Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
dezembro 2003
SINOPSE:
Este manual foi desenvolvido como trabalho de conclusão do
curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e
Propaganda. A intenção do presente material de pesquisa é a de
reunir conceitos, termos, critérios e fórmulas utilizadas na área de
mídia de forma introdutória e de fácil assimilação para os estudan-
tes que estão iniciando seu contato com a mídia.
Apresentação ...................................................... 6
Bibliografia ...................................................... 65
APRESENTAÇÃO
N
ormalmente quando pensamos em Publicidade e Propaganda, associa
mos os profissionais, quase que imediatamente, à área de criação de
campanhas. Prova disso, é que a maioria das pessoas que ingressa no
curso de Comunicação Social e opta pela habilitação em Publicidade, o faz, por
julgar-se criativo em imagens ou textos para propaganda.
Essa tendência me fez refletir sobre as possibilidades da área quando comecei o
curso de Comunicação Social na Universidade Salgado de Oliveira. Muitas vezes,
me perguntei se era isso mesmo que eu queria e se era essa a profissão com a qual eu
me identificava. O próprio tabu de que apenas o departamento de criação da agência
era criativo, que unicamente ele, possuía as idéias e que através dele tudo acontecia,
me inquietava.
Assim, o percurso que tracei até chegar à função de mídia foi em busca do que o
curso e a profissão de publicitária poderiam me oferecer. Para minha surpresa, ao
descobrir que a profissão detinha mais abrangências do que eu supunha, deparei-
me com uma das áreas que, a meu ver, constitui-se, sobremodo, a mais completa
e interessante do mundo publicitário.
A atividade de mídia foi gradativamente sendo descortinada aos meus olhos:
descobri tendências, setores, instrumentos e particularidades da profissão. Para
conhecer esses setores e essas funções, falei com colegas, pesquisei na Internet,
devorei livros e li diversas revistas. Nada passava despercebido! Onde pude en-
contrar descrições sobre o que cada departamento fazia, quais eram as suas fun-
ções, seus deveres, suas atribuições, etc., lá estava eu, ávida por detalhes.
E foi em meio a essas pesquisas que descobri a área de Mídia: um departamen-
to da agência que unia marketing, pensamento estratégico, comunicação e
criatividade.
Me identifiquei logo com as descrições, afinal, nunca havia me imaginado como
redatora ou diretora de arte. Todavia, a linha profissional que eu iria seguir ainda
era uma dúvida muito grande, e mesmo que a área de Mídia me chamasse a
atenção, eu ainda precisava conhecê-la melhor.
No 5º período, na disciplina Mídia I, fui formalmente apresentada ao que seria o
profissional de mídia e suas devidas atividades e atribuições. Me dediquei bastante à
cadeira, a minha identificação era evidente aos olhos de todos, dos colegas à profes-
sora. Sem dúvida, a academia foi importantíssima para a minha paixão pelo tema,
mas um dos fatores decisivos para o meu “casamento” com a área foi quando fui
aprovada no processo seletivo de estagiários da Ampla Comunicação. Pude unir a
teoria estudada na faculdade com a prática na agência.
E aqui está um pouco do que aprendi. Decidi elaborar este material não apenas
para obter um trabalho que possibilitasse a minha conclusão de curso, a idéia tam-
bém foi a de ajudar as pessoas que tenham interesse em começar a entender o mundo
da mídia de forma prática e clara. Nas dificuldades de coleta de dados e na minha
sede por pesquisas, foi onde mais aprendi. Afinal, é nas pesquisas que se encontra o
vasto e complexo material de trabalho do profissional de mídia.
Antes das aulas, tive grande dificuldade em entender a profissão pelo conteúdo
teórico da maioria dos livros que argumentava sobre o assunto. Tais livros, quando
não extremamente técnicos, utilizavam dados norte-americanos, um padrão bastante
distante da nossa realidade local. Não que esses livros não ajudem, ajudam e muito,
mas senti a necessidade de um material introdutório e completo sobre o tema.
No texto a seguir, está um pouquinho de mim, das minhas pesquisas e das pesso-
as que trilharam comigo, me ajudando, me orientando e me ensinando. Gostaria de
enfatizar que este é apenas o começo de um trabalho de pesquisa, que ainda tem
infinitas possibilidades de descobertas e assuntos inesgotáveis. A área de mídia,
assim como a própria comunicação, está em constante evolução. Cabe a nós, mer-
gulharmos nesse maravilhoso universo de novas tecnologias e descobertas.
Espero, sinceramente, que este livro seja para você um manual prático e de fácil
entendimento, pois a nossa intenção é essa: descomplicar a mídia. Muito obrigada e
boa leitura!
abc do mídia
Capítulo 1
8
abc do mídia
N
este primeiro capítulo, gostaríamos de apresentar, de uma maneira geral,
como funciona o “mundo” de uma agência. Obviamente, entendemos
que não existe uma receita pronta, uma fórmula engessada e imutável
para a estrutura organizacional de uma empresa que cria e agencia a comunicação
publicitária, por isso, a nossa intenção aqui é a de apresentar, de forma rápida e
funcional, a estrutura básica da maioria das agências de publicidade e propaganda.
Para que você compreenda melhor a disposição dos departamentos e suas fun-
ções, simularemos um tour com uma personagem que desempenha a atividade cha-
mada tráfego1 dentro da agência.
Assim, neste capítulo introdutório, permitimos que o tráfego passeie com você
pela agência, apresentando cada um dos departamentos e suas respectivas funções.
Com a palavra o tráfego:
— Olá, leitores, fui convidado para fazer uma demonstração prática do funciona-
mento de uma agência. Portanto, acho importante iniciar explicando o que é uma
agência de propaganda.
A agência é uma empresa especializada na arte, na técnica e na criação da propa-
ganda. Através de profissionais especializados, a agência vai planejar, criar, produzir
e estudar a campanha publicitária.
Para que tal campanha possa ser eficaz e atingir de forma satisfatória o target2 do
produto ou serviço, a agência escolhe, de acordo com a necessidade de comunicação,
como, quando e onde esta mensagem publicitária vai ser veiculada. A escolha é feita com
a finalidade não só de atingir o público-alvo, mas também de prover as melhores alterna-
tivas de comunicação para cada tipo de problema ou necessidade de seus clientes.
Agora, gostaria de me apresentar de forma mais pessoal: sou o Tráfego. Essenci-
almente, a minha função profissional é a de ser o elo entre os departamentos de uma
agência, portanto não foi à toa que fui convidado a passear com o leitor pela agência,
afinal, ninguém melhor que eu, que trafego por toda a empresa, para apresentar os
nossos departamentos.
