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O Púlpito e as Mulheres

No atual momento, um dos temas mais controvertidos no contexto religioso, é o


debate sobre o estilo de adoração adequado. Desta vez, as mulheres não ficaram
de fora uma vez que na perspectiva de algumas igrejas é considerado falta de
respeito para com Deus e ao próximo permitir que uma mulher exorte uma
congregação.

Diante das indagações que estão surgindo, resolvi pesquisar no livro santo para
descobrir se realmente as mulheres podem falar nas igrejas. A pesquisa limita-
se em grande proporção nas cartas paulinas, onde percebemos que houveram
problemas bem semelhantes, principalmente no contexto de I Coríntios 14:34.

Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhe é permitido falar;
mas estejam submissas como também a lei o determina.

O que levou Paulo a fazer estas declarações? Será que suas afirmações estão
limitadas a sua época, ou também para os nossos dias? Pode haver alguma
possibilidade do texto ter sido traduzido de maneira não coerente a ponto de
mudar seu sentido? Como os líderes religiosos tem visto as reivindicações de
algumas senhoras que pleiteiam estes privilégios?

O CONTEXTO HISTÓRICO E ESPECÍFICO

O que vem declarando em I Cor. 14:26-40, parece demonstrar que as reuniões


em Corinto eram muito desordenadas. Paulo menciona no verso 25 que existia
várias manifestações ao mesmo tempo. Ninguém pedia a palavra, vários falavam
ao mesmo tempo e em tudo sobressaía em bagunça e vanglória, e não é a toa
que Paulo declara no verso 26 que tudo seja para edificação e no verso 33, que
Deus é um Deus de paz e não de desordem.

Entre estes problemas, o uso do dom de línguas naquela época era usado
inconveniente, todos queriam falar ao mesmo tempo e sem interpretações
ninguém entendia nada, da mesma forma o uso da profecia. De fato o nível de
participação pode ter escapado ao controle.
Crêem alguns comentaristas que Paulo sendo um produto da cultura judaica,
recebeu influências do tratamento que esta dava à mulher. Adam Clarke,
escritor cristão, comenta que era uma ordenança judaica não permitir às
mulheres ensinar nas assembléias, nem mesmo fazerem indagações. Os rabinos
ensinavam que uma mulher não deve saber outra coisa, senão usar os seus
utensílios caseiros. Uma regra extraída da sinagoga e mantida na igreja
primitiva (ver I Tim. 2:12) . (1)

É conhecido que nos tempos antigos, o lugar que a mulher ocupava era muito
baixo. No mundo grego Sófocles falou: O silêncio confere graça para as
mulheres. As mulheres, a não ser que fossem muito pobres ou de mui baixa
moral, tinham que viver isoladas em casa. Os judeus tinham inclusive uma idéia
mais baixa da mulher. Entre os rabinos havia alguns ditos que colocavam a
mulher ainda numa situação muito pior, como estes: Ensinar a lei para mulher é
ensinar a impiedade. Outro sentenciava: ensinar a lei para a mulher é como
jogar pérolas aos porcos.

No Talmude, na lista relacionada com as pragas do mundo aparece: a mulher


faladora; a viúva curiosa; e a virgem que perde todo o seu tempo fazendo
orações. Era inclusive temível falar com as mulheres na rua. Ninguém podia
solicitar um serviço para uma mulher, nem podia cumprimentá-las.Esta
sociedade era similar a que Paulo tinha quando escreveu aos Coríntios... Seria
certamente muito errado tomar estas palavras de Paulo fora do contexto em que
foram escritas e fazer delas uma regra universal para todas as igrejas . (2)

Percebemos que este costume era rígido naquela época e ao homem era
concedido direitos reservados de falar nas assembléias.

É bom analisar duas palavras, uma frase e um tema chave de I Coríntios 14:34,
tentando assim sanar dúvidas com o estudo das palavras em seu sentido e
significados originais.

Falar (lalei/n)

Esta palavra no original, (lalein), pode se referir a qualquer modalidade de


elocução verbal, incluindo pregação, conversação, tanto pública como em
particular. Esta palavra é usada 295 vezes no Novo Testamento, a fim de
expressar todas as formas imaginárias de elocução verbal, pública, particular,
formal e informal.

