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Notas Gramaticais
Esperanto en Ekrigardo
gramatikaj notoj
Sylla Chaves
1998
Edição Eletrônica disponibilizada com a
permissão de Sylla Chaves no “site” da
APRESENTAÇÃO........................................................................................................................ 1
1. PRONÚNCIA E TERMINAÇÕES
O esperanto.............................................................................................................................. 2
Alfabeto e pronúncia................................................................................................................. 2
Terminações gramaticais......................................................................................................... 2
Kio estas Esperanto?............................................................................................................... 2
Pronúncia: regras e advertências............................................................................................. 3
Terminações O, A, E, I e AS.................................................................................................... 4
A semivogal “J” e os plurais...................................................................................................... 5
2. ALFABETO E NUMERAÇÃO
O alfabeto................................................................................................................................. 6
Considerações adicionais......................................................................................................... 6
Literoj kun ĉapelo / Literoj sen ĉapelo...................................................................................... 8
Sufixos “AĴO” e “ECO”............................................................................................................. 9
Pronomes oblíquos e saudações............................................................................................. 9
Numeração............................................................................................................................... 9
3. TEMPO E OBJETO DIRETO
O tempo: ontem, hoje e amanhã............................................................................................ 11
Sezonoj kaj monatoj............................................................................................................... 11
Tagoj de la semajno............................................................................................................... 11
Partoj de la tago..................................................................................................................... 11
Terminação “N” e objeto direto............................................................................................... 12
4. PRONOMES, ACUSATIVOS E AFIXOS
Afixos: “INO”, “ULO” e “GE”.................................................................................................... 13
Sufixos: “ANTO” e “ISTO”....................................................................................................... 13
“IGI” e “IĜI”............................................................................................................................. 13
Pronomes oblíquos e reflexivos ............................................................................................. 14
Objeto direto, acusativo e declinação..................................................................................... 14
5. PARTICÍPIO E AFIXOS
Verbo MANĜI (comer)............................................................................................................ 15
Particípios: ativo e passivo..................................................................................................... 16
Presente, passado e futuro.................................................................................................... 16
Terminações O, A e E............................................................................................................ 16
APRESENTAÇÃO
Este livro contém a parte gramatical do RAPIDA KURSO (Curso Rápido), que temos realizado em
quatro períodos de uma hora de duração. Suas explicações são, porém, mais extensas que as
fornecidas em sala de aula. E os exemplos são também mais numerosos. Queremos, assim, facilitar
o acesso do aluno à já valiosa literatura que nos chega de todo o mundo em esperanto.
Alunos de outros cursos e autodidatas talvez também lucrem com este livro. Principalmente se, por
falta de tempo ou exigência metodológica, ainda não tiverem acesso a toda a riqueza fornecida pelos
afixos e pelas regras de formação de palavras em esperanto.
Sylla Chaves
novembro de 1998.
Ãqueles que pretendem utilizar estas notas gramaticais para seu aprendizado sugerimos recorrerem
também ao seguinte material adicional produzido pelo autor e, também, colocado neste “site”:
1. Artigos ESPERANTO E ESPERANTISMO e O ESPERANTO E EU.
2. Leitura fácil: LA JUNA VERKISTO, acompanhada de sua tradução O JOVEM ESCRITOR.
3. Canções fáceis para exercitar a compreensão oral: LITEROJ KUN ĈAPELO, BONAN TAGON,
LERNU ESPERANTON, FLORO KAJ PAPILIO, FAMILIO ESTAS ĈIO, ESTU PACO, TRI
VIRINOJ, KANTO DE L' KAMPARANO, KANTO DE L' MARISTO, KANTO DE L' ADIAŬO etc.
Brevemente, o autor colocará, também, neste “site” seu curso básico KANTU KAJ LERNU, um
pequeno dicionário para principiantes e as GOTAS DE ESPERANTO, que produziu para a televisão
e já foram transformadas em fitas de vídeo e DVD.
Agradeço a colaboração dos meus amigos Carlos Alberto e Maira Nobre na adaptação da primeira
parte do meu livro Esperanto num Relance para inclusão no “site” da Cooperativa Cultural dos
Esperantistas. Espero, porém, que os seus utilizadores não se satisfaçam com estas noções
introdutórias. Elas descrevem, sinteticamente, a perfeição com que Zamenhof elaborou esta língua-
ponte para a aproximação da humanidade. Os detalhes aqui omitidos podem ser encontrados na
bibliografia que sugerimos. Eles mostram que a genialidade com que o Esperanto foi criado é bem
maior que a descrita aqui.
Sylla Chaves
outubro de 2004.
1 – PRONÚNCIA E TERMINAÇÕES
O ESPERANTO.
É a língua internacional criada pelo Dr. Lázaro Luís Zamenhof, da Polônia, em 1887. O seu fim não é
a eliminação dos idiomas nacionais, mas sim a sua utilização como segunda língua de cada
indivíduo. Baseia-se nas línguas culturais modernas, aproveitando de cada uma o que tem de
melhor. E é bastante fácil.
ALFABETO E PRONÚNCIA
O esperanto é um idioma fonético, isto é, todas as palavras pronunciam-se como são escritas e
escrevem-se como são pronunciadas. As 28 letras do alfabeto correspondem, por conseguinte, a 28
sons: 5 vogais, 2 semivogais e 21 consoantes.