Inicialmente, vou explicar a minha função. Sou responsável por fixar, controlar e
cobrar os prazos que são instituídos à dupla criativa.
Apesar de desenvolver as minhas atividades junto à criação, meu trabalho não se
resume ao controle da mesma, pois também tenho que estar junto ao atendimento, à
produção e à mídia.
Na realidade, devo estar atento a tudo o que entra e o que sai da agência. Para que
você compreenda melhor o meu trabalho, vou exemplificar como desempenho mi-
nhas funções contando um pouco do meu dia-a-dia:
1
Setor/departamento ou pessoa de uma agência de propaganda encarregado de controlar o fluxo do trabalho de uma ou mais áreas.
2
Público-alvo que o anunciante deseja atingir com sua comunicação, ou seja, para o qual a mensagem é dirigida. Definido através de um
critério sociodemográfico, além de aspectos comportamentais e de consumo.
9
abc do mídia
O atendimento/planejamento
3
Conjunto de dados comerciais ou de marketing que servem de base para estudos de promoção e merchandising, elaboração de campanhas
e confecção de peças em geral.
4
Trabalho a ser desenvolvido pela agência.
10
abc do mídia
A criação
A produção
11
abc do mídia
12
abc do mídia
Capítulo 2
DESVENDANDO A MÍDIA
13
abc do mídia
N
o nosso dia-a-dia, falamos muito em mídia. Citamos fontes, informamos
dados, fornecemos detalhes... Nos referimos à mídia como uma parte
da sociedade moderna totalmente integralizada ao cotidiano dos grandes
centros metropolitanos.
Todavia, neste segundo capítulo, iremos abordar o termo mídia levando em con-
ta, essencialmente, a sua função no contexto publicitário.
O nosso desafio consiste em passar a entender um pouco as definições básicas
da atividade do mídia.
Inicialmente, gostaríamos de conceituar a palavra mídia, desde sua origem, para
que possamos compreender tudo que envolve o profissional dessa área.
A palavra mídia veio do latim medium e nada mais é do que a forma adaptada da
palavra média, que significa meio de comunicação. Há informações de que a adapta-
ção foi feita pelos americanos que, posteriormente, incorporaram ao seu vocabulário
como media. Tal palavra foi alterada para o vocabulário português, e hoje o termo
utilizado é mídia.
Trata-se atualmente de uma palavra usada para designar os veículos de comunica-
ção, assim como a técnica que serve para indicar os melhores meios, veículos, volu-
mes, formatos e as melhores posições para veicular as mensagens publicitárias.
O termo também é o nome dado ao setor/departamento ou à área especializada
nas agências de propaganda e a própria designação para o profissional especializado
nas técnicas de mídia.
Dessa forma, segundo a definição do minidicionário de português de Aurélio
Buarque de Holanda Ferreira (2001 – p.462), mídia é:
MÍDIA BÁSICA – O meio escolhido como principal num plano de mídia, por
razões estratégicas do planejamento da campanha.
1
No site http://www.sbt.com.br/comercial/cantinho/conceitos/default09.asp, consultado em 18.11.03.
14
abc do mídia
MÍDIA DADOS – Anuário publicado pelo Grupo de Mídia de São Paulo com
informações estatísticas sobre todos os meios de comunicação.
15
abc do mídia
Negociação: Esse profissional tem que estar sempre informado sobre valores, prazos e
formatos da mídia. O alicerce da sua função é a aptidão para negociar e otimizar a verba do
cliente. Tal profissional também analisa o mercado e a curva dos negócios publicitários. Sua
atividade é ancorada pela informação e pelo acompanhamento detalhado dos veículos. Cabe
ao negociador de mídia analisar, com extrema agilidade, novas oportunidades, pontos fracos e
fortes nos veículos, bem como as potencialidades de mídias diferenciadas, sempre antenado
com as necessidades de comunicação do cliente e as estratégias utilizadas no planejamento.
16
abc do mídia
Análise de resultados: Esse profissional, como o nome já diz, vai ser um analista
dos resultados obtidos pelo planejamento e pela execução da mídia para o target. Ele vai
analisar, junto ao cliente, o retorno do planejamento, verificando para futuras oportunida-
des pautadas nos resultados obtidos na campanha e apontando para elas.
2
Conferindo em inglês. Atividade de checar a veiculação dos anúncios nos espaços negociados, nos horários acertados, com a qualidade exigida, etc
3
Tipo de programação de comerciais que percorrem várias faixas horárias pré-estabelecidas pelas emissoras.
4
E que não devemos desconsiderar a grande quantidade existente, principalmente aqui no Nordeste.
17
abc do mídia
Isso significa dizer que, devido aos altos custos das pesquisas de mídia, geral-
mente as agências pequenas conseguem obter dados de audiência, alcance, etc.,
através dos próprios veículos, com suas negociações e ofertas para veiculação.
Para alguns profissionais, seria inadequada a utilização da denominação diretor de
mídia para uma estrutura funcional tão ajustada ao pequeno formato da agência. Dessa
forma, normalmente se denomina responsável ou simplesmente mídia para designar a
pessoa que responde pelo planejamento e pela compra da mídia.
Trata-se de uma estrutura genérica e que também pode sofrer ajustes e adequa-
ções. No mercado local, pode-se encontrar agências que um único profissional tem
que estar gabaritado para administrar todas essas funções ou algumas delas.
Apenas empresas de grande porte podem realmente separar essas funções do
departamento em vários profissionais. Regionalmente, encontramos com freqüência
apenas o diretor de mídia e os mídias que desempenham as funções já citadas.
18
abc do mídia
19
abc do mídia
20
abc do mídia
Ibope Mídia:
21
abc do mídia
Mais algumas cidades, como Belém o cidades de interior de Minas Gerais, comple-
tam o total do Painel.
No caso de Fortaleza e Florianópolis, a pesquisa painel de televisão é realizada a
partir de questionários (250 domicílios em cada cidade).
Com esses dados coletados, o Ibope Mídia desenvolveu vários softwares para
suprir necessidades diversas de seus clientes. O primeiro deles é o TCI (Terminal
Cliente Ibope), que informa os índices de audiência domiciliar das emissoras de
TV. Os resultados são enviados aos clientes através de tabelas e gráficos referen-
tes a cada minuto do dia, podendo ser personalizados e impressos. No TCI, para a
praça de São Paulo, os dados são em tempo real.
