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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
TURMA: 5º PERÍODO DE ADMINISTRAÇÃO (turma A)
PROFESSOR: Adm. MARCELO AUGUSTO MENDES BARBOSA.
2008.2
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(1)‐ Conceitos e Definições
Planejamento Estratégico
Exercício 1
Leitura do Texto
Afinal o que é Planejamento e
Estratégia
Henry Mintzberg
2
Planejamento e Estratégia
AFINAL, O QUE E PLANEJAMENTO?
Esta pode parecer uma pergunta estranha a se fazer no fim do século 20, tendo em vista a longa
popularidade do planejamento, especialmente (ironicamente) na América Corporativa e na Europa Comunista.
Em grande parte um exercício orçamentário na América dos anos 1950, ele começou a se difundir com
rapidez, tendo se instalado firmemente na maioria das corporações de grande porte em meados de 1960
(Gilmore, 1970:16; Chamberlain: 1968:151). Naquela época, a noção de planejamento estratégico entrou em
ação, para em dez anos se tornar uma obsessão virtual entre as corporações norte‐americanas (e no governo
norte‐americano, na forma do Sistema de Planejamento‐Programação‐Orçamentação, ou SPPO).
Na verdade, entretanto, o conceito data de muito antes. Há até uma referência a um "diretor de
Planejamento Estratégico" em The An of War1 (1971:146) de Sun Tzu, originalmente escrito há cerca de 2.400
anos (embora um de meus alunos chineses considere esse título uma tradução livre demais do idioma chinês).
Mas não há dúvida sobre a tradução da obra de Henri Fayol. Escrevendo suas experiências como executivo‐
chefe de uma mineradora francesa, ele registrou a existência de "previsões para dez anos... revisadas a cada
cinco anos" (1949:47). Apesar de toda essa atenção, a pergunta "Afinal, o que é planejamento?" nunca foi
respondida corretamente ‐ na verdade, poucas vezes foi levada a sério ‐ na própria literatura de planejamento.
Em 1967, no que continua sendo um dos poucos artigos cuidadosamente racionais sobre o assunto,
Loasby escreveu que "a palavra 'planejamento' é normalmente usada com tantos e tão variados sentidos que
está correndo o risco de degenerar em um ruído emotivo" (1967:300). Quase ao mesmo tempo, uma das
reuniões mais marcantes entre os envolvidos em planejamento foi realizada em Bellagio, Itália, (Jantsch, 1969)
com o patrocínio da OECD. A "reflexão" de Jay Forrester sobre a conferência incluiu o comentário de que "os
esforços para definir os termos [planejamento e previsões de longo prazo] fracassaram" (1969a:503). Desde
então, têm fracassado.
Aaron Wildavsky, cientista político conhecido por suas críticas ao planejamento, concluiu que, ao
tentar ser tudo, o planejamento se tomava nada:
O planejamento se projeta em tantas direções que o planejador não consegue mais discernir
sua forma. Ele pode ser economista, cientista político, sociólogo, arquiteto ou cientista.
Mesmo assim, a essência de sua vocação ‐ planejamento ‐ lhe escapa. Ele a encontra em toda
parte e em nenhum lugar específico. Por que o planejamento é tão ilusório? (1973:127)
O "planejamento" pode ser tão ilusório porque seus proponentes estão mais preocupados em
promover ideais vagos do que em conseguir posições viáveis, mais preocupados com o que o planejamento
poderia ser do que com o que ele se tornou de fato. Por isso, falta ao planejamento uma definição clara de seu
próprio lugar nas organizações e no estado. Contudo, nossa opinião é que o planejamento construiu um
núcleo viável para si por meio de seus próprios sucessos e fracassos. A necessidade, portanto, não é criar um
lugar para o planejamento, mas apenas reconhecer o lugar que ele já ocupa.
Este texto tenta descrever esse lugar quanto à estratégia de fato desenvolver uma definição
operacional de planejamento no contexto de elaboração de estratégia. Entretanto, não começamos com a
suposição de que o planejamento seja alguma coisa que as pessoas denominadas planejadores façam por
acaso, ou de que seja qualquer processo que gere planos formais. As pessoas denominadas planejadores
podem, às vezes, fazer coisas estranhas, da mesma forma que as estratégias podem, às vezes, resultar de
processos estranhos. Precisamos delinear a palavra cuidadosamente se não quisermos que ela seja suprimida
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N. de R.: A arte da guerra 3
da literatura administrativa como irremediavelmente contaminada. Começamos aqui a considerar as
definições formais de planejamento.
Para algumas pessoas, (1) planejamento é pensar no futuro, simplesmente levar o futuro em
consideração. "Planejamento denota pensar no futuro", escreveu Bolan (1974:15). Ou, nas palavras mais
poéticas de Sawyer, "Planejamento é ação traçada antecipadamente" (1983:1).
O problema dessa definição é que ela não pode ser limitada. Que atividade organizacional, seja de
curto prazo ou reativa, não considera o futuro? Newman reconheceu o problema em 1951, quando citou
Dennison em que "Quase todo trabalho, para ser realizado sob qualquer condição, deve ser planejado, pelo
menos informalmente e alguns minutos antes" (1951:56). Por essa definição, o planejamento inclui tanto pedir
um sanduíche para o almoço quanto criar uma divisão para inundar o mercado de sanduíches. Na realidade,
Fayol entendeu essa amplitude do termo em 1916, quando escreveu que:
A máxima "administrar significa olhar à frente" dá uma idéia da importância dada ao
planejamento no mundo dos negócios, e é verdade que, se previsão não é a totalidade da
administração, no mínimo constitui uma parte essencial dela. (1949:43, publicado em francês
em 1916)
Entretanto, se isso é verdade‐ se, como Dror colocou com menos rodeios, "planejamento, em uma
palavra é administração" (1971:105) por que dar‐se ao incômodo de usar a palavra "planejamento" quando
"administração" funciona tão bem?
Para outros, (2) planejamento é controlar o futuro, não apenas pensar nele, mas agir sobre ele, ou
como Weick (1979) gosta de dizer, sancioná‐lo. "Planejamento é o projeto de um futuro desejado e de
maneiras efetivas de realizá‐lo", escreveu Ackoff (1970:1). Outros expressaram o mesmo pensamento quando
"definiram o objetivo do planejamento como "criar mudança controlada no ambiente" (Ozbekhan, 1969:152),
ou, mais incisivamente, "o projeto de sistemas "sociais" (Forrester, 1969b:237). Quanto a isso, John Kenneth
Galbraith afirmou em seu livro, The New Industrial State, que a empresa de grande porte se engaja em
planejamento para "substituir o mercado," para "exercer controle sobre o que é vendido [e] o que é
fornecido" (1967:24).
No entanto, essa segunda definição de planejamento, realmente o outro lado da moeda em relação à
primeira, padece do mesmo problema de amplitude excessiva. Ao se associar planejamento com livre‐arbítrio,
ele se torna novamente sinônimo de usos populares da palavra administração e então perde o significado
distintivo.
Como praticamente todas as ações com conseqüências futuras são ações planejadas, o
planejamento é tudo, e mal se pode dizer que existe a falta de planejamento. A falta de
planejamento só existe quando as pessoas não têm objetivos, quando suas ações são
aleatórias e não dirigidas para metas. Se todos planejam (bem, quase todos) não é possível
distinguir ações planejadas de não‐planejadas. (Wildavsky, 1973:130).
Não obstante, precisamos de uma definição de planejamento que não nos diga que temos de pensar
no futuro, nem mesmo que devemos tentar controlá‐lo, mas como fazê‐lo. Em outras palavras, o
planejamento deve ser definido pelo processo que representa. A esse respeito, vários escritores têm proposto,
às vezes inadvertidamente, que (3) planejamento é tomada de decisão. Em 1949, Goetz definiu o
planejamento como "fundamentalmente optar" (em Steiner, 1979:346) e, em 1958, Koontz o definiu como "a
determinação consciente de medidas destinadas a cumprir objetivos. Planejar é, portanto, decidir"(1958:48).
Igualmente, Snyder e GIueck, sem rotulá‐lo de tomada de decisão, definiram o planejamento como "as
atividades que estão interessadas especificamente em determinar quais ações e/ou recursos humanos e
materiais são necessários para atingir uma meta. Incluem identificar alternativas, analisar cada uma e
selecionar as melhores" (1980:73). Da mesma forma, em parte da literatura do setor público (o chamado
planejamento público), o termo planejamento tem sido usado praticamente como um sinônimo de tomada de
decisão e gerenciamento de projeto (veja, como exemplo, os vários escritos de Nutt [p.ex., 1983, 1984]).
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Outros tentaram nuançar essa definição: Drucker, por exemplo, que discute o "futuro de decisões presentes"
(1959:239) e Ozbekhan, que descreve o "processo de decisão dirigido para o futuro" (1969:151).
Entretanto, a menos que se possa pensar em um processo de decisão que não seja dirigido para o
futuro, essas nuanças ajudam pouco2. Supondo que decisão significa comprometimento com a ação (veja
Mintzberg, Raisinghani e Théorêt, 1976), toda decisão considera o futuro por meio de uma promessa de agir,
seja ela para comercializar um produto em dez anos ou despachá‐lo um em dez minutos. Rice reconheceu isso
quando afirmou que "todas as decisões são tomadas com premeditação," que todo tomador de decisões tem
"uma razão para tomar sua decisão," que corresponde a um "plano" (1983:60)3.
Assim, essa terceira definição se restringe à primeira e, como o comprometimento é um ato de livre‐
arbítrio, também à segunda. Portanto, o planejamento se torna novamente sinônimo de tudo o que os
administradores fazem, "parte do processo intelectual que o fazedor de políticas utiliza para chegar a sua
decisão" mesmo se "informal, desestruturado" (Cooper, 1975:229). Na verdade, para justificar que os
administradores realmente planejam, Snyder e Glueck usaram o exemplo de um supervisor escolar que lida
com os esforços de um conselheiro para perturbar as reuniões do conselho e desacreditá‐lo. No entanto, se o
planejamento é reagir a tais pressões a curto prazo, então o que não é planejamento? Realmente, esses
autores citaram George (1972), em que:
Planejamento, claro, não é um ato isolado, reconhecível. Todo ato administrativo, mental ou
físico está imparcialmente entrelaçado com o planejamento. É tanto parte de todo ato
administrativo, como respirar o é para a vida humana. (1980:75, em itálico no original)
No entanto, se isso é verdade, por que descrever o que as organizações fazem mais como
planejamento, do que descrever o que as pessoas fazem como respirar? Em outras palavras, quem precisa do
rótulo de planejamento quando tomada de decisões ou até administração serve? Como observou Sayles,
planejamento (presumivelmente, a partir de qualquer dessas definições iniciais) e tomada de decisões "estão
indissoluvelmente amarrados à base do modelo de interação [do administrador] e é uma abstração falsa
separá‐los" (1964:2087).4
Portanto, vamos começar a considerar definições mais limitadas de planejamento como um processo.
(4) Planejamento é tomada de decisão integrada. Para Schwendiman, é uma "estrutura de decisão integrada"
(1973:32). Para van Gunsteren, "quer dizer combinar atividades contínuas em um todo significativo (1976:2):
Planejamento implica se organizar um pouco mais . . . Significa fazer um compromisso viável em torno do qual
os modos de agir já disponíveis, se organizam" (2‐3).
A última definição pode parecer próxima da anterior. Mas como ela não está tão preocupada com a
tomada de decisões quanto com a tentativa consciente de integrar decisões diferentes, é fundamentalmente
diferente e começa a identificar um posicionamento para o planejamento.
Considere as palavras de Ackoff:
E necessário planejamento quando a condição futura que desejamos envolve um conjunto de
decisões interdependentes; isto é, um sistema de decisões... (em que) a principal
complexidade do planejamento deriva da inter‐relação das decisões em vez das decisões em
si... (1970:23).
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Como as de Dror, que descreveu o planejamento como "um meio de melhorar as decisões" (1971:105), e de Ansoff e Brandenburg, que o
caracterizaram como "um processo de fixar diretrizes formais e restrições para o comportamento da empresa"(1967:B220).
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Rice, porém, foi adiante, como os outros citados acima, e equiparou o planejamento à tomada de decisão. "Observando a existência de decisões
estratégicas, é possível deduzir que o planejamento estratégico ocorreu de fato, embora possa não ter sido extensivo, formalizado ou preciso"
(1983:60).
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A confusão entre planejamento e tomada de decisões corresponde à confusão de planos e decisões. Aos oito anos, minha filha Susie disse: "Tenho um
piano. Toda noite, sempre que tiver tempo, cortarei o gelo da janela e levarei embora." (O telhado estava vazando. Como muitos planos, por acaso, esse
tinha mais intenções que ações.) O que ela queria dizer? Um ano depois, perguntada sobre o que era um plano, ela disse, "Um plano é quando você
apronta alguma coisa." Sua irmã Lisa, de sete anos, foi mais clara: "Um plano é algo que você vai fazer." Em outras palavras, é um comprometimento
com ação ‐ uma decisão. (Susie e Lisa estavam apenas refletindo um sentimento comum, que espero que não tivessem aprendido com seu pai!) 5
Essa visão de planejamento nos conduz finalmente à esfera da elaboração da estratégia, pois esse
processo também trata das inter‐relações entre as decisões (importantes) em uma organização. Entretanto,
como isso normalmente deve acontecer com o tempo, tal coordenação entre as decisões é dificultada. Ainda
assim, o planejamento como tomada de decisão integrada impõe uma condição particularmente rigorosa: que
as decisões em questão venham em lotes ‐ sejam de tempos em tempos integradas em um único processo,
firmemente ligado, para que todas elas possam ser tomadas (ou pelo menos aprovadas) na mesma hora.
Como Oz‐bekhan observou sobre o resultado, "plano se refere a uma restrição à ação organizada
hierarquicamente integradora em que vários tipos de decisões são ordenados de modo funcional" (1969:153).
É essa condição que pode ajudar a explicar por que o planejamento às vezes é tratado como sinônimo
de tomada de decisão. Se for preciso agrupar decisões diferentes, elas podem chegar a se parecer com uma
decisão única. Daí os escritores de planejamento confundirem tomada de decisão com formulação de
estratégia, supondo que a última envolva necessariamente a seleção de um único modo de agir ‐ a escolha de
uma estratégia integrada em um determinado momento. Na verdade, Normann fez esta consideração sobre
os conhecidos escritos de Igor Ansoff sobre planejamento:
Ansoff vê a seleção de estratégia e a formulação de política sobretudo como um processo de
decisão: primeiro, são fixadas metas, após o que (usando uma série de técnicas analíticas) são
desenvolvidas alternativas e (ainda usando técnicas analíticas) é feita uma escolha entre elas,
talvez após alguns ajustes nas metas originais. (1977:8‐9)
Ainda assim, como veremos, pelo fato de existirem outras maneiras de elaborar estratégia, em
particular dinamicamente com o tempo, o processo de integrar decisões em um determinado momento torna‐
se não a elaboração de estratégia, mas simplesmente o método de planejamento para elaboração de
estratégia, a situação a que restringe a si mesmo. Dessa forma, sua posição fica mais clara, mas ainda não o
suficiente. Líderes visionários também integram decisões, em seus casos informalmente, ou, se preferir,
intuitivamente. No entanto, incluir seu comportamento no rótulo de planejamento pareceria, de novo, ampliá‐
lo além do uso razoável (e corrente). (Na verdade, como veremos, alguns dos escritores mais influentes nesse
campo opõem o processo de planejamento à intuição gerencial.) Assim, é preciso algo mais para identificar o
planejamento.
Esse algo, na nossa visão, é a chave para entender o planejamento a formalização. (5) Planejamento é
um procedimento formal para produzir um resultado articulado, na forma de um sistema integrado de
decisões. Para nós, o que capta a idéia de planejamento acima de tudo ‐ distinguindo sua literatura mais
claramente e diferenciando sua prática dos outros processos é sua ênfase na formalização, a sistematização do
fenômeno ao qual se pretende aplicar o planejamento. Assim, Bryson se referiu planejamento estratégico
como um "esforço disciplinado,” na realidade, "simplesmente um conjunto de conceitos, procedimentos e
testes" (1988:512), ao passo que, em parte da literatura de pesquisa, o termo planejamento estratégico formal
foi substituído por planejamento estratégico (p.ex., Pearce et al., 1987).
Formalização aqui pareceria significar três coisas, especialmente (a), decompor, (b) articular e,
especialmente, (c) racionalizar os processos pelos quais as decisões são tomadas e integradas nas
organizações.
Uma ênfase em racionalidade formal permeia a literatura de planejamento. Denning comparou o
"sistemático" com o "casual" (1973: 26‐27), enquanto Steiner argumentou que "planos podem e devem ser
objetivos, factuais, lógicos e realistas ao máximo possível para fixar objetivos e arquitetar meios de obtê‐los"
(1969:20). Da mesma forma, Dror sustentou que no setor público "o planejamento é no momento, o modo
mais estruturado e profissional de fazer política", devido à sua "atenção explícita à consistência interna" e ao
seu "esforço para proporcionar racionalidade estruturada" (1971:93).
A racionalidade desse tipo formal, é claro, está enraizada em análise (decomposição), não em síntese
(agrupamento). Acima de tudo, o planejamento é caracterizado pela natureza de decomposição da análise ‐
reduzindo situações e processos a suas partes. Assim, o processo é formalmente reducionista por natureza.
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Isso pode parecer estranho, dado que a intenção do planejamento é integrar decisões. No entanto, o
desempenho do planejamento também tem sido estranho por essa mesma, razão, como veremos. Aqui, de
qualquer maneira, procuramos caracterizar o planejamento pela natureza de seu processo, não por seus
resultados esperados. Na realidade, á principal suposição, se implícita, subjacente ao planejamento
estratégico é que a análise produzirá a síntese: a decomposição do processo de formulação de estratégia em
uma série de passos articulados, cada um a ser realizado como especificado em seqüência, produzirá
estratégias integradas. Essa, de fato e não por acaso, é a velha suposição da "máquina", a que fundamenta o
modelo da linha de montagem de fabricação ‐ ela mesma um tipo de máquina de etapas humanas. Se cada
componente for produzido pela máquina conforme especificado e montado na ordem prescrita, surgirá um
produto integrado no fim da linha. Certamente, como veremos, essa analogia sustenta um dos pensamentos
mais importantes no campo do planejamento e revelou‐se evidentemente falsa. As estratégias organizacionais
não podem ser criadas pela lógica usada para montar automóveis.
