Sie sind auf Seite 1von 184

Batista D’Obaluayê

MITOLOGIA DOS ODÚS


Destino do homem

1
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê

2
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê

MITOLOGIA DOS ODÚS


Destino do homem

1ª Edição

Rio de Janeiro-RJ/ Brasil

Editora Império da Cultura

2012

3
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê

MITOLOGIA DOS ODÚS


(Destino do homem)

Registro: 564.019 Livros: 1.076 Folhas: 77

Autoria: Batista D’Obaluayê

Capa: Batista D’Obaluayê

Editor: Editora Império da Cultura Ltda

Revisão de textos: Editora Império da Cultura

Composição: Batista D’Obaluayê

Editoração: Editora Império da Cultura Ltda


www.editoraimperio.com.br
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)
Batista D’Obaluayê - Mitologia dos Odús (destino do homem)
Rio de Janeiro: Batista D’Obaluayê, 2012.
184p; 14/21cm.
ISBN: 978-85-86896-41-5
1.Mitologia dos Odús (destino do homem)
Afro-Brasileira 1. Título

Rio de Janeiro - RJ – Brasil-2012

Proibido a reprodúção total ou parcial desta obra, de qualquer forma


ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive através de
processos Xerográficos, sem permissão expressa do Autor ou Editor.
Lei nº 9.610 de 19.02.98.

4
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê

ÍNDICE

Biografia do Autor 6
Apresentação 7a8
Mitologia dos Odús 9 a 17
Conhecer os 16 odús do jogo de buzios 19 a 25
Odús e seus elementos 27 a 30
Ifá o orixá do destino 31 a 46
A transformação dos filhos iniciados em Ifá 47 a 53
Babalawo 54 a 58
O seu instrumento de culto é o oponifá 59 a 66
Itans 67 a 85
Rezas para os 256 Odús 86 a 149
Identificação e Caracteristica dos odús 150 a 162
Fecundações dos odús 163 a 167
Lendas dos odús 168 a 181
Bibliografias consultadas 182

5
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
O Escritor e Babalorixá Batista D'Obaluayê já publicou 40 livros,
vendendo mais de 2 milhões de exemplares. São diversos gêneros,
entre eles: candomblé, umbanda, astrologia, numerologia, esoterismo,
simpatias, auto-ajuda, romance e poesias, todos com grande sucesso!

Foi indicado 2 vezes a uma das cadeiras da Academia Brasileira de


Letras(ABL), nos anos de 2000 e 2003(Com os livros: “A religião dos
orixás” e “O Livro de Ouro dos Orixás”). Em 2003, concorreu a
cadeira 39, que pertenceu ao jornalista Roberto Marinho.

Seus maiores sucessos literários são:


“A verdadeira origem do candomblé, seus orixás e sua magia” (1994)
“Magia e encantos de exu” (1995)
“Feitiços e ebós no candomblé” (1996)
“As oferendas preferidas dos orixás” e “A religião dos orixás” (1997)
“Orações e preces para todos os fins” (1998)
“O livro de ouro dos orixás” (2002)
“Poder e magia de Umbanda e Quimbanda” (2003)
“O Livro Negro – Mistérios e Feitiços da Magia Negra” (2004)
“Oferendas para exu e pombogira” (2005)
“Feitiços e Oferendas de Exu” (2011)

É um dos mais respeitados babalorixás do Brasil, iniciado no


candomblé pelo saudoso Joãozinho da Goméia. São mais de 40 anos
de iniciação, pesquisas e sacerdócio, com grande legião de filhos-de-
santo e consulentes no mundo, entre eles, muitos artistas, políticos e
celebridades.

Pesquisador da cultura afro-brasileira, professor, formado em


Administração de Empresas, Ciências Contábeis e Direito, foi
radialista, administrador de empresas e colunista de diversos jornais e
revistas no País, entre eles: Jornal O Povo, Jornal O Dia, Jornal Povo
do Santo, Revista Tititi, Revista Contigo, entre outros veículos.

6
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê

APRESENTAÇÃO

Esse trabalho consiste em ser uma proposta totalmente


didática e básica ao conhecimento e estudo do oráculo
africano, ligado ao oráculo dos búzios, que é feito através
da interpretação dos segredos contidos nos diferentes Odús.

Odú é um conceito do culto de Ifá, mas também usado no


candomblé, interpretado no merindilogun, na caída de
búzios.

O Culto de Ifá, por costume, é feito por homens, chamados


Babalawôs, diferente dos cultos realizados no Candomblé,
que são praticados por homens(Babalorixás) e mulheres
(Iyalorixás). Nos tempos mais antigos, como até os tempos
mais modernos, no continente de origem (África), quando
alguém quer cuidar de seu Orixá, procura-se um Babalorixá
ou Iyalorixá, mas quando é para tratar de seu equilíbrio
enquanto Ser, procura um Babalawô, que o fará pelos
caminhos de Odú.

A arte da advinhação já era praticada no antigo Egito, na


Índia milenar, na Grécia, terra de Oráculos e pitonisas, no
Sinai, além de muitas outras terras que foram berço de
nossa civilização. Os árabes sabiam ler o destino nas areias,
os chineses na folha de chá, povos nômades, como os
ciganos, nos legaram a quiromancia (leitura das mãos)."

7
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
O ser humano sempre questionou o motivo de sua estadia
sobre a terra e, principalmente, o mistério que envolve o
seu futuro. A insegurança e a curiosidade, em relação ao
futuro, fez com que o homem tentasse de diferentes
maneiras, prever o que lhe estava reservado, vindo a se
precaver de todos os tipos de maléficos, como por exemplo,
a má sorte, dificuldades amorosas, sociais, financeiras e
outros, sendo assim o homem assegurava para si a certeza
da efetivação dos diferentes acontecimentos benéficos.

Podemos encontrar muitos sistemas oraculares existentes


com esta finalidade acima citada, não importando a origem
dos sistemas nem a sua filosofia de estudo, aprendizado ou
execução, todos se concentram em único significado, que é
encontrar os melhores métodos para prevenir ou ainda
remediar situações maléficas, trazendo assim um alívio
imediato para a pessoa e ou sua comunidade ou família.

Quase todos os oráculos, independente de sua origem


cultural, absorvem uma tendência a algum tipo ou aspecto
religioso, vindo sempre a sugerir ou indicar certo tipo de
ritual ou prática religiosa, de caráter e aspectos muito mais,
ou ainda quase que completamente, místicos do que
científicos.

Jango Damasceno Pereira


Pesquisador

8
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
MITOLOGIA DOS ODÚS

A palavra odú vem da língua yoruba e significa destino.


Cada Homem possui o seu destino, hora com passagem
que se assemelham a de outros, mas sempre com alguma
particularidade. Isso é melhor compreendido com o estudo
do odú, pois odú é o destino de cada um. Para esse estudo,
são usadas diversas técnicas ou métodos, como por
exemplo Cabalas, Oráculos, Merindilogun, Ifá, Ikin, etc.

Odús são destinos, predestinação. Os odús são inteligências


siderais que participaram da criação do universo, cada
pessoa traz um odú de origem e cada orixá é governado por
um ou mais odús. Cada odú possui um nome e
características próprias e divide-se em "caminhos"
denominados "ese" onde está atado a um sem-número de
mitos conhecidos como Itàn Ifá. Os odús são os principais
responsáveis pelos destinos dos homens e do mundo que os
cerca.

No sistema Ifá, que é o sistema de adivinhação yoruba, os


16 odús são os caminhos da vida. Cada pessoa tem o seu
odú. A consulta através dos Odús pode ser interpretado
pelo Oráculo de Ifá, com os Odú Meji (duplos destinos ou
repetidos duas vezes) são em número de 16 e conhecidos
como Odú Originais ou Principais.

O sistema geomântico, usa 16 conchas, ou grãos, ou cocos,


conforme a região. A forma de lançar os búzios possibilita

9
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
256 combinações ou figuras, e para cada uma delas existem
versos que são decorados pelo babalawô. O sistema,
hereditário, exige longo aprendizado e provas.

Os Orixás não mudam o destino da vida e sim executam


suas funções dentro da natureza, liberando energia para que
todos possam dela se alimentar, o odú é o caminho, a
existência do destino o qual o Orixá e todos os seres estão
inseridos. Cada pessoa pode ir de encontro ou seguir um
caminho alheio ao destino estabelecido, isso nós dizemos
que a mesma está com o odú negativo, ou seja: seu destino,
sua conduta foge as regras siderais (seguiu um caminho
negativo dentro do estabelecido).
Cada pessoa quando nasce, vem regido por um odú de ori
(cabeça), que representa seu "eu", assim como odú de
destino. O destino das pessoas e tudo o que existe podem
ser desvendados por meio da consulta a Ifá, o oráculo, que
se manifesta pelo jogo. Ifá tem seu culto específico e o
mais alto cargo do culto de Ifá é o de Oluwô, título
concebido a alguns Babalaôs. Ifá é o Orixá da adivinhação
e para tudo e deve ser consultado. Existem alguns tipos de
jogo: o de Opelé Ifá, o rosário de Ifá, o jogo de búzios. No
jogo de búzios (Erindilogun) quem fala é Exu. São
dezesseis búzios que podem ser jogados também pelos
Babalorixás e Ialorixás. A consulta a Ifá é uma atividade
exclusivamente masculina, mas as mulheres passaram a
poder pegar nos búzios porque oxum fez um trato com exu,
conseguindo dele permissão para jogar. O jogo de Opelé Ifá
baseia-se num sistema matemático, em que se estabelece

10
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
256 combinações resultantes dos 16 odús usados no jogo de
búzios, multiplicado por 16. Nada se faz sem que antes se
consulte o oráculo, quanto mais séria a questão a ser
resolvida, maior a responsabilidade da pessoa que faz o
jogo.
Calcula-se o Odú de placenta somando todos os números da
data de nascimento. O resultado desta soma tem a vibração
de elementos e orixás determinados, com lendas e
arquétipos.
Por exemplo: uma pessoa que nasceu no dia 11 de Janeiro
de 1956.
1+1 + 1 + 1 + 9 + 5 + 6 = 24 ... 2 + 4 = 6
Seu odú é Obará
Narram algumas lendas que ifá girou pelo mundo, deixando
legados e ensinamentos a vários povos de como manter
comunicação com os deuses no órun (céu), passando pelos
árabes, onde não foi aceito e vindo a se estabelecer
definitivamente na áfrica, junto aos povos iorubas, onde
manteve seu legado ensinando aos sacerdotes como
restabelecer a comunicação com seus antepassados. Assim,
aperfeiçoando um dos mais avançados métodos de consulta
existente.
Onde (I) é uma conta ímpar ou um resultado de "cabeça", e
(II) é uma conta par ou até mesmo um resultado
"enfraquecido", os dezesseis padrões básicos e seus nomes
yoruba figuram a seguir. (observe esta é apenas uma forma
de ordená-los, isso muda dependendo da área na Nigéria,
ou da diáspora). Uma outra forma utilizada em

11
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Ibadan, e Cuba é: Ejiogbe, Oyekun meji, Iwori Meji, Idi
Meji, Irosun Meji, Oworin Meji, Obara Meji, Okanran
Meji, Ogunda Meji, Osa Meji, Ika Meji, Oturupon Meji,
Otura Meji, Irete Meji, Oshe Meji, Ofun Meji. Heepa Odú!
Importante notar como ele muda o desfecho de certas partes da
leitura).
Em particular no Brasil, o sistema mais conhecido, pelo
fato de sua ampla divulgação e fácil acesso a interpretação
dos conhecimentos e execução é o jogo de búzios, que tem
origens totalmente africanas, embora muitas das mesmas,
feliz ou infelizmente, adaptadas ou ainda modificadas em
nosso país. Mais especificamente falando, essas origens não
só são africanas, como são de origem do culto à Òrúnmìlà,
que nos permite exercer tal função através das
interpretações dos Odús, esses estão totalmente ligados aos
seres humanos e aos Orixás, ou ainda podemos dizer que os
diferentes Odús, juntamente de Exu e Ifá são os meios pelo
qual o homem pode vir a ajustar e melhorar a sua vida
terrena e espiritual.
A nossa cultura assimila de forma notável os costumes de
origem africana, que foram trazidos até nós por intermédio
dos escravos, de maneira brutal e trágica,durante diversos
séculos. De maneira geral, podemos dizer que a música, a
culinária, a maneira de agir e pensar do brasileiro,
demonstram de forma inequívoca a influência africana aqui
exercida, que não poderia deixar de ser verificada também,
na postura estabelecida por nós diante das religiões, quando
independente de sua opção ou credo, adotamos sempre uma
atitude pautada num certo profundo misticismo.

12
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Para o brasileiro e também para o africano, não cai uma
folha de uma árvore sem que para isto não haja uma
determinação espiritual ou um motivo de fundo religioso.
As forças superiores a nós são sempre solicitadas para a
solução de problemas do cotidiano, e seja qual for à religião
cultuada pela pessoa, a prática da magia é sempre adotada
em busca das soluções, mesmo que esta prática “mágica”
seja mascarada por outros nomes em diferentes tipos de
crenças.

Os Odús demonstram as diversas tendências da pessoa e


dos acontecimentos que surgirão na vida da mesma, os
Odús podem também estar direto ou indiretamente ligados
aos sonhos, devendo sempre o sacerdote perguntar ao
consulente a respeito de sonhos recentes a data da consulta,
e no instante em que o consulente estiver descrevendo os
sonhos, deve-se prestar bastante atenção, pois podem
apresentar-se diversos detalhes em comum entre os sonhos,
e estes poderão ajudar na solução do problema da pessoa,
seja na criação de um ebó ou em atitudes a serem tomadas.
Os odús que utilizamos para o oráculo dos búzios é a
interpretação dos 16 principais odús, que nada mais são do
que 16 caminhos interligados um com o outro, ou seja, o
primeiro caminho está interligado com todos os demais 15,
e é por este motivo que, em determinadas situações, não é
somente um odú que se apresenta para resolver o problema
da pessoa, ou seja, aquele determinado problema está sendo
causado por diversos motivos, sendo assim, o mesmo exige
diferentes soluções, porém todas interligadas.

13
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
O ser humano sempre questionou o motivo de sua estadia
sobre a terra e, principalmente, o mistério que envolve o
seu futuro. A insegurança e a curiosidade em relação ao
futuro, fez com que o homem tentasse de diferentes
maneiras, prever o que lhe estava reservado, vindo a se
precaver de todos os tipos de maléficos, como por exemplo,
a má sorte, dificuldades amorosas, sociais, financeiras e
outros, sendo assim o homem assegurava para si a certeza
da efetivação dos diferentes acontecimentos benéficos.

Podemos encontrar muitos sistemas oraculares existentes


com a finalidade acima citada, não importando a origem
dos sistemas nem a sua filosofia de estudo, aprendizado ou
execução, todos se concentram em único significado que é
encontrar os melhores métodos para prevenir ou ainda
remediar situações maléficas, trazendo assim um alívio
imediato para a pessoa, sua comunidade e/ou família.

Quase todos os oráculos, independente de sua origem


cultural, absorvem uma tendência a um tipo ou aspecto
religioso, vindo sempre a sugerir ou indicar um certo tipo
de ritual ou prática religiosa, de caráter e aspectos muito
mais, ou ainda quase que completamente, místicos do que
científicos.

Em particular no Brasil, o sistema mais conhecido, pelo


fato de sua ampla divulgação e fácil acesso a interpretação
dos conhecimentos e execução é o jogo de búzios, que tem
origens totalmente africanas, embora muitas das mesmas,

14
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
feliz ou infelizmente, adaptadas ou ainda modificadas em
nosso País. Especificamente falando, essas origens não só
são africanas, como são de origem do culto à Òrúnmìlà, que
nos permite exercer tal função através das interpretações
dos Odús, esses estão totalmente ligados aos seres humanos
e aos Orixás, ou ainda podemos dizer que os diferentes
Odús, juntamente de Exu e Ifá, são os meios pelo qual o
homem pode vir a ajustar e melhorar a sua vida terrena e
espiritual.

Para o brasileiro e também para o africano, não cai uma


folha de uma árvore sem que para isto não haja uma
determinação espiritual ou um motivo de fundo religioso.
As forças superiores a nós são sempre solicitadas para a
solução de problemas do cotidiano, e seja qual for à religião
cultuada pela pessoa, a prática da magia é sempre adotada
em busca das soluções, mesmo que esta prática "mágica"
seja mascarada por outro nome em diferentes tipos de
crenças. Qualquer pessoa pode aprender e conhecer o
oráculo dos búzios africano, que nada mais é do que
conhecer os segredos contidos nos Odús, porém somente os
iniciados e consagrados podem realmente ter acesso à
prática dos oráculos.

Os Odús demonstram as diversas tendências da pessoa e


dos acontecimentos que surgirão na vida da mesma, os
Odùs podem também estar direto ou indiretamente ligado
aos sonhos, devendo sempre o sacerdote perguntar ao
consulente a respeito de sonhos recentes a data da consulta,

15
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
e no instante em que o consulente estiver descrevendo o/os
sonhos deve-se prestar bastante atenção, pois podem
apresentar-se diversos detalhes em comum entre os sonhos
e estes poderão ajudar na solução do problema da pessoa,
seja na criação de um ebó ou em atitudes a serem tomadas.

Os odús que utilizamos para o oráculo dos búzios é a


interpretação dos 16 principais odús, que nada mais são do
que 16 caminhos interligados um com o outro, ou seja o
primeiro caminho está interligado com todos os demais 15,
e é por este motivo que em, determinadas situações, não é
somente um odú que se apresenta para resolver o problema
da pessoa, ou seja aquele determinado problema está sendo
causado por diversos motivos, sendo assim o mesmo exige
diferentes soluções, porém todas interligadas.

Os últimos quatro odús são muito pesados quanto ao seu


lado negativo devendo sempre tomar muito cuidado na sua
interpretação, e principalmente na criação e execução de
seus ebós, até mesmo o 16º odú que normalmente traz
notícias esplendidas e excelentes, vindo aparecer em um
determinado jogo em uma situação negativa pode passar a
trazer um recado muito perigoso ao consulente.

Esses quatro últimos odús estão completamente ligados a


feitiços, doenças, tragédias e dramas. Porém os mesmos
também podem se apresentar de maneira completamente
positiva, podendo depender também da combinação dele
com os demais e da sua colocação e situação no jogo em

16
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
questão. Existem também aqueles odús que podemos
chamar de confirmativos, que são os odús 4, 6, 8, 10 e 12,
porém é de nossa inteira obrigação mencionar que esta
observação depende não só da situação, colocação e
combinação no jogo, mas também da ligação do sacerdote
com Ifá referente a esses odús e suas interpretações em
relação ao sistema divinatório, pois Ifá com certeza sabe o
que se passa na cabeça do sacerdote e do consulente no
momento da pergunta para assim poder fornecer a sua
devida resposta.

Deve-se ter, no momento do jogo, toda uma concentração e


total interação com os elementos que determinam o mesmo,
isto feito com certeza, o sacerdote alcançará a sensibilidade
de visualizar e pressentir no decorrer do jogo, quando que
realmente um odú traz um recado de solução do problema
da pessoa através de caminhos de ebó ou qualquer outro
tipo de sacrifício, alguns problemas que surgem na vida das
pessoas estão realmente marcados para acontecerem, e se
fizermos alguns trabalhos para modificarmos o rumo da
situação, poderemos fazer com que o consulente venha a
ser prejudicado no futuro, por isso a importância de se
cultuar o orì, muitas vezes, diríamos até na maioria dos
casos vale-se muito mais um egborì (cerimonia de adoração
à cabeça) do que um ebo, adímu ou etutu.

17
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê

18
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
CONHEÇA OS 16 ODÚS DO JOGO DE BÚZIOS
1 – OKANRAN MEJI – A disciplina e teimosia
Regente: Exu
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODÚ são inteligentes, versáteis e
passionais, com enorme potencial para a magia. Seu
temperamento explosivo faz com que raras vezes atuem
com a razão. Têm sorte nos negócios. No amor,
extremamente sedutoras, são muito inconstantes e mentem
com facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o
útero.

2 – EJIOKO MEJI – A incerteza e a indecisão


Regente: Ogum com influências dos Ibejis e de Obatalá
Elemento: Ar
Pessoas com esse Odú são intuitivas, joviais, sinceras e
honestas. Revelam grande combatividade, mas não sabem
conviver com derrota. Apesar de volúveis no amor, são
muito ciumentas. Devem controlar obstinação e ter cuidado
com a vesícula e com o fígado, seus pontos vulneráveis.

3 – ETAOGUNDÁ MEJI – A perseverança e a obstinação


Regente: Obaluayê com influência de Ogum
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODÚ em geral vêem seus esforços
recompensados. Costumam vencer na política e conseguem
obter grandes lucros nos negócios, particularmente nas
atividades agrícolas, mas podem sofrer desilusões no amor
e traições dos amigos. Emocionalmente inconstantes, estão

19
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
propensas a ter problemas espirituais e físicos, embora na
maioria dos casos consigam se recuperar com facilidade de
qualquer doença. Seus pontos vulneráveis são os rins, as
pernas e os braços.

4 – IROSSUN MEJI – A tranqüilidade


Regente: Oxossi com influência de Xangô, Iemanjá, Iansã
e Egun.
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODÚ são generosas, sinceras, sensíveis,
intuitivas e místicas. Têm grande habilidade manual e
podem alcançar sucesso na área de vendas. Entre os
aspectos negativos, estão a tendência em sofrer traições
amorosas e a propensão a acidentes. Muitas vezes são
vítimas de calúnias e da perseguição dos seus inimigos.
Também precisam cuidar da alimentação, pois seu ponto
vulnerável é o estomago.

5 – OXÊ MEJI – A fama


Regente: Oxum com influências de Iemanjá e Omulu
Elemento: Água
Pessoas com esse ODÚ têm mão de magia, força e proteção
espirituais, religiosidade e uma inclinação especial para o
misticismo e as ciências ocultas. São ótimos professores e
se destacam em qualquer atividade que exija liderança, mas
precisam aprender a controlar sua vaidade e seu
egocentrismo. Outro aspecto negativo é a tendência a se
vingarem quando estão com raiva. Seus pontos vulneráveis
são o aparelho digestivo e o sistema hormonal.

20
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
6 – OBARÁ MEJI – A riqueza e o brilho
Regente: Xangô com influências de Exu, Iansã, Oxossi.
Ossayn e Logun-edé
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODÚ têm grande proteção espiritual e
costumam vencer pela força de vontade, especialmente em
profissões relacionadas à Justiça. Mas são com freqüência
vítimas de calúnias e não têm sorte no amor. Devem
aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por
onde começá-los. Seu ponto vulnerável é o sistema
linfático.

7 – ODI MEJI – O rancor e a violência


Regente: Obaluayê com influências de Exu, Oxalufan e
Oxumarê.
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODÚ são ambiciosas e costumam ser
bem sucedidas na sua profissão, mas a indecisão as leva a
não concluir muito dos seus projetos. Quando a fé as
impulsiona, porém, ultrapassam todas as barreiras. Sonham
com o poder e adoram se divertir, as vezes provocam
enormes confusões. Não têm sorte no amor. Seus pontos
vulneráveis são os rins, a coluna e as pernas.

8 – EJONILÊ MEJI – A impaciência e a agitação


Regente: Oxaguiã com influências de Xangô, Oxum e
Oxossi.
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODÚ são dedicadas, honestas e levam

21
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a
acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades
sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição,
podem se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de
álcool e de carne vermelha e se vestir de branco nas sextas-
feiras. Seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.

9 – OSSÁ MEJI – A desconcentração


Regente: Iemanjá com influências de Xangô, Ossayn,
Oxossi e Iansã.
Elemento: Água
Pessoas com esse ODÚ são líderes natas, mas seu
autoritarismo lhes cria sérios problemas, inclusive
conjugais. O instinto protetor e a religiosidade também as
caracterizam. Seus pontos vulneráveis são os conflitos
psicológicos e, no caso das mulheres, os problemas
ginecológicos.

