,
são citados nos literaturas como intensificadores da degradação da Lagoa. As drenagens
realizadas praticamente na totalidade dos banhados da bacia e nas margens da lagoa também
são citadas como intervenções negativas.
Então, perante o comprometimento deste manancial de água doce, surge à necessidade
do presente estudo para a posterior liberação ou não da referida obra.
1.1 – OBJETIVOS
*Objetivo Geral
*Objetivos Específicos
- Procurar junto aos proprietários de terras que se estendem até as margens das lagoas
que retirem as cercas na faixa dos 300 metros, facilitando o trânsito no entorno, bem como a
recuperação da vegetação nativa;
- Apoiar as iniciativas públicas e privadas para a recuperação da mata ciliar de forma
integrada;
1.2 – Justificativa
Já que o principal afluente da lagoa trata-se do Rio da Laje, que passa pela zona rural e
pela área urbana do município, e durante o seu percurso recebe efluentes domésticos e
industriais, resíduos sólidos lançados na margem do manancial, além de possíveis
contaminantes provenientes de atividades agrícolas, é interessante que o ecossistema seja
protegido urgentemente, antes que o quadro de destruição mantenha-se neste nível ou sofra
um aumento, tornando a situação praticamente irreversível.
Devido ao fato da Lagoa ser o maior manancial de água doce do extremo sul
catarinense, além do modo como o seu desaparecimento pode influenciar na economia e na
qualidade de vida da região, entende-se como necessária a criação de uma unidade de
conservação objetivando proteger e recuperar o ecossistema local, sendo que, paralelamente,
pode proporcionar um acréscimo na economia e se tornar um local de lazer e aprendizado
para os visitantes.
2 – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICA
Segundo Orssatto (2005), a Lagoa de Sombrio abrange uma área de 51,17 km², tendo
como perímetro 50,46 km e comprimento máximo de 16.700 m. Seu volume fica entorno de
28.979.400 m³. Nesta encontram-se profundidades de até 2 m, tendo seções de 0,90 m, já a
declividade média da lagoa é de 0,05%.
2.1.1-Geologia e Relevo
A área físico territorial da região da AMESC, segundo DNPM (1986), é composta por
6 unidades litoestratigráficas, destas, 2 são depósitos sedimentares (sedimentos
inconsolidados) e 4 são formações geológicas (formação rochosas). Sendo assim:
Planícies litorâneas: Corresponde a uma larga faixa situada na porção Leste da região,
paralela ao litoral, onde existem extensas praias arenosas, dunas e lagoas.
Segundo Sheibe (1997 apud FARIAS, 2000), o relevo que abrange o município de
Sombrio, apresenta quatro diferentes conjuntos geomorfológicos de idades e características
bem diferenciadas, tendo um sistema costeiro e lacustre que se localiza paralelo a costa,
formado pelas dunas e planícies do holoceano, e que contém cordões de lagoas. Uma zona de
colinas dissecadas de siltito que tem um relevo fortemente ondulado de colunas com
vertentes apresentando muitas ravinas, esculpidas nos siltitos e arenitos da formação Rio do
Rastro. Possui também a zona dos morros mais elevados, atingindo a altitude de 278 metros a
oeste da comunidade de Garuva. Na zona dos vales, encontramos os vales do rio da Lage e
seus afluentes que delimitam essa zona.
Segundo Scheibe (1997), o sistema costeiro apresenta um solo tipo areia quartzosas e
hidromórficos, na faixa paralela ao oceano, já no sistema lacustre os solos são hidromórficos e
orgânicos ou turfosos. Nas zonas de colinas dissecadas de siltito, contendo no solo siltitos e
arenitos, sendo solos pouco desenvolvidos e relativamente argilosos. A zona dos morros mais
elevados possui o arenito da Formação Botucatu, alguns basaltos, afloramentos de
diabásio.Sendo assim um solo do tipo podzólico, com forte gradiente textural, devido as
sobreposições de solos de diferentes granulometrias. A zona dos vales possui solos
hidromórficos no decorrer do curso dos rios, que a má utilização deste faz que no decorrer
deste os solos estejam menos hidromórficos e menos desenvolvidos, do tipo cambissolos.
