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Estudo Comparativo das Traduções de Lúcio Cardoso e Jean


Melville, da Obra Pride and Prejudice, de Jane Austen
Comparative Study of Lúcio Cardoso and Jean Melville’s
Translations of Jane Austen’s Pride and Prejudice
Francine Bendochi

Centro de Comunicação e Letras – Universidade Presbiteriana Mackenzie


Rua Piauí, 143 – 01241-001 – São Paulo – SP

francinetraducao@yahoo.com.br

Resumo: A idéia para o desenvolvimento desse trabalho de graduação


surgiu após a observação de que existem várias traduções diferentes de
uma mesma obra e do questionamento sobre a razão de tal fato ocorrer. O
objetivo dessa monografia é provar que não é possível haver duas
traduções iguais de uma mesma obra, uma vez que ela depende da leitura
do texto e, conseqüentemente, de sua interpretação. Tem-se, então, que,
ainda que não haja duas traduções iguais de um mesmo texto, essas
traduções devem manter a idéia do original e o estilo do autor. A obra
Pride and Prejudice, de Jane Austen, foi selecionada por ser uma obra
renomada e que, apesar de ter sido publicada em 1813, ainda é atual. Os
tradutores escolhidos foram selecionados por terem, provavelmente,
formações sociais e culturais diferentes, visto que Lúcio Cardoso é um
escritor renomado e Jean Melville é um tradutor especializado em
biografias.

Palavras-chave: Tradução comparada. Lúcio Cardoso. Jean Melville.

Abstract: The idea for the development of this graduation paper was born
from the observation that there are many different translations of the same
work and from the questioning for the reason of its existence. The aim of
this paper is to confirm that it is not possible to exist two equal translations
of the same work, once it depends on its reading and, consequently, on its
interpretation. So, even though there is no equal translations of the same
text, these translations must keep the idea of its original and also maintain
the author’s style. Jane Austen’s , Pride and Prejudice, has been selected
for being a well-estimated work and, despite being published in 1813, it
remains updated. The translators were chosen for probably having different
backgrounds, for Lúcio Cardoso is a well-estimated writer and Jean
Melville is a translator specialized in biographies.
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Keywords: Compared Translation. Lucio Cardoso. Jean Melville.

1. Breve Panorama Histórico da Tradução


A tradução é necessária e utilizada há muito tempo. À tradução, está veiculada a
noção do progresso, de modo que ela é responsável pela unificação e consolidação de
muitas línguas e povos.
Alguns estudiosos, para indicar sua origem, mencionam o mito da Torre de Babel,
Com ela, na verdade, surgiram os intérpretes, isto é, pessoas que servem de
intermediárias entre sujeitos que não falam a mesma língua, traduzindo oralmente a
língua de um para a língua do outro.
Foi somente após a invenção da escrita, portanto, que surgiram os tradutores e que
eles se tornaram um dos maiores responsáveis pela ligação entre povos, raças e culturas;
além de poderem também ligar o passado com o presente.
Nas civilizações antigas, eram os escribas que dominavam a escrita, o ensino e a
tradução. Já em Roma, através das traduções, a cultura grega foi herdada, e foi Cícero
(55 a.C.) quem fez as primeiras reflexões sobre tradução em que prioriza o conteúdo
sobre a forma.
Somente no século XIV, com a criação das universidades, as traduções passaram a
ter a proteção da Coroa e deixaram os mosteiros. O século seguinte não teve grandes
avanços no âmbito tradutório.
Já o século XVI, um período de grandes acontecimentos, marcado pelo humanismo
e pela Reforma, deu à tradução um valor que nunca antes lhe havia sido confiado.
Com relação à Reforma, a tradução cumpriu uma função essencial, uma vez que a
Igreja Católica sempre se opôs à tradução dos textos bíblicos por temer a heresia e por
sustentar que a língua dos cristãos era o latim. Entretanto, para os reformistas era
fundamental que esses textos estivessem à disposição de todos e, portanto, deveriam ser
vertidos para a língua de cada país.
Já os tradutores do século XVII acreditavam que traduzir e escrever estavam
conectados. Durante o século XVIII, atividade tradutória na Europa era intensa, mas os
tradutores agiam como verdadeiros censores e revisores do texto original, e suas
traduções eram quase reescrituras dos originais.
No século XX, com o término da Segunda Guerra Mundial e com a formação da
Organização das Nações Unidas, o francês passou a ter a mesma importância dos
idiomas das nações que a fundaram e, assim sendo, os estudos sobre tradução
começaram a aumentar em razão da grande demanda. Com isso, a tradução deixou de
ser realizada apenas por “autores-escritores beletristas” para ser realizada,
principalmente, por lingüistas aplicados.
2. Sobre a tradução e o tradutor
Tendo em conta que grande parte da população é “ignorante” no que diz respeito ao
conhecimento de línguas estrangeiras, a tradução sempre foi e continua a ser a forma
mais acessível “às obras-primas da literatura mundial.” (BRUNEL et. al., 1983, p.31).
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Percebe-se, portanto, que a tradução existe por haver a necessidade de comunicação