10 – OFUN MEJI – Os problemas de saúde


Regente: Oxalufam com influências de Xangô e Oxum
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODÚ são inteligentes, fiéis e honestas,
capazes de dedicar atenção total ao seu amor. Têm amigos
sinceros e elevada espiritualidade. Em contrapartida,
mostram-se muito teimosas e tendem a sofrer perseguições
e desilusões amorosas. Seus pontos vulneráveis são o
estômago e a pressão arterial.

22
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
11 – OWRYN MEJI – A ansiedade
Regente: Iansã com influências de Exu, Ossayn e Egun.
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODÚ têm imaginação fértil, boa saúde e
vida longa, mas as más influências e a falta de fé as levam a
enfrentar dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso
depois de grandes sacrifícios. São muito volúveis no amor.
As mulheres geralmente fracassam no primeiro casamento,
mas acabam encontrando a felicidade. Devem evitar a
bebida e outros vícios. Seus pontos vulneráveis são a
garganta, o sistema reprodutor e o aparelho digestivo.

12 – EJI-LAXEBARÁ – A justiça e o discernimento


Regente: Xangô com influências de Logun-edé e Iemanjá
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODÚ têm o dom de convencer os outros.
Dotadas de grandes qualidades espirituais, são bondosas,
justas e prestativas, embora às vezes se mostrem
arrogantes. Apaixonam-se com facilidade e são muito
ciumentas. Devem evitar bebida e podem ter problemas
judiciais ou relacionados à perda de bens. Seu ponto
vulnerável é a circulação sanguínea.

13 – EJIOLIGIBAN MEJI – A tranqüilidade e a


concentração
Regente: Nanã com influência de Obaluayê
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODÚ aceitam com resignação os
sofrimentos físicos, emocionais e espirituais, conscientes de

23
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
que todas as situações da vida são transitórias. Além disso,
sua profunda fé termina por lhes assegurar vitória. Não têm
muita sorte no amor. Dotadas de mão de cura, se destacam
nos serviços médicos e de assistência psicológica e nas
terapias alternativas. Seus pontos vulneráveis são o baço e
o pâncreas.

14 – IKÁ MEJI – O conhecimento e a sabedoria


Regente: Oxumarê com influências de Ossayn e Nanã
Elemento: Água
Belas e sensuais, as pessoas com esse ODÚ têm aparência
juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixões
arrebatadoras, mas passageiras, e estão sempre em busca de
novos amores. Possuem talento para a magia e enorme
força espiritual, que se manifesta através do olhar.
Enriquecem com facilidade e se destacam na vida
profissional e social, mas são desconfiadas e propensas a
ter conflitos psíquicos. Seu ponto vulnerável são as
articulações que podem lhes causar problemas de
locomoção.

15 – OGBEOGUNDÁ MEJI – O discernimento total


Regente: Obá com influências de Euá
Elemento: Água
Pessoas com esse ODÚ são valorosas, combativas e
imparciais, mas costumam sofrer desilusões amorosas, o
que acentua sua agressividade e seu sentimento de rejeição.
Têm saúde frágil: estão sujeitas a problemas nos olhos,
ouvidos e pernas e a distúrbios do sistema neurovegetativo.

24
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
16 – ALÁFIA ONAN – A paz
Regente: Ifá
Elemento: Ar
Calmas, racionais e espiritualizadas, as pessoas com esse
ODÚ têm domínio sobre suas paixões. São excelentes nas
áreas de vendas e de artesanato, mas desistem facilmente
dos seus projetos e perdem o interesse por aquilo que já
conquistaram. Estão sujeitas a problemas cardiovasculares,
psíquicos e de visão.

25
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê

26
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ODÚS E OS ELEMENTOS
Terra
Irosun, Egi Laxeborá, Iká Ori e Obará.
Representam o caminho da tranqüilidade e da riqueza.

Água
Egi Okô, Ossá, Egi Ologbon e Oxé.
Representam o caminho da dúvida ao triunfo.

Ar
Onilé, Ofun, Obé Ogundá e Aláfia.
Representam o caminho da indecisão até a paz.

Fogo
Okaran, Odi, Owanrin e Eta Ogundá.
Representam o caminho da insubordinação até a guerra.

DESCUBRA SEU ODÚ

Depois da explicação sobre o que são os Odús, veja agora,


como calcular os signos dos Orixás correspondentes à sua
vida material e ao seu percurso espiritual, para que você
possa trilhar com segurança o caminho da prosperidade, a
saúde, a realização sexual e afetiva e o equilíbrio interior.
Para conhecer os seus Odús, tome como ponto de partida a
data do seu nascimento. Trace num papel quatro linhas
horizontais, cortadas no centro por uma linha vertical. Essa
linha vertical vai separar os algarismos em duas colunas:

27
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
uma à esquerda e outra à direita. Escreva na primeira linha
horizontal, usando as duas colunas, o número do dia em
que você nasceu.
Se esse número for menor que 10, coloque um zero (0) na
coluna da esquerda. Na segunda linha, escreva o número do
mês (de 01 a 12). Se esse número for menor que 10,
coloque um zero na coluna da esquerda. Na terceira linha,
sempre usando ambas as colunas escreva os dois primeiros
algarismos do ano em que você nasceu. Na quarta linha,
usando as duas colunas, escreva os dois últimos algarismos
do ano em que você nasceu. Some separadamente os
algarismos de cada coluna. E sempre que o resultado
ultrapassar 16, o número de Odús básico, reduza-o
somando os algarismos.
Veja o exemplo abaixo, de uma pessoa nascida em 25 de
Março de 1962:

1a linha 2 5 Dia
2a linha 0 3 Mês
3a linha 1 9 Ano
4a linha 6 2 Ano

Soma 9 19

Como 19, o total da segunda coluna, é maior que 16, você


deve somar 1+9. Portanto, o resultado da coluna da
esquerda é 9 e o resultado da coluna da direita é 10.

28
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
A seguir desenhe uma cruz e escreva nas pontas dos braços
da cruz as palavras Testa, Fronte Direita, Nuca e Fronte
Esquerda, conforme o modelo:

Escreva o número correspondente à soma da coluna da


direita (10, no exemplo) no ponto referente à TESTA, e o
número correspondente à soma da coluna da esquerda (9,
no exemplo) no ponto referente à NUCA.

Para encontrar o número correspondente à FRONTE


DIREITA, some os dois números já obtidos (9 e 10). O
resultado obtido é 19, que reduzido, dá 10 (1+9=10).

Para encontrar o número correspondente à FRONTE


ESQUERDA, some os três números já obtidos: 10+9+10 =
29. Como o resultado (29) é superior a 16, o número de
Odús básicos, reduza-o: 2+9=11.

Para encontrar o número correspondente ao CENTRO DA


CABEÇA, some os quatro números já obtidos
10+9+10+11 = 40, que reduzido dá 4 (4+0 = 4).

29
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Escreva o resultado no meio da cruz:

Os Odús mais importantes para a orientação da pessoa são:


o da Testa, que reflete a sua vida material, e o do centro da
Cabeça, que reflecte o seu caminho espiritual. Os outros
três Odús equilibram e harmonizam as energias individuais,
complementando as informações dos Odús da testa e do
centro da cabeça.
Entretanto, e porque tantas vezes aqui, as pessoas
pretendem saber quais são os seus Orixás através da sua
data de nascimento, uma vez mais recordo que o Orixá que
domina os Odús/Caminhos da pessoa, não é
necessariamente o Orixá dono da cabeça desta pessoa, esta
resposta só pode ser obtida CORRETAMENTE através do
jogo de búzios. Portanto, não adianta perguntar-me qual é o
seu Orixá através da sua data de nascimento, pois não me
será possível dar-lhe aqui essa resposta. Mas, essa soma,
mostra energias que atuarão no destino, dando rumos e
metas a seguirmos.

30
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
IFÁ O ORIXÁ DO DESTINO

Òrúnmìlà-Ifá ocupa uma posição única no panteão


africano, através dele podemos decifrar o código secreto
espiritual de qualquer ser humano, comunidade ou Nação,
pois nele está inciso o poder da criação.

Na ordem divina de Olódùnmarè, o espírito é eterno, e


através de Òrúnmìlà-Ifá conseguimos obter a soma total
de nossa existência, a nossa ligação com o Universo, e o
destino que escolhemos para voltar à vida quando
nascemos. Ele é o diagnóstico de nosso Elédà (mente
superior), sabendo tudo o que aconteceu no passado, está
acontecendo e qual será o nosso futuro. Òrúnmìlà-Ifá é a
tradução da sabedoria infinita de nosso Deus criador,
aquele que tudo sabe, tudo vê, é o verdadeiro elo de ligação
entre o homem e o criador.

Na Cultura Yorùbá são os elementos da natureza que dão


condição de vida no planeta, a água, o fogo, o ar, e a terra.
Estes se apresentam de inúmeras formas que se multiplicam
primeiro em dezesseis, sendo o número dos primeiros
Òrìsàs primordiais, que vieram para ajudar a construção do
planeta sob todas as formas de vida, ou os dezesseis Odús,
a tradução literária de todos os problemas do homem, e
neles está contida toda a sabedoria da criação.

Ifá transmite sua palavra através dos dezesseis Odús, e


estes são a expressão da natureza que é a fonte de energia

31
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
que movimentará e determinará a personalidade da pessoa.
Estes Odús, multiplicados por mais dezesseis, perfazem
256 tipos de divindades diferentes entre si, com atributos
próprios e cada um conterá uma complexidade de inúmeros
caminhos ao qual servirão para auxílio da raça humana.

Em nosso princípio ancestral, todos nasceram da terra, veja


a composição de seu organismo que é composto de água,
minerais, ferro, e assim por diante, portanto é natural que
para encontrar o equilíbrio de nossa vida, também façamos
uso dos elementos que saem da própria natureza. Toda a
criação divina tem uma função determinada para auxiliar a
sobrevivência em equilíbrio entre as forças negativas e
positivas.

Templo de Ifá em Ilé-Ifá, Nigéria - África

Na tradição africana, por tudo o que já foi dito, Ifá é um


Orixá muito venerado. Em sua terra (Ilé-Ifá) existe um

32
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
templo muito antigo onde todas as sextas-feiras as pessoas
vão rezar para a paz no planeta. Como nada será feito de
importante sem antes consultá-lo, quando um bebê nasce,
entre o terceiro e quinto dia após seu nascimento, ele é
levado ao Bàbáláwò para que se faça uma consulta a fim de
saber qual será o destino desta criança, recebendo
tratamento para que o rumo de sua vida seja o melhor
possível.

Qualquer caso de saúde, casamentos, financeiro, amoroso,


depressão é revelado através de divinação, que além do
problema, apresentará as possibilidades de melhorar a
situação determinando o que poderá ser feito para atrair a
sorte, a paz e a felicidade de cada um.

O Culto a Ifá envolve as oferendas, proteções que são feitas


com as magias, e a cada novo ano ele será consultado para
saber o futuro da comunidade. Sua importância é tanta que
será através da consulta ao Orixá que um novo rei será
eleito, uma vez que pode conhecer a pessoa ideal para
ocupar qualquer cargo tanto como um líder, ou outro tipo
de ocupação, estas são marcas que já trazemos de nosso
espírito ancestral.

Se após a consulta for determinada a realização de algum


sacrifício para um Orixá, não se pode esquecer a parte
dedicada a Exu, pois ele é a energia que transformará a sua
necessidade, enquanto matéria, em energia sutil a fim de
que seu pedido chegue a Olódùnmarè.

33
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Ele é simbolizado por trinta e dois caroços de um tipo
especial de palmeira de dendê, os quais apresentam três ou
mais "olhos", ao invés de apenas dois, como nas palmeiras
comuns. Antes de serem servidos ao Orixá, os caroços
deverão ser preparados especialmente no bosque de Ifá,
para só depois serem manipulados pelo Sacerdote de Ifá
para fins de divinação, e só podem ser extraídos por
homens.

Quando uma leitura não favorece o consulente, não é


necessário ficar em desespero, pois Ifá poderá ser
consultado novamente para informar qual o melhor
procedimento para eliminar o obstáculo que lhe entravam a
felicidade. O animal necessário para o sacrifício só será
determinado através da divinação, e após ser efetuado, o
consulente deverá apresentar-se mais uma vez perante o
Orixá a fim de saber se ele se satisfez.

Entre nós, os Yorubás, os Sacerdotes dedicados a Ifá pedem


sua benção todos os dias pela manhã, e uma vez por ano
promovem uma festa em sua homenagem.

34
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
CERIMÔNIA DO OBI ABATA

Obì é um fruto sagrado, também considerado Òrìsà, e o de


quatro gomos são suficientes para o seu culto diário. Todas
as manhãs o Sacerdote colocará um Obì dentro d´agua e
começa a bater no Opon-Ifá, com o Iroke-Ifá.

Enquanto bate recitará um Oríkì (evocação) a Ifá como


abaixo descrito em lingua Yorùbá

Ti a ba ji a we´wo toni, a we´se kasin owuro


Ti a ba ji, a tun wa fi aso toki bo`ra
Mo ni Òrúnmìlà, o ji re loni
Ela, o ji´re loni
Morohuntolu, Mosiakaragba, omo erin nfon gu l´alo
Omo e ekama owo ko jékun ara abe
Omo abeto winniwinni b´eji ro p´omo akunnu
Omo olobe to fi ori mo odi umo jumo

35
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Oma jire loni o
O ji re loni tokun-tokun
O ji loni tide-tide
O ji bi oloto ti nji nile Ado
O ji biurinrin ti nji lode owo
O ji bi peepee ti nji lodo Asin
O ji bi Olosunta ti nji lode Ikere
O ji bi ala ti nji lode Ado (Ibini)
O ji bi oro gidigba ti nji lode Isele
O ji bi Ubebe ti nji lode Ayo
O ma jeki oni san mi o

Logo após a evocação, o Bàbáláwò parte o Obí, que se for


do desejo poderá ser jogado para saber se o culto foi bem
aceito, e esta água levada a Èsù. Se aceito, o Obì cairá com
dois gomos virados para baixo e dois gomos virados para
cima (imagem da dualidade macho e fêmea) caso o
resultado seja Aláàfia, ou seja os quatro gomos virados para
cima, Ifá terá aceito o Obì, quando então o Sacerdote
dividirá o Obì entre todos as pessoas que irão consultar
com ele iniciando os trabalhos do dia.

Na comemoração anual de Ifá, o sacerdote oferece em sua


homenagem: màrìwò, frango, peixes, cabra, Ìgbín (caracol),
inhame, osuka omu, pedaço de tecido e Obì. O osuka omu,
será colocado sobre a imagem de Ifá junto com três
inhames amarrados, e assim o Bàbáláwò pronunciará as
palavras do culto que em Yorùbá são:

36
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Ifá, mo pe o
Òrúnmìlà, mo pe
Ela mo pe, omo oyigi
Òrúnmìlà mo pe
Et'eti ke gb'ure
Aaya olupe, uupe re ire o
Aaya olupe uupe re ire o
Aaya olupe, pe re ire o
Apeje apemu
Ape ni gbogbo dukia ninu odún yi
Ki o ni apawisi ioni
Ki o ni uwere a nise
Ki o ni wonran niboju ti nmo
Ki o wa gbohun awo loni

Após a evocação, o Bàbáláwò reza para todos os presentes


na festa e parte o Obì aceito por Ifá, distribuindo pequenos
pedaços a cada um. Como oferenda, será imolada uma
cabra, cujo sangue ficará na imagem de Ifá até o dia
seguinte.

Quando chegar ao quinto dia, o Bàbáláwò consultará Ifá, a


fim de obter as previsões do ano, e de acordo com o
resultado, serão oferecidos novos sacrifícios e oferendas de
objetos, conforme a resposta do Òrìsà, para que tudo
transcorra da melhor forma possível.

No sétimo dia, o Bàbáláwò oferece uma festa, na qual se


come e bebe encerrando desta forma o Culto anual a Ifá.

37
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Para aqueles que receberam em seu Orí, a mão de Ifá, após
passarem pelos rituais de iniciação, podem ser considerados
portadores de um bem inestimável, com ele reencontrarão o
caminho de seu destino primordial, puro, limpo de todas as
mazelas que adquirimos durante a vida; é um reencontro
com nossa transcendência. Mas, é necessário esclarecer que
para fazer juz a este direito também será preciso uma
altíssima reconsideração de suas atitudes perante a vida,
pois este ser não fará mais parte daquilo que chamamos do
inconsciente coletivo que prevalece na raça humana, a
partir de então, passará a ser ele um indivíduo único,
diferenciado, o qual terá de cumprir suas obrigações em
relação à Ifá com respeito e dignidade a fim de poder
receber o verdadeiro Àse, e como conseqüência, assumindo
perante a si próprio, responsabilidades muito grandes, que
se não cumpridas, poderão trazer graves conseqüências.

OBÍ

O Obí é um fruto africano de uso imprescindível no


Candomblé, sem ele nenhuma obrigação é feita. Para que a
obrigação, ou outro rito prossiga com aceitação dos orixás,
é necessária uma resposta positiva a ser dada através do
Obí.
Ele deve ser jogado antes da obrigação para saber se o
ritual pode ser realizado e depois de feito para saber se foi
aceitoCpelosCdeuses.
O fruto utilizado deve ser o que possui quatro gomos,

38
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
chamado de Obi Abatá, sua divisão deve ser natural, ou
seja é proibido o uso de faca ou qualquer material cortante,
para dividi-lo em quatro partes, se naturalmente ele só
contiver duas partes.As duas metades correspondem a dois
casais, caso o obi contenha mais de quatro partes, o
excedente deve ser retirado, para que somente as quatro
permaneçam.
O local onde o Obi será lançado deve ser plano, no chão ou
sobre um prato branco, onde fundamentalmente contenha
água.
As partes são lançadas simultaneamente, sem manipulação
ouClançamentoCindividual.
Uma exceção deve ser feita no uso do Obi como jogo. Para
o Orixá Xangô, deve ser utilizado Orobô em substituição
docObi.
As caídas dos gomos de Obí tem a seguinte
correspondência:
Um para cima e três para baixo: O orixá Exu é quem
responde ao jogo. É necessário verificar se as obrigações a
ele foram cumpridas. O zelador deve saudá-lo colocando a
mão no chão e no peito por três vezes e continuar o jogo. O
odú correspondente é Okaran.

Dois para cima e dois para baixo: A resposta vem de


Ogum que neste caso representa o equilíbrio. O odú
corresponde a Ejiokomeji.

Três para cima e um para baixo: Não é considerada uma


resposta precisa, sendo assim não há autorização para

39
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
iniciar nenhuma obrigação.

Todos para baixo: Uma resposta negativa.

Todos para cima: Resposta positiva para a obrigação


possa ser iniciada e com êxito. O odú correspondente é
Aláfia.
Ao criar os 16 destinos possíveis, OLORÚM objetivou
proporcionar personalidade a tudo aquilo a que ele deu
vida. Criou a terra, a água, o ar e o fogo - os quatro
elementos da natureza. Os elementos provenientes destes
quatro elementos formam as demais coisas vivas. Cada
elemento principal esta ligado a quatro ODÙS, que estão
assim distribuídos:

Terra: Irosun, Obará, Eji-Laxeborá e Ika-Ori


Água: Eji-Okó, Oxé, Ossá e Eji-Ologbon
Ar: Ejiónile, Ofun, Ogbé-Ogundá e Alafia
Fogo: Okanran, Etá-Ogundá, Odi e Owanrin

Cada Odú com os seus objetivos, criou os seus filhos,


Omo-Odú, 16 para cada um dos 16 principais, o que
equivale a dizer: 16 caminhos para os 16 destinos criados.
Os seres humanos são regidos por três Odús: Ori-Odú, o
que rege a cabeça; Otu-Odú, o do lado direito e Ossi-Odú, o
do lado esquerdo. Também sofremos influência dos Odús-
Paridores, os Odús do nascimento. São eles que vão definir
a nossa vida, mostrando o caráter, a saúde, a sorte.
A estrutura litúrgica do culto aos Orixás no Candomblé

40
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
pode ser resumida como o processo de, ritualisticamente,
acumular, e em seguida transmitir, Axé para os filhos-de-
santo nestes três níveis: o ciclo anual de ‘firmeza’ da casa,
o ciclo mensal de realimentação energética dos fetiches e
dos abôs, e o ciclo diário das obrigações individuais,
decorrentes da iniciação.
No centro de todas essas relações que compõem a
‘economia energética’ do candomblé está Ifá, o Orixá da
adivinhação. O jogo oracular mais comum é constituído por
l6 búzios (pequenas conchas). O Pai ou Mãe-de-santo agita
os búzios nas mãos e lança-os dentro de um círculo,
formado por colares de diversos Orixás. O búzio pode cair
‘aberto’ ou ‘fechado’, ou seja, com a sua face onde há uma
fenda ou com o lado liso. Cada uma dessas ‘caídas’ é uma
manifestação de um Orixá e tem um significado próprio, já
que, conforme a ordenação resultante, pode determinar qual
dos Orixás respondeu.
Todos os aspectos da vida são suscetíveis de codificação,
por cada um dos orixás que se manifestam no jogo. Os
deuses tornam-se assim, o princípio de classificação dos
acontecimentos: cada um governa um acontecimento-tipo.
Além da ordenação dos búzios (abertos e fechados), que
determina a entidade que preside a cada resposta, a
configuração - ou o modo particular como os búzios se
distribuíram geometricamente no espaço - também é
fundamental para a leitura, pois corresponde à ‘organização
energética’ do inconsciente do indivíduo frente a uma força
matriz. Ao conjunto dos dois fatores, ordenação e
configuração, chama-se Odú ou sina.

41
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Assim, a ordenação aberto-fechado determina qual o Orixá
que está a falar, e a configuração espacial dos búzios indica
o que ele está a dizer. Através de sucessivas jogadas,
chega-se então a uma espécie de inventário do que está a
acontecer à pessoa, não apenas em relação aos seus Orixás
tutelares, ‘os donos da sua cabeça’, mas também como
outras entidades estão a influir positiva ou negativamente
na sua vida, quais são as suas tendências recorrentes e as
possibilidades diante do destino. Geralmente são propostos
trabalhos e obrigações para o reequilíbrio energético.

As respostas são decifradas através de lendas e das histórias


dos deuses que são transmitidas de geração em geração
através da tradição oral. Por isso, ‘jogar búzios’ requer não
só bastante intuição para interpretar as diferentes
configurações formadas pelas forças-matrizes, mas também
um conhecimento oral do conjunto da tradição mítica dos
Orixás e do seu universo simbólico.

Os sacerdotes de Ifá são, originariamente, chamados


Babalawós. Eles eram os historiadores orais da cultura
Africana. A sua iniciação era muito mais complexa que as
outras, pois não envolvia a identificação com um único
arquétipo, e o desenvolvimento das suas características na
personalidade do iniciando, mas sim o aprendizado de
séculos de conhecimento armazenado pelo culto. Hoje, os
zeladores de santo em geral manejam o oráculo.

42
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ORÍ/CABEÇA

Quando nascemos, o Orí (cabeça), é o primeiro Òrìsà que


recebemos, nele trazemos as impressões que estão gravadas
no inconsciente, a nossa origem no universo. Ligados a ele
por nosso Elédà, (mente superior), e fonte da inteligência
para a sobrevivência no Aiyé (Terra), e dele (Orí), geramos
toda a força propulsora que nos conduz em nossa jornada
não somente para a vida em si, mas também na saúde,
prosperidade e equilíbrio, o qual está diretamente ligado ao
Òrum (Céu), portanto aquele que conhece o próprio
destino, da mesma forma que nos conduzirá na passagem
do mundo físico ao espiritual, Ikú (a morte).

Assim, Orí = origem do ser = Elédà (mente superior), está


ligado ao Òrum, e ao mesmo tempo ligado à Terra (Aiyé),
sobrevivendo após a morte para transmutar a morte física
para a vida do espírito, e desta forma guardando em sua
memória as marcas de sua origem."O pensamento provoca
a ação", "a ação provoca a reação", e todos os frutos
colhidos serão a resposta de nossa conduta, de nosso
equilíbrio tanto mental como emocional, e isto é ter bom
Orí, que saudaremos Olorire, e para aqueles com um mau
Orí diremos Olori Burúkú, aquele de cabeça ruim, fraca.

