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Assistência de enfermagem no pós-transplante

de medula óssea na leucemia linfocítica aguda


na infância
Thaís Pedroso de Aquino
Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem.

Maria Cristina Sanna


Docente do Curso de Graduação em Enfermagem. Orientadora.

RESUMO
Objetivou se descrever condições de emprego do tratamento de transplante de medula óssea e
situar a assistência de enfermagem nesse contexto. Foram rastreadas publicações sobre o assunto
nos últimos dez anos, em três bases de dados informatizadas, foram encontrados 14 estudos,
resultando no material empregado neste trabalho. Breve revisão sobre aspectos etiológicos,
anátomo fisiopatológicos e terapêuticos da Leucemia Aguda na Infância, objetivando
contextualizar o cenário que identificou diagnósticos de enfermagem possivelmente encontrados
no cliente pediátrico portador dessa patologia e submetido a terapêutica. Apresentou se então,
propostas de prescrição de cuidados. 0 produto se presta à atualização do enfermeiro sobre
assunto, podendo ajudá lo na implementação da assistência individualizada e sistematizada.
Descritores: Assistência de enfermagem; Transplante de medula óssea; Leucemia Linfocítica.

Aquino TP, Sanna MC. Assistência de enfermagem no pós-transplante de medula óssea na leucemia
linfocítica aguda na infância. Rev Enferm UNISA 2001; 2: 45-51.

INTRODUÇÃO Segundo BARRIGA et al (1999) o TMO é atualmente


um tratamento para diversas enfermidades hematológicas
O papel assistencial do enfermeiro abrange ações que sendo, para as leucemias, uma alternativa com grandes
este realiza quando assume a responsabilidade de atender chances de cura. No caso da leucemia linfocítica aguda (LLA),
às necessidades de cuidados de enfermagem nos níveis uma das neoplasias mais comuns na infância, o TMO não é
preventivo, curativo e de manutenção da saúde dos o tratamento de primeira escolha. A LLA pode ser curada
pacientes, suas famílias e pessoas significativas. Este é um na primeira remissão, com o emprego de quimioterapia
papel que o enfermeiro realiza por meio da utilização do (DEPARTMENT OF HEMATOLOGY AND BONE MARROW
processo de enfermagem, que é a base de toda prática de TRANSPLANTATION, 1980). Porém, quando isso não
enfermagem. (SMELTZER, BARE 1998), Isto se dá em ocorre, é necessária a realização do TMO, razão pela qual o
qualquer relação de cuidado em que a qualidade do processo enfermeiro que se dedica à assistência oncológica pediátrica
e do produto da assistência de enfermagem seja buscada e deve estar preparado. 0 TMO é dividido em quatro fases e o
não é diferente quando se trata do pequeno paciente sucesso em cada uma delas depende da constante atuação
submetido ao transplante de medula óssea (TMO) cujo do enfermeiro. A fase mais complexa do TMO, quando este
cuidado, pela grande importância que representa para o deve estar mais atento, é o pós TMO, período em que mais
sucesso da terapêutica e pelas peculiaridades que envolvem graves e variadas complicações podem surgir. Reconhecendo
o cliente nessa faixa etária, exigem que a equipe de a importância dessa atuação e constatando que há poucas
enfermagem atue em todas as fases. Um especial destaque informações reunidas e sistematizadas sobre o tema, elegeu
nessa empreitada está reservado ao enfermeiro, a quem se como objeto de estudo a sistematização da assistência de
cabe, além dos cuidados com o corpo biológico do paciente, enfermagem às crianças portadoras de LLA após a realização
entre outras atribuições, a explicação sobre as possíveis do TMO.
intercorrências e de complicações (RIUL; AGUILLAR, 1996). Assim, temos como objetivo: a partir da recuperação e

