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25 Horas

MANUAL 2

4478
570 de Socorrismo – Princípios Básicos
Técnicas

2022
Formador(a): Cátia Marçal
ÍNDICE

1 – Introdução aos primeiros socorros 3

2 – SIEM – Sistema Integrado de Emergência Médica 4

3 – Exame geral da vítima 8

4 – Suporte Básico de Vida (Reanimação Cárdio-Respiratória) 9

5 – PLS (Posição Lateral de Segurança) 16

6 – Choque hipovolémico 17

7 – Hemorragias 18

8 – Asfixia (Obstrução da via aérea respiratória) 22

9 – Intoxicações 23

10 – Queimaduras 24

11 – Fracturas e traumatismos 26

12 – Alterações de consciência 29

13 – Doenças naturais 30

14 – Regras gerais de higiene 38

15 –Caixa de material de primeiros socorros 38

Conclusão 39

Bibliografia 40

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1 Introdução aos primeiros socorros

Em todo o tipo de atividades, as pessoas correm riscos inerentes às mesmas e os


acidentes ou as situações de doença súbita podem, em alguns casos, ser evitados
através da adoção de medidas preventivas ou pela simples mudança de hábitos de vida.
No entanto, a possibilidade de estes ocorrerem é sempre uma realidade presente.

Assim, a forma mais eficaz de eliminar ou reduzir nas vítimas as sequelas que
resultam destes incidentes, é através do socorro prestado nos primeiros minutos que
sucedem ao incidente. A eficácia deste primeiro socorro será tanto maior quanto maior
for a formação do socorrista.

Os primeiros socorros podem muitas vezes fazer a diferença entre a vida e a morte
ou entre as lesões ligeiras ou agravadas.

O que se pretende no fundo com a formação em primeiros socorros é criar


competências na atuação em situações de emergência com vista à estabilização de uma
vítima até à chegada de socorro especializado.

Princípios gerais do socorrismo

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2 SIEM – Sistema Integrado de Emergência Médica

O SIEM é assegurado em território nacional pelo Instituto Nacional de Emergência


Médica – INEM,Serviço Nacional de Bombeiros, Proteção Civil – ANEPC e todos os
intervenientes das equipas médicas ou público em geral.

O número europeu de socorro – 112, dispõe de vários meios para responder com
eficácia, a qualquer hora, a situações de emergência médica.

Cadeia de sobrevivência

CODU – Centro de Orientação de Doentes Urgentes

Deve informar o (112) de forma simples e clara:

– O tipo de situação e sua gravidade (doença, acidente, parto, etc.);


– O número de telefone do qual está a ligar;
– A localização exacta e, sempre que possível, pontos de referência;
– O número aparente das pessoas a necessitar de socorro;
– A existência de qualquer situação que exija outros meios para o local, por
exemplo, libertação de gases, perigo de incêndio, etc;
– Desligue o telefone apenas quando o operador indicar.

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3 Exame geral da vítima

Exame Primário:
1. Avaliar o estado de consciência;
2. Avaliar se ventila;
3. Avaliar se tem pulso;
4. Detetar hemorragias externas graves;
5. Detetar sinais evidentes de choque.

1. Avaliação do estado de consciência

Avaliar se a vítima responde a estímulos, chamando-a pelo nome (se possível) e


batendo-lhe suavemente nos ombros.

Sente-se bem?
Está-me a ouvir?

Se a vítima não responder gritamos em voz alta: - “Ajuda, vítima inconsciente”.

2. Avaliar se ventila

Verificar se a via aérea está obstruída por algum objeto que não permite a passagem
do ar (pesquisa da cavidade bocal).

Proceder à abertura da via aérea fazendo a extensão da cabeça (a língua faz


obstrução à passagem do ar porque quando a vítima está inconsciente os músculos
relaxam).

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Extensão
da
cabeça

Atenção

Em caso de suspeita de lesão na coluna


a abertura das vias aéreas não pode ser
efetuada com a extensão da cabeça.

O método alternativo é a tração com


elevação da mandíbula (maxilar
inferior).

Elevação
da
mandíbula
Tração

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Colocar a face junto do nariz e boca da vítima e, fazendo uso dos sentidos da visão,
audição e tato, aplicar a sigla VOS (Ver, Ouvir e Sentir) para se detetar os movimentos
ventilatórios, durante 10 segundos e da seguinte forma:

- Ver se existem movimentos ventilatórios torácicos;


- Ouvir e sentir a entrada e saída de ar pela boca e nariz da vítima.

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3. Detetar hemorragias externas graves

As hemorragias graves são facilmente detetáveis. Na grande maioria dos casos, basta
olhar para a vítima para concluir se há ou não perda intensa de sangue. Quando a
hemorragia é abundante, pode levar a situações de grande risco para a vida.

4. Detetar sinais evidentes de choque

O choque é uma situação muito grave, que pode conduzir à morte.


Como tal, o socorrista deve estar atento aos sinais evidentes de choque.

Exame Secundário:
1. Recolha de informação;
2. Avaliação de sinais vitais.

