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REUNIDOS
Renato Miranda
é graduado em Educação Física (UFJF) e possui mestrado e doutorado
em Psicologia do Esporte com especializações: Escola Superior de
Esporte Alemã e Instituto de Cultura Física de Moscou
Sumário:
1. Entrevista - Pan 2007: Estado mental de fluidez (flow-feeling)
favorece vitória
2. Dualidade entre corpo e mente não existe, somos unos
3. Qual esporte é ideal para o meu filho? Ele deve competir?
4. Por que esportes radicais atraem tanto?
5. Emoções agradáveis também provocam estresse
6. Sem motivação para atividade física? Saiba o que fazer
7. Os cinco elementos essenciais à concentração
8. Nível de concentração pode fazer a diferença para atingir o sucesso
9. O que passa pela mente do atleta que utiliza doping?
10. Como deve ser a participação dos pais na vida esportiva dos filhos?
11. Talento e potencial psicofísico não bastam para consagrar-se no
esporte
12. Até onde meu filho poderá consagrar-se no esporte?
13. Para ser campeão no esporte é preciso...
14. 10 razões para fazer atividade física e o que fazer para ter uma
ótima motivação
15. Como lidar com o sofrimento no dia-a-dia
16. Para enfrentar um dia-a-dia exigente, é preciso manter o bom
humor; saiba como
17. Cansaço pode ser útil; saiba por quê
18. Entenda o estado mental de fluidez: flow-feeling
19. Entenda o estado mental de fluidez: flow-feeling - Parte II
20. Entrevista: Como ser um atleta vencedor e como vencer na vida a
partir do esporte
21. Atletas profissionais e famosos têm direito a 'baladas'?
22. Competências essenciais ao treinador de jovens desportistas
23. Burnout afeta mais quem está em ascenção profissional
24. Saiba como enfrentar situações estressantes
* * *
Flow-feeling
- Concentração intensa
- Motivação intrínseca
- A autoconsciência desaparece
Homeostasia
Caminhe, corra, nade, pratique esporte, faça ginástica e aquilo que não
souber procure aprender. Por outro lado, leia livros, jornais e tudo que
puder e for construtivo para você. Aprenda uma habilidade, como tocar um
instrumento musical, um novo idioma, a fotografar, a pintar, etc.
Faça aquilo que você tem satisfação, não importa o quê “está na moda” seu
cérebro não se importa com isso. O que conta é manter-se ativo. Se você
quer ter um cérebro saudável na velhice invista naquilo que lhe dê saúde e
não se oriente por eventualidades sociais. No fundo somos herdeiros de nós
mesmos.
Cuidado, quando o exercício está muito fácil e exige pouco, o tédio pode
tomar conta de você. O segredo é aumentar a exigência gradativamente da
atividade e estar aberto a novas possibilidades e aprendizagens. Por
exemplo, se você consegue correr 5km, tente correr mais rápido ou uma
distância maior. Ou então, comece a fazer algum tipo de ginástica ou
esporte novo e intercale com sua corrida. Com relação à parte mental, se
você já aprendeu a tocar um instrumento musical, aperfeiçoe essa
habilidade ou aprenda algo inusitado. Mas atenção seja paciente e tenha
limites. Aprender e fazer algo bem-feito leva tempo e afinal de contas um
pequeno rol de atividades já é o suficiente. Às vezes, um tipo de hobbie
poderá dar conta de quase tudo daquilo que precisamos para proteger nosso
cérebro.
Além disso, devemos considerar a questão emocional, mas isso ficará para
depois.
Renato Miranda
é graduado em Educação Física (UFJF) e possui mestrado e doutorado em
Psicologia do Esporte com especializações: Escola Superior de Esporte
Alemã e Instituto de Cultura Física de Moscou
Abordarei apenas dois pontos, mas que são suficientes para muitas
discussões: O primeiro é a respeito dos fatores influenciadores para a
escolha do esporte a ser praticado pela criança e o segundo diz respeito à
competição infanto-juvenil (especialmente a partir dos 12 anos de idade).