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organização do conhecimento disponível nas publicações nos últimos 25 anos tem sido um triunfo da terapia e um
sobre o assunto, descrever os aspectos etiológicos, anátomo exemplo para o tratamento do câncer no adulto, como
fisio patológicos e terapêuticos que envolvem a realização afirmam FERREIRA , FERNANDES; PINHEIROS (1997).
do TMO na LLA na infância e apresentar um roteiro para a As leucemias são divididas em dois tipos gerais:
assistência de enfermagem sistematizada no período pós Leucemia Linfóide (produção cancerosa de células linfóides,
transplante, facilitando dessa maneira a programação dos comumente começando num linfonodo ou noutro tecido
cuidados de enfermagem para esta população. linfóide e, em seguida, disseminando se para outras áreas
do corpo); Leucemia Mielóide (produção de células mielóides
METODOLOGIA jovens na medula óssea, que depois se espalham pelo corpo,
de modo que os glóbulos brancos são produzidos em muitos
As pesquisas bibliográficas realizadas constituem no órgãos extramedulares, especialmente nos linfonodos, no
levantamento de publicações científicas relacionadas com baço e no fígado) (GUYTON; HALL, 1997). Na leucemia
o tema, no período compreendido entre 1980 e 2000. As mielóide, o processo canceroso ocasionalmente produz
bases informatizadas consultadas foram a MEDLINE, células parcialmente diferenciadas, resultando em leucemia
LILACS, BDENF e a Biblioteca Dr. Milton Soldani Afonso neutrofilica, leucemia eosinofilica, leucemia basofilica ou
situada na Universidade Santo Amaro. Durante a consulta leucemia monocítica. Mais freqüentemente, entretanto, as
foram utilizados os seguintes unitermos LLA, Enfermagem células leucêmicas são bizarras e indiferenciadas, não se
e TMO. identificando com qualquer um dos glóbulos brancos
Do resultado deste pesquisa foram selecionados 143 normais. Comumente, quanto mais indiferenciada é a célula,
publicações das quais 36 eram relacionadas com a assistência mais aguda é a leucemia, geralmente levando à morte dentro
de enfermagem no TMO, destes somente 16 foram de poucos meses, se não tratada (GUYTON HALL, 1997).
encontrados.
Análise e Síntese do Material: leitura informativa ou Aspectos fisiopatológicos da leucemia linfocítica
exploratória: constituiu na leitura do material, para saber aguda
do que tratavam os artigos; leitura seletiva: constituiu na A Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) é uma afecção
descrição do material quanto à sua pertinência ou não ao maligna, originária do sistema linfático, caracterizada por
estudo, descartando os artigos que não eram pertinentes uma proliferação incontrolada de células linfóides jovens
ao tema de interesse; leitura crítica ou reflexiva: constitui (linfoblastos), que invadem a medula óssea e eventualmente
na busca pelas definições conceituais sobre LLA na infância, outros órgãos (COSTA TELES, COSTA, 1991). Os órgãos
aspectos fisiopatológicos, etiologia, sinais e sintomas, altamente vascularizados como o fígado e o baço, são os mais
alternativas terapêuticas e sistematização da assistência gravemente afetados. Para compreender a fisiopatologia do
de enfermagem no TMO, e suas complicações, apresentados processo leucêmico, é importante esclarecer dois conceitos
pelos autores dos textos, através da apreensão, análise, errôneos comuns. Em primeiro lugar, embora a leucemia
compreensão e julgamento das definições, quando foi consista numa super produção de leucócitos, a forma aguda
possível refletir sobre as opiniões dos autores. mais freqüente está associada a uma baixa contagem de
Sistematização do conteúdo e organização em tópicos e leucócitos, (daí o termo leucemia). Em segundo lugar, estas
subitens, com aparição da indicação da fonte bibliográfica células imaturas não atacam nem destroem
onde se obteve a informação, a seguir listados. deliberadamente as células sangüíneas normais ou os
tecidos vascularizados. A destruição celular ocorre por
RESULTADOS infiltração e competição subseqüente por elementos
metabólicos. (WEALEY, WONG, 1997).
Leucemias na infância - conceitos básicos
A leucemia, que é o câncer dos tecidos hematopoiéticos, Etiologia
constitui a forma mais comum de câncer em crianças O desenvolvimento da leucemia foi associado a:
brancas com menos de 15 anos de idade e de 2,4 por 100.000 exposição à radiação ionizante, exposição a certas
entre as crianças negras. Ocorre mais freqüentemente em substâncias químicas e tóxicas (exemplo benzeno, agentes
meninos que em meninas, depois de 1 ano de idade. Em alquilantes), vírus do linfoma leucemia da célula T humana
países desenvolvidos, o câncer constitui a primeira causa (HTLV 1) em certas regiões do mundo, incluindo o Caribe
de morte por doenças em crianças, adolescentes e adultos e o sul do Japão, suscetibilidade familiar; e distúrbios
jovens. Nesse contexto, as leucemias contribuem com genéticos (síndrome de Down, anemia de Fanconi)
aproximadamente um terço das neoplasias infantis, sendo (NETTINA, 199,8).
a leucemia linfocítica aguda a mais comum (FERREIRA,
FERNANDES; PEIROS, 1997). Trata se de uma das formas Sinais e sintomas
de câncer que vem apresentando melhoras surpreendentes Geralmente são: fadiga (relacionada principalmente à
nas taxas de sobrevida. Segundo “ALEY WONG (1997), ela anemia); febre, infecções geradas pela ausência de leucócitos
é 4 anos para 80% das crianças atendidas nos grandes maduros, trombocitopenia, baixa contagem de plaquetas no
centros de pesquisa, e a maioria destas crianças foram sangue; sangramento (petéquias, equimoses, epistaxe e
curadas.. 0 aumento da sobrevida das crianças com câncer sangramento gengival), linfadenopatia generalizada,