Outro software desenvolvido pelo IBOPE mídia é Telereport. Este software per-
mite analisar a audiência de TV de forma mais precisa, colaborando consideravel-
mente com a informação de dados bastante relevantes para os planejadores de mídia.
É possível verificar, por exemplo, targets comportamentais, dados sobre fideli-
dade a programas, o tempo médio pelo qual os telespectadores vêem os progra-
mas, o alcance e a freqüência de determinados programas, além do fluxo e da
migração de audiência entre diversos programas.
Somado aos dados sobre a audiência da programação, o Telereport permite
ainda entender, de forma mais consistente, o perfil do telespectador, pois apresenta
dados sobre as preferências dos vários targets: ao que as classes econômicas, os
jovens, a terceira idade, os homens, as mulheres, etc. assistem mais. Com essas
informações, podemos escolher, de forma direcionada, entre as diversas progra-
mações, a mais adequada para o nosso planejamento de mídia, de acordo com a
necessidade de comunicação de cada produto.
O telereport também possibilita análise de dados de audiências individuais, a
criação de targets, análise demográfica, análise minuto a minuto ou de partes do
dia, análise de assiduidade, fluxo, entre outras informações. Seus relatórios podem
22
abc do mídia
ser diários, semanais e mensais. Existe ainda a versão light, com preços mais
econômicos e conseqüente disponibilização de menos informações.
Um outro produto do Ibope Mídia é o Mediaquiz. Trata-se, na verdade, de uma
versão menor do telereport. Possibilita algumas análises da programação, 32 targets
padrão e curvas de audiência. Seus relatórios podem ser semanais ou mensais.
Existe também um conjunto de softwares que servem para simular e analisar os
planos de mídia após sua execução, no caso uma pós-análise. Tais softwares são
simuladores de resultados, testam e orientam o plano de mídia e depois analisam
os resultados que poderão ser obtidos pela sua implementação.
Esses produtos são: Planview, A&F e SuperMidas. O A&F simula o alcance a fre-
qüência, permitindo uma análise dos planos de mídia de TV para públicos específicos.
São gerados planos que fornecem custo, número de inserções, custo por mil (CPM),
Gross Rating Points3 (GRP), alcance, freqüência e audiência, ou seja, todos os dados
necessários para um plano de mídia eficaz. O A&F pode ser semanal ou mensal.
O Planview, além de todas as ferramentas do A&F, possibilita analisar os rankings
de programas, sugerindo programas que irão compor os planos de mídia através
de filtros, indicadores de freqüência e alcance, tudo isso em sua versão light. Na
versão completa, além de unir o A&F à sua versão light, indica de uma forma
otimizada maneiras de distribuir investimentos publicitários. Sua periodicidade tam-
bém é semanal e mensal.
O Ibope Mídia conta ainda com a consulta via Web. Através desse serviço, as
agências podem ter acesso a muitos dados de mídia pela Internet. O Consulta Net
fornece índices de audiência e afinidade, custo por mil e por ponto, além de perfis
sociodemográficos em diversos filtros e rankings.
O Ibope Mídia também pesquisa a audiência de jornal, nesse caso, existem
nove mercados pesquisados, que são: Belo Horizonte, Curitiba, Distrito Federal,
Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Outras
cidades são estudadas de duas a quatro vezes por ano. A pesquisa é realizada
utilizando a metodologia Recall através de amostras móveis e procura analisar o
comportamento de cada indivíduo nos dois dias anteriores à entrevista. Cada en-
trevistado responde quais títulos de jornal leu e quais cadernos, seções e suple-
mentos. Além dos dados referentes ao jornal, a pesquisa também visa conhecer o
perfil do leitor, para análise de targets específicos e zonas geográficas. São feitas
perguntas de cunho pessoal, como sexo, idade, grau de instrução, moradia e posse
de bens para classificação econômica.
Hoje, de forma mais rápida e tecnológica, as informações são registradas em
hand-held (computador de mão), que substituíram os questionários em papel.
3
Somatório da audiência bruta de uma programação.
23
abc do mídia
Marplan:
O próximo instituto de pesquisa de comunicação que apresentaremos é o Marplan.
O instituto de pesquisa Marplan desenvolveu o Sisem Mídia, esse software é
disponibilizado em disquetes e cobre as pesquisas regulares de revistas, jornais, TVs
e rádios dos principais mercados do país: Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro,
Grande Porto Alegre, Grande Belo Horizonte, Grande Recife, Grande Salvador, Grande
Curitiba, Brasília, Fortaleza, Belém, Baixada Santista, Londrina e Campinas, além de
listar o ranking do target selecionado, com gráficos e simulações de mídia impressa.
O Marplan oferece também o Sisem Consumer, um sistema de tabulação em que veícu-
los, agências e anunciantes podem acessar diretamente mais de 900 informações do Banco
de Dados da Marplan, referentes a 13 mercados do país. O Sisem Consumer permite
24
abc do mídia
IVC:
Existe ainda um outro instituto que merece referência em termos de pesquisas de
mídia. É o Instituto Verificador de Circulação (IVC). Esse instituto trabalha a coleta de
dados de mídia através de auditoria nos principais jornais e revistas do Brasil. Seus
relatórios fornecem dados de circulação, venda em bancas e assinantes de cada veículo.
Com a análise das pesquisas de mídia, podemos obter várias respostas e vários
dados sobre o perfil do público que queremos atingir em um plano de mídia. É por
meio desses dados e respostas, que poderemos medir, com segurança, o público-
alvo que estaremos atingindo e com que freqüência.
Assim, um plano de mídia é decidido, em grande parte, pela análise desses índi-
ces. E é deles que falaremos a partir de agora.
25
abc do mídia
26
abc do mídia
quada dos índices, permite direcionar as táticas para uma programação que traga
maior quantidade de comunicação pelo menor preço, otimizando assim a verba do
cliente na escolha da programação que agregue maior GRP e menor CPM.
O TRP é uma expressão adotada para definirmos o GRP no Target. Entendemos
assim que o GRP refere-se aos índices relativos ao universo domiciliar, e o TRP se refere-
se a audiência em targets específicos, ou seja, a segmentos específicos da população.
Veremos agora o índice denominado de CPP. O CPP (custo por ponto), é o valor
que será pago por cada ponto de audiência.
Esse índice nos informa, de maneira clara, quanto custa cada programa por ponto na
audiência. O CPP é obtido através da divisão do valor do programa pela sua audiência.
