Em dezembro de 1996 é publicada a nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN 9394/96) onde institui a Educação de Jovens e Adultos como Modalidade da Educação. Esse respaldo legal para a modalidade evidencia as características peculiares e as necessidades dos sujeitos jovens, adultos e idosos matriculados na EJA. Leôncio Soares(2002) afirma que a desde então “Estamos em um período de transição, convivendo com antigas práticas como a do ‘Ensino Supletivo’, marcada pelo aligeiramento do ensino, e uma nova concepção de educação expressa pelo direito e por uma educação de qualidade.”
O CENSO de 2000 revelou que Salvador possui cerca de 113.366
analfabetos absolutos, cerca de 5,07% das 1.804.631 pessoas com 15 anos ou mais de idade, além de 15,3% de analfabetos funcionais, que em termos absolutos representa 381.276 pessoas ( PNAD/IBGE – 2005), dados esses que quantificam o desafio que cada um de nós, professores da Educação de Jovens e Adultos deve ter como meta diária de redução.
Nesse contexto, a profissão docente assume um novo e grandioso desafio
que consiste no exercício/prática da educação popular, educação essa voltada para a luta pela libertação e desalienação, onde os sujeitos jovens e adultos matriculados não mais sejam submetidos a conhecimentos academicistas, distantes de sua realidade e sem nenhum sentido ou vínculo com seus desejos e experiências, mas sim, uma educação que convide os educandos a conhecer-se criticamente, conhecer e criticar a sua realidade a fim de iniciar um processo de permanente libertação.
“A educação popular constitui uma prática referida ao
fazer e ao saber das organizações populares, que busca fortalecê-la enquanto sujeitos coletivos, e assim, contribuir através de sua ação-reflexão ao necessário fortalecimento da sociedade civil e das transformações requeridas, tanto para a construção democrática de nossos países, como para o desenvolvimento econômico com justiça social.” (CEAL, 1994.p.73)
No que se refere à formação do educador de EJA, salientamos que a base
teórica fundamental deve estar pautada nos princípios freirianos da dialogicidade, educação popular, emancipação social, autonomia e sustentabilidade e nos pressupostos de DOWBOR que defende o desenvolvimento local, participação ativa (cidadã), descentralização política e fortalecimento dos sujeitos a partir de ações educativas bem planejadas. Ensinar as disciplinas como elas aparecem na vida, usar as múltiplas experiências da turma como base das aulas, mostrar que o ambiente escolar se modernizou acompanhando a evolução das sociedades, ampliar * Pedagoga, Mestranda em Educação pelo PPGEDUC/ UNEB, Especialista em Metodologia do Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação, Coordenadora Pedagógica da – SECULT/Salvador. os horizontes culturais dos estudantes (promovendo sua integração com os alunos das demais modalidades, valorizando as manifestações culturais locais, apresentando outras manifestações e linguagens existentes) são ações que possivelmente asseguraram interesse e permanência dos sujeitos nas aulas.
Milhões de brasileiros aumentam os indicadores de brasileiros com menos
de 4 anos de escolaridade
* Pedagoga, Mestranda em Educação pelo PPGEDUC/ UNEB, Especialista em Metodologia do
Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação, Coordenadora Pedagógica da – SECULT/Salvador.