Olódùnmarè, nosso Deus maior nos deu a perfeição,


deixando conosco a sabedoria transcendente, a qual
somente poderá ser compreendida com um bom Orí, assim
diz o Oríkì (reza), "Nada se faz sem um bom Orí," nem

43
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
mesmo nosso corpo tem comando, não anda, não prospera,
não tem alegrias, não tem saúde.

IFÁ EM NOSSA VIDA

Ifá é a soma da sabedoria suprema, a cosmogenia e a


cosmologia, a vida e a morte, o nascimento da natureza, a
visão total do mundo e da existência estabelecendo normas
éticas que irão comandar as sociedades e os homens, e
assim determinando uma conduta nobre diante de todas as
forças que se formam contra o bem da humanidade, a força
quecconduzcacsustentaçãocdocplanetacvivo.
Neste processo tão poderoso, aquele que for iniciado em
seu Culto estará agregando a si uma permissão para
obtenção de um poder muito maior perante Olódùnmarè,
assim existindo a necessidade por parte dos Sacerdotes
conhecedores plenos da extensão deste mesmo poder
avaliar o candidato com muita clareza e assim permitindo
oucnãocestaciniciação.
Nem todos estão habilitados a carregarem em seu Orí, esta
força que liga o ser com o sagrado. Seus Sacerdotes,
apoiados nos conhecimentos milenares, carregados por uma
cultura de tradições em botânica, mineralogia, zoologia
conseguem unir os elementos da natureza à energia vital de
cada indivíduo procurando o equilíbrio entre as forças
espirituais e materiais de cada um, esta união da ciência
com o mundo espiritual precisa de mentes sãs.

44
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
A CONDUTA DOS FILHOS DE IFÁ

Fica assim muito claro que para estes filhos a conduta é de


suma importância, e que haverá a necessidade de muito
domínio de suas emoções onde a humildade, a paciência,
o caráter, a dignidade, a sabedoria, deveram ser
superiores a qualquer tipo de vaidade, prepotência,
arrogância, ambição, sendo estas últimas características
que poderão ser usadas indevidamente a fim de obter
proveito próprio, mas que sem dúvida serão cobradas pela
lei universal de ação e reação. Quando se fala que o Òrìsà
castiga, é uma inverdade, pois na realidade a maior parte do
sofrimento é fruto do desequilíbrio entre a emoção e a
razão humanas, e conforme as atitudes tomadas perante
seus semelhantes, as forças que irão reagir em sua vida
tanto poderão ser positivas como negativas, conquanto
serão um fruto do seu bom ou mau Orí, a resposta daquilo
que você é em nosso mundo ocidental, achamos que o valor
do homem está na obtenção somente de bens materiais, e
para o consumo destas necessidades não se mede esforços
nem os meios de alcançá-los, mesmo que muitas vezes as
formas usadas sejam totalmente incompatíveis com as Leis
superiores. Não há respeito nem pela natureza, nem com
seuscsemelhantes.
Na África, no entanto existe em seu povo a Consciência
Plena dos compromissos que existem entre as forças da
natureza e os homens, e que o verdadeiro bem não está em
usar estes poderes de uma forma inconseqüente,
explicando-se assim sua simples forma de vida, os

45
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
verdadeiros valores do homem não estão em sua conta
bancária, mas em seu Elédà, no uso da sabedoria adquirida
não somente para o bem de si próprio, mas para manter o
equilíbriocdocplaneta.
A terra é a sustentação da vida, todo o mundo físico está
sobre ela, carros, asfaltos, prédios, plantação ou qualquer
outra coisa, isto tudo faz parte da ilusão do homem, sua
maior riqueza está na natureza, sem ar ele não vive, sem
terra ele não anda, sem fogo ele não tem progresso, e sem
águacelecnãocnasce.
O ser humano vive obcecado dentro de suas ilusões, por
isto ele adoece, trapaceia, chora, e ri, deixando-se levar por
valores que não são dele, mas da condição de uma
sociedade, a sua origem pura está perdida em meio a tudo
isto e o desequilíbrio se instala em seu Orí, gerando a
inveja, a ansiedade, a impaciência, a depressão, ele é um
ser desconectado de seu Eu interior (Elédà), sem isto não
consegue ouvir sua própria consciência e chegar
verdadeiramentecacDeus.
Quanto mais nos aprofundamos conseguindo entender a
grandeza da sabedoria divina, mais distantes estaremos das
banalidades, uma vez que a riqueza já está codificada
dentro de nossa alma, é uma força sutíl que nossa
sensibilidade grotesca não consegue perceber, e como
resultados não têm paz, felicidade e prosperidade.
Antes de qualquer compromisso com Ifá, esta pessoa deve
estar informada e preparada para assumir esta conduta.
A lealdade com o princípio Divino estará acima de tudo.

46
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
A TRANSFORMAÇÃO DOS FILHOS INICIADOS
EM IFÁ

No momento da iniciação, o destino vivido por esta pessoa


até então, estará sendo limpo, enterrado, dela serão tiradas
todas as forças contrárias, e haverá uma mudança no trajeto
até então vivenciado, fazendo com que seu Orí encontre o
destino do momento de sua concepção, apagando as
imperfeições conseqüentes de sua vida refletida pela
sociedade, onde nasceu, cresceu e vive para reencontrar a
sua origem perfeita.

Mas para que esta força de fato venha adentrar em seu Orí
e passe a fazer parte de sua existência, estes novos filhos
deverão procurar além de cumprir leis, entender, estudar o
sentido desta filosofia para que a magia desta iniciação
prevaleça neste Orí, sendo ela independente de seu Órìsà
Guardião. Ifá é um culto tradicional, considerado a fonte de
todas as outras formas de adoração, é um livro de
orientação, um roteiro, que trata você como indivíduo único
e através do qual receberá suas regras de conduta pessoais
- Ewos (leis) - de acordo com sua origem ancestral, leis
estas que irão levá-lo a obtenção da realização de sua
felicidade de acordo com sua própria história e missão.

Aqui não pode haver a alimentação de sonhos que não


fazem parte de seu destino, mas a leitura daquilo que você
sempre foi, desde os primórdios e a busca de seu
aprimoramento através das soluções apresentadas nos jogos

47
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
divinatórios de Ifá. Assim, em nada se parece a qualquer
religião, associações ou fraternidades que existem, onde
todos são tratados como massa, independendo da
inteligência, e onde seu Eu Interior não é respeitado.
O aprendizado correto da forma de sua cultuação requer um
grau elevado no domínio de seu comportamento, já cheio
de vícios de personalidade, este é o verdadeiro Àse, o
nascer novamente com a maturidade e a consciência
adquirida e poder reformular sua vida de forma a satisfazer
sua vida.

RITUAL DE INICIAÇÃO EM IFÁ

Primeiro o candidato será apresentado ao sacerdote, que


jogará então o Opele-Ifá, e através dele terá a visão plena
das condições necessárias para que este Orí possa receber
esta iniciação. Jamais esta avaliação será feita através do
jogo de búzios, como é de costume aqui no Brasil.

Uma vez aceito, esta preparação será feita com um mês de


antecedência, quando então o sacerdote irá para a floresta
sagrada à procura das sementes também sagradas, o Ikin, e
então passadas por rituais que somente os Bàbáláwò podem
executar.

Estas sementes são dotadas de três ou mais olhos (3.º olho,


Iwa Yi, o olho do caráter), e serão escolhidas para cada
pessoa de acordo com os Odús que caíram durante o jogo,

48
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
não podemos esquecer que Ifá traduz a sua individualidade.
Durante o ritual iniciático, enquanto estão sendo batidas as
sementes de ikin, o sacerdote estará recitando os versos
(Itan) dos 16 Odús principais, mais Odú-Ifá Oseturá, que
representa a criação da diversidade no Universo, e assim a
visão dos inúmeros caminhos traduzidos pelos Odú, dando
a Òrúnmìlà o nome de Eleripin (A Semente da Criação).
Estas sementes rezadas individualmente será o Ibá-Ikin-Ifá,
elemento que fará a ligação de seu Elédà com sua origem
Divina o qual estará relacionado aos primeiros 16 Odús, os
Órìsàs primordiais, e a multiplicação destes. A sua matriz
de origem estará sendo invocada para dar sentido a sua vida
aqui na terra.

EXU-IFÁ

A ilusão nos causa impressões de que algo visto de perto


pareçam simétricas, e quando vistas à distancia, terão um
novo foco, e vice e versa. Partindo deste princípio, tudo

49
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
depende do modo como se "olha", assim a justiça, ou a
injustiça, o bem e o mau, assim como é importante as
pessoas terem em conta que muitas vezes aquilo que lhes
faz bem hoje, com o tempo pode não ser, da mesma forma
que aquilo que hoje é ruim, amanhã poderá ser muito bom.
Para a cultura Yorùbá, Èsù é o justiçeiro Divino, aquele que
olha tudo, que leva a Olódùnmarè os anseios do homem e o
trás de volta em forma de benefício, Àse ou não.
Tudo o que existe tem sua polaridade, e Èsù será aquele
que nos dará a pista de qual o caminho tomar, ele traduz a
linguagem densa de nossa crosta terrestre para chegar ao
divino, gerando caminhos (Odú), portanto ele é a primeira
semente geradora.

Quando você conversa com a natureza e isto lhe trás


benefício, é Èsù que traduziu o seu código mental para a
energia pura, trazendo de volta em forma de prazer interior.

Se o Ikin-Ifá é a mente, para cada iniciado, será então


plantado um Èsù, pois ele é quem vai transformar os
desejos interiores no seu mundo paupável, a mente é a
razão, e Èsù o gerador, aquele que faz conceber, nascer,
criar e tornar possível os frutos desta razão.

Ele será plantado em uma pedra na qual os sacerdotes


invocarão um espírito, e daí por diante você deverá criar
uma afinidade, de tal forma que tudo o que faça possa com
ele dialogar, em todos os momentos, todos os dias e horas,
se não fisicamente, mentalmente, criar uma simbiose.

50
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Forças são energias vivas que não podem ficar paradas, se
você não tem este contato, com o tempo se vão, e aí você
perderá novamente este elo de ligação, e só lhe restará uma
pedra.

IKIN-IFÁ e EXU-IFÁ

Por conclusão, quando o iniciado recebe estes elementos


sagrados, o seu equilíbrio espiritual será completo,
representando a unidade entre aquilo que se pensa e aquilo
que se faz. Aquele que vive somente dentro da razão
concentra na parte central do seu corpo esta energia, e
viverá sempre tenso, com dores de cabeça, mal humorado,
é um ser nervoso. Quando o contrário, a pessoa se agita
muito mais do que faz, serão aqueles que não sabem nem o
que fazem, nem para onde ir, e vivem se debatendo de um
lado para o outro sem sentido ou objetivos.

51
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
O equilibrio está em pensar, e fazer. O Orí cria objetivo, os
pés correrão o mundo, e as mãos farão o que precisa.
A manutenção deste enorme bem recebido terá que ser
cumprido, sob muitas formas: Ao se levantar de manhã, em
jejum sem falar com ninguém deverá orar para eles. Todas
as sextas-feiras, fará sua oferenda da semana. A cada 30
dias, sua oferenda de mês. E a cada ano será feita festa em
sua homenagem. Todos os preceitos, oferendas ou qualquer
coisa que fará sempre será sob a orientação de um
Bàbáláwò, nenhum outro grau hierárquico dentro de nossa
religião está apto para dar orientação sob a conduta e
procedimento para os filhos de Ifá. É bom que se diga que
na África, Bàbáláwò não são possuidos pelos Eleguns, e
este um título é usado no Brasil indiscriminadamente por
pessoas que não conhecem a profundidade de seus reais
fundamentos.

Adura Ogun (na língua Yoruba)

Ogun pele o, Edun irin,


Ogun okunrin ogun.
Enii ti somo emia dolola, Gbigbe ni o gbe mi bi o ti
gbe Akinoro ti o fi kole ola fun,
Ogun awoo alakaiye osin imole,
Egbe lehin eni anda loro.
Ogun gbe mi o,
Ogun ma pami, omo elomiran ni ki o pa.
Ogun, emi beru re
Ogun so mi di olowo, somi di oloro, Iwo

52
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ni olona ola,
Toribe ki o wa la ona ola fun mi.Ki o si maa da abo re bomi
titi lai. Ase

Adura Ogun (na língua Portuguesa)

Ogum te saúdo
Dono de matérias de ferro,
Ogum da guerra,
Você que torna as pessoas para
que sejam ricas,
Ogum me enriqueça como
você enriqueceu Akinoro e
fez dele um homem forte do
mundo, o maior no mundo,
Você que é protetor daqueles
que são feridos.
Ogum me salva,
Ogum não me mate,
mate o filho de outro.
Ogum, eu tenho medo de você
Ogum me torna rico, me torna
próspero,
Favor Ogum, abre o caminho
de bondade, ajuda e da prosperidade,
Você é o dono das riquezas,
Assim, me abre o caminho da
prosperidade.
Para que você me proteja para sempre. Axé

53
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
BÀBÁLÁWÒ

Bàbáláwò: Os Guardiões dos Segredos


Na lógica da Religião Yorùbá, Olódùnmarè, nosso Deus
maior, onipotente e onipresente dentro de sua imensa
sabedoria quando criou o homem à sua semelhança e
perfeição e determinou sua vida na terra, nos deixou
também uma forma para que pudéssemos conhecer a
trajetória de nosso destino e desta forma minimizar nosso
sofrimento, enquanto seres que desconectados do EU
Divino, sozinhos, não temos noção de nossas vidas, nem
para onde ir, nem o que fazer diante das inúmeras situações
que nos deparamos em nosso dia-a-dia. Esta bússola que
nos conduz a ir em direção daquilo que é o melhor para
todos nós é Òrúnmìlà-Ifá, aquele que Olódùnmarè permitiu
que fosse a testemunha da criação de tudo o que na terra
existe, portanto, o "guardião dos segredos", que estava
presente em nossa criação primeira e também a cada vez
que aqui retornamos no processo de evolução.
Òrúnmìlà-Ifá, portanto, é aquele que através do jogo
divinatório fala o seu passado, seu presente e seu futuro. É
o código decifrado do destino individual de cada ser
humano, que trazemos quando nascemos, sendo um culto
específico onde os portadores desta sabedoria são
chamados de Bàbáláwò, "o Pai dos Segredos".
No Culto a Ifá, os Bàbáláwò são pessoas escolhidas pela
divindade através do jogo de Opele-Ifá, pois necessita
reunir em sua personalidade um caráter compatível com a
missão que será desenvolvida, e onde não é permitida a

54
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
traição, a falsidade, o orgulho, a vaidade, tendo que reunir
uma forma de caráter muito especial, além da inteligência,
para ser um iniciado. Neste Culto as pessoas não se
candidatam a Bàbáláwò. Na África, após o nascimento de
uma criança, ela já é levada a um Bàbáláwò para que os
pais saibam o que será melhor para o seu destino, e desta
forma encaminhada para a missão na qual nasceu. Os
escolhidos, quando atingem a idade necessária, são
encaminhados então ao templo e ali com os anciãos serão
iniciados no culto e passam a adquirir o conhecimento dos
segredos, a conduta necessária para que nunca percam este
poder e a forma de como ajudar aos outros em qualquer
tipo de aflição.
Dentre estes escolhidos, alguns serão encaminhados para
ser Bàbáláwò, e outros para serem o Omo-Ifá, aqueles que
acompanharão o Bàbáláwò em tudo o que fizerem, mas que
nunca poderão atingir ao grau maior da sabedoria, embora
estejam presentes e cientes de todos os rituais sagrados.
Este código será decifrado através dos 16 Odús, que são os
16 Òrìsàs primordiais, ou seja, o retrato de nosso caminho
na terra que podem ser multiplicados por mais 16 e assim
por diante, podendo chegar a mais de 4000, retratando
todas as formas emocionais e os problemas adquiridos pelo
ser humano. Para cada caminho (destino) existem inúmeras
rezas e ensinamentos passados oralmente ao iniciado
permitindo com isto que além de conhecer nosso
sofrimento, apresente também a sua solução. Olódùnmarè
não nos deixaria aqui somente para sofrer e andarmos
desgovernados, isto não está incluso na lógica da criação, a

55
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
única coisa é que o poder do conhecimento não pode estar
nas mãos de qualquer um, uma vez que os níveis do caráter
humano não são iguais, e que na maioria das vezes as
pessoas vão moldando sua forma de ser, de acordo não com
o seu código interior, mas sim refletindo a força externa da
sociedade em que vive.
Este treinamento requer muitos anos de prática, rituais e
absorção do conhecimento, até que receba de seus anciãos a
autorização final para também desempenhar a função de
Bàbáláwò.
Os Bàbáláwò adquirem poderes e como a própria tradução
diz "Guardião dos Segredos", seus poderes sobrenaturais
são inúmeros e chegam além da morte, pois dentro dos
ensinamentos, aprendem a manipular poções e magias que
podem curar inúmeras doenças, trazendo vida às pessoas
muitas vezes desenganadas pela ciência comum. Além da
cura, eles têm conhecimentos no preparo de magias para
que tenhamos proteção contra a violência, acidentes,
alcançar a prosperidade, resolver casos amorosos,
trabalhando com as folhas (Ewé), conseguem passar de um
elemento para o outro, o campo das energias em prol da
felicidade do ser humano.
No campo espiritual eles podem ouvir a palavra dos
ancestrais, em qualquer lugar do mundo, pois conhecem a
língua sagrada. Seus conhecimentos permitem que
interrompam o ciclo de uma criança Àbíku (que nascem e
morrem em poucos dias, ou que sobrevivem sob o perigo
da morte constante), evitando novo sofrimento para seus
pais, assim como o culto a Ebe (grupos espirituais que

56
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ficam no astral para atrapalhar as pessoas). Cultuando as
Ìyáàmi Osoronga, (as Mães Feiticeiras), podem se
transportar de um local para outro, e vir à presença dos
mortos que vivem junto de nós.

OPELE-IFÁ

Os Bàbáláwò, além da sensibilidade de seus sentidos que


permitem ver, ouvir e sentires muito alem do que um ser
não iniciado usa para a divinação o Jogo de Opele-Ifá,
confeccionados por oito frutos, de Eke saídos de uma
árvore sagrada e que ligados entre si por uma corrente serão
jogados sobre uma tábua consagrada e interpretados para o
cliente. Além disto, precisam ser inteligentes e de boa
memória devido ao grande número de combinações
possíveis entre a forma de jogar os Èkùró (caroços) e
formar através delas o resumo da vida do consulente.
Além deste utensílio sagrado, também ele poderá usar o
Òrìsà Apepe, instrumento confeccionado em um tipo de
madeira especial que após ser passado nos rituais captará
no universo energias que se transformarão em vibrações
para a qual será possível elaborar perguntas e obter
respostas a respeito de sua vida de imediato, ou seja, um
oráculo ao qual voce pode se aconselhar para qualquer
eventualidade que necessite, pois ele está captando do
universo o que será melhor fazer.
O Òrìsà Apepe, é feito de duas maneiras uma para uso
exclusivo dos Bàbáláwò, servindo para além de perguntas e

57
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
respostas, como também para magias, e outro que pode ser
usado por qualquer pessoa, mesmo não iniciada, que queira
ter junto a si um auxílio nas respostas de suas dúvidas em
seu dia-a-dia.

No Candomblé, cultuar Ifá, também conhecido como


Orunmilá, é fundamental. Divindade da sabedoria para os
religiosos Iorubás, nada se faz sem antes consultá-lo. Seu
objeto principal é o Opon Ifá, tábua sagrada onde os Odús
(signos Iorubás) são marcados no pó Ierosum (pó de uma
árvore sagrada, corroída naturalmente pelos cupins),
constituindo-se numa espécie de enciclopédia oral das
tradições dos religiosos Iorubás. Os porta-vozes de Ifá são
os Babalawós, “pais do segredo” ou sacerdotes de Ifá.

58
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
O SEU INSTRUMENTO DE CULTO É O OPON IFÁ.

Dia da semana: Sexta-feira


Elemento: água
Pedra: pérola
Saudação: Ifá mó pé, Orunmilá mo pé

A Comunicação com os Orixás pode ser feita pelo Oráculo


de Ifá ou pelo Jogo de Búzios. Ifá é o nome que
Olodúmarê, o Deus Criador, deu para Orunmilá, enquanto
divindade manifestada no mundo. Ifá é o Oráculo, o
sistema divinatório composto de diversos métodos. Os mais
conhecidos são o Opelé, o Ikin e o Merindilogun ou jogo de
búzios. Orunmilá é a divindade e Ifá é o sistema onde esta
divindade se manifesta. Não há Ifá sem Orunmilá e nem
Orunmilá sem Ifá. Estes dois conceitos são tão intimamente
relacionados, que muitas vezes nos referimos a Orunmilá
como Ifá. Orunmilá é a divindade da sabedoria e do
conhecimento, responsável pela transmissão das
orientações dos deuses e de nossos ancestrais, de maneira a
permitir a cada um de nós a possibilidade de uma escolha
acertada para uma vida feliz.

“Orunmilá, a Testemunha do Destino e da Criação. O


segundo após Olodúmarê. Aquele que estava presente, ao
lado de Deus, quando a Vida, o Mundo, o Homem foi
criado. Orunmilá tudo vê, tudo sabe, tudo conhece. Não há
nada que tenha sido criado ou que virá a ser criado que
Orunmilá não saiba antes. Orunmilá conhece a vida e

59
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
conhece a morte, ele conhece a existência: o antes e o
depois. Por isso ele pode ajudar.”

Orunmilá/Ifá deve ser compreendido como um sistema: é o


homem e a sua ferramenta. Por vezes o homem é a sua
própria ferramenta. Orunmilá é tanto humano, quanto
espírito. Enviado por Olodúmarê para ir a diferentes
lugares, sempre que há necessidade para ajudar os homens
a enfrentarem seus problemas, contornando obstáculos e
desenvolvendo o seu bom caráter. Podemos também
imaginar Orunmilá como o espírito de Olodúmarê,
manifestado no homem.
Alguns dizem que a palavra Orunmilá deriva de Oro-Omo-
Ela ou Oro= palavra/espírito, Omo= filho, Ela= Deus. Após
a Criação, Orunmilá veio a Terra como a divindade
encarregada por Olodúmarê para ensinar os homens. Esta
mensagem é Ifá, a luz, o conhecimento e a orientação da
sabedoria ancestral de toda a humanidade.

“O jogo de búzios tem por finalidade identificar nosso


Orixá (Ori=Cabeça (física e astral) + Isá=guardião); ou
seja, problemas do plano astral, espiritual, material e suas
soluções”.

O jogo de búzios é uma leitura divinatória e esotérica por


excelência, utilizado como consulta, quer seja; para
identificar o nosso Orixá que é a mesma figura do anjo de
guarda; as situações materiais, astrais e espirituais,
principalmente com relação a problemas e dificuldades.

60
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
A leitura esotérica divinatória está diretamente ligada a
Òrúnmìlà, cujos Babalorixás são seus porta-vozes, outras
lendas africanas, mostram a ligação do jogo de búzios com
Exú, Oxum e Oxalá. Os búzios são jogados em número de
dezesseis, que correspondem aos dezesseis Odús principais.
São dois os métodos divinatórios conhecidos e utilizados
no Candomblé, o Obi e o Merindilogun.

MERINDILOGUN

O jogo com os 16 búzios é chamado Merindilogun, onde


cada búzio representa um orixá e neste jogo a resposta dos
orixás é dada por meio dos odús, que são 16 mais um,
correspondendo diretamente ao número de búzios lançados,
a quantidade de búzios abertos indica o odú. Os 16 odús
são:
1- Okaran - Exu
2- Ejiokomeji - Ogum e Ibeji
3- Etaogundá - Obaluaiê e Ogum
4- Yorosun - Iemanjá
5- Osé - Oxum
6- Obará - Oxóssi, Logunedé e Xangô
7- Odi - Oxóssi Obaluaiê e Oxaguiã
8- Ejionilé - Oxaguiã
9- Osá - Iansã
10- Ofun - Oxalufã
11- Owarín - Ogum, Iansã e Exu
12- Ejilaseborá - Xangô

61
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
13- Odilobán - Nanã
14- Iká - Oxumaré e Ossaim
15- Obeogundá - Ewá, Obá, Oxumaré e Omolu
16- Aláfia - Orixalá, Odúdua, Obatalá e todos os Orixás
funfun

Todos nós temos um odú de nascimento, para sabê-lo basta


somar os números da data de nascimento e verificar que
odú corresponde. Como os odús vão de 1 a 16 é preciso
somar o resultado encontrado, para que ele caiba dentro
desta numeração e o orixá correspondente a este número.