Vamos entender o CPP de forma prática:
Temos dois programas: A e B. Para o programa A, foram programadas 2 inser-
ções. Nele, o custo unitário de cada inserção é de R$ 100,00. Já no programa B, a
programação é de 4 inserções ao custo de R$ 55,00 cada. A audiências dos progra-
mas A e B são de 60% 30% respectivamente.
Na tabela abaixo podemos visualizar os parâmetros para o cálculo do CPP da
referida programação:
Freqüência
27
abc do mídia
quanto é necessário para que o público-alvo assimile a mensagem e tenha uma mu-
dança positiva em conhecimento, atitude ou ação de compra.
Além da freqüência, como vimos acima, consideramos também a freqüência mé-
dia e eficaz. Freqüência média é o número médio de vezes em que o público é
exposto a uma mensagem publicitária num dado período de tempo, ou flight.5 Com
base no exemplo anterior, temos:
Share ou Participação
5
Período durante o qual um determinado anunciante leva ao ar uma campanha, alternando fases de propaganda relativamente freqüentes
com outras de ausência de propaganda.
28
abc do mídia
Alcance
Impacto
O Número de impacto será o equivalente ao número de GRP’s, mas expressos
em número absolutos. É o total de contatos estabelecidos entre o veículo e o públi-
co-alvo ao longo de uma determinada programação. Por exemplo, se eu utilizo 3
inserções em um programa que atinge a um milhão de pessoas , eu terei como total 3
milhões de impactos. Para que possamos compreender melhor esse conceito, pode-
mos visualiza-lo pela fórmula a seguir:
29
abc do mídia
Capítulo 3
OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO
30
abc do mídia
P
odemos definir veículo de comunicação como o meio pelo qual a men
sagem publicitária é levada ao conhecimento dos consumidores, ou, em
outras palavras, veículo é o recurso material que irá divulgar a mensa-
gem ao grupo consumidor.
Assim, para que a mensagem publicitária chegue ao seu receptor-alvo são utiliza-
dos vários tipos de veículos, desde os mais modestos, como uma simples faixa de
rua que apresenta as ofertas das frutas na mercearia, até os mais abrangentes e sofis-
ticados, como uma rede de televisão que atinge uma grande parcela da população.
Dessa forma, um dos principais papéis do mídia é o de conhecer o máximo
possível desses veículos disponíveis e, assim, utilizá-los da melhor maneira, ade-
quando-os às necessidades de comunicação do cliente e da campanha.
Entre a ampla diversidade de veículos existentes, alguns são inteiramente depen-
dentes da propaganda para se manterem. Percebemos isso também em grandes veí-
culos, como é o caso de emissoras de televisão abertas, revistas e jornais gratuitos.
Afinal, os telespectadores e leitores de tais veículos não pagam nada para terem
acesso aos seus conteúdos. Nessa categoria de veículos subsidiados pela propagan-
da, também estão inseridos o outdoor e mala-direta
Já outros dependem da propaganda, mas também de venda dos exemplares, como
revistas e jornais pagos, cinema e a própria televisão, quando o veículo é disponibilizado
por meio de assinatura.
Existem ainda aqueles que pouco utilizam a propaganda como fonte de faturamento,
como é o caso das emissoras de televisão e rádios educativas, que são mantidas pelo
governo ou fundações e organizações sem fins lucrativos.
Para um melhor entendimento dos veículos e suas peculiaridades, vamos estudá-
los a partir de suas classificações nos meios que cada um está inserido.
TELEVISÃO ABERTA
A televisão aberta é o meio mais “consumido” por nossa sociedade. As pessoas utilizam
a TV por diversos motivos; segundo o Mídia Dados 2003, as verbas publicitárias cresceram
5,9% em relação a 2001 (contra 3,4% do mercado). Esse fato certamente ocorre pela nova
estrutura da TV brasileira, que lança novas ofertas e novos formatos comerciais diferencia-
dos, como as propagandas ao vivo e o merchandising. A televisão exerce um grande poder
31
abc do mídia
midiático na população; podemos perceber tal fato quando recorremos a pesquisas e nos
deparamos com dados como, 98% dos entrevistados assistem a TV pelo menos uma vez
por semana, e 86% assistiram no dia anterior (Mídia Dados 2003). É impressionante a
imensa cobertura e abrangência da televisão na população em geral.
A TV leva cultura, informação, lazer e entretenimento à casa das pessoas com
poucas limitações. Quando voltamos para a mesma fonte, o Mídia Dados, descobri-
mos que 86,5% das pessoas têm TV em casa, podemos concluir, dessa forma, que
seu impacto como veículo de comunicação é indiscutível.
Por possibilitar uma grande cobertura numa sincronicidade surpreendente, a tele-
visão exerce uma intensa influência sobre as pessoas. Assim, vemos um veículo cujo
potencial de comunicação é imensurável.
Quando tratamos a televisão como veículo para a ação publicitária, podemos
programá-la em caráter nacional (em rede), ou regionalmente (através das
retransmissoras), já que a maioria das redes dispõe de emissoras locais que fazem a
sua própria programação combinada com a programação nacional.
Considerada um veículo de massa, graças a sua grande audiência e cobertura,
atinge a diversas classes, idades e diversidades culturais. Para a utilização precisa e
eficaz do seu potencial publicitário, é necessário um estudo de sua programação
quando se trata de um target muito específico, para não ocorrer um desperdício de
verba. O estudo do perfil por veículo, da faixa de horário e do programa deve ser
sempre utilizado para a definição da programação da campanha.
Com a evolução da TV, e por ser justamente considerada um veículo de massa,
pudemos notar cada vez mais a segmentação na sua programação para atender a vários
nichos da população. Portanto, a preocupação em oferecer produtos atrativos às diversas
classes, faixas etárias e preferências da população fica, nos dias atuais, mais evidente, e
passa a ser um assunto bastante discutido para a montagem de sua programação.
Existem várias formas de fazer publicidade na televisão. A mais conhecida e normal-
mente mais utilizada é o comercial1 ou VT. Esse formato apresenta algumas variações na
duração, podendo ser de 15” (quinze segundos), 30” (trinta segundos), 45” (quarenta e
cinco segundos) e 60” (sessenta segundos), ou formatos de maior duração, que são
negociados em condições especiais. A forma mais usual é a dos comerciais de 30”.