TERMINAÇÕES GRAMATICAIS:
Esperanto estas la solvo por la grava problemo O ESPERANTO é a solução para o grave
de la tutmonda komunikado. Tiu lingvo estas tre problema da comunicação mundial. Essa língua
bela, tre klara, simila al la Itala, en kiu oni kantas é muito bela, muito clara, semelhante à italiana,
kun granda plezuro. Sed Esperanto estas multe na qual a gente canta com grande prazer. Mas o
pli simpla, multe pli regula. Krome, Esperanto esperanto é muito mais simples, muito mais
apartenas al neniu popolo. Sekve, oni povas diri, regular. Além disso, o esperanto não pertence a
ke nia mirinda lingvo apartenas egale al la tuta nenhum povo. Por conseguinte, pode-se dizer
mondo. Mi tutkore dankas vin, doktoro que a nossa língua admirável pertence, de modo
Zamenhof. igual, ao mundo todo. Agradeço-lhe de todo
coração, Doutor Zamenhof.
Assim, temos:
diga diga
ITALA (italiano).............i-tá-la. POPOLO (povo)........... po-pô-lo.
LIBERA (livre).............. li-bê-ra. RAPIDA (rápido)...........ra-pí-da.
LITERO (letra).............. li-tê-ro. REGULO (regra)...........re-gú-lo.
NUMERO (número)...... nu-mê-ro. SIMILA (semelhante)....si-mí-la.
A cada vogal corresponde exatamente uma sílaba. Duas vogais juntas não formam ditongo.
Temos, pois:
diga
KIU (quem)............... kí-u (duas sílabas).........e não kíu (só uma)
TIU (esse).................tí-u (duas sílabas)......... e não tíu (só uma)
NENIU (ninguém)..... ne-ní-u (três sílabas).....e não ne-níu (duas).
Da mesma forma, não se pode acrescentar, na pronúncia, uma vogal não escrita, como quem
pronuncia: “adevogado” e “abissoluto”. Leia assim:
diga
DOKTORO (doutor) em 3 sílabas (e não 4)................................ dok-tô-ro
LINGVO (língua) em 2 sílabas (e não 3)..................................... lín-gvo
TUTKORE (de todo coração) em 3 sílabas (e não 4).................. tut-kô-re
TUTMONDA (de todo o mundo) em 3 sílabas (e não 4)............. tut-môn-da
Atenção especial deve ser dada às vogais finais O e E. Pronunciá-las como U e I pode causar
grande confusão, como se pode observar nos pares seguintes:
Como as vogais, também as consoantes conservam sempre o mesmo som. Assim, G (cujo nome
é go) é sempre o “guê” de galo e não o “gê” de gelo. Por isso, LEGI (ler) pronuncia-se “lêgui”. E
devemos também prestar atenção ao T e ao D seguidos de I: DIRI (dizer), KANTI (cantar) e TIU
(esse), que não têm o chiado carioca.
TERMINAÇÕES O, A, E, I e AS.
O esperanto tem onze terminações absolutamente regulares. Cinco delas apareceram diversas
vezes no texto acima: O, A, E, I e AS.
A: é a terminação dos adjetivos, invariável em gênero: BELA (belo, bela), KLARA (claro, clara),
GRAVA (grave, importante), SIMILA (semelhante), GRANDA (grande), RAPIDA (rápido, rápida),
SIMPLA (simples).
AS: é a terminação dos verbos no presente do indicativo, invariável em gênero, número e pessoa.
Para conjugar é necessário usar pronome. Por exemplo, MI (eu), NI (nós), VI (tu, você, o
senhor, a senhora, vocês etc.), ONI (a gente). Temos, assim:
O pronome VI, como em francês ou inglês, tanto pode referir-se ao plural quanto ao singular. A
tradução “você” ou “vocês” dependerá do resto da frase, como veremos ao tratar dos plurais. Frases
como ONI podem ser traduzidas com o pronome “a gente” ou com a partícula “se”. ONI KANTAS (a
gente canta, canta-se), ONI POVAS DIRI (a gente pode dizer, pode-se dizer).
Podemos transformar uma palavra em outra, mudando sua categoria gramatical. Para isso, basta
mudar sua terminação:
A mais importante das letras diferentes das nossas no alfabeto do esperanto é a semivogal J (iô).
Corresponde ao I breve dos nossos ditongos. É importantíssima por dois motivos. Primeiro, porque
com ela se escreve uma das palavras mais freqüentes em esperanto: a conjunção KAJ (e).
Segundo, porque com ela se formam os plurais de todos os substantivos e adjetivos:
2 – ALFABETO E NUMERAÇÃO
O ALFABETO
O alfabeto do esperanto tem 28 letras, que transcrevemos, seguidas do seu nome em esperanto (na
pronúncia figurada em português):
CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS.
1. Sugerimos que nossos alunos pronunciem as vogais E e O sempre fechadas. Entretanto, pode-se,
também utilizar uma pronúncia intermediária entre ê e é, bem como entre ô e ó. Pode-se
observar a falta de uniformidade em nossas gravações. O que repisamos aqui é que é erro
pronunciar essas vogais completamente abertas, ou (pior ainda) com som de I e U, ou variando
de sílaba para sílaba, como em nosso idioma. Digamos, pois:
2. Em esperanto, cada consoante tem apenas um som, que é aquele indicado no seu nome, como
podemos observar no quadro anterior. Prestemos atenção às letras C (tsô), S (sô), K (cô), G (gô),
T (tô) e D (dô):
C (tsô) – A pronúncia dessa letra em esperanto nada tem a ver com a do C em português. Em
esperanto, CENTO (cento) deve pronunciar-se “tsênto”, PACO (paz) deve pronunciar-se
“pátso”, e BELECO (beleza) deve pronunciar-se “belêtso”. O som do nosso C de “cavalo” e do
nosso QU corresponde ao K (cô) do esperanto, e o som do nosso C de “cebola” e do nosso Ç
corresponde ao S (sô) do esperanto, como se pode ver a seguir:
S (sô) – Corresponde ao nosso S inicial e ao nosso SS. Temos, assim: SES (seis), que se lê
“sês”, e SESA (sexto, sexta), que se lê “sêssa”. O som Z de nosso S intervocálico corresponde
ao Z (zô) do esperanto. Assim, rosa é ROZO (rôzo), com Z.
