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EVANGELHO DO CÉU VOL.

I
Evangelho do Céu Vol. I

ENSINAMENTOS DE MEISHU SAMA

EDITORA LUX ORIENS

Revisado em dezembro de 2005

Meishu Sama

EVANGELHO DO CÉU
I - Iniciação

Tradução

Minoru Nakahashi
Lux Oriens Editora

2
Evangelho do Céu Vol. I

Meishu Sama

Evangelhbo do Céu
Vol. 1 - Iniciação

3
Evangelho do Céu Vol. I

Meishu Sarna
Evangelho do Céu
Volume I – Iniciação
Lux Oriens Editora Ltda
Rua Itapicuru, 849 - Perdizes
São Paulo - SP - Cep. 05006-000
Foner(Oxxll) 3675-6947
Homepage: http:/ /www.lux-oriens.com.br
E-mail: editora@lux-oriens.com.br
1a edição: 15 de junho de 2002
ISBN nº 85-88311-06-2

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIF)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Sama, Meishu, 1882-1955.
Evangelho do céu / Meishu Sama; tradução Minoru Nakahashi.
São Paulo : Lux Oriens, 2001.

Título original: Tengoku no fukuin

1. Sama, Meishu, 1882-1955 - Ensinamentos I.

Título
01-5332
CDD-299.56

4
Evangelho do Céu Vol. I

Deus e Meishu Sama!

Exultantes de alegria e sinceramente agradecidos pela


força e proteção constantes, esteio permanente na elaboração
desta obra, dizemos-Vos, do fundo dos nossos corações,
obrigado!

Rogamos também que o Evangelho do Céu traga para a


humanidade a Boa Nova da Era do Dia.

5
Evangelho do Céu Vol. I

ÍNDICE
............................................................................................................................................. ....1
EVANGELHO DO CÉU VOL. I................................................................................................ .....1
ENSINAMENTOS DE MEISHU SAMA................................................................. ....................2
EDITORA LUX ORIENS................................................................................. ..........................2
REVISADO EM DEZEMBRO DE 2005........................................................................ ............................2
ÍNDICE..................................................................................................................................... .6
PREFÁCIO................................................................................................... ..........................10
INTRODUÇÃO.................................................................................................................... ....13
MAKOTO........................................................................................................... .....................14
CAPÍTULO I - NOÇÕES PRELIMINARES........................................................................... ...15
1 - PARA ENTENDER O CONCEITO DE INICIAÇÃO............................................................................ ........15
1.1 - Seja um novo homem...................................................................................................................15
1.2 - Nobreza de atitudes.....................................................................................................................16
1.3 - Linha divisória............................................................................................................................17
2 - OBJETIVO DO PROCESSO INICIÁTICO ................................................................. ...........................17
2.1 - Entender a finalidade da fé.........................................................................................................17
2.2 - Arrepender-se..............................................................................................................................18
2.3 - Buscar o aprirnoramento............................................................................................................18
2.4 - Mudar de vida.............................................................................................................................18
CAPÍTULO II - CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INICIAR O CAMINHO DA ELEVAÇÃO..........20
1 - MAKOTO........................................................................................................ .......................20
1.1 - Para entender o significado........................................................................................................20
1.1.1 - O que é makoto?.............................................................................................................................. ....20
1.1.2 - Atitude correta.......................................................................................................................... ...........20
1.1.3 - Prática do makoto........................................................................................................................ ........21
1.2 - Para adquirir makoto..................................................................................................................22
1.2.1 - Respeitar os compromissos.......................................................................................... .......................22
1.2.1.1 - Desempenho das obrigações................................................................................. .......................22
1.2.2 - Ser honesto .............................................................................................................................. ...........23
1.2.2.1 - Fé verdadeira............................................................................................................................. ...23
1.2.2.2 - Honestidade........................................................................................................... ......................24
2.3 - Amar ao próximo ............................................................................................................................... ....24
1.2.3.1 - Censuras................................................................................................................................... ....24
1.2.3.2 - Julgamentos........................................................................................................... ......................25
1.2.3.3 - Bom senso.............................................................................................................................. ......26
1.2.4 - Praticar a humildade ................................................................................................................ ...........27
1.2.4.1 - Os últimos......................................................................................................................... ...........27
1.2.5 - Combater medos e culpas ....................................................................................................... ............29
1.2.5.1 - Fé e liberdade...................................................................................................................... .........29
1.2.5.2 - Respeito.................................................................................................................... ...................31
1.2.5.3 - Opressões........................................................................................................................... ..........31
2 – JUSTIÇA......................................................................................................... ......................32
2.1 - Senso de justiça ..........................................................................................................................32
2.1.1 - Fatores determinantes................................................................................................................. .........32
2.1.2 - Grande tolice........................................................................................................................ ...............33
2.1.3 - Caminho da felicidade................................................................................................................ .........34
2.2 - O domínio dos jashin...................................................................................................................34
2.3 - Justiça e religião.........................................................................................................................36
3 - ELIMINAÇÃO DE EGOS E APEGOS................................................................................................ ..37
3.1 - Como eliminar?...........................................................................................................................37
3.2 - Apego entre casais.......................................................................................................................38
3.3 - Apego na propagação da fé.........................................................................................................38
3.4 - Superar o Ego..............................................................................................................................39
4 - PACIÊNCIA............................................................................................................... ..............39
4.1 - Controlar a ira............................................................................................................................39
4.2 - Preparo para grandes missões....................................................................................................41
4.3 - Um exemplo marcante.................................................................................................................41
4.4 - Evitar precipitações....................................................................................................................42
5 - TRANQÜILIDADE................................................................................................................. ......42
5.1 - Esperar com tranqüilidade..........................................................................................................42

6
Evangelho do Céu Vol. I

5.2 - Entregar-se a Deus......................................................................................................................43


5.3 - Agir com tranqüilidade...............................................................................................................43
CAPÍTULO III - NOÇÕES DE SABEDORIA................................................. ..........................45
1 - DISCERNIMENTO.......................................................................................................... ............45
1.1 - O homem pode mudar o seu destino...........................................................................................45
1.2 - Ser amado por Deus....................................................................................................................46
1.3 - O Bem e o Mal.............................................................................................................................48
1.3.1 - Causas determinantes....................................................................................................... ...................48
1.3.2 - Diferença entre Bem e Mal............................................................................................................. .....49
1.3.3 - Esperteza............................................................................................................................... ..............50
1.3.4 - Autopunição..................................................................................................................... ...................50
1.3.5 - Conclusão..................................................................................................................................... .......50
1.4 - Uma nova etapa..........................................................................................................................51
1.5 - Fé celestial e infernal .................................................................................................................52
1.5.1 - Diferenças....................................................................................................................... ....................52
1.5.2 - Missão da Messiânica.................................................................................................................... ......52
1.5.3 - Messiânica e outras religiões................................................................................................... ............54
1.5.4 - Conclusão..................................................................................................................................... .......55
1.6 - O homem mau .............................................................................................................................56
1.6.1 - Como é?............................................................................................................................ ..................56
1.6.2 - Sentimentos do homem mau............................................................................................................. ...57
1.7 - Não ser odiado............................................................................................................................57
1.8 - Dívidas........................................................................................................................................58
2 - DOMÍNIO DO MATERIALISMO...................................................................................... ..................60
2.1 - Desonestidade.............................................................................................................................60
2.2 - Solução possível..........................................................................................................................61
2.3 - Educação verdadeira..................................................................................................................62
3 - PODER DA LUZ DE DEUS..................................................................................... .....................63
3.1 - Luz Divina versus dogma ...........................................................................................................63
3.1.1 - Luz Divina......................................................................................................................................... ..63
3.1.2 - Dogmas............................................................................................................................. ..................63
3.1.3 - Importância das leis...................................................................................................................... .......64
3.2 - Milagre .......................................................................................................................................65
3.2.1 - O que é?......................................................................................................................... .....................65
3.2.2 - Significado da aura..................................................................................................................... .........66
3.2.3 - Forças extramateriais..................................................................................................................... ......67
3.2.4 - Conclusões gerais..................................................................................................................... ...........67
3.2.4.1 - Milagre, uma ocorrência normal............................................................................. .....................67
3.2.4.2 - Ampliação da aura................................................................................................................... .....68
3.3 - Sermões.......................................................................................................................................68
3.4 - Luz Divina e luz material............................................................................................................70
3.5 - Ohikari........................................................................................................................................71
CAPÍTULO IV - PURIFICAÇÃO.................................................................................... ..........72
1 - NOÇÕES BÁSICAS.......................................................................................... .........................72
1.1 - O homem mau é um doente.........................................................................................................72
1.2 - Causas das doenças....................................................................................................................73
1.3 - Toxina congênita.........................................................................................................................73
1.4 - Toxina úrica.................................................................................................................................74
1.5 - Toxina medicamentosa................................................................................................................75
1.6 - Considerações finais...................................................................................................................76
1.7 - Purificações severas....................................................................................................................76
1.8 - Auto-recuperação........................................................................................................................77
2 - TIPOS DE PURIFICAÇÃO.......................................................................................................... ...77
2.1 - Físicas ........................................................................................................................................77
2.1.1 - Causas................................................................................................................................ .................77
2.1.2 - Todo remédio é droga............................................................................................................... ...........78
2.1.3 - Toxinas e doenças.......................................................................................................................... ......79
2.1.4 - Produção de remédios......................................................................................................................... .80
2.2 - Materiais.....................................................................................................................................83
2.2.1 - Danos materiais........................................................................................................................ ...........83
2.2.2 - Incêndios............................................................................................................................... ..............84
2.3 - Mentais........................................................................................................................................85
2.3.1 - Causas................................................................................................................................ .................85

7
Evangelho do Céu Vol. I

2.3.1.1 - Encosto espiritual................................................................................................................ .........85


2.3.1.2 - Enrijecimento do pescoço....................................................................................... .....................85
2.3.2 - Anemia cerebral e fenômeno do encosto........................................................................ .....................86
2.3.3 - Funções do cérebro.......................................................................................................................... ....86
2.3.4 - Manifestação da vontade..................................................................................................... ................87
2.3.5 - Esperteza do negativo.................................................................................................................... ......87
2.3.6 - Poder de atuação do encosto.......................................................................................................... ......88
2.3.7 - Histeria...................................................................................................................................... ..........88
2.3.8 - Os criminosos............................................................................................................................... .......89
2.3.9 - Conclusões........................................................................................................................ ..................89
2.4 - Espirituais...................................................................................................................................90
2.4.1 - Doenças e espíritos..................................................................................................................... .........90
2.4.2 - Nuvens espirituais............................................................................................................. ..................91
2.4.3 - Máculas e doenças......................................................................................................................... ......92
2.4.4 - Dissipação das máculas........................................................................................................ ...............92
3 - APROFUNDAMENTO SOBRE A LEI DA PURIFICAÇÃO................................................. ..........................93
3.1 - Instrumentos de purificação........................................................................................................93
3.2 - Relação entre remédio e doença.................................................................................................94
3.3 - Processos de eliminação das toxinas..........................................................................................95
3.4 - Capacidade de regeneração do organismo.................................................................................98
3.5 - Poder natural de cura.................................................................................................................99
3.6 - Alimentos e manutenção da saúde............................................................................................100
3.7 - Eliminação de máculas.............................................................................................................101
3.8 - Despertar para a vontade de Deus...........................................................................................101
3.9 - Sofrimentos intensos..................................................................................................................102
3.10 - Misericórdia de Deus..............................................................................................................103
3.11 - Causa da infelicidade..............................................................................................................104
3.12 - Hospital e religião...................................................................................................................104
3.13 - O trabalho messiânico............................................................................................................105
3.14 - Delinqüência juvenil...............................................................................................................106
3.15 - Corrupção e criminalidade.....................................................................................................107
CAPÍTULO V – MUNDO INVISÍVEL......................................................................... ............109
1 - PLANO ESPIRITUAL.................................................................................................... .............109
1.1 - Organização do plano espiritual...............................................................................................109
1.2 - Camadas do Reino Espiritual....................................................................................................110
1.3 - Relação do homem com o Mundo Espiritual.............................................................................111
1.4 - Elevação do yukon.....................................................................................................................111
1.5 - Enigma do Mundo Espiritual....................................................................................................112
1.6 - Espírito Protetor........................................................................................................................114
1.7 - Espíritos demoníacos.................................................................................................................114
1.8 - Crianças superdotadas..............................................................................................................115
1.9 - Causas da existência de superdotados......................................................................................116
1.10 - Os três grandes planos............................................................................................................117
2 - FIOS ESPIRITUAIS........................................................................................................ ...........119
2.1 - Em que consistem?....................................................................................................................119
2.2 - Ligações por fios espirituais.....................................................................................................120
2.3 - Variações de espessura..............................................................................................................120
2.4 - Luminosidade............................................................................................................................120
2.5 - Importância dos fios espirituais................................................................................................120
2.6 - Influência exercida pelos fios espirituais..................................................................................121
2.7 - Diferenças entre fios espirituais................................................................................................123
2.8 - Fios espirituais divinos.............................................................................................................123
2.9 - Fios espirituais e objetos...........................................................................................................124
2.10 - Ligações cármicas...................................................................................................................124
3 - VIBRAÇÃO ESPIRITUAL E AURA............................................................................................... ....126
3.1 - O que é aura?............................................................................................................................126
3.2 - Cor.............................................................................................................................................126
3.3 - Espessura..................................................................................................................................127
3.3.1 - Modificações de espessura........................................................................................... .....................127
3.4 - Essência da aura.......................................................................................................................127
3.5 - Causa dos insucessos................................................................................................................128
3.6 - Exemplos dignos de nota...........................................................................................................129