1. Recolha de informação

a) Saber o que aconteceu à vítima;


b) Identificar a principal queixa da vítima - nem sempre o que dói mais é o dado
mais evidente;
c) Conhecer os antecedentes pessoais (doenças anteriores, alergias, medicação,
etc.)

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2. Avaliação de sinais vitais

PULSO– é o resultado da ação de uma onda de sangue que passa ao longo das
artérias sempre que o coração se contrai.

A frequência normal no adulto é de 60 a 100 batimentos por minuto. Nas crianças com
mais de 1 ano de idade os valores estão entre 80 e 100 batimentos por minuto e nas
crianças até 1 ano de idade é superior a 100 batimentos por minuto.

VENTILAÇÃO – Ao conjunto de uma inspiração e expiração dá-se o nome de um ciclo


ventilatório.
A frequência pode variar bastante. Um adulto ventila normalmente entre 12 a 20
vezes por minuto.

PELE – A temperatura média normal do corpo é de 36º C.


• Uma pele fria e húmida é indicativa de choque;
• Uma pele quente e seca pode ser causada por febre ou exposição excessiva ao
calor;
• Uma cor azulada (cianose) é observada na insuficiência cardíaca ou na
obstrução das vias aéreas.

4 Suporte Básico de Vida - Reanimação Cárdio-Respiratória

Os três elementos do Suporte Básico de Vida (SBV), após a avaliação inicial, são
designados por “ABC”

A – “Airway” | Via Aérea;


B – “Breathing” | Ventilação;
C – “Circulation” | Circulação.

Depois de assegurar que estão garantidas todas as condições de segurança no local


onde se encontra e após ter efetuado o Exame Primário à vítima, se concluir pela
ausência de sinais respiratórios e circulatórios, deverá iniciar o SBV, que compreende a
execução de um conjunto de manobras que visam a manutenção da vida (respiração e
circulação) sem recurso a equipamento específico, manobras essas que terão maior
eficácia quanto mais precocemente forem iniciadas.

Atenção

Se a vítima não respira, mas tem outros sinais de circulação é


necessário manter a ventilação com ar expirado efetuando 10 insuflações por
minuto.

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Desaperte a roupa à volta do pescoço da vítima e exponha o tórax;

Iniciar imediatamente 30 compressões torácicas:

a) Coloque a base de uma das mãos em cima da outra, mantendo-as paralelas;

b) Entrelace os dedos e levante-os, de forma a não exercer qualquer pressão sobre as


costelas, apenas a base de uma mão deve ficar em contacto com o esterno;

c) Mantenha os braços esticados e sem fletir os cotovelos, posicione-se de forma a


que os seus ombros fiquem perpendiculares ao esterno da vítima;

d) Pressione verticalmente o esterno, de modo a que este baixe cerca de 5 a 6cm;

e) Alivie a pressão, de forma que o tórax possa descomprimir totalmente, mas sem
perder o contacto da mão com o esterno;

f) Repita o movimento de compressão e descompressão de forma a obter uma


frequência de 100 a 120 por minuto (cerca de 2 compressões em 1 segundo).

Efetuar 2 insuflações:

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a) Prossiga para as insuflações garantindo que a cabeça da vítima permanece em


extensão e o queixo levantado, mantendo a palma de uma mão na testa da vítima e os
dedos indicador e médio da outra mão no bordo do maxilar inferior;

b) Aperte o nariz da vítima entre os dedos polegar e o indicador da mão que está na
testa, de modo a impedir a circulação de ar;

c) Mantenha a extensão da cabeça e a elevação do queixo, sem fechar a boca da


vítima;

d) Inspire profundamente, enchendo bem o peito com ar;

e) Faça 2 insuflações. O tempo de inspiração deve ser de 1 segundo.

Se não conseguir insuflar o ar deve:

• Verificar novamente se existem corpos estranhos visíveis na boca e remove-los;


• Confirmar a correta permeabilização das vias aéreas, reposicionando a cabeça se
necessário;
• Tentar insuflar de novo;

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• Mantenha compressões e ventilações na relação de 30:2 (30 compressões: 2


ventilações) até que a vítima reanime, a ajuda chegue, o socorrista pare por exaustão
física ou o médico dê ordem para interromper as manobras.

Nota:

É útil contar em voz alta 1 e 2 e 3 e 4 e 5 e… 30


de forma a conseguir manter um ritmo adequado.

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Suporte Básico de Vida Pediátrico

Lactente: um bebé até ao ano de idade.


Criança: entre um ano e a puberdade.

Cadeia de sobrevivência pediátrica

Técnica de ventilação boca a boca-


nariz(Lactente)

Técnica dos dois dedos e do “abraço”


(depressão até 4 cm no lactente)

Base da palma de uma mão


(depressão até 5 cm na criança)

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Nota: A relação compressões/insuflações deverá ter uma frequência de pelo menos


100 a 120 por minuto.

Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa (PNDAE)

A morte súbita cardíaca é causada por uma arritmia cardíaca chamada fibrilhação
ventricular, que impede o coração de bombear o sangue. O único tratamento eficaz para
a fibrilhação é a desfibrilhação elétrica que consiste na administração de choques
elétricos ao coração parado, possibilitando que o ritmo cardíaco volte ao normal. Nestes
casos, a probabilidade de sobrevivência é tanto maior quanto menor for o tempo
decorrido entre a fibrilhação e a desfibrilhação. A experiência internacional demonstra
que em ambiente extra-hospitalar, a utilizaçãode desfibrilhadores automáticos externos
(DAE) por pessoal não médico aumenta significativamente a probabilidade de
sobrevivência das vítimas. No entanto, só a existência de uma Cadeia de Sobrevivência
eficiente permite tornara Desfibrilhação Automática Externa (DAE) um meio eficaz para
a melhoria da sobrevida após paragem cardiorrespiratória (PCR) de origem cardíaca.

Requisitos essenciais para o licenciamento de um Programa de DAE:


- Existência de um médico responsável pelo programa de DAE;
- O médico responsável pelo programa de DAE deve possuir experiência relevante
em medicina de emergência ou de urgência e/ou especialidade em cardiologia, cuidados
intensivos ou anestesiologia;
- Existência de dispositivos de DAE;
- Dependendo da natureza do programa, devem existir operacionais de DAE em
número suficiente (e capazes de dar reposta em tempo oportuno) para assegurar o
período de funcionamento do programa de DAE;
- A formação em SBV e DAE dos operacionais de DAE tem que ser ministrada por
entidades/escolas acreditadas pelo INEM;
- Existência de um responsável pelo controlo das necessidades formativas para
manter o programa;
- Existência de registos de todas as utilizações dos DAE e que estes possuam
características que permitam a posterior análise dessas utilizações;
- Existência de um permanente controlo de qualidade de todas as etapas do
programa.

A instalação de DAE é obrigatória nos seguintes locais:


- Estabelecimentos de comércio a retalho,
isoladamente considerados ou inseridos em conjuntos
comerciais, que tenham uma área de venda igual ou
superior a 2000 m2;
- Conjuntos comerciais que tenham uma área bruta
locável igual ou superior a 8000 m2;
- Aeroportos e Portos Comerciais;
- Estações ferroviárias, de metro e de camionagem,
com fluxo médio diário superior a 10 000 passageiros;
- Recintos desportivos, de lazer e de recreio, com
lotação superior a 5000 pessoas.

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5 PLS – Posição Lateral de Segurança

Uma vítima que esteja inconsciente a respirar deve ser colocada em PLS(Posição
Lateral de Segurança). Esta posição permite manter a via aérea sem obstruções e em
caso de vómito não há aspiração por parte da vítima.

Atenção

Vítimas que apresentem lesões na coluna


não deve ser executada a PLS.

a) Retirar os óculos da vítima e objectos nos bolsos que possam magoar;


b) Ajoelhar-se ao lado da vítima e esticar-lheas pernas;
c) Se houver necessidade de manter a PLS por mais de 30 minutos a posição deve
serdesfeita e refeita para o lado contrário.

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6 Choque hipovolémico

Designa geralmente um estado de falência circulatória periférica.

Causas:

- Lesões no coração (cardiogénico);


- Perda de sangue;
- Vasodilatação.

Sinais e Sintomas:

- Palidez e apatia;
- Diminuição da temperatura corporal;
- Pele húmida e viscosa;
- Pulsação rápida e fraca;
- Ventilação superficial e rápida;
- Dilatação pupilar;
- Náuseas e vómitos.

Primeiro Socorro:
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- Deitar a vítima em decúbito dorsal;


- Desapertar as roupas;
- Se consciente e com a função vital mantida, levantar ligeiramente as pernas;
- Manter a temperatura corporal;
- Não dar nada a beber;
- Se inconsciente colocar em Posição Lateral de Segurança.

7 Hemorragias

Uma hemorragia é a perda de sangue provocada pelo rompimento de um vaso


sanguíneo, podendo ser arterial, venosa ou capilar.

• Hemorragias arteriais (artérias)


O sangue sai em jato descontínuo e a sua cor é clara.

• Hemorragias venosas (veias)


O sangue sai de uma forma regular (jato contínuo) e a sua cor é mais
escura.

• Hemorragias capilares (vasos capilares)


O sangue sai lentamente, devido a uma rutura de minúsculos vasos
capilares de uma ferida.

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Atuação:

• Hemorragia Interna Invisível:


– Arejar o local e desapertar as roupas;
– Animar e moralizar;
– Se Consciente, instalar a vítima em posição de conforto;
– Se Inconsciente, colocar em PLS;
– Manter a temperatura corporal;
– Nada de BEBER;
– Evacuar para o hospital.

• Hemorragia Interna Visível:


– Sai pela boca (pulmões – expetoração);
– Sai pela boca (estômago ou esófago);
– Sai pelo nariz (rutura de vasos sanguíneos) – Utilizar toalha humedecidae
comprimir manualmente o local de origem da hemorragia.

• Hemorragia externa

Compressão direta:

• Utilize compressas esterilizadas;


• Nunca retire a primeira compressa;
• Fixe as compressas com ligadura, mantendo a compressão.

