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CO M
250 # 20.01.2008
Jornal Diário | Ano LX I | Nº18959 | 0,55 e
Fundado em 1946 | Terceira | Açores
Mãos à obra
olhares NOTA DE ABERTURA
FOTOGRAFIA antónio araújo José Lourenço
lágrima
04 Roberto Monteiro
Roberto Monteiro:
[ENTREVISTA] o tempo é de obras na Praia
Tema de abertura: o Presidente da
10 Alcoólicos Anónimos
Câmara Municipal da Praia da Vitória.
[reportagem] Depois de dois anos de projectos, o pre-
sidente da edilidade praiense garante
14 Maduro-Dias
responde às críticas lançadas à autarquia
[VELA DE ESTAI] e revela o que tem feito para concreti-
zar o projecto que propôs aos praien-
24 Humberta Araújo
Uma outra reportagem: os desentendi-
[CRÓNICA] mentos entre as freiras do Convento de
Jesus e do convento franciscano estão
25 Joel Neto
na origem da construção, na Praia da
[CRÓNICA] Vitória, da Rua dos Remédios. Na altu-
ra, serviu para remediar os desmandos
28 Sugestões
O desporto: a tenda da marina da ci-
[AGENDA] dade de Vitorino Nemésio acolheu o II
Torneio Insular de Sueca. Mais de du-
29 Tiro&Queda
as centenas de amantes do popular jo-
[CARTOON] go de sala, entre os quais dez senho-
ras, deram corpo à iniciativa da Casa do
Benfica na Ilha Terceira.
“ Tirámos o
palco à oposição”
Depois de dois anos de projectos, o presidente da Câmara
aos praienses. »
DI DOMINGO 20.JANEIRO.2008
entrevista rui messias fotografia antónio araújo O presidente da Câmara Municipal neamente, a autarquia devia cerca de cinco milhões rede tem por objectivo dar respostas, essencialmente,
de euros a fornecedores. Encetamos um processo de às necessidades dos restantes 90 por cento da popu-
da Praia sublinha que a oposição ficou sem margem de manobra credibilização do município que, na prática, se con- lação. Porque temos de continuar a investir num siste-
substanciou na afectação de verbas para o pagamen- ma que apenas satisfaz dez por cento da população?
no concelho. Justifica a afirmação com o desempenho do actual to de projectos, ficando todas as restantes verbas para Porque não ter um sistema que assegure o desen-
os compromissos financeiros que herdamos. Levamos volvimento desta componente, mas que também pro-
executivo. Numa entrevista de balanço dos primeiros dois de man- um ano e meio a pagar essa factura. Neste momen- porcione à restante população oportunidades despor-
to, o rácio de endividamento da Câmara Municipal da tivas? É essa a génese da nossa perspectiva. Daí de-
dato, Roberto Monteiro explica o que já fez e o que lhe falta fazer. Praia da Vitória permite a contracção de empréstimos corre também a explicação para a sua localização em
até dez milhões de euros. No orçamento deste ano, cada freguesia, já que era impensável obrigar à des-
Desde já, garante que agora é tempo de obras. apenas recorreremos a 30 por cento dessa capacida- locação das crianças ou dos idosos de cada freguesia
de, ou seja, três milhões de euros, à freguesia ou ao local onde estivesse o pavilhão, ca-
so de optasse por um modelo de concentração. A au-
Uma das obras que pode marcar o seu mandato é a margi- tarquia com 1,5 milhões de euros consegue concreti-
nal da Praia. Actualmente, em que fase está a obra? E, em zar esta rede, beneficiando de apoios substanciais pa-
seu entender, esta obra é estrutural para o concelho? Ou ra os pavilhões localizados junto a escolas. O modelo
seria preferível ter-se investido este dinheiro noutras ne- que definimos permite a execução de cada pavilhão
Findos dois anos de mandato, a autarquia praiense tem anos, é normal a expectativa em torno da sua concre- cessidades? por 220 mil euros, ou seja, quatro vezes menos que o
anunciados ou em início de execução um conjunto de pro- tização e da capacidade da câmara para gerir todas es- Existem obras que são estruturantes. E a marginal tem valor de um pavilhão tradicional, que só serve dez por
jectos. A dúvida que está no ar é a conclusão de todas es- sas obras. Acredito que ninguém sairá defraudado. essa classificação, em meu entender. Esta obra per- cento da população.
tas obras. Como comenta esta expectativa? mitirá transformações profundas em relação à cida-
Essa expectativa é, a meu ver, normal. Nos primeiros Como estão as finanças da Câmara da Praia? de da Praia. Esta avenida, mais do que um anseio dos Criou o Fundo de Coesão, explicando-o como a forma de
dois anos, em paralelo com o reajustamento financei- No final de 2005, soubemos que a Câmara da Praia praienses, é uma obra que permite virar a cidade para responsabilizar e rentabilizar os investimentos das entida-
ro, desenvolvemos mais de 50 projectos e, a partir daí, era uma das autarquias do País que tinha ultrapas- o mar e, no fundo, estender a cidade para o local pa- des das freguesias praienses. Que balanço faz nos primei-
entramos no ciclo de execução. É óbvio que quando, sado a sua capacidade de endividamento em 31 por ra onde ela deve crescer. Este tipo de obras motiva o ros dois anos da sua implementação?