8
Evangelho do Céu Vol. I

3.7 - Algumas conclusões correlatas.................................................................................................130


3.8 - Conclusões finais.......................................................................................................................131
4 - VIDA E MORTE................................................................................................... ...................131
4.1 - Vida após a morte......................................................................................................................131
4.2 - Conceito de morte.....................................................................................................................133
4.3 - Reminiscências de vidas passadas............................................................................................133
4.4 - Idade espiritual.........................................................................................................................135
4.5 - Afinidades..................................................................................................................................135
4.6 - Reencarnação ...........................................................................................................................136
4.6.1 - Processo evolutivo......................................................................................................................... ....136
4.6.2 - Prematuras................................................................................................................................... ......136
4.7 - Causa da infelicidade na atual vida terrena.............................................................................137
4.8 - Respeito aos mortos..................................................................................................................137
4.9 - Desapego...................................................................................................................................138
4.10 - Vida e morte de mamehito.......................................................................................................140
5 - COMPOSIÇÃO DO MUNDO ESPIRITUAL............................................................... .........................140
5.1 - Reino do Céu ............................................................................................................................140
5.1.1 - Níveis................................................................................................................................. ...............140
5.1.2 - Atuação do Reino do Céu................................................................................................... ...............141
5.1.3 - Mundo búdico ............................................................................................................ ......................142
5.1.3.1 - Gokuraku.............................................................................................................. .....................142
5.1.3.2 - Joodo..................................................................................................................................... .....143
5.1.3.3 - Kannon no mundo búdico....................................................................................... ...................143
5.2 - Inferno.......................................................................................................................................143
5.2.1 - Mundo infernal......................................................................................................................... .........143
5.2.2 - Montanha de agulhas................................................................................................................ .........144
5.2.3 - Lagoa de sangue................................................................................................................... .............144
5.2.4 - Região dos famintos.......................................................................................................... ................145
5.2.5 - Inferno animalesco........................................................................................................... .................146
5.2.6 - Shura-do................................................................................................................................ ............147
5.2.7 - Shiki-do.................................................................................................................................... .........148
5.2.8 - Shonetsu................................................................................................................................ ............149
5.2.9 - Inferno das cobras....................................................................................................... ......................149
5.2.10 - Inferno das formigas................................................................................................................. .......149
5.2.11 - Quarto das abelhas..................................................................................................................... ......150
6 - FENÔMENOS ESPIRITUAIS............................................................................................. ............151
6.1 - Espírito dos seres......................................................................................................................151
6.2 - Ondas cerebrais........................................................................................................................152
6.3 - Espírito vivo..............................................................................................................................153
6.4 - Paixões incontroláveis..............................................................................................................154
6.5 - Indiferença após o casamento...................................................................................................155
6.6 - Troca de Protetor......................................................................................................................155
6.7 - Namoro do ponto de vista espiritual.........................................................................................156
6.8 - Amortecimento corporal...........................................................................................................157
6.9 - Influência de antepassados.......................................................................................................160
PROPOSIÇÃO FINAL.......................................................................................................... .161
ADENDO..................................................................................................... .........................162
GLOSSÁRIO..................................................................................................................... ....164

9
Evangelho do Céu Vol. I

PREFÁCIO

Meishu Sama sempre divulgou os Ensinamentos que lhe


foram revelados por Deus através de publicações em jornais e
revistas da Igreja, bem como por meio de palestras feitas para
mamehito e ministros. Nessas ocasiões, abordava assuntos
variados que abrangiam não só o campo religioso, moral ou
filosófico, mas também ciência, especialmente a Medicina, Política,
Educação, Arte, História, Agricultura da Grande Natureza, além de
outros temas diversos, tais como: ordem social, sabedoria, Mundo
Espiritual, Bem e Mal, enfim qualquer ocorrência que, direta ou
indiretamente, interferisse no comportamento humano.

De um modo geral, os artigos ou mesmo o conteúdo das


palestras analisavam, de uma só vez, as mais diversas questões,
todas elas consideradas sob um ponto de vista totalmente
inovador, tendo por base a revelação divina, bem como
experiências vividas e pesquisas realizadas por Meishu Sama,
cuja finalidade era formar o homem para viver na Nova Civilização,
que se iniciaria no presente século XXI.

De outra parte, todos os princípios contidos nos


Ensinamentos foram sendo gradativamente explicados de acordo
com as necessidades do momento. Assim, muitos deles
constituíram respostas a perguntas formuladas pelos estudiosos e
seguidores da Messiânica. Daí também o outro motivo de, numa
mesma palestra ou nos artigos para jornais e revistas, serem
tratadas questões diversas sem a centralização específica de um
tema único.

Sempre foi, entretanto, bastante evidente a necessidade de


se organizarem os Ensinamentos de acordo com os assuntos a fim
de se tornarem mais claros, especialmente para os ocidentais, e
também para todas as pessoas interessadas em estudá-los.
Dessa forma, tornar-se-ia mais fácil visualizar, na sua totalidade,
preciosíssimas lições de inestimável valor.

10
Evangelho do Céu Vol. I

Entretanto, desde 1955 (Goshoten1 de Meishu Sarna) até hoje,


nada de concreto tinha sido feito no sentido de ordenar
sistematicamente os Ensinamentos, separando-os de acordo com os
diversos assuntos tratados pelo Mestre.

Sentindo, então, a urgência de iniciar um trabalho mais


específico na tentativa de ser atingido certo grau de sistematização,
nosso esforço visou, na medida do possível, a atingir esse objetivo.
Numa primeira etapa, a tarefa consistiu na separação dos textos
que, depois, foram reunidos e remontados de forma esquemática,
colocando sempre em evidência pontos básicos considerados
indispensáveis a quem deseja trilhar o caminho da salvação. Sob esse
aspecto, foi uma atividade semelhante à da construção de uma casa na
qual a primeira etapa corresponde ao estabelecimento do alicerce para,
em seguida, serem levantadas as colunas, paredes e telhado, e
finalmente a conclusão, com os arremates e acabamento para, mais
tarde, se acrescentarem os últimos retoques da decoração, feita com
valiosas obras de arte das mais variadas tendências. Em outras
palavras, quero dizer que Meishu Sama deixou, nos Ensinamentos,
todo o material para a edificação da nova morada da humanidade. A
nós cabe, apenas, a missão de distribuí-lo, colocando cada
mensagem, cada preceito, cada orientação no seu exato lugar. Dessa
forma, os leitores poderão obter, numa visão tridimensional, uma idéia
mais concreta da beleza desta nova casa planejada por Deus para
todos os Seus filhos.

Tendo, então, como linha mestra o aspecto construtivo


ascendente, tomamos, como base, na elaboração deste livro, o
processo da Iniciação, significando a primeira etapa a ser
transposta no caminho do aprimoramento espiritual. Nesta fase
inicial, o que se destaca é a necessidade da purificação, entendida
como um recurso irrefutável de limpeza das máculas do espírito e das
toxinas presentes no corpo físico.

1
Passagem de Meishu Sama para o Reino Divino (10/02/1955).

11
Evangelho do Céu Vol. I

Uma vez vencida a fase da iniciação, o praticante, um pouco


mais livre de impurezas, tem condições de discernimento e vai,
assim, adquirindo a verdadeira sabedoria num processo contínuo
de aprimoramento espiritual. Daí que, para atender a esse
objetivo, o segundo volume desta Obra contém exclusivamente
Ensinamentos referentes à Sabedoria. Através deles, o leitor vai
poder orientar-se na busca do seu próprio desenvolvimento
espiritual. Assim, passo a passo, irá conseguindo escalar pontos
cada vez mais altos, até atingir a Comunhão Perfeita com
Deus.

Então, o conteúdo do terceiro volume é constituído de


Escritos Sagrados que têm como objetivo mostrar o poder da Luz
através da qual cada um de nós, seguindo o exemplo de Meishu
Sama, poderá atingir o grau de Kenshinjitsu.

Foi também considerando todas as colocações até aqui


expostas, que dividimos o presente livro — Evangelho do Céu —
em três volumes, a saber: I -Iniciação, II - Sabedoria e III - Reino
Divino, simbolizando, no seu conjunto, a nova habitação para a
humanidade inteira, onde cada um poderá cultuar a Beleza,
praticar a Virtude e vivenciar plenamente a Verdade absoluta.

Minoru Nakahashi

12
Evangelho do Céu Vol. I

INTRODUÇÃO

A idéia de iniciar está relacionada à tarefa de preparo,


escolha, limpeza. Assim, tomando como exemplo a construção de
uma casa, uma das primeiras medidas a serem consideradas diz
respeito à determinação do local, aquisição do terreno. Logo
depois, a preocupação se volta para a limpeza e preparo do
ambiente com a eliminação das arestas e de outros componentes
que possam impedir uma construção harmoniosa.

A seguir, num processo contínuo, são estabelecidos os


alicerces, os tipos de materiais empregados, a forma arquitetônica
da casa e todos os demais recursos indispensáveis.

Em síntese, o início de uma edificação está intimamente


relacionado a um trabalho que visa determinar quais elementos
são úteis e, ao mesmo tempo, eliminar o desnecessário ou tudo
que possa atrapalhar o bom andamento da obra.

Um processo semelhante ao de uma construção ocorre


com quem busca um encontro mais íntimo com Deus. Eis por que o
primeiro volume do Evangelho do Céu contém as condições
básicas para iniciar o caminho da elevação espiritual. Por meio
delas, todos poderão, sem embargo, estabelecer as suas
prioridades.

É também desejo do tradutor que o maior número possível de


leitores possa usufruir das bênçãos divinas, objetivo primordial deste
trabalho feito com o sentimento sincero daquele amor verdadeiro
em cuja etapa final reside exclusivamente o bem da humanidade
e a glória de Deus.

Minoru Nakahashi

13
Evangelho do Céu Vol. I

MAKOTO

Chave preciosa!
Resolve todos os problemas do mundo
É a base para a formação do verdadeiro país,
Bem como de cada ser humano

Sublime guia!
Quando ausente, traz
O empobrecimento das ideologias pollíticas,
A escassez de bens materiais,
A decadência da moral
E todos os demais odiosos conflitos
E funestos assuntos que envolvem as criaturas.

Poderosa força!
Destrói a desordem.
Religião, Ciência e Arte
Se não tiveream como centro,
Torna-se-ão míseros cadávers.

Ah! Makoto! Makoto!


Somente nesta essência,
Oh! Humanidade,
Encontrarás a solução
Dos teus destruidores infortúnios.

Meishu Sama

14
Evangelho do Céu Vol. I

CAPÍTULO I - NOÇÕES PRELIMINARES

1 - Para entender o conceito de iniciação

1.1 - Seja um novo homem

Os homens devem procurar evoluir sempre,


especialmente aqueles que professam uma fé.

De um modo geral, entretanto, quando alguém fala de


religião, é considerado fora de época. Inegavelmente, o
comportamento normal da maioria dos adeptos das religiões
existentes é de pessoas antiquadas.

Os seguidores da Messiânica, contudo, precisam adotar uma


atitude oposta. Convém que todos observem, em especial, a
Grande Natureza, onde tudo evolui incessantemente, num
ininterrupto processo de renovação. Vejam como, a cada ano,
aumenta a população e o aproveitamento das terras; como
progridem os meios de transporte, os processos de construção e os
recursos tecnológicos. As plantas e as árvores crescem em direção
ao céu; nunca para baixo. Assim, também o homem deve
acompanhar e imitar a evolução de todos os elementos da Grande
Natureza.