Para os pais um dilema natural é saber qual esporte o (a) filho (a) deve
praticar. Essa questão é sempre polêmica, mas não muito difícil de resolver
quando pensamos com tranqüilidade.
Brincar ou competir?
Aquilo que é lúdico para alguns pode ser visto por outras pessoas como
algo aborrecedor e vice-versa.
Além disso, proponho aos pais que exercitem influências positivas para
com os filhos que estão em prática esportiva através de suas atitudes, aliás,
mais valiosas do que as palavras. E no rol dessas atitudes positivas destaco:
Aqui vai minha explicação, que serve para qualquer tipo de atividade ou
esporte dito radical, que mesmo com certa carga de perigo, atrai um
número considerável de pessoas.
O SNA é altamente sofisticado por isso tem duas divisões: em ação o SNA
é “ajustado” pelo Sistema Nervoso Simpático (SNS), em recuperação esse
“ajuste” é feito pelo Sistema Nervoso Parassimpático (SNP).
Sabedoria do corpo
A produção de adrenalina é feita por glândulas que ficam acima dos rins
chamadas de supra-renais, toda vez que somos expostos a uma grande
demanda de estresse físico (exercícios árduos) ou psíquico (medo) a
adrenalina será liberada para preparar o organismo para “lutar ou fugir”.
Quando enfrentamos desafios, uma pequena variação da adrenalina
chamada noradrenalina é produzida a fim de regular nosso tônus muscular
para a ação e promover nosso comportamento de impetuosidade. Isso
acontece quando estamos preparados para enfrentar a situação ameaçadora
ou desafio.
Adrenalina e noradrenalina
Isso explica por que nosso montanhista e outros atletas de esportes radicais
(pára-quedismo, surf, esqui, etc.) gostam de sentir os efeitos da adrenalina e
da noradrenalina (embora digam que é “adrenalina pura!”). Em outras
palavras, gostam porque sabem que o medo pode ser controlado em forma
de alerta e euforia, pois têm consciência do plano de ação e dos
movimentos que precisam realizar. Para eles a adrenalina passa a ser um
estimulante natural e o corpo fica potencializado para a ação.
Eustress
Distress
- Procure assumir o exercício físico como uma atitude positiva em sua vida
e o incorpore em sua rotina;
Motivação intrínseca
Motivação extrínseca
Em resumo:
Outro fator que deve ser considerado fundamental é o nível de prazer que a
pessoa usufrui praticando determinada atividade. O desenvolvimento do
prazer certamente levará a pessoa (atleta ou praticante de exercícios físicos)
a melhor suportar o processo de treinamentos, conseqüentemente um
melhor rendimento será observado. A melhoria constante desse rendimento
aumenta a percepção do nível de conquistas pessoais e leva o atleta a obter
um maior nível de fatores intrínsecos e extrínsecos da motivação.
O que é concentração?
Não é suficiente para uma boa concentração “apenas” selecionar aquilo que
tem que ser focado, mas é necessário manter essa focalização do início ao
fim da tarefa. E aí está uma grande exigência para o sucesso, manter o foco
resistente até o fim da tarefa. Talvez seja isso que explica em parte, equipes
e atletas que vão bem durante grande parte da disputa, mas por um
momento perdem o foco o que significa dispersar energia psíquica e por
vezes, é fator determinante para a derrota e frustração.
Por fim, faça um esforço e lembre-se que toda vez em que você fez algo e
obteve sucesso, certamente estava concentrado do início ao fim da
atividade, motivado, e emocionalmente bem equilibrado, portanto, pense o
quanto vale a pena investir em sua capacidade de manter-se concentrado ao
realizar algo.
Sentimento autotélico
Por fim, uma coisa é certa: o doping no esporte de alto nível cria nos
torcedores e adversários a realidade do engano e para o atleta dopado a
fantasia de um sucesso, que na verdade, é uma grande mentira. Uma
mentira sem graça!