Alguns intérpretes tem procurado formar um argumento, com base no vocábulo


grego aqui utilizado, supondo eles que certas formas de elocução verbal eram
permitidas, mas outras não. Assim sendo, a pregação não seria permitida, mas
outras elocuções verbais seriam permitidas. Ou então, no sentido que as
mulheres era vedado fazerem perguntas, disputar, etc., embora pudesse falar de
outra maneira. Porém tal interpretação perverte tanto o sentido do vocábulo
grego como a própria passagem. Pois tal vocábulo tem um sentido muito geral,
podendo indicar qualquer forma de elocução verbal . (3)

Essa palavra foi usada muitas vezes na Bíblia, porém com diferentes elocuções
verbais. Exemplos:

Mt. 9:18, 33 e 13:3: Jesus narrava tanto suas palavras à multidão como também
em particular.
Mt. 14:27: Neste caso a expressão era usada para indicar conversas privadas.

Note que a palavra falar possui diversos significados. Seja qual for o motivo
desta restrição, pode haver a possibilidade de incluir em um sentido de falar em
línguas e até mesmo profetizar (ver os vv. 27, 29). Nesse caso, há a mesma
possibilidade, pois o verbo falar desses dois versículos, são os mesmos do verso
34, embora diversos comentaristas dizem que não se refere a profetizar e sim de
fazerem perguntas, enquanto outros o ato de ensinarem. Assim sucedem as
diferentes opiniões.

Independente, se a palavra lalein pode significar diversas formas de elocuções,


deve-se levar em consideração, que a mulher tinha que ficar em silêncio, não
falar, por ser isso vergonhoso para ela na igreja (ver trigésimo quinto versículo).

Portanto não falar, é não profetizar, não falar em público, não ensinar, caso o
leitor se interrogue nessas outras possibilidades apresentadas pelo verbo.

Ora, é evidente com base no texto, que Paulo transferia para a igreja cristã uma
atitude judaica. Ele acabava de regulamentar o uso dos dons de línguas e da
profecia, e agora as normas a respeito da exortação feminina precisavam ser
destacadas em sua plenitude para colocar ordem e descência no culto, vedando
assim o direito de falar, que logicamente não falando, não podiam também
profetizar.

Não olvidemos que o apóstolo Paulo se referia às reuniões oficiais da igreja, mas
ele era favorável ao ministério feminino em outras esferas e ocasiões.

As declarações paulinas em I Cor. 14:34 e I Tim. 2:11 e 12, são um lado da


moeda, porque o próprio apóstolo Paulo na mesma carta no capítulo 11:5, faz
uma alusão naquela época que haviam mulheres que oravam e profetizavam,
sem dúvida uma referência às mulheres, que em reuniões públicas falavam a
respeito das coisas divinas. Lucas em Atos 21:9 nos cientifica de que as quatro
filhas de Filipe profetizaram, nada mais que publicamente se tornarem
portadoras das revelações de Deus.

Alguns estudiosos têm argumentado que essa atitude seria levada a efeito por
mulheres em reuniões menos importante, talvez privada, mas não diretamente
associadas com a igreja, ou talvez ele se referisse apenas ao falar privado das
mulheres. Contudo apesar dessa ser uma interpretação possível, quando muito,
é dúbia, apesar das mulheres poderem ensinar certas coisas e profetizar (como
se vê no relato de Atos 21:9) . (4)

Portanto, certas coerências impostas por Paulo, é mediante as esferas e ocasiões


preferidas por ele.

Submissas, Sujeitas (upotasseqo/ai)

Há diversos textos que oferecem um significado parcial quanto ao significado


das mulheres serem submissas. Submissas , Paulo declara em relação aos
maridos.

Tal indicação neste contexto histórico, seria a crença judaica de que as


mulheres, devido a sua parte na caída do homem em pecado, Deus a colocara
em status de subordinação frente o seu esposo (Gên. 3:6, 16; Ef. 5:22-24; I Tim.
2: 11-12; Tito 2:5; I Ped. 3:1, 5-5). Em alguns casos isto era levado a sério
demais. Muitas mulheres trocariam tudo em suas vidas e terem nascidas como
homens.