Seguindo o mesmo princípio, esforço-me para que o


meu aprimoramento seja, a cada mês, a cada ano, maior e mais
profundo.

Aquele que se preocupa apenas em melhorar os aspectos


materiais da vida, tais como posição social, empreendimentos,
profissão, flutua sem criar bases firmes. É preciso, por todos os meios,
elevar a alma e aperfeiçoar o espírito. Quem tiver esse cuidado,
construirá, passo a passo, um novo "Eu".

15
Evangelho do Céu Vol. I

Não há necessidade de pressa. Aos poucos, no decorrer


dos anos, todos vocês poderão tornar-se pessoas magníficas. Basta
a mera intenção de pôr em prática os Ensinamentos para que já
sejam consideradas almas superiores. Desse modo, desfrutarão,
com certeza, da confiança de todos, terão sucesso e serão felizes.

Talvez os jovens achem que estou dizendo banalidades, ou


pregando uma moral antiquada. Muito pelo contrário. Quem segue
o que eu ensino transforma-se num novo homem. Ultrapassados
são aqueles que não apresentam, durante a vida toda, a menor
evolução, conservando sempre idêntico modo de pensar e de falar
sobre os mesmos assuntos. Mantendo somente conversas
mundanas, desinteressantes, sem nenhuma preocupação religiosa,
política, filosófica ou artística, não progridem; permanecem estáticos.

Embora a maioria das pessoas se comporte dessa maneira,


não tenho intenção alguma de censurá-las. Estou apenas
chamando a atenção para uma realidade irrefutável.

Atitudes semelhantes, contudo, não são muito louváveis


especialmente para os seguidores da Messiânica que, neste
período de transição, procura salvar toda a humanidade,
despertando-a para os erros da cultura atual. O nosso objetivo é
aprimorar o ser humano, para construir um mundo pleno de
felicidade. Portanto, quando digo que todos precisam tornar-se
pessoas da cultura do século XXI, estou me referindo à formação
desse novo homem.

1.2 - Nobreza de atitudes

Para atingir um nível superior de aprimoramento espiritual,


são necessárias algumas práticas, entre as quais se inclui a
nobreza de atitudes.

Como é notório, a maioria das pessoas vive


constantemente empenhada em ganhar dinheiro, pensando em

16
Evangelho do Céu Vol. I

uma maneira de agir para que tudo na sua vida corra bem, de
acordo com os próprios desejos. Tal atitude corresponde apenas à
valorização de interesses pessoais, sem uma direção voltada a
ideais mais elevados. Na verdade, quem age assim ou cultiva
somente essa forma de pensar, ainda está espiritualmente
posicionado num plano bem inferior.

Então, os filósofos e os pensadores em geral, embora sejam


semelhantes aos demais seres humanos, já possuem um estado
superior de consciência. Quer dizer: sua alma se encontra numa
posição mais elevada dentro daqueles cento e oitenta graus2
diferentes dos quais lhes tenho, muitas vezes, falado. Dessa forma,
quanto mais alto for o nível espiritual alcançado por alguém, tanto
mais nobre se torna o seu trabalho.

1.3 - Linha divisória

Existe uma linha que divide, ao meio, os cento e oitenta


graus do Plano Espiritual. Então, para atingir um nível mais alto, é
preciso ultrapassá-la, a fim de pertencer à área divina; um estágio
abaixo desse marco divisório corresponde ao domínio animal;
portanto, o espírito que se encontra nesse nível não consegue agir
com nobreza, porque não tem muito clara a consciência de Deus.
Mesmo em se tratando de pessoa ilustre, se for um ateu, jamais
conseguirá atingir a área divina; pode até se aproximar da linha
divisória, mas não a ultrapassará.

2 - Objetivo do processo iniciático

2.1 - Entender a finalidade da fé

A finalidade da fé é desenvolver homens perfeitos. Mas


como neste mundo não se pode exigir perfeição absoluta, a correta
maneira de proceder está em buscar gradativamente o

2
O Plano Espiritual está dividido em 180 (cento e oitenta) camadas semelhantes aos
andares de um prédio. Cada andar corresponde a um plano do Mundo Espiritual.

17
Evangelho do Céu Vol. I

aprimoramento num esforço contínuo para atingir, passo a passo,


um nível de maior elevação. Quanto mais profunda a fé, mais
simples e natural deverá ser a conduta da pessoa. Quem já
chegou a esse estágio de vivência fala e age com bom senso,
exercendo uma influência muito benéfica sobre todo o ambiente ao
seu redor e jamais deixa que os outros percebam a qual credo
pertence. Modesto, bondoso e afável, preocupa-se
exclusivamente com o desenvolvimento espiritual e o bem-estar
da humanidade. É comparável à suave brisa da primavera.

2.2 - Arrepender-se

Para a vida humana se tornar autêntica, é preciso que as


pessoas, por si mesmas, despertem e reconheçam, do fundo do
coração, as suas falhas e se arrependam de as terem cometido.

2.3 - Buscar o aprirnoramento

Pode-se afirmar que a missão primeira do ser humano é


buscar o aprirnoramento espiritual, através de sucessões de
mortes e vidas, até atingir a meta ideal. Então, sobre esse aspecto,
o Bem e o Mal, a guerra e a paz, a destruição e a criação, fazem
parte de um processo evolutivo permanente e constituem o curso
natural da história e do desenvolvimento cultural da humanidade.

Como atualmente estamos vivendo a Transição da Noite


para o Dia, existe, no mundo inteiro, a preocupação de se atingir
um nível altamente civilizado para que a barbárie seja eliminada.
Posso afirmar, por isso, que o aparecimento da nossa medicina
pioneira, o Johrei, constitui o prenúncio da concretização desse
objetivo, pois é o único método capaz de acabar com guerras,
doenças e pobreza.

2.4 - Mudar de vida

18
Evangelho do Céu Vol. I

Quem conhece a Deus e tem certeza absoluta de Sua


existência, já se encontra acima da linha divisória; por conseguinte,
vive na área divina. Essa diferença, embora pouquíssima,
determina uma mudança total de vida.

Então, mesmo sendo ilustre e tendo muito conhecimento,


quem se encontra no plano abaixo desse marco divisório tem uma
índole malévola e usa a sua inteligência para praticar o mal. De
outra parte, para alguém que já ultrapassou a linha, indo para
cima, tudo que pensa ou faz corresponde a ações verdadeiras,
próprias de seres humanos. Também não cria máculas para si
mesmo nem causa sofrimento aos outros. É bom e, por isso,
raramente erra. Pelo contrário, constrói muita felicidade.

Viver, portanto, buscando sempre um nível elevado de


espiritualidade e acreditando convictamente nessa postura
constitui a base fundamental da fé. E o papel da religião deve
ser, antes de tudo, o de ensinar ao ser humano tão importante
verdade.

19
Evangelho do Céu Vol. I

CAPÍTULO II - CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INICIAR O CAMINHO


DA ELEVAÇÃO

1 - Makoto

1.1 - Para entender o significado

1.1.1 - O que é makoto?

É um vocábulo japonês que está associado às acepções de


amor, sinceridade, fidelidade, honestidade, constância, devoção,
franqueza, pureza e autenticidade.

O termo makoto engloba, portanto, um conjunto de virtudes,


cuja prática é extremamente necessária para quem deseja iniciar-
se no caminho da luz.

1.1.2 - Atitude correta

Seria cada um vigiar constantemente a si próprio,


procurando saber se está agindo certo ou errado. Quem assim
procede possui o verdadeiro makoto. Ao contrário, condenar o mal
dos outros, chamar-lhes a atenção, embora socialmente pareça
correto, para um mamehito não é atitude digna. Se, de fato, alguém
estiver errado, a Deus cabe julgar. Aqui reside o grande mistério da fé.
Portanto, todo aquele que age contra esse princípio está tentando
colocar a vontade humana acima do poder divino.

De outra parte, entretanto, existem situações que precisam


ser definidas. Então, o que, na realidade, não está correta é a
tentativa de se estabelecer o Bem e o Mal para os outros. No
momento em que alguém age assim, erra.

Por isso, torna-se necessário que cada mamehito


mantenha uma atitude mental de não-julgamento, levando em
consideração também as circunstâncias que exigem algumas

20
Evangelho do Céu Vol. I

definições precisas. Esse tipo de postura corresponde a um nível


espiritual, sutil e misterioso, envolto em transmutações
intermináveis. Mesmo assim, é importante que cada mamehito
procure aproximar-se um pouco dele. Desse modo, estará polindo
a alma. Além disso, tal maneira de agir corresponde à prática de
uma fé altamente elevada. É também um princípio que nunca foi
ensinado por nenhuma das religiões existentes. Quem o praticar,
contudo, jamais cometerá erros e estará sempre no caminho da
verdade.

1.1.3 - Prática do makoto

Pergunta: Como praticar makoto?

Resposta de Meishu Sama: Deve-se colocar em


segundo plano os próprios interesses e procurar fazer o
melhor para os outros. Tal atitude corresponde ao desejo sincero
de querer o bem do próximo e de agir altruisticamente, buscando a
melhoria do mundo e da sociedade.

Makoto é uma atitude contrária à da mentira. Refere-se às


ações honestas praticadas com discernimento e fundamentadas
no bom senso.

Procurar, apenas, beneficiar o país ou a classe social a que


se pertence parece um ato nobre, mas ainda é makoto restrito. A
grandeza da alma, alicerçada no amor à humanidade inteira, é que
corresponde, de fato, ao verdadeiro makoto.

21
Evangelho do Céu Vol. I

1.2 - Para adquirir makoto

1.2.1 - Respeitar os compromissos

1.2.1.1 - Desempenho das obrigações

Quem possui makoto respeita e cumpre, acima de tudo,


os seus compromissos. O desempenho correto das obrigações
assumidas, embora não seja considerada como uma atitude
relevante para a maioria das pessoas, é de suma importância para o
homem de fé. O não-cumprimento de um dever acaba sendo uma
espécie de delito porque é uma maneira de enganar os outros.

Geralmente, o que mais costuma ser menosprezado num


compromisso é o horário. Quando alguém deixa de ser pontual,
está, de fato, causando aborrecimento e irritação àqueles que ficam
esperando.

Há um provérbio antigo que chama a atenção para estes


sentimentos: "É bom ser esperado; desagradável é esperar". Daí a
importância de se ficar atento à expectativa do próximo. Quem não
se preocupa com esses pequenos detalhes, não tem makoto.
Ainda que possua muitas outras qualidades, pouco valor
demonstrará, se não tiver sensibilidade e respeito em relação aos
horários assumidos.

Portanto, quem tem fé em Deus não pode menosprezar o


rigoroso cumprimento das obrigações. Se não conseguir, acima de
tudo, pôr em prática esse preceito, está reprovado na fé.

Guardem, pois, essa verdade bem no fundo do coração para


que nunca seja esquecida.

22
Evangelho do Céu Vol. I

1.2.2 - Ser honesto

1.2.2.1 - Fé verdadeira

Inúmeras pessoas, neste mundo, seguem uma religião,


mas os crentes autênticos são raros. Ainda que alguém se
considere uma pessoa religiosa, não o será de fato se as suas
idéias não forem objetivamente comprovadas pelos demais.

De que modo, então, se adquire a verdadeira fé? Em


primeiro lugar é preciso ter credibilidade, isto é, tornar-se uma
pessoa da mais absoluta confiança demonstrada pela ausência
total de falsidade tanto nos atos, quanto nas palavras.

O que é preciso fazer, para se chegar a esse nível?

Acima de tudo, não mentir e depois colocar, em primeiro


lugar, os interesses do próximo, relegando a um plano
secundário as necessidades pessoais.

Agindo assim, isto é, visando ao bem do outro, todos vão


perceber a lealdade de intenções, bem como constatarão a
existência de um sentimento de amizade desinteressada naqueles
que professam uma religião. Sentirão também uma agradável
sensação de bem-estar todas as vezes que entrarem em contato
com pessoas de verdadeira fé e desejarão compartilhar sua
presença. Quando um religioso age dessa forma, torna-se uma
pessoa benquista e respeitada por todos.

Querer, portanto, a companhia de alguém que inspire


confiança é uma atitude perfeitamente compreensível, pois até nós
mesmos, se encontrássemos pessoas assim, gostaríamos de
aprofundar relacionamento com elas, tornando-nos seus amigos
inseparáveis.