K (cô) – É a única letra em esperanto que representa os sons ca-que-qui-co-cu. Temos, assim:
KORO (coração), KATO (gato), KURI (correr), KIO (o que), que se pronuncia “quío”, KE
(conjunção integrante QUE), que se lê “quê”, DEK (dez, lê-se “dêc”) e OK (oito lê-se “ôc”),
ambos só com uma sílaba.
G (gô) – É, como já dissemos, sempre o G de “galo”. Temos, assim LEGI (ler), que se diz “lêgui”.
E o som G de “gelo” é escrito sempre com Ĵ (jô), como veremos mais tarde.
3. Os sons das letras H e Ĥ não existem em português. Usamos para elas as representações que
vemos com maior freqüência em nossos jornais, que são usadas na língua inglesa: “h” e “kh”. H
(hô) é ligeiramente aspirado como um sopro. Esse som está presente numa da primeiras
palavras que se ouvem em inglês – a saudação: “hello!” (olá). Como os ingleses não têm o som
fortemente aspirado, costumam representá-lo como KH. Está presente em muitos nomes próprios
árabes que penetraram em nosso idioma, como Khuri, Khalil e muitos outros. Por não termos o
som correspondente, nós o transformamos em K: Kuri, Kalil. Ĥ é também o som do J castelhano
de “mujer” e do X de México (escrito também Méjico). Esse som fortemente aspirado é muito raro
em esperanto, aparecendo, em nossas leituras iniciais, apenas na palavra ĤORO (coro) que não
deve ser confundida com HORO (hora).
4. O esperanto não possui dígrafos (por exemplo, SS, RR, CH, LH e NH). Como já vimos, o S
intervocálico lê-se sempre com o mesmo som de nosso S inicial, e não deve ser dobrado: SESA
(sexto) lê-se “sêssa”. O R também deve ser pronunciado de maneira uniforme e não deve ser
dobrado. Deve ser sempre dobrado, como o R sulino, de “CARRO” ou “CARO” (sempre igual,
forte ou fraco), e não como R gutural carioca. (Esta última pronúncia não é recomendável, mas é
usada por esperantistas iniciantes influenciados por sua língua natal).
Quando esses grupos consonantais aparecem em esperanto, suas letras devem ser
pronunciadas separadamente. Geralmente, pertencem a elementos vocabulares diversos,
formando uma nova palavra. Assim:
Neste último exemplo, suprime-se o O final de PACO e pronuncia-se “páts-hô-ro”, com três
sílabas.
Em português, I e U são vogais (longas) em Jair e Saul, e são semivogais (breves) em Jairo e
Saulo. Em esperanto, I e U são sempre vogais. Correspondem a J (iô) e Ŭ (uô), que sempre
formam ditongo. Temos assim:
Com I e U:
KUIRI (cozinhar)..............................ku-í-ri
PRAULO (ancestral)....................... pra-ú-lo
IA (de algum tipo)............................ í-a
IAM (em algum momento)...............í-am
IE (em algum lugar).........................í-e
Com J e Ŭ:
Mais algumas palavras com J e Ŭ: JARO (ano), MAJO (maio), JUNIO (junho), LITEROJ (letras), AŬ
(ou), AŬDI (ouvir) e AŬGUSTO (agosto), pronunciadas, respectivamente iá-ro, mái-o, iu-ní-o, li-tê-
roi, áu, áu-di e au-gús-to.
Dos adjetivos ALTA (alto, alta), BELA (belo, bela) e NOVA (nova, novo) podemos formar derivados
tanto com AĴO quanto com ECO. As traduções, nos dois casos, podem ser: altura, beleza e
novidade. É que, em português, essas palavras têm dois sentidos:
Pronomes oblíquos formam-se com a terminação N: MI VIDAS VIN (eu o vejo), VI VIDAS MIN (você
me vê), LASU MIN! (deixe-me!)
NUMERAÇÃO.
Chamamos a atenção para as dezenas e centenas, que são sempre paroxítonas: dúdek, trídek,
ôksent, náutsent etc. Assim sendo devemos ler:
Atenção: Também com números usam-se as terminações o, a, e. Ex.: unuo (unidade), unua
(primeiro), unue (primeiramente). Nombro e numero têm sentidos ligeiramente diferentes. Usa-se
nombro em contagem e numero em ordenação: numero de la domo = número da casa; nombro
da lecionoj = número de lições.
Nossa palavra “tempo” tem duas traduções em esperanto: TEMPO e VETERO. A primeira refere-se
ao tempo cronológico; a segunda, ao tempo meteorológico. VETERO pode ser BELA (bonito) e
MALBELA (feio). TEMPO pode ser LONGA (longo) e MALLONGA (curto).
Com as terminações -AS, -IS e -OS temos presente, passado e futuro. E podemos exercitar-nos com
os advérbios HIERAŬ (ontem), HODIAŬ (hoje) e MORGAŬ (amanhã), falando tanto de TEMPO
quanto de VETERO:
LUNDO (segunda-feira)
MARDO (terça-feira)
MERKREDO (quarta-feira)
ĴAŬDO (quinta-feira)
VENDREDO (sexta-feira)
SABATO (sábado)
DIMANĈO (domingo)
A palavra TAGO tem dois sentidos. É o oposto de NOKTO (noite) e é também o período de 24 horas
que vai de meia-noite a meia-noite. No segundo sentido, em vez de TAGO, em esperanto diz-se,
também TAGNOKTO: En unu tagnokto estas dudek kvar horoj.