2.1.4-Hidrografia
Sendo assim, o município de Sombrio possui uma grande reserva de recursos hídricos,
tendo destaque o lençol subterrâneo, que devido á poluição dos rios e lagos, este poderá
assegurar no futuro o abastecimento de água potável para a região.
No que diz respeito aos afluentes da Lagoa de Sombrio, segundo Scheibe (1997),
destaca-se o Rio da laje com uma bacia hidrográfica que atinge a maior parte do território do
município de Sombrio. Existem ainda o Rio Caverá, canal de ligação entre as lagoas do
Sombrio e do Caverá, o Rio Novo , que liga a lagoa principal à Lagoa de Fora e diversos
canais de drenagem localizados nas áreas baixas adjacentes. Ao sul da Lagoa de Sombrio está
situado o canal responsável pela ligação desta com o Rio Mampituba, que por sua vez
desemboca no Oceano Atlântico. Por este canal escoa todas as águas da Lagoa do Sombrio e,
conforme condições de ventos, marés e enchentes na bacia do Rio Mampituba, pode elevar o
nível de água na lagoa.
2.2.1-Flora
2.2.2-Fauna
Nas incursões realizadas no interior da lagoa e no seu entorno por Neubert et el (1999,
p.10), foram observadas a presença pouco freqüentes de frangos d`água, marrecas piadeiras,
marrecas do pé vermelho, garças, saracuras grandes e pequenas, carões, tarrãs, mergulhões,
quero-queros, chupins, sendo também relatada a presença de ratões, jacarés e lontras. Tendo a
ictiofauna relatada de forma sucinta, havendo uma pobreza nesta, encontrado-se assim carás,
traíras, tilápias, peixes duros, lambaris e carpas.
3-FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Dispõe sobre o tipo de unidade de conservação a ser implantada , a Lei 9.985 de julho
de 2000, que em seu artigo 7, inciso II, § 2°, onde justifica o objetivo da área a ser
implantada, assim sendo, no artigo 14, inciso I da mesma, esclarece a categoria mais
adequada ao uso futuro desta.
O plano de manejo que toda unidade de conservação deve dispor, segundo artigo 27 da
Lei 9.985, de 18 de julho de 2000 e que será elaborado, segundo artigo 12 do decreto federal
n. 4.340, de 22 de agosto de 2002, pelo órgão gestor da unidade de conservação, deverá
abranger neste caso a área da unidade de conservação e os corredores ecológicos, incluindo
medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades
vizinhas, assim descritos no artigo 27, § 1° da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000.
No que diz respeito ao uso da unidade de conservação, no artigo 15, § 3º ,artigo 27, §
1 e artigo 28, Art. 32, da lei 9.985, de 18 de julho de 2000 e artigos 5, 6 e 8 da resolução
conama nº 010, de 14 de dezembro de 1988, que tratam das possíveis atividades que poderão
se desenvolver no limite da unidade.
A partir deste momento, o decreto 4340/02 estabelece, por meio do art. 2º do Capítulo
I, a série de medidas que deverão ser aplicadas no processo de criação de uma unidade de
conservação do tipo Área de Proteção Ambiental.
Ainda nesta primeira etapa devem ser definidos os objetivos da unidade, traçados de
acordo com a situação em que se encontra o local, direcionando assim todas as ações para
alcançar um alto padrão de qualidade ambiental.