23
Evangelho do Céu Vol. I

Quero acrescentar, ainda, que essa boa impressão não


deve ser apenas momentânea. Como sempre digo, o homem
precisa ser como o arroz: a princípio, parece sem gosto, mas, à
medida que vai sendo mastigado, o sabor se manifesta e aumenta
gradativamente. É por isso também que constitui um dos pratos
indispensáveis à alimentação diária de todos nós.

1.2.2.2 - Honestidade

No mundo atual, a maioria das pessoas faz questão de agir,


propositadamente, ao contrário. Dizem mentiras que não tardam a
ser descobertas. Procedem de maneira a perder a confiança dos
semelhantes, pois quem mente uma vez, mesmo conservando outros
valores, perde a credibilidade, que é realmente um grande tesouro.
Eis a razão pela qual muitos não conseguem melhorar a sua sorte,
apesar de trabalharem arduamente. De outra parte, aqueles que
forem confiáveis jamais passarão dificuldades porque todos,
generosamente, lhes socorrerão nos momentos difíceis. Mentir é,
portanto, uma grande tolice.

Até agora me referi ao merecimento de crédito do ponto de


vista material. O bem mais precioso, contudo, é conquistar a
credibilidade de Deus. Para essas pessoas, tudo correrá
maravilhosamente bem e a vida lhes será plena de êxito e alegria.

2.3 - Amar ao próximo

1.2.3.1 - Censuras

Às vezes alguém me pergunta se cabe ou não censurar. De


fato, só o Criador tem autoridade para julgar os homens. Assim, se
alguém condenar o próximo, estará querendo colocar-se na
posição de Deus. Além do mais, a censura nunca produz bons
resultados; provoca sempre um efeito contrário. Por essa razão, a
minha maneira correta de agir é a seguinte: quando alguma pessoa
comete erros, faço de conta que não vejo. Espero até a hora em que

24
Evangelho do Céu Vol. I

ela, ao sofrer as conseqüências de suas atitudes, percebe que não


estava agindo de modo certo. Nesse momento, despertará e, com
certeza, se arrependerá do fundo do coração. Portanto, censurá-la
antes de ter adquirido consciência de seus atos seria como tentar
deter uma pedra que estivesse rolando do alto da montanha. Se
alguém se dispusesse a tal façanha, com certeza se machucaria.
Por isso, o melhor é esperar que a pessoa caia para então ser
reerguida com tranqüilidade.

Não obstante, convém alertar freqüentemente a todos sobre


a maneira correta de agir, a fim de que muitos infortúnios sejam
evitados. E também para que cada um tenha condições de
recordar-se, no momento das adversidades, de todas as
recomendações anteriormente recebidas.

Meditem e ponham em prática estas verdades e nunca


tentem segurar a pedra que esteja rolando montanha abaixo. Ajam
com bastante discernimento.

1.2.3.2 - Julgamentos

Já falei sobre o assunto algumas vezes. Percebo, contudo,


que os membros ainda cometem esse erro até inconscientemente,
razão por que volto a abordá-lo.

Há gente que tem o hábito de comentar a maldade dos


outros. E, em casos extremos, chegam mesmo a dizer que é preciso
tomar cuidado com certas pessoas porque elas estão
endemoniadas. Na verdade, acontece bem ao contrário. Está
possesso quem faz um comentário como esse, pois nenhum ser
humano tem permissão de estabelecer para os outros qual seja o
comportamento certo ou errado, o Bem ou o Mal. Tal procedimento
diz respeito exclusivamente a Deus.

25
Evangelho do Céu Vol. I

Então, quem julga os semelhantes está profanando a área


divina e, por isso, não seria errado encará-lo como um demônio
contra o qual convém ficar de guarda.

Qual seria a causa da existência de indivíduos que vivem a


censurar o próximo?

Evidentemente, a falta de fé em Deus leva algumas


pessoas a julgarem erradas as demais. Outras ainda acham que
certas crenças ou igrejas seguem uma orientação incorreta e, por
isso, precisam ser reformuladas. Quem assim pensa, acredita mais
na força dos homens do que no poder divino. Não há falha maior
nem atitude mais presunçosa. Portanto, não cabe a uma pessoa de
fé esse tipo de preocupação. Se houver realmente erros, ou maus
elementos entre os seguidores de um credo, basta colocá-los nas
mãos de Deus que o julgamento virá do Alto.

Tenham, pois, sempre em mente que na Messiânica tudo é


supervisionado pelo Supremo Deus. Constantemente, através de
algum acontecimento particular, os membros que estão agindo
errado recebem advertências a fim de poderem despertar para a
verdade. Caso não mudem de atitude, chegam, às vezes, até a
perder a vida. E, em outras circunstâncias, a têm profundamente
ameaçada, como bem sabem os messiânicos mais antigos.

Concluindo, podemos, de fato, afirmar que o comportamento


correto é cada um julgar-se continuamente a si mesmo, em vez de
ficar censurando os outros. Quem vive assim tem verdadeira fé e
cumpre a vontade de Deus.

1.2.3.3 - Bom senso

Bom senso nas palavras e atitudes é um princípio do qual


não deve desviar-se o homem de fé. Convém encarar com cautela
a crença expressa por meio de palavras extravagantes e atos
ostensivos, fato, aliás, bastante comum. Muitas pessoas, entretanto,

26
Evangelho do Céu Vol. I

sentem maior inclinação por esse tipo de postura religiosa,


justamente por falta de conhecimentos espirituais3. Também não é
recomendável a atitude de pessoas que se julgam superiores às
demais e negam amor a quem pertence a outra religião.

Quem tem verdadeira fé não fomenta a exclusividade nem o


separativismo. Ao contrário, tem consciência de que o objetivo da
religião é salvar toda a humanidade; não apenas um pequeno grupo.

Como sempre repito, para se ter uma vida tranqüila e


harmoniosa, é preciso primeiramente fazer os outros felizes. O
bem estar de cada ser humano reside nas divinas recompensas
que receberá pelo amor e dedicação devotados ao próximo.

Portanto, a pessoa que sacrifica o semelhante em seu próprio


benefício nunca vai encontrar a verdadeira felicidade.

1.2.4 - Praticar a humildade

1.2.4.1 - Os últimos

Desde antigamente, ouve-se a expressão: "os últimos serão


os primeiros". Essa máxima, na verdade, refere-se a uma forma de
aprimoramento que permite permanecer numa posição inferior, quer
dizer, ter uma conduta de vida que não busque o primeiro lugar, mas
procure, antes de tudo, manter-se no anonimato, praticando o bem
sem muito alarde. Tal maneira de agir é de suma importância para
as pessoas que buscam a vivência da fé verdadeira.

Freqüentemente se observa, em grupos religiosos, a falta de


humildade, de modo especial entre alguns chefes ou propagadores
de doutrinas, os quais alardeiam os seus feitos através de

3
O maior inimigo da negatividade é o bom senso. Quem não o possui, geralmente fica meio
esquisito. É uma atitude bem oposta à das pessoas equilibradas. Estas são bem evoluídas
espiritualmente e agem com simplicidade. Os insensatos, ao contrário, embora tentem a
mostrar naturalidade através da aparência, demonstram apenas transgressões de
personalidade.

27
Evangelho do Céu Vol. I

grandes propagandas, julgando-se, por isso, merecedores de


honrarias especiais.

A atitude correta, porém, deve ser semelhante à da águia


que, esperta, esconde a unha, ou como a do cacho de arroz:
quanto mais carregado, mais se inclina.

Então, orgulhar-se das próprias ações querendo mostrar-se


grande sábio, vangloriando-se de tudo, sempre produz efeitos
contrários. É o que acontece, por exemplo, quando alguém,
mesmo não sendo tão importante, ao receber qualquer elogio, julga-
se o maior de todos. Este é um dos pontos fracos do ser humano.
Embora seja o modo de agir mais comum, as pessoas de fé devem
cultivar sempre, em seus corações, o princípio segundo o qual
quanto mais sábio, mais humilde.

Muitas vezes, acontece de alguém que trabalhava em


serviços comuns, vivendo, como a maioria, nas camadas mais
inferiores da sociedade, de repente, passar a ser chamado de
Mestre. Mesmo nessas circunstâncias, a atitude de humildade
deve permanecer. Essa é uma forma de aprimoramento constante,
através da qual o fato de manter-se numa posição inferior não
significa menosprezo. Freqüentemente, nessas ocasiões, a
pessoa fica, de início, contente e até vaidosa por parecer
importante. Com o passar do tempo, entretanto, esse sentimento
intensifica o desejo de ser visto como tal e, a partir daí, acaba
desagradando aos outros, sem que ela própria perceba o seu
comportamento tão inadequado e causador de insatisfação aos
demais.

Deus não gosta, nem um pouco, de vaidades. Preciosa


é para Ele a virtude da humildade, de modo especial quando
praticada por aqueles que possuem certo nível cultural,
demonstrando assim educação e respeito pelo semelhante.

28
Evangelho do Céu Vol. I

Muitas vezes se observam, especialmente em logradouros


com grandes aglomerações, ou ao se tomarem trens, bondes,
ônibus, pessoas cometendo atos de grosseria, empurrando os
outros, querendo sentar-se nos melhores lugares, por se acharem
os mais importantes. Todas essas atitudes de orgulho revelam uma
espécie de comportamento possessivo e monopolizador, bastante
desagradável.

Em contraposição, para se criar uma sociedade


harmoniosa, que satisfaça a todos, torna-se necessário
manifestar sempre idéias democráticas por meio das quais o
direito de cada cidadão deve ser respeitado.

Contudo, como pode ser observado através dos fatos,


quase nada se alterou, desde os primeiros tempos até os dias de
hoje.

1.2.5 - Combater medos e culpas

1.2.5.1 - Fé e liberdade

Há, no mundo, vários tipos de religião; algumas mais,


outras menos notáveis, as quais podem ser classificadas como
grandes, médias, ou pequenas. Todas, sem exceção, se
consideram superiores e julgam as demais inferiores. Por essa
razão, proíbem os adeptos de manter contato com as outras,
afirmando que são crenças demoníacas. Além disso, temem o
próprio Deus no qual acreditam e dizem que não há salvação para
quem divide a sua fé entre dois credos.

Algumas religiões são, nesse aspecto, extremamente


rigorosas, a tal ponto de os seus pregadores ameaçarem com
terríveis infortúnios, doenças graves, perda da própria vida, ou até
a morte de toda a família, caso algum de seus membros manifeste
o desejo de converter-se a outra crença. Por incrível que pareça,

29
Evangelho do Céu Vol. I

essa espécie de fé, bastante comum nas veneráveis e antigas


religiões, ainda hoje se manifesta até nas mais recentes doutrinas.

Vemos, assim, que em matéria de liberdade de pensamento,


há muitos pontos para aprimorar, pois persistem resquícios de
feudalismo não só no campo social e político, mas também no
religioso. Por isso quero esclarecer a questão da liberdade da fé.

Nenhuma instituição religiosa deve, jamais, cercear o livre


arbítrio de seus membros com o objetivo de defender os próprios
interesses. E ameaçá-los com castigos de ordem espiritual é um
ato realmente imperdoável.

Vou citar um exemplo para elucidar bem essa questão.


Certa vez, uma pessoa procurou-me dizendo que, há muito
tempo, fazia parte de um núcleo religioso; mas, apesar de uma
devoção fervorosa, lutava constantemente com problemas de
doença e a família não conseguia livrar-se da purificação da
pobreza. Tais fatos a fizeram ir, aos poucos, perdendo a fé. Quando,
porém, quis abandonar a crença que professava, o dirigente a
ameaçou com predições terríveis. Por isso, incapaz de tomar uma
decisão, viera consultar-me. Expliquei-lhe, sem receio, que a religião
à qual pertencia não ensinava a verdade; portanto, quanto mais
cedo a deixasse, melhor seria.

Infelizmente há, no mundo, religiões que recorrem ao terror a


fim de impedir a redução do número de seus seguidores. Na
Messiânica, contudo, há absoluta liberdade de ação e os adeptos
podem tomar a decisão que desejarem. Ainda mais: sempre digo
aos membros que procurem conhecer outras organizações
religiosas. Se encontrarem alguma que julguem superior à
Messiânica, podem a ela converter-se sem medo de incidir em
pecado. A vontade de Deus é, exclusivamente, que os homens se
salvem e se tornem felizes.

30
Evangelho do Céu Vol. I

1.2.5.2 - Respeito

As pessoas mais esclarecidas sempre comentam que a


Messiânica não critica outras religiões e, por isso, a vêem com muita
simpatia. Na verdade, ela abrange todos os demais credos. Então,
tecer comentários poucos elogiosos a eles seria como se
depreciasse a si mesmo.