MEZO significa “meio”. Assim, TAGMEZO = mezo de la tago (meio do dia ou meio-dia) e
NOTKOMEZO = mezo de la nokto (meio da noite, ou meia-noite): POSTTAGMEZO é o período
post la tagmezo (após o meio-dia, i.e. de tarde).
MATENO é o começo do dia (de 12 horas). VESPERO é o fim do dia e começo da noite. É o período
em que se vê, no firmamento, a estrela Vésper (planeta Vênus), da qual derivam nossas palavras
“vesperal” e “vespertino”. Em português, nesse período, cumprimentamos as pessoas, desejando-
lhes “boa noite”. Em esperanto, porém, dizemos BONAN VESPERON!
Nomes relativos a tempo são freqüentemente usados em sua forma adverbial: matene (de manhã),
lunde (na segunda-feira), somere (no verão). Podemos dizer, por exemplo, ĝis lunde! (até
segunda!); e mi revenos morgaŭ matene (voltarei amanhã de manhã).
O sufixo -ulo mostra pessoa ou ser caracterizado pela idéia indicada pela raiz. De MILIONO (milhão)
tem-se MILIONULO (milionário); de JUNA (jovem) tem-se JUNULO (rapaz); de MALJUNA (idoso)
tem-se MALJUNULO (ancião); e de DIKA (gordo) tem-se DIKULO (gorducho).
Freqüentemente juntam-se os sufixos -ulo e -ino: JUNULINO (moça, rapariga), BELULINO (mulher
bonita)
HOMO (pessoa, ser humano) pode ser VIRO (homem, varão) ou VIRINO (mulher). E INFANO
(criança) pode ser KNABO (menino) ou KNABINO (menina).
No plural, o prefixo ge- indica ou enfatiza a presença de ambos os sexos: GEPATROJ (pais, i.e. pai
e mãe), GEEDZOJ (casal, i.e. esposo e esposa), GESINJOROJ (senhoras e senhores),
GEJUNULOJ (rapazes e moças).
Além de -ulo, também -isto e -anto referem-se a pessoas; -anto indica uma situação passageira:
VOJAĜANTO (viajante), HELPANTO (ajudante, assistente), LERNANTINO (aluna); -isto indica
profissão, ocupação habitual ou adesão: INSTRUISTO (professor), KUIRISTO (cozinheiro),
VENDISTINO (vendedora), PORTISTO (carregador), MARISTO (marinheiro), BELIGISTINO
(esteticista ou embelezadora), ESPERANTISTO (esperantista).
“IGI” E “IĜI”
O sufixo -igi indica fazer, tornar; e -iĝi indica fazer-se, tornar-se. Temos, assim, do adjetivo BELA,
os verbos BELIGI (embelezar, tornar belo) e BELIĜI (embelezar-se, tornar-se belo); de PLI BONA
(melhor) temos PLIBONIGI (melhorar, tornar melhor) e PLIBONIĜI (melhorar, tornar-se melhor).
SIDI é estar sentado, SIDIĜI é sentar-se e SIDIGI é fazer sentar. MORTI é morrer e MORTIGI é
matar (= fazer morrer). SCII é saber e SCIIGI é informar (= fazer saber). DEVI é dever e DEVIGI é
obrigar.
KOMENCO é começo e FINO é fim. Mas precisamos ter cuidado com os verbos KOMENCI e FINI.
Dizemos: mi komencas kaj finas la lecionon (eu começo e termino a lição); mas dizemos: la
leciono komenciĝas kaj finiĝas (a lição começa e acaba, ou melhor, é iniciada e é terminada).
Na 1ª e na 2ª pessoa, pronomes oblíquos e reflexivos são iguais: min, vin, nin. Na 3ª pessoa, cada
pronome reto tem seu pronome oblíquo. Mas na 3ª pessoa existem vários pronomes oblíquos e
apenas um pronome reflexivo: sin. Vejamos alguns exemplos:
Já vimos que, em esperanto, o objeto direto é indicado pela terminação N. Por exemplo:
Da existência do acusativo em esperanto alguns concluem que ele tem declinações e por isso é
difícil. Essa conclusão é equivocada. Em primeiro lugar, as declinações do latim não impediram que
ele, durante séculos, fosse a língua de entendimento entre os cientistas (que se comunicavam muito
mais facilmente do que na Babel em que o mundo depois caiu). Em segundo lugar, duas das
principais línguas do mundo – o russo e o alemão – têm declinações. E é consenso geral que
qualquer delas é mais fácil do que o nosso português.
5 – PARTICÍPIOS E AFIXOS
PARTICÍPIOS
la manĝinto la manĝito
(aquele que comeu) (aquilo que foi comido)
manĝinta knabo manĝita fromaĝo
(menino que comeu) (queijo que foi comido)
manĝinte manĝite
(tendo comido) (tendo sido comido)
la manĝonto la manĝoto
(aquele que vai comer) (aquilo que vai ser comido)
manĝonta knabo manĝota fromaĝo
(menino que vai comer) (queijo que vai ser comido)
manĝonte manĝote
(pronto para comer) (pronto para ser comido)
Em esperanto os particípios são mais complexos, porém muito mais regulares do quem em nosso
idioma. Em português “montado” diz-se tanto do cavaleiro quanto da montaria. Em esperanto a
distinção é obrigatória: RAJDANTO é o cavaleiro e RAJDATO é o cavalo (CÊVALO). Em esperanto
os particípios distinguem-se por serem ativos ou passivos; por serem presentes, passados ou
futuros; e por terem terminação substantiva, adjetiva ou adverbial. Ao todo 2 x 3 x 3 = 18 variantes.