Os objetivos da APA da Lagoa do Sombrio são: reduzir gradativamente a emissão de
poluentes, que hoje contaminam a Bacia do Rio da Laje, e, por conseguinte, a lagoa; recuperar
as áreas afetadas pela poluição; fomentar projetos de desenvolvimento sustentável que
permitam a realização de atividades econômicas pelas famílias já residentes no local;
promover a manutenção e proteção do ecossistema, a fim de restabelecer o aparecimento
espécies nativas de fauna e flora; desenvolver programas de turismo e outras atividades
sustentáveis, com a finalidade de obter recursos revertidos ao custeamento de ações
administrativas e operacionais realizadas; e utilizar racionalmente os recursos ambientais,
para ações de interesse público, como o abastecimento de água.
Cada conselho contará com dez vagas, sendo cinco destinadas a órgãos do poder
público municipal, e cinco voltadas à sociedade civil. Aos órgãos municipais responsáveis
caberá definir as instituições que participarão de cada conselho.
As decisões, planos e propostas aprovadas nestes conselhos serão encaminhados ao
conselho consultivo integrado.
A representação neste conselho deve ser a mais abrangente possível, por meio de
dezesseis membros, englobando parcelas da sociedade civil, órgãos públicos ambientais e de
outras áreas de interesse, nos três níveis da Federação.
Quanto às oito vagas destinadas ao poder público, institui-se que todos os cinco
municípios banhados pela lagoa possuam um representante, de modo que as outras três vagas
sejam ocupadas por órgãos ambientais da esfera estadual e federal, e por um representante da
secretaria de desenvolvimento regional.
Este conselho, entre outra funções, deve elaborar seu regimento interno, acompanhar a
elaboração, implementação e revisão do Plano de Manejo da Unidade de Conservação; e
esforçar-se para atender aos interesses dos diversos segmentos sociais envolvidos.
Com relação ao Plano de Manejo, este deve ser elaborado pela FATMA, em conjunto
com o conselho integrado, sendo o documento técnico que determina o zoneamento da
unidade, as regras para uso dos recursos naturais, além de dispor sobre a ocupação do
território.
Os órgãos do SNUC, nas suas áreas específicas de atuação, são responsáveis pelo
estabelecimento de um prazo de 180 dias para a elaboração do roteiro metodológico básico do
Plano de Manejo, e cinco anos para a sua finalização, determinando diretrizes para a
administração da unidade.
Esta etapa é mais extensa e a que mais exerce influência nos resultados da
implementação de uma área de proteção ambiental.
Para facilitar o cumprimento dos objetivos iniciais da unidade, deve ser elaborado um
plano de gestão pelo conselho consultivo integrado, estipulando principalmente as atividades
passíveis de licenciamento, os perfis dos programas de ação e elaborando e implementando o
zoneamento e as respectivas atividades envolvidas.
Programas de Ação serão desenvolvidos, atuando principalmente na forma de projetos
de educação ambiental, informando moradores e turistas sobre como procederem nas mais
diversas situações cotidianas, para que suas atividades não sejam prejudiciais ao meio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho ficou evidente que a Lagoa do Sombrio possui relevante importância
social, econômica e ecológica para a região, de modo que entende-se como essencial a ação
imediata para a proteção e recuperação do local, e a criação de uma Área de Proteção
Ambiental, gerida de maneira séria e coerente, seria a solução mais adequada para esta
situação.
FARIAS, Vilson Francisco de. Sombrio: 85 anos natureza, história e cultura: para o
ensino fundamental. Sombrio, SC: Ed. do Autor, 2000. 328 p.d
LIBERATO, Ana Paula. Direito socioambiental em debate. Curitíba, PR: Juruá, 2006. 223
p.
MORSELLO, Carla. Áreas protegidas públicas e privadas : seleção e manejo. São Paulo:
Annablume, 2001. 343 p.
VIO, Antonia Pereira de Avila; BENJAMIN, Antonio Herman (Coord.). Direito ambiental
das áreas protegidas: o regime jurídico das unidades de conservação. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2001. 546 p.
SILVA, Jorge.Recursos Hídricos. Torres, 1987. Disponível em:
http://www.riogrande.com.br/turismo/litoral_torres_recursoshidricos.htm
Acessado em: 29 de maio de 2008.