entre um emissor e um receptor em que ocorre um “ruído” causado por uma variação
lingüística que bloqueia tal ação.
Uma das concepções mais difundidas e aceitas de tradução é a de que ela é um
trabalho realizado pelo homem por meio de “estratégias mentais” usadas “na tarefa de
transferir significados de um código lingüístico para outro” (Barbosa, 2004). Entretanto,
ela não pode ser somente a transferência de significados “estáveis de uma língua para
outra”, uma vez que isso seria inviável, “porque o próprio significado de uma palavra,
ou de um texto, na língua de partida, somente poderá ser determinado, provisoriamente,
através de uma leitura” (ARROJO, 1986, p.23) e o que na verdade acontece, segundo
Jacques Derrida (1980 apud ARROJO, 1986, p. 42), é “uma transformação: uma
transformação de uma língua em outra, de um texto em outro”. Ou seja, tradução é “[...]
“um fazer, um fazer intelectual que requer o domínio de operações mentais””
(BORDENAVE, 1987 apud BARBOSA, 2004, p.02). Esse processo mental que há de
ser feito para que a tradução ocorra é, para Brenno Silveira (2004), de “natureza
“circular””, pois, de um lado, o tradutor deve captar o que está escrito, não somente a
parte superficial do texto (palavras ou frases), mas também a sua profundidade para
poder adentrar a essência do contexto, do outro, ele tem de transpor sua compreensão
para a língua que traduz, sem que se perca nenhuma nuança do original, e, por último,
ele deve retornar à matriz e compará-la com o que escreveu, procurando manter sempre
uma “perfeita harmonia e equilíbrio de expressão”. Ainda sobre o papel do tradutor,
Aubert (1994) acredita que:
Como Receptor, o tradutor pode ser entendido, num primeiro
momento, como mais um dos destinatários da mensagem original.
[...]. No âmbito do ato tradutório, porém, esse Receptor – Tradutor
terá uma atitude diversa da do “leitor comum”. Nesse papel, a sua
leitura [...] tenderá a constituir uma primeira exploração dos
problemas de ordem lingüística (estilo, terminologia etc.) e factual que
a tarefa de traduzir o texto em questão lhe irá impor. (p. 26).
E nessa “exploração dos problemas” do texto, os tradutores enfrentam diversos
dilemas. Entre eles a questão da equivalência, da fidelidade e da invisibilidade do
tradutor.
A noção mais empregada do conceito de “equivalência” é a de que ela “[...] revela o
desejo dos autores de sistematizar e controlar um processo que concebem como o de
tentar igualar a tradução e o texto de partida.” (RODRIGUES, 2000, p. 27). Muitos
acreditam que isso não é viável, por isso o famoso e maldoso aforismo “traduttore,
traditore”, uma vez que ele classifica o tradutor como sendo incompetente na realização
da sua tarefa. Contudo, como existe variação entre uma situação de uma determinada
cultura e outra, é difícil definir e delimitar equivalência. Todavia, um texto pode ser
considerado equivalente a outro se eles forem iguais ou extremamente próximos em
significado.
Com relação à questão da fidelidade, todos acreditam, intuitivamente, que a
tradução tem a necessidade de ser fiel ao texto original. E, realmente, o tradutor deve
preocupar-se em traduzir uma obra da maneira mais fiel possível, ainda que “nem
mesmo o autor ‘original'” consiga “produzir uma tradução totalmente fiel e não-abusiva
de seus próprios textos precisamente porque não há nada definido ou estável ao qual se
possa ser fiel definitivamente” (AMORIM, 2005, p.35), pois, segundo Arrojo (1986,
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p.38), qualquer texto, seja ele classificado ou não como “literário”, será unicamente
“abordado através de uma leitura ou interpretação” e, desse modo, o tradutor somente
poderá ser fiel àquilo que considera ser o ‘original’, uma vez que essa interpretação
depende da sua formação cultural e social. Além disso, ser fiel a um texto não significa
traduzi-lo ao pé da letra, mas significa que a “consistência contextual deve prevalecer
sobre a correspondência palavra por palavra” (RODRIGUES, 2000, p.64).
A visibilidade ou a invisibilidade do tradutor é também outra questão amplamente
discutida por muitos teóricos. Existem os que não crêem ser possível o tradutor ser
“invisível” porque todo tradutor faz parte de uma comunidade social e, em toda e
qualquer comunidade sempre há um conjunto de idéias dominantes que influenciam
seus valores, determinando, assim, o modo como ele lê e analisa uma obra. Visto dessa
forma, Lauro M. Amorim (2005, p.36) considera que “[...] não haveria como o tradutor
ser “invisível” – de uma maneira ou de outra, ele está promovendo intervenções”, uma
vez que sua leitura é determinada pelos valores que o cercam.
Existe, contudo, uma área de estudo mais solidificada que acredita em uma
tradução “neutra”, devido ao esforço do tradutor em manter-se o mais “invisível”
possível, pois isto levaria o leitor a ter a impressão de ler o próprio original. Para Aubert
(1994, p.7), por exemplo, o tradutor tem a obrigação de “[...] abstrair o seu próprio ser,
tornar-se um mero canal, livre de “ruídos” ou outras obstruções à passagem “plena” do
texto original à sua nova configuração lingüística”, pois ele é um “escravo do texto e/ou
do autor do original” e está submetido “às restrições impostas pelas diversidades
lingüísticas e culturais”. Contudo, uma língua nunca terá o mesmo repertório cultural,
social e histórico de outra língua e muito dificilmente será possível encontrar
determinadas palavras, ou expressões que expressem exatamente os mesmos valores e
que transmitam uma visão de mundo igual, mas apesar de suas dificuldades, a tradução
continua a ser uma tarefa possível de ser realizada.
Outro fator que influencia muito uma tradução é a formação do tradutor. É muito
difundida a idéia de que um bom escritor traduzirá melhor do que um bom tradutor;
entretanto, nem sempre um escritor possui todas as habilidades que são reclamadas a
um tradutor. E, de maneira geral, isso não acontece, pois, além do escritor não ter todos
esses atributos, muitas vezes lhes falta “certa dose saudável de humildade”, porque,
normalmente, tendem a mudar o “estilo” do autor original em virtude do seu. Brenno
Silveira (2004) é bem enfático com relação aos escritores-tradutores:
[...] Seja como for, a verdade é que os escritores, em geral,
[escritores] não são bons tradutores, quanto à fidelidade. (p.122)
Um tradutor não poderia se sentir no direito de aprimorar o texto que traduz. Ainda
de acordo com Silveira (2004), o tradutor não é um “co-autor” do texto original,
portanto, ele tem de manter-se fiel aos ideais e ao estilo do autor, pois
[...] quando um tradutor “colabora” em algum texto e toma algum tipo
de liberdade com relação à forma como ele foi escrito ele usa de
“desonestidade intelectual” (SILVEIRA, 2004, p.54).
O que ele pode fazer é mudar a estrutura superficial do texto original de modo a
deixá-lo mais claro e coerente. Também o tradutor deve ter, além de cultura geral, uma
“cultura especializada quanto ao tema” da obra.
3. Análise comparativa das traduções em relação ao original
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Faremos a análise comparativa de alguns dos tópicos estudados anteriormente, a