10. Como deve ser a participação dos pais na vida
esportiva dos filhos?
por Renato Miranda
Muito se discute sobre a participação dos pais na vida esportiva dos filhos
principalmente a partir dos doze anos de idade, quando geralmente começa
o envolvimento dos jovens nas competições e treinamentos mais rigorosos.
Muitos profissionais do esporte acreditam que os pais atrapalham no
desenvolvimento esportivo dos filhos, seja pela constante expectativa de
sucesso que gera uma pressão psicossocial muito grande ou por seus
comportamentos indevidos nos treinos e competições além de outros
motivos de ordem diversa.
Genética e comportamento
Por outro lado, é bom lembrar que as influências não são apenas de ordem
psicossocial. As influências das atitudes (comportamento) são
acompanhadas pelas estruturas *psicofísicas (genes) dos pais. Nesse
âmbito, tanto a genética quanto o comportamento dos pais ao serem
observados com atenção, promoverão possíveis relações causais no
desempenho esportivo do jovem atleta, bem como no seu nível de
satisfação no esporte.
O esporte é uma parte da vida, que poderá auxiliar muito na formação dos
jovens, mas os valores positivos do esporte devem ser inicialmente
destacados pelos pais. Com isso, confiança e alegria serão sentimentos
advindos naturalmente.
Contar estórias pessoais aos filhos é uma tarefa gratificante tanto para os
pais como para os filhos. Nessa experiência, ao reconhecer fatos esportivos
que permitiram amadurecimento e vivências positivas, como por exemplo,
auto-estima e autodisciplina fica mais fácil identificar como o esporte pode
ser um bom caminho a ser percorrido.
Este é o primeiro artigo de uma série de três sobre as metas reais e irreais
no esporte.
Ao falar que o esporte entra na vida das pessoas, não estou dizendo
somente daqueles que por ventura estão no início da experiência esportiva,
mas também da família, principalmente pai e mãe. São vários os aspectos
de estudos e discussões a respeito desse tema, mas hoje tratarei de abordar
o caso de crianças e adolescentes que ao possuírem, algumas qualidades
físicas que chamam a atenção dos adultos, como alta estatura, ótima
definição muscular, agilidade e, além disso, entre outras qualidades são
bastante resistentes aos esforços.
Variáveis
Por mais que as condições psicofísicas desses novos esportistas encham os
olhos de pediatras, pais, professores etc., temos de considerar que diversas
variáveis influenciam e poderão determinar o futuro esportivo dos garotos e
garotas com potenciais atléticos. Ademais, algumas considerações a
respeito da prática esportiva também deveriam ser levadas em conta.
Por vezes o (a) jovem se destaca com ótimos resultados no meio ambiente
em que este se relaciona, é o caso típico do (a) atleta que compete em sua
cidade e regionalmente. Isso não basta, é preciso colocá-lo (a) em prova
com os outros esportistas de outras regiões do país (ou de outros países),
que certamente terão características psicofísicas semelhantes.
"É preciso então, além das Certa vez, estava em um ginásio de uma
condições de infra-estrutura cidade do interior ao lado de pais dos
básica para a prática do esporte, atletas locais de voleibol. Durante a entrada
reconhecer a realidade, definir na quadra todos eles (os atletas) por volta
uma trilha coerente com o dos 16 anos, chamavam a atenção pela alta
objetivo a seguir e focar esforços estatura, eram considerados verdadeiros
e objetivos preliminares (curto e gigantes. No entanto, quando a equipe da
médio prazos) para que deixemos capital entrou em quadra, aqueles gigantes
que as coisas aconteçam em um voltaram a ser considerados pessoas
curso natural" “normais”.
Quando um (a) garoto (a) começa a ter bons resultados esportivos, não é
aconselhável fazer previsões ou planos concretos em longo prazo e ter
expectativas exageradas. Basta uma lesão grave em um treino, uma
experiência marcante qualquer (frustrações em seqüência, uma namorada
(o) que não gosta de esporte, um despertar para uma outra atividade e sem
falar nos fenômenos negativos do estresse no treinamento, como o
overtraining e o burnout, que podem ocorrer por um motivo ou outro), para
mudar todo o curso daquilo que foi pretensamente planejado, ou
simplesmente nada daquilo que foi esperado acontecer.