num espaço de dois anos, se apresentam mais pro- cento. Este facto teve como consequência directa o crescimento das cidades de forma sustentada. Ela re- O balanço é muito positivo. A medida tem cumprido
jectos do que aqueles que foram concretizados em 20 impedimento de recurso a crédito bancário. Simulta- presenta, de facto, um dos maiores investimentos da os objectivos pelos quais foi criada. Era fundamental
história deste concelho. Contudo, é importante perce- disciplinar, com critérios claros de rigor, transparência
ber-se que a maior fatia do dinheiro não sairá do bol- e justiça, a atribuição de apoios. No primeiro ano, re-
so da autarquia. Há uma componente financiada pe- cebemos candidaturas que incidiam nos pedidos tra-
lo Instituto de Turismo de Portugal, há outra pelo Go- dicionais de apoio à autarquia: conservação de igre-
verno Regional e a autarquia financia o remanescente. jas, impérios, casas do povo, etc. No segundo ano, co-
Ou seja, não se pode colocar a questão: porquê gastar meçamos a ver a redução dos pedidos de apoios para
13 milhões de euros aqui e não noutro local? Porque, obras de conservação e o aumento de projectos ino-
se não fosse esta obra, 60 por cento desse valor não vadores, nomeadamente na área cultural e de solida-
seria investido por estas entidades. riedade. Ou seja, começamos a ver projectos que fa-
zem a diferença no quotidiano das freguesias. E neste
Este executivo tem anunciado um conjunto de investimen- terceiro ano, as candidaturas vão no mesmo sentido.
tos para cada freguesia do concelho, caso dos pavilhões
desportivos. A dúvida que surge nesse âmbito é saber da Separou a gestão das águas e dos resíduos dos serviços ca-
necessidade de uma infra-estrutura dessas em cada fre- marários, criando uma empresa municipal. A “Praia Am-
guesia, quando, em alguns casos, seria possível centrali- biente” tem sido alvo de muitas críticas, particularmente
zar num espaço os praticantes de duas ou três freguesias. o seu sistema de facturação e cobrança. Que comentário
Acredita, mesmo assim, que a melhor opção é a que tem faz a esta situação?
vindo a seguir? Em primeiro lugar é preciso termos a consciência de
Considero que a melhor solução é que estamos a se- que a actividade de gestão de águas e resíduos da-
guir. Adoptamos um sistema de mini-pavilhões num va um prejuízo anual à autarquia que rondava os 400
conceito diferente do tradicional que bebe da filoso- mil euros. Havia a necessidade, como medida estru-
fia norte-americana. Ou seja, a componente estética é turante, de autonomizar o sector empresarial muni-
minorada e, em contrapartida, são valorizadas as con- cipal, que, não tendo que dar lucros, tem de garantir
dições no seu interior. Esta rede visa a prática despor- o seu financiamento. Este é o conceito base. O prin-
tiva como elemento essencial na qualidade de vida cipal objectivo no primeiro ano de vida da Praia Am-
das pessoas. Ter uma estrutura desportiva que permi- biente foi reajustar-se, isto é, deixar de dar prejuízo e
te servir as escolas primárias, os idosos e a população deixar, por isso, de comer 400 mil euros/ano no orça-
activa, além do desporto de competição, é uma exce- mento da autarquia, dinheiro esse que deve ser apli-
lente solução. Ao contrário do que acontece nos pa- cado noutros projectos. E porque existia este prejuízo?
vilhões tradicionais, em que só há espaço para o des- Porque os tarifários vigentes não traduziam a realida-
porto de competição. Quando analisamos esta ques- de dos custos. Mas, este facto, não deriva dos custos
tão, percebemos que a competição só representa dez com a água – o custo da água tem subido na ordem
por cento da prática desportiva no concelho. Ora, esta dos três por cento como sempre aconteceu. Não hou-
regressar ao mundo
actividade: cinco na Terceira (dois em Angra do Hero- ou indirecta com o consumo de bebidas alcoólicas.
ísmo, um nos Altares, um na Praia da Vitória e um na Depois dessa primeira fase segue-se o trabalho no
Base das Lajes), um em São Miguel (Ponta Delgada), seio dos grupos de recuperação, onde existe uma par-
um no Faial (Horta) e um em São Jorge (Velas). tilha de experiências e se utiliza todos os meios para
evitar recaídas.
“Deixar de beber é fácil por isso aconteceu comigo mais
de vinte vezes. O pior é quando a seguir a uma fase em
que se está sóbrio vem uma recaída”, afirma Luís C.
PASSO A PASSO
O método para se deixar de beber utilizado nos Alcoó-
licos Anónimos é aparentemente simples. São fixadas
metas com uma graduação à medida que vão sendo
atingidas. O primeiro objectivo é ficar algumas horas
sem beber, depois, um dia, a seguir, um mês, um ano
e, finalmente, para sempre.
Não existem estatísticas referentes aos Açores sobre
quantas pessoas deixaram de beber apenas porque se-
guiram os métodos surgidos pelos Alcoólicos Anónimos
mas Luís C. e Fernando S. asseguram que pela experiên-
cia que dispõe serão cerca de 20 por cento dos casos.
Quem não quiser ou não puder juntar-se a um dos
grupos de recuperação constituídos nos Açores, pode
recorrer à ajuda da estrutura nacional dos Alcoólicos
Anónimos, através do endereço da Internet www.aa-
portugal.org ou pelo telefone 217 162 969.
Apesar do alcoolismo juvenil atingir nos Açores con-
tornos apontados em estudos sociológicos efectua-
dos nos últimos anos como preocupantes, a grande
maioria das pessoas que recorre aos Alcoólicos Anó-
nimos está entre os 30 e os 50 anos de idade (cerca
de 70 por cento).
No entanto, Luís C. reconhece que é necessário apos-
tar em campanhas de prevenção junto dos jovens,
mas faz questão de frisar que essa não é uma das atri-
buições dos Alcoólicos Anónimos.
“Não fazemos prevenção porque não é nossa função.