Vejamos:
MANĜI é comer. Quem está na fila de um refeitório, aguardando ser servido. é MANĜONTO; os que
estão sentados comendo são MANĜANTOJ; e os que já estão devolvendo sua bandeja são
MANĜINTOJ. Falando-se da refeição, da comida, MANĜOTA é a que está sendo servida;
MANĜATA é a que está nos pratos sobre a mesa. E MANĜITA é a que sai da sala na barriga de
cada um.
TERMINAÇÕES O, A e E
Nosso idioma tem ainda vestígios do particípio futuro latino. Nesses casos, nossas palavras
correspondem exatamente às do esperanto. Temos, por exemplo:
PORTUGUÊS................... ESPERANTO....................SIGNIFICADO
nascituro........................... NASKOTO........................ aquele que vai nascer
vindouro............................ VENONTA ....................... que virá
futuro................................. ESTONTA......................... que será
EGO indica o aumentativo ou superlativo, e ETO, o diminutivo. Podem ser usados com substantivos,
adjetivos, verbos e até mesmo advérbios: DOMEGO (casarão), DOMETO (casinha), BONEGA
(ótimo), BELETA (bonitinho), MULTEGE (muitíssimo), IOMETE (um pouquinho). De PETI (pedir)
formamos PETEGI (suplicar); de PLORI (chorar), PLORETI (choramingar); de DORMI (dormir),
DORMETI (cochilar); e de RIDI (rir), RIDETI (sorrir) e RIDEGI (gargalhar). ETA, usado sozinho, é
sinônimo de MALGRANDA (pequeno). EGE, usado sozinho, é sinônimo de MULTE (muito). Tanto
uma palavra quanto a outra são muito usadas.
De BESTOJ (animais), como BOVO (boi), ŜAFO (carneiro), BIRDO (ave), KOKO (galo) e FIŜO
(peixe), formamos derivados todos regulares.
O feminino, já vimos, forma-se com ino: BOVINO (vaca), ŜAFINO (ovelha), KOKINO (galinha).
O macho reprodutor forma-se com a anteposição de vir: VIRBOVO (touro), VIRKOKO (galo
reprodutor).
O filhote recebe o sufixo ido: ŜAFIDO (cordeiro), BOVIDINO (novilha), BOVIDETO (bezerro).
O coletivo recebe o sufixo aro: BOVARO (boiada), FIŜARO (cardume), BIRDETARO (passarada).
E até mesmo MANĜAĴOJ (comidas) feitas com eles recebem um sufixo regular – aĵo: BOVAĴO
(carne de vaca), BIRDAĴO (carne de ave), KOKIDAĴO (galeto).
“ARO” E “ERO”
Além dos coletivos de animais, temos outros importantes: JUNULARO (juventude), MARISTARO
(tripulação), ARBARO (floresta) e HOMARO (humanidade). De VORTO (palavra), temos VORTARO
(dicionário); e de LOĜI (morar, habitar), LOĜANTARO (população).
A unidade de uma coleção forma-se com ero: de VORTO (palavra) formamos VORTERO (elemento
vocabular); de ĈENO (cadeia), ĈENERO (elo); e de MONO (dinheiro), MONERO (moeda).
Com mal formamos antônimos: MALALTA (baixo), MALHELA (escuro), MALDIKA (magro).
Com re indicamos repetição ou retorno: REVIDI (rever), REVENI (voltar), REDONI (devolver).
Com ek, ação inicial ou repentina: EKVIDI (avistar), EKDORMI (adormecer), EKKRII (exclamar).
AS TERMINAÇÕES VERBAIS
-I...................... infinitivo
-U..................... imperativo
-AS................... presente
-IS.....................passado
-OS................... futuro
-US................... condicional
As seis terminações verbais que já vimos cobrem todas as formas verbais do esperanto, como
podemos ver com alguns exemplos: MI PETAS, KE VI VENU (peço que você venha); MI VOLIS, KE
VI SKRIBU (eu queria que você escrevesse); MI DEMANDIS, ĈU VI IRUS (perguntei se você iria);
MI SENDUS, SE VI PAGUS (eu enviaria se você pagasse); SE VI SERĈOS, VI TROVOS (se você
procurar, encontrará). Mesmo com poucas formas verbais, todas as nuanças do português são
mantidas em esperanto. O mesmo acontece com os tempos compostos e a voz passiva, formados
sempre com o verbo ESTI (ser). KIAM VI PETIS PARDONON, MI JAM ESTIS PARDONINTA
(quando você pediu perdão eu já tinha perdoado = já era alguém que perdoou); TIO ESTAS FARITA
DE MI MEM (isso foi feito por mim mesmo).
ACUSATIVO DE DIREÇÃO
Além dos usos já vistos, a terminação N serve também para indicar direção, como veremos com
alguns exemplos: KIE? (onde?), KIEN? (para onde?) STARU TIE (fique em pé ali); SIDU ĈI TIE
(fique sentado aqui); IRU TIEN (vá ali); VENU ĈI TIEN (venha cá); ESTI HEJME (estar em casa); IRI
HEJMEN (ir para casa); FLUGI EN LA ĈAMBRO (voar dentro do quarto); FLUGI EN LA ĈAMBRON
(voar para dentro do quarto); IE (em algum lugar); IEN (para algum lugar); VOJAĜI IE AJN (viajar em
qualquer lugar); VOJAĜI IEN AJN (viajar para qualquer lugar); FLANKEN (para o lado); ANTAŬEN
(avante).