Estando, pois, cada uma das religiões existentes incluídas


na Messiânica, sempre e sem objeção alguma, sugiro que as
estudem e as pesquisem tranqüilamente. Nunca coloco obstáculos
a nada. Essa minha postura nasce da plena convicção que
deposito nos princípios que prego. Sem motivos para duvidar, a
confiança se torna absoluta, não havendo, portanto, o que temer.

Foi também o mesmo princípio de fé e segurança na


Messiânica que me levou a colocar na primeira igreja estruturada por
mim o nome de Sekai Meshiya Kyo (Igreja do Messias para o Mundo).
Importou-me apenas tratar-se de um patrimônio da humanidade
que nunca cria antagonismos ou qualquer outro tipo de confrontação.
Muito pelo contrário. É um conjunto de preceitos que procura unir e
reunir, eliminando rivalidades, para levar o mundo inteiro ao
encontro de Deus.

1.2.5.3 - Opressões

Um ponto importante a ser considerado é que a censura


constitui uma forma de opressão.

Assim, então, se alguém, usando de sua autoridade, ou de


algum outro recurso, ameaçar os demais homens, atrelando-os a
preceitos ou mandamentos, conseguirá apenas efeitos temporários.
Chegará, infalivelmente, o dia em que as conseqüências dessas
atitudes opressivas ficarão evidentes.

31
Evangelho do Céu Vol. I

2 – Justiça

2.1 - Senso de justiça

2.1.1 - Fatores determinantes

O senso de justiça deveria ser algo natural, mas


surpreendentemente, nos dias de hoje, quase ninguém o possui. As
pessoas só pensam em obter vantagens e, quando alguém fala em
justiça, não o levam a sério; desprezam-no, considerando-o um
antiquado.

Percebe-se, todavia, com certa freqüência, que nem tudo


corre bem às pessoas que não agem de acordo com a lógica.
Normalmente surgem muitos reveses. Julgando, porém, ser uma
situação normal da vida, ninguém procura descobrir a causa de
tantos malogros.

Do nosso ponto de vista, contudo, a razão de tantos


infortúnios reside exatamente na falta de senso de justiça. De um
modo geral, as pessoas não têm consciência dessa verdade porque
são incessantemente atacadas por pensamentos negativos que
lhes criam nuvens na alma, tornando-as mentalmente cegas.

Por ter acompanhado, durante vários anos, a sorte e o


infortúnio dos seres humanos, posso afirmar, com absoluta
certeza, que a causa fundamental da falta do senso de justiça
está no Mundo Espiritual; é invisível, portanto.

Lamentavelmente, porém, o homem não admite nem


entende quando lhe dizem ser ele mesmo o responsável pela sua
infelicidade, ao tentar, através de hábeis palavras, exaltar o
próprio valor e apresentar de si mesmo uma imagem favorável.
Não acredita também que o olho penetrante de Deus perscruta-
lhe o fundo do coração, pesando o Bem e o Mal e determinando-

32
Evangelho do Céu Vol. I

lhe o destino através de um julgamento imparcial, que ocorre de


forma totalmente contrária à lei dos homens.

Lógica tão simples! No entanto, poucos a compreendem.


Até pessoas ilustres, homens de cultura e de elevadas posições
sociais não têm esse discernimento. Só vêem o aspecto material,
tangível. Desconhecem totalmente a importância do Mundo
Espiritual. Por isso usam sua curta inteligência exclusivamente
para enganar os outros. Embora se julguem muito espertos, na
verdade, não passam de pobres infelizes, pois nada lhes corre
bem e chegam sempre a resultados opostos aos que imaginavam

Esse pensamento de aparente esperteza domina, nos dias


de hoje, toda a sociedade. Eis a razão do aumento do número de
criminosos e da crescente intranqüilidade social.

2.1.2 - Grande tolice

Normalmente, quaisquer pessoas cuja única preocupação


consiste em tirar vantagem de tudo quanto tentam realizar sempre
acabam malogrando. Às vezes até fornecem assunto para os
noticiários por meio de rumorosos processos judiciais.

A meu ver, esses supostos espertos são, na verdade, muito


tolos; por isso, eu me esforço para despertá-los, levando-os a
reconhecer a existência de Deus. É, entretanto, um trabalho difícil,
pois, de modo especial nas classes dirigentes, impera a idéia de que
homem culto e qualificado deve nutrir pensamentos ateístas.
Dessa forma, só poderão despertar verdadeiramente se tiverem a
oportunidade de presenciar milagres. Nesse aspecto, eu já sinto
muita alegria e esperança de alcançar o meu objetivo porque, com
o poder que me foi dado por Deus, estou realizando prodígios, os
quais, pouco a pouco, começam a ser reconhecidos pela maioria
das pessoas.

33
Evangelho do Céu Vol. I

Então, em síntese, pode-se dizer que a felicidade do ser


humano depende da compreensão do verdadeiro conceito de
justiça, o qual está diretamente ligado à vida de união com Deus.
Portanto, nada será mais inútil, nem haverá maior tolice do que a
prática do mal. Essa é uma verdade fundamental que precisa ser
compreendida do fundo do coração e aceita por todos.

2.1.3 - Caminho da felicidade

Uma vez que o homem tenha consciência da presença de


Deus, já começa a trilhar o caminho da felicidade fundamentado no
conceito da grande e verdadeira justiça, ou seja, aquela que visa
ao bem de toda a humanidade. Dedicar-se, então, somente aos
pais, aos superiores, ou apenas ao país, não corresponde a um
legítimo sentimento de eqüidade, pois tal atitude se apóia numa
base de egoísmo. Foi por esse motivo que o Japão perdeu a
Segunda Guerra Mundial. Visou exclusivamente aos próprios
interesses.

A verdade, portanto, é que só poderá haver prosperidade


eterna quando a vida de cada um tiver como objetivo o benefício de
todos. O mesmo se aplica à religião. E aqui está a causa do declínio
de algumas grandes doutrinas que, aparentemente promovendo
o bem comum, se detiveram em objetivos menores.

Dentro dessa linha de raciocínio, o princípio fundamental da


Messiânica é criar um mundo isento de doença, pobreza e conflito,
para que toda a humanidade possa viver plenamente feliz. Eis o
verdadeiro senso de justiça.

2.2 - O domínio dos jashin

Pergunta de ministro: existem alguns mamehito que


estão sob o domínio dos jashin. Outros, bastante dedicados,
também apresentam tendência a serem atraídos por essas

34
Evangelho do Céu Vol. I

entidades negativas. Gostaria de sua orientação, para saber


como agir nessas circunstâncias.

Resposta de Meishu Sama: o que está errado é o seu


pensamento, ao afirmar que o mamehito está dominado ou sendo
atraído pelos jashin. Nenhum ser humano tem capacidade de julgar,
dizendo que determinado modo de agir advém da influência de uma
entidade negativa. Só Deus possui esse discernimento. Portanto,
quem comenta tais assuntos está violando a esfera divina, ou seja,
julga sem ter o direito de fazê-lo.

Na verdade, nunca nenhum ser humano vai saber se


alguém se encontra, ou não, possuído por um espírito do mal. É mais
provável ser jashin aquele que condena o outro, dizendo tratar-se
de uma entidade maligna. Por isso, nunca se deve, em absoluto,
referir-se a alguém como se fosse a manifestação de algo
negativo, pois ninguém, em sã consciência, possui argumentos
para falar sobre o assunto.

Nota-se também, com muita clareza, que geralmente quem


faz esse tipo de comentário aponta, como possuídos pelos
jashin, todos aqueles com os quais não simpatiza. Por outro
lado, pode-se constatar ainda que, de uma maneira geral, as
pessoas consideradas más desenvolvem trabalhos excelentes; e
outras tidas como boas e virtuosas podem ser negativas e
devassas. De fato, ninguém, senão Deus, conseguirá saber qual
é o verdadeiro jashin, pois, semelhante ao que ocorre num teatro, o
Criador se utiliza dos bons e dos maus para compor o Seu
misterioso plano.

Um outro ponto importante diz respeito à diferença entre


pessoas que são jashin do fundo do coração e aquelas que
apenas têm o encosto desse ser negativo. Normalmente as
hostes dos jashin são compostas por dezenas deles e até
milhares. Em outras palavras, significa que, abaixo de Deus
Supremo, existem entidades malignas (yin) e benignas (yang). É

35
Evangelho do Céu Vol. I

através delas que o Pai Criador desenvolve o Seu plano neste


mundo, sem fazer distinção entre o Bem e o Mal, ou seja, entre
pessoas justas ou perversas, porque ambas são necessárias para
a construção do Reino de Deus na Terra.

Mais uma vez, portanto, reafirmo que é muito difícil distinguir


bons e maus. O fundamental, porém, consiste em entender a
grandiosidade divina e, ao mesmo tempo, tentar, de todas as
formas, valorizar o Bem e descartar o Mal. Para tanto, mantenham
em seus corações a idéia de que Kanzeon Bosatsu tem como
missão salvar a todos sem separar bons e maus, numa visão bem
universalista.

Por outro lado, Bodhisattva Kannon, na sua origem


conhecido como Kunitokotachi no Mikoto, em hipótese alguma,
admite o mal. Por isso, julga os mortos como Deus da Justiça e
Juiz do Mundo Espiritual (Enma Daioo), numa atitude
absolutamente vertical. Na verdade, esses princípios ensinam que
nunca se deve tender apenas para um lado. O certo é manter o
equilíbrio de acordo com o tempo e as circunstâncias que
envolvem a pessoa com a qual se entra em contato.

E preciso, então, usar de versatilidade e estar


constantemente adaptando-se às situações do momento.

2.3 - Justiça e religião

Não se pode esquecer que a justiça é o princípio da fé. Por


mais autêntica que pareça, uma doutrina só pode ser considerada
verdadeira se tiver fundamentada em leis justas. Por outro lado, as
pessoas que vivem de acordo com o direito divino recebem
proteção ilimitada de Deus e têm sempre as suas preces
atendidas.

36
Evangelho do Céu Vol. I

3 - Eliminação de egos e apegos

3.1 - Como eliminar?

Os problemas complicados ou de difícil solução quase


sempre se devem ao ego e ao apego. Ambos coexistem no
interior de cada ser humano como se fossem irmãos. Esses dois
males são, portanto, a causa das desgraças que atingem todas as
pessoas.

Muitos políticos, por exemplo, deixam de afastar-se da vida


pública no momento oportuno, devido exatamente ao excesso de
apego a uma posição de destaque. Chegam, por isso, às vezes, a
situações deploráveis.

O mesmo acontece com grandes empresários que,


desejosos de muitos lucros, afugentam os clientes, trazendo
desarmonia à sua empresa e desequilíbrio aos negócios.

Também nas relações familiares, ocorre algo semelhante.


Em muitos casos, os problemas entre casais resultam de um ego
exagerado ou de apego excessivo. Geralmente o lado mais
insistente acaba sendo repelido.

Pode-se ainda verificar que todos os sofrimentos causados


aos outros e a nós mesmos advêm de fortes impulsos interiores que
acentuam os sentimentos de autovalorização. Por isso, um dos
principais objetivos da fé é a eliminação do ego e do apego.
Eu mesmo, desde que compreendi tão importante princípio, tenho
procurado esforçar-me o máximo possível para abandonar esses
dois males. À medida que bons resultados vão sendo
conseguidos, percebo que os sofrimentos diminuem e o nível
espiritual se eleva.

37
Evangelho do Céu Vol. I

Pode-se afirmar, então, que o aprimoramento de cada um


de nós será cada vez mais elevado quanto maior for o esforço
pessoal para a eliminação de egos e apegos.

Também a união verdadeira entre os homens só ocorrerá


dentro de um nível idêntico de espiritualidade e sem interferência
de sentimentos possessivos.

3.2 - Apego entre casais

Mesmo após a morte, os casais não terão permissão para


viver juntos, caso se encontrem em estágios espirituais diferentes.
Às vezes, contudo, após adquirirem certo grau de
desenvolvimento, recebem permissão divina para se
encontrarem. Não têm, entretanto, autorização para se abraçarem a
fim de matar saudades. Caso o façam, terão seus corpos
enrijecidos e perderão a oportunidade de futuros encontros.
Todavia, à medida que se vão aprimorando, usufruem de maior
liberdade para estarem juntos.

Analisando essa verdade, dá para se perceber como difere,


do que ocorre na Terra, o comportamento no Mundo Espiritual.