partir do original de Pride and Prejudice, de Jane Austen, da tradução de Lúcio Cardoso
e de Jean Melville, respectivamente.
3.1 Diferenças entre uma língua e outra
No excerto abaixo, podemos verificar algumas soluções encontradas pelos
tradutores da obra estudada para solucionar o problema da falta de um correspondente
exato na língua de chegada:
“(...); that he came down on Monday in a chaise and four to see the
place, (…)” (p.01)
“E que além disso ele chegou segunda-feira numa elegante caleça a
fim de visitar a propriedade.” (p.07)
“Chegou numa segunda-feira, em uma carruagem puxada por quatro
cavalos, para visitar o local, (...)” (p.13)
Aqui, os tradutores traduziram “a chaise and four” por “elegante caleça” e por
“carruagem puxada por quatro cavalos”. A obra de David M. Shapard, The Annotated
Pride and Prejudice (2007, p.03), ao mencionar este trecho, ele explica que uma
“chaise” é um tipo de carruagem fechada com três assentos e “four” refere-se ao
número de cavalos que a puxam. Portanto, por ser um termo que não possui nenhum
correspondente perfeito, cada tradutor optou por traduzir da maneira que acreditou ser a
melhor e mais próxima do original.
3.2 Leitura e interpretação do tradutor
Um tradutor apenas será fiel àquilo que considera ser o texto ‘original’. Para melhor
comprovar este ponto, segue um fragmento analisado da obra:
“His brother-in-law, Mr Hurst, merely looked the gentleman; (...)”
(p.07)
“O cunhado, Mr Hurst, era o que se pode chamar de um gentleman,
sem outras características (...)” (p.15)
“O cunhado, Mr Hurst, não passava de um homem comum, (...)”
(p.18)
Aqui, percebemos novamente duas traduções bem diferentes uma da outra, pois
o trecho “merely looked the gentleman” é traduzido por “o que se pode chamar de um
gentleman, sem outras características” e por “não passava de um homem comum”. A
leitura e a interpretação de Cardoso para a personagem de Mr. Hurst é a de que ele é um
homem fino e de boa educação, já a interpretação de Melville do personagem é a de que
ele é apenas um senhor. Contudo, de acordo com David M. Shapard (2007, p.17), temos
duas características dadas para ‘gentleman’ na época, uma social, em que ‘gentleman’ é
usado para um homem que é rico o bastante para não precisar trabalhar; e outra moral,
em que o ‘gentleman’ é um homem cortês, refinado, honesto e generoso. Em princípio,
sugere Shapard, todo ‘gentleman’ no sentido social também deveria o ser no sentido
moral, entretanto, isso nem sempre ocorre, como é o caso do Mr Hurst. Com isso,
notamos mais uma vez que a interpretação de cada tradutor depende da sua formação
tanto cultural quanto social, devido ao fato de que o primeiro tradutor, por já ser
escritor, deixa o texto mais ‘poético’ e ‘suave’, enquanto que o segundo, que é um
tradutor especializado mais em biografias, faz uma tradução mais ‘simples’ e concisa do
fragmento.
3.3 Aspectos que o escritor-tradutor lida ao traduzir uma obra
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O excerto abaixo exemplifica uma atitude recorrente entre escritores-tradutores:


