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MANIFESTO CONTRA A

PROVA DE INGRESSO
NA CAREIRA DOCENTE
Os professores concentrados junto do Governo Civil da Guarda
bem como os professores abaixo-assinados, manifestam-se contra a
prova de ingresso na carreira docente motivados pelo seguinte:

a) desvalorização da formação de professores, bem como pelas instituições


formadoras e seus docentes. A prova em causa é injusta porque apaga em uma hora e
meia o percurso de formação de 17 anos de um docente, bem como a experiência
acumulada de diversos anos de servico docente.
b) introdução de um novo constrangimento no acesso à profissão de docente. A
quase totalidade das formações superiores em Portugal, ao dispor dos futuros
professores, são direccionadas para o ensino. Significa que aqueles que optam por esta
via querem e podem ser professores. Estes candidatos a docentes têm uma formação
específica de pelo menos três anos numa universidade e, se terminada com sucesso em
todas as áreas, terão em seguida, mais dois anos de formação. O primeiro ano é
sobretudo de cariz científico e pedagógico e, naturalmente, sujeito a avaliação. No
segundo ano o licenciado é colocado numa escola com todas as responsabilidades
inerentes à profissão. Esse trabalho é orientado e avaliado por dois ou quatro
orientadores, divididos entre duas entidades, a escola e a universidade.
Terminado esse ciclo, o licenciado terá uma formação especializada em pedagogia e
didáctica, exclusivamente para a docência, que lhe confere o grau académico de “Mestre”.
De acordo com o novo Estatuto, estes cidadãos qualificados irão ser sujeitos a duas ou
três provas de avaliação de conhecimentos e competências. Ultrapassada essa
aberração, e caso tenha tenham a felicidade de entrar nos quadros através de concurso
promovido para o efeito, existe ainda um período probatório de um ano, e se não
obtiverem pelo menos a menção de “Bom”, não terão lugar no quadro; se tiverem
“insuficiente” serão exonerados e impedidos de trabalhar na docência durante dois anos. A
tudo isto acresce ainda a avaliação contínua e de desempenho até terminus das suas
carreiras;
c) é desumano exigir aos professores contratados, que num espaço de tempo
extremamente reduzido, realizem as exigentes e burocráticas diligências
necessárias para a obtenção de uma avaliação de desempenho com menção igual
ou superior a “Bom”, que enfrentem as adversidades inerentes a um contrato de
trabalho precário, quepromovam um ensino de qualidade, que leccionem com brio e
profissionalismo, que realizem as tarefas de avaliação dos alunos e finalmente,
como se não bastasse, que se preparem para a obtenção de pelo menos 14 valores
em cada uma das componentes da prova de ingresso;
d) desacreditação e desvalorização da avaliação anual que os professores
contratados são alvo, por parte de um modelo de avaliação criado e implementado pelo
próprio Ministério da Educação;
Neste contexto, os professores e educadores presentes na concentração promovida por
professores contratados, junto do Governo Civil da Guarda, bem como todos os professores
abaixo-assinados, exigem:
1. O cancelamento imediato da realização da prova durante
o decorrer do ano lectivo 2008/09;
2. A revogação do Decreto Regulamentar n.º 3/2008, de 21
de Janeiro, bem como na alteração da redacção dos artigos 2º e
22º do Estatuto da Carreira Docente.
No sentido de dar corpo a estas exigências, os professores e educadores presentes
decidem propor a todos os sindicatos de professores, aos estudantes dos cursos de formação
superior via ensino, aos professores em geral e aos professores contratados e desempregados
em particular:
1. A realização de iniciativas de carácter regional junto
dos respectivos Governos Civis e Direcções Regionais de
Educação, que se constituam como formas privilegiadas de os
professores darem a conhecer à opinião pública as razões do seu
protesto;
2. A promoção de tomadas de posição de escola.

Guarda, xx de Novembro de 2008


A comissão de professores contratados

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