3.3 - Apego na propagação da fé

É importantíssimo eliminar totalmente qualquer tipo de


apego quando se trata da propagação da fé. Embora pareça uma
atitude fervorosa, nunca serão obtidos bons resultados, se alguém
procurar convencer os outros ou transmitir algum Ensinamento
através de constantes insistências ou de recursos exagerados.
Nunca tentem, pois, impor suas convicções religiosas a ninguém.
Essa atitude constitui uma blasfêmia. Quando apresentarem
caminhos espirituais a alguma pessoa, falem pouco. Só continuem
expondo suas idéias, ao sentirem que os ouvintes estão
interessados. Caso contrário, aguardem o tempo propício. Essa é a
maneira de agir que revela total ausência de ego e apego.

38
Evangelho do Céu Vol. I

3.4 - Superar o Ego

É bom saber: na vida, nada existe mais terrível que o ego.


Portanto, para aprimorar-se espiritualmente, cada um deve superá-
lo de forma definitiva. Alguns preceitos da Oomoto dizem que o
ego é um inimigo terrível e até divindades têm errado por isso. Não é
bom, pois, deixá-lo salientar-se. Essa colocação deixou-me bastante
impressionado e levou-me a refletir sobre ela profundamente.

Numa outra passagem dos Ensinamentos da Oomoto,


encontram-se também estas afirmações: "o homem deve, acima
de tudo, ser sunao (singelo, obediente)". Esse é um conceito muito
correto e confirma o que continuamente lhes estou lembrando:
para quem ouve as minhas palavras com singeleza, tudo
corre sem tropeços. Fico muito penalizado quando vejo pessoas
malograrem por causa de um forte ego. Daí a razão de Eu estar
sempre reafirmando: para alcançar a verdadeira fé, é preciso,
acima de tudo, superar o próprio ego, agir com simplicidade e
não mentir.

Procurem meditar profundamente sobre essa verdade


perene.

4 - Paciência

4.1 - Controlar a ira

De acordo com um antigo provérbio "o que é fácil todos


suportam; mas a verdadeira tolerância consiste em aceitar o
insuportável". Uma outra sentença ensina que se deve ter
sempre pendurado ao pescoço um receptáculo de paciência e,
caso ele se rompa, consertá-lo tantas vezes quantas forem
necessárias. Eis uma grande verdade.

Muitas pessoas me perguntam a que espécie de ascetismo


me dediquei para tornar-me um mestre. Foram banhos de

39
Evangelho do Céu Vol. I

cachoeira, jejuns e muitas penitências? Simplesmente respondo


que jamais me devotei a esse tipo de exercício espiritual. Minha
prática religiosa sempre se fundamentou em dois princípios:
suportar com paciência o sofrimento das dívidas e reprimir a
ira.

Ao ouvir essa resposta, muitos ficam boquiabertos.


Contudo, foi realmente assim. Creio que Deus me fez passar por
essas provações visando ao meu aprimoramento. Houve até um
tempo em que eu encontrava, a todo instante, motivos suficientes
para manifestar cólera ou indignação. Ainda mais: além de sempre
ter tido um temperamento irascível, durante esse período, uma
sucessão de acontecimentos provocavam-me, constantemente,
muita irritabilidade. Assim, certo dia, em conseqüência de um sério
mal-entendido, sofri tamanha humilhação perante grande número
de pessoas, que não tinha sequer coragem de encará-las, nem
conseguia sufocar a minha aflição.

Mesmo em tais circunstâncias, tive de comparecer a uma


festa para a qual fora convidado e a cujo convite não poderia
recusar. Não havendo outra saída, dirigi-me à casa dos meus
anfitriões. Tamanho era o meu transtorno, que não conseguia
concentrar-me no que se passava ao meu redor. Para tentar
esquecer tão ingrata situação, pedi um cálice de sake (uma
espécie de vinho de arroz). Na verdade, eu não apreciava essa
bebida. Assim mesmo, tomei-a, tal era o meu nível de
intranqüilidade. Somente dois ou três dias mais tarde, é que pude
voltar ao meu estado normal. Contudo, algum tempo depois, vim a
saber que, devido àquele desagradável incidente, havia escapado
de um grande infortúnio. Tão terrível humilhação livrara-me de um
golpe fatal. Assim, por meio de uma experiência exasperante, fui
salvo e me senti infinitamente grato pela proteção divina.

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Evangelho do Céu Vol. I

4.2 - Preparo para grandes missões

Dá para perceber que, muitas vezes, Deus emprega meios


especiais para aprimorar a alma daqueles com importantes
missões a cumprir. Entre esses recursos, está o controle da ira
como uma das maiores provações. Então, as pessoas de fé,
quando oprimidas por circunstâncias humilhantes, devem
saber que foram escolhidas por Deus para um trabalho
especial. Se conseguirem enfrentar o ultraje sem perder a calma
nem ficar iradas, é sinal de que já ultrapassaram uma considerável
etapa do aprimoramento necessário para cumprir a missão a elas
atribuída na Obra Divina.

4.3 - Um exemplo marcante

Um exemplo digno de nota sobre o controle da ira é a


história de Buei Nakano, presidente da Associação do Comércio,
durante a Era Meiji. Esse homem jamais se irritava, por mais grave
que fosse o problema enfrentado. Certa vez, perguntaram-lhe de
onde vinha tamanha paciência. Respondendo, ele contou o
seguinte fato: sempre costumava irritar-se com muita facilidade até
que, certo dia, foi visitar um famoso homem de negócios,
chamado Eichi Shibusawa. Enquanto esperava ser anunciado,
ouviu-o discutindo com a esposa no aposento contíguo.
Informado, porém, da sua presença, Shibusawa imediatamente
abriu a porta corrediça e entrou logo a seguir. Nakano ficou surpreso
ao ver-lhe a fisionomia serena sem o menor vestígio de alteração. A
partir daquele momento, sentiu ter descoberto o segredo do
enorme êxito de Shibusawa nos negócios: o seu poder de
controlar a ira. Daí por diante, Nakano compreendeu que
deveria aprender a dominar a própria irritação com a mesma
facilidade. Começou, então, a aplicar-se nesse sentido e tudo
passou a correr bem, permitindo-lhe, inclusive, ocupar um cargo de
grande destaque durante o período Meiji.

41
Evangelho do Céu Vol. I

Por isso, procurem controlar a ira. E, quando enfrentarem


situações humilhantes, lembrem-se de que Deus os está
aprimorando. Eis a verdadeira atitude espiritual do homem de fé.

4.4 - Evitar precipitações

Analisadas em profundidade, a entrada e a causa da derrota


do Japão na Segunda Guerra Mundial deveram-se ao fato de os
dirigentes terem imposto uma solução política contrária à ordem
natural.

Ser, portanto, precipitado ou cultivar irritação leva à perda de


serenidade e impede o surgimento de idéias adequadas, além de
agravar situações que poderiam ser solucionadas com mais acerto e
rapidez, sem causar grandes prejuízos à humanidade. Por conseguinte,
é mais sábio agir somente quando surgirem soluções ou planos
infalíveis que resultem de uma reflexão profunda.

5 - Tranqüilidade

5.1 - Esperar com tranqüilidade

Quando eu procuro a solução para algum problema e não


a encontro, concluo que ainda não chegou o tempo certo. Por isso,
paro de pensar no assunto, esqueço a questão e fico esperando,
com tranqüilidade, a hora exata para que as coisas aconteçam
naturalmente, na ordem correta, sem me causar sofrimento. Então,
de repente, percebo o que deve ser feito e tenho convicção de
estar agindo certo.

Acho inacreditável que ninguém, até hoje, tenha tido a


oportunidade de sentir o sabor verdadeiro do único modo como a
humanidade deveria viver para, sem dificuldade, usufruir de todos
os momentos da existência.

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Evangelho do Céu Vol. I

5.2 - Entregar-se a Deus

Sempre que considerarmos qualquer assunto, embora seja


algo complicado, devemos fazê-lo da maneira mais simples
possível. Se forçarmos demasiadamente o nosso pensamento,
exagerando na avaliação dos fatos, chegaremos infalivelmente a
resultados negativos. Comigo também acontece de, às vezes, as
coisas ficarem bastante difíceis. Então procuro analisá-las sem
exagero, com simplicidade; em seguida, coloco-as nas mãos
de Deus e fico tranqüilo. Estabeleço assim um espaço propício
ao surgimento de boas idéias. Da mesma forma, vocês também
devem deixar a cabeça vazia para que o Espírito Protetor possa
introduzir sentimentos nobres.

Existe ainda outro ponto que precisam saber: Deus não se


comunica diretamente conosco, mas o faz através do Espírito
Protetor. Se, entretanto, a nossa mente estiver cheia de
preocupações, mesmo que o nosso Guardião queira, não consegue
transmitir nada, porque nossa antena está ruim e não capta a
mensagem. Por isso, é importante mantermos sempre um estado
mental de tranqüilidade absoluta.

Antigamente, quando eu tinha diversas preocupações, nada


entrava na minha cabeça; contudo, pouco a pouco, à medida que
fui aumentando a minha fé e entregando-me a Deus, comecei a
esquecer os problemas e acabei habituando-me a essa espécie de
aprimoramento. Hoje, quando as pessoas me falam de suas
preocupações, acho graça, mas elas não compreendem essa
minha atitude porque não conseguem, ainda, proceder da mesma
forma que eu.

5.3 - Agir com tranqüilidade

Neste sentido, tanto o Johrei como o método de Agricultura


da Grande Natureza e os demais conceitos que venho difundindo
sempre atingem os resultados previstos quando praticados

43
Evangelho do Céu Vol. I

segundo a lógica divina da serenidade. É por isso que, ao


planejar algo, nunca me apresso. Estudo o projeto sob todos os
ângulos e submeto-o à contínua e rigorosa reflexão. Quando
me convenço de que se trata de um plano justo em todos os
pormenores e útil à humanidade inteira, executo os
preparativos e espero chegar o tempo. Essa minha atitude já levou
algumas pessoas a se irritarem e outras a julgarem-me bastante
estranho, pois, de fato, nunca entenderam por que eu tardava a
executar planos que me eram propostos, embora os tivesse
acatado e prometido utilizá-los.

Comportamentos de ansiedade são comuns entre os seres


humanos, como resultado da falta de paciência em esperar pelo
tempo certo. Como se lançam à ação antes da hora, inúmeros
obstáculos começam a surgir, impedindo que o plano se desenvolva
naturalmente; daí vem o desespero e tudo malogra.

Como, então, reconhecer o tempo propício? Não é tão


complicado. Basta observar atentamente a naturalidade com que um
trabalho se desenvolve, bem como notar a ausência de grandes
esforços para a sua execução. Essas circunstâncias são sinais
evidentes de que o tempo está plenamente de acordo.

Meditem muitas vezes sobre o que lhes acabei de falar e


procurem pautar suas ações por esse princípio.

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Evangelho do Céu Vol. I

CAPÍTULO III - NOÇÕES DE SABEDORIA

1 - Discernimento

1.1 - O homem pode mudar o seu destino

Como já disse várias vezes, todo sofrimento é uma ação


purificadora porque através dele são eliminadas as nuvens
espirituais.

É normal especialmente os religiosos procurarem aprimorar-


se por meio do ascetismo, que é uma maneira voluntária de polir a
alma. Já as pessoas comuns sofrem sem o desejar. O Bramanismo,
por exemplo, afirma que os infortúnios são meios de se alcançar a
iluminação, porque extinguem pecados e impurezas. Dessa forma,
com o espírito desanuviado, as pessoas enxergam com mais
clareza os fatos e distinguem facilmente o Bem e o Mal.

A verdade, contudo, se apresenta em níveis distintos.


Alguns mais profundos, outros menos. Por isso quem alcançou
somente um grau menor de elevação espiritual consegue captar
apenas os princípios mais superficiais da realidade.

Por outro lado, uma alma pura adquire maior discernimento e


tem menos incertezas, embora não consiga livrar-se completamente
das indecisões.

É, porém, normal ocorrerem dúvidas. Eu também as


possuo. A diferença está no tempo que gasto para escolher qual
caminho devo seguir. Quando me defronto com algum problema,
por exemplo, no projeto de um jardim ou de qualquer outro tipo de
construção, levo, no máximo, meio dia para decidir como realizá-
los. Normalmente a solução surge num lampejo, sem muito
esforço de minha parte. Caso não surjam, de imediato, boas
idéias, deixo o tempo passar, não penso mais no assunto e
mantenho a certeza de que a resposta certa virá logo depois. Ajo

45
Evangelho do Céu Vol. I

assim porque sei que Deus não revela nada antes da hora; somente
no tempo propício e na ordem exata, é que lampeja, na minha mente,
a solução adequada para cada problema.