O primeiro grupo dos Alcoólicos Luís C. e Fernando S. são dois servidores dos Alco- “Somos uma comunidade de homens e mulheres que Temos um lema que é o seguinte: “Se bebes e achas
ólicos Anónimos nos Açores. Pedem para serem iden- partilham entre si os seus problemas com o álcool que não tens problemas, não temos nada a ver com
Anónimos de Portugal foi forma- tificados apenas pelo nome próprio. Não porque te- e ajudam-se mutuamente com as suas experiências”, isso, mas se bebes e achas que tens problemas, então
nham algo a esconder. Fazem-no porque o movimento refere Luís C. o problema é nosso”. Não somos contra o álcool nem
do, em 1957, na Base das Lajes. A co- de âmbito internacional de recuperação de alcoólicos a Para quem não consegue deixar a dependência do ál- contra quem bebe, apenas temos o propósito de aju-
que estão ligados recomenda discrição e humildade. cool e pretende recorrer a ajuda, o primeiro passo é li- dar as pessoas a parar de beber”, adianta.
munidade de ajuda aos alcoólicos Os Alcoólicos Anónimos surgiram, em 1935, quando os gar para o número de telefone 295 217 830, onde um Todo este trabalho de recuperação dos alcoólicos é fei-
Estados Unidos ainda viviam na “ressaca” da “lei seca”, servidor dos Alcoólicos Anónimos trabalha em regime to de forma anónima, tal com o nome do movimen-
dos Açores conta com oito grupos abolida dois anos antes. Foi nessa altura que um cor- de voluntariado, 24 horas por dia, com a missão de re- to que o torna possível indica, mas isso não quer dizer
retor da Bolsa de Nova Iorque e um médico cirurgião, gistar os pedidos de todas as ilhas. que no caso dos Açores as portas estejam fechadas.
na Terceira, São Miguel, Faial e São ambos alcoólicos, se encontraram em em Akron (Ohio) A admissão nos Alcoólicos Anónimos está apenas su- “Somos auto-suficientes graças às nossas contribui-
e decidiram desafiar-se mutuamente para deixar de be- jeita a uma condição, o desejo de deixar de beber. ções. Cada pessoa que está nos Alcoólicos Anónimos
Jorge e muitos casos de sucesso na ber. De casos irrecuperáveis, passaram a sóbrios. “Quando nos pedem ajuda nós tentamos saber a situ- contribui, apenas, se assim o entender e da forma co-
O movimento cresceu nas décadas seguintes, esten- ação em que se encontra a pessoa e se existe um gru- mo achar melhor para ajudar a pagar as despesas.
caminhada de regresso ao mundo dendo-se a cerca de 150 países e a mais de dois mi- po perto da sua área de residente. Depois disso, es- Não recebemos subsídios ou qualquer tipo de apoios
lhões de pessoas, até chegar a Portugal, em 1957, atra- sa pessoa é encaminhada para poder contactar com financeiros de nenhuma entidade porque nem sequer
dos sóbrios. vés dos militares norte-americanos na Base das Lajes, quem já está passou pelo processo de recuperação”, os pedimos”, conclui Luís C.
O SENTIMENTO DA BASTA
INSEGURANÇA… Na verdade o que é mente, na sua casa, é as- pagam impostos e que a eficiência das forças po-
que nos consola que os saltada, espancada e vio- do Estado esperam pro- liciais, para repor a con-
outros estejam pior do lada e, passado mais de tecção. fiança dos cidadãos, nós
que nós? ano, não é possível saber- Depois, é um cidadão que cidadãos cumpridores,
Nada, responderão pos- se quem fez semelhante declara em pleno noticiá- usufruirmos daquilo que
Tem sido debatida ulti- possam “sacudir” a ques- obrigação de manter in- Cremos que é, a par do sivelmente aqueles que desacato. rio, como se isso fosse a não temos mas devíamos
mamente, sobretudo nas tão (in)cómoda e a ine- formados os órgãos de reforço de meios, uma me lerem, porque é mes- Amanhã são dois carros coisa mais normal, que ter, a segurança pública e
ilhas Terceira e de S. Mi- rente responsabilidade. Governo próprio da si- coordenação integrada, mo assim. Com a desgra- queimados num parque simplesmente desistiu de a protecção da lei.
guel, o recrudescimento Desde a legitimidade de- tuação da segurança do próxima e conhecedo- ça alheia podemos nós, de estacionamento públi- sair de casa à noite por- É impensável assistirmos
do sentimento de inse- mocrática, à reivindica- respectivo território, bem ra da realidade que tra- com o que não pode- co em plena cidade, não que as ruas, as ruas das impávidos às remodela-
gurança das populações. ção política, e à articula- como cooperar com os rá resultados palpáveis mos é com esta insegu- havendo notícia que a cidades, mesmo as cen- ções da orgânica das po-
Não há dúvida que esse ção entre as várias Admi- mesmos. Foi com ba- no combate à pequena rança que vivemos todos autoridade policial tenha trais, deixaram de garantir lícias feitas por gente que
sentimento tem vindo a nistrações; desde a coo- se neste novo dispositi- criminalidade e estanca- mais ou menos amedron- conseguido, nem garan- uma passagem sem cor- não só não conhece as
crescer. Esse crescimento peração ao nível de dis- vo legal que o Presidente rá o sentimento de inse- tados. tir a segurança do local, rer o risco de um assalto. nossas realidades, como
é psicológico, mas real, e tintos graus de manuten- do Governo Regional dos gurança. Mais um Conse- Não venham dizer que nem tão pouco descobrir Perante tudo isto as pró- ainda por cima é duvido-
merece atenção, até por- ção da ordem pública – Açores chamou recente- lho, com poderes mera- os Açores são um oásis os vândalos. prias autoridades, não so que deva mandar na
que tem razões também tudo isto coloca actual- mente a Santana o res- mente consultivos, à se- de segurança e pouca cri- No dia seguinte, quase já negando os factos, por- nossa terra.