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esplenomegalia e hepatomegalia, resultados da infiltração - Pré TMO (pré admissional e preparo para o
de células leucêmicas, dor óssea, resultante da infiltração transplante),
sub perióstea; cefaléia, vômitos, papiledema, paralisia dos - Aspiração, processamento e infusão de medula óssea
nervos cranianos e outras manifestações no sistema nervoso (coleta de medula, preparo e infusão);
central (SNC) resultantes da infiltração leucêmica nas - Pós TMO (enxertamento e proliferação da medula);
meninges, podendo ocorrer também hemorragias - Complicações do Pós TMO (efeitos colaterais
intracerebrais ou sub aracnóides (ROBBINS; COTRAN; relacionados ao tratamento).
KUM^ 1996).
Sistematização da assistência de enfermagem no
Alternativas terapêuticas para a LLA na infância pós TMO e suas complicações
Indução da remissão. Quase imediatamente após a Decidida a introdução da TMO como alternativa
confirmação do diagnóstico, inicia se a terapia de indução, terapêutica, é preciso que a Enfermagem proceda ao
com duração de 4 a 6 semanas. Os principais fármacos reconhecimento das necessidades assistenciais do cliente e
utilizados para a indução da remissão da LLA incluem providencie os cuidados que este necessita. Observando se
vincristina, asparaginase, metotrexate, mercaptopurina e o prescrito na taxonomia diagnóstica da NANDA (1996),
dexametasona (RODRIGEZ; CALADO, 1998). A terapia que propõe a padronização da linguagem entre disciplinas,
farmacológica para a indução da remissão da LLA inclui fazendo com que os enfermeiros articulem com clareza os
ainda doxorrubicina ou daunorrubicina e cistosina cuidados com o paciente, organizou se uma proposta de
arabinosídeo podem se utilizar outros fármacos, sendo esta sistematização da assistência de enfermagem relacionada
combinação a mais freqüente em protocolos de tratamentos ao período citado de tratamento, que sirva como condutora
brasileiros. Como muito dos fármacos também causam do cuidado adequadamente decidido em função de cada
mielossupressão dos elementos sangüíneos normais, o cliente em particular. Para tanto, relacionou se os
período que se segue imediatamente a uma remissão pode diagnósticos de enfermagem passíveis de serem
ser crítico. 0 organismo carece de qualquer defesa e torna encontrados nessa situação e suas respectivas prescrições,
se altamente susceptível a infecções e hemorragias como se verá a seguir, considerando as informações obtidas
espontâneas (WHALEY, WONG, 1997). na literatura pesquisada. Este roteiro se refere
Terapêutica de manutenção. Esta é iniciada logo após a principalmente ao período pós TMO, mas alguns cuidados
terapia de indução e consolidação com sucesso, com o se estendem para todo o processo, devendo se observar a
objetivo de preservar a remissão e reduzir ainda mais as particularidade de cada período e paciente, quando for
células leucêmicas (WHALEY WONG, 1997). empregado. Nele se pode observar a enunciaçao do
Reindução após recidiva. Quando, após o início da diagnóstico, segundo o padrão de resposta humana a cada
manutenção ou seu término, se observa células leucêmicas situação e a correspondente conduta a ser adotada, com as
na medula óssea, no SNC ou no testículo, a criança sofreu respectivas indicações de qual material bibliográfico foram
recidiva. 0 tratamento nessa fase consiste em reindução com extraídos. Quinze possíveis diagnósticos foram
predinisona e vincristina, juntamente com a combinação relacionados, como se verá a seguir.
de outros fármacos não utilizados anteriormente (“ALEY; DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: alto risco de
WONG, 1997). infecção relacionado com as defesas corporais deprimidas
Transplante de Medula óssea. 0 TMO é um (WHALEY; WONG, 199 ?Y1 potencial para infecção
procedimento que consiste na infusão, por via intravenosa, relacionado com resposta imunoalterada (OLIVEIRA;
de sangue de medula óssea obtido de doador previamente FERNANDES, l994).
selecionado, em receptor adequadamente condicionado. A
sua finalidade é reconstruir o órgão hematopoiético Prescrição de enfermagem (WHALEY; WONG,
enfermo, devido à proliferação celular neoplásica, como é o 1999)
caso nas leucemias (RIUL; AGUILLAR, 1996). 0 TMO vem - Colocar a criança em quarto privativo,-
sendo utilizado com sucesso no tratamento de LLA mas não - Solicitar aos visitantes e à equipe que utilizem técnica
é indicado para o paciente com LLA durante a primeira fase correta de lavagem de mãos,-
de remissão pois, em muitos casos, e observada a melhora - Proceder à triagem de todos os visitantes e da equipe
da criança só com o uso de quimioterápicos na primeira de saúde à procura de sinais de infecção,-
remissão quando isso não ocorre há a indicação para a - Utilizar técnica asséptica para todos os procedimentos
realização do TMO (WHALEY; WONG, 1997). 0 TMO invasivos;
representa uma terapêutica que viabiliza a utilização de - Monitorar a temperatura;
doses de agentes quimioterápicos em doses cuja toxicidade - Avaliar local potencial de infecção na criança, pois nem
hematológica seria proibitiva, não fosse a possibilidade de todos os lugares poderão ser freqüentados pela criança;
se resgatar através da infusão de células tronco do próprio - Fornecer dieta nutricionalmente completa para a idade
indivíduo objeto do transplante (autólogo) ou de um doador do paciente;
compatível (alogênico) (ODONE, 1996). - Evitar a administração de vacinas com vírus atenuado
Segundo RIUL; AGUILLAR (1996), o tratamento de à criança com o sistema imune deprimido;
TMO compreende quatro fases: - Administrar vacinas com vírus inativado, conforme

