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Abstract: The idea for the development of this graduation paper was born
from the observation that there are many different translations of the same
work and from the questioning for the reason of its existence. The aim of
this paper is to confirm that it is not possible to exist two equal translations
of the same work, once it depends on its reading and, consequently, on its
interpretation. So, even though there is no equal translations of the same
text, these translations must keep the idea of its original and also maintain
the author’s style. Jane Austen’s , Pride and Prejudice, has been selected
for being a well-estimated work and, despite being published in 1813, it
remains updated. The translators were chosen for probably having different
backgrounds, for Lúcio Cardoso is a well-estimated writer and Jean
Melville is a translator specialized in biographies.
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p.38), qualquer texto, seja ele classificado ou não como “literário”, será unicamente
“abordado através de uma leitura ou interpretação” e, desse modo, o tradutor somente
poderá ser fiel àquilo que considera ser o ‘original’, uma vez que essa interpretação
depende da sua formação cultural e social. Além disso, ser fiel a um texto não significa
traduzi-lo ao pé da letra, mas significa que a “consistência contextual deve prevalecer
sobre a correspondência palavra por palavra” (RODRIGUES, 2000, p.64).
A visibilidade ou a invisibilidade do tradutor é também outra questão amplamente
discutida por muitos teóricos. Existem os que não crêem ser possível o tradutor ser
“invisível” porque todo tradutor faz parte de uma comunidade social e, em toda e
qualquer comunidade sempre há um conjunto de idéias dominantes que influenciam
seus valores, determinando, assim, o modo como ele lê e analisa uma obra. Visto dessa
forma, Lauro M. Amorim (2005, p.36) considera que “[...] não haveria como o tradutor
ser “invisível” – de uma maneira ou de outra, ele está promovendo intervenções”, uma
vez que sua leitura é determinada pelos valores que o cercam.
Existe, contudo, uma área de estudo mais solidificada que acredita em uma
tradução “neutra”, devido ao esforço do tradutor em manter-se o mais “invisível”
possível, pois isto levaria o leitor a ter a impressão de ler o próprio original. Para Aubert
(1994, p.7), por exemplo, o tradutor tem a obrigação de “[...] abstrair o seu próprio ser,
tornar-se um mero canal, livre de “ruídos” ou outras obstruções à passagem “plena” do
texto original à sua nova configuração lingüística”, pois ele é um “escravo do texto e/ou
do autor do original” e está submetido “às restrições impostas pelas diversidades
lingüísticas e culturais”. Contudo, uma língua nunca terá o mesmo repertório cultural,
social e histórico de outra língua e muito dificilmente será possível encontrar
determinadas palavras, ou expressões que expressem exatamente os mesmos valores e
que transmitam uma visão de mundo igual, mas apesar de suas dificuldades, a tradução
continua a ser uma tarefa possível de ser realizada.
Outro fator que influencia muito uma tradução é a formação do tradutor. É muito
difundida a idéia de que um bom escritor traduzirá melhor do que um bom tradutor;
entretanto, nem sempre um escritor possui todas as habilidades que são reclamadas a
um tradutor. E, de maneira geral, isso não acontece, pois, além do escritor não ter todos
esses atributos, muitas vezes lhes falta “certa dose saudável de humildade”, porque,
normalmente, tendem a mudar o “estilo” do autor original em virtude do seu. Brenno
Silveira (2004) é bem enfático com relação aos escritores-tradutores:
[...] Seja como for, a verdade é que os escritores, em geral,
[escritores] não são bons tradutores, quanto à fidelidade. (p.122)
Um tradutor não poderia se sentir no direito de aprimorar o texto que traduz. Ainda
de acordo com Silveira (2004), o tradutor não é um “co-autor” do texto original,
portanto, ele tem de manter-se fiel aos ideais e ao estilo do autor, pois
[...] quando um tradutor “colabora” em algum texto e toma algum tipo
de liberdade com relação à forma como ele foi escrito ele usa de
“desonestidade intelectual” (SILVEIRA, 2004, p.54).
O que ele pode fazer é mudar a estrutura superficial do texto original de modo a
deixá-lo mais claro e coerente. Também o tradutor deve ter, além de cultura geral, uma
“cultura especializada quanto ao tema” da obra.
3. Análise comparativa das traduções em relação ao original
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Referências
AMORIM, Lauro Maia. Tradução e adaptação: Encruzilhadas da textualidade em Alice
no País das Maravillhas, de Lewis Carrol, e Kim, de Rudyard Kipling. 1. ed. São Paulo:
UNESP, 2005. 239 p.
ARROJO, Rosemary. Oficina de tradução: a teoria na prática. 4.ed. São Paulo: Ática,
1986. 88 p. (Princípios).
AUBERT, Francis Henrik. As (in)fidelidades da tradução. 2.ed. Campinas: Unicamp,
1994. 89 p.
AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. 1.ed. São Paulo: Civilização Brasileira, 2006.
430 p.
AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. 1.ed. São Paulo: Martin Claret, 2006. 320 p.
AUSTEN, Jane. Pride and Prejudice. Oxford: Oxford University Press, 1998. 351 p.
BARBOSA, Heloísa Gonçalves. Procedimentos técnicos da tradução: uma nova
proposta. 1.ed. Campinas: Pontes, 1990. 120 p.
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