OUTRA DEFINIÇÃO DE ODÚ

Tão importante quanto nosso òrìsá, nosso Odú tem


importância fundamental em nossas vidas. Este texto
esclarece como Odú é fundamental em nosso destino.

Há no Brasil, uma grande curiosidade das pessoas em


conhecer o orixá de cabeça; quem é seu pai ou sua mãe. É
compreensível. Creio, porém, que não devemos perder a
dimensão de que é mais importante conhecer o odú pessoal
que o orixá de cabeça. Vou tentar explicar a razão. Vamos
ao primeiro passo.

Odú é uma espécie de signo que rege o nascimento de cada


pessoa. A tradição iorubá aponta a existência de 16
Odús principais, cujas combinações perfazem 256 odús.

62
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Cada um de nós é regido por um desses Odús ou omó Odú.
Cada odú é composto de uma infinidade de poemas,
relatando a história da criação e o papel que os orixás e
uma série de outras espiritualidades exerceram nessa
história primordial. O conjunto dos odús forma, então, o
texto canônico sobre o qual se sustenta a tradição de Ifá.

Dentro dos odús estão os caminhos e as possibilidades que


cada um de nós carregará para o resto das vidas. Nesse
sentido, odú é o destino possível de cada um. Meu odú, por
exemplo, contém as coisas que devo evitar, os eventos que
podem colocar em risco a minha vida, as comidas que me
fazem bem, as comidas que me fazem mal, minhas aptidões
profissionais, minha relação com meus ancestrais, as folhas
que me curam, as folhas que me matam, os ebós que me
salvam, os orixás que me acompanham… O que salva, no
meu odú, pode matar, no odú de outra pessoa. Nenhum
homem escapa ao seu odú. Vive os caminhos ire (positivos)
ou ibi (negativos), mas não escapa. Odú é o designo de
OLORÚM, o deus maior.

Não se faz ou não se deveria fazer santo na cabeça de uma


pessoa, sem o conhecimento prévio do odú da mesma.
Exemplifico. Digamos que o Iywao que vai se iniciar seja
filho de Sòngo. Há um dos 256 odús daqueles famosos, que
todo babalawo conhece, em que Ifá revela que a energia de
Sòngò é forte demais para ser consagrada na cabeça de
alguém. A simples menção do nome deste odú evoca os
poderes do fogo. Imaginem raspar Sòngò no ori de um

63
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
noviço que seja desse signo. Não se raspa em nenhuma
hipótese. Assim Ifá ensina como o sacerdote deve agir.
Osa Irosun nos diz em um de seus versos: Só
Orunmilá pode revelar o orixá de cabeça de cada pessoa e
só Orunmilá pode determinar que orixá deve ser
consagrado na cabeça de cada um. É por isso que conheço
exemplos louváveis de grandes Bàbá/Iyàlorisá que não
fazem orisá na cabeça de ninguém sem antes consultar um
babalawo, para confirmar se os procedimentos litúrgicos
adotados estão de acordo com as ordens do único orisá que
pode estabelecer isso: Orunmilá.

Diz-se que, nos primórdios dos tempos, não existia


separação entre o céu e a terra (orum-aiyé) e que havia uma
convivência íntima entre os orixás e os seres humanos;
todos podiam ir ao orum e voltar quando desejassem.
Porém certo dia, o homem desonrou seu compromisso com
OLORÚM, pecou contra o supremo ao tocar o que não
podia ser tocado ou comer o que não podia ser comido. E
assim, o mesmo dividiu o céu e a terra. O privilégio da livre
comunicação desapareceu em troca das diferentes formas
oraculares estabelecidas e legadas por orunmilá.

Odús (signos de ifá), são presságios, destinos,


predestinação. Os odús são inteligências siderais que
participaram da criação do universo; cada pessoa traz um
odú de origem e cada orixá é governado por um ou mais
odús. Cada odú possui um nome e características próprias e
dividem-se em “caminhos” denominados “ese” onde está

64
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
atado a um sem-número de mitos conhecidos como itàn ifá.

Odús são os signos de Ifá, o resultado do jogo. Segundo as


lendas do candomblé africano, os Odús representam os
destinos criados por OLORÚM, com todas as
características da vida cotidiana e baseados no
comportamento e temperamento humano. Então, os Odús
seriam os signos do destino que regem cada orixá, que por
sua vez, regem cada homem sobre a terra.

Os odús são os principais responsáveis pelos destinos dos


homens e do mundo que os cerca. Os orixás não mudam o
destino da vida e sim executam suas funções dentro da
natureza, liberando energia para que todos possam dela se
alimentar.

O odú é o caminho, a existência do destino o qual o orixá e


todos os seres estão inseridos.

Alguém já escutou a seguinte frase?


Com o destino não se brinca…
Sua vida esta escrita…
Seu destino já estava escrito…

E muitas outras frases populares que se refere à odú. Cada


pessoa pode ir de encontro ou seguir um caminho alheio ao
destino estabelecido, isso nós dizemos que a mesma está
com o odú negativo, ou seja: seu destino, sua conduta foge
as regras siderais, ou seja, seguiu um caminho negativo

65
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
dentro do estabelecido. Nós quando nascemos, somos
regidos por um odú de ori (cabeça), que representa nosso
“eu”, assim como odú de destino, espiritualidade…

66
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ITAN DE EJIOGBE
DISPUTA DE CAMINHOS: TERRA, PRAÇA E ÁGUA.
Da disputa entre três caminhos; Terra, praça e água, pelo
desejo de ser o mais importante. Ajá, que serviu de
intermediador, lhes disse: - Lutam por simples prazer, pois
nenhum dos três é mais importante que os demais. Desta
forma, é necessário que se unam e vivam em paz. Se a água
não cair sobre a terra, esta não prodúzirá seus frutos e a
praça perderá a sua utilidade, que é a de servir, como local
de comercialização dos frutos da terra. Vivam em paz os
três com a mesma importância.

Devido a esse comportamento, os três fizeram as pazes.


Todos ficaram agradecidos.

A Terra disse a ajá: - Por mais distante que vás de tua casa,
jamais te perderás, pois sempre te servirei de orientação.

A Praça falou para ele: - Quando sentires fome e nada


tiveres para comer, venho a mim, eu sempre reservarei para
ti algum alimento, nem que seja um simples osso.

A Água também se pronunciou, dizendo: - Estarei sempre


disponível para matar a tua sede e mesmo que caias em
meu leito, jamais perecerás afogado, pois eu mesma te
ajudarei e nadar e a livrar-te do perigo.
Com esse comportamento, Água, Terra e Praça, tornaram-
se os maiores amigos de ajá.

67
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ITAN DE OGBEYEKU

Segundo as lendas, o Rei de IFÉ havia morrido, e os


membros da corte procuravam alguém de idade avançada
para substitui-lo, na esperança de que esta pessoa, por ser
muito velha, viesse a morrer também em pouco tempo.
Um velho vendedor de tecidos do mercado, sendo sabedor
do problema, foi consultar IFÁ, na esperança de poder
assumir a coroa real. Na consulta surgiu OGBEYEKU, que
prescreveu um ebó composto de um bode preto, muitos
panos e muitas moedas.
O velho providenciou para que fosse feito o ebó, após a
realização do mesmo, o velho dirigiu-se às cercanias do
Palácio, onde permaneceu aguardando os acontecimentos.
Ao vé-lo, os membros da corte pensaram logo em coroá-lo
rei, pois, por sua idade e aparência, não tardaria muito a
morrer, o que lhes permitiria então coroar uma outra
pessoa, de acordo com seus interesses. Assim foi feito, mas
graças ao ebó que já havia oferecido, ao contrario do que
todos esperavam, o velho viveu por muitos anos,
governando assim com muita justiça e sabedoria.

ITANS DE OGBEDI

Segundo as lendas, Orumilá chegou a um vilarejo, onde foi


tão mal recebido e desprezado, que teve que oferecer uma
festa, com muitas comida e bebida, para restabelecer o seu
prestigio.

68
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Deve-se oferecer adimú a Orumilá, para não ser desprezado
pelas pessoas.
Numa manhã bem cedo, um rapaz ainda jovem, chegou à
casa de Orumilá, onde foi recebido por Yematero.
Logo que foi atendido, o rapaz falou: - Vim á mando da
Oxum, com a incumbência de despertar Orumilá.
Observando-o atentamente, Yematero respondeu
simplesmente: - Desperta então!
O rapaz, prontamente ajoelhou-se diante de Orumilá, para
quem endereçou a seguinte prece: - Ogbedi kaka, Ogbedi
lele, Adifajoko barabamiregun adifafun Oxúm, Adifafun
Ogúm, Obini Ogbesa Iyematero afefe lo salu osolode awo
loda lo ikin.
Orumilá então despertou tranqüilamente e, neste exato
momento, Oxum e Ogum bateram em sua porta, saudando
ao dono da casa: Boru, Boiye, Bosheshe. Depois de
responder a saudação, Orumilá perguntou: - Quem é este
jovem, que demonstra tanto saber?
É Ogbedi... – Respondeu Yematero – Awo da terra Ijeshá
que, a partir de hoje, substituirá Ogbesa, na tarefa de
despertar o Senhor do saber.
A partir deste dia, Ogbedi, por sua sabedoria, ficou
encarregado de despertar Orumilá, todas as manhãs, com
sua prece poderosa.

ITAN DE OGBEIWORIN

Segundo as lendas, quando Orumilá se queixava por não

69
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
possuir uma mulher, surgiu-lhe ogbeiwori, que lhe disse:
- faz ebó com duas galinhas pretas e uma cesta de
mandioca e terás uma mulher como companheira durante
todo o decorrer deste ano.
Feito o ebó, Orumilá recebeu a orientação de plantar uma
roça de mandioca, o que tratou logo de fazer.
Quando a mandioca estava no ponto de ser colhida,
Orumilá notou que alguém estava roubando sua produção e,
para pegar o ladrão, pôs-se de guarda.

Um dia durante a vigia, viu quando duas jovens entraram


em sua plantação e começaram a colher algumas raízes.
Surpreendidas em flagrante, as moças começaram a chorar
e pedindo perdão, diziam que não eram ladras, mas que
foram levadas a cometer o delito por não terem o que
comer. Orumilá lhes disse: - Tudo bem, vou perdoá-las,
mas com a condição de que não voltem a roubar, pois estas
mandiocas foram plantadas por ordem de Ifá, para que eu
possa conseguir uma mulher como companheira. - Se
realmente é verdade que você nos perdoa, - disseram as
jovens, - preferimos unir-nos a você, em vez de sermos
consideradas como larápias. Então Orumilá tornou-as como
esposas.

OGBEWORIN

Este Odú assinala projetos sem consistência e que se


transformam em ilusões vãs.
As pessoas regidas por este Odú consideram-se por demais

70
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
importantes, costumam não aceitar conselhos, nem
orientações de pessoa alguma. Às vezes, é necessário
deixá-los de lado, para que aprendam com a experiência de
seus próprios sofrimentos.
De acordo com seus comportamentos e sua própria
formação, estas pessoas acabam sozinhas na vida social e
religiosa.
Deste Odú, nasceu a telha usada no culto de Egúns. Por
isto, tem que ser inscrito na Atena de Egún e de Oparaldo.
Foi por este caminho que a Deusa Oxúm comeu galinha
pela primeira vez.
Foi aqui que Obatalá concedeu ao escorpião, o poder
existente na ponta de seu rabo e que consiste em um ferrão
com veneno. O escorpião, insatisfeito, queria que Obatalá
lhe dese asas, no que não foi atendido.
Quando se dá cabra à Orumilá por este Odú, retira-se um
pedaço do fígado, que é dado como refeição para um cão.

ITANS DE OGBEBARA

Este Odú deve ser bem cuidado, pois ele traz traição para
seus filhos.
Segundo as lendas, os ministros disseram ao rei que deveria
sacrificar seu primogênito para salvar seu próprio povo,
mas tudo não passava de uma trama para destrui-lo.
Este Odú é responsável pelas revelações secretas e coisas
escondidas. De acordo com as lendas, as pessoas deste
Odú têm um egún que lhe fala ao ouvido.

71
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Este Odú avisa que não se pode negar esmolas ou qualquer
espécie de ajuda às crianças e filhos de Obatalá.
Segundo as lendas, Obatalá fabricava cordas e queria
vendê-las no mercado da cidade. O primeiro a quem
solicitou ajuda, era um homem velho, que negociava com
artigos usados em rituais de feitiçaria e que, por trabalhar
só à noite, não pode fazer nada. Neste caso, Obatalá
solicitou a orientação de Orumilá, que consultou o Oráculo,
onde surgiu Ogbebara, afirmou que, para que não tivesse
prejuízos, teria que fazer um ebó com uma franga, antes de
sair para o mercado e ao regressar, deveria dar um galo a
Elegbara, uma galinha branca à sua cabeça e um cabrito
para Ossaiyn. Assim sendo, Obatalá fez o ebó, e teve
excelentes resultados, ficando assim muito rico.
Ifá indica este ebó, para abrir os caminhos de negócios e de
dinheiro, para as pessoas regidas por Ogbebara.
Dizia uma das lendas, que a codorna e o papagaio tinham
inveja do Flamingo e, por este motivo, lhe declararam
guerra. Flamingo foi correndo consultar Orumilá, que lhe
disse: - Pela sua elegância no andar e por sua eloqüência,
você derrotará seus inimigos, mas não permita que a
vaidade suba a sua cabeça, para que não seja prejudicado
pela sua própria vaidade. Desta forma, Flamingo sobresaiu-
se, usando sua capacidade e inteligência, e derrotou seus
inimigos.
Mantendo a ética e a modéstia, fazendo apenas uso de sua
inteligência, qualidades e capacidade natural, sem
rompantes de vaidade, os filhos de Ogbebara saem
vitoriosos de qualquer situação, por mais adversa que se

72
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
configure. Só é necessário que se deixe guiar por Orumilá.
Foi neste signo que nasceram os segredos do opinifá e do
erukeré.
Este Odú não permite que seus protegidos sejam pessoas
com ocupações profanas. Essas pessoas devem se dedicar-
se inteiramente a Ifá, pois Ogbekana é Babalawo nato.
Este Odú também se dedica aos problemas de trabalhos.

ODÚ OGBEYONO

Deste Odú nasceram os ganchos em que se penduram as


carnes nos açougues. Nasceram também as muletas.
Por este Ifá, primeiro se recebe Elegbara e só depois se
completam os guerreiros.
Por este Odú, Oluo Popo tinha três nomes. Lanlé, Adatolú
e Olugage. Eram estes nomes que lhe traziam as virtudes
de guerreiro, bruxo e advinho, e que se chamam Ololá.
Neste Odú, Oluo Popo chegou a terra Arará vestido com
pele de tigre e Xangô perdoou-o por suas faltas.
Os três primeiros advinhos de Oluo Popo foram, Abamiomi
e Ashetilu.
Foi neste Odú, que Azawani correu o mundo montado num
bode da montanha, e como o caminho era muito longo, teve
que substitui-lo por um veado, chegando assim em seu
reino, na terra de Arará.
Por este Odú chagam as maldições que atingem os pés das
pessoas e proíbe em definitivo que seus protegidos comam
pombos.

73
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ITANS DE OGBEYONU

De acordo com as lendas, na terra de Olosa Lofun havia um


rei que tinha três filhos, dos quais vivia separado por uma
lagoa.
Certo dia, como acontece com todos, o rei morreu, e seus
emissários foram avisar o ocorrido aos interessados e
principalmente aos seus herdeiros.
Atikeke, o filho mais velho, mais diligente que seus irmãos,
foi o primeiro a sair para o funeral e, para atravessar a
lagoa, tentou alugar uma canoa.
No meio da travessia, o barqueiro, parando de remar, disse
ao príncipe: - Como pagamento por meu trabalho, exijo que
me dê todos os tipos de alimentos e de bebidas, além de tua
própria mulher!
- Estás louco? Indagou o príncipe – só te pagarei o preço
justo da travessia!
Imediatamente, o barqueiro, atirou-o às escuras, onde vivia
um grande jacaré, que devorou o jovem.
O barqueiro, perpetrado o crime, retornou ao local onde o
príncipe embarcara e ali escondeu todos os seus pertences.
Pouco depois, chegou Atilele, o segundo filho do rei, que
contratou o mesmo barqueiro para transportá-lo até o outro
lado do lago.
No meio da travessia, o barqueiro agiu da mesma forma
que havia agido com seu irmão Atikeke, e o príncipe por
não concordar com as exigências do malfeitor, foi também
atirado às águas e devorado pelo grande jacaré.
Ai então, o barqueiro, repetiu o mesmo comportamento,

74
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
regressando ao ponto de origem, e os bens de sua segunda
vitima, foram acrescentados ao que havia roubado da
primeira.
O filho mais novo, Akikilo, que era filho de Yemanjá, antes
de partir para o funeral de seu pai, havia consultado Ifá,
saindo, na consulta, o Odú Ogbeyuno, que lhe ordenou
fazer um ebó, com um barquinho pequenino, dois remos e
dois galos, que deveriam ser sacrificados, um para Elegbara
junto com Ogum e o outro para o egúm de seu pai. Além
do ebó, foi-lhe recomendado que concordasse em dar tudo
o que lhe pedissem antes de ser coroado rei.
Akikilo, feito o ebó, dirigiu-se às margens do lago, onde
encontrou o mesmo barqueiro, que contratou para
transportá-lo.
Ao chegarem ao meio do lago, a mesma proposta lhe foi
feita e o príncipe concordou em dar ao homem tudo o que
lhe estava sendo pedido, o que só poderia ser feito, no
entanto, depois que fosse coroado rei. Satisfeito, o
barqueiro começou a cantar.
Atikeke eni iku, Atirere eni iku, Akikilo Oba nile olosa
lofun.

Respondendo, Akikilo cantava:


Kumi lele Akikilo ori olosa lofun.

Depois de realizado o funeral, Akikilo foi coroado rei e o


barqueiro conduziu-o até o local onde havia escondido os
bens de seus irmãos, que haviam sido devorados pelo jacaré
sagrado.

75
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Ficando muito revoltado, o novo rei ordenou que o jacaré
fosse retirado do lago e levado ao pátio do palácio, onde
seria cultuado por conter, em seu interior, seus dois irmãos.
O barqueiro foi decapitado e sua cabeça foi enterrada num
buraco no pátio do palácio e sobre ela foi assentado o
Elegbara que vivia no jacaré. Exú Oloni Iyumi (vive dentro
do jacaré sagrado).

Segundo ainda às lendas, certa ocasião, um rei muito cruel


e malvado que, por suas atitudes injustas e cruéis, era
temido e odiado pelo povo.
O irmão do rei, seu herdeiro direto, era uma pessoa de boa
índole, muito querido e respeitado pelos súditos e que
sempre que podia, intercedia nas decisões do monarca,
sempre em favor dos menos favorecidos.
Sabedor da preferência do povo por seu irmão, o déspota
resolveu livrar-se da incômoda presença que, em sua
loucura, representava um risco constante para o seu cargo.
Sem poder simplesmente assassinar o próprio irmão, o que
por certo causaria uma revolução no país, maquinou um
plano terrível, para assegurar a coroa em sua própria
cabeça.
Segundo as leis do país, o rei teria que gerar filhos que, por
sua morte, iriam substituí-lo no trono, isto no caso de não
ter irmãos mais novos, que teriam preferência sobre os
filhos, Ora, o herdeiro do rei era seu irmão e os herdeiros
deste seriam os seus filhos, sobrinhos do rei em exercício.
Acontece que, o príncipe-herdeiro apesar de casado, ainda
não tinha gerado filhos e, sendo ele o único irmão do rei,

76
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
em caso de impedimento, cederia seu direito à sucessão ao
filho mais velho do rei.
Um dos motivos que serviam de impedimento para assumir
o trono era a impossibilidade de gerar filhos.
O plano do mavélico rei para livrar-se da incomoda ameaça
que representava seu irmão, consistia em mandar castrá-lo,
assim como á sua mulher, o que afastava definitivamente a
possibilidade de ser por ele substituído.
Se assim pensou, assim fez. Depois de mandar castrar o
irmão e a cunhada, ordenou que fossem levadas para uma
ilha distante, para que a vergonha de serem incapazes de
gerar filhos não incomodasse o ambiente da corte.
O infeliz príncipe, que era filho de Obatalá, viveu por
muitos anos no desterro, em companhia de sua
companheira, até que um dia, recebeu a visita de seu Orixá.
Pegando um grande caramujo do mar, Obatalá retirou dele
o molusco, que foi colocado no lugar onde antes ficava o
pênis do homem. A casca do caramujo substituiu o órgão
sexual da mulher, que havia sido totalmente destruído por
ordem do rei.
Depois de dezesseis dias, disse Obatalá – vocês deverão
unir-se em ato sexual e desta união será gerado um filho
varão.
O tempo passou e um belo dia, um lindo menino veio ao
mundo. Na hora do ato do parto, Obatalá apresentou-se e
ordenou ao homem: - Pegue seu filho e sua mulher e
retorne imediatamente ao palácio, pois amanhã mesmo, a
coroa real será colocada sobre sua cabeça.
No dia seguinte, o príncipe com sua família, adentrou a sala

77
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
do trono, onde uma recepção era oferecida a embaixadores
de diversos países vizinhos. No momento em que viu seu
irmão e sua cunhada com um filho no colo, o rei quis
protestar, mas, acometido de um mal súbito, caiu morto
sem esboçar uma só palavra.
Ao tomar conhecimento do ocorrido, o povo, em grande
alegria, cuidou de coroar o novo soberano, que reinou por
muitos e muitos anos, com justiça e bondade.
Ifá então se pronunciou.
Orumilá é aquele que, amigavelmente, dá dinheiro a seus
filhos, nos caminhos da vida.
É esperado que ele nunca olhasse a ninguém com ira,
porque isto acontece uma única vez.
Ele é aquele que nos conduz às terras agradáveis e férteis, e
nos saúda, e nos faz o caminho ser agradável.
Ele é aquele que desaparece dentro do bosque e é
reencontrado dentro de casa.
O mendigo que colhe laranjas no teu quintal pode ser a
divindade que possui o segredo do jacaré. Por tanto
procure nunca desprezar ninguém, por sua posição
subalterna e humilde.
Aquele que dá, sempre lhe parece que dá muito. Aquele
que recebe sempre, embora lhe dêm muito, lhe parece
sempre que recebe pouco. Estas são palavras de Oloiya
Gbana.
Portanto, nunca se deve tirar proveito, nem explorar a
bondade de outras pessoas.
Na terra Bebeleke, viviam Awo Kukunduku e Awo Eleiyé
e entre ambos existia grande animosidade.

78
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Awo Eleiyé praticava magia negra e estava sempre fazendo
feitiços para que Awo Bebeleke perdesse a memória.
Em decorrencia dos feitiços que lhe eram endereçados,
Awo Kukunduku estava sempre envolvido em diferentes
problemas e a única defesa que conhecia era tocar seu ilú,
para afugentar o mal.
Todas as vezes que ia consultar seu oráculo, surgia
Ogbeyonu e, imediatamente, Awo Kukunduka caia preso
de alguma enfermidade.
Certo dia, Elegbara, que apreciava o som que o advinho
tirava de seu ilú, resolveu ajudá-lo e surgindo à sua frente
lhe disse: Para dar fim aos problemas que te afligem, deves
me acompanhar até a casa de Awo Oluyebe, na terra
Naranara.
Imediatamente os dois se puseram a caminho, e na estrada
que conduzia à Naranara, existiam muitos elekés de todos
os Orixás, caidos pelo chão. Elegba mandou que Awo
Kukunduku recolhesse os eleké, afirmando que poderiam
ser úteis no futuro.
Quando chegaram à casa de Awo Oluyebe, este
imediatamente abriu o jogo e, o Odú que surgiu foi
novamente Ogbeyonu e, ao vê-lo, o advinho falou:
- Toda a tua tragédia é originada por teu irmão, que é
Feiticeiro, e vive a te fazer mal. Vou ensinar-te um segredo
de Ogbeyonu chamado Ileke Otanifá. Trata-se de um fio de
contas que deverás usar sempre que fores consultar teu Ifá,
para que nenhum mal te alcance. Preciso de contas de
todos os Orixás, para confeccionar o Inhanfá.
Os ilekés de Orixás, que foram recolhidos pelo caminho,

79
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
foram então entregues a Awo Oluyebe, que começou logo a
preparar o Inhanfá, fazendo gomos de contas com as cores
de cada Orixá e rezando, enquanto os enfiava.