Juntamente com a racionalidade e a decomposição, a articulação é o terceiro componente‐chave da
formalização. O produto do planejamento os planos em si depois de terem sido cuidadosamente decompostos
em estratégias e subestratégias, programas, orçamentos e objetivos devem ser rotulados clara e
explicitamente ‐ por palavras e, de preferência, números em folhas de papel. Assim, Zan, em um ensaio
meticulosamente racional chamado "O que, resta para o planejamento formal?", concluiu que "a característica
comum" de vários sistemas de planejamento é o processo de tornar as coisas explícitas", em termos tanto dos
processos como de suas conseqüências (1987:193). George Steiner, provavelmente o mais prolífico dos
escritores de planejamento de negócios, observou que a palavra planejamento vem do latim planum, "que
quer dizer superfície plana" (1969:5). Deixando de lado os poderes proféticos dos romanos a respeito de uma
literatura que deveria surgir dois milênios depois, Steiner foi além para observar que a palavra "entrou na
língua inglesa, no século dezessete, referindo‐se principalmente a formas, como mapas ou plantas, que eram
desenhadas em superfícies planas" (1969:5‐6). Assim, a palavra ter sido associada com documentos formais há
muito tempo.
Então, parece que agora ternos uma definição mais operacional de planejamento, já que a palavra
pode ser identificada com dois fenômenos observáveis em organizações ‐ o uso de procedimento formal e a
existência de resultado articulado, especialmente no que diz respeito a um sistema integrado de decisões.
Para algumas pessoas, essa pode parecer uma definição desnecessariamente restrita do termo.
Achamos que não. Na introdução deste livro, sugerimos... que o planejamento é uma abordagem proposta
para a formulação de estratégia entre vá; rias possíveis. Ele certamente não engloba todo o processo. Os
teóricos do planejamento podem ter pretendido uma definição mais ampla da palavra, mas a realidade do
planejamento ‐ sua pratica real, sem falar em suas realizações tangíveis ‐ conta uma história muito diferente.
Nossa reivindicação, que pensamos estar demonstrada no restante deste livro, é que a definição aqui proposta
está, em virtude dos próprios comportamentos dos planejadores, mais próxima daquela que o planejamento
criou e certamente escolheu para si, embora de modo implícito. Em outras palavras, neste livro, planejamento
está definido pelo que é (e que, conforme deveria ser observado entre parênteses em uma exceção de
Wildavsky, é alguma coisa!).
Para algumas pessoas, quando os executivos das empresas vão a um retiro nas montanhas para
discutir estratégia, isso é planejamento. Para outras, a adaptação a pressões externas de maneira informal ao
longo do tempo também é planejamento. Em princípio, não há problema. Na prática, porém, isso cria todo
tipo de confusão. Por exemplo, os planejadores podem não entender por que os executivos no retiro não
estruturaram suas discussões mais sistematicamente. Se eles tivessem simplesmente chamado seu retiro de
"pensamento estratégico," isso não aconteceria. Como a palavra planejamento, implícita quando não
explicitamente, está associada com formalização, o seu uso pressupõe a decomposição, articulação e
racionalização indispensáveis. Entretanto, para aqueles leitores que ainda não estão convencidos de nosso uso
do termo, sugerimos que toda vez que escrevermos planejamento, leiam planejamento formal. No fim, talvez
vocês provavelmente desistam do adjetivo porque, esperamos, comecem a concordar conosco em vez de
simplesmente cansarem.
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Obviamente, formalização é um termo relativo, não absoluto. E obviamente os planejadores realizam
uma gama de atividades, algumas mais, outras menos formais. Ainda assim, processo, aqui sustentamos que o
planejamento está situado na extremidade formal do continuum do comportamento organizacional.
(Especificaremos isso no último capítulo.) Ele deve ser visto não como tomada de decisão, não como
formulação de estratégia, e, com certeza, não como administração ou como a maneira preferida de fazer
qualquer dessas coisas, mas, simplesmente como o esforço de formalizar partes delas ‐ por meio da
decomposição, articulação e racionalização.
(2)‐ Princípios do Planejamento
Gerais
Específicos
Para que as pessoas possam efetuar corretamente o processo
de planejar o futuro das empresas devem ser aprendidos e
internalizados alguns conceitos gerais e específicos do
planejamento.
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Princípios Gerais
1. Princípio da contribuição do Planejamento (deve visar os
objetivos máximos da empresa‐ Totalidade)
2. Princípio da Precedência do Planejamento (obedecendo aos
pilares da administração deve sempre preceder aos demais)
3. Princípio da Abrangência (O planejamento provoca
modificações nas características e atividades da empresa‐
pessoas podem corresponder a necessidade de treinamento,
substituição...)
4. Princípio da Eficiência, Eficácia e Efetividade (deve procurar
sempre maximizar resultados e minimizar deficiências, através
desses aspectos o planejamento proporciona a empresa uma
situação de Eficiência, Eficácia e Efetividade
Princípios Específicos
1. Planejamento Participativo – o principal benefício do
planejamento não é o seu produto PLANO, mas o processo do
envolvimento
2. Planejamento Coordenado – nenhum planejamento
poderá ter sucesso se for independente
3. Planejamento Integrado – Os objetivos são delineados
de cima para baixo e os meios para atingi‐los de baixo para cima
4. Planejamento Contínuo – a turbulência do mercado já
preconiza a modalidade contínuo...
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INTRODUÇÃO
Neste texto apresentam‐se os conceitos, princípios, filosofias, partes e tipos de planejamento, bem
como os aspectos da Teoria de Sistemas que facilitarão o enquadramento da empresa como um todo, perante
seus fatores externos.
Esse enquadramento de interação dos fatores externos e internos da empresa é que consolida a
abordagem estratégica nas empresas.
CONCEITUAÇÃO DE PLANEJAMENTO
Existe certa dificuldade, quando da conceituação da função do planejamento nas empresas, de
estabelecer sua real amplitude e abrangência.
Para tanto, Steiner (1969:12) estabelece as cinco dimensões do planejamento, cujos aspectos básicos
são apresentados a seguir.
A primeira dimensão do planejamento corresponde ao assunto abordado, que pode ser produção,
pesquisa, novos produtos, finanças, marketing, instalações, recursos humanos etc.
Outra dimensão corresponde aos elementos do planejamento, entre os quais podem ser citados
propósitos, objetivos, estratégias, políticas, programas, orçamentos, normas e procedimentos, entre outros.
Uma terceira dimensão corresponde à dimensão de tempo do planejamento, que pode ser, por
exemplo, de longo, médio ou curto prazo.
Outra dimensão corresponde às unidades organizacionais onde o julgamento é elaborado, e, nesse
caso, pode‐se ter planejamento corporativo, de subsidiárias, de grupos funcionais, de divisões, de
departamentos, de produtos etc.
Uma quinta dimensão corresponde às características do planejamento que podem ser representadas
por complexidade ou simplicidade, qualidade ou quantidade; planejamento estratégico ou tático, confidencial
ou público, formal ou informal, econômico ou caro.
Steiner (1969:14) salienta que esses aspectos das dimensões não são mutuamente exclusivos nem
apresentam linhas demarcatórias muito claras.
Entretanto, as cinco dimensões apresentadas permitem visualizar a amplitude do assunto planejamento.
Como conseqüência, o planejamento pode ser conceituado como um processo, considerando os
aspectos abordados pelas dimensões anteriormente apresentadas, desenvolvido para o alcance de uma
situação desejada de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e
recursos pela empresa.
O planejamento não deve ser confundido com previsão, projeção, predição, resolução de problemas
ou plano, pois:
• Previsão: corresponde ao esforço para verificar quais serão os eventos que poderão ocorrer, com base no registro
de uma série de probabilidades.
• Projeção: corresponde à situação em que o futuro tende a ser igual ao passado, em sua estrutura básica.
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• Predição: corresponde à situação em que o futuro tende a ser diferente do passado, mas a empresa não tem
nenhum controle sobre seu processo e desenvolvimento.
• Resolução de problemas: corresponde a aspectos imediatos que procuram tão‐somente a correção de certas
descontinuidades e desajustes entre a empresa e as forças externas que lhe sejam potencialmente relevantes.
• Plano: corresponde a um documento formal que se constitui na consolidação das informações e atividades
desenvolvidas no processo de planejamento; é o limite da formalização do planejamento, uma visão estática do
planejamento, uma decisão em que a relação custo versus benefício deve ser observada.
Além disso, o planejamento estratégico corresponde ao estabelecimento de um conjunto de
providências a serem tomadas pelo executivo para a situação em que o futuro tende a ser diferente do
passado; entretanto, a empresa tem condições e meios de agir sobre as variáveis e fatores de modo que possa
exercer alguma influência; o planejamento é, ainda, um processo contínuo, um exercício mental que é
executado pela empresa independentemente de vontade específica de seus executivos.
Pressupõe a necessidade de um processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois de sua
elaboração e implementação na empresa.
Esse processo de tomada de decisões na empresa deve conter, ao mesmo tempo, os componentes
individuais e organizacionais, bem como a ação nesses dois níveis deve ser orientada de tal maneira que
garanta certa confluência de interesses dos diversos fatores alocados no ambiente da empresa.
O processo de planejar envolve, portanto, um modo de pensar; e um salutar modo de pensar envolve
indagações; e indagações envolvem questionamentos sobre o que fazer, como, quando, quanto, para quem,
por que, por quem e onde.
Toda atividade de planejamento nas empresas, por sua natureza, deverá resultar de decisões
presentes, tomadas a partir do exame do impacto das mesmas no futuro, o que lhe proporciona uma
dimensão temporal de alto significado.
O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e
atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de
decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de
modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. Dentro deste raciocínio, pode‐se afirmar que o exercício
sistemático do planejamento tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisório e,
conseqüentemente, provocar o aumento da probabilidade de alcance dos objetivos, desafios e metas
estabelecidos para a empresa.
Além disso, o fato de o planejamento ser um processo de estabelecimento de um estado futuro
desejado e um delineamento dos meios efetivos de torná‐lo realidade justifica que ele anteceda à decisão e à
ação.
Outro aspecto a destacar, inerente ao processo decisório, é o grande número de condicionantes
organizacionais que afetam sua operacionalização, com a interveniência de inúmeras restrições de ordem
prática, contribuindo para reforçar a idéia de complexidade que lhe é característica.
A atividade de planejamento é complexa em decorrência de sua própria natureza, qual seja, um
processo contínuo de pensamento sobre o futuro desenvolvido mediante a determinação de estados futuros
desejados e a avaliação de cursos de ação alternativos a serem seguidos para que tais estados sejam
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alcançados. E tudo isso implica um processo decisório permanente, acionado dentro de um contexto
ambiental interdependente e mutável.
Esse processo contínuo, composto de várias etapas, funciona de forma não linear em decorrência de
haver variabilidade nas empresas. Essa variabilidade é devida às pressões ambientais que a empresa tem de
suportar e que são resultantes de forças externas, continuamente, em alteração com diferentes níveis de
intensidade de influência, bem como das pressões internas, resultantes dos vários fatores integrantes da
empresa.
Sem a preocupação de estabelecer todas as características básicas da função planejamento como um
processo contínuo, apresentam‐se, a seguir, alguns dos principais aspectos:
a) O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões
presentes (Drucker, 1962:131). Portanto, aparece como um processo sistemático e constante de
tomada de decisões, cujos efeitos e conseqüências deverão ocorrer em futuros períodos de
tempo.
b) O planejamento não é um ato isolado. Portanto, deve ser visualizado como um processo
composto de ações inter‐relacionadas e interdependentes que visam ao alcance de objetivos
previamente estabelecidos.
Deve‐se, também, considerar a necessidade de os objetivos serem viáveis com base na validade das
hipóteses em que se baseiam.
c) c) O processo de planejamento é muito mais importante que seu produto .final. O produto final
do processo de planejamento, normalmente, é o plano, sendo que este deve ser desenvolvido
"pela" empresa e não "para" a empresa. Se não for respeitado esse aspecto, têm‐se planos
inadequados para a empresa, bem como uma resistência e descrédito efetivos para sua
implantação.
PRINCÍPIOS DO PLANEJAMENTO
O planejamento dentro de uma empresa deve respeitar alguns princípios para que os resultados de
sua operacionalização sejam os esperados. Podem‐se separar esses princípios em gerais e específicos.
Princípios gerais de planejamento
São quatro os princípios gerais para os quais o executivo deve estar atento:
a) O princípio da contribuição aos objetivos e, nesse aspecto, o planejamento deve, sempre, visar aos
objetivos máximos da empresa.
No processo de planejamento devem‐se hierarquizar os objetivos estabelecidos e procurar alcançá‐los
em sua totalidade, tendo em vista a interligação entre eles.
b) O princípio da precedência do planejamento, correspondendo a uma função administrativa que vem
antes das outras (organização, direção e controle).
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Na realidade, é difícil separar e seqüenciar as funções administrativas, mas pode‐se considerar que, de
maneira geral, o planejamento "do que e como vai ser feito" aparece na ponta do processo. Como
conseqüência, o planejamento assume uma situação de maior importância no processo administrativo.
c) O princípio da maior penetração e abrangência, pois o planejamento pode provocar uma série de
modificações nas características e atividades da empresa. Algumas dessas modificações são mostradas
na Figura 1.1.
As modificações provocadas nas pessoas podem corresponder à necessidade de treinamento,
substituição, transferências, funções, avaliação etc.; na tecnologia pode ser apresentada pela evolução dos
conhecimentos, pelas novas maneiras de fazer os trabalhos etc.; e nos sistemas podem ocorrer alterações nas
responsabilidades estabelecidas, nos níveis de autoridade, descentralização, comunicações, procedimentos,
instruções etc.
Fonte: Rebouças, Djalma de Pinho Oliveira. 2002
d) O princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade. O planejamento deve procurar maximizar os
resultados e minimizar as deficiências.
Através desses aspectos, o planejamento procura proporcionar à empresa uma situação de eficiência,
eficácia e efetividade.
Eficiência é:
• Fazer as coisas de maneira adequada;
• Resolver problemas;
• Salvaguardar os recursos aplicados;
• Cumprir seu dever; e
• Reduzir os custos.
Eficácia é:
• Fazer as coisas certas;
• Produzir alternativas criativas;
• Maximizar a utilização de recursos;
• Obter resultados; e
• Aumentar o lucro.
13
Efetividade é:
• Manter‐se no ambiente; e
• Apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo (permanentemente).
A efetividade representa a capacidade de a empresa coordenar constantemente, no tempo, esforços e
energias, tendo em vista o alcance dos resultados globais e a manutenção da empresa no ambiente. Portanto,
para que a empresa seja efetiva, é necessário que ela, também, seja eficiente e eficaz. E importante salientar
que a eficiência, eficácia e efetividade são algumas das principais medidas para avaliar uma boa administração,
pois, normalmente, os recursos com os quais o executivo trabalha são escassos e limitados.
No Quadro 1.1. apresenta‐se a eficiência e a eficácia do ponto de vista interno e externo das empresas,
bem como as características básicas de suas ocorrências em níveis de intensidade baixos e altos.
Fonte: Rebouças, Djalma de Pinho Oliveira. 2002
A eficácia de uma empresa depende, basicamente, de dois aspectos:
• De sua capacidade de identificar as oportunidades e necessidades do ambiente; e
• De sua flexibilidade e adaptabilidade, visando usufruir dessas oportunidades e atender às
necessidades identificadas no ambiente.
Princípios específicos do planejamento
Com base na atitude e visão interativa diante do planejamento, Ackoff (1974:28) apresenta quatro
princípios de planejamento que podem ser considerados como específicos:
• Planejamento participativo: o principal benefício do planejamento não é seu produto, ou seja, o plano,
mas o processo envolvido. Nesse sentido, papel do responsável pelo planejamento não é,
simplesmente, elaborá‐lo, mas facilitar o processo de sua elaboração pela própria empresa e deve ser
realizada pelas áreas pertinentes ao processo.
• Planejamento coordenado: todos os aspectos envolvidos devem ser projetados de forma que atuem
interdependentemente, pois nenhuma parte ou aspecto de uma empresa pode ser planejado
eficientemente se o for de maneira independente de qualquer outra parte ou aspecto.
14
• Planejamento integrado: os vários escalões de uma empresa de porte médio ou grande ‐ devem ter
seus planejamentos integrados. Nas empresas voltadas para o ambiente, nas quais os objetivos
empresariais dominam os de seus membros, geralmente os objetivos são escolhidos de "cima para
baixo" e os meios para atingi‐los, "de baixo para cima" sendo este último fluxo usualmente invertido
em uma empresa cuja função primária é servir a seus membros.
• Planejamento permanente: essa condição é exigida pela própria turbulência do ambiente, pois
nenhum plano mantém seu valor com o tempo.
É muito importante o executivo estar atento aos princípios gerais e específicos do planejamento, pois
estes lhe proporcionarão base mais sólida para o processo decisório inerente ao planejamento na empresa.
FILOSOFIAS DO PLANEJAMENTO
De acordo com Ackoff (1974:4), existem três tipos de filosofias de planejamento dominantes. A
maioria dos processos de planejamento envolve uma mistura dos três tipos, embora possa haver
predominância de um deles.
Filosofia da satisfação
Essa filosofia designa os esforços para atingir um mínimo de satisfação, mas não necessariamente para
excedê‐lo. Para Ackoff (1974:5), satisfazer é fazer "suficientemente bem", mas não necessariamente "tão bem
quanto possível". O nível que define a satisfação é o que o tomador de decisões está disposto a fixar e,
freqüentemente, é o mínimo necessário.
O processo de planejamento começa pela determinação.dos objetivos factíveis, resultantes de uma
sistemática de consenso político entre os vários centros de poder da empresa. Tais objetivos poderão ser de
desempenho (quantitativos ou qualitativos). Mas serão em pequeno número, porque seria difícil estabelecer
um grande número de objetivos e, também, porque isto geraria inevitável conflito entre os diversos objetivos.
Nessas condições, restarão apenas os objetivos aceitáveis, no sentido de serem os que encontrarão a menor
resistência à sua implementação; e os objetivos aceitos poderão, inclusive, não ser os mais adequados à
empresa.
O planejador que segue essa filosofia acaba não se afastando muito das práticas correntes da
empresa. As estruturas não são alteradas porque se podem encontrar muitas resistências e, em conseqüência,
os planos serão tímidos em termos de recursos. Assim, não serão procuradas alternativas, isto é, muitas
oportunidades interessantes deixarão de ser exploradas.