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prescrito; e - Evitar ulceração oral e retal;
- Administrar antibióticos, conforme prescrito. - Evitar administrar medicamentos como aspirina e
outros agressores da mucosa gástrica;
Prescrição de enfermagem (OLIVEIRA;
FERNANDES, 1994) Prescrições de enfermagem (COSTA TELES; COSTA,
1991)
- Explicar à criança e aos pais, os efeitos colaterais das - Avaliar o pulso e a pressão arterial em intervalos
drogas; específicos, acompanhando resultados de exames
- Preparar a medicação com técnica rigorosamente laboratoriais (hematócritos e hemoglobina);
asséptica; - Observar eliminações intestinais e vesicais
- Manter precauções especiais com o manejo das (quantidade, cor e aspecto),
eliminações; - Colocar o paciente em decúbito lateral ou semi sentado
- Verificar e registrar sinais vitais de 4/4h comunicar em caso de gengivorragia ou epistaxe;
alterações; - Remover coágulos, na medida do possível, aplicando
- Comunicar temperatura maior que 38’C, calafrios, curativo compressivo com gaze;
sudorese, edema, calor, dor, hiperemia e esxudato em - Administrar medicações e instalar hemoderivados
qualquer superfície corporal,- prescritos, levando se em conta o grupo ABO/Rh, tendo
- Observar e comunicar alterações nas condições vigilância constante às reações transfusionais.
respiratórias, mentais, na freqüência urinária, erupções
cutâneas e diarréia; Diagnóstico de enfermagem:
- Examinar locais que possam servir como porta de - Alto risco de lesão (cistite hemorrágica) relacionado
entrada para patógenos (acesso venosos proeminências com a interferência na proliferação das células (WHALEY,
ósseas e cavidade oral),- WONG, 1999)
- Limpar a pele com álcool a 70% antes de puncionar
veias ou artérias, Prescrição de enfermagem:
- Lavar as mãos antes e após cada procedimento com a - Observar o aparecimento de hematúria e comunicar
criança, qualquer sinal de cistite; Oferecer livre ingestão de líquidos
- Evitar procedimentos por via retal (verificação de (3MI/M2 /dia),
temperatura, aplicação de supositórios) e injeções - Estimular a criança a urinar freqüentemente, incluindo
intramusculares.- o período noturno;
- Proteger a criança de traumatismos e acidentes; - Administrar fármacos que irritam a bexiga no início
- Orientar a criança e os pais, quanto a inadequação de do dia.
procedimentos por via retal e injeções intramusculares.
Diagnóstico de enfermagem:
Diagnóstico de enfermagem - Risco para temperatura - Potencial para déficit de volume de líquido, relacionado
corporal alterada (hipertermia) (COSTA,-TELES, COSTA, com náuseas e vômitos (“ALEY; WONG, 1999) (OLIVEIRA
1991). FERNANDES, 1994)