Treinar com satisfação, intensamente, viver cada dia e superar cada desafio
com alegria e persistência, esses são alguns dos fatores que levam os (as)
atletas vislumbrarem alguma chance internacional.
Essa sua característica foi tão marcante que anos mais tarde, quando
Giovane já era da seleção masculina adulta e o Brasil se preparava para o
Campeonato Mundial no Rio de Janeiro (1990), todos os fins de semana de
folga, Giovane se encontrava comigo para a realização de treinos
psicofísicos.
Em uma outra ocasião, no início dos anos 2000, quando o tenista Gustavo
Kuerten, o Guga, era consagrado nas quadras de Roland Garros, na França,
encontrei-me com o experiente técnico de tênis e ex-jogador profissional
Carlos Aberto Kymair. Falávamos como os resultados do Guga haviam
motivado a prática do tênis no Brasil. Foi quando, em tom de preocupação,
disse: “O número de praticantes tem aumentado muito, o problema é que
tem pai de garotos iniciantes ‘gastando dinheiro por conta’ ”. O que
significa dizer que esses sãos os pais que por impulso acreditam piamente
que seus filhos chegarão ao topo do sucesso.
Personalidade equilibrada
Muita gente quer usufruir do sucesso no esporte, mas nem tantos querem se
dedicar o quanto é necessário. Observo freqüentemente atletas que almejam
o profissionalismo e crêem absolutamente que vão conseguir, no entanto,
ao observar a rotina de vida desses atletas, rapidamente avalio que
dificilmente lograrão êxito.
Para terminar, gostaria de registrar que talento não é uma dádiva em si, é,
na verdade, uma possibilidade peculiar e especial que as pessoas têm para
manifestar toda sua energia. As conquistas que poderão advir é resultado de
luta e muita dedicação. Descobrir qual é o nosso talento em potencial e
colocá-lo no rumo certo, para triunfarmos, é um grande desafio para todos;
todavia vale lembrar um dito popular chinês que diz: “No mundo, há
sucesso para todo mundo!”.
Muitas vezes pessoas me procuram para obter “dicas” para iniciar e/ou
manter-se em um programa de exercício físico. Em linhas gerais explico
que para descobrir o quanto é valioso se exercitar, nós devemos pensar em
três palavras: necessidade, satisfação e auto-realização.
Assim sendo, quando alguém descobre que uma boa saúde psicofísica é
traduzida como:
Outro fator que deve ser considerado fundamental é o nível de prazer que a
pessoa usufrui praticando determinada atividade. O desenvolvimento do
prazer certamente levará a pessoa (atleta ou praticante de exercícios físicos)
a melhor suportar o processo de treinamentos, conseqüentemente um
melhor rendimento será observado. A melhoria constante desse rendimento
aumenta a percepção do nível de conquistas pessoais e leva a pessoa a obter
um maior nível de fatores intrínsecos e extrínsecos da motivação.
O que fazer para ter uma ótima motivação?
1º) Ter a clara percepção que seu esforço é produtivo. Ou seja, sua
dedicação à atividade vale a pena;
Por mais que o atleta (ou indivíduo com intenso ritmo profissional), seja
preparado, é fundamental que fora de sua atuação – treinamento e
competição – em sua rotina destinada à vida particular, desenvolva
processos de comportamentos que possam inocular ou, na pior das
hipóteses, auxiliá-lo a manter uma ótima condição psicofísica de bem-estar.
Esse bem-estar (caracterizado pela harmonia biopsicossocial) é na verdade
conhecido como estado funcional do organismo para a manutenção da
saúde e do desenvolvimento das atividades pessoais do dia-a-dia.
Não sofrer
Para entender ainda melhor o que quero dizer com o não sofrer faça o
seguinte exercício mental:
- Inspirar profundamente;
- Término do ciclo;
- Repetir o ciclo por 3 vezes.