A preocupação básica dessa filosofia está no aspecto financeiro, sendo dada grande ênfase ao
orçamento e as suas projeções. Não é dada grande importância aos demais aspectos do planejamento de
recursos (humanos, equipamentos, materiais e serviços etc.) porque está subentendido que, com suficiente
quantidade de recursos monetários, o restante pode ser obtido; e, normalmente, é feita apenas uma projeção
para o futuro, sendo ignoradas as possibilidades de outras alternativas. Essa filosofia é normalmente utilizada
em empresas cuja preocupação maior é com a sobrevivência do que com o crescimento ou com o
desenvolvimento. O ganho em termos de aprendizado no processo de planejar é pequeno, pois, não indo a
fundo no estudo das principais variáveis, não se adquirem conhecimentos adequados sobre elas e sobre o
sistema que se está planejando.
A grande vantagem dessa filosofia é que o processo de planejar pode ser realizado em pouco tempo,
custa pouco e exige menor quantidade de capacitação técnica. Nesse sentido, tal filosofia pode ser muito útil
quando a empresa inicia o aprendizado do processo de planejar.
15
Filosofia da otimização
Esta filosofia significa que o planejamento não é feito apenas para realizar algo suficientemente bem,
mas para fazê‐lo tão bem quanto possível. Caracteriza‐se pela utilização de técnicas matemáticas e estatísticas
e de modelos de simulação.
Nesse caso, os objetivos são formulados em termos quantitativos, pois são reduzidos a uma escala
comum (monetária) e combinados em uma medida geral e ampla de desempenho. Isto porque o planejador
otimizador tende a ignorar os objetivos não quantificáveis, porque eles não poderão ser incorporados em um
modelo a ser otimizado. O planejador procura conduzir todo o processo de planejamento através de modelos
matemáticos que serão otimizados, isto é, procura‐se otimizar o processo decisório.
Salienta‐se que essa filosofia de planejamento tornou‐se amplamente divulgada com o
desenvolvimento da informática e da tecnologia da informação e de modelos de organização que foram
elaborados na área de pesquisa operacional e outras áreas. Isto porque os modelos disponíveis são aplicáveis a
algumas partes da empresa, não resolvendo todo o problema e, nessas condições, o planejador otimizador
tende a ignorar os aspectos que ele não pode modelar, tais como os inerentes a recursos humanos e à
estrutura organizacional da empresa. Entretanto, foram desenvolvidos modelos muito úteis para as decisões
nas empresas, tais como tamanho e localização da fábrica, distribuição de produtos, substituição de
equipamentos etc.
O executivo deve estar atento ao fato de que mesmo o melhor modelo matemático pode ser sabotado
por resistências ativas ou passivas, pelos indivíduos da empresa que não foram motivados para o plano.
Filosofia da adaptação
Esta filosofia, que algumas vezes é denominada planejamento inovativo, apresenta as seguintes
características:
• Baseia‐se na suposição de que o principal valor do planejamento não está nos planos produzidos, mas
no processo de produzi‐los;
• Supõe que a maior parte da necessidade atual de planejamento decorre da falta de eficácia
administrativa e de controles, e que o fator humano é o responsável pela maioria das confusões que o
planejamento tenta eliminar ou evitar; e que
• O conhecimento do futuro pode ser classificado em três tipos: certeza, incerteza e ignorância, visto
que cada uma dessas situações requer tipo diferente de planejamento, comprometimento,
contingência ou adaptação.
A filosofia de adaptação, também chamada homeostase, procura equilíbrio (interno e externo) da
empresa, após ocorrência de uma mudança. O desequilíbrio pode vir a reduzir a eficiência do sistema‐empresa
de modo efetivo; daí a necessidade de restabelecer o estado de equilíbrio.
Nesta situação, a empresa pode adotar diferentes respostas aos estímulos externos. A resposta pode
ser passiva, em que o sistema muda seu comportamento de modo defasado, adotando as soluções normais
para o estímulo, tais como mais economia de material, dispensa de pessoal etc. A resposta ainda pode ser
antecipatória ou adaptativa, quando há preocupação por parte da empresa em procurar antecipar as
mudanças do meio e/ou adaptar‐se a esses novos estados. Finalmente, pode adotar uma resposta auto‐
estimulada, em que há preocupação constante pela busca de novas oportunidades para crescimento e/ou
expansão da empresa (Ackoff, 1974:12).
16
A empresa deve responder, adequadamente, às mudanças externas, pois estas são as principais
responsáveis por seus problemas internos.
É válido que o executivo, quando estiver trabalhando com a função planejamento, estabeleça qual
filosofia a ser adotada, tendo em vista a adequação entre a situação real e o processo de planejamento.
Na realidade, essas filosofias de atuação aparecem como conseqüência do tipo de objetivos que os
executivos formulam para as empresas.
Entretanto, a filosofia da otimização visualiza a maximização do lucro para a empresa, tendo como
base o sistema de preços dos fatores produtivos e sua função de produção. E esta não tem sido a situação
mais viável para as empresas. Basicamente, as empresas tendem a obter resultados satisfatórios e não ótimos.
Do ponto de vista do processo do planejamento, a hipótese de que a empresa deva fixar seus objetivos
em níveis satisfatórios em vez de ótimos tem as seguintes implicações (Boucinhas, 1972:16):
• Torna possível a incorporação, ao plano, de múltiplos objetivos, seja a de natureza qualitativa, seja
quantitativa. O tratamento de múltiplos objetivos, na hipótese de otimização, é extremamente
complexo, seja em virtude das dificuldades na quantificação de certos objetivos, seja em função dos
problemas encontrados na transformação de objetivos múltiplos em uma única variável representativa
do sistema; e
• O planejamento para obtenção de resultados ótimos requer o uso de modelos matemáticos de
natureza analítica. A impossibilidade de representar, em um modelo, todo o sistema empresarial tem
impedido a adoção da filosofia de otimização no planejamento da empresa como um todo, apesar de
esta filosofia já estar sendo usada no planejamento de alguns de seus subsistemas.
Boucinhas (1972:17) estabelece que a estratégia de obtenção de resultados satisfatórios parece ser a
que melhor descreve a prática de planejamento da empresa, seja porque comporta a existência de objetivos
múltiplos, quantificáveis ou não, seja porque não requer a utilização de modelos matemáticos sofisticados, de
difícil especificação, no atual estágio de desenvolvimento dos sistemas de informações gerenciais e da própria
pesquisa operacional.
A filosofia da adaptação aplicada no processo de planejamento estratégico pode facilitar o posterior
desenvolvimento e implementação da reengenharia em nível de processos estratégicos e organizacionais.
A reengenharia é o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que
visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho, tais como
custos, qualidade, atendimento e velocidade (Hammer e Champy, 1994:22).
Essa interação otimizada e em tempo real entre os vários modernos instrumentos administrativos é de
elevada importância para melhorar o processo decisório dos executivos das empresas.
PARTES DO PLANEJAMENTO
Para Ackoff (1974:4), o planejamento é um processo contínuo que envolve um conjunto complexo de
decisões inter‐relacionadas que podem ser separadas de formas diferentes.
De forma geral e independentemente da metodologia utilizada, alguns aspectos básicos devem ser
considerados em qualquer planejamento. Ackoff (1974:4) apresenta cinco partes para as quais foram
realizadas adaptações para enquadramento nos conceitos utilizados neste livro:
17
• Planejamento dos fins: especificação do estado futuro desejado, ou seja, a missão, os propósitos, os
objetivos, os objetivos setoriais, os desafios e as metas.
• Planejamento de meios: proposição de caminhos para a empresa chegar ao estado futuro desejado,
por exemplo, pela expansão da capacidade produtiva de uma unidade e/ou diversificação de produtos.
Aqui tem‐se a escolha de macroestratégias, macropolíticas, estratégias, políticas, procedimentos e
práticas.
• Planejamento organizacional: esquematização dos requisitos organizacionais para poder realizar os
meios propostos. Aqui pode‐se ter, por exemplo, a estruturação da empresa em unidades estratégias
de negócios.
• Planejamento de recursos: dimensionamento de recursos humanos e materiais, determinação da
origem e aplicação de recursos financeiros. Aqui se tem o estabelecimento de programas, projetos e
planos de ação necessários ao alcance do futuro desejado.
• Planejamento de implantação e controle: corresponde à atividade de planejar o gerenciamento de
implantação do empreendimento.
Devem‐se ressaltar alguns aspectos, a saber:
• O próprio processo de planejamento deve ser planejado;
• O processo é interativo, ou seja, sua ação se exerce mutuamente, entre duas ou mais partes do todo; e
• O processo é iterativo, ou seja, repete‐se ao longo do tempo.
TIPOS DE PLANEJAMENTO
Na consideração dos grandes níveis hierárquicos, podem‐se distinguir três tipos de planejamento:
• Planejamento estratégico;
• Planejamento tático; e
• Planejamento operacional.
De forma genérica, podem‐se relacionar os tipos de planejamento aos níveis de decisão numa
"pirâmide organizacional", conforme mostrado na Figura 1.2
Fonte: Rebouças, Djalma de Pinho Oliveira. 2002
De forma resumida, o planejamento estratégico relaciona‐se com objetivos de longo prazo e com
estratégias e ações para alcançá‐los que afetam a empresa como um todo, enquanto o planejamento tático
relaciona‐se os objetivos de mais curto prazo e com estratégias e ações que, geralmente, afetam somente
parte da empresa.
18
No Quadro 1.2 são apresentados alguns exemplos dos tipos de planejamento (adaptado de
Vasconcellos e Machado, 1979:5):
Fonte: Rebouças, Djalma de Pinho Oliveira. 2002
Pelo Quadro 1.2 verifica‐se que o planejamento estratégico considera a empresa como um todo. Este
aspecto é importante para o entendimento das fases do planejamento estratégico.
Na Figura 1.3 apresenta‐se o ciclo básico dos três tipos de planejamento.
Fonte: Rebouças, Djalma de Pinho Oliveira. 2002
Verifica‐se, na Figura 1.3, o princípio do planejamento integrado, no qual os vários escalões de uma
empresa apresentam os planejamentos de forma integrada.
19
Portanto, o planejamento estratégico, de forma isolada, é insuficiente, uma vez que o estabelecimento
de objetivos a longo prazo, bem como seu alcance, resulta numa situação nebulosa, pois não existem ações
mais imediatas que operacionalizem o planejamento estratégico. A falta desses aspectos é suprida através do
desenvolvimento e implantação dos planejamentos táticos e operacionais de forma integrada.
Planejamento estratégico
Planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para
se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com o
ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada.
O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e
diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua
consecução, levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada. Também
considera as premissas básicas que a empresa, como um todo, deve respeitar para que o processo estratégico
tenha coerência e sustentação decisória.
Planejamento tático
O planejamento tático tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa
como um todo. Portanto, trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no
planejamento estratégico.
Na Figura 1.4 apresenta‐se uma sistemática de desenvolvimento dos planejamentos táticos:
Fonte: Rebouças, Djalma de Pinho Oliveira. 2002
O planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacionais inferiores, tendo como principal
finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados,
20
segundo uma estratégia predeterminada, bem como as políticas orientativas para o processo decisório da
empresa.
Planejamento operacional
O planejamento operacional pode ser considerado como a formalização, principalmente através de
documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto, nesta
situação tem‐se, basicamente, os planos de ação ou planos operacionais.
Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento
tático.
Cada um dos planejamentos operacionais deve conter com detalhes:
• Os recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação;
• Os procedimentos básicos a serem adotados;
• Os produtos ou resultados finais esperados;
• Os prazos estabelecidos; e
• Os responsáveis por sua execução e implantação.
Diferenças básicas entre os três tipos de planejamento
As diferenças básicas entre o planejamento estratégico e o planejamento tático são apresentadas no
Quadro 1.3. Ressalta‐se que todas as considerações apresentadas nesse quadro têm aspecto de "relatividade".
Fonte: Rebouças, Djalma de Pinho Oliveira. 2002
Isto significa que o planejamento estratégico, em relação ao tático significa:
• De prazo mais longo, pois considera um conjunto de planejamentos táticos, e sua soma deve provocar
um período de tempo maior para sua conclusão;
• De amplitude maior, pois considera a empresa como um todo, enquanto o planejamento tático
considera apenas uma parte dela;
• De risco maior, por sua maior amplitude e maior prazo de execução em relação ao planejamento
tático;
• Relacionado às atividades‐fins e meios da empresa, enquanto os planejamentos táticos são mais
relacionados às atividades‐meios (não em sua totalidade); e
• De flexibilidade menor, por considerar toda a empresa, bem como sua situação e posição em seu
ambiente.
Seguindo o mesmo raciocínio, podem‐se apresentar as diferenças básicas entre o planejamento tático
e o planejamento operacional. Aqui também ocorre o aspecto da relatividade (Quadro 1.4). 21
Fonte: Rebouças, Djalma de Pinho Oliveira. 2002
Considerando‐se as mudanças nas empresas/podem‐se estabelecer três níveis de mudança: o
estratégico, o tático e o operacional. Conforme anteriormente apresentado, a mudança maior é no nível
estratégico, o que poderá provocar alterações nos outros níveis da empresa.
Há, também, a determinação do aspecto de mudança que o processo pode abranger, entre os quais
podem ser citados: negócios, objetivos, funções, tecnologias, estruturas e pessoas. Naturalmente, pode‐se
alterar um, alguns aspectos ou todos os aspectos. Dentro de um processo de mudança, as que se referem às
pessoas têm‐se mostrado mais difíceis e complicadas de se efetivarem, enquanto as mudanças de estruturas
normalmente são as mais fáceis de se efetivarem.
Para que as mudanças organizacionais apresentem melhores resultados, deve‐se estar atento a
determinados aspectos, entre os quais podem ser citados:
• O enquadramento das mudanças com propósito e objetivos estabelecidos;
• O treinamento e o desenvolvimento da capacitação profissional interna;
• A obtenção de recursos adicionais ou melhor realocação dos existentes;
• O desenvolvimento e agilização do processo de solução de problemas;
• A melhoria das relações entre equipes; e
• As atitudes favoráveis por parte dos executivos da empresa.
Algumas considerações sobre os níveis estratégico e tático
Na consideração dos níveis estratégico e tático, pode‐se ter alguma dificuldade de diferenciá‐los, pois
não existe distinção absoluta entre ambos. Entretanto, o primeiro nível está voltado à dimensão estratégica da
empresa, referindo‐se a seus objetivos e a sua eficácia. As decisões estratégicas têm, geralmente, alcance
temporal prolongado e elevado grau de impacto e irreversibilidade. Por sua vez, o planejamento tático está
mais voltado aos meios para alcançar os objetivos especificados, isto é, refere‐se aos componentes da
empresa e a sua eficiência.
Na elaboração do planejamento tático, encontram‐se dificuldades de ordem prática, uma vez que é
necessário definir objetivos de mais curto prazo, que sejam partições dos objetivos de longo prazo, a fim de
que a consecução dos primeiros possa levar à concretização dos últimos. Esses problemas podem ser
minimizados se o executivo tiver real conhecimento do campo de cada um dos tipos de planejamento, bem
como de suas interações.
De acordo com Ackoff (1975:3), estratégia e tática são dois aspectos de comportamento. A estratégia
relaciona‐se com objetivos de longo prazo e com modos de persegui‐los que afetam a empresa como um todo;
a tática relaciona‐se com metas de curto prazo e com meios de atingi‐las que, geralmente, afetam somente
uma parte da empresa. Embora não possam ser separadas em princípio, freqüentemente, o são na prática.
22
Há uma diferenciação na dimensão temporal do processo de planejamento estratégico e de
planejamento tático. O horizonte do planejamento estratégico é sempre maior que o do planejamento tático.
Assim, o planejamento estratégico pode sempre ser considerado, em princípio, como de longo prazo, pois ele
é o fruto de um trabalho conjunto da alta administração da empresa, o qual se concretiza através da definição
de seus objetivos, em função da análise do conjunto de produtos e/ou serviços da empresa e da dinâmica do
ambiente em que ela atua, bem como dos meios pelos quais objetivos são concretizados.
Nesses termos, de acordo com Boucinhas (1972:11), o planejamento de longo prazo consiste na
explicitação de uma estratégia programada no tempo, em termos da demanda de recursos e do fluxo de
fundos, e que apresenta o consenso da alta administração da empresa. Entretanto, em sua forma
convencional, o planejamento de longo prazo não pode ser considerado como estratégico, pois,
tradicionalmente, o planejamento de longo prazo é uma extrapolação do desempenho passado, desenvolvido
por alguma unidade organizacional de assessoria e expresso em termos numéricos. Esse tipo de enfoque, de
acordo com o referido autor, padece de algumas deficiências, pois:
• Supõe‐se que as condições prevalecentes no passado permanecerão no futuro;
• Nem todas as hipóteses e conceitos sobre os quais se baseia o plano são explicitadas;
• Não encoraja o diálogo com relação à orientação e aos objetivos da empresa entre seus executores
mais graduados; e
• Leva à separação entre as responsabilidades de planejamento e de execução.
De acordo com Boucinhas (1972:28), os fatores ambientais aliados a uma aceleração da taxa de
mudança e conseqüente redução do tempo necessário para a tomada de decisões podem trazer impacto mais
ou menos contundente sobre a empresa.
Os efeitos favoráveis ou desfavoráveis das forças ambientais podem ter caráter temporal variável e,
conseqüentemente, as decisões tomadas no sentido de reagir a esses estímulos terão uma dimensão temporal
de curto ou longo alcance. E é dentro desse contexto que se costuma definir o planejamento estratégico e
diferenciá‐lo do planejamento tático ou do planejamento operacional.
Não existe uma linha divisória perfeitamente definida a partir da qual o executivo possa efetuar uma
distinção nítida entre as três modalidades de planejamento. Os três tipos de planejamento coexistem e devem
ser operados continuamente.
Um aspecto que reforça a necessidade de separar o planejamento estratégico do planejamento de
longo prazo é a atual era de descontinuidade, que provoca a necessidade de adaptabilidade rápida e oportuna
por parte das empresas, criando situações em que:
• Os ciclos de planejamento devem ser mais curtos e freqüentes;
• Os ciclos de planejamento devem ser mais flexíveis e adaptativos
• O planejamento estratégico, os táticos e os operacionais tornam‐se interligados; e
• O processo de tomada de decisões precisa ser acelerado.
Essa descontinuidade está relacionada a alguns aspectos, entre os quais se pode citar:
• Velocidade de mudança crescente;
• Complexidade crescente dos fatores ou focos de análise considerados; e
• Imprevisibilidade dos eventos externos à empresa
Esses aspectos reforçam a importância do planejamento estratégico, tendo em vista a melhor
adequação da empresa a seu ambiente.