Prescrições de enfermagem - Manter a temperatura Prescrições de enfermagem: (WHALEY WONG,


ambiente adequada, verificando a temperatura corporal a 1999)
cada 4 h; - Administrar uma dose inicial de antiemético antes da
- Utilizar compressas em temperatura inferior à do administração de outros medicamentos, como prescrito;
paciente nas hipertermias resistentes à medicação). - Avaliar a resposta da criança ao antiemético;
- Evitar alimentos de odores fortes;
Diagnóstico de enfermagem - alto risco de lesão - Destampar a bandeja de alimentação fora do quarto
(hemorragia) relacionado com a interferência na da criança; Incentivar a freqüente ingestão de líquidos em
proliferação das células (WHALEY WONG, 1999) (COSTA pequena quantidades, durante e após a quimioterapia;
TELES, COSTA, 1991) - Administrar líquido via endovenosa, quando indicado/
prescrito.
Prescrição de enfermagem (WHALEY WONG, 1999)
- Utilizar medidas locais para interromper Prescrição de enfermagem (OLIVEIRA;
sangramentos; FERNANDES, 1994):
- Restringir atividades de risco; - Observar os locais de punção (permeabilidade do soro,
- Evitar punções quando necessário; infiltração, flebite),
- Observar a ocorrência de sangramento após um - Observar e registrar as características dos vômitos
procedimento; - Estar atento para manifestações hemorrágicas
- Mudar o colchão de lado e/ou utilizar colchão com alívio observando condições da pele, mucosas, palidez ansiedade,
de pressão; dispnéia, cianose, taquicardia, hipotensão;

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- Fazer controle rigoroso da diurese (volume, coloração, - Permitir que a criança participe da seleção e preparo
freqüência e ph); dos alimentos;
- Observar sinais de desidratação (mucosas secas e turgor - Tornar a comida atraente;
da pele diminuído). - Lembrar as práticas alimentares habituais das crianças
de cada grupo etário, como ocorrência normal de anorexia
Diagnóstico de enfermagem: fisiológica.
- mucosas alteradas, relacionadas com administração de
agentes quimioterápicos (Mucosite) (V~HALEY; WONG, Prescrições de enfermagem (OLIVEIRA;
1999) (COSTA; TELES, COSTA, 1991) FERNANDES, 1994):

Prescrições de enfermagem (WHALEY; WONG, - Pesar e registrar a diferença ponderal diária;