Essas dicas valem tanto para atletas como para qualquer pessoa que tenha
uma jornada diária exigente
Pode-se dizer que essa é a parte teórica desse importante passo para um
bem-estar desejado no dia-a-dia do atleta e de todos nós. A parte prática
funciona basicamente em promover os pré-requisitos psicofísicos para a
manutenção do bom humor.
É senso comum que uma boa alimentação, exercícios físicos e uma boa
noite de sono são bases para quase tudo que pretendemos atingir em termos
de saúde. Mas, além disso, para manter o bom humor é necessário exercitar
o comportamento frente às diversas circunstâncias diárias: desde o
tradicional bom dia que damos à primeira pessoa que encontramos no
treino (ou trabalho) até a maneira como estamos preparados para interpretar
uma situação desagradável qualquer.
Essas dicas valem tanto para atletas como para qualquer pessoa que tenha
uma jornada diária exigente
Pode-se dizer que essa é a parte teórica desse importante passo para um
bem-estar desejado no dia-a-dia do atleta e de todos nós. A parte prática
funciona basicamente em promover os pré-requisitos psicofísicos para a
manutenção do bom humor.
É senso comum que uma boa alimentação, exercícios físicos e uma boa
noite de sono são bases para quase tudo que pretendemos atingir em termos
de saúde. Mas, além disso, para manter o bom humor é necessário exercitar
o comportamento frente às diversas circunstâncias diárias: desde o
tradicional bom dia que damos à primeira pessoa que encontramos no
treino (ou trabalho) até a maneira como estamos preparados para interpretar
uma situação desagradável qualquer.
Homeostase
Quando as forças não são restabelecidas a tempo para o início de uma nova
tarefa há uma queda inevitável de rendimento. Técnicos distraídos, ao invés
de permitirem uma recuperação adequada, aumentam ainda mais os
estímulos dos treinamentos em busca do desempenho desejado. Nesse caso,
é necessário refletir sobre o conceito de simultaneidade psicofisiológica, ou
seja, qualquer atividade pode carregar consigo tanto aspectos desgastantes
(entrópicos) quanto de (re) equilíbrio (homeostáticos).
Por exemplo:
Cansaço útil
Logo, o restabelecimento das forças é um processo de homeostase que
permite a facilitação da manutenção da qualidade de vida positiva do atleta.
É bom lembrar que o cansaço é útil para o atleta, porque ao superá-lo
utilizará as reservas energéticas do organismo proporcionando novas e
efetivas adaptações ao treinamento e, por conseguinte, melhores
desempenhos.
No esporte toda atividade deve ser desafiante para o atleta, contudo ele
precisa ter potencial para realizá-la com sucesso. Desafios técnicos, táticos,
físicos e psicológicos precisam ser incluídos nos treinamentos e
competições buscando sempre elevar o nível de desempenho dos atletas.
Portanto, o desafio dos treinadores, a fim do atleta fluir, é equacionar o
grau de dificuldade da tarefa com a capacidade psicofísica do atleta.
3) Perda da autoconsciência
Em outras palavras, quando o atleta flui, ele está absorvido pela atividade.
Não há disponibilidade da atenção suficiente para que o atleta leve em
conta qualquer outro estímulo temporariamente relevante. Em outras
palavras, o atleta perde a percepção da consciência de si mesmo (posição
do corpo no espaço se está com fome, se está sujo, etc.). Em resumo, toda
sua energia é disponibilizada para a ação e, por conseguinte não há espaço
para se pensar em mais nada.
Vya Estelar – Por que escrever um livro com essa abordagem sobre a
elaboração de um atleta vencedor?
Renato Miranda – Nossa idéia original foi a de promover um
conhecimento em esportes que ultrapassa os âmbitos tradicionais do
treinamento esportivo, embora não os neguemos. É levar ao leitor conceitos
e vivências relacionados com o bem-estar do ser humano sem desprezar o
desempenho atlético. atleta vencedor para nós, é aquele que se envolve
com os valores humanos positivos durante sua formação profissional.