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Compressão indireta:

• Consiste na compressão de uma artéria entre o coração e o local da hemorragia.

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Elevação do membro:

• Consiste na elevação do membro de forma a utilizar a força da gravidade para


contrariar a corrente sanguínea.

Aplicação do garrote:

• Método a utilizar em situações extremas, nomeadamente aquelas em que todos


os outros métodos foram ineficazes ou no caso de múltiplas vítimas.

• O garrote deve ser de material largo e não elástico;


• Deve ser aplicado em contacto direto com a pele;
• Uma vez aplicado não deve ser mais aliviado;
• Para maior segurança deve ser marcada a hora da aplicação do garrote.

Atuação em caso de amputação:

• Estancar a hemorragia por compressão (direta e/ou indirecta) ou através de


garrote, dependendo do membro amputado;
• Colocar a parte amputada num saco plástico, e pô-lo num recipiente com gelo e
levar imediatamente para o hospital;
• Escrever as iniciais do nome da vítima e a hora da amputação (ex: MM 18:30).

Atenção

Não esqueça que a utilização do garrote

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só é feita em último recurso, por exemplo


em caso de amputação de membros.

8 Asfixia(Obstrução da via aérea respiratória)

Nas situações de obstrução da via aérea respiratória, a vítima apresenta uma


expressão de grande aflição e angústia bem patentes no seu rosto:

• Olhos muito abertos;


• Boca aberta, querendo desesperadamente falar, sem conseguir emitir qualquer som;
• Normalmente ambas as mãos agarradas ao pescoço, parecendo querer “arrancar”
qualquer coisa.

Se a vítima está a ficar cansada e fraca ou já não tosse ou respira:

1. Retirar qualquer corpo estranho da boca e, colocando-se ao lado da vítima,


estando esta inclinada para a frente sobre o braço do socorrista, efetuar 5 pancadas nas
costas entre as omoplatas (interescapulares), com a base da palma da mão. Se estiver
deitada, rolar a vítima para o lado, de frente para o socorrista, e efetuar as cinco
pancadas entre as omoplatas;

2. Se as pancadas entre as omoplatas não forem eficazes, iniciar de imediato a


desobstrução das vias aéreas através da aplicação da manobra de Heimlich, ou seja,
compressão abdominal.

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Manobra de Heimlich:

a) Colocar-se atrás da vítima e, com os próprios braços, envolver a sua cintura;


b) Com a mão fechada em punho, colocar o dedo polegar contra o abdómen da
vítima, a meio de uma linha imaginária, entre o umbigo e o apêndice xifóide. Com a outra
mão, envolver o punho fechado;

Apêndice xifóide
c) Efetuar 5 compressões abdominais, no sentido para dentro e para cima - cada
uma delas deverá ser pausada, segura e seca.

9 Intoxicações

A intoxicação é o efeito nocivo que se produz quando uma substância tóxica é


ingerida ou entra em contacto com a pele, os olhos ou as membranas mucosas.

Atuação geral:

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• Medidas de autoproteção;
• Não existe um antídoto universal;
• Exame primário e secundário;
• Recolha de informações:
– Tóxico – características;
– Como, quanto e quando a ingestão;
– Condições da intoxicação.
• Contactar o Centro de Informação Antivenenos (CIAV).

Medidas para diminuir a absorção dos tóxicos:

• Via respiratória:
– Retirar a vítima do local de preferência para o ar livre;
– Verificar os sinais vitais.

• Via digestiva:
– Não provoque o vómito;
– Dê a beber alguns golos de água ou leite.

• Via dérmica:
– Retire as roupas contaminadas;
– Lave abundantemente com água corrente durante 15 minutos.

• Via ocular:
– Lave abundantemente com água corrente durante 15 minutos mantendo
as pálpebras afastadas;
– Não aplique quaisquer produtos.

10 Queimaduras

Uma queimadura pode ser definida como uma lesão local que conduz à destruição
total ou parcial da pele.

Causas das queimaduras:

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• Queimaduras pelo calor


O calor pode ser húmido, como o calor de vapor, ou seco como o calor do fogo.

• Queimaduras por químicos


Os mais comuns são os ácidos.

• Queimaduras elétricas
A eletricidade queima, não só no ponto de contacto (entrada no corpo), mas
também no trajeto e no local de saída.

• Queimaduras por radiações


As radiações mais comuns são os raios ultravioletas, os raios X e as produzidas por
substâncias radioativas.

Profundidade das queimaduras:

A profundidade das queimaduras é classificada em graus.

• 1º Grau
São as menos graves, envolvendo apenas a superfície exterior da pele
(epiderme).

Caracterizam-se pela pele quente, vermelha, sensível e dolorosa.

• 2º Grau
Envolvem a primeira e segunda camadas da pele, respetivamente epiderme e
derme.

Caracterizam-se pela pele com bolhas (flitenas) e é muito dolorosa.

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• 3º Grau
Existe destruição de toda a espessura da pele (epiderme e derme) e dos tecidos
subjacentes.
Caracterizam-se pela pele acastanhada ou negra.