Além dos comerciais, a TV também oferece opções diferenciadas para a compra
da mídia, como nos casos de patrocínios de programas e do merchadising.2
Nos patrocínios, o anunciante tem direito a vinhetas e assinaturas, que, em geral,
duram em torno de 5” (cinco segundos) a 7” (sete segundos) cada inserção. As
vinhetas e assinaturas ocorrem no início e fim do programa patrocinado.
32
abc do mídia
RÁDIO
33
abc do mídia
CINEMA
Talvez por uma questão cultural a mídia em cinema é a menos utilizada. O fato é
que os brasileiros freqüentam muito pouco o cinema, e com advento do vídeo casse-
te e do DVD, essa situação fica, cada vez mais, acentuada.
No cinema, o público atingido é bem menor que nos outros meios de comunica-
ção, todavia, pode ser uma boa mídia para targets específicos, dependendo do
produto/serviço ofertado. Como mídia, tem como público-alvo principal jovens das
34
abc do mídia
classes mais favorecidas e pode ser veiculado como mídia nacional, regional ou
local, uma vez que o espaço é vendido cinema por cinema.
Nesse meio, um fator que conta positivamente é que a mensagem é muito bem
absorvida pelo espectador, devido ao contexto de total concentração. Além da imen-
sa tela, a sala de projeção escura, o som alto e o ambiente partilhado, colaboram para
a não dispersão da atenção.
Seus formatos são de até 1’ (um minuto), chegando, em casos especiais, a uma negocia-
ção que ultrapasse esse tempo. Sua exibição é, por lei, sempre no início das sessões. Hoje
em dia vem acontecendo com mais freqüência o uso do merchadising indireto em filmes.
Esse formato publicitário tem gerado um recall4 mais elevado que no formato convencional
de antes. Podemos citar como exemplo a Coca-Cola Light no filme brasileiro Os Normais,
produto que foi inserido no contexto de uma cena, sem precisar nem citar o seu nome.
O custo de veiculação é um atrativo positivo, pois em geral, o custo da inserção é
baixo, quando comparado a outras mídias.
A negociação em cinema é feita através das “cine-semanas” que são compreendi-
das na veiculação das sextas-feiras às quintas-feiras. Os formatos possíveis para os
comerciais são de 15”,30”,45” e 60” ou vinhetas de 7” e 10”. Todavia, existem alguns
cinemas que abrem negociações para formatos especiais, como a inserção
merchadising5, distribuição de amostras e brindes.
JORNAL
O Jornal é a mídia que possibilita maior facilidade de acesso para checagem dos
anunciantes, além de ser um dos meios mais próximos da população devido aos
diversos papéis exercidos.
Segundo a pesquisa Quero Comprar da Ipsos-Marplan, encomendada pela ANJ
(Associação Nacional de Jornais), realizada de setembro a outubro de 2003, o meio
jornal possui quatro funções principais.
A primeira seria a utilitária. Afinal, as pessoas usam para orientar suas compras,
planejar seu dia-a-dia e pesquisar opções de lazer.
A segunda função seria a aquisição de informações. Nesse caso, a função básica
é para a obtenção das últimas notícias. Assim, o público busca entender melhor o
que ocorre, ter informação confiável e identificar novas tendências.
4
Índice de lembrança.
5
Em mídia, merchandising designa a comercialização de menções e aparições de produtos em TV, cinema, rádio etc., segundo critérios
editoriais de “naturalidade”, e inseridas no “contexto” do programa.
35
abc do mídia
36
abc do mídia
Fotos: DP
o jornal destacando a
mensagem do anunciante
de maneira impactante.
REVISTA
As revistas podem ser consideradas uma das mídias mais segmentadas que existe. Na
realidade, a própria linha editorial da publicação já tem como referência um público seleto.
No geral, tem caráter geográfico nacional, todavia, algumas delas, incluem normal-
mente, em suas edições, cadernos regionais, o que se torna uma boa opção de mídia.
Segundo o Mídia dados 2003, as revistas detêm cerca de 9,7% da verba investida em
propaganda no Brasil.
Um dos pontos mais fortes para a utilização desse meio como mídia é, de fato, a
segmentação. Nesse caso, falamos diretamente com quem interessa.
Outra característica peculiar do veículo é o baixo índice de dispersão dos leitores
na hora da leitura, visto que, normalmente esse período é escolhido em um momento
de plena concentração, sem pressa, gerando, conseqüentemente, uma maior atenção
às mensagens.
37
abc do mídia
Além desses formatos usuais, cada vez mais notamos a disponibilidade dos mei-
os em utilizar estruturas diferenciadas, com as revistas não é diferente. A cada dia
notamos o crescimento desse tipo de anúncio, é o caso de propagandas com a
utilização de samples, cheiros, recortes especiais, etc.
38
abc do mídia
OUTDOOR
Outdoors são painéis de rua de grandes formatos. Neles, são colados 32 cartazes,
como na montagem de um quebra-cabeça, que se completa formando um grande painel,
Esse formato com 32 folhas ainda é utilizado regionalmente, no Sudeste já e bem mais
forte a presença do formato 16, que funciona da mesma maneira que o de 32 folhas,
apenas as matrizes são impressas em maquinas maiores, o que acaba por permitir uma
margem de impressão maior, gerando a impressão de apenas 16 folhas no lugar das
tradicionais 32. Seu tamanho total é de 9,0 X 3,0 metros. Na denominação da palavra,
significa tecnicamente propaganda ao ar livre.
Sua veiculação funciona por bissemanas,
que formatam-se em catorze dias com datas Bissemana Período
pré-determinadas e programadas anualmente. 2ª 04/01 - 17/01
As bissemanas se iniciam nos sábados das 4ª 18/01 - 31/01
6ª 01/02 - 14/02
semanas pares, separados por períodos de
8ª 15/02 - 28/02
veiculação. A periodicidade pode ser prolon-
10ª 01/03 - 14/03
gada, negociando-se, no caso, mais de uma
12ª 15/03 - 28/03
bissemana. 14ª 29/03 - 11/04
Para entendermos melhor, vejamos no qua- 16ª 12/04 - 25/04
dro abaixo a programação das bissemanas do 18ª 26/04 - 09/05
ano de 2003: 20ª 10/05 - 23/05
22ª 24/05 - 06/06
24ª 07/06 - 20/06
26ª 21/06 - 04/07
28ª 05/07 - 18/07
30ª 19/07 - 01/08
32ª 02/08 - 15/08
34ª 16/08 - 29/08
36ª 30/08 - 12/09
38ª 13/09 - 26/09
40ª 27/09 - 10/10
42ª 11/10 - 24/10
44ª 25/10 - 07/11
46ª 08/11 - 21/11
48ª 22/11 - 05/12
50ª 06/12 - 19/12
52ª 20/12 - 02/01
39
abc do mídia
Depois da televisão, é o meio que mais se integra à população, já que faz parte da
paisagem e do dia-a-dia das pessoas.