elas reais e objectivas: mente as Câmaras Muni- pectivo Comandante Re- melhança de tantos que minalidade comparativa, sem surpresa, são os co- que eles aí estão diante É impensável que aceite-
o aumento da pequena cipais e o Governo Regio- gional. já existem, não pode ser quando, dia sim, dia não, merciantes de uma das dos nossos olhos, desva- mos que se permita de-
delinquência, associado nal como co-responsá- Por seu lado, a Constitui- a prioridade. pelo menos, assistimos nossas vilas que vêm a lorizam as queixas, dizem samparar a segurança de
ao consumo de drogas veis políticos nesta fun- ção da República, após Pode a alguns dar o pre- nos noticiários à violên- público denunciar que es- que somos exagerados e uma cidade como Angra
e à destruturação de la- ção estadual. a revisão de 2004, pre- texto para fazerem de cia gratuita nas nossas ci- tão fartos de serem assal- que, vivendo numa região simplesmente porque há
ços sociais, e que está na Os municípios, desde lo- vê que possam ser esta- conta que fazem alguma dades e vilas e sobretudo tados nas suas lojas, duas segura, criamos nós pró- agentes de fora que não
base do pequeno furto, e go, porque até podem belecidos acordos de co- coisa, e acalmar o seu assistimos à impunidade e três vezes, sem que as prios, como o alarmismo, querem aceitar os lugares
desacatos vários contra a constituir polícias muni- operação ou delegações sentimento de insegu- generalizada. forças de segurança pú- um clima de segurança. para os quais são nome-
propriedade. cipais, que, desenvolven- de competências entre rança…eleitoral. Hoje é uma senhora ido- blica garantam os seus Alguém vai ter que meter ados.
E em comunidades pe- do tarefas de um deter- ambos os Governos – em Mas apenas isso! sa que, vivendo pacata- direitos de cidadãos que na ordem os polícias e os É impensável que depen-
quenas e ainda paca- minado tipo, libertem os resposta à perda total da ladrões, isso não me res- damos de consensos na-
tas, como as nossas, bas- recursos da PSP para as competência administra- ta dúvida. Menos dúvida cionais que reservam pa-
tam meia dúzia, ou pou- funções mais típicas de tiva da nova figura do Re- ainda me resta que nos ra as ilhas o rebotalho dos
co mais, destes “actores” prevenção e repressão presentante da Repúbli- Açores esse alguém só últimos classificados.
em actividade para que da ordem e tranquilida- ca, se comparadas com pode ser as autoridades É impensável que nos tra-
a paz pública e o senti- de públicas. Os órgãos a do Ministro da Repú- regionais. É um absurdo tem abaixo de cão e aci-
mento de tranquilidade de Governo próprio das blica. E é nesse âmbito continuarmos a depender ma de tudo é impensável
e segurança sejam afec- Autonomias, para além que o Presidente do Go- de um distante, distraído que façam isto sem que o
tados. do alerta e reivindicação verno tem vindo a recla- e abúlico ministro em Lis- nosso governo tome me-
A segurança, como fun- políticas, podem co-par- mar, nesta área, delega- boa para garantirmos a didas drásticas e nos de-
ção principal do Esta- ticipar agora de diversas ções de poderes de coor- paz e o sucesso na nos- fenda.
do, cabe à Administração formas. denação, para o território sa terra. Acabemos com Basta de passividade.
Central – o que não quer A nova Lei orgânica da regional – o que será o isso e exijamos ao nosso Exerçamos os nossos di-
dizer, sobretudo hoje, PSP, de meados do ano primeiro exemplo prático governo que tome medi- reitos, pelo menos “o di-
que as restantes entida- transacto, prevê que os de operacionalização da- das, políticas e adminis- reito à indignação” que
des público-administrati- comandantes, nas res- quele preceito constitu- trativas, para exercer ele a foi inventado por um des-
vas se desinteressem ou pectivas Regiões, têm a cional para os Açores. autoridade, para garantir tacado socialista.
O BLOQUEIO
As cidades portuguesas com espaços incluídos na Angra era a cabeça de um sistema escolar hierarquiza-
Lista do Património Mundial da UNESCO vão associar- do que começava lá longe nas pontas de S. Jorge e Gra-
se para tratar de assuntos de interesse comum relacio- ciosa, afectava até o Distrito da Horta em certas valên-
nados com isso! cias e agora não é!
Pelo caminho a notícia dizia também que, entre outras E por aí fora.
coisas, pretendem reclamar apoios por uma situação Nos dez anos entre 1974 e 1984 Angra sofreu um ter-
que, dizem, as penaliza e ou desfavorece. ramoto, político, económico, social que se completou
Ora, com o físico a 1 de Janeiro de 1980!
- Perante tudo o que tem sido dito e repetido; A maioria das circunstâncias nunca voltou nem volta-
- Perante todas as vezes que tenho ouvido referências rá ao que era!
ao tempo em que Angra esteve “parada no tempo” por Ao contrário o Porto consolida-se como capital de to-
causa do Património; da uma região;
- Perante tanto engano e má escolha dos adversários Évora canibaliza Portalegre e Beja; Sintra vive ao lado
do desenvolvimento; da Capital e nem precisa de trabalhar especialmente
- Perante uma Administração que se recusa a ser a má para crescer; Guimarães tem um dos pólos de uma das
da fita na maioria dos casos e até com alguns respon- mais dinâmicas universidades do País, entrosadas com
sáveis afirmando isso mesmo; o território e preocupadas com o seu desenvolvimento,
Valerá a pena contribuir para aclarar em que é que An- numa zona de intensa actividade.
gra é igual ou diferente das suas futuras companhei- Bastará como exemplos.
ras. Se todas ganharam estatuto não foi ao nível do Patri-
Em jeito de abertura, convém não esquecer que foram mónio, foi ao nível da vida concreta, da economia e do
quase sempre ou sempre as autarquias quem organi- social.
zou e apoiou esses movimentos pró-património. Angra só pode queixar-se de lhe terem dado de bande-
No caso de Angra e para que também isso se esclare- ja um futuro diferente,
ça de uma vez por todas, o mesmo também aconte- que implica trabalho diferente e talvez esteja aí o busílis!
ceu em parte, na medida em que as administrações É que enquanto aos outros basta seguir o caminho de
autárquicas de então participaram e apoiaram a can- antes, seguindo as cartilhas tradicionais de desenvol-
didatura. vimento, porque nenhum mudou tão profundamen-
Só que, tendo em conta que o poder regional é que iria te como esta cidade, aqui importa encontrar caminhos
fazer a proposta e que a candidatura teria de ser apre- novos, baseados nos recursos endógenos e na qualida-
sentada pelo Estado Português (na UNESCO só os Es- de da comunicação e em algo que só agora começa a
tados o podem fazer) foi entendido organizar o proces- penetrar entre nós: o Património e a herança cultural e
so em conjunto. natural, vistas de modo global e interligado!