O primeiro passo para que o esporte nos traga esse benefício está na
iniciação esportiva e durante a especialização - fase que coincide com a
pré-adolescência e a adolescência propriamente dita. Se nesse momento o
esporte for liderado por uma pessoa de alta qualidade pessoal e
profissional, é bem possível que o esporte sirva como instrumento de
formação de personalidades de alto nível. Não é à toa que em nosso livro
há um capítulo que se dedica ao esporte infanto-juvenil.
Vya Estelar - Na correria dos dias hoje como uma pessoa deve fazer para
motivar-se a iniciar uma atividade física e depois mantê-la?
Vya Estelar – O que você aconselha aos atletas brasileiros para lidar com o
estresse e a ansiedade nos Jogos Olímpicos em Pequim?
Primeiro: Lembrar que o esporte existe para divertir as pessoas, portanto,
o atleta de alto nível precisa entender que mesmo sendo profissional, o
produto de seu esforço é o divertimento, logo, disputar as competições com
alegria, entusiasmo, satisfação e motivado. Aceitar que a tensão faz parte
do ”jogo”, aliás, se você retira a tensão da disputa ela fica sem graça. Em
outras palavras, nos Jogos Olímpicos quanto mais presente o elemento
competitivo, mais apaixonante será a disputa;
Vya Estelar - Sabemos que o dopping é uma praga. De que forma o atleta
pode se motivar para não recorrer a essa prática ou não ser influenciado em
utilizá-la?
Por fim, uma coisa é certa: o doping no esporte de alto nível cria nos
torcedores e adversários a realidade do engano e para o atleta dopado a
fantasia de um sucesso que na verdade é uma grande mentira. Uma mentira
sem graça!
Renato Miranda
é graduado em Educação Física (UFJF) e possui mestrado e doutorado
em Psicologia do Esporte com especializações: Escola Superior de
Esporte Alemã e Instituto de Cultura Física de Moscou, prof. de Ed. Física
da UFJF e coordenador da Pós-Graduação da UFJF
Minha opinião a respeito dessa situação muito freqüente hoje em dia, não
se restringe àquilo que é certo ou errado ou se é de direito do atleta ou não
fazer o que bem entende em sua vida privada. Minha abordagem é a
respeito das relações psicofísicas do comportamento humano e o
desempenho atlético. Em outras palavras: proteção da saúde física,
desempenho esportivo, amadurecimento pessoal, preparação mental,
modelo de comportamento social desejável e valor do esporte para formar
gerações de atletas e pessoas melhores em todos os sentidos possíveis.
E isso também não é difícil explicar: basta entender que ser livre é ser
limitado. Parece um paradoxo, mas na verdade não é, pois, a partir do
momento que eu tenho a total liberdade de escolher a minha profissão ao
fazê-lo, coloco limites em minha vida.
Alguns atletas, depois de ganhar fama e muito dinheiro afirmam que a vida
noturna, a bebida e tudo o mais, não o prejudicaram em nada. No entanto,
nunca escutei um atleta em formação ou batalhando para ser alguém na
vida dizer o mesmo. Na verdade, acredito que esse é um discurso para
angariar certa imagem de rebelde, onipotência ou simplesmente mostrar
que pode ser diferente. E em alguns casos, esses mesmos atletas famosos,
agem como adolescentes imaturos e inventam certas “aventuras” que
possivelmente nunca aconteceram. Ademais, atletas que julgam não serem
prejudicados por comportamentos sociais incompatíveis não percebem que
poderiam obter muito mais sucesso e glória se se comportassem como
atletas de fato.
Alguém pode dizer: mas o atleta tem que ter um comportamento social
irretocável? Não pode cometer deslizes como qualquer um? Não é bem
assim, claro. Muito pelo contrário, é simplesmente saber que a atividade
esportiva é incompatível com a vida noturna e que atletas famosos e
endinheirados podem perfeitamente ter uma vida mais recatada sem muitos
sacrifícios. Afinal de contas, ser famoso e rico e ainda por cima querer
viver socialmente como o “João” da esquina é demais, não é mesmo?