Um gomo – Exu - contas pretas e vermelhas, alternadas.


Elegba Oshá biwá manakukun bebeileke inhanfá
otoniboshe.
Depois, separando o primeiro do segundo gomo, enfiou
uma firma de madeira onde havia entalhado os signos de
egún, Oturaniko: Ireteyero: Ogundabede e Ogundafun,
reprersentando todos os antepassados e rezou: Inhanle Egún
Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele Otonishe.

Dois gomos – Ogum – contas azul escuro.


Ogúm Owá awanijé Oshá Ireleké bebe Inhanfá otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza:
Inhanle Egún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele
otoniboshe.

Três gomos – Oxossí – contas azul turquesa.


Oxossí atamatasi Oshá Mosiere, omasiere bebe ileke
inhanfáotoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza:
Inhanle Egún Kuele Awo Beleke otoniboshe.

Quatro gomos – Orishaoko – contas rosa, azuis e


rejadas, nestas cores sobre fundo branco.
Osháoko, Osha Omare owaye alake aiye bebe ileke inhanfá
otoniboshe.

80
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza:
Inhanle Egún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele
otoniboshe.

Cinco gomos – Inle – contas azul-pavão alternadas de


sete em sete por um pedaço de azeviche.
Inle Oshá Kele Oku aiye Osiyn bebe ileke inhanfá
otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a
Reza: Inhanle Egún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele
otoniboshe.

Seis gomos – Oluopopo - contas marrons e negras,


alternadas.
Oluopopo Oshá Aiye motumba edasanu bebe ileke inhanfá
otoniboshe.
Outra firma da madeira identifica a primeira e a reza:
Inhanle Egún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele
otoniboshe.

Sete gomos – Dada Ajaká – contas vermelhas e brancas


alternadas duas a duas.
Dada Omolawo abure ibagola bebe ikele inhanfá
otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza:
Inhanle Egún Wkuele Awo Beleke Inhanfá Kuele
otoniboshe.

81
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Oito gomos – Xangô – contas vermelhas e brancas
alternadas uma a uma.
Xangô Baloni Oshá Baloku bebe ileke inhanfá otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza;
Inhanle Egún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele
otoniboshe.

Nove gomos – Aganju – contas marrons e brancas


alternadas uma a uma.
Aganju sholá okuo owuniki Oshá odô bebe ileke inhanfá
otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza:
Inhanleegún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele otoniboshe.

Dez gomos – Obatalá – contas brancas.


Obatalá Oshá eruare Oshalufon bebe eleke Inhanfá
otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza:
InhanleEgún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele otoniboshe.

Onze gomos – Yewá – contas vermelhas escuro, rosadas


e coral, alternadas a uma.
Yewá shá orima Kai kai Olumakara bebe ielke inhanfá
otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica à primeira e a reza:
Inhanl e Egún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele
otoniboshe.

82
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Doze gomos – Obá – contas coral e amarelo ouro
alternadas.
Obá Oshá omoyurú, oshá Omiwaye sokun bebe eleke
inhanfá otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza:
Inhanle Egún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele
otoniboshe.

Treze gomos – Oxúm – contas amarelo-ouro.


Oxúm Amariye ariden, Oshá Nanã bebe ileke inhanfá
otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza:
Inhanle Egún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele
otoniboshe.

Quatoze gomos – Oiyá – contas marron-telha.


Oiyá Oshá Iyá oruko Ogbono. Oshá Kele bebe ileke
Inhanfá otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza:
Inhanle Egún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele
otoniboshe.

Quinze gomos – contas brancas transparentes ou azul-


água transparentes.
Yemanjá – Yemanjá Oshá Towá omi, lolabebe ileke
Inhanfá otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica a primeira e a reza:
Ihanle Egún Kuele Awo Beleke Inhanfá Kuele otoniboshe.

83
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Dezesseis gomos - Orumilá – contas verdes e amarelas
alternadas uma a uma.
Orumilá Babá Obarabaniregun Ori nile Odúduwa bebe
ileke Inhanfá otoniboshe.
Outra firma de madeira identifica á primeira e a reza:
Inhanleegún Kuele Awo Beleke Inhanfá Orun otonibosh.

Depois, fechou com uma firma negra e amarrando o


Inhanfá, rezava:
Awo Oluyebe Inhanfá taranara iku jun.
Awo Oluyebe Inhanfá taranara arun jun
Awo Oluyebe Inhanfá taranara ihu jun
Awo Oluyebe Inhanfá taranara iku jun

Depois de havê-los amarrado, apresentou-o ao sol e disse:


Orun Oshá Agba ileke Olorun otonifá obaiború Olorun.
Depois, dirigindo-se a Awo Kukunduka disse: Vamos lavá-
lo e fazer ebó com dezesseis penas de ekodidé sobre sua
cabeça: depois, pegando o Inhanfá, fez com que Awo
Kukunduka se ajoelhasse e cruzasse os braços sobre o
peito, e colocando nele o Inhanfá, rezou:
Inhanfá forolojú are Iku ota asho Naranara Oluyebe obi ina
Oluyebe ileke Ioyeye Onifekun Orumilá.

Depois rezou:
Oluyebe ileke, oluyebe ilekeô! Obinako Kuanasho.
Olujebe ileke, ileke Awo, ileke oman, ileke ariku Babawá.

Apartir de então, todos os Awo têm que, em honra à Awo

84
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Oluyebe, usar o inhafá de Ogbeyonu sempre que forem
consultar o Oráculo, para que não fiquem doentes nem
vulneráveis aos malefícios de seus inimigos.

Os Awo, de Ogbeyonu, quando recebem obé, depois que


termina o itá e os ebós, tem que dar uma eiyelé ao seu
Inhafá junto com Egún, depois de sete dias, dá um galo ao
inhafá em cima do tabuleiro, no meio do pátio e fazer a
seguinte reza:
Inhafá opon bebeawo akuko bobonibashe.
Iku Alawo boboniboshe,
Arun Alawo boboniboshe,
Ejo Alawo boboniboshe,
Ofo Alawo boboniboshe,
Egún Alawo boboniboshe,
Ina Alawo boboniboshe.

OBS: O akuku tem ser despachado num rio.

85
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
REZAS PARA OS 256 ODÚS

OGBE MEJI
baba ejiogbe alalekun moni lekun
ako aya lala, omodú aboshun, omo eni ko she
ileke rishe kamu, ileke omi lori adifafun
aladeshe ilapaporo timbabeledi agogô

YEKU
agbeyeku baba omolu ogbeato awo edan adifafun
inashe iku aba iworo aku kata olo tinshe
ni ape, yangi omo logbo erauko lorugbo elebo

OGBEIWORI
ogbeiworin maferefun obatala aleyo umbo
inedi ire umbo omofa, ogbe bocle ide ele
adifa joko ashegida orunmila dada
ashe, kue, ki eiyele, ekodide, eku, eja, epo
agbado, opolopo owo

86
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OGBEDI
ogbedi kaka, ogbedi lele ada shasha
asiko ebana, adifafun, ate ogun
tinsho oka mama, okoa marun elebo

OGBEROSO
ogberoso unlele ashe ebo to ariku babawa
akuo ebo rori orunmila iseta ogberoso
unlele ashe, ate deku atie, atie dei, deja atie, atie
agbado atie, akuko, akuko atie, atie juju, juju atie
omolu otuarumale inkuin adie

OGBEWONRIN
ogbeowonrin ago emi igbelori ki okuni
pawo aya wala, aya wala, oto aya wala
osi mo kunlo, wale koto, wale to oun
beleno oto, Oto

OGBEBARA
didun nisshe uiye bigbe niti okuru
lema ishe unje lese lokun, eku adenia

87
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
re wale adifafun oshere igbeti iyeba
oma oja fi ogbemtusshe gegere ashe isede
won ni ko eru eku, ejalebe igbin meji lebe
ajasa meji lebe, osadie meji, ebe akuko, adie
lebe egbejie, legun, owo lebe orisha nian
oshere ingbe osuegbe ifa eiyaleshe owe
kan tabj afeshe, kanki aru ebeki orun
kima pade aje nibé

OGBEKANA
ogbekana, ogbekanran, lodofun obatala
adafun shango ni moti alamo ni alakosi
moni jeun, ogun babare arunmila lorobo

OGBEYUNO
ogbeyuno aya ade moqaye orenia laiye
adifafun odúduwa wa ye-nifa owaye
odúduwa iku segere arunse gere ofo segere, ejo segere,
ogu segere, onilu segere onan segere

88
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OGBESA
ogbesa yeye materu afefe salu aye
afefe salu olorun, adifafun ewe
bana, abaiyyeni, abaiyeni orunmila
ofefelonan shango adiffun ewe bana

OGBEKA
ogbeka adifa joko kanfun ashe
berebere omo olofin orobo eure
akuko eiyele, yaroko, asho pupa
orunmila orumbo

OGBETRUKPON
ogbetrukpon adeilu fote ashe
mi ara orumbo tele telu
ami afein loje adifafun obatala
ogbetura ogbetua mo fori sesi adifafun olowo
alade mofu sesi adifafun, ajapa tiroko
lode nifa ojege odúduwa mowale iyere olofin

89
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OGBEATE
ogbe mata alamata, alamata omo awoshe
mafitaum adifafun oma banishe ekodide
ade, eku, eje, eiyele, efun, ojum, obatala
owo mesam elebo

OGBESHE
ogbeshe kan kanton obaje dewa
ekodide sara umdere ololu kere
lodiye iyalode okere dimoro
emidesum, ediferemo atolarefa
iji bojo nila, odú aji bagadara
niwasi ikowoshe iyami washe
shi iyami mori yeye o!

OGBEFUN
ogbefun funlo puami eri bawi iku mayeyeri wani
adifafun euba um lope oma obatala ashe lebo jekua,
adushe ingungun mariwo lebo lebo adie meji, akuko
meji, eku, eja epo, owo

90
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
IWORI MEJI
iwori meji igi, igi, miya, miya adifafun koloko
yebefa tiroke ya lampe shango, aroniyeo
eleripim orunmila lorugbo

IWORILOBE
iworilobe ifa may ewe, ifa afefeti iki ti ewe anakun
orun bebeni ifa adioko oni bara ban, regun
ara bushe awo may ewe awo adeioko ori ifa
oni shango, oniwo olokun oni ni fa

IWORI YEKU
iworiiyeku inkan iku ombelare oum
yelein intori ikan to walore ala
to guman ala bururu oum baton she gbe
inkan to gire bori ko mawa yate lowo lonon nimi obori

IWORIDI
iworibode iwori fa, ifa iwori Omo yebe gongolo yebo
obatala abirenifa olokuni gbore omo ina bore ifa wolode
fi alagema sayere ifa oshala borugbo

91
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
IWORIIKOSO
iworikoso eni ewa ogboni egun iku ayege
imoneke arun efun efun lele ye
kun ya arun leye leye intori arun obonhu
olowo abonan ifa omo awo oyeku leye lenge
yange orun agboni fa inle ebo lokun omonifa

IWORIWONRIN
ifa iworiworin ifa wara wara a ni moko
ka she ita, ka she mine, wara wara babasonan
ela roye laroye ka she ita, ka she mine wara wara mi
moro orunmila o lorugbo

IWORIBARA
iwori obara oum baraye oum tirola yo timode
aaye, oum bure loko, adifafun yalode, eye
bemeku, iyewa joko, iyewa eure elegbo
iworikanran
iworikana adifafun eja okunrin ashiri okun
olokum oba, olokum lopa leri kaferefum orunmila
lodafum olokum

92
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
IWORIGUNDA
iworigunda iwori owa leleifa ogunda awabo
borun awaniri lorin oni ifa awo beheni, awo kanibi
ifa awakeni, ifa oribaye, awo abiwa abani awo

IWORISA
iworibosa adifafun baba ajagunan elese olofin amego
agboni alogun gbogbo aaye olofin ala merere
kaferefun obatala, lodafun odú

IWORIBOKA
iworiboka adifafun orunmila, iworiboka loko adifafun
arunmila, adie eleba, baba boka eunugun ashaba gaga
gungun aka ashaba geko adifafun aleye ibaba geko
baba bueko emi ile, domiye ashaba lede apata pina ewe
ebo elebo

IWORITURUKPON
iworitrupon eiyele, eko enigere eiyele adakoi
eiyele, lebo owunko lebo, maferefun olokum
ala ati aleyo

93
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
IWORITURA
iwori otura igi igi myo myo adifafun koloko iyebefa
tiroke, ya lampe shango aroni yro eleripim orunmila
lorugbo

IWORIRETE
iwori erete adae ebi osu dudu ekun
fibi kuruma tele ija iri shoek adifafun akuko
mokekeje eko tolofe aniake omo olokum, logbo awo
eranko eiye shagobo aluko inika ni eja oko abele
ikoko eji adiffun elegbara

IWORIBOSHE
iworiboshe adara eni are o
o finlami ewe o aja erin mape
oro tile ori ifa afe ile afé eja

IWORIBOFUN
iworiofun iwori iwofun iwori tesofun
oba iwori fara inle rere bobofun sheru sheru adifafun
obini olomu, tiriko kodon adepenite omo olokum oni

94
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
obini sokun inle onika olokum wagbi ni omobini
omotitum okeke oba iya omologu akere sopotu ekolo
olokum lodafun

ODI MEJI
odi okunkun ara meji okunkun odi
odi amife orun arogboia eni atemi boruboia

ODIGBE
odigbe arona ogun, odigbe arona orisha ekute lele owa
oki ya adifafun o ka baba eiyele marum elebo, odigbe
oruna ogun odigbe aruna orisha lo omo ogun ya
adifafun orunmila lorugbo

ODIYEKU
odiyeku diyeku olodafun baba rere gun
aum ruku oloya umbo umpelese ayarelo

ODIORI
odiori odioyu nowa oba oyu lele
inle alambaa nijo, omolugu yeku, omo inle

95
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
sokun yere ofuju ni ainan ya inle lodafun
ashe ashire lele ajuero, oba ainan ona
oba odi lodafun inle, kaferefum osaiyn

ODIROSO
odi irosun awose wewe adifafun ologbo
adifafum onan adife okute aiyaju koro adife
aja, eyle, lebo ewefa lebo

ODIOWONRIN
odiwonrin awo fashe iku, iku omo
sarebaku fashe iku, awo amoiku
aberere nilaye inle, awo fashe iku
omo oyeku obani shango

ODIBARA
adifafun ekue ku yeye osha odara waye
adafum adie urubo, adie ekani odara

ODIKANRAN
odikanran kamaye bi awo mora

96
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
awo yabi madawa awo abite loye omo mayagba
omo inle ebai baba ifa omo mosogba abeiye nifa odara

ODIGUNDA
odigunda pinami ibi omu adifafum akue ashe
akuko lebe yamagara , adifafum alakum, akuko
ida, oti, awo mesan elebo

ODISA
odisa odi mayere maniania le yere yalode mama
wa ameya wa yere omo oshum gere ya yede babinu
omo oshum gere fun mi shere

ODIKA
odika okoloyu opua adifafum orisha aye tinsheme
aya borum oba nifa tinshema olofim oba orisha ye
adifafum egun oyaba orum, maferefum shango
orishaye, obaye adifafum odúduwa

ODITRUPON
odibatrupon yalode apu ete ashikale sheye

97
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ashikale kile foloni owo kile oto

ODITURA
adi atakofenio idi ata kole eyn aparo oum tufuje
boium si adifafum obalashe lebo, adifafum orunmila
lodafum obatala, orunmila lorugbo, eyele lebo

ODIRETE
odirete awari odi olowwo ashopa
odoloro odigb adafum orunmila orogbo

ODISHE
odishe ide she oum babalawo lombo shekete
shekete lombo

ODIFUN
odi fumbo, odi fumbo ara oshala ara ile aye
moyerami oshala, odogum agba ago ara

IROSUM MEJI
irosum meji, oyerosum apantarita bebe ojoruko

98
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
to begbo lojokum, olokum apantarita bebe
oyerosum, irosum olokum oshe logbo mo ye tutu
elegure ni meji kokolo lo she yewa lowa
orisha shango adokpe

IROSUNLOBE
iroso umbo sheregum komashe kotumbe
areshanle adifafum orunmila ti o fa
mare akofa elebo ekodide elebo

IROSUNYEKU
irosoyeku, irosokoleu ko ni awo efa
abe lala bebe maka dakpare re fa
oni bara banregun, awo abaya pele iku

IROSOIWORI
irosoiwori iroso mi baye ni gbaum
ni tinshe ni alodafum ayo omo ode maferefum shango

IROSODI
irosodi mandulaye ati rintoshe oum

99
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
omo orunmila adifafum orunmila kowaye

IROSOWONRIN
irosowonrin abaloru onan odo adifafum
oru lejo eiyele oni oko dundun akuko
lebo ewefa lebo

IROSOBARA
irosobara iromagam, ope ku eriwo iku odo, lodifa
kolara osha woni tami omo fe du ni amabanshe
kupa ewre elebo

IROSOKANRAN
irosokanran kukute kuku adifafum
walade tinakaya orunmila obara baniregun

IROSOGUNDA
iroso toda obatala mowa iyeni a lie logbo
orisha ewi yara okun, olokum ore osha yania
ogema opa eni inan odenu eni olokum abagba
obatala lodafum osha odonu kaferefum shango

100
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
IROSOSA
irososa ifa pele pele lele lele egede wagere
manile ila pupa ologin linshe ofo yude olafim
maferefum shango

IROSOKA
iroso ka bokala okala lokika otatum
adifafum obo okuko lebo

IROSOTRUPON
irosotrupon tutu abeneri koye wanadoru
ifa yokafum iyemonja obadara awo ire bayani
shango awo maro elede afafe lokoniedi wana yere
abebe laye ifa

IROSOTURA
irosotura nibe akani ikaniju lodafum ogun nibati
ogun olosile, orunmila kaje nifa

IROSORETE
irosum unkuemi lateri tuka aparo atare mesam

101
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ewe anatori, eiye aparo atare meta agbado luyere
merim aye kaaba gbe gbe shrim shaio karisha
gbegbe toroko omode tobarini

IROSOSHE
irosun she olu jeje adifafun aure linjo
launje okan, akuko lebo osha kelefum kitifum shawo
adifafum orunmila irosofun irosofun osho oponi
minomam agbado orilele lori apaa ibunjo nibeshibu
imbelotan oshe elepo gbashugbu igbe larifa adifafum
oluwo

OWONRIN MEJI
owonrin meji baba orogun ni noum ni ori oum
joko adifafun akitifa, adifafum aroni mama
forosile akitifa adie sinkena elebo

OWONRINGBE/OWONRINSHOGBE
owonrinshongbe tabakoyu bain iku bain bain jobati
adifafum oum babalawo meridilogum tinlodifa
ile olofin

102
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OWONRINYEKU
owonrinyeku abori oribashe kawo oribawa
ire ashekum ota, elese shango marilawe
ni elegbara orukpale owo ogoro obori oyeku
inle eberem bawa ifa kalerum owonrinyeku

OWONRINIWORI
owonri iwori adifafum shango ati gun
arilele o ofunja elebo anitarere mi o
babalawo mofi ele ele

OWONRINSODI
owonri ni sodi arire lepari kosobo tolepani
adifafum awo ashelu finshome oloja

OWONRIROSO
owonriroso ogonati elegbara umbo waryo odara
ni dara omo olofin ofo lei toshu araje lodafum orunmila
kaferefum pinado

103
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OWONRINBARA
owonrinbara puju ani losore kurifa igba eni
lowo oto obara opopa eni loge oruwa koto koto
afiko akodie adifafum bebe orunmole, ounko
akukan, eyele lebo

OWONRINKANRAN
owonrinkanran, okanran orana apuari
aponan elebo animaru ebo oum babalawo
adifafum eri lowo le eja okue eran padan ni
ansere joko orunmial pokuye porom adifafum
aombi akuko, eiyele lebo morora ende abo, eure
eiyele lebo

OWONRINGUNDA
owonringunda olofim apatakin imole
ala kaye osin lobo imole olofim ashiro egungun
awo umbo ashire ile ifa, igbo obirin bidajun
ashire orun anona

104
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OWONRINBOSA
owonrinbosa ko, pato bota ko re to owo
loguna siyeni lowo orunmila, akuko
adie lebo, owonrinbosa bomosa adifafum okun ato
obatala, ifa fore ile omo eshu ati olofin

OWONRINBIKA
owonrinbika otobale ademi ika bale adika
awi adifafumm ote tinshomo boishe tinshobo
abure eka ada omo olofin

OWONRINTRUPON
owonrintrupon ika lkalere okolishirawo omo oluwo
popo, viti babare ni ifa majere awo omo osaiyn
moruluro, owonrintrupon omo akofa gurande, ifa ni
orefum oiya kaferefum orunmila

OWONRINTURA
owonrintura owonrin alaketu shatiki nabo olu ara
adifafum orunmila, tinshawo iye olokumi, lodofun
obanla

105
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OWONRINBIRETE
owonrinbirete akiti baba opeku adifafum
olofin apari adifafum palakoret

OWONRINBOSHE
owonrinboshe omo ni she kafeerefum iyemonja ati
obatala baba boefa kolugo pudoinka lapeshe korubo
intori sheke losa obini kamilashe amarora orisha
elegbara obofe ogum jobi

OWONRINBOFUN
owonrinbofun ire aje omi bebe anishegun jidu obajeleru
adidafum okani iyemonja lodofum ajapa ati obatala

OBARA MEJI
obara meji onii olabara ejebam kikate awo komakate
araje komokate ara orun adafum logbo eieko orofo
lorugbo logbo tunuyen

OBARAOGBE/OBARABOGBE
obarabogbe lantosi omodú omi ke eboada okilanfiru

106
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
eku okilanfiru eja, okilanfiru jio-jio to iban jokoboni
elebo

OBARAYEKU
obarayeku kekere oma aje, eri omi, aje aibu, oma aje
apupare apupe gogoiku opa wewe, iku apashere
orunmila lorugbo idaa agutan ebewa akuko lebo

OBARAIWORI
obara kori anko nibe eranko eku iba ewefa
elebo obaraiwori adifafum eshu

OBARADI
obaradi bara, baradi, bara, baradi adifafum rawo
elubo okoroko oma shokojo eure owolo meni elebo

OBARAKOSO
obarakoso ifa duro, ifa mure irekun kaferefum
orunmila eshu ati ogun

107
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OBARAWONRIN
obarawonrin obaranife juju omo oluwo atopolo obara
keleji obara ni wani alejo olori, laye sosgbo oni wani
elegbara kuluiye obara oni wani kuto kum

OBARAKANA
obarakana olodafum orunmila oni pareki kodapa eshu
ifa elegbara lotemi pele awo ati iwe esse nitasi adifafum
obara ifa mi kaferefum shango ati oya

OBARAGUNDA
obaragunda shango abiti intori ogun ofe ni omum
intori oti ni obini ofo ina loba kaferefum oshum
lodafum shango ati oya

OBARASA
obara kukute kuku adifa joko, kunie adifa joko, koni
nibogele aroro lo uro sikota ekodide, eiyele meji