A mudança da natureza do homem ocasionado pela entrada do pecado em sua


vida, terminou com a existência harmoniosa que a esposa, mulher, havia
conhecido antes. Não convinha que o homem e a mulher tivessem igual
autoridade na condição de lugar, e Deus preferiu colocar sobre o homem a
responsabilidade maior de tomar as decisões em sua família e instruí-la.
Embora isso não torne as mulheres inferiores aos homens.

Como Também a Lei o Determina

É provável que o termo lei usado neste verso, se refira às escrituras do Antigo
Testamento, que eram interpretadas nas práticas judaicas.

As passagens bíblicas que podemos colocar em foco, seria Gn. 3:16 e Núm. 30:8-
12, indicando que a mulher deve depender totalmente de seu marido, por estar-
lhe sujeita.

A mulher que desejasse falar em público, estaria passando uma idéia de


usurpação de autoridade em seu marido; e, mesmo que fosse solteira,
usurpando a autoridade dos homens presentes. Pode ser que o fato das
mulheres, declarado em I Cor. 11, de não usarem o véu na igreja, indique um ato
de revolta, querendo assim ser igual ao homem, de cabeça lisa podendo assim
obter os mesmos direitos nas assembléias.

Ora isso era reputado como uma afronta das piores para a dignidade da
congregação, segundo a mentalidade judaica porque para os judeus uma criança
podia ler a lei, desde que fosse menino, e uma mulher não podia fazer nem
mesmo isso.

Para os judeus, o fato das mulheres tomarem uma boa posição nas assembléias,
estaria tomando a autoridade masculina sobre a feminina, declarando na lei os
primórdios.
Temas Chaves

Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas... Esse tem sido um tema muito
contestado por vários teólogos, e para isso temos que ter em vista alguns pontos
importantes em conhecer o modo de atuação destas mulheres.

1- O conselho de Paulo é um pouco limitado, no sentido que não se refere a


todas as mulheres, mas apenas às esposas de homens cristãos que estão
congregando. Além disso refere-se a como as mulheres devem aprender e não
como ministrar. (Vs 35)

2- O conselho é dirigido a uma cultura antiga que tinha padrões para o


comportamento das esposas, diferentes dos atuais em muitos lugares.

3- Visto que Paulo confirmou que as mulheres oravam e profetizavam em


público (I Cor. 11:5 e 13) e que as mulheres possuíam o dom de profecia (At. 2:17
e 18; 21:8 e 9), a regra contra as mulheres falarem nos cultos não é absoluta.

4- Esta afirmação era local e específica. Paulo preferiu agir conclusivamente


para não causar mais alvoroço na igreja de Coríntios, enquanto que em outras
localidades e contextos diferentes como já foi mencionado houve apoio por
parte do Apóstolo Paulo para a exortação feminina.

E na palavra de Paulo VI podemos afirmar: chegou a hora em que a vocação da


mulher se realiza em plenitude e ela adquire na sociedade, uma influência, um
alcance, um poder, jamais conseguidos até aqui. Por isso, neste momento em
que a humanidade sofre uma tão profunda transformação, as mulheres,
impregnadas do espírito do evangelho, podem ajudar muito a humanidade a
não decair . (5)

CONCLUSÃO

Não existem argumentos teológicos conclusivos que proíba a mulher falar em


público nas assembléias, analisando o sentido teológico como um todo. As
restrições determinadas pelo Apóstolo Paulo à igreja de Corintios, não foram
aplicadas em todas as igrejas cristãs da mesma época, pelo contrário, em
contextos diferentes, o apoio para a exortação feminina é evidenciado pelo
Apóstolo.

A menção coibitiva em 1 Coríntios 14:34 é local e especifica, no que diz respeito


ao contexto sócio-cultural e religioso em Corinto, e foi dada com o objetivo de
solucionar um problema de uma cultura antiga e diferente. Esta menção se
refere mais ao ato de aprender do que ensinar conforme o verso 35.

BIBLIOGRAFIA

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Cristão, 1991), 1432.
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Notas

(1) Champlin, 231.


(2) William Barclay. El Nuevo Testamento comentando (Buenos Aires: Editorial
la Aurora, 1973).
(3) Champlin, 4.
(4) Champlin, 232.
(5) Pedro Apolinário. Análise de textos bíblicos difíceis de interpretação, vol II
(São Paulo: Instituto Adventista de Ensino, 1981), 16.

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