Sua veiculação pode ser de caráter local, regional ou nacional, dependendo dos
objetivos da campanha. Seus formatos publicitários podem ser com tabuletas sim-
ples (uma placa), pontos duplos (duas placas), triplos (três placas), quádruplos (quatro
placas), quíntuplos (cinco placas) ou mais. Obviamente, quando utilizamos mais
placas juntas o impacto de comunicação é bem maior.
Para a impressão dos cartazes, pode-se utilizar policromia (fotografias) ou apenas
arte a traço (com até 3 cores, sem foto). O outdoor ainda permite a utilização de
apliques, que são objetos tridimensionais dentro e fora dos limites da placa.
Vejamos abaixo os formatos de outdoor:
Placa única
Duplo
Triplo
Quádruplo
Quíntuplo
40
abc do mídia
6
A Central de Outdoor é hoje o mais forte organismo de representatividade do setor no Brasil. A essência da atuação da entidade é fornecer
um suporte legal, operacional e mercadológico à atuação de seus afiliados.
41
abc do mídia
LUMINOSOS
São painéis com iluminação própria. Existem dois tipos mais conhecidos: o Front
Light, que tem a iluminação na frente do painel e o Back Light , que possui ilumina-
ção interna.
Os luminosos são feitos com cobertura de filme fotográfico translúcido, o
que permite a passagem da luz. O filme translúcido é utilizado em ambos os
casos, todavia, no caso do Front Light, a iluminação não ultrapassa o filme,
apenas o ilumina.
Com a evolução do meio, o Back Light está sendo gradativamente extinto, fazen-
do com que o Front Light ganhe forças, devido à maior facilidade de instalação do
painel e à troca de lâmpadas ser mais rápida e barata, visto que, no caso do Back
Light, é necessário tirar o painel para a troca de cada lâmpada.
Como mídia, a veiculação dos luminosos é feita em períodos mais longos. A
rentabilidade da produção só é justificada em um período mínimo em torno de seis
meses, já que apresenta alto custo de produção.
Pela peculiar duração de exposição, os luminosos são mais utilizados em campa-
nhas de mote institucional, cuja característica maior é a de empreender um tempo
mais longo para a fixação de marcas.
Abaixo podemos ver um exemplo de Front Light.
PAINEL DE ESTRADA
São grandes painéis fixados ao longo das estradas, geralmente na entrada das
cidades. Da mesma maneira que os luminosos, têm um forte apelo institucional e seu
contrato de exibição é de, no mínimo, 12 meses. Normalmente são pintados.
42
abc do mídia
OUTBUS/BACKBUS
Esse tipo de mídia possui grande visibilidade externa. O seu público-alvo está principalmen-
te nas classes A, B e C.
Sua forma de divulgação é móvel. A propaganda é veiculada na traseira de um transporte
coletivo popular, mas sua visibilidade é externa, sendo direcionado àqueles que estão no trânsito.
No caso do Outbus, a peça publicitária é adesivada apenas na área do vidro
traseiro do ônibus, já o Backbus é veiculado em formato maior, sendo a peça é
adesivada em toda a área traseira do ônibus.
Apesar de ocuparem, em sua essência, praticamente o mesmo espaço, o preço de
produção e veiculação varia consideravelmente do outbus ao backbus, pois na
adesivagem total da traseira do coletivo, por permitir o dobro de tamanho na
visualização, sempre haverá danos à pintura.
Podemos visualizar os dois tipos de mídia abaixo.
Backbus Outbus
PAINEL ELETRÔNICO
Esse tipo de mídia fica disponível apenas em grandes centros urbanos. Podemos
compará-la como televisões gigantes, colocadas em locais estratégicos de grande
fluxo de pessoas nas cidades.
No painel eletrônico são exibidos VTs, em geral filmes publicitários. Um fato que
conta positivamente para a sua utilização é o de que o material pode ser o mesmo VT
criado para a televisão, por isso, existem dúvidas quanto a sua classificação entre
mídia externa e mídia eletrônica.
43
abc do mídia
ABRIGOS DE ÔNIBUS
Quando tratamos de mídia externa, podemos dizer que ela vai da faixa de tecido a um
ônibus envelopado.6
Encontramos inúmeras opções. Na verdade, a utilização vai depender da
criatividade dos profissionais de mídia e de criação.
Só para exemplificar, podemos utilizar como mídia externa cabines telefônicas; bancas
de jornal; paradas de ônibus; latas de lixo; táxis e ônibus parcialmente ou completamente
envelopados; relógios de rua; balões e faixas puxados por aviões; painéis em estádios,
shoppings, lojas; protetores de árvores; placas sinalizadoras de rua, entre outros.
A seguir, alguns exemplos de mídia externa.
Banca de revista
6
Veículo adesivado.
44
abc do mídia
Consideramos mídias internas todo tipo de mídia que encontramos no interior dos
lugares onde há público potencialmente consumidor, como shoppings centers, aero-
portos, rodoviárias, supermercados, etc.
Algumas das mídias ditas internas podem ser classificados também como mídias
alternativas, como veremos mais à frente.
Escada rolante de um
shopping em baixo.
45
abc do mídia
MÍDIAS ALTERNATIVAS
Protetor de
plantas.
Sinalizadores com o nome de rua e Guarda-Sol,
muito utilizados nas praias.
46
abc do mídia
A INTERNET
Full Banner
Half-Banner tamanho de 234 x 60 pixels, peso 8 K.
Botão
47
abc do mídia
Drop Banner – Esse tipo de formato permite que o internauta interaja com o site.
Nesse caso, inicialmente a mídia aparece como um Full Banner e quando o internauta
clica ou passa o mouse por cima do espaço, ele abre e completa a mensagem.
Vejamos um exemplo:
Rich Media
48
abc do mídia
Pop-ups: São janelas que se abrem no momento em que o usuário entra no site.
Pop-ups
49
abc do mídia
Capítulo 4
O PLANO DE MÍDIA
50
abc do mídia
I
niciaremos este capítulo conceituando alguns aspectos básicos para a execu
ção de um Plano de Mídia. Afinal, antes de qualquer apresentação de roteiro,
é necessário entender o que é um Plano de Mídia.