Ter em atenção:

• Extensão da superfície corporal queimada;


• Localização da lesão;
• Risco de infeção;
• Compromisso respiratório;
• Idade e patologias prévias da vítima.

Atuação nas queimaduras pouco extensas:

– 1º Grau– arrefecer com água corrente ou compressas frias e hidratar;


– 2º Grau– arrefecer com água corrente e não rebentar as bolhas;
– 3º Grau– arrefecer com água o mais fria possível.

Atenção

Numa queimadura mais grave


não retirar a roupa que esteja “colada” à pele.

11 Fracturas e traumatismos

Uma fratura é a quebra total ou parcial de um osso, interrompendo a sua


continuidade normal

Classificação das fraturas:

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Fechadas

A pele encontra-se intacta, não havendo comunicação dos topos ósseos com o exterior.

• Abertas
São habitualmente designadas por fraturas expostas onde os topos ósseos
entram em contacto com o exterior, o que aumenta significativamente o risco de
infeção.

Sinais e sintomas:

Podemos suspeitar de uma fratura pelos sinais e sintomas que habitualmente


acompanham este tipo de lesões:

1º Dor
Localiza-se na zona da fratura e é habitualmente intensa, diminuindo muito com a
tração e imobilização da fratura. É o sintoma mais fiel e constante.

2º Impotência funcional
A mobilidade, por vezes, pode estar presente, mas é dolorosa e muito limitada.

3º Deformação
É frequente a sua existência, mas quando não está presente não exclui a
hipótese de fratura.

4º Crepitação
O movimento anormal dos topos ósseos a nível de uma fratura produz uma
sensação que se pode ouvir e sentir.

5º Edema (inchaço)
É resultante de uma reação normal do organismo. Encontramos também
frequentemente um aumento do volume na zona da fratura que corresponde ao
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hematoma formado pela hemorragia dos topos ósseos e que é tanto maior quanto
maior for o diâmetro do osso.

6º Exposição de topos ósseos


Habitualmente significam que o traumatismo responsável pela fratura foi de
grande violência.

Atuação:

• Posição confortável sem grandes movimentos;


• Expor o foco de fratura cortando a roupa;
• Combater complicações/prevenir o choque;
• Lidar com os topos ósseos visíveis como se fossem corpos estranhos.

Um traumatismo é uma lesão ou um conjunto de lesões localizadas numa região do


corpo, em órgãos internos ou externos, enquanto um politraumatismo significa uma
multiplicidade de lesões num acidente.

Lesões fechadas

- Hematoma (inchaço doloroso de cor escura por acumulação significativa de


sangue);
- Equimose (nódoa negra por acumulação de sangue em pequena quantidade
nos tecidos.

Lesões fechadas - Atuação:

1. Acalmar a vítima;
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2. Suspeitar de outras lesões associadas;


3. Aplicação de frio sobre o local;
4. Imobilizar a região afetada;
5. Procurar antecedentes pessoais;
6. Ligar 112 e informar;
7. Manter a vigilância da vítima.

Lesões abertas

- Escoriação (lesão superficial da pele com pequena hemorragia, dolorosa, por


abrasão);
- Laceração (originada por objetos afiados, de forma regular ou irregular,
podendo ser profunda e provocar hemorragia abundante);
- Amputação;
- Ferida perfurante/penetrante.

Lesões abertas - Actuação:

1. Acalmar a vítima;
2. Suspeitar de outras lesões associadas;
3. Não mover a vítima mais do que o necessário;
4. Controlar as hemorragias (penso esterilizado);
5. Estar atento aos sinais de choque;
6. Ligar 112 e informar;
7. Manter a vigilância da vítima.

Actuação num traumatismo vertebro-medular:

• Manter a vítima em imobilidade absoluta;


• Colocar o colar cervical;
• Prevenir o choque e vigiar Funções Vitais;
• Em inconsciência, recorrer aos métodos alternativos de permeabilização das
vias aéreas – elevação do maxilar inferior;
• Transporte para o hospital.

12 Alterações de consciência

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A perturbação da consciência pode conduzir a uma perda de conhecimento,


resultado de uma interrupção da atividade normal do cérebro.

Causas:

– Traumatismo crânio-encefálico;
– AVC (Acidente Vascular Cerebral);
– Síncope (desmaio);
– Algumas infeções/tumores;
– Hipóxia cerebral (O2 insuficiente);
– Hipoglicemia (açúcar a menos);
– Epilepsia.

Atuação a nível geral:

• Exame Primário e Secundário;


• Colocar em ambiente ventilado;
• Elevação dos membros inferiores;
• Manter a temperatura corporal;
• Reavaliar.

13 Doenças naturais

1. Diabetes

A diabetes é uma doença marcada pelo mau funcionamento do pâncreas, o que


provoca um desequilíbrio entre a quantidade de açúcar e de insulina no sangue.

Esta doença pode ser hereditária e normalmente é identificada em indivíduos jovens


ou provocada pelos maus hábitos alimentares e pela obesidade.