1999): - Oferecer alimentos favoritos e bem tolerados pela
criança, de preferência alimentos ricos em calorias e
- Inspecionar diariamente a boca à procura de úlceras proteínas;
orais, Instituir higiene oral meticulosa assim que começar a - Oferecer refeições em pequenas e freqüentes
administração de um fármaco que provoca úlceras orais; quantidades, em vários períodos dos dias; Proporcionar
- Utilizar escova dental com cerdas macias, espátula ambiente tranqüilo e calmo durante as refeições,
envolta no algodão ou dedo envolto na gaze; - Proporcionar higiene oral freqüente após as refeições;
- Aplicar anestésicos locais nas áreas ulceradas antes das - Ajustar a dieta para antes ou após a quimioterapia, de
refeições, ou quando necessário; acordo com a preferência e tolerância da criança.
- Aplicar hidratantes nos lábios,
- Estimular ingestão de líquidos; Diagnóstico de enfermagem: imagem corporal
- Utilizar um canudo; alterada relacionada com a queda dos cabelos (WHALEY,
- Evitar sucos com ácido ascórbico e alimentos quentes WONG, 1999)
ou frios demais ou condimentados,
- Administrar medicamentos antiinfecciosos, conforme Prescrições de enfermagemRESCRIÇÕES DE
prescrito. ENFERMAGEM:

Prescrição de enfermagem (COSTA; TELES, - Conversar com a criança sobre a queda dos cabelos,
COSTA, 1991) para que ela futuramente aceite sua imagem,
- Realizar bochechos com solução bicarbonatada a cada - Providenciar proteção adequada durante a exposição
hora a após as refeições, solar;
- Realizar limpeza oral com instilação da solução (água - Recomendar manter os cabelos finos limpos, curtos e
destilada e água oxigenada 1: 1) sob pressão, removendo cheios;
placas bacterianas (quando houver) com auxilio de um palito - Explicar que o cabelo começa a crescer dentro de 3 a 6
envolto em algodão esterilizado; meses e pode ser ligeiramente diferente na sua cor ou
- Administrar medicações prescritas e pomadas textura;
anestésicas antes das refeições, incentivando a alimentação. - Incentivar a boa higiene, arrumação do cabelo e objetos
apropriados para o sexo.
Diagnóstico de enfermagem:
- nutrição alterada: menor que as necessidades corporais Diaghnóstico de enfermagem: imagem corporal
relacionadas à perda de apetite (WHALEY WONG, 1999); alterada relacionada com a face “de lua cheia” (WHALEY
nutrição alterada ingestão menor que as exigências WONG, 1999).
corporais, relacionada à inabilidade para ingerir e absorver
nutrientes (OLIVEIRA; FERNANDES, 1994) Prescrições de enfermagem:
-Estimular a rápida reintegração com as pessoas que
Prescrição de enfermagem (WHALEY, WONG, 1999): convivem com ela no dia a dia;
-Enfatizar que esta alteração é temporária,
- Incentivar os pais a não pressionar a criança para comer; -Avaliar cuidadosamente o ganho ponderal;
explicar perda de apetite; Permitir que a criança como -Incentivar a visita de amigos antes da alta hospitalar.
qualquer alimento por ela tolerado,
- Oferecer líquidos e alimentos semi sólidos, que não Diagnóstico de enfermagem: mobilidade física
exijam esforços de mastigação e deglutição; comprometida relacionada com comprometimento
- Explicar o aumento de apetite a partir do uso de neuromuscular (WHALEY; WONG, 1999), intolerância à
esteróides; atividade relacionada com a fraqueza generalizada
- Aproveitar qualquer período de fome; servir pequenos (OLIVEIRA; FERNANDES, 1994)
lanches; Enriquecer os alimentos com suplementos
nutritivos; Prescrições de enfermagem (WHALEY, WONG,

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1999): Prescrições de enfermagem (OLIVEIRA;
FERNANDES, 1994):
- Incentivar a deambulação, quando a criança for capaz; - Permitir que os pais e a criança expressem livremente
- Alterar a atividade, inclusive a escolar. os seus pensamentos e sentimentos;
- Informar sobre o desenvolvimento da doença e sobre
Prescrição de enfermagem (OLIVEIRA; os efeitos colaterais das medicações utilizadas no
FERNANDES, 1994) tratamento
- Dar apoio emocional a criança e à sua família.
-Estimular a participação em exercícios programados,
adequados ao estado físico; Prescrição de enfermagem (COSTA; TELES; COSTA,
-Transmitir energia positiva e encorajadora; 1991):
-Mostrar aos pais e a criança a importância da - Providenciar assistência psicológica e espiritual ao
mobilidade física, inclusive no leito. paciente e à família.