Podemos definir um Plano de Mídia como o resultado do trabalho de um planeja-
mento que contempla as etapas de definição de objetivos e metas, bem como a
elaboração de estratégias e táticas.
Segundo o Dicionário do Mídia do Sistema Brasileiro de Televisão – SBT, a
atividade de Planejamento em mídia, e em qualquer área que venha requerer alguns
conhecimentos técnicos é:
Dessa forma, entendemos que o planejamento de mídia será o processo pelo qual
indicaremos um modo de ação, mostrando como utilizaremos o tempo e o espaço publi-
citário para atingir de forma eficiente e eficaz os objetivos da publicidade e do marketing.
Portanto, para a elaboração de um Plano de Mídia, torna-se imprescindível, além
dos conhecimentos técnicos da área, uma minuciosa pesquisa sobre os dados que
serão decisivos para a composição do planejamento.
O planejador de mídia lança mão desses dados para elaborar uma estratégia de
mídia que se adeqüe aos objetivos de mercado e de comunicação estabelecidos para
a campanha. Assim, tal profissional selecionará os meios e os veículos a serem
utilizados na divulgação da mensagem publicitária.
Para entendermos de maneira mais prática, dividimos o processo em cinco eta-
pas, que detalharemos ao longo desse capítulo:
51
abc do mídia
O Produto e o consumo da marca são aspectos do plano que devem ser verdadei-
ramente conhecidos. Entretanto, há outros dados que não devem ser menosprezados
para um bom planejamento.
Na percepção clara dos objetivos de marketing do cliente, está a chave para que o
planejador não perca o foco nem atire no alvo errado.
Dessa forma, torna-se imprescindível para o mídia o conhecimento desses objeti-
vos. Quando eles existem e são claros para o produto/serviço em questão, acabam
por proporcionar o método mais direto de avaliação das alternativas de mídia que
possam atingir, de maneira eficaz, os alvos mercadológicos do planejamento.
52
abc do mídia
alteração de embalagem;
aumento da cobertura;
incremento de vendas;
Como tocamos no tema marketing, é importante ressaltar que não existe receita
pronta. Não temos a intenção de ditar um formato padrão, até mesmo porque ele não
funcionaria em todos os casos. Todavia, esse é ainda um paradigma que precisa ser
mudado, particularmente na forma de condução dos planejamentos mercadológicos
dos anunciantes.
53
abc do mídia
Os consumidores até que gostam Criar a preferência Criar uma campanha que ressalte e
do produto/serviço, mas na hora do consumidor promova qualidades especiais e
da escolha acabam comprando o diferenciais do produto, dando
do concorrente. ênfase ao seu melhor desempenho
frente à concorrência.
54
abc do mídia
De acordo com os exemplos acima, podemos concluir que a clara definição dos
objetivos de comunicação é de extrema importância para um planejamento eficaz, afi-
nal, é com base no conhecimento e na definição dos motivos e objetivos da comunica-
ção que iremos definir como vamos comunicar tal mensagem a nossa audiência-alvo.
Para o mídia, a redação dos objetivos de mídia é o primeiro passo para a elabora-
ção de um planejamento bem fundamentado.
É através deles que vamos traçar os próximos passos a serem seguidos. Pode-
mos defini-los como a descrição das tarefas que desejamos desempenhar.
O primeiro objetivo a se determinar é, sem dúvida, a definição do público-alvo.
Esse dado é considerado o mais importante entre todos que compõem os objetivos
de mídia, pois através dele iremos definir os passos seguintes.
Após a definição do target, é hora de pensar na função que os meios de comuni-
cação terão na campanha. É bom enfatizar que nessa etapa apenas estamos analisan-
do a função do meio. Por exemplo: se quero atingir um público mais segmentado,
qual tipo de meio que devo usar a fim de atingir meu público de forma adequada? Os
objetivos de mídia simplesmente apontam para o que deve ser executado, sem faze-
rem referência à seleção dos veículos.
Depois do público-alvo, partiremos para um estudo sobre os esforços de comu-
nicação que investiremos nos meios. Esses esforços ficam compreendidos entre as
estratégias de freqüência, alcance, cobertura, GRP pretendido, tipo e quantidade de
flights da campanha. Além de ponderação geográfica e de mercados, disponibilida-
des de orçamento, possíveis restrições e duração da campanha.
Segundo Goodrich & Sissors (2001: 26-27), os objetivos de mídia podem assumir
várias formas e abraçar diversas áreas, todavia, eles propõem uma estrutura básica para
a redação dos objetivos de mídia na maioria dos planejamentos. Tal estrutura, proposta
pelo autores citados, está mencionada abaixo:
55
abc do mídia
Podemos definir a estratégia de mídia como a identificação dos meios para atingir
os objetivos de mídia previamente traçados.
Nessa etapa, definiremos de acordo com as peças publicitárias e com a idéia
central da campanha, os formatos, os meios de comunicação, a sazonalidade do
plano, a justificativa de verba, a quantificação de público-alvo, os flights2 em cada
mercado e a importância de cada índice de mídia na campanha.
Inicialmente, quando desejamos realizar uma estratégia de mídia, se faz necessário
o conhecimento da idéia central da campanha. Por isso, o trabalho de equipe junto à
criação é crucial para o sucesso do planejamento proposto, e com certeza, acarreta-
rá, mais adiante, o bom desempenho da campanha.
Essa parceria é importante para que não ocorra esforço desperdiçado e restrições
na campanha, que certamente é uma problemática a ser discutida incansavelmente
entre departamento de mídia e criação.
Determinadas peças ou idéias pela sua própria consistência ou pelo seu grau de
complexidade, não podem ser veiculadas em certos meios. Podemos dar como exem-
plo a campanha do refrigerante Sprite com o mote “Imagem é nada, sede é tudo”. Tal
campanha explorava, de maneira intensa, a imagem, levando o público a desejar um
refrescante líquido gelado que era derramado em um copo com gelo e uma rodela de
limão, para depois identificar o líquido como “óleo de fígado de bacalhau”. Como
poderíamos veicular essa campanha no rádio, por exemplo, se ela brinca com o senti-
do da visão? Ficaria, no mínimo, incoerente. Então seria um esforço desperdiçado
caso fizéssemos um planejamento para o meio rádio.
Por isso, um fator importante é a análise da campanha e das peças publicitárias,
para a devida adequação dos meios e das estratégias. Meios inadequados podem
comprometer os resultados previamente objetivados.