23
(3)‐ Escolas do Planejamento
EVOLUÇÃO DO PLANEJAMENTO DO TEMPO
ANOS 50 ANOS 60 ANOS 70 ANOS 80 ANOS 90
5ª Escola
4ª Escola
3ª Escola
2ª Escola
ABRANGÊNCIA
1ª Escola Administração
Estratégica Gestão
Planejamento Longo Planejamento • 5 forças Estratégica
Planejamento Prazo Estratégico competitivas;
Financeiro • BSC
• Extrapolação do • SWOT; • Macro
• Orçamento anual; Passado para o • Criatividade dos Ambiente
• Estilo de Futuro; Administradores • Estratégias
Gerenciamento Top • Curva de Genéricas
Down; Experiência;
• Administração por • Estudo dos
Objetivos (APO) Cenários
Fonte: Adaptada de Tavares (2005)
A Evolução do Planejamento Empresarial data de 1950.
Iniciando com o Planejamento Financeiro. (primeira escola do
planejamento‐ PF)
O que muitos dirigentes chamavam de Planejamento financeiro na
verdade era um controle financeiro – apoiado em orçamentos para
controlar o desempenho dos negócios.
Essa escola do planejamento utilizava um estilo top‐down onde
havia apenas um estrategista, suas decisões eram acatadas sem
nenhuma outra interferência.
Atuava de forma mecânica e programada, materializada pelo
cumprimento rígido ao orçamento anual
24
Evolução do Planejamento
O objetivo deste conteúdo é mostrar a evolução histórica do planejamento, desde os anos 1950 até os
anos 1990, através das características marcantes das escolas clássicas. O aluno perceberá que essa evolução se
dá mediante o desenvolvimento de determinados paradigmas estratégicos, a difusão de modelos para a
análise ambiental, a utilização de ferramentas para gerenciar a mudança e a reciclagem de idéias anteriores
(LOBATO, et ali., 2004).
Segundo Ghemawat (2000:16), "estratégia é um termo criado pelos antigos gregos, para os quais
significava um magistrado ou comandante‐chefe militar". O conceito de estratégia, a princípio utilizado apenas
por organizações militares, foi posteriormente apropriado pelo ambiente de negócios, estando o seu
desenvolvimento relacionado com o ritmo das transformações na sociedade em geral e no mundo empresarial
em particular (LOBATO, et ali., 2004).
As sucessivas escolas do pensamento estratégico serão aqui apresentadas com base no modelo
desenvolvido por Gluck, Kaufmann e Walleck (1980). Assim, cada escola engloba e complementa a anterior, de
forma a corrigir os aspectos que possam limitar ou distorcer o conjunto delas.
Linha de Produção do FORD T
25
Nesta escola do Planejamento Financeiro
surge o método da Administração por
Objetivos idealizada por Peter Drucker, na
época da Abordagem Neoclássica da
Administração.
APO (1950) ‐ é uma técnica de direção de esforços
por meio do planejamento e controle
administrativo para obtenção de resultados que
tem por base o estabelecimento de:
1) Objetivos tangíveis, verificáveis e
mensuráveis
2) Objetivos departamentais – vantagem,
converte macro objetivos em metas
para cada unidade de negócio da
empresa
O responsável por determinar e aprovar os marcos desse controle financeiro era o executivo principal,
visto como o grande estrategista de todo o processo. Em última análise, a escola do planejamento financeiro
utilizava o enfoque top‐down (de cima para baixo), no qual havia apenas um estrategista principal que era o
executivo do topo da pirâmide organizacional (LOBATO, et ali., 2004).
A escola do planejamento financeiro atuava de maneira altamente formal, quase mecanicamente
programada e materializada pelo orçamento anual. Buscava a simplificação e a eficiência nos processos: a
empresa estimava seus vários gastos com base na previsão de receitas e coordenava todos os recursos aos
objetivos planejados. Uma de suas características era a ênfase na administração por objetivos (APO), conceito
desenvolvido por Peter Drucker (LOBATO, et ali., 2004).
Contudo, esse tipo de planejamento normalmente gerava no executivo uma preocupação com um
objetivo principal: cumprir o orçamento. O predomínio dessa mentalidade, ou seja, a seguir as regras,
acabavam por inibir a capacidade empreendedora, uma vez que o risco era posto em segundo plano devido à
miopia que priorizava atividades mais operacionais (LOBATO, et ali., 2004).
Assim, enquanto se enfatizavam atividades tais como controle e orçamento, quase nada era dito a respeito da
formulação de estratégias. Por isso o planejamento financeiro muitas vezes reduzia‐se a um "jogo de
números" no qual não havia espaço para o conceito de estratégia (LOBATO, et ali., 2004).
Exercício 2
Em dupla
Tema: APO (Administração por Objetivos)
Crie um título com o tema
Metodologia da Resenha
Introdução, Desenvolvimento e Conclusão
27
A 2ª Escola – Planejamento a
Longo Prazo (1960)
Extrapolação do
Passado para o Futuro
Futuro
Presente
Passado
Faturamento
Tempo
28
Segunda fase: escola do planejamento a longo prazo
O planejamento a longo prazo, fase, correspondente à década de 1960, baseava‐se na premissa de que
o futuro seria estimado a partir da projeção de indicadores passados e atuais, que poderiam ser melhorados a
longo prazo por uma intervenção ativa no presente. No entender dos pensadores. contemporâneos, a escola
do planejamento a longo prazo trabalhava com métodos simples de elaboração de cenários que não pareciam
muito adequados para explicar fenômenos mais complexos (LOBATO, et ali., 2004).
Nesse tipo de planejamento destacava‐se a técnica do preenchimento das lacunas existentes entre os
pontos da projeção de referência e os pontos da projeção no cenário desejável. Desenvolvia‐se a visão de
futuro mediante a elaboração de cenários com mudanças que seguiam regras bem conhecidas de causa e
efeito. O sistema de valores da empresa era voltado para a projeção do futuro, seguindo premissas
tradicionais sobre mudanças e planejamento, como mostra o quadro 2 (LOBATO, et ali., 2004).
Quadro 2
Premissas Tradicionais
Sobre mudanças Sobre Planejamento
Seguem regras bem conhecidas de causa Periódico
efeito
Seguem tendências estabelecidas Extensão de planos anteriores
Podem ser entendidas e previstas Os planos são implementados como concebidos
(LOBATO, et ali., 2004).
Outra técnica de análise estratégica usada pela escola de planejamento em longo prazo é a curva de
experiência, conceito desenvolvido pelo Boston Consulting Group (BCG) que prevê uma diminuição
progressiva dos custos de um produto à medida que se aumenta a produção. Em determinados cenários, o
custo unitário, com tecnologia constante, diminui aproximadamente 20 a 30% toda vez que se dobra a
produção acumulada, podendo‐se, portanto adotar uma política de preços baseada nos custos futuros que
desencoraje os concorrentes e permita a organização crescer até consolidar uma vantagem de custos e, então,
usufruir de margens significativas e estáveis (LOBATO, et ali., 2004).
A curva de experiência é sem dúvida uma teoria importante e fator determinante de sucesso para
muitas empresas quando bem utilizada. No entanto, deve‐se evitar sua aplicação generalizada, pois ela se
presta a produtos ou mercados em crescimento que não estejam sujeitos a descontinuidades (LOBATO, et ali.,
2004).
O planejamento a longo prazo baseava‐se na suposição de que é possível prever o futuro especulando
sobre uma variedade de projeções e curvas de experiência. Os planejadores formalizavam seu processo
focalizando um ambiente menos dinâmico, lidando com cenários suficientes para cobrir as contingências
importantes, mas em quantidade suficientemente pequena para serem implementados tal como concebidos
(LOBATO, et ali., 2004).
Pierre Wack, que em 1968 era planejador no escritório londrino da Royal Dutch/Shell, desenvolveu a
técnica de planejamento por cenários construídos a partir de hipóteses sobre o futuro, a qual permitia ao
gestor ponderar estratégias futuras. A escola do planejamento a longo prazo abriu novas perspectivas, na
medida em que o exercício com cenários podia ser visto um incentivo à criatividade, mesmo que nenhum
deles se aplicasse perfeitamente a um ambiente com maior incerteza descontinuidade (LOBATO, et ali., 2004).
Finalmente, para engajar‐se no planejamento a longo prazo, a organização deveria ser capaz de prever
o cenário do seu ambiente de atuação, controlá‐lo ou simplesmente assumir sua estabilidade. Tal escola
requeria não só previsibilidade, mas também estabilidade. O mundo deveria ficar parado no decorrer do
processo de planejamento. As estratégias seguiriam a lógica da extensão dos planos anteriores, e o plano para
o futuro deveria ser elaborado segundo o mesmo padrão do passado (LOBATO, et ali., 2004).
29
A 2ª escola do planejamento tinha como idéia que
o mundo deveria ficar parado no decorrer do
processo de planejamento.
Exemplo:
Para Produzir 100 Geladeiras Custava aproximadamente
$2000.
30
Curva da Experiência
1. Economias de escalas;
2. Especialização do trabalho;
3. Desenvolvimento de novos processos
e métodos de produção;
4. Aprimoramento e a padronização do
produto.
31
É na 2ª escola do
Planejamento que surge o
estudo dos cenários que
eram construídos a partir
de hipóteses sobre o
futuro.
O ato de projetar os
cenários abriu portas para
que os administradores
exercitassem a
criatividade.
Estudo de Cenários
Análise de Lacunas
32
3ª Escola +
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (1970)
-
Na década de 1970 surgiu a escola do planejamento estratégico. A estratégia passou a ser
desenvolvida por um processo deliberado do pensamento estratégico, no qual a técnica mais clássica era a
análise de SWOT. Desenvolvida em Harvard, essa técnica esta relacionada à avaliação do ambiente interno da
empresa, mediante a análise de suas forças e fraquezas, e do ambiente externo, e suas oportunidades e
ameaças, como se pode ver na figura 1 (LOBATO, et ali., 2004).
ANÁLISE DE SWOT
LOBATO, et ali., 2004).
Na formulação da estratégia, segundo essa escola, a ação deve fluir da razão: as estratégias eficazes
derivam de um processo do pensamento .humano rigidamente formulado. Assim, o desenvolvimento da
33
estratégia é fruto de uma habilidade adquirida, e não natural ou intuitiva. Tal processo deve ser aprendido
formalmente e subordinar todas as decisões e operações da empresa (LOBATO, et ali., 2004).
Nessa escola procurava‐se criar um foco estratégico nas decisões, nas quais se enfatizava a
importância tanto da eficiência quanto da eficácia na organização. O quadro 3 esclarece melhor os conceitos
de eficiência e eficácia (LOBATO, et ali., 2004).
Uma das características principais da escola de planejamento estratégico pode ser resumida na
recomendação que Thomas J. Watson, fundador da IBM, fazia em suas mensagens aos funcionários: "Pense".
Os conceitos mais utilizados por essa escola são:
Pensamento estratégico sistema de levantamento e avaliação de situações com o objetivo de definir a
estratégia da empresa e ao qual devem subordinar‐se todas as suas decisões e operações;
Análise das mudanças do ambiente estudo dos principais fatores ambientais que afetam a empresa no presente
e de sua provável evolução, bem como de novos fatores que possam afetá‐la no futuro;
Análise de recursos e competências esforço sistemático de ampliação do conhecimento dos recursos e
competências da organização, visando otimizar os insumos existentes por meio de uma alocação eficiente e
seletiva e da adoção das técnicas mais adequadas.
Havia na escola do planejamento estratégico a dicotomia formulação‐implementação. Só depois de
totalmente formuladas é que as estratégias eram implementadas. Em conformidade com as noções clássicas
de racionalidade diagnóstico seguido de prescrição e depois ação, fazia‐se uma separação clara entre
pensamento e ação (LOBATO, et ali., 2004).
Segundo Mintzberg (1994), a grande falácia do planejamento estratégico é que, assim como a análise
não é síntese, o planejamento estratégico nunca foi geração de estratégias. A análise pode preceder e apoiar
a síntese, provendo determinados insumos necessários. A análise pode seguir e elaborar a síntese,
decompondo e formalizando suas conseqüências. Mas a análise não pode substituir a síntese. Mintzberg
conclui que a denominação planejamento estratégico estava errada. Na sua opinião, essa escola deveria
chamar‐se programação estratégica (LOBATO, et ali., 2004).
34
SWOT
POTENCIALIDADE – FRAQUEZAS – OPORTUNIDAES - AMEAÇAS
A ferramenta tem como função subsidiar após
análise realizada, informações para que a empresa
possa escolher uma estratégia adequada e pontual
para determinada ameaça do ambiente externo e
fraqueza do ambiente interno, bem como
aproveitar as potencialidades ou forças internas
para anular uma ameaça externa, ou mesmo
aproveitar uma oportunidade do mercado.
Exemplo: MATRIZ RESUMO PARA ANÁLISE DE FATORES
ORGANIZACIONAIS INTERNOS – CONTROLÁVEIS
EX:
Negócios: Empresa que entrega Encomendas de Varejo
(O) Oportunidades
(A) Ameaças
RÉGUA PARA ANÁLISE DA PONTUAÇÃO ADEQUADA DA COLUNA 3
RÉGUA PARA ANÁLISE DO RESULTADO OBTIDO NO TOTAL DA
COLUNA 4
36
Planilha Relatório para Analisar o Resultado do SWOT e Desenvolver as Estratégias cabíveis para
Minimizar os Impactos Negativos e Aproveitar as Oportunidades
Relatório da Matriz Resumo dos Pontos Fortes e Fracos (Análise Interna)
NOTAS A RESPEITO DA MATRIZ RESUMO DE
FATORES INTERNOS/ EXTERNOS
Liste na coluna 1 cada um dos fatores estratégicos desenvolvidos em suas tabelas‐resumo dos
fatores internos e externos.
Defina na coluna 2 o peso de cada fator 1,0 (mais importante) a 0,0 (não importante), baseando‐se
no provável impacto dessa característica sobre a posição estratégica da empresa. Os pesos totais
devem somar 1,00.
Classifique cada fator, de 5 (excelente) a 1 (fraco), na coluna 3, baseando‐se na resposta da
empresa a esse fator.
Multiplique o peso de cada fator por sua respectiva classificação para obter a pontuação
ponderada de cada fator e colocar o resultado na coluna 4.
Na coluna 5 (comentários) expor as razões do uso de cada fator.
Acrescente a pontuação ponderadas para obter a pontuação total da empresa na coluna 4, isso
mostrará como a empresa está lidando com os fatores estratégicos.
37
Estudo de Caso PEÇAS LEVES – Comércio e Fabricação Peças LTDA.
Analisar em equipes (do seminário) sobre a Ferramenta de Swot e demais Instrumentos aprendidos
nas aulas.
A indústria e Comércio PEÇAS LEVES é uma empresa familiar que atua no segmento de autopeças,
fabricando e comercializando peças leves para levantar vidros de veículos, de forma mecânica e eletrônica.
A PEÇAS LEVES pertence a duas famílias – Monteiro e Martins, com igualdade de participação acionária
desde sua origem, há 40 anos.
Durante esse período de tempo, a PEÇAS LEVES passou por bons e maus momentos, mas a forma de
atuação dos familiares que ocupavam cargos executivos na empresa proporcionou condições com maior ou
menor dificuldade – de suplantar as situações inadequadas.
Entretanto, o atual contexto do mercado de autopeças no Brasil e no Mercosul em que as empresas
multinacionais estão operando de maneira cada vez mais forte, levou os membros das duas famílias da
indústria e comércio a se prepararem para a identificação e análise de oportunidade e ameaças de mercado,
bem como analisar suas potencialidade e fraquezas internas.
Sobre possíveis oportunidades e ameaças
O mercado está em franco desenvolvimento, muitas empresas começaram a adentrar e verificar que
tem competências no ramo de atividade da PEÇAS LEVAS;
O mercado tem muitos fornecedores de peças e poucos clientes, entretanto existe a possibilidade de
exportar para países que tem montadoras e fábricas de peças para automóveis;
Conforme informações de especialistas em cenários para o setor, o mercado está aquecido e pretende
ficar por um tempo indeterminado, isso é reflexo das vendas históricas dos veículos nos últimos cinco
anos, a média de crescimento é de 3,5% a cada ano.
O mercado esta crescendo mais há intenção de grandes fábricas internacionais em se instalarem com
incentivos do governo do estado da Bahia, onde não existem montadoras de veículos.
Sobre possíveis potencialidades e fraquezas da Peças Leve
O quadro de pessoal operacional não é treinado há aproximadamente cinco anos;
O parque industrial com layout antigo;
Relativa reservas de fundos de capital financeiro obtido com a participação de lucratividade de anos
anteriores;
Imobilizado administrativo obsoleto, computadores, máquinas e equipamentos;
38
Sistema de processos antigo;
Comprometimento da Direção do Grupo para Alavancar a Empresa
Comprometimento do Pessoal operacional e tático para alavancar a empresa
Baseado nos dados da Peças Leve, monte uma análise de SWOT, conforme o modelo abaixo:
39
Preparar o Relatório Conclusivo e as Estratégias de ação.
Relatório da Matriz Resumo dos Pontos Fortes e Fracos (Análise Interna)
Relatório da Matriz das Oportunidades e Ameaças (Análise Externa)
40
Outro instrumento que surgiu na 3ª Escola, foi a matriz de
crescimento ou matriz BCG
Matriz de Crescimento - BCG
A matriz BCG é dividida em quatro células, cada uma indicando um tipo diferente de negócio:
1. Pontos de interrogação: são negócios que operam em mercados de alto crescimento, mas que têm baixas
participações relativas. A maioria dos negócios inicia como ponto de interrogação quando a empresa tenta
entrar em um mercado de alto crescimento em que já existe um líder. Um ponto de interrogação exige muito
investimento, porque a empresa tem que gastar dinheiro em fábricas, equipamentos e pessoal para
acompanhar o mercado de alto crescimento e porque deseja assumir a posição de líder. O termo ponto de
interrogação é adequado porque a empresa tem que analisar seriamente se continuará a colocar dinheiro no
negócio.
2. Estrelas: se o negócio do tipo ponto de interrogação for bem‐sucedido, ele se torna uma estrela Uma estrela
é líder em um mercado de alto crescimento. Mas não produz, necessariamente, um fluxo de caixa positivo. A
empresa deve gastar recursos substanciais para acompanhar a alta taxa de crescimento e repelir os ataques
dos concorrentes.
3. Vacas leiteiras: quando a taxa anual de crescimento de mercado cai para abaixo de 10 por cento, a estrela
se torna uma vaca leiteira se ainda tiver a mais alta participação relativa naquele mercado. Uma vaca leiteira
gera muito caixa. A empresa não tem que financiar expansões de capacidade porque a taxa de crescimento do
mercado já diminuiu. Como o negócio é líder, desfruta de economias de escala e de maiores margens de
lucros A empresa utiliza seus negócios do tipo vaca leiteira para pagar as contas e apoiar seus outros negócios.