OBARAKA
obara kasika legun omode olofin ika lele aramanama

108
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
akatampo adifafum aye, adifafum eshiye omo olofin
aborom limile akati ashe te lewa olofin shango umbo wa
belefunade olofin lodafum agungun orun ni male
obaratrupon obara tumbu niendi adifafum baba lontobi
Omã areto yu ebo oma suneke nanga

OBARATURA
obara kushiyo ake eure asho boni buro gulandaa bara
baniregun orunmila lorugbo eshu elebo ounko ekodide
eiyele, akuko,omi elebo owo elebo

OBARAKEETE
obara keteifa oni retewa adifafun ashe wita intori awa
sholu lori okuni sini olokun

OBARASHE
obarashe ofuyere, obarasheke odilona
korubo agushe abashe, awo eiyele awo aun
awo kaferefum oba, kaferefum odú kaferefum orunmila

109
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OBARAFUN
obarafun iki awo inle ado irebe awo iba asesi adaba,
awo bo ete eta obini shawo iba iro adifafum olofin
luba omo ada ilu abeboadie meji elebo

OKANRAN MEJI
okanran meji, oni okanran okanranni okute
okanran meji ni eshu bi eboada eshu bi pakiko
adie, onadare okanran meji, okanran ire ifa,
okanran ire owo, okanran ire shango, okanran
ire eshu biokan mi, oni kanran umbati osode
bota loku nulo

OKANRANOGBE
okanranogbe, okanasode ole meji la ti ti efon malu
ile ni ole ya logun oba honshon ole sode nita orunmila
opalaye okanran jun

OKANRANYEKU
okanranyeku ifa arufin aruda akitifa logbo wa lashe
asheto, akitibombo orunmila nare baba she orun arufin

110
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
aruda okanran iyeku obere obere lele olokum baba
kashire, aluwo popo obere lere omaiyere ashe logba
orunmale likotun bogbo orunmale ykosi to ibaneshe
okanraniwori okanran iwori agarofi adifafum osaiyn
obanishawo maferefum shango, abo, akuko etu lebo

OKANRANDI
okanrandi tobato efan kare beiya adifafum alodofa
toloyo loshele abe elebo iwo obini kantolefin eiyele
akuko lebo okanrandi ifa shire kaferefum shango,
oshala ati eshu

OKANRANROSO
okanranroso adifafum okuni aratoko ole eshon osaiyn
nile kaferefum orunmila

OKANRANWONRIN
okanayabile okawa wa wa adifafum olo loye adie
elim lebo, kure kure, eure eku lebo

111
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OKANRANBARA
okaranbara oladafum orunmila oni pataki
ku dafa eshu ifa ele doya elegbara latile
miatele awo anatiwo atele esse adifafun oni
bara baranire gun anbatele iyo lai beneku asushe
agbado akuko lebo, kaferefum shango ati oya

OKANRANGUNDA
okanrangunda shukudu ile dide abashe
keredi ire wo saasha, awo elepanapaa eiyele lebo
asho funfun abo, oni funfun oyn, owo meyo, eni
kaferefum ogun ati obatala

OKANRANSA
okanransa mukisi bilari oni babalawo bilori bilari oma
babalawo lorun elo kabolosi obkanransa koshe shango
elo ada mokosi bilori kongun gun gun adifafum olowo
ikoko

OKANRANKA
okanranka adifafum kana kana tinsholoyaa eye

112
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
akomean ijaju eiyele lebo, akuko, eure lebo

OKANRANTRUPON
okanrantrupon ikaanifori ikaniyu ni masuku loge ni
olorun obini okanrantrupon atare bamba bile layo
araragujo
kara oyn aakiri adifafum obatala

OKANRANTURA
okaranturale ifa ire okana minasheku logeni olorun
ami binui kaferefum olorun ati orunmila adifafum
obatala adifafum obatala ati oshum

OKANRANRETE/OKANRANWATE
okanranwate okanran buko eja oko bebere kofe obafun
oku iya aro ikofe odo olorun asheye eku, eja, ota
lagoni lodafun ogun kaferefum obatala

OKANRANSHE
okanashe oiyen mama muyo irole ori efin nyan
ota aboni fe aba nimi abamo lkaferefum oshum

113
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
elegbara ati orunmila

OKANRANFUN
okanran aye lobi oyn onan tosa aguko
adifafum inle abata la la tinshoman oba alejo ajeri
kolori eja oro, omi losan kaferefum oshanla, ogun, ya
tobi maferefum elegbara ati inle shata

OIYEKU MEJI
baba oiyekumeji meji arike madawa ejo ogun sigum
molo pororo jarum oni kpo un babalawo adifafun ogbe
oluwo agogo alo lebo

OIYEKUNILOBE
oyekunilobe baba omolu koma arubo nishe akum baje
ajalo bubbo nishe ayuale oum bisiye omode baiyya oma
arugbo nitu aiyeshe obi fun obi fa kononibo

OIYEKUIWORI
oiyekuiwori adifafun okini elegbara
owa kafarefun oshum lodafun orunmila

114
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OYEKUDI
oyekudi orunmila adifia jobo alojo oyeko orugbo
orugbo, akuko ewere yaroko, aja, elejo, owo, iwa, logbo
inkan araje ebebi kan lonle ile olofin oyekudi lorun lati
ku, lati ku oyekudi

OYEKUBIROSO
oyekubiroso awo ati olofin tulo shawo
sadu merin oti awo iwoko ala ori
logbo intori aiye kobo otigbe eiyele
agbo, intori iku

OYEKUWONRIN
oyekuwonrin babawa ifa oba majire elegbara babawa
ifa ayore lokun oba lokun, ebara ifa laye bi ifa ire
ashekun ota, lese elegbara aum bati awo logbo oum
baye olowo

OYEKUBARA
oyekubara oni arum to fiemam alujo enerim
abeapaneto legbara afie olofin amerin dito

115
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OYEKUKANRAN
oyeku peleka adifafun okanran
oyeku obara jire wa obini
aye olonu oun larifun iku oyeku paleka

OYEKUGUNDA
oyekutegunda lobina nasa ojo opa
ota kuku wora adifafun aberege luba
omo orunmila koba ogun ti ti wo bebere olotura
agogo labiniku tenye ewe ogum, ifani ota ojojo
ebo adie, eku, eju, eja, owo, teteboru

OYEKUSA
oyeku kekussa kute kuku adifafun obunati ode
dariko oyekusa kaferefun oya, orunmila
adifa joko aladafa awo alodafa otoko, tojo inai
meji, ina lowo, odisa inite lesushu komandi
koleku edan atoke tojo orugbo se kodie, akuko
pupa, elegbo

116
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OYEKUBIKA
oyekubika oye wadelaka adifafun oyeku oyeku
adifafun ija, oyekubika alake edon adifa
oye oum nogbati ti asopo kun, eku, eja ti o
lo shango

OYEKUTURUKPON
oyekubatrupon ifa ni unlesile ilore
lokum, ilare obi, ni pa mi, kaferefun
orunmila, obara banirogun olofin

OYEKUTURA
oyekutura tesia akiki OLORÚM
obi lolun mati mibi kogun awo apigumi
wa ta akin adila sara akuko abelo orunmila

OYEKUBIRETE
oyeekubirete molala awo molala intori ifa
arum molala abe oju laye tim shore, ifa oluwo
popo molala awo tinshore ifa oshala, ifa molala
ni jabe ataroni ifa mojare ni laye molala

117
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OYEKUSHE
oyeku kioshe lodafun obi ashemam eyeleo
kama sheruwo ilekende oma firo oshum meji tanilo

OYEKUFUN
oyekubedum mafum aba baraba mafum aba ofun maye
ku fun yansa lele fogere belele marere, oyekufun mafum
yeke beleri ori yalode ori yeye o, lele oshum bebere
okanran ielege yelele oyekufun yeye bi oya oma jire awa
babadnwa, awo oba eri ifa kaferefun lewri ifa,
kaferefum elebara

OGUNDA MEJI
ogunda meji, ogunda siro, owo iyolokun oshala
biriiniwa, obatalá obataisa, jekpa oba ibo odo baleni
ogun onire iyolokun ode, ogunda meji eyeni eyeeraruna
oku alorun
obalalyana tiqa, elegbara awa lawa olowo
shinwos orunmila kaye mariwo waferefun
odúduwa orugbo

118
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OGUNDA -GBE
ogundabiode igara ni gara foroforo ajabo
oo wimu omi iyeru atamberi omo leri
okan garanife eku elebo afaterete emi lailoa
buelega lodafun aiya okunla ti ole igara

OGUNDA -IYEKU
ogunda ariku agogo abono lodafun
ariku adifafun iyalode, kaferefun orunmila

OGUNDA -IWORI
ogunda iwori ogunda alapo iwori olofa
kashapo iyero adifafun akatampo tolosi
iyawa eleye elebo akuko eja oro lebo
ogunda iwori ifa lodafun olokun
kaferefun shango

OGUNDADIO
ogunda obatamba odi odalara adifafun aiye nabi eiyele,
igbaere ewefa akuko lebo

119
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OGUNDAROSO
ogunda koroso ku kute kuru adifafun eni tinsheru osa
ebebo lebo afyonu lebo abonun inbo ube osa olosu
unshewa gari adifafun la shude eti soman orishé kirin
eiyele lebo eure lebo

OGUNDA WORAIN
ogundaleni amarate adifafun eiyele timbosile
anwe eiyele lebo, akuko lebo, kaferefun eshu
ogun ati ode

OGUNDABARA
ogundabara ogundasa obara ban adifafun
bombo lolobina adie mewa abemu, owo
meewa, kaferefun, orumila

OGUNDAKARAN
ogundako oke alafia ekudide afike lori
kowa ale ashe ata ouniyen bogbo araje
opa dasenio iku, eja, abido

120
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OGUNDASA
ogunda masa awara wara sokendi
awara wara lereiye awara wara
oloru aiye adifafun gunungun
ni aundi ebkoru

OGUNDAKA
ogunda kalari odafa egbe eiyele lebo
marora intori ita, ogundaka kanadofa
iyanle adifafun abe kaferefun ogun
eiyele lebo marora, intori, iya ekodidé
iku, eja, elebo

OGUNDATURUKPON
ogunda turukpon baba toto adifafun
shabedi omi ladelorubo kana situlasi
oni ketebo akuko adie iyarako
aja keke, elegbo, intori, eje obini pupa marora

OGUNDATURA
ogunda tetura adifona adifafun bantijo joje igi akoko

121
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
lebo ku kute kuku adifafun omi isheri, akote lelo
bebe otun bebe osi, adifafun ori eiyele, agada lebo

OGUNDAKETE
ogunda kete gumigi awa oria ara akana ribo wo ori ashi
tentere awo oun meteta ni shoma iku ifa orunmila

OGUNDASHE
ogunda wonishe olofin oun obe kaferefun
orunmila, olofin, eshu, shango, ati oballuaiye

OGUNDAFUN
ogundafun ewe yeye, wewe yeye on rewo omo osaniyn
kuelese kan kuelese meji olaiye orunmila wewe yeni
orunmila oni baraba niregun

OSSA MEJI
ossa meji ifa joko adafun oge direyrun
ko de akasa fara tejiko digbe kaja ifa
baba buru pururu baba foshe ifan baba
obaragada omo odo bani inundie abaraka

122
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
enu orun koji masibeni bana adifafun oke
nigba bofe re fefe legba enibara logbe leje
eiyele meni ashetin belere aunko anunse epo lorobu

OSSAGBE - OSSALOBE - OSALOFOBEJO


osalobe lominagada tori yanipo be lampe shango
kawo kablesile, laminabada adifafun
eshu ijilu oba lonan, oba eshu ijilu, yeneyeni
ewa ni olokun enifa eshu ijilu piriti piriti omode alora
lampe shango laminabada

OSSAYEKU
ossayeku awo baku ida adifafun oun abebo adie ori efu
ebita awo umbo osayeku leredun leredun aparefun
orisha oko yieredu kuiyere ku afareefun efon
osayeku bi yeeku iku olonan

OSSAIWORI
ossawo abati edeyela minimu adifafun
etu tinshona olu bebe akuko abo lebo
osawo iwori wo ale adifafun aleiyo

123
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
atena soki

OSSADI
osadi ishe isheri boshe koloma tabati
ishe bele igba lafimunu adifafun
baba bokun banti po re ki akuko eiyele lebo osadi ifa
osun, iyemonja orun gun safuje eiyenshe efon osa fuiya
aiyoiyaaran abosa afuiya aiyori as fun mi insafuo

OSSAROSUN
osaroso ku kute kuku adifafun eni tinshelu osa aderu
adie lebo agbo nian imbebe ossaworin ossaloni oworin
oni ebun osa oni oye omo begbe nijo ifa omo oni shango
awo oni oworin ogun aworin amo alara

OSSABARA
ossabara osashepe osa ba ni yerekun
oba ni shango, osa jire, awo awa awa
nilaiye inle, osashepe, onilekun

124
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OSSAKANRAN
ossakanran oba panan ori egun adifafun
dada baiyani owo eiyele orunko legbo
maferefun shango ati iyemonja
osakanran ifa lodafun olokun kaferefun
orunmila shango iyemonja obatala eleda ati ala

OSSAGUNDA
ossagunda omo re lebo onifafun ojo akan
fun kueni olowo tinshomo mo lo olofin
gura gura aiyo gbeka arun adifafun
shomarere adifafun ako akara lebo
amaiyara loiya

OSSAKA
osaka iwani okutele kole adifafun ari imbo
ajua jole elanjo ejua akuko lebo ounko
lebo ori ebo adie, ewe yokula unlo
asho funfun ikan lowa

125
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OSSATRUPON
osatrupon aariburu osa rolu oturukpon
oma eiyele elodi adefa oba tinshomo
elu osa kuna oturukpon oma eiyele lodi
adafun pakere tinshomo olubo osatrupon
osa loiye

OSATURA/OSAURE
osa kare kuej kure adifafun mangini idoroko ode eiyele
lebo ewe eri meta enu lageni loddafun betishe olokun
lodafun moiye tinshomo oroto ponife kaferefun obatala
ati alafia

OSARETE
osarete kaferefun odú osaiyn orun
ologun osarete siarete egunbara barado
afefe iku orum omasabi beseh afefe baba
tibaiya iye olokun lorun oma jibe egun mayebe oumbo
ashishi inle kafun awa awe ma fun magba igi mafun
baba agbona bailorun, egun bailorun

126
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OSASHE
osashe oni sheli lodofun oko intori aboni
iwa ire Omo osashe orishe adifafun shele lodofun ashe
fori ti o nilari eiyele lebo adifafun iyemonja

OSAFUN
osafun obere igmio erro olofin yeye oroni
eru olofin tete beru omo oloya ejiele
omo olofin ku kuru oji ile akuo meta elebo

IKA MEJI
ika meji igbo ijioko oge enegue okpage
ede meji olude meji okuni iyebe
ebo eiye afuku shuorere adafun gbalomi
alafun arakoko orabo gbameli korunje elebute
orubo oyeku shibi ofiiyere sheun iaro

IKABEMI/IKALOBE
baba adele baba fowo ni emite mabimu
baba adele baba faiyani emite mabimu baba adele baba
fuwoni eni lele mabimu ire logbo lowedba fie

127
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
lo laiye enite mabimu

IKA YEKU
ika biku iyelerete kaleyure yeru wara
akunara aye adifafun oyeku adifafun
ika ikalorugbo eyeda ogbado kukute
kuku adifafun oyeku umbati lomba
alobote kashe owunko lelo ekuru eta lelo

IKAIWORI
ika iwori ilori ika iogifun maferefun
iyemanja adifafun orunmila maferefun oshun

IKADI
ikadi olofin olowa olorun simifun ejo ma kpe intori tiwo
tishe eji afi wobu ni logbo eran ati ni ogbo eran egbe
more niwo unje lejo aijare logbo

IKAROSUN
ikaroso ikarabola meniyeye ikarabola
meni ya omi kesese adifafun orunmila

128
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
baraba niregun, opa elebo

IKAWONRIN
ikaworin ika wawa adifafun ika odi afuneke ounko
akuko eleiye legbo ika wani lodafun orunmila lodafun
iyalode ati Omo aarun morore obi meji kaferefun
olokun ati eshu

IKABARA
ika bara monshowo jile shilope adifafun arogbe arogbe
ekure ajure legbo ika ojo bara ile awo Jô adie legbo
eshu eleiye akuko legbo ikabara oni bara losode
orunmila adifafun orunila ati obatala

IKAKANRAN
ikakanran ifa awo omo okanran logbo omo a laiye
elegbara ofo lode okana suaju makenian lodafun
orunila

IKAGUNDA
ikagunda adifafun osaiyn akuko lebo ikagunda adifafun

129
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
orunmila eure lebo kido logbo laiye tinnshe, kide oma
oda gun aruko medilogun eiyele ileke iye wefa olele
akuko lebo ifa ika mi ogunda iru omo orunmila oun
omo osaiyn, kaferefun, ogun orunmila iyemonja ati inle

IKASA
ikasa adifafun orunmila adifa joko matekun awe tinshi
yawo adie tinashi ya akiko ofi osile onshe re fa me ofo
ota, epo, ewe osa lebo siebo odire, osa lebo siebo akuko
oshele omo eiyele owo, eja, abeta owo

IKATRUKPON /IKAOTURUKPON
ika trupon kukute kuku adifafun orunmila adifafun
onla nika eiyele lebo eri ikin asho inki inla umbeja
morora enibi inka botila kaferefun shango ati iyemonja

IKATURA/IKAFOGERO
ikatura, ikafogero, kombu, kombo adifafun oni binin
eiyele lebo kaferefun, onla ati olorun

130
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
IKARETE
ikarete omo olushe irete ema
ileke kiri kiri banla abanije batitu eure
eiyele lebo kaferefun shango, ogun ati
olofin, maferefun iyalode ati olokun

IKASHE
ikashe ninshe ikamiro kiri ika mokiri
adifafun orunmila, kio peiye, owuko agutanlebo

IKAFUN
ika mi ode fun ika mi ode fa ati oni felun já mi oro
ikafun fuje, funja, funleo, ika mi are fun dani o omi wa.

OTURUKPON MEJI
oturukpon meji oloro ni shoro logun ni
fadere ni shado oku ni, fadere ni shoro
oku no fadere babalawo todi fun tokotuashoro e kun
oloro torosho adifafun ekun

131
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OTURUKPONLOBE
alapana ifa, alapana ilê alapana abaru alapa irelu
alapana ifan alapa ejan ofukua emeriloin ogbe

OTURUKPONYEKU
oturukpon yeku oye kuye iku yeye adifafun iroko
oturukponiwori otrupon ada wene fun alobe tisoyo
owo ipoemga gida me fa adifafun baba olojo lebo eileye,
akuko lebo oturukpon iwori adakino adifafun iwori ire
adakino

OTURUKPONDI
ale ale e me turukpon she ale imole atirum di mi fa
fa ale fa ale omobe ori

OTURUKPONNROSUN
filawa meji afani opon nire otuaji opon ni efan onire
afete lu o mo pé irun ofibó aiye

OTURUKPONWONRIN
oturukponwani deni mi di shoni moni

132
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ota keke orunmila oladafun ode akuko eiyele adie lebo
oturukponbara oni shango faletin oma shango
orunmila ati ogun oni ife wa wara, wara, shango

OTURUKPONKANRAN
oturukpon kanran omonije olokan omonije alafin,
ominije , olorun ara bata ara bata ara bata shire

OTURUKPONGUNDA
oturukpon agede obini kan lambo age, age, age
oturukpon lambo nijé orunmila ati iyami ogun ati lonan

OTURUKPONSA
ami molei ami molei oturukponsa
orunmila ati lonan omoni alein as o samie

OTURUKPONTURA
oturukpontura ire nifa pori ifa
ni kaferefun obatala ati shango

133
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OTURUKPONBIRETE
oturukponbirete ifa ajalu shishe she aifafun ajalu puete
morubo omo she she ni lo babalawo adifa babalawo
olofin jelu puelu oda osaiyn morubo owunko shelu
akuko lebo

OTURUKPONSHE
oturukpon ifa ela rundale awo
oba nitepa ileke ola nitepa oshede adafun logbo
irunmole tinle oku akasa eiyele adie lebo

OTURUKPONFUN
oturukpon balofun baba bata baba feto lodafun inlee
lodafun olonu adifafun obatala, osya ati orunmila
lorogbo

OTURA MEJI
karenshele agbo onipapo ladafun inle nipapo gere, gere
nipapa lorubo gere
gere nipapo kite joro ladafun osu kun adifun nibeti um
kabolori peronshele gbo nipapo lodafun kekere papo

134
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
lapo papo lorubo kekere orunmila lofo untori logbo
teneje lorubo ashe kundifa imole adifafun boni suku

OTURAGBE
oturaniko liko iko rewa liko ikolue kosi adifafun dabaru
abo ati oti elebo oturaniko oriko lowo abaushe aiye awo
kotaushe oriko lowo obaushe aiye awo kotaushe eni
rewe a afefe lorun orisha oko aiye ewe adobale
moforibale ji kotun moforibale yekosi ashe olorun koko
ibere odagan afefe etu afefe lorun orisha oko

OTURA YEKU
oturayeku malu awonika adifafun onika okuko lebo
akinbo abure, koko, ago, adifafun aki umbati lo lowo,
balá afye legun lebo agutan, eiyele, etu lebo

OTURAIWORI
oturaiori adifafun iyami aje iyemonja oto orisha imole
orubo baba olokun fimi deregbe egon alonan okun
mayewa lele ofo lori, ofo eleda kaferefun olokun lodafun
orunmila

135
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OTURADI
oturadi adifafun elegbara abeyalinin inle omode osyin
abayebe awo iya ni osayin mowani elegbara umbiwa
sije awo ifa meya re osayin ajapa lebo

OTURAROSUN
oturarosomun adaa dirosun eyerawo odeyasi
malalushero biwo ese buruku olorun oju ri won

OTURAWONRIN
oturawonrin awole awoshe lobo awo olele alaketu oni
owaye adifafun olofin eshu, eshu bi oturabara
oturabara, ouramuni iye woloni ifa lowa lewa shilekun
ariku oturakanran oturatiku leri awo monanan
abeluboje birá, ború, ikú awele

OTURAGUNDA
oturagunda ire aje timbelaiye ire ilê osayin oturaira
ogunda ire ogun alagbde inle mopun ogunje, ogunje,
wowa iye ogun onire orunmilá obara bani regun ire
meta ebo ashegun ota lese ogun

136
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OTURASA
oturasa imopo jampo gere gere nifa impo jampo owe
omo lampe shango lampe olorun oturasa owo epo
akojoni

OTURAKA
oturaka adifafun obanila koade wowe
eni were logbo mabimu umbe wa orunmila
lofobani eshu mafun oturaka ade lebo

OTURATRUPON
baba turukpe ao ado katobina awo alaketu, aja adifafun
falofun adifafun aloma abaso alagba bomo aledodo
ajakalo nile igbin kalolo komikolo aru mabomo lodo
ajankanle nile

OTURARETE
oturarete, oturatiju, tiju lape lobo meni iyewa kurobie
eshu laroiye adifafun eshu lario kaferefun orunmila

137
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OTURASHE
oturashe baba yengi ida kuda iru kuku ise obere keta
oni babalawo to iban eshu ashe olofin iya kuda iru kuru
ise kute obere kuta omo babalawo lodafun orunmila ise
kute oiyere nifa to iban eshu

OTURAFUN
otura foka adajase adafata e adafafa akpa orun adifa
kokanori, prete korugbo awate bori eshesi orugbo
eshesi meji

IRETE MEJI
eje lembere akore ajare eye lembere lodifa
eje lembere asarei fenishe ki fa aje adifafun
orunmila, adifafun oshun, adifafun poroye

IRETEUNTELU/IRETELOGBE
irete intelu more abiri kolo omolubo abata ati kotopo
omo lobo aara yaniye omo lobo meta laba
pari ati meta laba merin lodafun igbni lodafun lanye

138
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
IRETEYEKU
ireteyeku abada bi abada alada bi abada adifun
wenwele she letishona aiya lorugbo koru oka ashenu
laba adifun olonoshe unatin omo were ogu ti biele

IRETEIWORI
ireteyero orunmila lorugbo to iban eshu telebo ibo kolo
baba olorun baba adukpe to iban eshu