Nos dias de hoje, entretanto, pelo fato de as pessoas terem


muitas máculas, dificilmente resolvem as dúvidas com rapidez. O
normal é ficarem pensando num problema por muito tempo. Agindo
assim, colocam-se cada vez mais distantes da sabedoria e, por isso,
quase sempre malogram. Essa é também a razão por que os
políticos revelam pouco discernimento. Como têm muitas nuvens
espirituais, são incapazes de perceber, com sensatez, a verdade.

Então, torna-se imprescindível, antes de tudo, eliminar as


máculas espirituais através do Johrei. Não existe método melhor
do que a radiação da Luz de Deus, pertencente a Era do Dia, para
dissipar nuvens e polir a alma. Não será, portanto, necessária
nenhuma forma de ascetismo. Também pelo mesmo processo, um
doente pode ser recuperado, pois tanto a luz que ilumina a alma,
quanto a força que cura vêm de Deus.

Pode-se, por conseguinte, concluir: quando as aspirações


humanas não se concretizam da maneira desejada, é porque
existem muitas máculas para serem eliminadas. Não há
necessidade, contudo, da prática do ascetismo. Resultados
definitivos podem ser obtidos facilmente pelo Johrei, a Luz Divina que
salva e proporciona ao ser humano alegria e felicidade. Também a
leitura dos Ensinamentos purifica a alma, despertando-a para a
verdade. Portanto, se cada pessoa agir de acordo com esses
princípios, alcançará, com toda certeza, um grau bem mais elevado
de aprimoramento espiritual.

1.2 - Ser amado por Deus

O ponto-chave da fé é ser amado por Deus. E quais são as


pessoas que Deus ama?

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Evangelho do Céu Vol. I

Todas aquelas que se esforçam ao máximo para viver de


acordo com a Sua vontade, nunca fazendo nada que O desagrade.
É preciso, portanto, entender que, para viver de modo a satisfazer
a vontade de Deus, torna-se indispensável seguir o caminho do
bem, ou seja, não mentir nem causar sofrimentos aos outros ou
prejudicar a sociedade. Acredito que qualquer pessoa de bom
senso compreende esses preceitos, embora poucos, hoje, se
preocupem com o bem-estar do semelhante.

Como então saber se estamos seguindo o caminho traçado


por Deus?

É muito simples. Quando os homens não estão satisfazendo


ao Criador, enfrentam muitos problemas. O trabalho não lhes corre
bem. Surgem dificuldades financeiras e a saúde torna-se precária.
Além do mais, usufruem de pouca credibilidade nos meios sociais,
não sendo, por isso, muito respeitados. Se, ao contrário, levam uma
vida maravilhosa e tudo que acontece lhes proporciona alegria e
tranqüilidade, é sinal de que estão vivendo de acordo com a
vontade divina. Então, quem atingir esse estado de felicidade terá
condições de reconhecer o valor da fé e saberá, com certeza, que está
sendo amado por Deus.

Se vocês, entretanto, apesar da fé, não conseguirem sentir


uma paz profunda e duradoura, procurem analisar os seus
pensamentos, pois aí está a causa de todos os conflitos. Foi
exatamente o que aconteceu comigo. Muitas vezes, opus forte
resistência à vontade divina e, por isso, em várias ocasiões, caí no
abismo.

Vou explicar-lhes melhor o que ocorreu na minha vida a fim


de todos terem condições de meditar sobre o assunto. Como se
aproximava o tempo da extinção do Budismo, profetizado por
Sakiyamuni ou, conforme as palavras de Cristo, o Juízo Final, o
Criador precisava de homens para poder salvar a humanidade.
Então, a fim de ajudar o maior número possível de pessoas a

47
Evangelho do Céu Vol. I

ultrapassar essa fase de transição, Deus me havia escolhido


como instrumento para a concretização do Seu plano. Eu, porém,
achava tal incumbência extremamente pesada e dela procurava
fugir. Daí a razão de, em alguns momentos, ter tentado desviar-
me do caminho. Deus, porém, em Sua infinita bondade, me
arrebatava, às vezes, ao êxtase, o que me fazia sentir um sabor
sutil e profundo a envolver-me num encantamento
inexprimível. Foi assim que percebi o verdadeiro prazer da vida
e tive a certeza de qual seria o caminho que deveria seguir para
ser amado por Deus.

É por isso que estou constantemente insistindo: procurem,


em todos os instantes de suas vidas, descobrir qual é a vontade do
Pai para cada um de vocês. E, a partir daí, transformem cada
momento vivido em motivo de alegria e satisfação divinas. Dessa
forma, todos poderão ter certeza absoluta de que estão sendo
amados por Deus.

1.3 - O Bem e o Mal

1.3.1 - Causas determinantes

Bem e Mal estão misturados neste mundo e se evidenciam


de diversas maneiras. Todas as manifestações de infelicidade, de
sofrimentos, tragédias, guerras, conflitos são motivadas pela
maldade presente no coração humano. Por outro lado, a felicidade,
a paz, a tranqüilidade, o bem-estar resultam da prática do Bem.
Deve haver, todavia, uma causa que determina a existência dessa
dualidade. Para conhecê-la, é necessário meditar mais
profundamente sobre o comportamento dos seres humanos.

É evidente que todos, por inclinação natural, desejam ser


bons tanto do ponto de vista social, quanto familiar. Além disso, têm
plena consciência, salvo raríssimas exceções, de que a paz e a
felicidade só podem advir de um coração puro e virtuoso.

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Evangelho do Céu Vol. I

1.3.2 - Diferença entre Bem e Mal

É preciso que fique muito claro a todos a diferença entre


bons e maus.

As pessoas que pautam a sua vida pelos princípios do Bem,


em primeiro lugar, acreditam na existência de Deus, nas
verdades invisíveis, na espiritualidade. Seus pensamentos
emanam amor, misericórdia e desejo de justiça social. E, num
sentido mais amplo, expressam um profundo sentimento de
dedicação a toda a humanidade e tudo fazem para que os
homens se aproximem mais e mais de Deus. Além disso, procuram
causar sempre boa impressão através de suas atitudes. Agem com
bondade, são fiéis e devotados ao trabalho. Também vivem a
profundeza da fé e reverenciam a Deus em atitude de imensa e
constante gratidão e não medem esforços para submeter-se aos
desígnios divinos.

De outra parte, os homens maus admitem apenas a


matéria, são ateus, relegam o invisível. Só se comprazem na prática
da maldade e visam, através dela, a satisfazer seus próprios
interesses. Agem como se a razão estivesse com os que detêm o
poder a qualquer custo. Desse modo, provocam incontáveis
conflitos, assemelhando-se aos antigos heróis que destruíam o
outro para conquistar a glória. Além do mais, estão sempre
alimentando desejos de honrarias sem fim. E, pensando que vão
atingir esse objetivo, vivem na ilusão da prosperidade, achando-se
constantemente vitoriosos. Chegará, porém, o momento em que o
fracasso lhes baterá à porta, em conseqüência do mal tão
intensamente praticado. Essa realidade é clara e demonstrada,
de modo bem evidente, pela História. Os fatos comprovam: todo
homem mau chega a um fim trágico, cuja única causa reside
exatamente nos inúmeros danos que semeou e nos estragos que
deixou no Universo.

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Evangelho do Céu Vol. I

1.3.3 - Esperteza

Outra atitude também determinante do aparecimento do Mal


é a esperteza. Muitas pessoas, procurando obter vantagens,
cometem o maior número possível de atos malignos. Buscando
levar uma vida faustosa, pensam exclusivamente na matéria e
ignoram a espiritualidade. O sucesso, no entanto, ainda que
tenham muita sorte, lhes será apenas temporário. Acabarão
infalivelmente destruídas. Basta uma observação atenta e ampla
dos fatos para comprovar o que lhes estou dizendo.

1.3.4 - Autopunição

Um ponto para o qual lhes quero chamar a atenção é o


estado da consciência de pessoas maldosas. Embora se digam
incrédulas, vivem o terror da intranqüilidade e da angústia e, quase
sempre, numa atitude de desespero, acabam delatoras de si
mesmas. O mais interessante ainda é que, algumas vezes, essa
autocondenação representa um ato de alívio, pois o insucesso
próprio é, na verdade, uma forma de repreensão divina que lhes
atinge diretamente a alma.

Reações autopunitivas estão também fundamentadas na


capacidade que a alma humana tem de relacionar-se com a
divindade através do fio espiritual. Por essa razão, mesmo que
alguém queira, nunca conseguirá iludir a si mesmo, embora lhe seja
fácil camuflar a verdade aos olhos dos outros.

1.3.5 - Conclusão

A estreita ligação entre a alma e Deus é o meio pelo qual


Ele fica conhecendo e pode registrar em detalhes cada ato
praticado por Suas criaturas.

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Evangelho do Céu Vol. I

Alerto, então, a todos que meditem profundamente sobre


essas verdades para que, nunca, nunhum de vocês seja
considerado infiel ao Criador por ter praticado o mal.

1.4 - Uma nova etapa

Freqüentemente ouvimos dizer que as portas estão fechadas


e os caminhos bloqueados. Na verdade, esses aparentes obstáculos
nada mais são que meios pelos quais poderemos desenvolver a
nossa espiritualidade. De fato, nenhuma porta está realmente
fechada. O que acontece é uma pausa obrigatória quando passamos
de uma etapa para outra do aprimoramento espiritual. É um
processo semelhante àquelas paradas, muitas vezes necessárias
para uma tomada de fôlego durante as corridas.

Um outro exemplo que elucida bem esta questão é a


maneira pela qual se desenvolve o bambu. À medida que ele cresce,
vão-se formando nós, os quais, quanto mais numerosos forem,
maior resistência darão à planta. Observando-se, então,
atentamente a Grande Natureza, poderemos compreender quase
todas as ocorrências da nossa vida e ver, de modo diferente, os
acontecimentos do dia-a-dia. Assim entenderemos facilmente que
"portas e caminhos fechados" é apenas uma etapa natural no
processo do aprimoramento.

Há, porém, alguns obstáculos gerados pela falta da


sabedoria necessária nos momentos em que tomamos
determinadas atitudes sem prever os resultados. Nessa hora,
normalmente não encontramos saída para os problemas e nos
desnorteamos. Portanto, é de grande valia sabermos qual o
motivo que determinou o aparecimento de empecilhos: uma
situação natural ou a ignorância? Assim é, pois, fundamental
estarmos constantemente polindo a alma para adquirir sabedoria.

51
Evangelho do Céu Vol. I

Como já lhes falei muitas vezes, se ficarmos atentos e


buscarmos, a cada dia, um pouco mais de elevação espiritual,
ultrapassaremos qualquer obstáculo sem dificuldades.

Leiam sempre os Ensinamentos, meditem sobre estas


verdades que lhes expus e as guardem no fundo do coração.

1.5 - Fé celestial e infernal

1.5.1 - Diferenças

Quando se fala a respeito de religião, geralmente os


seguidores ou adeptos acreditam encontrar nela um meio pelo
qual poderão receber muitas graças tanto espirituais, quanto
físicas, obtendo assim tranqüilidade e paz familiar. Através desse
procedimento, julgam também possível de ser conseguida a
melhoria da sociedade e do país, além de condições especiais
para transformar o mundo num paraíso. Então, para alcançar
esse objetivo, um grande número de pessoas se dedica
intensamente, rezando com toda a firmeza, fato conhecido pela
maioria.

Há, entretanto, algo muito importante que ninguém


percebe: mesmo dentro da religião, existe uma diferença marcante
entre a fé de característica celestial e a de caráter infernal.
Explicando mais diretamente, sem reserva alguma, posso dizer
que toda crença tem uma parte infernal. Na realidade, nunca
houve, de modo exclusivo, a verdadeira fé celestial nas religiões
até então existentes.

1.5.2 - Missão da Messiânica

Agora, porém, nasceu a Messiânica, tendo como uma de


suas metas transmitir ao mundo a fé essencialmente celestial. É
necessário, por isso, esclarecer, com detalhes, em que consiste
essa prática, cuja característica fundamental reside no fato de

52
Evangelho do Céu Vol. I

curar, com relativa facilidade, doenças para as quais até mesmo


uma medicina tão avançada não encontra solução. Todos os
adeptos já têm conhecimento suficiente dessa realidade não só
pela própria experiência, mas também através de inúmeros
testemunhos e relatos publicados no nosso jornal.

Como todos sabem, qualquer pessoa, assistindo somente


a alguns dias de aula, aprenderá e terá condições de ministrar
Johrei, manifestando assim maravilhosa força de cura. É realmente
quase impossível acreditar que um doente desenganado pelos
médicos possa curar-se, usando ele mesmo, através do
Autojohrei, tamanho poder regenerador. Além do mais, um fato
extremamente verídico como esse pode ser testado na prática por
quem dele duvidar.