Esperava-se da UNESCO uma árvore das patacas, talvez… Com um horizonte de 360 graus!
Mas a questão aqui e hoje tem a ver com o decantado Tudo isto já foi dito e redito, só que ainda tarda a ser
argumento do Património como bloqueio. percebido e usado com a profundidade que é necessá-
No caso de Angra isso está muito longe de ser verdade. ria e é preciso o trabalho e o esclarecimento da popu-
Alguns exemplos: lação para que todos participem.
Angra era capital de Distrito, deixou de o ser! Quanto a copiar, basta ver e saber escolher os parcei-
Angra era porto principal do Distrito deixou, até, de ser ros. Numa Lista internacional que já ultrapassa os 800
porto principal da ilha! sítios, numa União Europeia que terá pelo menos 50%
fotografia antónio araújo
(lembro-me de alguns membros de uma equipa de desses bens e com relações fáceis com todo o conti-
planeamento terem referido que só a mudança do por- nente americano de Norte a Sul, basta querer que se
to poderia ter como resultado a prazo a mudança de encontram os parceiros necessários e os exemplos a
cerca de 9 a 12 mil habitantes para mais perto do novo copiar.
centro de actividade)! É só ter olhos, mãos e vontade!
Roubaram-me
a Mona Lisa
A vida é feita de enganos e de desenganos – e a realidade, quem ela ali via, naquele quadro sem vi-
Mona Lisa é um e é outro. Desde pequeno que a co- dro sorrindo-se para a cama onde tantas vezes terá
nheço, e agora dizem-me, preto no branco, que afinal estremecido de amor, era uma Nossa Senhora qual-
ela não é quem eu durante tanto tempo pensei que quer, nenhuma das que se via na igreja ou nas pajelas
fosse. E o pior é que tal desengano me chegou, como de oração, mas uma Nossa Senhora de sorriso doce,
tareia em dia de malfeitoria, pelas mãos de um cole- melhor, uma Nossa Rapariga bem disposta, de mãos
ga meu, um filólogo, que foi descobrir numa anota- postas por cima da barriga – como se ainda tivesse o
ção a um livro antigo, feita pela mão de um coevo de Menino lá dentro –, que nos olhava nos olhos desde
Leonardo Da Vinci, o autor do famoso retrato de Mo- que entrávamos a porta do quarto, e sem descontinu-
na Lisa, que aquela rapariga que todos nós conhe- ar nos seguia até a sairmos porta fora. Eu lembro-me
cemos como se fosse lá de casa se chamava de fac- que me escondia por detrás da cama da Tia Guilher-
to Monna Lisa, era de Florença, viveu entre 1479 e mina, por debaixo do trabanaque onde ela se sentava
1528, foi casada com um comerciante chamado Fran- para coser as roupas e embainhar os lençóis de linho,
cesco del Giocondo (daí ela também ser conhecida a ver se por acaso a Mona Lisa – bem, aquela Nossa
por La Gioconda), e que além de rico tinha uma cla- Senhora – se descuidava por um bocadinho e deixa-
ríssima noção do valor da sua cara metade, então no va de me vigiar, mas nada: mal botava eu o meu olhi-
viço dos seus vinte e tais anos quando o pintor lhe ti- nho de fora, e lá estava ela com os seus, embebidos
rou as medidas e dela fez a mais famosa mulher de naquele sorriso maroto, a dizer-me numa troça – “ah
todos os tempos. Sobretudo por causa do seu miste- cachorro, que já t’apanhei…”.
rioso sorriso. Sabia eu lá o que era Florença, ou Leonardo Da Vinci,
Eu conheci a Mona Lisa ainda muito pequeno, em ca- ou sequer o sr. Giocondo! – bastava-me que a Tia Gui-
sa da Tia Guilhermina da Fajã. lhermina me dissesse, com aquela sua ternura fina,
Embora a tia Guilhermina não fosse muito de ter san- que ali tinha uma Nossa Senhora que me sorria quan-
tos lá em casa, até porque não dispunha de muitas do eu fazia coisas boas. E como ela estava sempre a
paredes de pedra nem tabiques de madeira para os sorrir, como toda a gente sabe, eu tinha-me então co-
pendurar, e aqueles que havia estavam ocupados com mo o melhor rapazinho do mundo.
reproduções de velhos daguerreótipos de antepassa- Mas agora que sei, preto no branco e sem margem pa-
das e antepassados – enlaçarotadas, elas, bigodudos, ra dúvidas, que a boa da Sr.ª Gioconda estaria a sorrir-
eles –, a verdade é que abrira uma boa excepção pa- se para o retratista, e através dele para o seu rico ma-
ra a Mona Lisa que lá tinha, numa reprodução em car- ridão, e que portanto aqueles olhinhos marotos an-
tão já muito escurecida pelo fumo das grizetas e pe- siavam a muito mais do que ao olhar inocente de um
las cagadelas das moscas, emoldurada num quadra- rapazinho sonhador – vejo, num trambolhão, que me
do de ripas de madeira cruzadas nos cantos, bem por destruíram a derradeira réstia da infância. E com uma
riba da cabeceira da cama que por bem poucos anos lágrima no olho, feliz embora por tal desilusão nun-
partilhara com o seu falecido marido. ca ter chegado aos ouvidos da Tia Guilhermina, levan-
Embora fosse mulher sábia e desembaraçada, a Tia to a mão tremida e digo, num gesto de nunca mais,
Guilhermina não sabia quem fosse a Mona Lisa: na «Adeus, Mona Lisa…».