Se essa vaca leiteira começar a perder participação relativa no mercado, a empresa terá que reinvestir
recursos nela, para manter a liderança de mercado. Se não o fizer, a vaca leiteira pode se transformar em
mero animal de estimação (cachorro)
41
4. Animais de estimação (Cachorros): são negócios com pequenas participações em mercados de baixo
crescimento. Geram baixos lucros ou até mesmo prejuízos. Deve se avaliar se manter esses negócios por boas
razões (como uma esperada reviravolta na taxa de crescimento de mercado ou uma nova chance para
conseguir a liderança) ou por razões sentimentais (KOTLER. 2000).
Após incluir seus vários negócios na matriz BCG, uma empresa deve determinar se sua carteira de
negócios é saudável. Uma carteira desequilibrada teria muitos animais de estimação ou pontos de
interrogação e/ou muito poucas estrelas e vacas leiteiras (KOTLER, 2000).
42
Exercício - 4
Pesquisar na internet ou em bibliografias
empresas que detém vários produtos em
quadrantes diferentes da matriz BCG.
Quarta fase: Escola da Administração Estratégica
No início dos anos 80, o advento da escola da administração estratégica deixou em segundo plano
grande parte da literatura existente. Embora aceitasse a maioria das premissas desenvolvidas anteriormente,
essa escola trouxe uma novidade: mostrou que a implementação das estratégias era tão importante quanto a
sua formulação e, ao estudar‐ lhes o conteúdo, destacou o lado prescritivo do pensamento estratégico
estratégica (LOBATO, et ali., 2004).
Um dos principais pensadores dessa escola é Igor Ansoff, para quem a estratégia consiste basicamente
num conjunto de regras de decisão para orientar o comportamento de uma organização. Segundo Ansoff,
Declerck e Hayes (1981), o planejamento da postura estratégica defronta‐se com dois desafios. O primeiro,
denominado análise de competitividade, consiste em decidir como a empresa conseguirá êxito em cada área
estratégica de negócio em que pretende atuar. O segundo é integrar seus objetivos estratégicos nessas
diversas áreas numa direção global (LOBATO, et ali., 2004)
43
A 4ª escola, Administração Estratégica
(1980)
Aceitava a maioria das premissas abordadas nas escolas
anteriores – apresentou uma novidade:
Mostrou que ação era tão importante quanto a formulação
do planejamento e ao estudar o conteúdo destacou o lado
sistemático do pensamento estratégico.
A Escola da Administração Estratégica considera que a
essência da formulação de uma estratégia é relacionar a
empresa ao seu meio ambiente competitivo.
Para Ansoff, o conceito de estratégia baseia‐se na necessidade de levar os gestores a adotarem
diretrizes específicas para atividade da administração estratégica, sendo esta entendida como um processo
sistemático para a tomada de decisões, visando garantir o sucesso da empresa em seu ambiente futuro.
Acadêmicos e consultores poderiam estudar e prescrever as estratégias mais adequadas aos diferentes
contextos (LOBATO, et ali., 2004).
Michael Porter (1980) deu maior atenção ao lado prescritivo do pensamento estratégico, levantando
questões que há muito preocupavam os executivos: o que vem orientando a concorrência na(s) indústria(s)
em que pretendo entrar? Quais serão as iniciativas dos concorrentes e qual a melhor maneira de reagir a elas?
Como irá desenvolver‐se a minha indústria? Qual a melhor posição a ser adotada pela empresa que vai
competir a longo prazo? (LOBATO, et ali., 2004).
Porter desenvolveu um modelo de análise estrutural focalizando cinco forças competitivas que,
segundo ele, atuam sobre uma indústria: a rivalidade entre os concorrentes existentes; a entrada de novos
concorrentes (entrantes); a ameaça de produtos substitutos; o poder de negociação dos fornecedores; e o
poder de negociação dos compradores. O grau da concorrência e da rentabilidade depende da interação
dessas cinco forças que determinam à essência da competição nessa indústria (LOBATO, et ali., 2004)
44
Michael Porter é o principal estudioso da
Escola da Administração Estratégica –
A escola da administração estratégica considera que a essência da formulação de uma estratégia é
relacionar a empresa ao seu meio ambiente. A estrutura industrial tem forte influência na determinação das
regras competitivas do jogo, assim como das estratégias potencialmente disponíveis à organização (LOBATO,
et ali., 2004).
Tal escola manteve apenas dois tipos básicos de vantagem competitiva para as organizações: baixo
custo ou diferenciação. Essas vantagens, combinadas com o escopo de uma determinada empresa, foram
identificadas por Porter como as três estratégias genéricas de competição: diferenciação, custo mínimo e foco
(LOBATO, et ali., 2004).
Porter (1986) introduziu o conceito de cadeia de valor, segundo o qual uma organização pode ser
desagregada em atividades primárias e de suporte. As atividades primárias estão diretamente relacionadas ao
fluxo de produtos até o cliente e incluem logística de entrada, operações, logística de saída, marketing, vendas
e serviços pós‐venda. As atividades de suporte visam apoiar as atividades primárias e incluem suprimento,
desenvolvimento tecnológico, gerenciamento de recursos humanos e provisão da infra‐estrutura da
organização (LOBATO, et ali., 2004).
A escola da administração estratégica conseguiu criar e aperfeiçoar um conjunto de ferramentas
analíticas para ajustar a estratégia genérica às condições vigentes do ambiente de negócios. Destacam‐se nela
45
os seguintes aspectos: análise da estrutura da indústria; estratégias competitivas posições genéricas e
identificáveis no mercado e mercado, o contexto econômico e altamente competitivo no qual as organizações
obtêm margens de lucro baseadas no gerenciamento da cadeia de valor (LOBATO, et ali., 2004).
Essa escola prestou uma importante contribuição ao pensamento estratégico: valorizou as pesquisas e
forneceu um conjunto de conceitos com aplicação prática fundamentados em cálculos analíticos. Mas as
organizações devem utilizar tais conceitos e modelos numa perspectiva mais sistêmica e, principalmente,
encontrar maneiras de combiná‐las com os das outras escolas (LOBATO, et ali., 2004).
O modelo das cinco forças de Porter
Este modelo é considerado um instrumento clássico da formulação estratégica cuja ênfase é a relação
de forças estabelecidas entre a empresa e o ambiente que acerca. A partir do entendimento do ambiente e
seus agentes a empresa desenvolverá uma estratégia coerente com os fatores que estão fora do seu controle,
mas que ameaçam a sua posição e a própria presença no mercado (SALIM, NASAJON, SALIM e MARIANO:
2004).
Ao ingressar em um determinado setor econômico é fundamental que o empreendedor tenha
completa clareza sobre a dinâmica e a estrutura do seu setor. Por exemplo, no setor de refrigerantes e
cervejas, os supermercados respondem por mais de 30% das compras das principais companhias
46
estabelecidas; portanto, o seu poder de barganha é bastante alto. Já no setor de embalagem de lata, há
apenas um fornecedor de matéria‐prima no Brasil, logo o poder de barganha desse fornecedor é muito
grande; além disso essa indústria sofre uma forte concorrência da indústria de papel, que produz embalagens
descartáveis. Ou seja, cada setor ou indústria tem uma dinâmica própria, que precisa ser amplamente
conhecida por quem pretende se tornar mais um competidor no mercado. A análise de Porter permitirá que se
identifiquem as regras competitivas de cada setor em particular. Com isso a empresa desenvolverá uma
estratégia que, em conjunto com suas habilidades de implementação, possa garantir‐lhe o melhor
posicionamento possível em seu setor e/ou grupo estratégico (SALIM, NASAJON, SALIM e MARIANO: 2004).
O modelo de Porter pressupõe que o potencial de lucro e o grau de concorrência de uma indústria são
dependentes e determinados pela existência de cinco forças competitivas básicas que atuam sobre todas as
empresas do setor. Elas são descritas nas seções a seguir. (SALIM, NASAJON, SALIM e MARIANO: 2004)
Barreiras de Entrada (contra novos entrantes)
Estratégias utilizadas pelas empresas atuantes no
5 forças mercado:
(1)Economias de escala; (2)Marca; (3)produtos
diferenciados; dentre outros.
Fornecedores (poder) Clientes (poder) Estratégias
Estratégias utilizadas pelos utilizadas pelos
fornecedores para Concorrentes compradores adquirirem
comercializarem seus (determinantes da seus insumos dos
produtos as empresas: rivalidade) fornecedores:
(1) Insumos diferenciados; (2) (1) Crescimento do (1) Concentração de
Concentração de mercado; (2) Identidade da compradores X
fornecedores; (3) Ameaça de marca; (3) mercado concentração de empresas;
integração para frente; (4) maduro ; (4) produtos (2) Informação do produto;
poucos fornecedores no diferenciados, outros (3) Possibilidade de
mercado integração para trás
Produtos Substitutos (ameaças determinantes)
(1) Melhores preços dos produtos substitutos ; (2)
qualidade percebida; (3) Tecnologia
Adaptado: Porter (1980)
47
ESTRATÉGIA GENÉRICA
Idealizada por Michael Porter nos anos 80, as três
estratégias genéricas podem ser utilizadas sozinhas ou
combinadas (Sobrevivência, Manutenção, Crescimento,
Desenvolvimento, Funcionais, etc...)
Estratégias Competitivas Genéricas
As empresas descobriram diversas maneiras de atingir esse objetivo, e a melhor estratégia para uma
dada empresa é, em última análise, uma solução única que reflete suas circunstâncias particulares. Entretanto,
em sentido mais amplo podemos encontrar três estratégias genéricas internamente consistentes (que podem
ser usadas isoladamente ou de forma combinada) para criar essa posição defensável a longo prazo e superar
os concorrentes em uma indústria. Este capítulo descreve as estratégias genéricas e explora alguns dos
requisitos e riscos de cada uma. Seu propósito é desenvolver alguns conceitos introdutórios que serão
consolidados em uma análise subseqüente. Os capítulos seguintes deste livro terão muito mais a dizer sobre
como traduzir essas estratégias genéricas amplas em estratégias mais específicas apropriadas a tipos
particulares de situações de uma indústria (Porter, 2004).
48
ESTRATÉGIAS GENÉRICAS
ESTRATÉGIA GENÉRICA
PORTER, Michael. Estratégia Competitiva: Técnicas para análise de indústria e
da concorrência. Campus, Rio de Janeiro: 2004.
Ao enfrentar as cinco forças competitivas, existem três abordagens estratégicas genéricas
potencialmente bem‐sucedidas para superar as outras empresas em uma indústria (Porter, 2004).
1. Liderança no custo total
2. Diferenciação
3. Enfoque ou focalização
Algumas vezes, a empresa pode seguir com sucesso mais de uma abordagem como seu alvo primário,
embora isso seja raramente possível, como será discutido mais tarde. A colocação em prática de qualquer uma
dessas estratégias genéricas exige, em geral, comprometimento total e disposições organizacionais de apoio
que serão diluídos se existir mais de um alvo primário. As estratégias genéricas são métodos para superar os
concorrentes em uma indústria; em algumas indústrias, a estrutura indicará que todas as empresas podem
obter altos retornos; em outras, o sucesso com uma estratégia genérica pode ser necessário apenas para obter
retornos aceitáveis em sentido absoluto (Porter, 2004).
49
Liderança no Custo Total
CUSTOS
Essa estratégia se tornou comum nos anos 60 e 70 devido a popularização
da curva de experiência. Consiste em atingir a liderança no custo total
em um setor usando um conjunto de políticas funcionais orientadas para
esse objetivo básico. Os produtos e serviços comercializados nessa
estratégia tem mercado de atuação ampla, tem demanda elevada.
Características:
a) O Custo exige construção agressiva de instalações em escala eficiente e
redução de custos pela experiência;
b) Busca minimizar custos em áreas como pesquisa e desenvolvimento,
assistência, força de vendas, propaganda etc.;
c) Acesso favorável a matérias primas e insumos para o processo de
produção;
d) As vezes a qualidade é comprometida com a escolha desse modelo de
estratégia.
e) Exige investimentos elevados de pessoal, capital e equipamentos –
requisito básicos para sustentar uma posição de custo baixo.
A primeira estratégia, que se tornou bastante comum nos anos 70 devido à popularização do conceito
da curva de experiência, consiste em atingir a liderança no custo total em uma indústria por meio de um
conjunto de políticas funcionais orientadas para esse objetivo básico. A liderança no custo exige a construção
agressiva de instalações em escala eficiente, uma perseguição vigorosa de reduções de custo pela experiência,
um controle rígido do custo e das despesas gerais, a não permissão da formação de contas marginais dos
clientes, e a minimização do custo em áreas como P & D, assistência, força de vendas, publicidade etc. Intensa
atenção administrativa ao controle dos custos é necessária para atingir essas metas. Custo baixo em relação
aos concorrentes torna‐se o tema central de toda a estratégia, embora a qualidade, a assistência e outras
áreas não possam ser ignoradas (Porter, 2004).
Uma posição de baixo custo produz para a empresa retornos acima da média em sua indústria apesar
da presença de intensas forças competitivas. A posição de custo dá à empresa uma defesa contra a rivalidade
dos concorrentes, porque seus custos mais baixos significam que ela ainda pode obter retornos depois que
seus concorrentes tenham consumido seus lucros na competição. Uma posição de baixo custo defende a
empresa contra compradores poderosos porque estes só podem exercer seu poder para baixar os preços ao
nível do concorrente mais eficiente. Baixo custo proporciona uma defesa contra fornecedores poderosos
trazendo maior flexibilidade para enfrentar os aumentos de custo dos insumos. Os fatores que levam a uma 50
posição de baixo custo em geral também proporcionam barreiras de entrada substanciais em termos de
economias de escala e vantagens de custos. Finalmente, uma posição de baixo custo, em geral, coloca a
empresa em uma posição favorável em relação aos produtos substitutos de seus concorrentes na indústria.
Assim, uma posição de baixo custo protege a empresa contra todas as cinco forças competitivas porque a
negociação só pode continuar a erodir os lucros até o ponto em que os lucros do próximo concorrente mais
eficiente tenham sido eliminados, e porque os concorrentes menos eficientes sofrerão antes as pressões
competitivas (Porter, 2004).
Atingir uma posição de custo total baixo quase sempre exige uma alta parcela de mercado relativa ou
outras posições vantajosas, como acesso favorável às matérias‐primas. Pode exigir também o projeto de
produtos para simplificar a fabricação, a manutenção de uma vasta linha de produtos relacionados para diluir
os custos e o atendimento de todos os principais grupos de clientes de modo a expandir o volume. Por sua vez,
colocar em prática a estratégia de baixo custo pode exigir investimento pesado de capital em equipamento
atualizado, fixação de preço agressiva e prejuízos iniciais para consolidar a parcela de mercado. Uma grande
parcela de mercado permitirá, por sua vez, economias nas compras, o que reduz os custos ainda mais. Uma
vez atingida, a posição de baixo custo proporciona margens altas que podem ser reinvestidas em novo
equipamento e instalações mais modernas de modo a manter a liderança de custo. Esse reinvestimento pode
ser um requisito para sustentar uma posição de custo baixo (Porter, 2004).
A estratégia de liderança de custo parece ser a base do sucesso de Briggs and Stratton nos motores a
gasolina de baixa potência, em que ela detém uma parcela mundial de 50%, e do sucesso da Lincoln Electric
em equipamentos e acessórios de arco voltaico. Outras empresas reconhecidas pela aplicação bem‐sucedida
da estratégia de liderança no custo em vários negócios são a Emerson Electric, a Texas Instruments, a Black
and Decker e a Du Pont (Porter, 2004).
Uma estratégia de liderança de custo pode, às vezes, revolucionar uma indústria em que as bases
históricas da concorrência tenham sido diferentes e os concorrentes estejam mal preparados, quer
economicamente quer quanto à percepção, para dar os passos necessários para a minimização do custo. A
Harnischfeger estava em meio a uma audaciosa tentativa de revolucionar a indústria de guindastes no ano de
1979. Começando com 15% do mercado, a Harnischfeger reprojetou seus guindastes para simplificar a
fabricação e a assistência técnica usando componentes modulados, alterando configurações e reduzindo a
quantidade de material utilizado. Em seguida, ela estabeleceu áreas de sub montagem e uma verdadeira linha
de montagem transportadora, um desvio marcante dos padrões da indústria. Ela passou a encomendar
componentes em grandes volumes para diminuir os custos. Tudo isso permitiu à companhia oferecer um
produto de qualidade aceitável e reduzir os preços em 15%. A parcela de mercado da Harnischfeger cresceu
rapidamente para 25% e continua crescendo. Relata Willis Fisher, gerente geral da Divisão de Equipamento
Hidráulico da Harnischfeger (Porter, 2004).
51
Não pretendíamos desenvolver uma máquina significativamente melhor do que qualquer outra, mas
queríamos desenvolver uma que fosse realmente mais simples de fabricar e que tivesse seu preço fixado,
intencionalmente, como uma máquina de baixo custo. (Porter, 2004).
Os concorrentes estão queixando‐se de que a Harnischfeger "comprou" parcela de mercado reduzindo
suas margens, uma acusação que a companhia nega (Porter, 2004).
Diferenciação
DIFERENCIAÇÃO
Essa estratégia tem como característica a diferenciação dos produtos
ou serviços.
A empresa oferece ao mercado consumidor produtos singulares, nesse
sentido todos os produtos comercializados sobre essa estratégia têm
mercado de atuação ampla, demanda elevada por produtos
diferenciados/singulares.
Características:
a) Podem tomar várias formas: Designer, imagem da marca, tecnologia,
Logística e Distribuição Física, Capacidade de atender expectativas
particulares de grupos de clientes e Rede de Revendedores outras.
b) Produtos diferenciados mas não tanto exclusivos, em função da
atuação de mercado amplo.
c) Clientes específicos que buscam algo diferenciado no mercado, não
tão sensíveis a preços em função de melhores produtos e serviços;
A segunda estratégia genérica é diferenciar o produto ou o serviço oferecido pela empresa, criando
algo que seja considerado único no âmbito de toda a indústria. Os métodos para essa diferenciação podem
assumir muitas formas: projeto ou imagem da marca (Fieldcrest no topo da linha de toalhas e lençóis;
Mercedes em automóveis), tecnologia (Hyster em empilhadeiras; Maclntosh em componentes estéreos;
Coleman em artigos de acampamento), peculiaridades Qenn‐Air em fogões elétricos); serviços sob encomenda
(Crown Cork and Seal em latas de metal), rede de fornecedores (Caterpillar Tractor em equipamento de
construção), ou outras dimensões. Em termos ideais, a empresa se diferencia ao longo de várias dimensões. A
Caterpillar Tractor, por exemplo, é conhecida não apenas por sua rede de revendedores e pela excelente
disponibilidade de peças sobressalentes, como também por seus produtos de alta qualidade extremamente
duráveis, tudo isto sendo crucial no ramo dos equipamentos pesados em que o tempo parado é muito
52
dispendioso. Devemos ressaltar que a estratégia de diferenciação não permite à empresa ignorar os custos,
mas eles não são o alvo estratégico primário (Porter, 2004).