IRETEDI
irete untedi amada nimi adifafun awan lori tanshelu
alare osi amudi awo bori osa ifa ni kaferufun olofin
iyemonja, obatala orunmila ati lobo kaleno osha

IRETEROSUN
ireteloso adifafun oba iku inle arere ogunarelu
obaluaiye oba egun lese igi oba tele omo egun
ladafun orunmila, kafererun egungun

IRETEWONRIN
iretewonrin odúbiri fobo adifafun orunmila obara

139
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
baniregun wanka win win osaiyn yoro yoro

IRETEBARA
irete oba luje lodafun orunmila yalode ati obini akuko
owunko lebo intori iku intori arun, afie lebo maferefun
shango kaferefun oya

IRETEKANRAN
irete kana berinle bagogun bagbisan
irun lobo laodo laure akpere lorugbo

IRETEOGUNDA
iretegunda kutan oba aye orisha bi kole orun ofe bi
leitosho orishaye osogbe ile ashupa awo umbo lobo
orisha isalaye kole aye oba logbo tenuje eleba
merindelogun

IRETESA
iretetomas kere awo tomoaye omo shango
omo oya, ayeni ifa oni baba lawo omo oba junko
banjoko, ifa banjoko, orisha, banjoko yenjoko

140
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
jeni ifa iyereni kaferefun shango maferefun
orunmila

IRETEKA
ireteka oma ni ateka adifafun inure
adifafun ateka lebo eyele akuko lebo

IRETEBATRUPON
iretebatrupon awo sele awo obade
adita gun osha, ogirina ti o logi ya
tinlo bini oma, bini oma, gere gere
ejele lebo awo la meja
tonti eja eiyele, akuko lebo

IRETEOTURA
iretetura otala mi anewo o fiwa nila fiwa merintile
ofon ayware ofon ini mijo otura lafe, lafe, emi ti onan

IRETEUNFA
ireteunfa akoko oshe aro biriwo dogo odo ya kosheka bi

141
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
aje adifafun oun babalawo shele ere lebo kaferefun
eshu ati yalode

IRETEFUN
iretefile maferefun shango
orunmila malu, yamode iyemureo shango
kabiesile ori onle okuni bibelona yamode obini

OSHE MEJI
oshe oladashe oni bara baniregun ifa
moloku tiane sheshe moloku adifafun oshun

OSHENILOBE
oshenilobe otolaye adifafun olowo bueri
iku po pa mi po pa mi arun ko pa mi
ko pa mi ejo ko pa mi kopa mi ogu
ko pa mi ko pa mi

OSHEYEKU
osheyeku boru boshe yeku ibai boro ona obaye bi ifa
osheyeku bawaye bi ifa jonjo odara moloni, mololun

142
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
inle, elegbara osheyeku bawaye bi ifa

OSHEIWORI
oshe paure yeye re yewara omi abaushe
lu ofito moja ladafun oshe paure

OSHEDI
oshedi oko mode adifafun orunmila oni
bara bani re gun ifa nire ifa karefun
iyalode ati obini

OSHEROSUN
osheleso olalu firi adifafun la ale ile korugbo ire obo
eiyele lebo kaferefun eshu ati yalode

OSHE WONRIN
oshewonrin boro wonrin kokoroshe awe
owonrin kokoro bi aje eiyele lebo oshe
moweyeo owonrin akakaleiye oba jobi inu
inu omo bala awo okuta, awo leri akuta

143
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OSHE BARA
oshebara awo sheshere adifafun loba
eifereku toluma ku ogedenalafia

OSHEKANA
oshekana oshe opiliki afije ako lonan
adifafun sokun batinshe maye sha eja oro lebo

OSHEGUNDA
oshe omolu oshewelw diawo wele oshe balloya diawo
akuko bodawa she aja bashare sinu oro inan ogese omi
akoko wini akoko isugese kileman oshe omolu, oshe
omolu agada mame lorun

OSHESA
oshesa awo obini opo adifafun ako akuko lebo akofa
atitan erita merin elebo

OSHEKA
osheka niniwa alafia ofini obi atake
afeunan obi atake, elewa, elewa mi orun obyje alé

144
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OSHEOTURUKPON
oshetrupon ika bagun maya lalaya oun oya gunle ilowo
tule adifafun piti aretinho laya tinshe arema awunko
lebo ologun banto eiyele akuko lebo

OSHETURA
oshe tura ladafun unibantinlo leaja benijo tete no nisho
inba oiyn afere wewe aiyaba dide afere wewe oshetura
omi unroso atie asha olodúmare ebo omo ire odara

OSHEBILE
oshebile boroboro mofá irete mokure irete yama
yamasa adifafun bemi lola tinshomo okuni ara oda
oshebile biawo adawe adi atolo babadona orun
babalawo lodafun alaketa, oshebile bi awe adawe adi
atoto babadona orun babalawo lodafun alaketo oshebile
lodafun alaketu, oshebile bi awe adawe adi atoto
babadona orun babalawo lodafun alakensi
omo si si roko maje alakenta
omo si si roko maje alaketu
omo si si roko maije alakensi

145
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
adada omo alabi ifa awo

OSHEFUN
oshefun tefun shefun shefun baba areru orunmila ni
ayasha ria ria awo igbin akoto kilo asalakole ika koye
adafun loede ikokoyeye wafun awo oni kako pewo omi
kako orogbo igi ni asho ori eni peju tompo kolaro

OFUN MEJI
mikan fu meji lekpa ku kupado
ku reile kpa gbe kpado gbe ki vi likpo
azon kpado, azon reile kpan filibe wa yi sa mu mi
klan sa magba hiwe dotanumio difun, ku run, kukon
shetura do le do le gbogbo do kpoli agba ton mukon
dunon dunon emi yero le Leo emi hunwe si ye ofun meji

OFUNLOBE
ofunlobe augete yiera ajeri gi ofa perigiki oba oshun
ladofun ofun ladafo oba nuba ogbe dombara ofun
ekodidde meta elebo elewo elebo

146
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OFUNYEKU
ofun yemilo kunuku aberikulo ninshawo inle olofin a
kala mabo abigi olorun nenshewo inle olofin tento tere
abi apolo kaferefun abatala ati eshu

OFUNIWORI
funi babo woli ka ni gasa ashosuwe jebu losifa tajua
ofundi afundi adifafun eri etu komoba ofundi ojo to
akuko, eiyele leri etu elebo

OFUNBIROSUN
ofunroso ifa lodafun obatala oshun, iymonja maferefun
ofunroso soju eshe gogoro oge bara lodofun olofin leri
etu meji elebo

OFUNOWONRIN
ofun eleta imeta eleji owonrin ofun wonrin imeta lare re
omanan ifa ati eshu

OFUNBARA
ofun bara ofun sunsu olomori obara sunsun orasali

147
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
adifafun lebo akuko awunko, eiyele lebo maferefun
olofin

OFUNKANA
ofiara koja abo miloso adifafun osoko laju oma aboiyo
lebo, eiyele eyelebo kaferefun obatala ati eshu

OFUNGUNDA
ofun funda ifa tinshomo ikin unsoro logbo kaleno
orisha umpe gigbe tiye kevioso akuta edun ara okpa
afafa okoji okpele ifa adifafun afafa kaferefun ifale

OFUNSA
ofunsa ale nishe omo iku oyina omo orunmila ale oyina
lele asuworun oyina lorugbo awo funfun ile osaiyn, iku,
eja, owo la meja elebo ofunka fu ka josi mono kegbe
efushe kayebo

OFUNTUROKPON
nojeto te mo mo tente mana ajaro unjo ke adifafun jeje
tinshoma oro lebo eiye oro eiyele, etu lebo

148
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
OFUNTUWA/OFUNTEMPOLA
boju oba ponibio oku nibide adifafun alapani akuko igi,
longi, awunko alejo lebo ofuntura, ofuntempola, ifa
ogbo, eje ogbo, opó, agutan lebo, ekodide meji
ogbo la mejo, eku, eja, esushu ofuntura ifa adokai

OFUNRETE/OFFUNBILE/OFUNBIRETE
ofunbile mene jubo badeya Apolo abi nhanki adifafun
loure umbantinlo bale nifa, akuko lebo, abiye adifafun
aminisi, ekodide, eiyele lebo

OFUNSHE
ofunshe adifafun ya adifafun orunmila adifafun obatala
adifafun adifafun osnuw okoshe loko akejialake lorugbo

149
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
IDENTIFICAÇÃO CARACTERISTICAS E
COMPORTAMENTOS DO ODÚ

Nome Yorubano =Odú Ossa


Nome Latino =A cabeça do Dragão
Dia da Semana =Quarta –feira
Estação do Ano =Inverno
Representação Esotérica =Uma cabeça humana,
sobre a Lua Minguante
Natureza Elemental = Água sobre fogo
Correspondência Planetária = Lua
Correspondência Zodiacal = Câncer

SIGNIFICADO
Significa autoridade, teimosia, orgulho, desastres, caminhos
perigosos, más noticias, falsidade, desgosto, lágrimas,
desespero, perseguição, grandes abundâncias de ambos os
lados.

PERSONALIDADE
Este odú fala em autoritarismo, perseverança,
personalidade forte, traz caminhos perigosos, facilitando
acidentes, aproximação de maus espíritos, e más notícias,
decepções e desgostos trazidos por pessoa próxima.
Indica também Egun, avisa que o consulente está em
desespero, e que se ainda não, pode derramar muitas
lágrimas.
Traz também grandes projetos, que não são executados,
devido à presença constante de Egun.
Vive cercado por pessoas falsas, porem é inteligente e

150
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
trazem a proteção de Xangô e Oxalá.
Vencem com muita força de vontade e perseverança, só
assim conseguem triunfar.

COMPORTAMENTOS
São sempre dotadas de inteligência, dignidade, nobreza,
excelentes iniciativas e perseverança.

ORGÃO QUE ATUA


Estômago, intestinos, lábios, orelhas, braços, pernas,
aparelho genital feminino e o sangue.

DOENÇAS
Problemas relacionados à coluna vertebral, doenças
originárias do sangue.

CORES: Vermelho, vinho e laranja.


MINERAIS: Ametista, turquesa, latão e carnalina.

LOCAIS:
Florestas, montanhas, jardins, trilhas em montanha e
ladeiras.

SOCIEDADE
Os Governadores, os Magistrados, Advogados, os
Filantrópos. Sexo feminino, só as que possuem cargos
públicos importantes.

PROFISSÃO: Alpinistas, guias, carpinteiros e Aviadores.

151
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
REGÊNCIA:
Fogo, magia negra, estrelas, o sangue e demais poderes
mágicos.

PRINCIPAIS ORIXÁS: Oyá e Yemanjá.


OUTROS ORIXÁS: Iyá mi, Sangô e Ibeji
ANJO REGENTE: Gabriel.

CAMINHOS DE OSSA
Revela que devemos ter cautela, cuidados com ciladas,
acidentes, perigos ocultos. Avisa sobre vinganças,
perseguição, inveja, inimizades e feitiços.
Revela também que Exú garante sucesso, em caso de
perseverança. Avisa ainda que obterá sucesso em qualquer
trabalho feito para Ossayn.
Avisa também melhoria de vida próxima, sucesso nos
negócios, traz ajuda de pessoa influente que ajudará com
tudo se realize.

IDENTIFICAÇÃO CARACTERISTICAS E
COMPORTAMENTOS DO ODÚ

Nome Yoruba = Ejiofun


Nome Latino = A Aquisição
Dia da Semana = Sexta-feira
Estação do Ano = Outono
Representação Esotérica = Um Ovo
Natureza Elemental = Água sobre água
Correspondência Planetária = Saturno
Correspondência Zodiacal = Capricórnio

152
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
SIGNIFICADO
Significa prejuízos, feitiços, morte, doenças em geral e
casos amorosos.

PERSONALIDADE
Este Odú é um dos mais velhos e teimosos dos Odús.
Embora o mesmo fale de paz e positividade, também fala
de má sorte e morte, exigindo cuidados para evitar
acontecimentos desagradáveis.
Este Odú traz a sinceridade, honestidade, inteligência e
amizade. Ele está sempre ligado a área de saúde, pois
representa também a doença, o que está sempre envolvido
com ela. Está ligado aos problemas de amor, trazendo
conseqüências ao mesmo, sempre acompanhado de
prejuízos. A cor preferida deste Odú é o branco, não
aceitando outra cor.

COMPORTAMENTOS
É possuidor de uma vontade férrea de crescer, aumentar,
acumular fortunas, tendo um senso de economia muito
apurado.

ORGÃOS QUE ATUA


Diafragma, respiração, digestão, circulação sanguínea,
estômago, útero, pernas, músculos das costas e ovários.

DOENÇAS
Atua na má circulação sanguínea, nos problemas
respiratórios. Influência na atrofiação dos musculos, na
obesidade, cirurgias, problemas de útero e ovário.

153
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
CORES: Branco, azul céu e violeta.
MINERAIS: Ametista, Turquesa, Safira, Estanho, Jaspe
verde.

SOCIEDADE
Chefe, a pessoa com poder de proteção, os ricos e
poderosos.

PROFISSÕES
Altas autoridades policiais, Juizes, prefeitos, ministros,
Banqueiros, gerentes e também vigias noturnos.

LOCAIS
Templos, bancos financeiros, museus, palácios, casas
aristocráticas, caixas forte e abrigo noturnos.

REGÊNCIA
Mistérios, Segredos, os albinos, as pessoas bem velhas, os
benefícios e rege também o numero dezesseis.

PRINCIPAIS ORIXÁS
Oxalufan, e demais orixás denominados Orixás FUNFUN
(Orixás Brancos), como Oxalá, Obatalá, Odúduwa,
Oxaguian.

OUTROS ORIXÁS: Oxumaré, Orumilá e Obá


ANJO REGÊNTE: Kesphiael

CAMINHOS DE EJIOFUN
Revela o alcance do sucesso e a superação dos obstáculos.

154
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
IDENTIFICAÇÃO CARACTERISTICAS E
COMPORTAMENTOS DOS ODÚS

Nome Yoruba =
Owarim
Nome Latino =
A grande sorte
Dia da Semana =
Domingo
Estação do Ano =
Verão
Representação Esotérica =
Dois triângulos superpostos
contendo cada um três
pontos.
Natureza Elemental = Terra sobre fogo
Correspondência Planetária = Urano
Correspondência Zodiacal = Aquário

SIGNIFICADO
Significa surpresas, dúvidas, ingratidão, vingança oculta,
perturbação, dificuldade na conquista, doenças passageiras,
homem volúvel. Significa também a morte sem doença.

PERSONALIDADE
Este Odú tem influência sobre doenças, sofrimentos, morte
repentina, não adota a permanência da doença por muito
temp: cura ou mata. Traz o sentimento de pessoas volúveis
e sem fé. Traz perturbação, má influência, exigindo assim
muito cuidado e perseverança, para não causar perdas,
desgraças e até a própria morte.

COMPORTAMENTOS
Apurado censo moral, agindo sempre com muita cautela,
carrega consigo lealdade e nobreza em suas ações. Carrega

155
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
também o forte censo de ambição, generosidade e
preocupação com seu semelhante.

ORGÃOS QUE ATUA


Coração, olhos, artérias, regula as funções orgânicas em
geral

DOENÇAS
Do coração, hipertensão, inflamações das vistas, infartos,
paralisia do sistema motor e inflamações intestinais.

CORES
Vermelho, laranja e demais cores fortes que expressam
luxúria.

MINERAIS
Ouro, topásio, âmbar, jacinto, crisólita e demais pedras
douradas e amarelas.

SOCIEDADE
Chefes de Estado, Reis, Príncipes, personalidades célebres,
coisas ilustres, brilhantes. As altas posições, as honrarias
sociais, a nobreza e as cerimonias comemorativas.

PROFISSÕES
Ministros, filantropos, célebres escritores, embaixadores.

LOCAIS
Iluminados, claros, ativos, coloridos, espaçosos,
imponentes, principais praças de cada cidade, as pomposas

156
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
mansões, os palácios, os floridos jardins aromáticos.

REGÊNCIA
As rochas, as montanhas, objetos multicoloridos.

PRINCIPAIS ORIXÁS: Oyá, Ogúm e Exú.


OUTROS ORIXÁS: Yemanjá, Ewa, Oxúm, e Logum-Edé.
ANJO REGENTE: Ezraphiel

CAMINHOS DE OWARIN
Influência para o caminho da difícil situação financeira;
exige calma, paciência e coragem.
Traz também a grande possibilidade de vencer os
obstáculos, desde que haja perseverança, conquistará a
vitória almejada.

IDENTIFICAÇÃO CARACTERISTICAS E
COMPORTAMENTOS DO ODÚ

Nome Yorubá = Odú Ejilasebora


Nome Latino = O branco
Dia da semana = Sexta-feira
Estação do Ano = Inverno
Representação Esotérica = A figura de um feto
dentro do Útero
Natureza Elemental = Terra sobre ar
Correspondência Planetária = Urano
Correspondência Zodiacal = Aquário

157
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
SIGNIFICADO
Sangue, luta, loucura, dor de cabeça, dificuldades de vida,
herança, grande fortuna, sagacidade, miséria, ruína, prisão,
briga, perda de tudo, prosperidade total e decadência.

PERSONALIDADE
Este Odú representa os poderes dos dozes Ministros de
Xangô, dos quais seis absolvem e seis condenam.
É portador da bondade, da solidariedade, porém carrega um
pouco de arrogância, apesar do bom coração.
Carrega pose de superioridade, comportamento e elegância
de um Rei.

COMPORTAMENTOS
Traz atitudes inocentes que buscam a prática do bem e da
solidariedade, sempre desprovida de interesses.

ORGÃOS QUE ATUAM


Nas mulheres, órgãos sexuais femininos. Partes internas
dos orgãos sexuais em geral: testículos, útero, glândulas
mamárias, garganta e sentido do olfato.

DOENÇA
Dos orgãos reprodutores das mulheres, Sífilis, doenças
sexualmente tansmissiveis, histeria sexual, males dos
ovários, vagina, testículos.

CORES: O branco e as cores suaves


MINERAIS: Cobre, Esmeralda, água marinha, Safira, Coral
rosa e Coral branco.

158
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
SOCIEDADE: As relações afetivas e os Amigos.

PROFISSÕES
Poetas, Pintores, Artistas, Escritores, Religiosos, Monges,
Sacerdotes, Médicos, enfermeiros e demais profissionais
que se vestem de branco.

LOCAIS
Locais alegres e iluminados, locais onde reúnem-se pessoas
elegantes, os grandes Picos cobertos de neve, as grandes
dunas e desertos de areias, limpa e clara.

REGÊNCIA: A riqueza, a abundância de bens, a Terra


prodútiva.

PRINCIPAIS ORIXÁS: Xangô


OUTROS ORIXÁS: Orumilá, Odúduwá, Ibeji e Oyá
ANJO REGÊNTE: Ezraphiel

CAMINHOS DE EJILASEBORA
São caminhos que necessitam de cautela, pois são
perigosos. Tem o poder de atrair pessoas invejosas,
aventureiras, astuciosas e sagaz. Exigi calma, sagacidade,
tática, astúcia para que atraia com esse comportamento um
futuro favorável, com vitórias.

IDENTIFICAÇÃO CARACTERISTICAS E
COMPORTAMENTOS DO ODÚ

Nome Yoruba = Odú Ejiologbon


Nome Latino = O Povo

159
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Dia da Semana = Segunda-feira
Estação do Ano = Verão
Representação Esotérica = Um círculo com Campo
Negro, significando a
saturação total.
Representação Elemental = Terra sobre Terra
Correspondência Planetária = Lua
Correspondência Zodiacal = Câncer

SIGNIFICADO
Pertubação, Dúvida, maldade, morte, destruição, falta de
sorte no amor, triunfo nas dificuldades.

PERSONALIDADE
Este é um dos mais velhos entre os Odús, força e
perseverança para vencer obstáculos, não tem muita sorte
no amor, possuindo tendência para perturbações. Amante
do trabalho, da honestidade, é possuidor de uma férrea
força de vontade, sobre o que almeja. Este Odú representa
a morte.

COMPORTAMENTOS: Moderado, Passivo, receptivo.

ORGÃOS QUE ATUA


Aparelho digestivo, estômago, garganta, intestinos, sistema
linfático, bexiga, útero, glândulas salivares.

DOENÇAS
Males do útero, males do estômago, complicações
linfáticas, anemia, angustia, alucinações fantasmagóricas e

160
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
obsessões.

CORES: Preto, cinza prateado, branco nacarado.

MINERAIS: Pérola negra, diamante, quartzo fume, prata,


selenita e onix.

SOCIEDADE: Os clubes, os eventos, as massas populares, as


reuniões pessoais, amigos e inimigos, e tudo que possuir
aglomerações de pessoas.

PROFISSÕES
Lavadeiras, faxineiras, pessoas responsáveis por banhos de
outras, artistas bizarros, pescadores, caçadores, oradores e
líderes populares.

LOCAIS
Cachoeiras, oceanos, mares, reservatórios, igrejas,
mercados, locais públicos de muito movimento, locais bem
silenciosos, locais misteriosos, manifestações políticas,
passeatas, reuniões e procissões religiosas, museus e
bibliotecas.

REGÊNCIA
À noite, as trevas, a morte, a terra, o ocidente e a
agricultura.

PRINCIPAIS ORIXÁS: Nanã.


OUTROS ORIXÁS: Ogum, Exú, Oxossi, Oyá.
ANJO REGÊNTE: Gabriel.

161
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
CAMINHOS DE EJIOLOGBON
Traz convicções de idéias, e força de premunição. Traz a

certeza da vitória após as dificuldades. Traz a convicção de


que o bem é mais importante que o mal, e traz sempre a
virtude a quem pratica.

162
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
FECUNDAÇÕES DOS ODÚS

ODÚ OKANRAN SUA FECUNDAÇÃO


Como é sabido por todos, OLORÚM, fez o homem a sua
imagem e semelhança e esse se chamaria ISELE. Como
ISELE vivia muito só, pediu a ORUMILÁ uma
companheira. O ser Supremo chamou então o seu anjo mais
puro e belo, e ordenou-lhe que ajudasse à ISELE naquilo
que fosse necessário.
O anjo não acatou as determinações e insubordinou-se .
OLORÚM, diante de tão grande desobediência, ordenou-
lhe a descer a grande profundeza, com todos seus pedaços,
expulsando o desta forma do ORUM.
Desta desobediência, revolta e insubordinação, foi dado a
luz ao ODÚ OKANRAN.
Através de um sincretismo, diz essa lenda que este ODÚ,
simboliza satanás.
Este ODÚ foi gerado da união do ODÚ OSSE com o ODÚ
EJIONILE. Diz uma das muitas lendas, que o ODÚ
EJIOKO foi gerado sem pecado original.
ODÚ ETAOGUNDA SUA FECUNDAÇÃO
Este ODÚ ETAOGUNDA foi nascido com peixe, pano
branco e areia da praia, foi gerado sem pecado original.

ODÚ IROSUN SUA FECUNDAÇÃO


Segundo as lendas, OLORÚM chamou ISELE e ordenou-
lhe que raspasse OSÚN (uma espécie de madeira vermelha)
e a coloca-se em um brejo. Deste acontecimento foi gerado
o ODÚ IROSUN, sem pecado original.

163
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Assim de IROSUN nasceu NANÃ IBAYIN, a primeira
Yabá do mundo.

ODÚ OSSE SUA FECUNDAÇÃO


Segundo as lendas, o ODÚ OSSE foi gerado de cinco
espelhos e um pano branco, bem limpo, na beira de um rio.
Este ODÚ também foi concebido sem pecado original.
Ainda segundo as lendas, desta concepção, nasceu a
primeira OXUM YEYE IJIMJ, a mais velhas de todas as
OXUMS.