Carolina e José Aguiar era ele que aquecia o leite para encher os biberões.
A mulher educava os filhos, vestindo-os com rou-
Rua dos Minhas Terras. Quando chegaram, instalou-
se a desilusão. Mesmo com o cansaço da viagem, to-
Eh eh eh
Naturalmente, ouvimos aquele título, “Queres Fa-
zer Amor Comigo?”, vemos aquele cartaz, com meia
dúzia de lindas raparigas pré-balzaquianas em poses
pós-Balzac, escutamos aquelas suas vozes, um bál-
responsáveis de raparigas de um tempo que lhes ser-
viu o orgasmo de bandeja. Não conseguir ter um or-
gasmo pode ser uma doença. É uma doença. Pôr a
discorrer sobre o orgasmo uma rapariga que não co-
atributos fatais
samo de frescura numa emissão da manhã que nos nhece os seus despenhadeiros é coisa que não ape-
aborrece de tanto trânsito e tanta chatice – e pomo- nas descredibiliza a imagem da peça, mas hipoteca o Sem dúvida que as duas mais eficazes armas da da pelo pai Muhammad Parvez, um devoto islamista
nos à coca. Eu sei do que estou a falar: não tive mais seu conteúdo. Que o impede de chegar ao coração do mulher são a sensualidade e a inteligência. Ambas só porque, como afirmou um dos seus colegas de es-
para vender nos últimos três anos do que um livro de espectador. E um espectáculo que não toca o coração felizmente dissociadas das imagens que prevalecem cola “ela adorava roupa…ela só queria mostrar a sua
crónicas com o futebol como pano de fundo – e logo do espectador não é teatro – é um jogo. No caso, pro- na sociedade moderna, que forçam uma mentalida- beleza... ela só queria vestir-se como nós, como uma
lhe dei um título à procura do soundbyte, provocando vavelmente, um joguinho malandro. de muito estereotipada do que deve ser a beleza fe- pessoa normal.” Ela é mais uma vítima da intolerân-
o inimigo benfiquista e solidariedades várias entre to- Eu não confio nos actores portugueses. Passámos di- minina. cia masculina dentro do radicalismo islão, que contro-
da a irmandade “anti”. Não é disso que falo. Comuni- rectamente das divas e dos cavalheiros mimados, em- Sensualidade e inteligência caracterizam qualquer la fortemente o desejo feminino de liberdade. Aqsa
car, num tempo tão desestruturado e desestruturan- poeiradíssimos, para uma nova geração de raparigas mulher e são independentes de conceitos de perfei- foi uma das muitas “mortes de honra”, homicídios le-
te, com tanta comunicação à mistura e receptores tão e rapazes arrivistas, esculturais mas vazios – e igual- ção física. Qualquer mulher pode e deve ser sensu- vados a cabo por todo o mundo da diáspora islamis-
atrapalhados no meio desse informe mosaico, exige mente empoeirados. Onde dantes se falava da exces- al, independentemente do tamanho, feitio, cor, reli- ta, onde as jovens gerações de mulheres pretendem
em primeiro lugar chamar a atenção. Só então tenta- siva dureza da vida de actor fala-se hoje da sua exces- gião ou estado civil. Assim sendo e, uma vez que es- fazer parte das culturas que as receberam. A violência
mos dizer o que temos a dizer. Nesse sentido, “Que- siva facilidade. Onde dantes se pediam subsídios pe- te trabalho é dedicado em parte às mulheres de paí- contra as mulheres no mundo islão tem aliados tam-
res Fazer Amor Comigo?” é uma boa abordagem. Fa- dem-se hoje entrevistas na daytime TV e nas revistas ses islâmicos, só porque se vive sob os preceitos dos bém no Canadá junto de jornais de renome nacional,
zer amor com uma daquelas raparigas é uma perspec- de sociedade. Não gosto destes actores como já antes islão, não se deixa de ser mulher com uma “cunnus” que teimam não tratar estas questões com sincerida-
tiva tentadora. E ouvir o título, ver o cartaz, escutar as não gostava daqueles. Mas a questão é que, nos bons própria, inteligência e sensualidade. Sensualismo de de com medo de se imiscuírem em questões do foro
vozes deixa-nos no ponto em que o autor da peça nos tempos, os actores eram intelectuais. Representavam acordo com o dicionário Editora da Língua Portugue- privado e religioso. O escândalo é tal, que mesmo fe-
quer para, finalmente, tentar dizer-nos o que tem a di- emoções porque sabiam o que eram as emoções. No sa 2008 é a “doutrina segundo a qual todos os nos- ministas islâmicas criticam estas atitudes passivas dos
zer. O espectáculo está em cena na Sala Estúdio do cinema e na televisão, eram demasiado “teatrais”. No sos conhecimentos vêm das sensações, consideradas media e o silêncio das suas irmãs ocidentais, que fa-
Teatro da Trindade, e eu ainda não pus de parte ir vê- próprio teatro eram demasiado teatrais. Descredibili- como condição necessária e suficiente de todos eles, cilitam esta mesmo opressão. “As feministas ociden-
lo. Mas o facto é que metade do entusiasmo que pu- zavam as personagens e os seus dilemas porque ig- mesmo os mais abstractos; é a doutrina segundo a tais querem fazer crer que se preocupam muito com
desse ter morreu com as entrevistas promocionais. noravam o ritmo e os gestos e a absoluta inutilidade qual o belo se identifica com o agradável;.” Ora have- o destino das mulheres no mundo islâmico no exte-
Porque é preciso maturidade emocional para discorrer de dois terços da rotina das pessoas comuns como rá no mundo algum ser humano desprovido de sen- rior, mas ignoram o que se passa dentro dos seus pró-