Diagnóstico de enfermagem: distúrbio do padrão do Diagnóstico de enfermagem: risco para lesão


sono relacionado com alterações sensoriais internas (perineal) (COSTA; TELES, COSTA, 1991)
(doenças e estresse psicológico) e externas (mudanças
ambientais) (OLIVEIRA,-FERNANDES, 1994) Prescrição de enfermagem:
- Realizar banho de assento com água morna e solução
Prescrições de enfermagem de permanganato de potássio a 1: 10. 000;
- Higienizar quantas vezes necessário após cada
- Proporcionar ambiente calmo e repousante, eliminação, evitando o uso de papel;
- Promover alívio de sintomas (ansiedade) - Utilizar pomadas analgésicas após higienização.
- Orientar a família e a criança sobre técnicas de
relaxamento. CONCLUSÃO

Diagnóstico de enfermagem: dor relacionada com A maioria dos artigos e livros estudados abordam
agentes de injúria biológicos (OLIVEIRA, FERNANDES, conceitos, tipos de tratamento e complicações do TMO na
1994) LLA na infância, num enfoque essencialmente biológico. Já
a literatura de Enfermagem apresenta poucos estudos sobre
Prescrições de enfermagem: tal patologia: dos nove artigos e 6 livros relacionados com a
assistência ao cliente oncológico pediátrico, apenas cinco
- Avaliar as características da dor e do desconforto: foram escritos por enfermeiros e, destes, apenas três
localização, qualidade, freqüência e duração; apresentaram uma proposta de assistência de enfermagem,
- Assegurar à criança e à família que sabemos que a dor sendo que desses apenas dois seguiram as definições a
é real e que a ajudaremos a diminuí Ia,- classificação da NANDA como base de suas proposições.
- Avaliar fatores emocionais que possam estar Partindo do ponto de vista que o enfermeiro exerce os
contribuindo para a dor, papéis assistencial, administrativo, educativo e de pesquisa,
- Observar alterações de conduta da criança e da família, acredita se que esta última tarefa é uma das mais
- Ensinar a criança e aos pais, formas de alívio da dor e importantes e, quando realizada com freqüência e
do desconforto: distração, representação, relaxamento, competência, tem reflexo positivo sobre as demais. 0
estimulação cutânea; enfermeiro que pesquisa está sempre atualizado,
- Administrar analgésicos prescritos. argumentando com a equipe de saúde sobre a assistência
prestada ao paciente e sua família, conseguindo a
Diagnóstico de enfermagem: déficit de lazer organização satisfatória, tanto da equipe como do local de
relacionado com falta de atividade de lazer no ambiente trabalho, e assim obtém uma assistência adequada e eficaz.
hospitalar (OLIVEIRA , FERNANDES, 1994) Uma pesquisa, no entanto, só se completa com a
divulgação de seus resultados e a experimentação de suas
Prescrição de enfermagem: proposições, o que pode ser a motivação para a realização
- Proporcionar atividades de recreação (leitura, jogos, de outras pesquisas. Assim, ao fazer a revisão da literatura
conversa); científica disponível sobre a assistência de enfermagem no
- Permitir que a criança exercite suas atividades de lazer TMO na LLA na infância, enfocando principalmente o
usuais sem impor obrigatoriedade. período pós TMO, espera se contribuir para a atualização
do enfermeiro, para a melhoria da qualidade do cuidado e
Diagnóstico de enfermagem: ansiedade relacionada estimular a realização e publicação de estudos sobre o
com mudanças no estado de saúde (OLIVEIRA, assunto, ainda pouco investigado em nosso meio.
FERNANDES, 1994) (COSTA TELES; COSTA, 1991)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS em oncologia pediátrica experiência preliminar do Instituto
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