O tratamento para a diabetes pode ser feito através da administração de insulina, o


que ocorre quando o pâncreas não produz esta substância, ou pela utilização de
medicamentos normalmente chamados de anti-diabéticos orais.

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A diabetes pode ser classificada da seguinte forma:


• Diabetes tipo 1– Ocorre em crianças, jovens e adultos (idade inferior a 30 anos),
em que o pâncreas não produz insulina, sendo por este motivo necessário
administrá-la;
• Diabetes tipo 2– É de surgimento lento, surgindo em adultos obesos (idade
superior a 40 anos), em que o pâncreas não produz a quantidade de insulina
suficiente;
• Diabetes gestacional– Ocorre durante a gravidez e desaparece após o parto.

Sendo a diabetes uma doença que resulta da difícil absorção do açúcar (glicose) e da
sua utilização na produção de energia, é necessário ter atenção aos valores deste no
sangue.

Valores para um adulto:


• 80-110 mg/dl, recomendável;
• 111-126 mg/dl, tendência para diabetes;
• > 126 mg/dl, diabetes (mínimo de duas análises).

A diabetes por si só não é uma emergência, mas sim uma doença que pode ser
evitada ou pelo menos, as suas consequências minimizadas.

No entanto, se não existir cuidado por parte do doente pode originar uma de duas
situações que podem por em risco a vida, a hiperglicemia e a hipoglicemia.

2. Alterações da glicemia

O açúcar é essencial para que as células produzam energia. Para que o açúcar possa
ser utilizado a nível celular tem primeiro que ser digerido. Na digestão do açúcar é
essencial a presença de insulina, produzida pelo pâncreas.

Ao nível de açúcar no sangue dá-se o nome de glicemia.


Ao aumento da quantidade de açúcar no sangue dá-se o nome de hiperglicemia.
À diminuição acentuada da quantidade de açúcar no sangue dá-se o nome de
hipoglicemia.

2.1) Hiperglicemia

Sinais e sintomas:

▪ Náuseas e vómitos;
▪ Fraqueza muscular e tonturas;
▪ Pele avermelhada e seca;
▪ Sensação de sede;
▪ Hálito cetónico;
▪ Aumento da frequência ventilatória;
▪ Sonolência;
▪ Confusão mental;
▪ Desorientação;
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Inconsciência - Coma hiperglicémico


▪ Manter uma atitude calma e segura;
▪ Avaliar e registar sinais vitais;
▪ Recolher o máximo de informação;
▪ Manter vigilância dos sinais vitais;
▪ Vigiar o estado de consciência.

2.2) Hipoglicemia

Sinais e sintomas:

▪ Ansiedade, irritabilidade ou agitação;


▪ Fraqueza muscular;
▪ Sensação de fome;
▪ Pulso rápido e fraco;
▪ Pele pálida, húmida e viscosa;
▪ Tonturas;
▪ Náuseas e dor abdominal;
▪ Tremores e convulsões;
▪ Desorientação;
▪ Confusão mental;
▪ Inconsciência - Coma hipoglicémico.

Atuação:

▪ Manter uma atitude calma e segura;


▪ Água açucarada - Vítima consciente;
▪ Papa de açúcar - Vítima inconsciente;
▪ Avaliar e registar sinais vitais;
▪ Recolher o máximo de informação;
▪ Manter vigilância apertada dos sinais vitais;
▪ Vigiar o estado de consciência.

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3. Epilepsia

As convulsões são contrações involuntárias de alguns grupos musculares,


ocasionadas por um aumento da atividade elétrica, numa determinada região cerebral.
Várias situações estão na origem destas crises:

- Epilepsia a mais comum;


- Lesões cerebrais;
- Hipertermia, etc.

Existem fundamentalmente dois tipos de crises epiléticas:

▪ Não convulsivas ou crises de pequeno mal (Caracterizam-se por


ausências breves);
▪ Convulsivas ou crises de grande mal (Caracterizam-se pela contração
involuntária e descoordenada de grupos musculares).

Sinais e sintomas:

A sintomatologia é mais exuberante nas crises convulsivas ou de grande mal. Muitas


vítimas sentem a aura, isto é, um pré-aviso antes do início da crise que se caracteriza
geralmente por:
▪ Cefaleias;
▪ Náuseas;
▪ Ranger de dentes, entre outras.

No entanto a aura é uma característica individual no epilético pelo que não pode
ser considerado um sinal ou sintoma.

As crises convulsivas ou de grande mal têm normalmente esta sequência:

▪ Por vezes um grito violento;


▪ Um rodar dos olhos para cima;

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▪ Perda de consciência a que se segue uma queda violenta;


▪ Cianose labial e das extremidades;
▪ Os dentes cerram-se chegando a haver mordedura da língua;

▪ Descontrole de esfíncteres;
▪ Contrações musculares involuntárias;
▪ As crises duram cerca de 2 a 4 minutos;
▪ Após o episódio convulsivo a vítima pode ficar inconsciente.