2
Período durante o qual um determinado anunciante leva ao ar uma campanha, alternando fases de propaganda relativamente freqüentes
com outras de ausência de propaganda.
56
abc do mídia
57
abc do mídia
Linear (Recency): Esse flight, também chamado de teoria do Recency, ocorre quando
existe uma veiculação contínua durante um ano. A campanha vai permanecer du-
rante todo o ano na mídia ininterruptamente. Trata-se, portanto, de um único flight
longo. Conseqüentemente, terá uma freqüência menor na mídia, mas com conti-
nuidade, sem deixar grandes espaços entre as inserções. Os defensores deste tipo
de flight alegam que ele é mais adequado a produtos de alta freqüência de compra,
pois o seu público consumidor está sempre recebendo mensagens publicitárias
sobre o produto.
58
abc do mídia
3
Gráfico extraído do livro Mídia de A à Z, de José Carlos Veronezzi (2002).
59
abc do mídia
Capítulo 5
CRIATIVIDADE EM MÍDIA
60
abc do mídia
A
função primordial do mídia é propor caminhos para que a mensagem
publicitária chegue, de maneira eficaz, ao público-alvo do cliente. Dessa
forma, não há como ignorarmos a necessidade da criatividade. Quanto
mais criativa for a forma de impactar e atingir o target, mais resultados serão percebi-
dos na campanha. O profissional de mídia assim como os profissionais de criação
de uma agência devem exercer sempre o papel de criativos. Principalmente se consi-
derarmos que qualquer coisa pode ser veículo de mídia.
O que devemos ter em mente quando tocamos no assunto “criatividade em mídia”,
é que existe uma infinidade de caminhos diferentes para atingir o público-alvo de
forma impactante, ou seja, é possível a utilização de todos os meios convencionais e
alternativos de maneiras diferenciadas.
Portanto, os mídias devem ver a diversidade de meios, ficando sempre atentos a
novos formatos e novas oportunidades. Para ousarmos na estratégia de planejamento,
não precisamos apenas buscar meios e mídias novos, mas sim criar e buscar maneiras
diferenciadas de utilizar um mesmo meio. Esse deve ser um trabalho conjunto entre
mídia e criação, dessa parceria poderão surgir formatos inovadores e impactantes.
Outro aspecto que merece destaque é que nos dias atuais a publicidade brasileira
tem proporcionado aos mídias a oportunidade de ampliação de suas relações com
os veículos na busca de formatos diferenciados e projetos especiais personalizados
para cada cliente.
Isso é possível porque os publicitários perceberam que a comunicação diferenci-
ada ajuda a reforçar os atributos de um produto/serviço, além de ampliar a visibilida-
de do produto que chega ao consumidor de forma mais impactante.
Assim, quando pensamos no crescimento da publicidade hoje, podemos notar
que tornar uma mídia convencional diferenciada, com novos formatos e utilizações,
é uma excelente forma de se destacar em busca de um consumidor saturado por
tantos apelos ao consumo.
O fato é que há uma ampla diversidade de mídia disponível no mercado, e a
disputa pela preferência e otimização delas se constitui no grande desafio para os
mídias e para os veículos. Essa situação tem permitido e estimulado os profissionais
de mídia a trabalharem mais unidos à criação, ousando em novos formatos. Essa
parceria também tem se estendido ao responsável pelo atendimento do cliente na
complementação das ações de comunicação e marketing.
Paralelo à busca interna da agência por meios criativos de propagação da mensa-
gem, os veículos têm se tornado bastante receptivos a novos formatos. Obviamente,
ainda encontramos algumas dificuldades e resistências, tal situação ocorre, muitas ve-
zes, por conta da estrutura da política interna, da visão limitada do futuro, ou da pró-
pria dificuldade operacional dos veículos na capacidade de flexibilizar novos formatos.
Todavia, no geral, podemos perceber a vontade de concretizar projetos ousados,
61
abc do mídia
A idéia desse case foi presentear os leitores da revista IstoÉ Gente com uma
garrafa do espumante Chandon , que seria entregue junto com a edição de aniversário
da revista. Já encontramos encartados em revistas samples, amostras grátis, etc.,
mas um produto tão frágil como uma garrafa jamais foi antes encartado em uma
revista. É uma idéia inédita no Brasil e envolveu vários setores da empresa para sua
viabilização.Um ótimo exemplo de utilização do meio revista, de utilização de opor-
tunidade, do aniversário da revista e da criatividade da criação e mídia.
62
abc do mídia
A idéia é utilizar o meio mídia exterior, como os outdoors e Front Lights, destacan-
do que o banco é feito para clientes dos mais diferentes perfis. Há mensagens para os
supersticiosos, os desorganizados, os descolados, os metódicos e os curiosos, entre
outros, utilizando a criatividade da criação da idéia da campanha e a valorização do
meio para atingir o público. Existe até um modelo que o outdoor foi montado vertical-
mente, um formato diferenciado no meio que seria complicado sem a integração de
mídia e criação.
Anunciante: Teletrim
Agência: Lew Lara
Produto ou serviço: Pager
Meio: Mídia alternativa, adesivo.
Título: Pequenininho, Hein?
63
abc do mídia
A idéia é inovadora e muito criativa. Foram colocados caixas com ovos, um produ-
to super frágil, na esteira de um aeroporto, envolvida por uma cinta de papel com a
mensagem transportado pela Virgin atlantic.
Além desses cases, podemos encontrar parcerias com veículos e utilizar os mesmo
de forma diferenciada.Podemos ver abaixo exemplos de formatos especiais em jornal.
Embalagens plásticas no
formato do produto, que
envolvem o jornal do assinante.
64
abc do mídia
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORRÊA, R. (2002), Planejamento da Propaganda. - 8ª ed. Revista e ampliada - São Paulo: Global Editora
KOTLER, P. (2003), Marketing de A a Z: bo conceitos que todo profissional precisa saber. Tra-
dução de Afonso Celso Cunha serra. Rio de Janeiro: Campus.
SENNA, P. (2003), Meu caro anúncio – A publicidade descomplicada. São Paulo: Saraiva.
TAHARA, M. (1991), Contato Imediato com a Mídia. São Paulo: Global Editora.
Sites consultados:
www.pe360graus.com
www.onorteonline.com.br
www.blueblus.com
www.meioemensagem.com.br
www.gm.org.br
www.sbt.com.br
65
Capa, diagramação, editoração e arte final:
Gideon de Andrade Filho