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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE MECÂNICA


APOSTILA DE METROLOGIA

CAPÍTULO 8
RUGOSIDADE DAS SUPERFÍCIES
Cid Vicentini Silveira
2007

1 OBJETIVOS DESTE CAPÍTULO


• Definir termos e conceitos relativos à rugosidade de superfícies;
• Definir parâmetros de avaliação dos estados de superfície - Ra, Rz e Rmáx;
• Definir procedimentos de avaliação dos parâmetros de rugosidade, por meio de
instrumentos apalpadores elétricos, com filtragem.
2 EXEMPLOS DE EQUIPAMENTOS PARA MEDIÇÃO DE RUGOSIDADE

Ilustração 1 – equipamento portátil (Handheld Ilustração 2 – equipamento de laboratório


Surface Analyzer)

Ilustração 3 – apalpador de rugosidade

3 APLICAÇÃO DO CONTROLE DA RUGOSIDADE


A rugosidade tem influência fundamental nas seguintes características de peças mecânicas:
atrito, desgaste, corrosão, aparência, resistência à fadiga, transmissão de calor, escoamento de
fluidos, superfícies de medição, ajuste de peças, lubrificação e pintura.

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4 INTRODUÇÃO
Uma superfície pode ser analisada segundo suas características químicas (composição),
mecânicas (dureza, tensões) e geométricas (desvios de medida, desvios de posição, desvios de
forma, ondulação, e rugosidade).
As superfícies apresentam todos estes desvios. Os limites aceitáveis para cada um deles
devem ser especificados nos projetos/desenhos.
Rugosidade: conjunto de desvios na topografia da superfície cuja relação comprimento de
onda/profundidade varia entre 150:1 a 5:1 e que têm freqüências periódicas e aperiódicas.
Ondulação: desvios predominantemente periódicos que se situam entre 1000:1 e 100:1 na
relação comprimento de onda/profundidade.
A rugosidade ou textura primária é produzida diretamente pelo contato da ferramenta de corte
ou abrasão sobre a peça, sofrendo uma grande influência pelo tipo de formação do cavaco. O
jateamento e os tratamentos galvânicos diversos produzem um tipo de rugosidade diferente da
produzida por processos de usinagem. Em materiais no seu estado original, a rugosidade é
caracterizada pela estrutura cristalina e textura superficial. A rugosidade se encontra sobreposta a
um perfil de ondulação. As ondulações surgem devido a fixações fora de centro ou batimentos nos
processos de usinagem ou ainda por vibrações nas máquinas, ferramentas ou peças.
Como a rugosidade e a ondulação surgem de fatores diferentes e têm influência diferenciada
na função da peça, é adequado medir e avaliar as mesmas separadamente.
Falhas superficiais: deformações ocasionadas por quebras, separações de material, trincas
e riscos. É comum excluir estas falhas na avaliação da rugosidade ou da ondulação.

5 MEDIÇÃO DA RUGOSIDADE
Processo de apalpação por corte: É um processo de medição onde a configuração da
superfície é captada em duas dimensões. Uma unidade de avanço movimenta um apalpador de
medição com uma velocidade horizontal constante sobre a superfície. Processo largamente
difundido nas indústrias. Ao apalpar a peça perpendicularmente às linhas de usinagem da
superfície, obtém-se um perfil. Tal perfil pode ser registrado graficamente e, a partir do mesmo,
calculados valores de rugosidade diretamente pelo processador do rugosímetro.
Para avaliar a rugosidade ou a ondulação separadamente é necessário partir do perfil efetivo
(não filtrado) e separar, por meio de filtros, os desvios topográficos de ondas longas (obtendo a
rugosidade) ou os desvios de periodicidade mais curta (obtendo a ondulação). Esta filtragem se
faz eletricamente, por meio de filtros denominados “passa alto” (para obter rugosidade) ou “passa
baixo” (para obter ondulação).

6 DEFINIÇÕES

6.1 Erros microgeométricos


Erros de superfície conhecidos como erros de rugosidade ou de textura primária. Seu
levantamento só é possível devido ao progresso da eletrônica que vem desenvolvendo aparelhos
baseados em sistemas que utilizam uma pequena agulha para percorrer uma amostra da
superfície e definir numericamente ou graficamente seu perfil.
6.2 Superfície geométrica
Superfície ideal prescrita no projeto, na qual não existem erros de forma e acabamento.
6.3 Superfície real
Superfície que limita o corpo e o separa do meio que o envolve.
6.4 Perfil geométrico
Intercessão da superfície geométrica com um plano perpendicular.