Atuação:

▪ Manter uma atitude calma e segura;


▪ Evitar traumatismos associados;
▪ Proteger extremidades e crânio da vítima;
▪ Nunca tentar contrariar as contrações;
▪ Desapertar roupas justas;

▪ Manter a via aérea permeável;


▪ Registar a duração, tempo de intervalo, zona atingida e as características
das crises convulsivas;
▪ Após a crise convulsiva, colocar a cabeça da vítima de lado e aspirar
secreções, se necessário.

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▪ Despistar a hipertermia;
▪ Avaliar e registar sinais vitais;
▪ Recolher o máximo de informação;
▪ Atuar em conformidade com os traumatismos associados;
▪ Manter vigilância apertada.

4. Acidente vascular cerebral

O acidente vascular cerebral (AVC), vulgarmente designado por trombose, é uma das
maiores causas de morte em Portugal.

O AVC deve-se essencialmente ao sedentarismo e hábitos alimentares associados a


muitos fatores desajustados, e que se sobrepõe aos cuidados que cada indivíduo tem
de ter com a saúde.

A melhor medida de combate a este tipo de doença é adotar uma atitude preventiva,
ou seja, assumir uma alimentação saudável, não fumar e sempre que possível praticar
desporto, e em complemento realizar exames médicos regularmente.

O AVC resulta do processo de aterosclerose das artérias cerebrais, ou seja, da


acumulação de gordura na parede das artérias. Esta situação tende a agravar-se com
o envelhecimento natural do corpo. Ao longo da vida as artérias vão perdendo a sua
elasticidade, fator que se agrava pelo desenvolvimento da aterosclerose.

Sinais e sintomas:

▪ Cefaleias intensas e súbitas (dores de cabeça);


▪ Perda da força ou do movimento de um dos lados do corpo;
▪ Desvio da comissura labial (boca de lado);
▪ Dificuldade em falar ou em articular as palavras;
▪ Incontinência (principalmente urinária);
▪ Comportamento repetitivo.

Quando deteta um destes sinais deve suspeitar-se de um AVC em evolução:

Atuação:

▪ Manter a calma e um ambiente calmo em redor do doente;


▪ Deitar o doente, colocando-o em PLS;
▪ Identificar corretamente as queixas do doente, se este tem algum antecedentee
se faz alguma medicação;
▪ Ligar 112 e transmitir a informação recolhida;
▪ Indicação do local;
▪ Número de telefone de contacto;
▪ Descrever a situação;
▪ Seguir as instruções dadas pelo operador da central;
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▪ Aguardar pelo socorro;


▪ Se o doente ficar inconsciente, verificar se existe respiração espontânea eficaz e
aplicar os procedimentos indicados correspondentes ao suporte básico de vida.

5. Dor torácica

A dor torácica é, sem margem para dúvida, o sintoma que mais preocupações provoca
uma vez que é normalmente associado às situações cardíacas, nomeadamente ao
enfarte agudo do miocárdio.

Sendo esta a situação mais frequente, no entanto, não é a única responsável pela
origem da dor torácica, uma vez que no tórax existem outras estruturas anatómicas e
órgãos, como ossos, músculos, grandes vasos sanguíneos, esófago e pulmões, que
podem em alguns casos dar origem à dor.

Por este motivo, a avaliação da dor torácica pode ter origem cardíaca ou origem não
cardíaca.

5.1) Dor torácica de origem cardíaca

A dor torácica de origem cardíaca surge em consequência de um deficiente


fornecimento de oxigénio ao músculo cardíaco. Este fator leva a que este entre em
sofrimento (isquemia) tendo como sintoma a dor.

A aterosclerose é a principal responsável por este fornecimento deficitário de oxigénio,


uma vez que ao diminuir o diâmetro das artérias coronárias, e reduzindo a elasticidade
das mesmas, provoca uma situação que facilita a sua obstrução e consequentemente a
interrupção do fluxo sanguíneo.

Sinais e sintomas:

▪ Dor torácica tipo facada, opressão tipo esmagamento e aperto, que pode irradiar
para o membro superior esquerdo, pescoço, mandíbula e costas, podendo
ainda, ser acompanhada de náuseas ou vómitos, alterações do ritmo cardíaco,
sensação de desmaio e dificuldade em respirar

Atuação:

▪ Não deixar o doente efetuar qualquer esforço e colocá-lo numa posição


confortável;
▪ Tentar identificar se é o primeiro episódio, se existem doenças anteriores e se
faz medicação;
▪ Ligar 112 e responder com calma às perguntas que são feitas, fornecendo as
informações recolhidas anteriormente e aguardar pelo socorro.

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5.2) Dor torácica de origem não cardíaca

Resulta, na maioria dos casos, de processos inflamatórios ou de traumatismo.

No entanto, existe um conjunto de situações em que a dor pode ser grave e em que
o socorro ao doente deve ser efetuado o mais cedo possível.

Por este motivo devemos adotar os mesmos procedimentos que foram indicados para
a dor de origem cardíaca.

6. Dificuldade respiratória

A dificuldade respiratória, normalmente definida como falta de ar pela população em


geral, e por dispneia pelos médicos, pode ter várias causas.