Para países novos, parte-se do país e, com o sufixo -ANO, designa-se o habitante: ARGENTINO
(Argentina), ARGENTINANO (argentino), BRAZILO (Brasil), BRAZILANO (brasileiro); USONO
(Estados Unidos), USONANO (estadunidense). É também usado para cidades continentes etc.:
PARIZANO (parisiense), AMERIKANO (norte-americano).
Esses sufixos já foram vistos: MANĜADO é o ato de comer; MANĜAĴO, o que se come;
TRINKADO, o ato de beber; TRINKAĴO, o que se bebe; SKRIBADO, o ato de escrever; e
SKRIBAĴO, o que se escreve ou escreveu.
Neste curso estão sendo ensinados os seguintes afixos (que aqui permitem uma visão conjunta):
Dos afixos acima, apenas um não é oficial: I, com que formamos nomes geográficos. E aqui foi
também ensinado o substantivo viro (varão), usado como prefixo, v.g. em virbovo (touro). No
capítulo 10 veremos outras palavras usadas como prefixo.
A pergunta KIA? (de que tipo? com que qualidade?) admite respostas variadas: ALTA (alto), LONGA
(comprido), NOVA (novo), ĜUSTA (correto). Cabe também responder indicando uma cor
(KOLORO): NIGRA (preto), RUĜA (vermelho) etc. Podemos exercitar-nos perguntando KIA ESTAS
TIO? (como é isso?) e respondendo TIO ESTAS TIA (isso é assim). Por exemplo: LA SUNO (o sol)
ESTAS FLAVA (é amarelo), LA LUNO (a lua) ESTAS BLANKA (é branca), LA KAMPO (o campo)
ESTAS VERDA (é verde) e LA ĈIELO (o céu) ESTAS BLUA (é azul). Como resposta, teríamos a
sua cor. Para variar, usaríamos também palavras como ORKOLORA (dourado) e ROZKOLORA
(cor-de-rosa).
INDA indica merecimento: PARDONINDA (perdoável, que merece perdão), VIDINDA (que merece
ser visto), LEGINDA (que merece ser lido), KONSILINDA (aconselhável, que merece ser
aconselhado), RIMARKINDA (notável), MIRINDA (admirável, maravilhoso). Um texto grande e banal
ESTAS LEGEBLA, SED NE LEGINDA (é legível, mas não merece ser lido).
ILO indica instrumento. De LUDI (brincar) temos LUDILO (brinquedo); de TENI (segurar), TENILO
(cabo); de LEVI (levantar), LEVILO (alavanca); de MONTRI (mostrar), MONTRILO (ponteiro); de
TRANĈI (cortar), TRANĈILO (faca); de FLUGI (voar), FLUGILO (asa); de FERMI (fechar) e
MALFERMI (abrir), MALFERMILO (abridor).
ESTRO indica chefe, dirigente; de URBO (cidade) temos URBESTRO (prefeito); LABORESTRO é
capataz, e ŜIPESTRO é comandante de navio.
ISMO indica doutrina, modo de pensar ou de agir. De NACIO (nação) temos NACIISMO
(nacionalismo) e INTERNACIISMO (internacionalismo); e temos também ESPERANTISMO
(esperantismo), APARTISMO (doutrina do apartheid), HOMARANISMO (“homaranismo” doutrina de
Zamenhof a quem devemos proceder como pertencentes a uma mesma humanidade ou HOMARO).
E AĈO traz uma conotação depreciativa: POPOLAĈO (populacho, ralé), DOMAĈO (casebre),
DOMAĈARO (favela, mocambo, vila miséria).
ĈEF indica o principal, o mais importante: ĈEFANĜELO (arcanjo), ĈEFKRUIRISTO (“chefe”, mestre
cuca, cozinheiro chefe), ĈEFMANĜO (prato principal), ĈEFURBO (capital), ĈEFVERKO (obra
prima).
PRA dá idéia de algo remoto, distante: PRAAVO (bisavô), PRATEMPO (tempo antigo),
PRAARBARO (floresta virgem), PRAHOMO (troglodita, homem primitivo).
DIS dá idéia de distribuição, dispersão: DISDONI (distribuir grátis), DISVENDI (sair vendendo); de
KONI (conhecer) temos DISKONIGI (divulgar, tornar conhecido); de ROMPI (quebrar) temos
DISROMPI (despedaçar).
8 – CORRELATIVOS E PREPOSIÇÕES.
CORRELATIVOS
A cada pergunta com ki correspondem ainda mais três respostas. Uma indefinida, com i: IO (alguma
coisa); IU (alguém); IAM (em alguma ocasião). Uma coletiva: ĈIO (tudo), ĈIU, ĈIUJ (cada, todos);
ĈIAM (sempre). E uma negativa: NENIO (nada); NENIU (ninguém); NENIAM (nunca). São, ao todo,
9 x 5 = 45 correlativos, além de seus derivados com n, como KIEN e KION. Aqui foram
apresentados apenas os de uso mais freqüente.
PREPOSIÇÕES.
Examinemos agora as preposições em esperanto. A maioria delas tem utilização bem mais precisa
do que suas correspondentes em português. Vejamos algumas das mais freqüentes:
Também a preposição “com” tem sentidos muito diferentes em “escrever com lápis” e em “viajar com
um amigo”. Quem viaja com um amigo viaja “em companhia de um amigo”, “junto com um amigo”.