A diferenciação, se alcançada, é uma estratégia viável para obter retornos acima da média em uma
indústria porque ela cria uma posição defensável para enfrentar as cinco forças competitivas, embora de um
modo diferente do que na liderança de custo. A diferenciação proporciona isolamento contra a rivalidade
competitiva devido à lealdade dos consumidores com relação à marca como também à conseqüente menor
sensibilidade ao preço. Ela também aumenta as margens, o que exclui a necessidade de uma posição de baixo
custo. A lealdade resultante do consumidor e a necessidade de um concorrente superar a supremacia colocam
barreiras de entrada. A diferenciação produz margens mais altas com as quais é possível lidar com o poder dos
fornecedores e claramente ameniza o poder dos compradores, dado que lhes faltam alternativas comparáveis,
sendo, assim, menos sensíveis aos preços. Finalmente, a empresa que se diferenciou para obter a lealdade do
consumidor deverá estar mais bem posicionada em relação aos substitutos do que a concorrência (Porter,
2004).
Atingir a diferenciação pode, às vezes, tornar impossível a obtenção de uma alta parcela de mercado.
Em geral, requer um sentimento de exclusividade que é incompatível com a alta parcela de mercado. Mais
comumente, entretanto, atingir a diferenciação implicará um trade‐off com a posição de custo se as atividades
necessárias para criá‐la são inerentemente dispendiosas, como pesquisa extensiva, projeto do produto,
materiais de alta qualidade, ou apoio intenso ao consumidor. Mesmo que os consumidores no âmbito da
indústria reconheçam a superioridade da empresa, nem todos os clientes estarão dispostos ou terão
condições de pagar os altos preços requeridos (embora a maioria esteja em indústrias como a de
equipamentos de terraplenagem em que, apesar de seus altos preços, a Caterpillar tem uma parcela de
mercado dominante). Em outros negócios, a diferenciação pode não ser incompatível com custos
relativamente baixos e com preços comparáveis aos da concorrência (Porter, 2004).
53
Enfoque ou Focalização
FOCALIZAÇÃO
A empresa que utiliza esse modelo pode atender com mais eficiência e eficácia um
público mais estreito de clientes do que seus concorrentes que atuam em mercado
amplo e que podem estar deixando de atender um público que busca maior
seletividade.
A Empresa escolhe um ambiente competitivo estreito dentro de um determinado setor,
seleciona um segmento e adapta sua estratégias para o target.
A Focalização tem duas variantes: Foco em Custos e Foco em Diferenciação, todas
atuando em mercado estreito.
FOCO NA DIFERENCIAÇÃO: A EMPRESA PROCURA
DIFERENCIAÇÃO EM UM SEGMENTO DE MERCADO ESTREITO EM SINGULARIDADE
(MAIOR SINGULARIDADE DO QUE A ESTRATÉGIA DE DIFERECIAÇÃO DE MERCADO
AMPLO)
FOCO NOS CUSTOS: A EMPRESA PROCURA VANTAGEM MAIS ESTREITA EM CUSTOS
(PREÇOS AINDA MAIS BARATOS QUE O DA ESTRATÉGIA DE MERCADO AMPLO EM
CUSTO)
A última estratégia genérica é enfocar um determinado grupo comprador, um segmento da linha de
produtos, ou um mercado geográfico; como com a diferenciação, o enfoque pode assumir diversas formas.
Embora as estratégias de baixo custo e de diferenciação tenham o intuito de atingir seus objetivos no âmbito
de toda a indústria, toda a estratégia de enfoque visa atender muito bem ao alvo determinado, e cada política
funcional é desenvolvida levando isso em conta. A estratégia repousa na premissa de que a empresa é capaz
de atender seu alvo estratégico estreito mais efetiva ou eficientemente do que os concorrentes que estão
competindo de forma mais ampla. Conseqüentemente, a empresa atinge a diferenciação por satisfazer melhor
às necessidades de seu alvo particular, ou por ter custos mais baixos na obtenção desse alvo, ou ambos.
Mesmo que a estratégia de enfoque não atinja baixo custo ou diferenciação do ponto de vista do mercado
como um todo, ela realmente atinge uma ou ambas as posições em relação ao seu estreito alvo estratégico.
(Porter, 2004)
A empresa que desenvolve com sucesso a estratégia de enfoque pode também obter potencialmente
retornos acima da média para sua indústria. O enfoque desenvolvido significa que a empresa tem uma posição
de baixo custo com seu alvo estratégico, alta diferenciação, ou ambas. Como discutimos no contexto da
liderança de custo e da diferenciação, essas posições proporcionam defesas contra cada força competitiva. O
enfoque pode também ser usado para selecionar metas menos vulneráveis a substitutos ou onde os
concorrentes são mais fracos (Porter, 2004).
54
Por exemplo, a Illinois T 001 Works enfocou mercados especializados de prendedores em que ela pode
projetar produtos para satisfazer às necessidades particulares dos compradores e criar custos de mudança.
Embora muitos compradores não estejam interessados nesses serviços, alguns estão. A Fort Howard Paper
enfocou uma faixa estreita de papéis de qualidade industrial, evitando produtos de consumo vulneráveis a
batalhas de publicidade e a rápidas introduções de novos produtos. A Porter Paint enfocou os pintores
profissionais em vez do mercado do faça você mesmo, construindo sua estratégia em torno do atendimento a
profissionais com serviços grátis de mistura de tintas, entrega rápida de um mínimo de um galão da tinta
necessária no local de trabalho e cantinas atendendo gratuitamente para fazer com que os pintores
profissionais se sintam em casa nas lojas da fábrica. Um exemplo de uma estratégia de enfoque que atinge
uma posição de baixo custo no atendimento de seu alvo particular é visto na Martin‐Brower, a terceira maior
distribuidora de alimentos nos Estados Unidos. A Martin‐Brower reduziu sua lista de clientes para apenas oito
cadeias líderes de refeições ligeiras. Toda a sua estratégia está baseada em atender às necessidades
específicas dessa clientela, ter em estoque apenas suas reduzidas linhas de produtos, receber pedidos de
acordo com seus ciclos de compras, localizarem seus depósitos considerando a posição de seus clientes e
manter um controle intenso por computador de seus registros. Embora a Martin‐Brower não seja a
distribuidora com custo mais baixo no atendimento do mercado como um todo, ela o é no atendimento desse
segmento particular. A empresa foi recompensada com rápido crescimento e com uma rentabilidade acima da
média (Porter, 2004).
A estratégia de enfoque sempre implica algumas limitações na parcela total de mercado que pode ser
atingida. O enfoque envolve necessariamente um trade‐off entre a rentabilidade e o volume de vendas. Como
na estratégia de diferenciação, ela pode ou não envolver um trade‐off com a posição global de custo (Porter,
2004).
55
EXERCÍCIO ‐ 5
Trazer na próxima aula revistas
EXAME e
ISTOÉ DINHEIRO.
A Cadeia de Valores e a Vantagem Competitiva (Porter, 1989)
A vantagem competitiva não pode ser compreendida observando‐se a empresa como um todo. Ela
tem sua origem em nas inúmeras atividades distintas Que uma empresa executa no projeto, na produção, no
marketing, na entrega e no suporte de seu produto. Cada uma destas atividades pode contribuir para a
posição dos custos relativos de uma empresa, além de criar uma base para diferenciação. Uma vantagem de
custo, por exemplo, pode resultar de fontes disparatadas como sistema de distribuição física de baixo custo,
um processo de montagem altamente eficiente ou a utilização de uma força de vendas superior. A
diferenciação pode originar‐se de fatores similarmente diversos, inclusive a aquisição de matéria‐prima de alta
qualidade, um sistema ágil de atendimento a clientes ou a um projeto superior (Porter, 1989).
Uma forma sistemática para o exame de todas as atividades executadas por uma empresa e do modo
como elas interagem é necessária para análise das fontes de vantagem competitiva. Porter Introduz a cadeia
de valores na qualidade de um instrumento básico para tal. A cadeia de valores desagrega uma empresa nas
suas atividades de relevância estratégica para que se possa compreender o comportamento dos custos e as
fontes existentes e potenciais diferenciação (Porter, 1989)
A cadeia de valores de uma empresa encaixa‐se em uma corrente maior, de atividades que denomina
o sistema de valores. Os fornecedores possuem cadeias de valores (valor "corrente acima") que criam e
56
entregam os insumos adquiridos usados na cadeia de uma empresa. Os fornecedores não só entregam um
produto como também podem influenciar o desempenho de uma empresa de várias outras maneiras. Além
disso, muitos produtos passam pelas cadeias de valores dos canais (valor do canal) a caminho do comprador.
Os canais executam outras atividades que afetam o comprador, bem como influenciam as atividades da
própria empresa. O produto de uma companhia torna‐se eventualmente parte da cadeia de valores de seu
comprador. A base final para a diferenciação e o papel de uma empresa e de seu produto na cadeia de valores
do comprador, que determina as necessidades deste. A obtenção e a sustentação de uma vantagem
competitiva dependem da compreensão não só da cadeia de valores de uma empresa, mas também do modo
como à empresa se enquadra no sistema de valores geral (Porter, 1989).
As cadeias de valores de empresas em uma indústria diferem, refletindo suas histórias, estratégias e
sucesso na implementação. Uma diferença importante e que a cadeia de valores de uma empresa pode
divergir em escopo competitivo da cadeia de seus concorrentes, representando uma fonte em potencial de
vantagem competitiva. O atendimento de apenas um segmento particular da indústria pode permitir que uma
empresa ajuste sua cadeia de valores a este segmento resultando em custos reduzidos ou em diferenciação no
atendimento deste segmento em comparação com a concorrência. A ampliação ou o estreitamento dos
mercados geográficos também podem afetar a vantagem competitiva. A extensão da integração nas atividades
desempenha uma função‐chave na vantagem competitiva. Por fim, a concorrência em indústrias relacionadas
com cadeias de valores coordenadas pode resultar em vantagem competitiva por meio de inter‐relações. Uma
empresa pode explorar os benefícios do escopo mais amplo internamente, ou pode formar coalizões com
outras empresas para fazer isto. As coalizões são alianças a longo prazo com outras empresas que não
correspondem a uma fusão total, como sociedades em cota de participação, licenças e contratos de
fornecimento. As coalizões envolvem coordenar ou compartilhar cadeias de valores com sócios da coalizão, o
que amplia o escopo efetivo da cadeia da empresa (Porter, 1989).
57
Cadeia de Valor
Toda empresa é uma reunião de atividades que são
executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e
sustentar seu produto.
Cadeia de Valor é uma ferramenta analítica e subjetiva dos
custos na atividades que compõe a produção dos bens
produzidos por uma empresa
Cadeia de Valor: Indústria de Laticínios
(Integração Vertical)
Vantagem: a integração para traz gera economia de custos, somente quando há
volume de cada cadeia.
Desvantagem: Requer investimentos para não deixar a qualidade desejar em
algum ponto da cadeia, isso quer dizer maiores cifras para manutenção
hegemônica da cadeia.
58
Notas Importantes:
Integração Horizontal: É referida como uma estratégia de crescimento integrado e envolve a aquisição de
concorrentes dentro do mesmo setor, em oposição à estratégia vertical integrada, que pode envolver a
aquisição de fornecedores (integração para trás) ou clientes (integração para frente).
A integração horizontal pode ser utilizada não necessariamente para crescer; pode ser empregada também
para racionalizar um setor que esteja maduro ou declinante, removendo capacidade. (COOPER. ARGYRIS:
2003).
Integração vertical: ocorre quando diferentes processos de produção ‐ desde o insumo até a venda final ao
consumidor ‐ que podem ser produzidos separadamente, por várias firmas, passam a ser produzidos por uma
única firma. A integração vertical pode ocorrer entre dois ou mais processos contínuos de produção, onde o
produto de um processo é o insumo para o outro subseqüente[...]. (Mac DOWELL. CAVALCANTE, 2002)
MISSÃO VISÃO
POLÍTICAS
OBJETIVOS
METAS
STAKEHOLDERS
59
Grupo de Interesses (Stakeholders)
Mercado
Mercado de Consumidor
Capitais
Empresa
Mercado
Fornecedor Dentro da
Empresa
Governo
Principais Stakeholders
60
Missão Organizacional
É a declaração do propósito e do alcance da
organização em termos de produto e de mercado
– se refere ao papel da organização dentro da
sociedade em que ela esta inserida – é a razão de
ser, de existir da empresa.
Missão Organizacional
61
Missão Organizacional
Missão Organizacional
62
Visão
O que é Visão?
Toda empresa tem uma Visão?
Visão
É a imagem que a organização tem a respeito
de si mesma e do seu futuro.
É o ato de ver a si própria no espaço e no
tempo.
Em geral a visão esta mais voltada para aquilo
que a organização pretende ser do que como
ela realmente é.
As organizações colocam a visão como o
projeto que gostariam de ser dentro de um
certo prazo de tempo (5 anos ou mais).
63
Visão
Exemplo
Editora Week
Onde estamos em 2008 Onde queremos chegar em 2013
Somos atualmente a 2ª maior produtora Queremos ser a 1ª maior produtora de
de revistas de beleza do país revistas de bela do pais
Dominamos 31% do mercado nacional Queremos chegar a 45% do mercado
Atualmente a satisfação dos consumidores A satisfação dos consumidores deverá
atinge 83% dos assinantes atingir 95% dos assinantes
Temos 55 mil assinantes atualmente Queremos chegar a 100 mil assinantes
Nossa tiragem mensal atual é 100.00 Nossa tiragem mensal deverá atingir 200
exemplares mil exemplares
Utilizamos tecnologia de 2ª geração Queremos utilizar tecnologia de 3ª geração
Nossos funcionários detêm 15% do capital Nossos funcionários deverão deter 33% do
social da empresa capital social da empresa
Objetivos
64
Determinantes temporais: Visão, Objetivos e
Metas
Visão
BARBOSA, Marcelo Augusto Mendes. 2005.
Observação: As metas em verde foram traçadas trimestralmente, os
objetivos em vermelho anualmente e a visão no quinto ano
ES
indicadores prospectivos sobre o futuro ES
N
3M
A
1
ES
ES
3M
Futuro
Outra forma 3M
ES
ES
S
O
SE
ME
N
3
A
1
ES
ES
3M
ES
ES
3M
O
E S
ES
N
3M
A
1
ES
ES
3M
ES
ES
3M
ES
O
ES
N
3M
A
META- TRIMESTRAL
1
ES
ES
3M
OBJETIVO - ANUAL
ES
ES
3M
ES
ES VISÃO - QUINQUENAL
3M
ES
Presente 3M
ES
65
Negócio
Empresa que produz ferramentas domesticas
e industrial
Missão
Criar soluções inovadoras em ferramentas e
utilidades para facilitar a vida das pessoas
Exemplo
Visão (5 anos)
• 60% de retorno sobre o investimento
• 100% de crescimento no final dos 5 anos
• Criar 20 novos produtos
• Aumentar em 20% o capital social da
empresa para os funcionários (venda de
ações)
BARBOSA, Marcelo Augusto Mendes. 2004
Estratégias
66
Exercício 6
Leitura do Texto
Afinal o que é Planejamento e
Estratégia
Henry Mintzberg
Planejamento e Estratégia
E O QUE É ESTRATÉGIA?
MINTZBERG, Henry. Ascensão e Queda do Planejamento
Estratégico, 2004.
Pergunte a qualquer um, planejador ou não, "o que é estratégia?" e, quase com certeza, lhe dirá que
(a) estratégia é um plano, ou algo equivalente a uma direção, um guia ou curso de ação para o futuro, um
caminho para ir daqui até ali, etc. Então peça à mesma pessoa para descrever a estratégia que sua
organização, ou um concorrente, realmente seguiu ao longo dos últimos cinco anos e você irá constatar que as
pessoas, em sua maioria, ficam muito satisfeitas em responder a essa pergunta, ignorando o fato de que ela
viola sua própria definição do termo. Acontece que estratégia é uma dessas palavras que inevitavelmente
definimos de uma forma, mas freqüentemente usamos de outra. (b) Estratégia também é um padrão, isto é,
consistência em comportamento ao longo do tempo. Uma empresa que comercializa perpetuamente os
produtos mais caros da sua indústria segue a chamada estratégia de segmento superior, assim como uma
pessoa que sempre aceita a função mais desafiadora segue uma estratégia de alto risco.
Ambas as definições parecem válidas ‐ as organizações desenvolvem planos para seu futuro e também
extraem padrões de seu passado. Podemos chamar uma de estratégia pretendida ou intencional e a outra de
67
estratégia realizada. Assim, a pergunta importante passa a ser: as estratégias realizadas devem ter sido
sempre pretendidas?
Há uma maneira fácil de descobrir: simplesmente pergunte às pessoas que descreveram alegremente suas
estratégias (realizadas) ao longo dos últimos cinco anos quais eram suas estratégias pretendidas nos mesmos
cinco anos. Poucas podem afirmar que suas intenções foram perfeitamente realizadas. Suspeite da
honestidade delas. Outras podem afirmar que suas realizações não tinham nada a ver com suas intenções.
Suspeite do comportamento delas. A maioria, sugerimos, dará uma resposta que cai entre esses dois
extremos. Isto porque, afinal de contas, realização perfeita significa previsão brilhante, para não mencionar
inflexibilidade, ao passo que a não‐realização sugere negligência. O mundo real envolve inevitavelmente
pensar à frente e também uma certa adaptação durante o percurso.
Como mostra a Figura 1.1, as intenções plenamente realizadas podem ser, chamadas de estratégias
deliberada. Às não realizadas podem ser chamadas de estratégias não realizadas. A literatura de planejamento
reconhece ambas, com preferência óbvia pela primeira. O que ela não reconhece é o terceiro caso, que
chamamos de estratégia emergente ‐ no qual um padrão realizado não foi expressamente pretendido. Foram
tomadas providências, uma a uma, que convergiram com o tempo para algum tipo de consistência ou padrão.
Por exemplo, ao invés de perseguir uma estratégia (leia‐se plano) de diversificação, uma empresa
simplesmente toma decisões de diversificação, uma por vez, na verdade testando o mercado. Primeiro, ela
compra um hotel urbano; a seguir, um restaurante, depois, um hotel resort; depois, outro hotel urbano com
restaurante, depois um terceiro e, assim por diante, até que finalmente surge uma estratégia (padrão) de
diversificar para hotéis urbanos com restaurantes.
