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FACULDADES MONTENEGRO

UNIDADE NACIONAL DE ENSINO SUPERIOR INTEGRADO


CURSO – PSICOPEDAGOGIA VI
DISCIPLINA – Pp CLÍNICA/PRÓ-DIAGNÓSTICO E DIAGNÓSTICO
PROFª. KÁTIA KARINE
ALUNA – JOSILEIDE NASCIMENTO CARDOSO

FEIRA DE SANTANA
NOVEMBRO DE 2010
ATIVIDADE PROPOSTA: ANALISAR O FILME “JORNADA DA ALMA” E
RELACIONAR COM O DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO.

Jornada da Alma

O filme que serve como base desse texto trata de uma história começada em
1904 e relata a utilização de métodos para a época inéditos de tratamento de
histeria e todas as suas implicações, as quais deram vida à relação entre Carl
Jung, psicanalista que comungava das idéias de seu mestre Freud, e sua
paciente Sabina Spielrein.
Sabina era russa e fora internada num hospital psiquiátrico em Zurique, na
Suíça, onde trabalhava o psicanalista Dr. Jung, que tentou utilizar com Sabina
um tratamento psiquiátrico avesso ao que se utilizava na época. Naquele
período, utilizavam-se métodos extremamente agressivos e desumanos, como
choques elétricos e acorrentamentos dos pacientes. Esses métodos eram de
grande desagrado de Jung, que experimentou no tratamento de Sabina
técnicas novas para aquele período, enfatizando a interpretação de sonhos, a
associação livre e o diálogo, numa busca por penetrar no mundo de Sabina,
não de maneira forçada, mas de forma por ela permitida. Isso só foi possível
porque Jung se dispôs a ouví-la e a tratá-la com afeto e dedicação, visto que
até então ninguém o fizera, de modo que foi ganhando sua confiança e afeição.
Para Jung, mostrar a eficácia daqueles métodos significava seu
reconhecimento profissional, mas, mais do que isso, significava também o fim
de formas torturantes de tratamento a que os pacientes psiquiátricos eram
violentamente submetidos. Entretanto, o nível de envolvimento entre terapeuta
e paciente requisitado pelo tipo de tratamento que Jung buscava representava
grande perigo: Sabina apaixonou-se por Jung, via no seu médico o seu
cuidador, aquele que a ouvia, entendia e amava. Jung, por sua vez, também se
afeiçoou a Sabina, ferindo os princípios éticos da profissão.
Traçando um paralelo entre o ocorrido no filme e a posição do psicopedago na
atualidade, é possível atentar para aspectos comuns que não devem ser
negligenciados jamais na atuação profissional. No filme, a forma de tratamento
era um método novo, ainda em experimento, de modo que, como em toda
experiência, devem ser observados os pontos críticos – no caso do tratamento
psicoterapêutico, o envolvimento emocional entre as partes. Da mesma
maneira, na psicopedagogia, enquanto extensão da psicanálise como estudo
do funcionamento humano em termos psicológicos, faz-se necessária a
observância desse nível de afetividade que requer o tratamento, visto que o
envolvimento afetivo entre as partes configura-se como uma tênue linha que
separa o bom e o mau resultado no diagnóstico e na intervenção. Em linhas
gerais, significa dizer que o psicopedagogo deve, assim como o psicanalista,
saber até que ponto deve envolver-se com o seu paciente. Obviamente, uma
relação demasiadamente fria e distanciada entre ambos não surtiria grandes
efeitos, mas, da mesma maneira, o contrário pode ser perigoso, visto que pode
ocasionar o comprometimento da imparcialidade e interferir no bom andamento
da busca pelo diagnóstico correto.
Um outro ponto observado no filme que pode ser contrastado com a
psicopedagogia, ainda que sutil, mas muito poderoso, é que o terapeuta
precisa ter sensibilidade suficiente para entrar no mundo do paciente. Esse foi
esse o meio que mais aproximou Jung de Sabina, quando dizia viver coisas
iguais às que ela expressava. Da mesma forma, o psicopedagogo precisa
também ser sensível o suficiente para saber penetrar no mundo da criança. A
sua mente não transita no mundo consciente da mesma forma que a dos
adultos. Por isso, o profissional de psicopedagogia deve tentar, assim como
Jung tentou, embrenhar-se um pouco no mundo da criança e tentar entender
de que modo ela enxerga cada coisa a seu redor, pois, entendendo a sua
leitura de mundo, fica mais fácil alcançá-la. De certo que para isso também
deve existir uma medida correta, cujo intuito é conhecer o mundo em que
habita a mente da criança sem, no entanto, distanciar-se o psicopedagogo de
suas metas e objetivos que possam sanar o problema que leva a criança ao
seu atendimento.
A psicopedagogia é uma ciência nova, assim como eram os métodos de Freud
que Jung utilizava à época retratada no filme. Dessa forma, precisa ainda
ganhar credibilidade para ter sua importância reconhecida por todos. Para isso,
é de fundamental importância que o psicopedagogo observe as conseqüências
trazidas pela forma como deseja atuar na sua profissão.
Acima de tudo isso e após verificadas essas restrições, eis a questão mais
veemente de todas: a dedicação. A paciente do Dr. Jung, Sabina Spielrein,
percebendo sua dedicação prometeu deixar-lhe de herança a sua cabeça, na
representação de dar uma parte de si a quem amava e, em retribuição, Jung
entregou para Sabina uma pedra que dizia ser a sua alma, dando-lhe posição
de “guardiã” da sua alma. O ato do médico representava uma forma de
entrega. Sabina curou-se após um ano de tratamento, tornou-se psicanalista e
passou a trabalhar cuidando de crianças, dando-lhes um amor gratuito que
outrora recebeu daquele que era não só o seu médico, mas também alguém
que se dedicava a algo em que acreditava. Assim, é preciso que o
psicopedagogo tenha em mente, também, que sua dedicação será
preponderante para a resolução de questões internas de uma criança e que
isso será capaz de mudar a sua vida para sempre. Deve entender que todo tipo
de intervenção, com todos os seus limites e restrições, implica, acima de tudo,
doação constante.

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