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6.5 Perfil real
Intercessão da superfície real com um plano perpendicular.
6.6 Medição do perfil de uma superfície
A medição de um perfil, feita com rugosímetros com ponta de diamante, consiste em
percorrer uma distância predeterminada, com velocidade constante, obtendo uma imagem em
corte, bidimensional, que chamamos de perfil efetivo.
6.7 Perfil efetivo
Imagem aproximada do perfil real obtido por um meio de avaliação ou medição. O perfil
efetivo é função das características geométricas e físicas do instrumental de medição e da técnica
utilizada na avaliação. Não é filtrado e sua diferença com o perfil real é uma certa deformação
causada pelas limitações do aparelho. Este perfil contém pelo menos a rugosidade da superfície
e, dependendo do sistema de apalpação (por exemplo com plano de referência auxiliar), ele
mostrará também os desvios de ondulação e forma.
6.8 Perfil de rugosidade (perfil R)
Obtido a partir do perfil efetivo, por um instrumento de avaliação, após filtragem para excluir
outras irregularidades (ondulação por exemplo).
6.9 Ondulação
A ondulação ou textura secundária pode ser considerada como erro macrogeométrico, mas a
tendência atual é fazer sua avaliação com os mesmos meios com que se avalia a rugosidade.

Perfil Geométrico

Perfil Real

Perfil Efetivo

Perfil de Rugosidade

Perfil de Ondulação

Ilustração 4 - perfis

6.10 Linha média


Linha localizada na parte média do perfil efetivo, disposta paralelamente à direção geral do
perfil, dentro dos limites do percurso de medição (lm), de modo que a soma das áreas superiores,
seja exatamente igual à soma das áreas inferiores. Todas as avaliações obtidas a partir desta
linha são designadas com R. Exemplos: Ra, Rz, Rt.

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Ilustração 5 – linha média

6.11 Percurso inicial (lv)


Extensão da primeira parte do trecho apalpado, projetado sobre a linha média, não utilizado
na avaliação. O trecho inicial tem a finalidade de permitir o amortecimento das oscilações
mecânicas e elétricas iniciais do sistema e centragem do perfil de rugosidade.
6.12 Percurso de medição (lm)
Extensão do trecho útil do perfil de rugosidade usado diretamente na avaliação, projetado
sobre a linha média.
Nota: O percurso de medição é sempre o mesmo, qualquer que seja o perfil considerado:
efetivo ou de rugosidade.
6.13 Comprimento de amostragem (le)
Um quinto do percurso de medição (lm). O comprimento de amostragem deve ser
dimensionado proporcionalmente ao grau de acabamento, de forma a considerar uma fração que
seja suficiente para avaliar a rugosidade, isto é, deve conter todos os detalhes representativos
desta e excluir aqueles inerentes à ondulação. Como regra geral, o comprimento de amostragem
deve ser de 2,5 a 8 vezes a distância entre vales.

Ilustração 6 – comprimentos de amostragem


Considerando-se os valores le1 e le2 como comprimentos de amostragem, nota-se que para o
comprimento le2 a amplitude da rugosidade tem o valor H2, ou seja, realmente a expressão da
altura das irregularidades da textura primária, que é igual a rugosidade. No entanto, o
comprimento le1 resulta em uma maior amplitude porque incorpora também a ondulação.
É a dimensão do comprimento de amostragem que define qual a parcela dos desvios que são
considerados rugosidade, e qual a parcela que será incorporada à ondulação.
O comprimento de amostragem é conhecido também com os nomes: cut-off, módulo de
medição, comprimento de onda limite (λc), e sua definição tem por finalidade filtrar a ondulação.
Os valores padronizados de cut-off são os seguintes: 0,08 - 0,25 - 0,8 - 2,5 e
8 (mm).
6.14 Percurso final (ln)
Extensão da última parte do trecho apalpado, projetado sobre a linha média e não utilizado na
avaliação.
O trecho final tem a finalidade de permitir o amortecimento das oscilações mecânicas e
elétricas do sistema.
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Nota: Há aparelhos que não possuem percurso final (ln) no percurso de apalpamento (lt).
6.15 Percurso de apalpamento (lt)1
Soma dos percursos: inicial (lv), de medição (lm) e final (ln).
lt = lv + lm + ln

Ilustração 7 - percursos

6.16 Perfil de ondulação (perfil W)1


É a linha média, sem os componentes de rugosidade.

Ilustração 8 – perfil W

7 PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE


Os parâmetros de avaliação da rugosidade são determinados a partir do perfil da rugosidade.
7.1 Rugosidade média (Ra)
Média aritmética dos valores absolutos das ordenadas de afastamentos (yi) dos pontos do
perfil de rugosidade em relação à linha média, dentro do percurso de medição (lm).
Nota: Esta grandeza pode ser representada como sendo a altura de um retângulo, cuja área é
igual à soma absoluta das áreas delimitadas entre o perfil de rugosidade e a linha média, tendo,
por comprimento, o percurso de medição (lm).

Ilustração 9 - Ra

7.2 Rugosidade média (Rz)


Média aritmética dos cinco valores de rugosidade parcial.