Esse é o sentido mais normal de “com”. Diz-se, pois, VOJAĜI KUN AMIKO. Mas quem escreve com
lápis não escreve “junto com um lápis”, mas sim “por meio de um lápis”. Lápis é um instrumento,
não uma companhia. Diz-se, pois, SKRIBI PER KRAJONO. Também é diferente ficar na escola e
dormir no chão. Fica-se “dentro da escola” e dorme-se “em cima do chão”. Por conseguinte, EN LA
LERNEJO e SUR LA PLANKO. O leitor examine as outras traduções acima e verá que o esperanto
é sempre preciso, claro.
Os sentidos das preposições em esperanto são mais precisos que em português. Mas, como em
todas as línguas, muitas preposições em esperanto têm diversos sentidos. Por exemplo:
É claro que não tratamos de todos os sentidos dessas preposições, o que não caberia em um curso
para iniciantes. Nosso propósito foi mostrar, logo cedo, uma das principais diferenças entre o
aprendizado do esperanto e o das línguas nacionais. Em esperanto guiamo-nos principalmente pela
lógica. Nas línguas nacionais, como a nossa, guiamo-nos principalmente pelos costumes – processo
esse, evidentemente, muito mais trabalhoso.
Concluamos este capítulo com mais alguns exemplos do uso das preposições. E falemos de
LABORO (trabalho): LABORI DE JANUARO ĜIS DECEMBRO (trabalhar de janeiro a dezembro);
IRI ĜIS LA FINO (ir até o fim); STUDI ĜIS NOKTOMEZE (estudar até meia-noite); EKDE
FRUMATENE (desde a madrugada); LABORI PER SIAJ MANOJ (trabalhar com suas mãos); KUN
KELKAJ AMIKOJ (com alguns amigos); POR SIA PATRUJO (por ou para sua pátria); PRO
BEZONO (por necessidade); PLI OL NECESE (mais que o necessário); ANTAŬ OL EKDORMI
(antes de adormecer); POST LA LABORO VENOS LA MERITATA RIPOZO (após o trabalho virá o
repouso merecido).
Estes três sufixos são usados com numerais. ONO forma números fracionários; OBLO forma
multiplicativos; e OPO forma numerais coletivos. Todos três admitem terminações substantivas
adjetivas e adverbiais. E todos três admitem a formação de derivados. Eis alguns exemplos:
“UMO”
UMO é um sufixo com significado bastante variado, sendo aconselhável estudar seus derivados
como novas palavras:
É preciso não confundir palavras com sufixo UMO com outras sem sufixo ou com outro sufixo. Por
exemplo, NOMI, PLENIGI, KRUCIGI:
HOMÔNIMOS E POLISSEMIA
Homônimos são palavras iguais na forma e diferentes no sentido. Por exemplo, MANGA (fruta) e
MANGA (de vestuário). Polissemia é o fato de uma mesma palavra ter mais de um sentido, como
ESPERAR (= ter esperança) e ESPERAR (= aguardar). Homonímia e polissemia existem muito mais
em português do que em esperanto. Mas em esperanto também podemos encontrá-las. Por
exemplo, KUBO (Cuba, país) e KUBO (cubo, poliedro) são homônimos. E as preposições AL, DE e
EL, que vimos no capítulo anterior, são casos típicos de polissemia.
Tanto homônimos quanto palavras polissêmicas são pedras no caminho de quem aprende idiomas
estrangeiros e de quem traduz. Em nosso aprendizado encontraremos muito mais “pedras”
produzidas em nosso idioma do que no esperanto, em que são menos freqüentes. Vejamos algumas
confusões que o esperanto não tem.
Pode-se dizer que só conhece bem uma palavra quem a conhece em todos os seus sentidos usuais
e quem sabe a exata extensão de seus significados. Vejamos alguns exemplos destinados a quem
usa o português para aprender esperanto.
Nossa palavra polissêmica “tempo” tanto pode referir-se à meteorologia quanto à cronologia. O
tempo que passa é TEMPO em esperanto; o que pode ser chuvoso e ensolarado é VETERO.
Também polissêmicas são as palavras “claro” e “juventude”. Um dia claro é HELA TAGO; uma idéia
clara é KLARA IDEO. E cabe observar que os antônimos e os substantivos abstratos derivados de
HELA e KLARA são diferentes também em português. MALHELA TAGO é um dia “escuro”, e
MALKLARA IDEO é uma idéia “obscura”. Num dos casos, referimo-nos a claridade (HELECO); no
outro, a clareza (KLARECO). Também temos diferentes significados na palavra “juventude”. Pode
ser um conjunto de jovens (JUNULARO) e uma fase da vida (JUNAĜO ou JUNECO). JUNULARO
ESTAS SCIVOLA (a juventude é curiosa) e JUNECO ESTAS MALLONGA (a juventude é curta).
Muitos idiomas têm formas semelhantes em algumas palavras dessa tabela. Em inglês temos: who,
what, where, when, that, there, then; em russo: κогда, иногда, тогда, всегда, ниκогда; e em
português: que qual, quando, quanto, quem, alguém, ninguém. Só o esperanto, porém, combinou
todas essas 45 palavras em uma única tabela, fazendo corresponder forma e sentido. Metade
dessas palavras estão entre as mais freqüentes de qualquer língua européia, encabeçadas pelas
quatro do ângulo superior esquerdo (KIO, TIO, KIU e TIU). KIO ESTAS TIO? (que é isso?) é fase
indispensável para iniciar qualquer curso de conversação. Outras palavras da tabela, porém, são
bastante raras. Sintetizemos, com suas principais traduções, algumas das mais úteis para as leituras
que pretendemos realizar.