sobre um tema tão central como o amor – e é funda- nós. Mas sabiam o que eram as emoções. Tinham-nas sações, de conceitos de belo e agradável? Não me pa- prios países”. Inteligência é igualmente outro atributo
mental que as raparigas que se propõem intérpretes vivido, tinham-nas lido em livros, tinham-nas apenas rece! Tudo o que é sensual diz respeito aos sentidos. que pode levar uma mulher à morte. O caso mais fa-
de um tema assim tenham pelo menos uma noção observado em outras pessoas – não interessa, eram É por isso relativo ao prazer físico ou sexual e encon- lado nas últimas semanas: Benazir Bhutto, que longe
dos seus abismos. A uma daquelas jovens de “Queres bons observadores. Hoje, pelo contrário, há demasia- tra-se relacionado com o voluptuoso, ou lascivo. Ora de partilhar a inocência e as descobertas da sua jo-
Fazer Amor Comigo?”, ouvi-a nesse dia, na rádio, com- da mundanidade nos actores. Têm todos demasiadas para quem já passou por pelo menos um país islâmi- vem conterrânea a viver em Mississauga, Canadá foi
pletar com um fugidio “eh eh eh” a enunciação do di- contas a pagar, demasiadas SMS a remeter, demasia- co e lida com imigrantes de várias regiões islâmicas vítima do monstro Taliban, que no fundo ela própria
lema de uma das personagens da peça: ter chegado dos jantares no La Moneda e no Bica do Sapato. E sabe bem como os homens gostam de olhar o sen- criou. Buttho foi contudo muito além da inteligência e
à meia idade e não haver ainda experimentado o or- nem por isso parece terem aprendido os contornos sual alheio, mas reservam o direito de matar uma fi- sensualidade. Como escreve Rosie Dimanno no jornal
gasmo. Ora, tudo isso teria muita graça se não fosse às emoções. lha, em nome de um Deus cruel e inexistente, em Toronto Star “esta foi uma mulher que mentiu e ma-
uma tragédia. E, quando se trata de uma tragédia, ou Aquela rapariga ainda não teve tempo para que lhe plena sociedade aberta, multicultural e último redu- nobrou com brio, fascinando os seus mais teimosos
se ri a despregadas, “AH AH AH”, ou não se ri de todo. falhasse um orgasmo. É jovem, bela – e além disso to por eles escolhido para em liberdade, continuarem cépticos com a sua inteligência, charme e beleza”.
Rir assim, como quem não quer a coisa, como quem foi-lhe oferecida a prerrogativa de exigir orgasmos aos as suas crenças e melhorarem as suas condições de Atributos ainda mal manobrados por Aqsa Parvez, que
não ri de propósito mas apenas porque não consegue seus namorados, que era o que mais faltava não lhos vida. No Canadá uma jovem adolescente só porque nem teve oportunidade de ter os seus colegas de es-
evitá-lo, não é sequer mal-intencionado – é ignorante. darem. Mas porque não lê um livro? Porque não olha desejava mostrar a sua sensualidade revelando um cola no funeral, porque a família decidiu enterrá-la
Não conseguir ter um orgasmo pode destruir um ca- para a mulher mais velha diante dela, em vez de en- rosto e um cabelo livre do “hijab”, o tradicional len- mais cedo e noutro cemitério, longe de tudo e de to-
samento, uma família, toda uma pequena população. viar uma SMS para o outro lado da sala? ço islâmico, foi assassinada. Aos 16 anos, a jovem de dos, numa sepultura anónima, como um animal sem
Não é um probleminha curioso, digno dos risinhos ir- * revista NS’ origem paquistanesa Aqsa Parvez, 16 foi estrangula- nome ou identidade.
CARTAS NA MESA
tenceram a equipas locais: Rui Ruivo/Filipe Reis, com bem como da Madeira, justificando, assim, na pleni-
66 pontos, Praia da Vitória, e Firmino/Barrada, com 60 tude, a designação de Torneio Insular. Para o efeito,
pontos, Altares/Biscoitos, ocuparam, por esta ordem, Fausto Costa conta com a disponibilidade e boa von-
a segunda e terceira posições. tade das Casas do Benfica, Câmaras Municipais e ou-
Fausto Costa, presidente da Casa do Benfica na Ilha tras entidades/pessoas que possam ajudar na execu-
A tenda da marina da cidade de Vito- A Casa do Benfica na Ilha Terceira (CBIT) levou a Terceira, faz um balanço deveras positivo da iniciativa. ção do projecto.
efeito na Praia da Vitória a segunda edição do deno- “A prova não defraudou as nossas expectativas. Antes Orçado em cerca de três mil euros, o II Torneio Insular
rino Nemésio acolheu o II Torneio In- minado Torneio Insular de Sueca, evento que reuniu pelo contrário. Conseguimos ultrapassar as 100 equi- de Sueca da Casa do Benfica na Ilha Terceira – compe-
102 equipas, entre as quais sete do continente e uma pas, as quais integravam dez elementos do sexo fe- tição que começa a conquistar um espaço importante
sular de Sueca. Mais de duas cente- de São Jorge, o que corresponde a 204 atletas (dez do minino”. no seio dos tradicionais jogos de sala – teve o apoio
sexo feminino). O certame possibilitou a realização de Em relação à primeira edição, o torneio sofreu algu- logístico da Câmara Municipal da Praia da Vitória e fi-
nas de amantes do popular jogo de 5355 partidas. Nem a ausência da equipa espanhola mas alterações, nomeadamente com a passagem de nanceiro do comércio local, para além da colaboração
convidada – o que adiou a internacionalização – tirou 15 para 21 riscos por jogo, o que possibilitou um rit- de “muitos amigos”.