Como inferido antes, poucas estratégias podem ser puramente deliberadas (se é que alguma pode) e
poucas, puramente emergentes. Uma sugere aprendizado zero, a outra, controle zero. Todas as estratégias do
mundo real precisam misturar as duas de alguma forma tentar controlar sem interromper o processo de
aprendizado. As organizações, por exemplo, freqüentemente perseguem o que pode ser chamado de
estratégias guarda‐chuva: as linhas gerais são deliberadas ao passo que os detalhes são deixados para emergir
dentro delas. Assim, as estratégias emergentes não são necessariamente más, e as deliberadas, boas; as
estratégias eficazes misturam essas características de maneira que reflitam as condições existentes,
especialmente a capacidade para prever e também a necessidade de reagir a eventos inesperados.
Contudo, a literatura de planejamento, incluindo o livro de Jelinek, considera a formulação eficaz de
estratégia um processo totalmente deliberado, com a quase exclusão dos elementos emergentes. De vez em
quando, se fala em planejamento flexível, mas, como no caso de uma virgem grávida, a contradição óbvia
raramente é considerada exceto, é claro, pelos que acredita em planejamento como concepção imaculada.
68
Walter Kiechel, da revista Fortune, uma vez colheu opiniões de consultores que afirmaram que menos
de 10% das estratégias são implementadas com sucesso; Tom Peters considerou esse número "altamente
inflacionado!" (Kiechel, 1984:8). Muitas vezes, quando uma estratégia fracassa, os que estão no topo da
hierarquia culpam a implementarão mais abaixo: "Se vocês, idiotas, dessem valor à bela estratégia que
formulamos ..." Bem, esses idiotas mais abaixo bem que poderiam responder: "Se vocês são tão espertos, por
que não levaram em conta o fato de que somos idiotas?" Em outras palavras, todo fracasso de implementação
também é, por definição, um fracasso de formulação. Se deve haver uma separação entre as duas, para que
um lado pense antes de o outro lado agir, então, evidentemente, a capacidade de agir deve ser levada em
consideração no processo de pensamento.
No entanto, um pensador pode ser tão esperto? Em outras palavras, o verdadeiro problema poderia
não estar tanto na implementação insatisfatória ou na formulação fraca quanto em forçar uma separação
artificial entre as duas? Se os formuladores ficarem mais perto de sua implementação (o que é típico dos
empresários), ou se os implementadores tiverem mais influência sobre a formulação (que é o significado de
intrapreneurship), talvez possa haver sucessos maiores na formulação de estratégia. A estratégia deliberada
conta com essa separação artificial, ao passo que a emergente não. Realmente, no caso da estratégia
emergente, o termo formulação deve ser substituído por formação porque aqui as estratégias podem se
formar sem ser formuladas. Assim, no restante deste livro, usaremos o termo formação de estratégia, não
porque as estratégias tenham de ser puramente emergentes, mas apenas para levar em conta o fato de que
podem ser (ou mais especificamente, é quase inevitável que sejam) parcialmente emergentes.
Há outra implicação importante da estratégia emergente, também desconsiderada na maior parte da
literatura de planejamento. As estratégias não precisam emanar de um centro. Implícita na estratégia
deliberada está à crença de que a estratégia se origina repentinamente em algum lugar central isto é, gerência
geral (ou então o departamento de planejamento). Nas metáforas populares, a cabeça pensa e o corpo age, ou
o arquiteto projeta (no papel) para que os construtores possam construir com tijolos é argamassa. No entanto,
no caso da estratégia emergente, como grandes estratégias podem nascer de pequenas idéias (iniciativas), e
em lugares estranhos, para não falar em momentos inesperados, quase qualquer pessoa na organização pode
se revelar uma estrategista. Tudo o que ela precisa é de uma boa idéia, de liberdade e dos recursos
necessários para segui‐la. Na verdade, até a difusão de uma iniciativa estratégica em toda a organização (para
se tornar uma estratégia com base ampla) não precisa ser controlada centralmente, muito menos planejada
centralmente, com um processo formal em alguma programação formal. Por exemplo, um vendedor pode ter
a idéia de vender um produto existente a alguns clientes novos. Quando os outros vendedores percebem o
que essa pessoa está fazendo, eles também começam a fazer e, um dia, meses depois, a gerência descobre
que a empresa entrou em um mercado novo. O novo padrão certamente não foi planejado. Ao contrário, para
apresentar uma distinção que faremos muito neste livro, ele foi assimilado, em um processo coletivo.
Entretanto, isso é ruim? Às vezes sim, às vezes não, exatamente como em comportamentos que são
planejados com cuidado.
Uma implicação final da estratégia emergente: na literatura de planejamento, há uma longa tradição,
herdada dos militares, de distinguir estratégias de táticas. Essa distinção é conveniente para uma literatura
que gosta de decompor e determinar a importância das coisas a priori. As estratégias se referem às coisas
importantes; as táticas, a simples detalhes. No entanto, o verdadeiro sentido da estratégia emergente é que
nunca se pode ter certeza de quais demonstrarão ser o quê. Em outras palavras, simples detalhes podem vir a
se mostrar estratégicos. Afinal de contas, como foi salientado em um antigo verso infantil, a guerra bem que
poderia ter sido perdida só pela falta de um prego na ferradura de um cavalo. Portanto, deve‐se tomar
cuidado para não se precipitar em rotular as coisas como intrinsecamente táticas ou estratégicas. (A empresa
69
no exemplo de diversificação anterior pode ter comprado seu primeiro hotel urbano inadvertidamente.) Para
citar Richard Rumelt, "a estratégia de um é a tática de outro o que é estratégico depende de onde você está
sentado" (1979a: 197). Também depende de quando você se senta, pois o que ontem pareceu tático amanhã
poderia se mostrar estratégico. Assim, o termo tático não será usado neste livro, ao passo que estratégico será
usado como adjetivo que significa relativamente conseqüente, em configurações depois que providências são
tomadas e também nas intenções que as precedem.
Ainda não acabamos as definições de estratégias, pois ao lado de plano e padrão, podemos
acrescentar pelo menos mais duas palavras com "p". Há alguns anos, a McDonald's lançou um novo produto
chamado Egg McMuffin o breakfast americano em um pãozinho. O objetivo era encorajar a freqüência em
seus restaurantes pela manhã. Se você perguntar a um grupo de gerentes se o Egg McMuffin era uma
mudança estratégica para a McDonald's, irá inevitavelmente ouvir duas respostas: "Claro que sim; ele os
colocou no mercado de breakfast", e "Ora, por favor, é a mesma coisa de sempre à maneira McDonald’s só
que em uma embalagem diferente". Em nossa visão, a verdadeira diferença entre esses gerentes não está
tanto em que essa foi uma mudança estratégica, mas em como, a princípio, definem implicitamente o
conteúdo da estratégia.
Para algumas pessoas, especialmente Porter (1980, 1985) e seus seguidores, (c) estratégia é posição,
isto é, a definição de determinados mercados. Para outras, entretanto, (d) estratégia é perspectiva, isto é, a
maneira de a organização fazer as coisas, de acordo com a frase de Peter Drucker, seu conceito do negócio.
Como posição, a estratégia olha para baixo para o "x" que marca o ponto onde o produto encontra o cliente e
olha para fora para o mercado externo. Como perspectiva, ao contrário, a estratégia olha para dentro da
organização, de fato, dentro das cabeças dos estrategistas coletivos, mas também para cima para a grande
visão da empresa (será essa floresta vista acima das árvores, ou serão as nuvens que estão sendo
percebidas?!).
Como veremos, a tendência na literatura de planejamento tem sido a de preferir posição à
perspectiva. A despeito de alegações, assim que os aspectos práticos de formalizar coisas entram em ação, a
estratégia inevitavelmente se reduz a um conjunto de posições. Todos esses "x" podem ser marcados
facilmente identificados e articulados ao passo que a perspectiva não se presta facilmente à decomposição.
Entretanto, mais uma vez, precisamos de ambas as definições. O McDonald's introduziu o Egg
McMuffin com sucesso porque a nova posição estava consistente com a perspectiva que já existia. Os
executivos do McDonald's pareceram entender bem (embora não necessariamente nestes termos) que não se
ignora a perspectiva casualmente. (Alguém quer um McDuckling à L'Orange?) Mudar de posição dentro da
perspectiva pode ser fácil; mudar a perspectiva, mesmo mantendo a posição, não é. (Pergunte aos relojoeiros
suíços sobre a introdução da tecnologia do quartzo.) A Figura 1.2 mostra exemplos disso.
É claro que as organizações precisam considerar ambas as posições e perspectivas em sua formação de
estratégia. Uma literatura que prefere uma à outra faz um desserviço a esse processo.5
Ainda assim, a literatura de planejamento faz exatamente isso, da mesma forma que prefere plano a
padrão. Nossa conclusão é que "planejamento estratégico" não pode ser sinônimo de formação de estratégia,
que abrange tudo isso, e certamente não é eficaz nesse processo. A implicação disso é que o planejamento
5
Um quinto "p", com uso comum para a palavra estratégia, poderia ser acrescentado neste ponto ‐ estratégia como truque (em inglês,
ploy), uma manobra específica para desconcertar um oponente ou concorrente (como no livro de Schelling [1980], The Strategy of
Conflict; veja também os capítulos de Porter sobre "Market Signals" e "Competitive Moves" em seu livro, Competi‐tive Strategy [1980]). 70
pode ter menos a ver com a formação de estratégia do que geralmente se alega, mas, também, que os
planejadores provavelmente têm mais trabalho a fazer do que às vezes percebem!
Exercício – 7
Estudo de Caso
Estudo de Caso
A Mudança do Principal Ramo de Negócios do grupo de Saúde
Bom Pastor
O Grupo de Saúde Empresarial Bom Pastor foi fundado há 30
anos e desenvolveu seus negócios no ramo de saúde geral,
atendendo pacientes com patologias clínicas e cirúrgicas em
geral. Atualmente em face à situação geral da saúde no Estado
de Rondônia o hospital vem tendo problemas com o seu
modelo de negócios...
Preparar o planejamento estratégico conforme solicitado no
Case, devendo ser apresentado em sala para o professor e
demais colegas.
71
Exercício – Estudo de Caso
Estudo de Caso_1
A Mudança do Principal Ramo de Negócios do grupo de Saúde Bom Pastor6
O Grupo de Saúde Empresarial Bom Pastor foi fundado há 30 anos e desenvolveu seus negócios no
ramo de saúde geral, atendendo pacientes com patologias clínicas e cirúrgicas em geral. Atualmente em face à
situação geral da saúde no Estado de Rondônia o hospital vem tendo problemas com o seu modelo de
negócios.
A administração do grupo empresarial Bom Pastor é profissionalizada, e o organograma representativo
de suas principais atividades é apresentado a seguir:
O grupo Bom Pastor é constituído por mais outros três hospitais:
Um Hospital Geral sediado na cidade de Ji‐Paraná que trabalha mais com cirurgias gerais e pouco
com procedimentos clínicos;
Um Hospital Geral sediado na Cidade de Vilhena que trabalha com cirurgia pediátrica e com demais
patologias clínicas.
E por fim o Maior Hospital, sediado na Capital do Estado de Rondônia, que é onde esta a base
administrativa geral e todos os procedimentos como: diagnóstico por imagem em 3D, exames
laboratoriais e patológicos, cirurgia: oftalmológica, neurológica, torácica, estomago e demais.
Nos últimos quatro anos, a Diretoria Estratégica do grupo observou que:
a) O segmento de cirurgias pediátricas na cidade de Vilhena não teve uma forte evolução em face aos
clientes do cone sul do estado considerar que o centro mais bem equipado poderia atender
melhor esse tipo de patologia, se deslocavam até a capital do. Diante disso percebeu‐se certa
dificuldade em manter o atual serviço prestado pela unidade de Vilhena.
6
Estudo de caso elaborado por: BARBOSA, Marcelo Augusto Mendes. (2005) 72
b) O segmento de cirurgias gerais e traumatológico/ortopédico vem tendo boas procuras no Hospital
de Ji Paraná, isso se dá ao grande índice de pessoas do campo que sofrem traumas ortopédicos no
trabalho manual, e de pessoas que acidentam.
c) O Hospital da capital tem uma deficiência no segmento de cirurgia geral, pouca procura, isso pode
ser atribuído ao elevado índice de pessoas que preventivamente realizam exames de rotina. Nesse
caso um segmento que esta tendo um bom retorno é o clínico geral e o de diagnose laboratorial.
Nesse contexto a diretoria do Grupo de Saúde Bom Pastor está pensando em realizar um
planejamento de um projeto de mudança de alguns focos determinantes das unidades.
O quadro abaixo é resumido das representatividades atuais no faturamento e margens, bem como de
expectativas futuras para os cinco anos:
Expectativas de Participação
Negócios Participação Atual
(5 anos)
Faturamento Margem % Faturamento Margem%
Cirurgia Traumatológica e
25.000 45 45.000 75
Ortopédica
Cirurgia Oftalmológica 2.000 33 3.500 34
Exames Diagnose Clínica e
4.000 68 9.500 75
patologia
Cirurgia Pediátrica 500 13 600 15
Procedimentos clínicos 30.000 27 36.000 28
Exames de Diagnose por
5.000 38 4.800 37
imagem
Planejar em equipes (mesmos grupos arte da estratégia).
Diante dessas informações gerais e de outras que você julgue válido acrescentar ao caso solicita‐se
Criar um organograma ideal para cada unidade estratégica de negócio.
Criar uma frase para a missão e visão geral do grupo de Saúde Bom Pastor e criar uma frase de missão para
cada um dos três hospitais.
Criar Objetivos de curto (metas) e longo prazo (no horizonte de 5 anos) para o alcance da visão construída.
Criar estratégias e para o alcance dos objetivos de curto e longo prazo
Ao final cada equipe apresentará o resultado do planejamento e das intenções estratégicas para o case
73
Estudo de Caso_2
A Atividade Principal do Banco do Federal de Rondônia BANFRO7
O BANFRO é uma instituição bancária que é regida sobre leis do Governo Federal e administrado
sobre a indicação do Governo do Estado de Rondônia, é de economia mista, foi fundado há 10 anos e
desenvolveu suas atividades no ramo de fomento a pequenos, médios e grandes produtores agrícolas, suas
atividades estão baseadas no campo e no Agronegócio e pagamento de salários dos servidores federais,
estaduais e municipais. Atualmente em face à situação geral do Estado de Rondônia o BANFRO vem tendo
problemas com o seu modelo de negócios.
O BANFRO é constituído por mais outras agências especializadas:
A agência sediada na cidade de Ji‐Paraná que trabalha mais com fomento a pequenos agricultores
plantadores de hortaliça, frutas e cultivo de granjas, é um público sem muitas perspectivas futuras.
A agência de Vilhena é mais suntuosa, tem mais verba destinada pelo governo, sua atividade básica é
centrada nos plantadores de soja do cone sul, é uma agência que dá suporte financeiro a agência de
Ji‐Paraná
E por fim a agência de Porto Velho, que é focada estritamente em pagamento de servidores, é uma
agência que tem problemas com devedores, muitos são funcionários.
7
Estudo de caso elaborado por: BARBOSA, Marcelo Augusto Mendes. (2005) 74
Nos últimos quatro anos, a Diretoria Estratégica do grupo observou que:
d) O segmento a fomento a crédito a pequenos agricultores teve um prejuízo para o BANFRO, os
retornos não são adequados e muitos investidores e o próprio banco central vem alertando para
os prejuízos que a agência de Ji‐ Paraná vem tendo, percebeu‐se também que a pecuária vem
tendo significativas melhoras na região central do estado e nesse tocante a agência quer
enveredar‐se por fomentar e ter novos clientes nesse segmento, o banco não tem interesse em
abandonar a linha para os pequenos agricultores.
e) O segmento de empréstimos da agência central é outro problema, muitos devedores duvidosos e
os prejuízos somam cifras elevadas, o banco quer encontrar uma outra estratégia para alavancar a
agência, mas ainda não encontrou.
f) O segmento da soja na cidade de Vilhena é uma alternativa, mas percebe‐se que muitos dos
clientes são oriundos do estado do Mato Grosso, isso não é nenhum problema pois todos
investem suas fontes na cidade.
Nesse contexto a diretoria do BANFRO está pensando em realizar um planejamento de um projeto de
mudança de alguns focos determinantes das agências
O quadro abaixo é resumido das representatividades atuais no faturamento e margens, bem como de expectativas
futuras para os cinco anos:
Expectativas de Participação
Negócios Participação Atual
(5 anos)
Faturamento Margem % Faturamento Margem%
Fomento a Pequenos
20.000 14,5 22.000 15
Agricultores
Fomento a Pecuária 40.000 33 60.000 38
Fomento ao Funcionário
30.000 8 29.000 9
Público
Fomento ao Setor de
3.000 13 4.800 13
hortaliças, frutas e granjas
Fomento a Exportação de
polpas de frutas para o 2.500 27 4000 28
mercado internacional
Outras linhas de fomento 30.000 24,5 36.000 22
Planejar em equipes (o mesmo grupo arte da estratégia)
Diante dessas informações gerais e de outras que você julgue válido acrescentar ao caso solicita‐se
Criar um organograma ideal para cada unidade estratégica de negócio
Criar uma frase para a missão e visão geral do grupo e criar uma frase de missão para cada um dos três
agências.
Criar Objetivos de curto (metas) e longo prazo (no horizonte de 5 anos) para o alcance da visão construída.
Criar estratégias e para o alcance dos objetivos de curto e longo prazo
Ao final cada equipe apresentará o resultado do planejamento e das intenções estratégicas para o
case
75
(5)‐
MacroMACRO AMBIENTE
Ambiente
Macro Ambiente: é o ambiente mais amplo e genérico em que estão todas as
organizações envolvidas direta e indiretamente na atividade da empresa que se
pretende estudar. (Adaptado: Chiavenato, 2004)
Macro Ambiente
Econômico Demográfico
Micro Ambiente
Concorrentes
Tecnológico
Agências Reguladoras Ambiental/Ecológico
Político‐legal Sócio/cultural
Macro Ambiente
MACRO
AMBIENTE
O propósito de analisar o Macro Ambiente é assegurar a
concretização da visão de negócios estabelecida e
compartilhada para a organização pela identificação das
oportunidade e ameaças que emergem do ambiente
analisado.