“ ‘When is your next ball to be, Lizzy?’ ” (p.06)
“ - Quando será o nosso próximo baile, Lizzy?” (p.12)
“ - Quando é o teu próximo baile, Lizzy?” (p.16)
Cardoso, o escritor-tradutor, muda o pronome possessivo na terceira pessoa do
singular, “your”, usado pela autora, para “nosso”, pronome possessivo na primeira
pessoa do plural. No original, Kitty, personagem que faz a pergunta à Lizzy, sua irmã,
questiona a data em que será realizado o baile que a irmã irá, ou seja, ela não diz que vai
ao baile junto da irmã. Enquanto que a tradução de Cardoso faz com que o LTT acredite
que Kitty irá ao baile também, porém ela apenas não sabe qual será o dia em que ele
acontecerá. Isto é, o tradutor-escritor toma uma liberdade que não lhe convém tomar e
com isso interfere no estilo da autora. Já Melville, apenas um tradutor, traduz o
pronome da língua estrangeira com seu equivalente na língua da tradução, “teu”,
mantendo, assim, o estilo do texto original.
4 Conclusão
A partir das teorias estudas e da análise realizada no capítulo anterior, podemos
perceber que ainda hoje vigoram os princípios básicos para uma boa tradução propostos
por Alexander Fraser Tytler (1791, apud ARROJO, 1986, p.13), que são: reproduzir, na
tradução, a idéia total do original; manter o estilo do autor do texto original no texto
traduzido e; conservar a fluência e a naturalidade da obra original na tradução.
Assim, vemos que é pouco provável que existam duas traduções iguais de uma
mesma obra, uma vez que toda tradução está sujeita a leitura e a interpretação de seu
tradutor, e esta será totalmente dependente da formação social, cultural e dos valores
que cercam o tradutor. Conseqüentemente, “[...] todos os textos são originais porque
toda a tradução é diferente. Toda tradução é, até certo ponto, uma criação e, como tal,
constitui um texto único.” (PAZ, 1971, apud ARROJO, 1986, p.11).

Referências
AMORIM, Lauro Maia. Tradução e adaptação: Encruzilhadas da textualidade em Alice
no País das Maravillhas, de Lewis Carrol, e Kim, de Rudyard Kipling. 1. ed. São Paulo:
UNESP, 2005. 239 p.

ARROJO, Rosemary. Oficina de tradução: a teoria na prática. 4.ed. São Paulo: Ática,
1986. 88 p. (Princípios).
AUBERT, Francis Henrik. As (in)fidelidades da tradução. 2.ed. Campinas: Unicamp,
1994. 89 p.
AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. 1.ed. São Paulo: Civilização Brasileira, 2006.
430 p.
AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. 1.ed. São Paulo: Martin Claret, 2006. 320 p.
AUSTEN, Jane. Pride and Prejudice. Oxford: Oxford University Press, 1998. 351 p.
BARBOSA, Heloísa Gonçalves. Procedimentos técnicos da tradução: uma nova
proposta. 1.ed. Campinas: Pontes, 1990. 120 p.
7

DELISLE, J.; WOODSWORTH, J. Os tradutores na história. 1. Ed. São Paulo: Ática,


2003. 359 p. (Múltiplas Escolhas).
RODRIGUES, Cristina Carneiro. Tradução e diferença. 1 ed. São Paulo: UNESP, 2000.
237 p. (Prismas).
SILVEIRA, Brenno. A arte de traduzir. 1.ed. São Paulo: UNESP, 2004. 223 p.
SHAPARD, David M. The annotated Pride and Prejudice. New York: Anchor Books,
2007. 739 p.

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