Renato Miranda
é graduado em Educação Física (UFJF) e possui mestrado e doutorado
em Psicologia do Esporte com especializações: Escola Superior de
Esporte Alemã e Instituto de Cultura Física de Moscou, prof. de Ed. Física
da UFJF e coordenador da Pós-Graduação da UFJF
Livro lançamento:
Renato Miranda e Maurício Bara
'Construindo um Atleta Vencedor'- Editora Artmed
Fonte:
http://www1.uol.com.br/vyaestelar/psicologiadoesporte.htm
22. Competências essenciais ao treinador de jovens
desportistas
por Renato Miranda
O bom senso de humor ou bom humor (veja textos sobre saúde cíclica -
clique aqui) funciona como um elemento básico para a manutenção do
otimismo perante os desafios, que por sua vez agirá como grande
motivador. Em resumo, estar de bom humor é estar equilibrado
emocionalmente. O equilíbrio emocional permitirá ao profissional do
esporte avaliar melhor qual a atitude tomar para vencer os obstáculos
naturais da aprendizagem e do treinamento e, além disso, criar um
ambiente de segurança e harmonia. Em conseqüência surgirão atitudes
positivas durante os treinos e competições. Com isso, haverá repercussão
de satisfação e alegria e todos os envolvidos no processo desportivo (atletas
ou alunos, pais, profissionais e outros) e os mesmos avaliarão que formam
um grupo importante para suas vidas.
Somente aquele que tem idéias próprias, consegue ser autêntico. Idéias
próprias, na verdade é o redimensionamento e a transcendência do
conhecimento adquirido. Em outras palavras é ir além daquilo que é
referenciado como conhecimento padrão de um procedimento, técnica ou
fenômeno. Por exemplo, no caso do esporte, um profissional que tem idéias
próprias ao planejar um treinamento de habilidade motora para jovens,
consegue vislumbrar as implicações que esse treino terá além do aspecto
sinestésico, como: aspectos da concentração, da motivação, do estresse,
fisiológicos, sociais e outros, como também projeções futuras de
movimentos. O resultado de tudo isso será um treinamento de qualidade e
promissor.
Renato Miranda
é graduado em Educação Física (UFJF) e possui mestrado e doutorado
em Psicologia do Esporte com especializações: Escola Superior de
Esporte Alemã e Instituto de Cultura Física de Moscou, prof. de Ed. Física
da UFJF e e coordenador da Pós-Graduação da UFJF
Fonte:
http://www1.uol.com.br/vyaestelar/psicologiadoesporte.htm
Burnout
- Problemas de concentração;
Prevenção
Procedimentos
Para começar, reflita a seguinte situação: imagine que no ano passado nessa
mesma semana do ano, possivelmente você ficou nervoso, se aborreceu ou
aconteceu algo parecido e isso fez mal à sua saúde. Agora, tente descobrir
qual motivo foi a causa desse estado. Dificilmente você irá lembrar.
Portanto, cuidado com o estresse do dia-a-dia e avalie o quanto vale a pena
sofrer por um ou outro desempenho.
Renato Miranda
é graduado em Educação Física (UFJF) e possui mestrado e doutorado
em Psicologia do Esporte com especializações: Escola Superior de
Esporte Alemã e Instituto de Cultura Física de Moscou, prof. de Ed. Física
da UFJF e coordenador da Pós-Graduação da UFJF
Fonte:
Vya estelar UOL
Renato Miranda,
é graduado em Educação Física (UFJF) e possui mestrado e doutorado
em Psicologia do Esporte com especializações: Escola Superior de
Esporte Alemã e Instituto de Cultura Física de Moscou, prof. de Ed. Física
da UFJF e coordenador da Pós-Graduação da UFJF
- Seja mais superficial. Aja como uma zebra que só se estressa diante um
leão, ao usar toda sua força para fugir.
Solução
Fonte:
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/psicologiadoesporte.htm