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CAPÍTULO 8
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
Cid Vicentini Silveira
2007
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4 INTRODUÇÃO
Uma superfície pode ser analisada segundo suas características químicas (composição),
mecânicas (dureza, tensões) e geométricas (desvios de medida, desvios de posição, desvios de
forma, ondulação, e rugosidade).
As superfícies apresentam todos estes desvios. Os limites aceitáveis para cada um deles
devem ser especificados nos projetos/desenhos.
Rugosidade: conjunto de desvios na topografia da superfície cuja relação comprimento de
onda/profundidade varia entre 150:1 a 5:1 e que têm freqüências periódicas e aperiódicas.
Ondulação: desvios predominantemente periódicos que se situam entre 1000:1 e 100:1 na
relação comprimento de onda/profundidade.
A rugosidade ou textura primária é produzida diretamente pelo contato da ferramenta de corte
ou abrasão sobre a peça, sofrendo uma grande influência pelo tipo de formação do cavaco. O
jateamento e os tratamentos galvânicos diversos produzem um tipo de rugosidade diferente da
produzida por processos de usinagem. Em materiais no seu estado original, a rugosidade é
caracterizada pela estrutura cristalina e textura superficial. A rugosidade se encontra sobreposta a
um perfil de ondulação. As ondulações surgem devido a fixações fora de centro ou batimentos nos
processos de usinagem ou ainda por vibrações nas máquinas, ferramentas ou peças.
Como a rugosidade e a ondulação surgem de fatores diferentes e têm influência diferenciada
na função da peça, é adequado medir e avaliar as mesmas separadamente.
Falhas superficiais: deformações ocasionadas por quebras, separações de material, trincas
e riscos. É comum excluir estas falhas na avaliação da rugosidade ou da ondulação.
5 MEDIÇÃO DA RUGOSIDADE
Processo de apalpação por corte: É um processo de medição onde a configuração da
superfície é captada em duas dimensões. Uma unidade de avanço movimenta um apalpador de
medição com uma velocidade horizontal constante sobre a superfície. Processo largamente
difundido nas indústrias. Ao apalpar a peça perpendicularmente às linhas de usinagem da
superfície, obtém-se um perfil. Tal perfil pode ser registrado graficamente e, a partir do mesmo,
calculados valores de rugosidade diretamente pelo processador do rugosímetro.
Para avaliar a rugosidade ou a ondulação separadamente é necessário partir do perfil efetivo
(não filtrado) e separar, por meio de filtros, os desvios topográficos de ondas longas (obtendo a
rugosidade) ou os desvios de periodicidade mais curta (obtendo a ondulação). Esta filtragem se
faz eletricamente, por meio de filtros denominados “passa alto” (para obter rugosidade) ou “passa
baixo” (para obter ondulação).
6 DEFINIÇÕES
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6.5 Perfil real
Intercessão da superfície real com um plano perpendicular.
6.6 Medição do perfil de uma superfície
A medição de um perfil, feita com rugosímetros com ponta de diamante, consiste em
percorrer uma distância predeterminada, com velocidade constante, obtendo uma imagem em
corte, bidimensional, que chamamos de perfil efetivo.
6.7 Perfil efetivo
Imagem aproximada do perfil real obtido por um meio de avaliação ou medição. O perfil
efetivo é função das características geométricas e físicas do instrumental de medição e da técnica
utilizada na avaliação. Não é filtrado e sua diferença com o perfil real é uma certa deformação
causada pelas limitações do aparelho. Este perfil contém pelo menos a rugosidade da superfície
e, dependendo do sistema de apalpação (por exemplo com plano de referência auxiliar), ele
mostrará também os desvios de ondulação e forma.
6.8 Perfil de rugosidade (perfil R)
Obtido a partir do perfil efetivo, por um instrumento de avaliação, após filtragem para excluir
outras irregularidades (ondulação por exemplo).
6.9 Ondulação
A ondulação ou textura secundária pode ser considerada como erro macrogeométrico, mas a
tendência atual é fazer sua avaliação com os mesmos meios com que se avalia a rugosidade.
Perfil Geométrico
Perfil Real
Perfil Efetivo
Perfil de Rugosidade
Perfil de Ondulação
Ilustração 4 - perfis
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Ilustração 5 – linha média
Ilustração 7 - percursos
Ilustração 8 – perfil W
Ilustração 9 - Ra
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Ilustração 10 – Rz e Rmáx
9 PERCURSO DE MEDIÇÃO
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10.1 Perfis periódicos (gerados por ataque de ferramentas com avanço
constante - torno, fresadora, etc.)
Sua classificação é feita de acordo com a distância entre sulcos. Todos valores estão em mm.
Distância entre sulcos - Sm (mm) Cut-off (mm) Comprimento
de Até de medição
(mm)
0,01 0,04 0,08 0,4
0,04 0,13 0,25 1,25
0,13 0,40 0,8 4
0,40 1,30 2,5 12,5
1,30 4,00 8 40
Tabela 1 – determinação do comprimento de onda
Nota: Esta classificação resulta da exigência de que o comprimento de onda limite seja no
mínimo 2.5 vezes maior que a distância entre sulcos de no máximo 8 vezes. Essa distância pode
ser determinada a partir de um gráfico preliminar da superfície ou por meio de medição sobre a
peça de, por exemplo, 10 sulcos para se determinar o espaçamento médio.
10.2 Perfis aperiódicos (resultantes de esmerilhamento, retificação, fresagens de
contorno e frontal sem inclinação, alargamento, deformação, etc.)
• Para medição de Ra e de Rz
Aplica-se a prescrição de le/λc, de acordo com os valores das rugosidades médias
Ra e Rz a serem avaliados, conforme relacionados nas tabelas 1 e 2.
• Para medição de Rmáx.
Sendo este o valor máximo da rugosidade parcial (Zi), sua avaliação está
associada à determinação de Rz. Portanto, o valor de Rmáx , está condicionado ao
nível de filtragem definido em função do parâmetro Rz.
Classificação de acordo com o valor da rugosidade média Ra
Rugosidade Ra λc lm
(μm) (mm) (mm)
até 0.1 0.25 1.25
0.1 < Ra ≤ 2 0.8 4
2 < Ra ≤ 10 2.5 12.5
Acima de 10 8 40
Tabela 2 - Classificação de acordo com o valor da rugosidade média Ra
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11 EXERCÍCIOS: RESPONDER ÀS SEGUINTES QUESTÕES
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