sala, entre os quais dez senhoras, brilho ao acontecimento. mo competitivo diferente, diminuindo, por exemplo, Refira-se, em jeito de conclusão, que a equipa ven-
Marcaram presença no II Torneio Insular de Sueca jo- o tempo de intervalo entre as jornadas. Segundo con- cedora recebeu como prémio uma viagem aérea Ter-
deram corpo à iniciativa da Casa do gadores entre os 16 e os 70 anos de idade, o que seguimos apurar, uma medida que mereceu rasgados ceira/Lisboa/Terceira para duas pessoas. Houve ainda
confirma o implantação da modalidade por estas pa- elogios dos concorrentes. troféus para os primeiros seis classificados e diplomas
Benfica na Ilha Terceira. A III edição ragens, sobretudo nas freguesias rurais. Embora em Por outro lado, em termos logísticos, o programa in- para todos os participantes. O jantar/convívio de en-
menor número do que seria de esperar, não faltaram, formático utilizado correspondeu em pleno, daí que trega de prémios fechou em apoteose o II Torneio In-
já está na forja. aqui e ali, camisolas e cachecóis dos grandes emble- em 2009 a Casa do Benfica na Ilha Terceira já terá sular de Sueca.
sugestões tiro&queda
LIVROS
“Loop” é o título de uma
O Lago Azul exposição de pintura de
Fernando Campos Paula Mota, patente na
Difel Sala Dacosta do Museu
326 Páginas de Angra, até 27 de Ja-
neiro.
O que aqui se lê são fac- “La Mirada Panorámica”
tos pouco conhecidos do é o título de uma exposi-
destino de algum sangue ção de fotografia paten-
real português. O primo- te na Sala do Capítulo do
génito do exilado e de- Museu de Angra, até 27
sapossado décimo oita- de Janeiro.
vo rei de Portugal, D. An- Uma exposição de co-
tónio, Prior do Crato, ca- nhas de Augusto Veiga
sa na Holanda com uma está patente no Museu
princesa filha de Guilher- da Graciosa, até 31 de
me, o Taciturno. Aliança Janeiro.
de um católico com um
calvinista, em época de Cinema
acesas guerras de reli-
gião, a traição do marido “Shoot’em Up- Atirar a
congraçando-se com o Matar” é o filme em exi-
inimigo comum das duas bição no Centro Cultural
nações, a Espanha, causa de Angra, até quarta-fei-
da separação do casal. ra, dia 23, pelas 21h00.
Enquanto o princípe se Hoje, domingo, o filme
acolhe, com dois filhos é exibido às 18h00 e às
varões, ao fausto da cor- 21h00.
te espanhola de Bruxe- O Auditório do Ramo
las, a princesa exila-se na pecial narrador: o Vento. caturas e Cartoons da au- Grande apresenta hoje,
Suíça com cinco filhas e toria de Carlos Laranjeira domingo, pelas 18h00,
aí morre de mágoa. Os EXPOSIÇÕES está patente no Centro “Ao Anoitecer”.
amores escaldantes da Cultural de Angra, até 23 Uma extensão do CineE-
filha mais velha com um Uma exposição de Cari- de Fevereiro. co 2007 - Festival de Ci-
coronel alemão transfor- nema e Vídeo da Serra
mam-se, por ciúme, em da Estrela - Seia tem lu-
vingança e morte numa gar de quinta a domingo,
ilha quase deserta da la- dias 24 a 27, no Centro
guna de Veneza. Cultural de Angra e no
O pano de fundo destas Auditório do Ramo Gran-
paixões é o quadro geral, de.
por todo o mundo, dos DIÁRIO INSULAR - Ficha Técnica: Propriedade: Sociedade Terceirense de Publicidade, Lda., nº. Pessoa Colectiva: 512002746 nº. registo título 101105 Jornal diário de manhã Composição
acontecimentos havidos workshop e Impressão: Oficinas gráficas da Sociedade Terceirense de Publicidade, Lda. Sede: Administração e Redacção - Avenida Infante D. Henrique, n.º 1, 9701-098 Angra do Heroísmo Terceira
entre os fins do século - Açores - Portugal Telefone: 295401050 Telefax: 295214246 diarioins@mail.telepac.pt | www.diarioinsular.com Director: José Lourenço Chefe de Redacção: Armando Mendes Redacção:
XVI e a primeira metade “Bebés & Família” é o tí- Hélio Jorge Vieira, Fátima Martins, Vanda Mendonça, Henrique Dédalo, Rui Messias e Helena Fagundes Desporto: Mateus Rocha (coordenador), Luís Almeida, Daniel Costa, José Eliseu
do século seguinte. Per- tulo de um workshop Costa, Jorge Cipriano e Carlos do Carmo. Artes e Letras: Álamo Oliveira (coordenador) Colaboradores: Francisco dos Reis Maduro Dias, Ramiro Carrola, Claudia Cardoso, Luís Rafael do
corre e abarca, com pe- que tem lugar no próxi- Carmo, Luiz Fagundes Duarte, Gustavo Moura, Francisco Coelho, José Guilherme Reis Leite, Ferreira Moreno, António Vallacorba, Diniz Borges, Bento Barcelos, Jorge Moreira, Duarte Frei-
culiar agilidade, este vas- mo fim-de-semana, dias tas, Guilherme Marinho, Daniel de Sá, Soares de Barcelos, Cristóvão de Aguiar, Vitor Toste, Luis Filipe Miranda, Paulo Melo e Fábio Vieira Fotografia: António Araújo, Rodrigo Bento, João
to espaço geográfico e 26 e 27, no Centro Cultu- Costa e Fausto Costa Design gráfico: António Araújo. Agência e Serviços: Lusa Edição Electrónica: Isabel Silva Sócios-Gerentes, com mais de 10% de capital: Paula Cristina Lourenço,
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temporal, um muito es- ral de Angra. José Lourenço, Carlos Raulino, Manuel Raulino e Paulo Raulino. Tiragem desta edição: 3.500 exemplares,; Tiragem média do mês anterior: 3.500 exemplares; Assinatura mensal: 11 euros
DI DOMINGO 28 20.JANEIRO.2008
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