Contudo, esta pode ser considerada normal, sem gravidade, quando resulta por
exemplo, de um esforço físico extenuante e ser grave quando resulta do agravamento
de uma doença pulmonar ou cardíaca ou de uma intoxicação.

A queixa de falta de ar pode variar de pessoa para pessoa uma vez que este
sintoma depende da capacidade neurológica em identificá-lo.

Causas:

▪ Asma (por aperto dos brônquios);


▪ Agravamento da bronquite crónica (por acumulação de secreções);
▪ Edema pulmonar (por problemas cardíacos);
▪ Angina de peito ou enfarte agudo do miocárdio;
▪ Intoxicações (as mais frequentes por inalação de fumos ou gases).

Verificando-se que podem existir diversas causas na origem de uma crise de falta de
ar, os procedimentos a adotar podem ser diversos, no entanto, deve ser adotado um
conjunto de medidas que tentem evitar o agravamento da situação.

Atuação:

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▪ Manter um ambiente calmo em redor do doente e acalmá-lo;


▪ Manter o doente sentado sem que este faça qualquer esforço;
▪ Ajudar o doente a respirar, pedindo a este que expire devagar e pela boca e
inspire pelo nariz (apagar uma “vela” e cheirar uma “rosa”);
▪ Se possível, administrar oxigénio;
▪ Identificar doenças anteriores e a medicação do doente;
▪ Ligar 112 e transmitir a informação recolhida.

14 Regras gerais de higiene

• Lavar as mãos antes de tratar feridas;


• Evitar tocar em feridas/pensos;
• Evitar conversar/tossir sobre feridas;
• Se um penso cair, colocar outro novo;
• Colocar pensos diretamente sobre feridas sem os deslocar de um sítio para
outro;
• Evitar contacto sem luvas com fluidos orgânicos (principalmente sangue);
• Usar máscara para a reanimação;
• Limpar o local e desinfetar com desinfetante;
• Pôr todos os pensos usados ou material infetado num saco de plástico fechado;
• Colocar o material cortante contaminado num recipiente sólido fechado, para efeito próprio
de cortantes e perfurantes.

15 Caixa de material de primeiros socorros

A Informação Técnica nº 1/2010 da DGS/Saúde Ocupacional sobre os Primeiros


Socorros no Local de Trabalho estipula o conteúdo mínimo de uma mala/caixa/armário
de primeiros socorros a ter na empresa, secção, gabinete ou viatura, com o objetivode
combater imediatamente lesões que possam pôr em risco a vida de uma vítima ou
minimizar os riscos das lesões que possam aguardar pela chegada do socorro
especializado.
• Compressas de diferentes dimensões;
• Pensos rápidos;
• Rolo adesivo;
• Ligadura não elástica;
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• Solução anti-séptica (unidose);


• Álcool etílico70% (unidose);
• Soro fisiológico; (unidose);
• Tesoura de pontas rombas;
• Pinça;
• Luvas descartáveis em latex.

Para além deste conteúdo, seria desejável que os locais de trabalho dispusessem
de uma manta térmica e de um saco térmico para gelo.

Conclusão

Os Primeiros Socorros consistem num conjunto de procedimentos que têm o objetivo


de manter a vida de alguém em situações inesperadas, ou evitar o agravamento de lesões,
até à chegada de profissionais especializados. Deste modo, é da responsabilidade de todos
o reconhecimento e identificação adequada de uma situação urgente, ou potencialmente
urgente, atuando com base em princípios e conhecimentos sólidos. Só com formação
adequada é possível assegurar a prestação de Primeiros Socorros de forma correta, pelo
que as ações de formação dos colaboradores permitem às unidades estarem mais
informadas sobre como aplicar as medidas de primeiros socorros, promovendo a sua
própria segurança, a dos colegas de trabalho e eventualmente a dos utentes, até à chegada
de socorro profissional à vítima.
O desejo de ajudar alguém que parece estar em perigo de vida pode levar a ignorar
os riscos inerentes à situação. Se não forem garantidas as condições de segurança,
poderão ocorrer consequências negativas. Só colaboradores (in)formados conseguirão
levar a bom porto uma situação de risco, na qual os primeiros socorros são fulcrais.

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Bibliografia

Manual TAS/TAT, 2012, Abordagem à Vítima, 1ª Edição, INEM.

Manual de Emergências Médicas (para médicos e enfermeiros), 2012, 1ª Edição,


INEM.

Manual TAS – Emergências Trauma, 2012, 1ª Edição, INEM.

Manual do Sistema Integrado de Emergência Médica,2013,1ª Edição, INEM.

Manual de Primeiros Socorros, 2014, 3ª Edição, ENB.

Manual de Primeiros Socorros em Pediatria, 2016, 1ª Edição, ENB.

Manual de Suporte Básico de Vida Pediátrico,2017,1ª Edição, INEM.

Manual SBV com Desfibrilhação Automática Externa, 2017, 1ª Edição, INEM.

Manual de Suporte Básico de Vida Adulto, 2017, 2ª Edição, ENB.

Manual de Suporte Básico de Vida Adulto, 2017, 2ª Edição, INEM

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