Macro Ambiente
Variáveis a serem analisadas do Macro Ambiente
Sócio/Cultural e Político‐legal
• Hábitos das pessoas (cada localidade têm diferentes
hábitos)
• Crenças e aspirações
•Mobilidade entre as classes sociais
SÓCIO/CULTURAL • A origem da classe (urbana ou rural)
• Composição da força de trabalho (intelectual, braçal)
• Estrutura educacional
• Veículos de comunicação de massa (TV, Rádio, outros)
• Preocupação com o meio ambiente
• Preocupação com a saúde e o bem estar
• Política: monetária, tributária, fiscal, jurídica,
previdenciária, partidária, administrativa (dos poderes)
• Legislação: comerciária, tributária, trabalhista e
POLÍTICO‐LEGAL criminalista
• Política de relações internacionais
• Legislação e tributação: federal, estadual e municipal
77
Macro Ambiente
Variáveis a serem analisadas do Macro Ambiente
Tecnológico e Natural/Ecológico
• Incentivos do governo e iniciativa privada a ciência e
tecnologia no país
TECNOLÓGICO • Políticas de proteção de marcas e patentes
• Nível de pesquisa no país, ou em regiões do país
• Preocupação do país ou região com os problemas
ecológicos e ambientais que podem agredir a natureza
• Índices de poluição: ar (fumaças), sonora (ruído),
NATURAL/ECOLÓGICO resíduos e outros
• legislação existente para proteção do meio ambiente
natural/ecológico
Retomando o estudo da escolas do planejamento
78
Quinta fase: Escola da Gestão Estratégica
Nos anos 1990, com as mudanças em ritmo cada vez mais acelerado, assistiu‐se à valorização da
gestão estratégica, que veio dar um enfoque mais sistêmico ao processo de planejamento. Além de
"planejar estrategicamente", era preciso organizar, dirigir, coordenar e controlar também
estrategicamente. A implementação da gestão estratégica proporcionou uma visão mais integrada e menos
centralizada das funções administrativas (LOBATO, et ali., 2004).
O conceito tradicional do pensamento estratégico centralizado tornou‐se inadequado, na medida
em que para os gerentes bastava planejar, coordenar e controlar, focalizando preferencialmente as
atividades internas da organização e privilegiando uma atitude reativa para fazer face às mudanças que
aconteciam nos ambientes externo e interno (LOBATO, et ali., 2004).
A gestão estratégica procurou dar um enfoque sistêmico às funções estratégicas para estabelecer o
equilíbrio entre as demandas dos ambientes interno e externo, bem como a integração de todos os setores
da organização, no intuito de melhor alocar recursos para atingir os objetivos.
Nessa escola, as funções se relacionavam dinamicamente entre si para atingir um objetivo, atuando
sobre entradas (informação, energia ou matéria) e fornecendo saídas processadas (informação, energia ou
matéria). A figura abaixo apresenta uma visão sistêmica desse processo (LOBATO, et ali., 2004).
Cada função do processo de gestão estratégica não é um elemento separado, mas parte de um
sistema maior, composto de várias funções inter‐relacionadas que buscam estar em sintonia com o meio
ambiente. O todo aqui considerado é maior do que a soma das partes, constituindo o conceito de gestão
estratégica numa ótica dinâmica, sinérgica e sistemática (LOBATO, et ali., 2004).
Vejamos agora as funções envolvidas na arquitetura do modelo sistêmico do processo de gestão
estratégica: as saídas, o núcleo e as entradas do sistema (LOBATO, et ali., 2004).
Convém iniciar a análise de um sistema pelas saídas, passando‐se depois aos componentes do núcleo
e às entradas. As saídas do modelo estão relacionadas à obtenção dos resultados, que devem corresponder
aos objetivos traçados na função de planejamento estratégico. Segundo Lobato (1997), essas saídas devem
ainda ser detalhadas, dada à necessidade de torná‐las operacionais, levando‐se em consideração as seguintes
dimensões:
• Dimensão das mudanças ‐ obtenção de mudanças em conhecimentos, habilidades, atitudes,
79
desempenho e resultados operacionais;
• Dimensão da necessidade ‐ preponderante no nível hierárquico, visando alcançar eficiência, eficácia e
poder;
• Dimensão da característica do estilo gerencial‐ com o aproveitamento adequado em função do estilo
preponderante;
• Dimensão da eficácia organizacional ‐ visando melhorias nos graus das variáveis referentes à relação da
organização com o meio ambiente e com sua dinâmica interna.
Nas dimensões consideradas, pode‐se notar que as variáveis de saídas do sistema não são
necessariamente independentes, o que não as invalida, entretanto, como importante fator para a avaliação
dos resultados (LOBATO, et ali., 2004).
No que concerne ao núcleo do sistema, incluem‐se aí todas as funções do processo de gestão
estratégica. Essas funções devem transformar as entradas de modo a obter os resultados desejados. De
acordo com o modelo proposto, descrevemos a seguir as funções do núcleo do sistema (LOBATO, et ali., 2004).
Organização Estratégica
Conjunto de atividades necessárias ao estabelecimento da estrutura formal de autoridade através da
qual as subdivisões de trabalho são integradas e definidas. O quadro abaixo resume as atribuições básicas no
processo de gestão estratégica e seus respectivos responsáveis (LOBATO, et ali., 2004).
Responsável Atribuição
Decide implantar o processo de GE. Patrocina o
processo de GE.
Escolhe quem participa do grupo de trabalho para
Alta Administração formular o plano estratégico.
Define o proprietário do processo de Gestão
Estratégica.
Aprova o plano estratégico
Formula o plano estratégico.
Grupo de trabalho para formulação do plano
Atua na implantação e acompanhamento do plano
estratégico
estratégico.
Atua como interface entre a alta administração e o
Proprietário do processo de Gestão grupo de trabalho para formulação do plano
Estratégica estratégico.
Coordena e promove o processo.
Atua como facilitador no processo de Gestão
Estratégica.
Consultor
Transfere à empresa a tecnologia de Gestão
Estratégica.
(LOBATO, et ali., 2004).
Função responsável por conjugar os esforços coletivos inerentes ao processo de gestão estratégica.
Compete‐lhe:
• Trabalhar na elaboração, revisão e atualização do plano estratégico;
• Definir o horizonte estratégico do processo e verificar a necessidade de educação interna para a área de
planejamento;
• Colher informações para facilitar a atividade de formulação do plano estratégico;
• Garantir a continuidade e divulgar o andamento do processo;
80
• Escolher a metodologia de planejamento adequada;
• Articular o processo de gestão estratégica com as outras funções da empresa;
• Definir local e horário das reuniões e recursos materiais necessários;
• O obter do pessoal um engajamento efetivo no processo; fazer o acompanhamento (follow‐up) das etapas do
processo de gestão estratégica.
Direção Estratégica
Diz respeito à orientação das operações a serem executadas. É basicamente uma atividade de
comunicação, estímulo e liderança. Esta é a fase de implementação do processo de gestão estratégica, cujas
principais dificuldades são:
• Variáveis incontroláveis do ambiente externo;
• Problemas inesperados;
• Inadequação dos sistemas de informação;
• Menor disponibilidade de tempo e insuficiência de recursos financeiros e humanos;
• Modificação das prioridades estratégicas durante o processo;
• Incompreensão das metas globais.
A implementação do plano estratégico não deve resumir se a uma atividade subseqüente ao
planejamento, mas fazer parte do processo de gestão estratégica, envolvendo a concepção da organização,
os sistemas de informações, a estruturação de equipes, os programas de incentivo e os sistemas de controle.
• Controle estratégico: visa identificar problemas, falhas ou desvios do planejamento, a fim de corrigi‐los e evitar
sua reincidência; procura fazer com que os resultados obtidos, principalmente os financeiros, se aproximem
tanto quanto possível dos resultados esperados; verifica se os recursos estão sendo utilizados da melhor maneira
e audita o processo, fornecendo‐lhe feedback
• Planejamento estratégico: estabelece um meio sistemático para a tomada de decisões, visando garantir o
sucesso da empresa em seu ambiente atual e futuro. Tal planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas
a implicações futuras de decisões presentes. O grande problema do executivo não é decidir o que a sua empresa
deve fazer no futuro, e sim o que deve fazer hoje para estar preparada para as incertezas do futuro. Uma das
características da gestão estratégica é a utilização do planejamento flexível. O planejamento não é um fim em si
mesmo, e sim um meio para que a empresa possa atingir os seus objetivos.
A escola da gestão estratégica entende que o processo terá maior chance de sucesso se a organização
estiver em sintonia com o seu ambiente de negócio. A metodologia aplicada deve ajustar‐se à necessidade da
organização. Não existe uma metodologia universal de gestão estratégica, considerando que as organizações
diferem muito de tamanho, atividade e cultura.
Existem várias conjecturas a respeito de como será a evolução do pensamento estratégico nesse novo milênio.
Questionário reforço do aprendizado das escolas do Planejamento
1‐ Quais foram as contribuições da APO para o contexto da Escola do Planejamento Financeiro. Explique?
2‐ Porque na década de 50 o tipo de planejamento era estável e baseado em controle financeiro Explique.
3‐ A escola do PLP veio suprir uma necessidade veemente observada no Planejamento Financeiro, explique
as deficiências e faça uma análise dos aparentes motivos da nova escola (PLP).
81
4‐ Que tipo de ferramental e instrumentos foram desenvolvidos na escola do PLP e quais as suas
finalidades?
5‐ Descreva a contribuição da Elaboração de Cenários para o processo de Planejamento Atual
6‐ Descreva como podemos utilizar a ferramenta de análise interna e externa (SWOT).
7‐ A matriz de crescimento surgiu na terceira escola do planejamento, qual foi a sua contribuição para o
processo de planejamento da época? Descreva.
8‐ Descreva a diferença entre eficiência e eficácia e exemplifique um modelo de processo de planejamento
que pode ser preconizado através das diferenças observadas.
9‐ Porter teórico do planejamento desenvolveu três teorias para o planejamento e conseqüentemente
para a administração empresarial, os referidos modelos são: Descreva em síntese sua aplicabilidade e
finalidade.
10‐ Leia o material e comente sobre a contribuição das escolas do planejamento para o atual contexto
turbulento e competitivo das organizações
11‐ A terceira escola do Planejamento denominada de Planejamento Estratégico, tinha como ênfase o
pensamento racional na elaboração de possíveis estratégias empresariais – por que se pode atribuir
esta idéia – descreva.
12‐ Qual o benefício que a terceira escola do Planejamento trouxe para as empresas na década de 70?
Explique.
13‐ Descreva as principais características do Planejamento Estratégico.
14‐ Henry Mintzberg apresenta uma suposta inverdade no Planejamento Estratégico, a qual inverdade o
autor refere? Explique.
15‐ A quarta escola é a Administração estratégica, que tipo de novidade esta escola trouxe em relação a
anterior?
16‐ Porter e Ansoff foram os dois maiores teóricos do planejamento empresarial da década de 80, suas
teorias ainda são utilizadas por grandes corporações mundo afora. Descreva suas idéias e teorias a
respeito do planejamento na década de 80.
17‐ Qual era a deficiência da escola da administração estratégica observada na quinta Escola da Gestão
Estratégica
82
BALANCED SCORECARD
Um elemento crítico para a implementação bem‐sucedida de uma estratégia é um sistema de
controle apropriado. Muitos sistemas não fornecem as informações críticas exigidas pela administração para
avaliar o progresso da difusão de sua visão e de seus objetivos estratégicos. O balanced scorecard é um
sistema de mensuração de desempenho desenvolvido por Kaplan e Norton que, embora incluindo medidas de
desempenho financeiro, também contém medidas operacionais, como satisfação dos clientes, processos
internos e atividades de inovação e de melhoria da empresa, vistas como principais impulsionadoras do
desempenho financeiro futuro. A abordagem fornece um mecanismo para a administração examinar uma
empresa a partir de quatro perspectivas importantes:
• Como os clientes vêem a empresa? (perspectiva do cliente);
• O que torna a empresa excelente? (perspectiva interna);
• A empresa pode continuar melhorando e criar valor? (inovação e perspectiva de aprendizagem);
• Como a empresa é vista pelos acionistas? (perspectiva financeira).
O sistema também evita o excesso de informações ao restringir o número de medidas usadas, à
medida que passa a focar apenas as consideradas essenciais. Primeiro, o balanced scorecard apresenta essas
informações em um único relatório gerencial e, freqüentemente, traz em anexo dados sobre a posição
estratégica da empresa, os tempos de resposta dos clientes, a qualidade dos produtos, a carga assumida pela
equipe de trabalho, as ocasiões adequadas para o lançamento de novos produtos etc. Segundo, a abordagem
evita a subotimização ao forçar a administração a examinar abrangentemente as medidas das operações.
O sistema exige que a administração explicite sua declaração geral de missão para cada perspectiva
em uma série de medidas específicas que reflitam os fatores estratégicos críticos [...].
O design preciso do scorecard deve refletir a visão e os objetivos estratégicos da corporação
individual. O ponto‐chave é que a abordagem do scorecard adota a visão estratégica e corporativa, em vez do
controle como elemento‐chave do design, e é consistente com o desenvolvimento das técnicas de
transformação corporativa, com as organizações inter‐funcionais e com os inter‐relacionamentos cliente‐
fornecedor.
83
(6)‐ Balanced Scorecard
BSC
É uma ferramenta administrativa que permite
integrar e coordenar diferentes objetivos no sentido
de obter sinergia entre eles. Quase sempre os
objetivos conflitam entre si.
Muitos objetivos são mensurados através de
indicadores quantitativos (financeiros) com isso
privilegiando mais os ativos tangíveis do que os
intangíveis.
É sistema de avaliação de desempenho organizacional
que leva em consideração que indicadores financeiros
não refletem perfeitamente a efetividade da
organização.
Indicadores Financeiros medem os resultados dos
investimentos e das atividades medidas em termos
monetários.
84
• Redução de Custos conflita com a melhor qualidade
dos produtos.
• Aumento de preços conflita com competitividade
Em geral um objetivo conflita com o outro.
•O BSC é uma metodologia baseada no equilíbrio
organizacional e se fundamenta no balanceamento
entre as diferentes perspectivas dos objetivos:
Financeiros, dos Clientes, dos Processos Internos, da
Inovação e da Aprendizagem
• Perspectiva Financeira – vista pelos acionistas ou proprietários,
esses indicadores mostram se a implementação e a execução da
estratégia organizacional está contribuindo para melhorar os
resultados: lucratividade, rentabilidade, fluxo de caixa, TIR.
• Perspectiva do Cliente – como é vista pelos clientes, esses
indicadores devem mostrar se os serviços estão de acordo com a
missão da organização: satisfação do clientes, entrega pontual,
participação de mercado, tendências, retenção dos clientes
potenciais.
• Perspectiva dos Processos Internos – A organização precisa ter
excelência em seus processos. Os indicadores mostram se processo
e a operação estão alinhados com demais objetivos e se estão
gerando valor. Qualidade, produtividade, logística, comunicação
interna...
85
• Perspectiva da Aprendizagem Organizacional – A capacidade
da organização se preparar para o futuro, os indicadores devem
mostrar como a organização pode aprender e se desenvolver
para garantir o crescimento.
Renovação de Produtos, desenvolvimento de processos
internos, inovação, competências e motivação das pessoas.
O BSC deve alinhar todas as perspectivas em torno de uma
vantagem competitiva sustentável e duradoura. Os indicadores
do BSC devem estar direcionados para o futuro e para a
estratégia organizacional em um sistema contínuo de
monitoração dos ambientes.
86
Construindo o balanced scorecard
Embora cada organização seja única, para melhorar a aceitação e o comprometimento ao sistema de
mensuração revisado, várias empresas têm procurado envolver equipes de gerentes no design de seus
scorecards. Isso também assegura que a administração de linha crie um sistema que reflita suas necessidades,
contrário aos sistemas tradicionais, que tendem a ser orientados para o controle por especialistas de finanças
e contabilidade. Um projeto de design de scorecard típico pode envolver os seguintes estágios:
1. Preparação; as Unidades estratégicas de negócios (UENs) devem ser selecionadas para que
um sistema de mensuração scorecard seja apropriado. Ás UENs devem ter clientes,
instalações de produção e medidas de desempenho financeiro claramente identificáveis;
2. Entrevistas: primeira etapa. Cada gerente geral de UEN recebe uma breve explanação sobre a
abordagem, acompanhada de documentos sobre a visão, a missão e a estratégia corporativas.
Um facilitador entrevista os gerentes gerais para obter suas visões é sugestões. Vários clientes
importantes são também entrevistados para a identificação de suas expectativas em relação
ao desempenho;
3. Workshop executivo: a equipe da alta administração é reunida para iniciar o desenvolvimento
de um scorecard apropriado que vincule as medidas à estratégia;
4. Entrevistas: segunda etapa. O resultado do workshop é revisado e consolidado e as visões
sobre o processo de implementação são definidas;
5. Workshop executivo: segunda etapa. Um segundo workshop é, depois, realizado cornos
gerentes gerais e seus subordinados diretos e com um grupo maior de gerentes
intermediários para tomarem conhecimento sobre quaisquer programas de mudança em
andamento e para desenvolverem um plano de implementação. Alvos provisórios devem
também ser desenvolvidos para cada medida, acompanhados de programas de ações
preliminares para sua realização. A equipe deve também concordar com um programa de
implementação, incluindo comunicação aos funcionários, integração do scorecard na filosofia
gerencial e desenvolvimento de um sistema de informação apropriado;
6. Implementação: uma equipe recentemente formada desenvolve um plano de implementação
para o scorecard, incluindo a vinculação das medidas aos bancos de dados e aos sistemas de
informação, a comunicação do novo sistema a toda a organização e a facilitação de sua
introdução;
87
•Montagem de um BSC
1) Definição da Estratégia: Não adianta a missão estar
pendurada a décadas na parede, se a estratégia não é clara,
todo o esforço do BSC pode ser comprometido, se as ações
nada tiverem com os objetivos.
Para alcançar sucesso, a estratégia organizacional dever ser
descrita e comunicada de maneira significativa por meio do
mapa estratégico.
2) Montagem do Mapa da Estratégia: desdobrar a estratégia
nas perspectivas básicas. Para cada uma das perspectivas são
selecionadas metas de negócios e indicadores correspondentes
que devem mostrar essas metas estão sendo atingidas ou não.
•Montagem de um BSC
3) Montagem do BSC: Transmitindo e comunicando as pessoas,
de maneira consistente e significativa, os objetivos estratégicos
e seus desdobramentos, indicadores, metas e ações. Traduzir as
estratégias em termos operacionais.
88
89
90
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REVISTAS
HSM MANAGEMENT: revista do conhecimento para gestão empresarial
GV EXECUTIVO – Revista de Estratégia e Gestão da Fundação Getúlio Vargas
ISTO‐É DINHEIRO ‐ Editora TRÊS
SITES
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