10 – DERIVAÇÃO
CONSIDERAÇÕES GERAIS
De...................................................... formamos
BONA (bom)...................................... BONE (bem)
EKZEMPLO (exemplo)...................... EKZEMPLE (por exemplo)
FAKTO (fato)..................................... FAKTE (de fato)
KURI (correr)..................................... KURE (de corrida)
DUM (durante)................................... DUME (entrementes)
EKSTER (fora de)..............................EKSTERE (do lado de fora)
A regularidade dos afixos em esperanto faz com que cada um deles corresponda a muitos em
português. Um exemplo pode ser ANO (membro, habitante):
Convém, porém, verificar se esse ANO é mesmo sufixo. Por exemplo, GERMANO (alemão) e
JAPANO (japonês) têm o AN como parte integrante da raiz. Também não devemos supor que
prefixos e sufixos se apliquem a todos os casos semelhantes. Asas são FLUGILOJ (instrumentos
para voar), mas pés são PIEDOJ, e não IRILOJ, como uma criança e um principiante poderiam
supor, IRILOJ são anda ou pernas-de-pau.
Devemos ter sempre em mente que o esperanto é uma língua viva com mais de cem anos, cerca de
um milhão de usuários, vocabulário estabilizado e vasta literatura. Para utilizá-lo bem, a solução não
é tentar inventar palavras a cada passo, tirando-as de outras línguas ou formando-as de qualquer
maneira, mas sim ler muito e aprender cuidadosamente as regras já consagradas de formação de
palavras.
Quase todas as preposições em esperanto são muito usadas como prefixos. As palavras resultantes
podem ser muito semelhantes ao português, como TRANSPORTI (transportar) e podem ser
diferentes, como ELIRI (sair). Examinemos algumas:
No caso abaixo, a formação é menos clara, porém também consagrada pelo uso:
Como as preposições, também os advérbios são usados freqüentemente como prefixos. Por
exemplo: FOR, NE, PLI, TRO. Temos, assim:
Outra forma de derivação muito usada é a partir de prefixos e sufixos, que se tornam palavras
autônomas, como podemos ver nos exemplos abaixo:
Há combinações de afixos muito utilizadas, até mesmo com três afixos, como ESTRARANO
(membro da diretoria). Vejamos alguns exemplos:
PALAVRAS COMPOSTAS
Os parênteses acima acentuam o fato de que o elemento essencial da palavra composta é o último.
Na maioria dos exemplos é um substantivo (dia, livro, refeição etc.) Em PARDONPETI e PIEDIRI é
Na segunda maneira de formar palavras compostas em esperanto dica mais difícil decompor o
sentido global em duas unidades semânticas. Seus elementos formam um todo. Só no que concerne
à gramática é que podemos considerar essencial a terminação ou o sufixo que se refere a esse
todo. Exemplifiquemos com BONKORA (bondoso). Equivale a uma oração adjetiva (pois usa
terminação é o A dos adjetivos), “que tem bom coração”, ou “de bom coração”, que é uma
expressão também adjetiva. Vejamos alguns outros exemplos:
ALILANDA........... estrangeiro (de outra terra) ĈIUNOKTA.......... que ocorre todas as noites
BELSONA............sonoro (de bonito som) GRANDANIMA.... magnânimo
BLUOKULA......... de olhos azuis (que tem uma grande alma)
BONODORA........ perfumoso (de bom cheiro) KARMEMORA.....saudoso (de cara memória)
BONVENA........... bem-vindo (que é bem vindo) LASTFOJE..........pela última vez
MULTEKOSTA....caro (que custa muito)
Chamamos a atenção para a diferença entre ĈIUTAGA e TUTTAGA. ĈIUTAGA é diário, ocorre em
cada dia, todo dia ou todos os dias. TUTTAGA dura o dia todo, um dia inteiro. A diferença em
português está na posição ocupada pela palavra “todo’ (que pode significar “cada” e “inteiro”,
dependendo da sua posição na frase). Em esperanto a diferença está na palavra usada, pois ĈIU
significa “cada” e TUTA significa “inteiro”.
Há muitas palavras compostas formadas com numerais. Podem ser muito úteis. Examinemos
inicialmente as formadas na primeira por nós descrita.
A segunda maneira de formar palavras é ainda mais importante e muito mais freqüente que a
primeira. Numerais combinados com unidades de tempo são um modo prático para indicar idade e
duração, respondendo, por exemplo, à pergunta KIOMJARA LI ESTAS? (que idade ele tem?) e a
outras do mesmo tipo.
Não podemos concluir este tema de derivação sem mencionar as palavras com “prefixos” AL, EN,
EL ou SUR e sufixo IĜI, pois são encontradas com muita freqüência:
ALPROKSIMIĜI........................ aproximar-se
ALTABLIĜI............................... sentar-se à mesa
ALTERIĜI................................. aterrissar, aterrar (avião)
ELKARNIĜI.............................. desencarnar
ELLITIĜI................................... levantar da cama
ELREVIĜI................................. desencantar-se
ELŜIPIĜI................................... desembarcar (de navio)
ENDORMIĜI............................. adormecer
ENKARNIĜI.............................. encarnar
ENLITIĜI................................... deitar na cama, acamar-se
ENŜIPIĜI.................................. embarcar (em navio)
SURTERIĜI.............................. = ALTERIĜI
outras derivações, ainda mais freqüentes, começam com EL, SEN ou NE, usados como prefixo, e
terminam com IGI, IĜI, EBLA ou INDA. Não precisam de destaque, pois se assemelham a suas
traduções em português exceto pelo fato de que a escolha entre EBLA e INDA dá maior precisão ao
esperanto. Vejamos alguns exemplos:
ESPERANTO NUM RELANCE termina aqui. Com nosso RAPIDA KURSO (ou outro curso qualquer)
e nosso DICIONÁRIO DO PRINCIPIANTE, o novo esperantista já pode iniciar um programa de
leituras.