ODÚ OBARÁ SUA FECUNDAÇÃO


Este ODÚ é o que representa a riqueza. Ele foi concebido
de um bloco de ouro, e as suas arestas representam a
riqueza. Tem sua fecundação em EJILASEBORA.
ODÚ OBARÁ nasceu AJÊ.
De EJILASEBORA nasceu ARAIUN, que não vem na
cabeça ( ori ) de ninguém, mas foi dele que nasceu os dozes
SANGÔS.
ODÚ ODÍ SUA FECUNDAÇÃO
O ODÚ ODÍ foi nascido da água, farofa de d’ água, água
níquel (metal branco) e outro eletro prata.
ODÚ ODÍ, se enamorou de ETAOGUNDA e desta união
de dois odús nasceu YEMANJÁ e OXAGUIÃN.
De ODÚ ODÍ, nasceu OXAGUIÃN e OXUMARÊ.
Do ODÚ ETAOGUNDA nasceu YEMANJÁ e ANIBUN,
destes dois nasceram OGUM IOROMINAN ABALAJU
(ogúm ja).

164
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
ODÚ EJIONILE SUA FECUNDAÇÃO
De acordo com as lendas, OLORÚM, ordenou a ISELE que
levasse um bicho, um animal de quatro patas para a parte
elevada da montanha, ISELE ofereceu –o em holocausto e
desta forma foi que nasceu o ODÚ EJIONILE na terra.
Com o bicho de quatro patas da fecundação nasceu
KUNAMAM.
ODÚ OSSA SUA FECUNDAÇÃO
O ODÚ OSSA, foi nascido da união da papoula vermelha,
asó púpá ( roupa vermelha ), èpó ( azeite dendê ) e um pano
vermelho (bandeira) agitado ao vento, deste movimento
nasceu o ODÚ OSSA por intermédio de ISELE a mando de
OLORÚM.

ODÚ OFUN SUA FECUNDAÇÃO


OLORÚM, chamou ISELE e mandou que ele pegasse
argila (efun), raspasse e misturasse com orvalho e neblina.
Desta mistura foi dado a luz ao ODÚ OFUN, e dele nasceu
OXALÁ, ODÚDUWÁ, não havendo deste ato, também o
pecado original.

ODÚ OWARIN SUA FECUNDAÇÃO


Este ODÚ nasceu de um pano preto, vermelho e branco,
água, mel e cachaça em uma encruzilhada de quatro pontas
(aberta). Deste ODÚ nasceu EXÚ.

ODÚ EJILASEBORA SUA FECUNDAÇÃO


OLORÚM ordenou a ISELE que este fizesse uma fogueira,
na qual é simbolizado este ODÚ. Foi desta fogueira que

165
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
nasceu o ODÚ EJILASEBORA, sendo assim sem pecado
original.
Este ODÚ, por sua vez, deu a luz a XANGÔ ARAUREM,
muito velho, hoje inexistente, este XANGÔ foi quem gerou
LOGUN-EDÉ ou ODÉ.

ODÚ EJIOLOGBON SUA FECUNDAÇÃO


Este ODÚ foi fecundado com água, lama e chuva, desta
forma também sem pecado original.
ODÚ IKA SUA FECUNDAÇÃO
Este ODÚ foi nascido das águas, da chuva, água de
nascente e raios do sol, igualmente sem pecado original.
Da união do ODÚ IKA e ODÚ IROSUN, nasceu
OXUMARÊ e EWÁ.

ODÚ ITAN IKA SUA FECUNDAÇÃO


Na historia da fecundação dos ODÚS, não foi esclarecido o
nascimento deste ODÚ. Diz-se apenas que seu surgimento
foi com a finalidade de destruir ISELE, com o poder que
lhe foi dado por OLORÚM, significava a destruição do
próprio homem ou a sua ascenção na terra.
ISELE achou-se muito importante perante OLORÚM e
ORUNMILÁ, por esse motivo que o mesmo foi destruído
por IKA.

ODÚ OBETEGUNDA SUA FECUNDAÇÃO


Este ODÚ, segundo as lendas são do sexo feminino, e foi
nascido de acaçás branco e ekedis vermelhos (acaçás
vermelhos), próximo a uma montanha de minério de ferro.

166
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Esta fecundação veio por fim a uma guerra entre irmãos.
Segundo ainda às lendas foi esse ODÚ que deu vida ao
primeiro OGUM.

ODÚ ALÁFIA SUA FECUNDAÇÃO


Este ODÚ foi gerado do branco e do poder de OLORÚM.
ALÁFIA, significa a parte positiva de todos os ODÚS,
quando se suplica à ORINMILÁ, o pai da sabedoria, quer
dizer que está pedindo a uma força superior.
Este ODÚ foi gerado também sem o pecado original.
Tendo porém uma ligação muito grande com EXÚ E ONÃ.

167
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
LENDAS DE ODÚS

1-A Vinda de Três Divindades

"Nos primórdios da criação, Olodúmaré, o Ser Supremo


que vive no orun, mandou vir ao aiyé (universo conhecido)
três divindades: Ogun (senhor do fèrro), Obarixá (senhor da
criação dos homens) (2) e Odú, a única mulher entre eles.
Todos eles tinham poderes, menos ela, que se queixou
então a Olodúmarê. Este lhe outorgou o poder do pássaro
contido numa cabaça (igbá eleiye) e ela se tornou então,
através do poder emanado de Olodúmarê, Ìyáwon, nossa
mãe para eternidade (também chamada de Iyami Oxoronga,
minha mãe Oxorongá). Mas Olodúmarê a preveniu de que
deveria usar este grande poder com cautela, sob pena de ele
mesmo repreendê-la.
Mas ela abusou do poder do pássaro. Preocupado e
humilhado, Obarixá foi até Orunmilá fazer o jogo de Ifá, e
ele o ensinou como conquistar, apaziguar e vencer Odú,
através de sacrifícios, oferendas e astúcia. “Obarixá e Odú
foram viver juntos”. Ele então lhe revelou seus segredos e,
pós algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive que
adorava Egun. Mostrou-lhe a roupa de Egun, o qual não
tinha corpo, rosto nem tampouco falava. Juntos eles
adoraram Egun..
"Aproveitando um dia quando Odú saiu de casa, ele
modificou e vestiu a roupa de Egun. Com um bastão na
mão, Obarixá foi à cidade (o fato de Egun carregar um
bastão revela toda a sua ira) e falou com todas as pessoas.

168
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Quando Odú viu Egun andando e falando, percebeu que foi
Obarixá quem tornou isto possível. Ela reverenciou e
prestou homenagem a Egun e a Obarixá, conformando-se
com a supremacia dos homens e aceitando para si a derrota.
Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Egun, e
lhe outorgou o poder: tudo o que Egun disser acontecerá.
Odú retirou-se para sempre do culto de Egungun."

O conjunto homem-mulher dá vida a Egun (a


ancestralidade), mas restringe seu culto aos homens, os
quais, todavia, prestam homenagem às mulheres, castigadas
por Olodúmarê através dos abusos de Odú. Também por
esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas
coletivamente, e somente os homens têm direito à
individualidade, através do culto a Egun.
Um dos Orixás funfun, isto é, Orixás que têm como
principal preceito o uso do branco nos ritos e nas oferendas;
em algumas regiões; Obarixá é adotado como um codnome
de Oxalá.

LENDAS DE ODÚS

Lenda que existio um senhor que, depois de ter estado


muito bem, ficara num estado tão precário que, devido à
extrema miséria em que se achava, viu-se forçado a
procurar todos os meios para não pôs termo à própria
existência.

Mas, tendo feito o que lhe determinaram fazer e tendo

169
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
esperado a melhoria das suas coisas da vida sem ter algum
resultado benéfico, foi-se para o mato com uma corda, afim
de se enforcar. Foi quando, de súbito, viu um pobre leproso
que estava pelejando para botar a água de um igbin
(caramujo) na cabeça. O homem que estava prestes a
cometer a ação de suicidar-se, com grande admiração e
louvor, levantou as mãos para o céu, agradecendo a
OLORÚM (deus). Ele, que se julgava muito melhor do que
aquele indigente leproso em semelhante estado de saúde,
voltou para casa bastante satisfeito e confortado com o que
vira. Em pouco tempo, foi chamado para ocupar o trono de
seu pai, que falecera. Nessa ocasião, não se esqueceu
daquele leproso que estava ali abandonado. Assim que foi
levado ao trono, mandou buscar o seu companheiro de
infortúnio naquele mau dia. Assim, ficaram ambos bem…

LENDAS DE ODÚS

Diz-se que, nos primórdios dos tempos, não existia


separação entre o céu e a terra (Orum-Aiyé) e que havia
uma convivência íntima entre os orixás e os seres humanos;
todos podiam ir ao Orum e voltar quando desejassem.
Porém certo dia, o homem desonrou seu compromisso com
OLORÚM, pecou contra o supremo ao tocar o que não
podia ser tocado ou comer o que não podia ser comido. E
assim, o mesmo dividiu o céu e a terra. O privilégio da livre
comunicação desapareceu em troca das diferentes formas
oraculares estabelecidas e legadas por Orunmilá. Odús
(signos de ifã) são presságios, destinos, predestinação.

170
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
Os Odús são inteligências siderais que participaram da
criação do universo; cada pessoa traz um Odú de origem e
cada orixá é governado por um ou mais Odús. Cada Odú
possui um nome e características próprias e dividem-se em
“caminhos” denominados “Ese” onde está atado a um sem-
número de mitos conhecidos como itàn IF.

LENDAS DE ODÚS

Nós primórdios dos tempos, não existia separação entre o


céu e a terra (orum-aiyé) e que havia uma convivência
intima entre os orixás e os seres humanos.
Todos podiam ir ao órum e voltar quando desejassem.
Porem, certo dia, o homem desonrou seu compromisso com
ólorum, pecou contra o supremo ao tocar o que não podia
ser tocado. E assim o mesmo dividiu o céu e a terra, o
privilegio da livre comunicação desapareceu em troca das
diferentes formas olaculares estabelecidas e legadas por
orunmila.

LENDAS DE ODÚS

Era um pobre peregrino que vivia migrando. Permanecia


em diversos lugares, mas, depois de fazer as plantações,
mandavam embora, ficando os donos das terras com tudo o
que ele tinha feito.

Por conselho de alguém, esse homem foi um dia a casa de


um oluô, que lhe indicou um ebó (oferenda). Tendo tudo

171
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
preparado, partiu o homem para a grande mata fronteiriça e,
lá chegando deu início ao serviço.

Mais tarde, ouvindo um barulho naquele lugar tão


impenetrável, assustou-se. Era ogum, o dono dessa mata
misteriosa. Chegando perto, ficou ogum espreitando o
estranho, até que este, muito amedrontado, implorou
misericórdia, perguntando a ogum se queria se servir de
alguma coisa servida no ebó. Que falasse sem cerimônia,
pois estava tudo a sua disposição.

Ogum aceitou tudo o que havia ali e ficou satisfeito.


Perguntou, então, quem era tão perverso a ponto de mandar
o peregrino para aquela paisagem impenetrável. O homem
contou todos os percalços de sua vida.

Então, ogum, transfigurado, aterrorizante, bradou que ele


pegasse o mariô e fosse marcar as casas dos seus amigos,
pois ele, ogum, iria aquela cidade à noite destruir tudo o
que lá se achasse. Iria arrasar todos os haveres lá existentes,
até o solo. Dito e feito...

Ogum acabou com tudo, exceto as casas e os lugares que


tenha sido demarcado pelo homem com a colocação de
mariô em cima das portas. Tudo o que havia de riqueza ali
ogum deu para ele, tudo mesmo, conforme tinha prometido.

172
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
LENDAS DE ODÚS

Dizem às histórias que havia diversos príncipes que


disputavam o poder. Também havia outros fidalgos
oriundos de diversas cidades. Entre estes, havia tela-okô,
que era desprovido de todos os meios de subsistência.

E lá um dia, enquanto roçava bem no lugar onde havia


colocado o ebó que ele tinha feito conforme a maneira
decretada, tela-okô bateu com a enxada num forno enorme,
que se abriu, causando-lhe grande espanto. Chamou os
companheiros que estavam mais afastados, dizendo que
tinha afundado no buraco da riqueza.

Mas, em seguida, tendo ele reconhecido ser deveras um


verdadeiro tesouro da fortuna o que encontrara, mudou
repentinamente, dizendo que o que tinha encontrado era
apenas um buraco cheio de orobôs, e que estes eram tão
alvos que parecia tratar-se de moedas.

Claro que através deste caminho de odú, entende-se que


jamais devemos revelar de onde provem nossas riquezas e
não o tanto o que temos, a fim de evitar invejosos,
perseguidores e ladrões.

173
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
LENDAS DE ODÚS

Em certo tempo um homem que se achava em situação tão


precária e em tal aperto, que não via de lado algum
qualquer milagre que pudesse salvá-lo.

Ele resolveu ir até a casa de um oluô fazer o ebó (oferenda)


indicado.
Feito tudo... Lá se foi ele para um lugar reservado, acendeu
o fogo, em seguida colocou as pimentas maduras no lume e
pôs-se a receber fumaça nos olhos.

Em um dado momento, ia passando um príncipe reinante e


herdeiro do trono. Observando aquela cena de sofrimento
espontâneo, admirou-se do tal sujeito,que, no dizer dele,
estava procurando o meio mais curto possível para pôr
termo à existência. O príncipe, condoído com aquilo, o fez
chegar aos seus pés e indagou dele o que havia ou o que
queria dizer aquilo. Sem demora, o homem historiou a
razão daquele ato de castigar a si próprio. Tratava-se de
compromissos Em certo tempo um homem que se achava
em situação tão precária e em tal aperto, que não via de
lado algum qualquer milagre que pudesse salvá-lo.

Ele resolveu ir até a casa de um oluô fazer o ebó (oferenda)


indicado.

Feito tudo... Lá se foi ele para um lugar reservado, acendeu


o fogo, em seguida colocou as pimentas maduras no lume e

174
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
pôs-se a receber fumaça nos olhos.

Em um dado momento, ia passando um príncipe reinante e


herdeiro do trono. Observando aquela cena de sofrimento
espontâneo, admirou-se do tal sujeito, que, no dizer dele,
estava procurando o meio mais curto possível para pôr
termo à existência. O príncipe, condoído com aquilo, o fez
chegar aos seus pés e indagou dele o que havia ou o que
queria dizer aquilo. Sem demora, o homem historiou a
razão daquele ato de castigar a si próprio. Tratava-se de
compromissos inadiáveis, que ele não podia cumprir. Disse
o príncipe que, tendo pena dele, não consentiria tal cena.
Também sem hesitação, o príncipe mandou-lhe uma
verdadeira fortuna, com o qual o homem poderia viver toda
a sua vida, sem o menor vexame.

LENDAS DE ODÚS

Conta-se que um filho de orixalá que se chamava dinheiro,


que se dizia ser tão poderoso que poderia dominar até
mesmo a morte.

Este, fez uma oferenda indicada pelo babalaô e saiu


maquinando como poderia trazer preza a morte, conforme
prometera diante de todos. Deitou-se na encruzilhada e as
pessoas que passavam na estrada deparavam com um
homem espichado no meio do caminho. Diziam uns:
-xi ! Está este homem esticado com a cabeça para a casa da
morte, e os pés para a banda da moléstia e os lados do

175
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
corpo para o lugar da desavença.

Ouvindo tais palavras dos transeuntes, levantou-se o


homem e disse, então, com ironia: já sei tudo o que era
preciso conhecer. Estou com os meus planos já feitos.

E lá foi ele direto para a fazenda da morte. Chegando no


local, começou a bater os tambores fúnebres de que a dona
da casa(sra. Morte) fazia uso quando queria matar as
pessoas indicadas para morrer. Ela tinha uma rede
preparada e, quando a morte aproximou-se, apressada, afim
de saber quem estava tocando os seus tambores, o homem
envolveu-se na rede e levou logo ao maioral orixalá.
Dizendo-lhe estas palavras: Aqui está a morte que eu lhe
prometi trazer em pessoa à vossa presença.

Orixalá, então lhe disse essas palavras: -vai-te embora com


a morte e tudo de melhor e de pior que possa haver no
mundo, pois tu és o causador de tudo o que há de bem e de
mal. Some-te daqui e a leva embora e, então, poderás
possuir tudo e conquistar o universo inteiro.

LENDAS DE ODÚS

Dizem que no principio do mundo, 15 dos 16 odús


seguiram todos à casa do oluô, a fim de procurar os meios
que os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o
que foi determinado pelo oluô. Obará um dos dezesseis
odús existentes, não se encontrava no grupo na ocasião em

176
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
que os demais foram consultar o oluô. Sendo ele, porém,
sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o oluô
determinara. E que os demais odús não fizeram por simples
capricho da sorte. Obará com afinco fez o máximo que
pode para conseguir seu desejo, dada a sua condição
precária (de pobreza). Como era de costume, os 15 odús de
cinco em cinco dias iam à casa de olofim, e nunca
convidavam obará , por ser ele muito pobre, tanto que
olhavam para ele sempre com menosprezo. Pois, então,
foram à casa de olofim, jogaram e até altas horas do dia não
acertaram o que queriam que olofim adivinhasse e, com
isso, acabou que todos eles se retiraram sem ter sido
satisfeita sua curiosidade. Olofim, com desprezo, ofereceu
uma abóbora a cada um deles, e eles, para não serem
indelicados levaram consigo as abóboras ofertadas.

No caminho, porém, alguém se lembrou de apontando para


a casa de obará, de fazer ali uma parada, embora alguns
fossem contra, dizendo que não adiantaria dar semelhante
honra a obará, pois ele era um homem simples que nunca
influía em nada.

Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar


obara-meji com estas palavras: obará, bom dia! Como vais
de saúde? Será que hás de comer com estes companheiros
de viajem?

Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem


da comida que quisessem. Dito isso, foram entrando todos,

177
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
eles que já vinham com muita fome, pois estavam desde a
manhã sem comer nada na casa de olofim.

A dona da casa foi ao mercado comprar carne para reforçar


a comida que tinha em casa e, em poucas horas, todos
almoçaram à vontade. Depois, obará convidou todos para
que se deitasse para uma madorna, pois estavam todos
cansados e o sol estava ardente. Mais tarde, eles se
despediram do colega e lhe disseram: fica com estas
abóboras para ti e lá se foram satisfeitos com a gentileza e a
delicadeza do colega pobre e, até então, sem valia.

Mais tarde, quando obará procurou por comida, sua mulher


o censurou por sua fraqueza e liberalidade, dizendo que ele
tinha querido mostrar ter o que não tinha, agradando a eles
que nunca olharam para ele, e nunca ligaram nem deram
importância ao colega.

Porém as palavras de obará eram simples e decisivas.


-eu não faço mais do que ser delicado aos meus pares, estou
cumprindo ordens e sei que fazendo estes obséquios, virá à
nossa casa prosperidade instantânea.

Finda explicação, obará pegou uma faca e cortou uma


abóbora, surpreendendo-se com a quantidade de ouro e
pedras preciosas que havia dentro dela. Surpreso, e com
muita felicidade, viu que em uma abóbora havia lhe dado o
título de odú mais rico, porém logo percebeu que havia
mais outras 14 abóboras a serem abertas e em cada uma

178
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
delas havia outras riquezas em igual quantidade.

Obará comprou tudo que precisava palácio e até cavalos de


várias cores. Daí que estava marcado o dia para todos os
odús irem novamente a conferencia no palácio de olófim,
como era de costume, já muito cedo, achavam-se todos no
palácio, cada um no seu posto junto à olofim.

Quando obará veio vindo de sua casa com uma multidão


que o acompanhava, até mesmo os músicos de uma enorme
charanga. Enfim, todos numa alegria sem par. De vez em
quando, obará mudava de um cavalo para outro em sinal à
nobreza.

Os invejosos começaram a tremer e esbravejar, chamando a


atenção de olofim que indagou o que era aquilo. Foi então
que lhe informaram que era obará. Então perguntou olofim
aos demais odús o que tinham feito com as abóboras que
presenteara a eles. Responderam todos que haviam jogado
no quintal de obará. Disse então olofim que a sorte estava
destinada a ser do rico e próspero obará. O mais rico de
todos os odús.

LENDAS DE ODÚS

Conta-se a história de um homem que era escravo e um dia


se viu abraçado em um eminente perigo. Este homem foi
amarrado por dele terem dito que cometera um crime.
Segundo as leis daquela terra, botaram o homem num

179
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
caixão grande todo pregado e deitaram a caixa rio abaixo.
Por uma dessas coincidências que sempre acontecem no
destino* das criaturas, a correnteza lançou o caixão na praia
duma cidade cujo o rei estava morto e enterrado, e onde os
súditos ainda estavam guardando luto. Acontece que ali
havia muitos príncipes com direito a sucessão imediata,
mas sobre todos pesava alguma grave acusação, de forma
que não se sabia como haviam de decidir o
complicadíssimo problema da sucessão do rei morto, como
nunca jamais acontecera na história do dito povo. Depois
de muito cogitar do assunto, foi decidido que marcassem
um prazo para surgisse uma pessoa estranha àquela nação
que assumiria o governo e seria o rei daquela terra daí em
diante. Dito e feito, esse homem, que tinha antes do
cativeiro feito uma oferenda que o babalaô determinara,
veio ele se esbarrar, dentro do caixão, na praia de ibim,
onde o acolheram e imediatamente o elegeram rei daquele
povo. Assim ficou ele sendo o venturoso rei de uma nação .
Onde só o destino (odú) poderia dar tamanha sorte.

LENDA DE ODÚ OJIONILE

Naquele tempo, mandaram todas as árvores fazerem


oferendas a OLORÚM(deus), mas nenhuma deu
importância ao conselho. Somente a cajazeira fez a
oferenda. Daí por diante, todas as árvores morreram sem
delongas quando estavam deitadas, exceto a cajazeira, que
mesmo deitada, caída ao chão, sempre grela e renasce.

180
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
LENDAS DE ODÚS

Conta-se que no princípio mandaram orumilá fazer uma


oferenda citada, porém, ele não o fez. Orixalá, sim, fez tudo
conforme havia sido determinado. Num certo dia, veio
muita gente que fugia apavorada, mas o chefe e maioral do
lugar, como deveria ser, recebeu todos e os salvou das
perseguições e eles, em gratidão, entregaram-lhe tudo de
valor que cada um trazia consigo, assim orixalá ficou muito
próspero no devido tempo. Ou quando chegara sua vez de
ter tal fortuna.

LENDAS DE ODÚS

Um dia foi marcado uma reunião entre todos os orixás,


cada um tratou de realizar as oferendas especificas afim que
tudo transcorresse muito bem, orixalá tratou logo de
preparar a sua. Findando a feitura da oferenda, entregaram
a orixalá panos brancos para ele fazer um vestuário e penas
de papagaio da costa para ele colocar em sua cabeça. Assim
feito tudo, chegou o dia da grande reunião em que todos os
orixás se apresentaram.

Orixalá apareceu de uma forma tão maravilhosa em suas


vestes novas, como se fosse iluminado pelos raios do sol.
Assim, todos foram se curvando diante de tamanho brilho
da aurora nascente, juraram fidelidade e lhe deram tudo o
que possuíam, com a palavra de o adorarem para sempre...

181
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

www.yorubana.com.br/odus.asp
www.reidovudu.com/odu.html
kasange.vilabol.uol.com.br/odus.html
ibualama.blogspot.com/2010/01/os-odus.html
Texto extraído do livro “os orixás”, publicado pela editora Três
Texto extraído do livro “Zumbi dos Palmares. A historia do
Brasil que não foi contada”
Autor: Fonseca Jr. Eduardo.
Editora: Eldorado Book.
www.candomble.i8.com/odus.htm
www.lendas.orixas.nom.br/classificados/
www.axeorixa.com
www.orixas.com.br/index.php?option=com-contentyview
www.maze.kinghost.net/calculoodu.aspx
espacoholisticoodara.wordpress.com/odus
www.portalorixas.com/index.php?=com-wrapper...50
www..mataverde.org/blog/archives/288

Textos extraídos do livro “Jogo de búzios de odús”


Autor: Batista D’Obaluayê

Textos extraídos do livro “Oferendas nos encantos de odús”


Autor: Batista D’Obaluayê

Texto extraídos do livro “Ebós e feitiços com a magia de odús”


Autor: Batista D’Obaluayê

182
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê

183
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.
Batista D’Obaluayê

184
MITOLOGIA DOS ODÚS - Destino do Homem.

Das könnte Ihnen auch gefallen