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Ilustração 10 – Rz e Rmáx

7.3 Rugosidade máxima (Rmáx)


Maior valor das rugosidades parciais (Zi) que se apresenta no percurso de medição (lm). Por
exemplo: Na Figura, Z1 é o Rmáx.
Nota: Define-se por rugosidade parcial (Zi) a soma dos valores absolutos das ordens dos
pontos de maior afastamento, acima e abaixo da linha média, existentes dentro de um
comprimento de amostragem (cut-off). Na representação gráfica do perfil, este valor
correspondente à altura entre os pontos máximo e mínimo do perfil, dentro do comprimento de
amostragem (le).

8 CONDICIONAMENTO PARA MEDIÇÃO


O apalpamento deve ser feito na direção em que se obtenha o maior valor de rugosidade,
geralmente perpendicular à direção de corte.
Nota: Há casos especiais em que a direção de apalpamento a ser adotada não deve ser a
que resulte no maior valor de rugosidade. Nestes casos, a direção a ser adotada deve ser objeto
de acordo entre as partes.

9 PERCURSO DE MEDIÇÃO

9.1 Condição padronizada


O percurso de medição (lm) deve ser igual a 5 vezes o comprimento de amostragem (le).
lm = 5 le = 5 λc
9.2 Condições especiais
No caso em que a região de medição não permite executar a medição com o percurso
padronizado (5.le), pode-se adotar o percurso reduzido, sendo de preferência adotado 3.le. Essa
condição especial deve ser indicada juntamente com o valor da rugosidade, conforme o seguinte:
Ra = 1,1 μm/lm = 3 le
No caso em que seja utilizado comprimento de onda limite diferente do padronizado, o
mesmo deve ser indicado ao lado do valor de rugosidade, conforme o seguinte:
Rz = 1,1 μm/λc = 0,25 mm

10 DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO DE ONDA LIMITE/COMPRIMENTO DE


AMOSTRAGEM (LE / ΛC)
De acordo com o tipo e o grau de rugosidade os valores de cut-off e o percurso mínimo de
apalpamento são agrupados da seguinte forma:

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10.1 Perfis periódicos (gerados por ataque de ferramentas com avanço
constante - torno, fresadora, etc.)
Sua classificação é feita de acordo com a distância entre sulcos. Todos valores estão em mm.
Distância entre sulcos - Sm (mm) Cut-off (mm) Comprimento
de Até de medição
(mm)
0,01 0,04 0,08 0,4
0,04 0,13 0,25 1,25
0,13 0,40 0,8 4
0,40 1,30 2,5 12,5
1,30 4,00 8 40
Tabela 1 – determinação do comprimento de onda
Nota: Esta classificação resulta da exigência de que o comprimento de onda limite seja no
mínimo 2.5 vezes maior que a distância entre sulcos de no máximo 8 vezes. Essa distância pode
ser determinada a partir de um gráfico preliminar da superfície ou por meio de medição sobre a
peça de, por exemplo, 10 sulcos para se determinar o espaçamento médio.
10.2 Perfis aperiódicos (resultantes de esmerilhamento, retificação, fresagens de
contorno e frontal sem inclinação, alargamento, deformação, etc.)
• Para medição de Ra e de Rz
Aplica-se a prescrição de le/λc, de acordo com os valores das rugosidades médias
Ra e Rz a serem avaliados, conforme relacionados nas tabelas 1 e 2.
• Para medição de Rmáx.
Sendo este o valor máximo da rugosidade parcial (Zi), sua avaliação está
associada à determinação de Rz. Portanto, o valor de Rmáx , está condicionado ao
nível de filtragem definido em função do parâmetro Rz.
Classificação de acordo com o valor da rugosidade média Ra
Rugosidade Ra λc lm
(μm) (mm) (mm)
até 0.1 0.25 1.25
0.1 < Ra ≤ 2 0.8 4
2 < Ra ≤ 10 2.5 12.5
Acima de 10 8 40
Tabela 2 - Classificação de acordo com o valor da rugosidade média Ra

Classificação de acordo com a rugosidade média Rz


Rz λc le lm
(μm) (mm) (mm) (mm)
Até 0.5 0.25 0.25 1.25
0.5 < Rz ≤ 10 0.8 0.8 4
10 < Rz ≤ 50 2.5 2.5 12.5
Acima de 50 8 8 40
Tabela 3 - Classificação de acordo com a rugosidade média Rz

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11 EXERCÍCIOS: RESPONDER ÀS SEGUINTES QUESTÕES

11.1 O que é rugosidade?


11.2 O que é cut off e qual a sua influência na medição da rugosidade?
11.3 Quais as diferenças entre Ra e Rz?
11.4 Quais as diferenças entre Rmáx e Rt?
11.5 Como obter uma superfície com menor rugosidade possível?

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