Com o passar do tempo, é possível também comprovar


que, ingressando na Messiânica, as pessoas todas, bem como os
seus familiares, dia-a-dia, conseguem mais saúde, chegando a
formar um lar sem doentes porque adquiriram vigorosa vitalidade.
À vista disso, também ocorre um aumento da alegria familiar,
assim como todos os empreendimentos correm bem, favorecendo
a vivência da felicidade autêntica.

É, por isso, espantoso observar a vida de pessoas que estavam


tratando-se, há dezenas de anos, com remédios, agora não precisarem
mais de medicação alguma, recebendo, em conseqüência, enormes
benefícios do ponto de vista econômico e espiritual.

Pode-se, então, dizer que uma fé verdadeiramente celestial é


aquela que transforma os sofredores deste mundo infernal de hoje
em seres humanos participantes do Reino do Céu, o que, de fato, é
o grande sonho de realização de toda a humanidade.

53
Evangelho do Céu Vol. I

1.5.3 - Messiânica e outras religiões

Há diferenças bem marcantes entre as inúmeras religiões


vigentes no mundo e a Messiânica.

Como se pode observar, a maioria das pessoas que segue


qualquer um dos credos existentes, mesmo tendo uma fé
fervorosa, padece com doenças e, por isso, sua vida não é muito
diferente da levada por aqueles que não acreditam nas verdades
eternas. Por exemplo, sempre alguém está precisando de
tratamentos médicos e quase nunca consegue curar-se
definitivamente. Daí, acaba criando para si um estado de completa
infelicidade. Movido, porém, pela fé, conforma-se com a situação,
achando que o final do seu tempo de vida chegou.

É normal também certas pessoas viverem constantemente


preocupadas em não pegar gripe ou temendo contaminações por
bactérias. Há ainda cuidados exagerados para evitar tuberculose e
outras doenças contagiosas. Existem as que estão sempre alerta
contra friagens noturnas, excessos alimentares ou bebidas em
demasia. Vivem, assim, o seu dia-a-dia em constante temor, sob a
pressão de infindáveis recomendações.

Mais trágico e triste ainda é ficar longos anos sofrendo em


cima de uma cama e sentir-se satisfeita porque a própria pessoa se
julga salva, em conseqüência de um sofrimento incomensurável.
Essa atitude, a meu ver, é totalmente ilusória, enganosa e
contraditória, pois, em tais condições, o doente se conforma com
o destino, suportando disfarçadamente o sofrimento, forçando
uma aparência de satisfação. É, na verdade, um tipo de atitude
difícil de ser aceita pelo bom senso. E o mais triste de tudo é achar
que tal estado de sofrimento é uma graça dada por Deus e
conquistada pela fé. Assim, então, embora com o físico destruído, a
pessoa se considera salva espiritualmente.

54
Evangelho do Céu Vol. I

Lamentável, porém, torna-se a vida de quem está ao redor


do doente. Não que ele próprio desconheça tal situação, mas, por
estar dominado por tão profundo sofrimento físico, não lhe sobra
espaço para pensar no desgaste enfrentado pelos familiares devido
aos cuidados a ele dispensados.

1.5.4 - Conclusão

Em síntese, mesmo que alguém muito doente consiga salvar-


se espiritualmente, é como se tivesse realizado o seu intento pela
metade.

A verdadeira salvação, portanto, só se completa quando


ambas as partes forem atingidas: a matéria e o espírito.

Até agora, contudo, não havia no mundo uma religião


capaz de oferecer à humanidade, de uma forma integral, meios
para conseguir a salvação completa.

Mesmo assim, o ser humano, querendo conquistar a


felicidade, embora pela metade, ingressa numa das religiões
existentes. Entretanto, apesar do esforço, encontra-se bem longe
ainda do estado celestial.

Para mim, a fé que salva uma só parte não passa de um


nível infernal. Comprovando essa minha afirmação, está o fato de,
nos dias atuais, todas as grandes religiões dedicarem parte de seu
tempo à construção e à administração de hospitais, considerando
esse trabalho um importante empreendimento de caráter religioso.
Tal postura demonstra claramente que os credos até então
existentes não têm nenhum poder para curar as doenças.

Além disso, apesar de, na sua origem, a religião ser uma


presença metafísica no mundo, diferente, por isso, das ciências
puramente materialistas, nos dias de hoje, foi colocada num plano
inferior. Em outras palavras, a religião morreu.

55
Evangelho do Céu Vol. I

Ao contrário dos conceitos religiosos existentes, a


característica fundamental da Messiânica pode ser constatada
através dos efeitos de sua ação, ou seja, pela capacidade de curar,
de modo efetivo, as doenças, inclusive aquelas que não
encontram recuperação através da medicina. Essa prática
profundamente misteriosa é que pode ser declarada religião viva,
resultante de uma fé celestial.

1.6 - O homem mau

1.6.1 - Como é?

Hoje em dia, todos se queixam da desordem social. Com


efeito, há um excesso de homens maus em todas as partes. Em
minha caminhada, também tive de enfrentar freqüentemente
ataques de pessoas maléficas.

Se analisarmos as ações do homem mau, veremos que ele


jamais comete atos danosos sem conhecimento de causa, pois
qualquer maldade praticada por alguém é sempre consciente,
exceto quando o indivíduo é muito perverso Em sua maioria, os
malfazejos sabem que estão procedendo de maneira incorreta.
Desejosos, contudo, de dinheiro, bebida, mulheres e bens materiais,
saltam para o caminho do mal e, nele tendo ingressado, dificilmente
o abandonam. Em geral temem a lei, mas sem condições de
satisfazer com facilidade os seus apetites por vias honestas,
esforçam-se ao máximo para não esbarrar nas malhas da justiça, ou
para que ninguém os veja. A fim de atingirem seus objetivos, os
malfeitores fingem, iludem e chegam a desenvolver uma habilidade
tal na elaboração de mentiras e falsidades, que enganar os outros
se torna para eles muito fácil.

Normalmente os lesados, por serem pessoas honestas, se


conformam e não reagem. Os maus disto se aproveitam para
praticar um número cada vez maior de iniqüidades. Podem, assim,
alcançar resultados mais rápidos do que se agissem com

56
Evangelho do Céu Vol. I

honestidade. Ao chegarem a esse ponto, já se encontram tão


imersos na lama, que dificilmente conseguem lavar os pés.

Um número bastante grande desse tipo de criminosos


pode ser encontrado nas classes mais abastadas.

1.6.2 - Sentimentos do homem mau

Conforme diz um antigo provérbio, cada homem tem seus


pontos fracos. Por isso, com certeza, até os maus devem sentir-se
culpados não só pelos pecados que cometem, mas também por
prejudicar os outros e semear a infelicidade no ambiente onde
vivem. Muitas vezes reconhecem inclusive que a bebida, por
exemplo, é um vício dispendioso que lhes dificulta a vida e sofrem
ao ver a aflição da esposa e dos filhos; sabem muito bem que
desejar mulheres lhes custa caro, além de oferecer o risco de
contaminação por moléstias perniciosas; têm igualmente certeza de
que jogos de azar sempre acarretam prejuízos, mas, mesmo assim,
não conseguem abandoná-los. Quantos já não passaram por
experiências semelhantes a essas! Embora tendo consciência do
mal, não conseguem dominar-se. Por quê? Na realidade, falta-
lhes a verdadeira coragem, que é um bem altamente precioso para
qualquer pessoa.

Eu costumo repetir que, ao vencer o Mal, o ser humano


torna-se divino e passa a usufruir do poder de Deus, tornando-se
assim verdadeiramente forte.

Eis a razão de eu afirmar que o homem mau é um fraco.

1.7 - Não ser odiado

Já escrevi que não se deve abominar ninguém. Também é


bom tomarmos cuidado para não sermos odiados, pois, quando
alguém lança sobre nós esse tipo de sentimento, emite também
uma onda negativa que nos atinge através do fio espiritual.

57
Evangelho do Céu Vol. I

Geralmente são pensamentos de ciúme, vingança, rancor, que


pertubam a nossa mente. Além disso, provocam desânimo, criam
obstáculos, impedem o bom andamento do nosso trabalho e
atrapalham a nossa felicidade. É necessário, pois, ficarmos atentos
para não atrair ódios ou ressentimentos.

Há, porém, neste mundo, inúmeras criaturas insensíveis que


prejudicam a vida dos outros e semeiam discórdias. Como algumas
delas são materialmente bem sucedidas e elogiadas, muitos tentam
imitá-las. São incapazes de enxergar além das aparências e, por
isso, pensam que a melhor maneira de obter sucesso é seguir o
exemplo daqueles aparentemente vitoriosos.

Atualmente é grande o número dos maldosos. Com isso, é


claro, o mundo não pode melhorar. Dotados, porém, de uma visão
mais ampla, podemos verificar que a má semente sempre produz
maus frutos e que os perversos serão inexoravelmente
destruídos. Então, se proporcionarmos bem-estar aos
semelhantes, tornando-os felizes, viveremos constantemente
alegres. Seremos inclusive bem sucedidos no trabalho e
evitaremos grandes infortúnios. Quem promove o bem dos outros
está, na verdade, tendo uma atitude sábia e praticando um dos
princípios básicos da fé.

Portanto, ao concluir, reafirmo o que sempre lhes estou


ensinando: não há maior tolo que o homem maldoso. Essa é
uma verdade eterna.

1.8 - Dívidas

Por experiência própria, sei que a causa das dívidas é a


tentativa de acelerar o desenvolvimento natural de um projeto. Não
há atitude pior do que tentar forçar a natureza. É possível até que a
precipitação traga bons resultados momentaneamente. Cedo ou
tarde, porém, surgirão obstáculos inesperados que nos farão voltar
ao ponto de partida. É assim que acontece quando tentamos

58
Evangelho do Céu Vol. I

impor uma situação. De acordo com esse raciocínio, só se pode


contrair uma dívida depois que um projeto for estudado sob todos os
ângulos, deixando a certeza absoluta de que não falhará.

Além disso, é conveniente também que, ao assumir


qualquer dívida, se tenha bem clara a necessidade de saldá-la no
menor tempo possível. Geralmente, quando se prolongam,
ocorre um acúmulo exagerado de juros, o que causa a quem as
contraiu um intenso sofrimento mental, levando-o a perder a
tranqüilidade. Nessa situação, o devedor não consegue agir com
sabedoria e seu trabalho fica prejudicado.

Outro ponto importante a ser considerado é que existem


dívidas ativas, muitas vezes, inevitáveis, destinadas à expansão de
um negócio, e outras chamadas passivas, cuja finalidade é cobrir um
déficit. Estas últimas jamais devem ser contraídas.

Então, quando houver prejuízo, assumir uma atitude sábia é


reduzir a atividade comercial e esperar o momento propício para
incentivá-la.

Há ainda mais um aspecto importante, para o qual quero


chamar a atenção de todos: a ganância. Segundo um antigo
provérbio, "quem tudo quer, tudo perde". Deverão, vocês, portanto,
tomar bastante cuidado com propostas de transações muito
vantajosas porque, em quase noventa por cento dos casos, os
prejuízos advêm da ganância excessiva. Fiquem, pois, atentos a
negócios aparentemente de arromba. Ao contrário, atividades
menos lucrativas, exercidas com bom senso, em geral prometem
futuro. Como exemplo, vou citar a minha própria experiência.
Enquanto estava preocupado em obter o dinheiro de que precisava
para saldar minhas dívidas e ampliar a parte administrativa do
trabalho religioso, nada conseguia. Quando, porém, deixei de
pensar na questão monetária e coloquei o problema nas mãos de
Deus, comecei a receber importâncias imprevistas que iam muito
além das minhas expectativas.

59
Evangelho do Céu Vol. I

Tenham, por conseguinte, bem clara, em suas mentes, esta


verdade: nada, neste mundo, pode ser entendido apenas pela
razão.

2 - Domínio do materialismo

2.1 - Desonestidade

Nos últimos tempos, os casos de corrupção de funcionários


públicos vêm ocupando um espaço cada vez maior na imprensa. As
denúncias se sucedem uma após a outra, dando a impressão de que
a desonestidade alastra-se por toda a parte, tal como o corpo de
uma pessoa sifilítica do qual, onde quer que se aperte, sai pus.

Nunca a desmoralização do funcionalismo chegou a tal


ponto. Principalmente nos altos escalões, são notórios os casos de
corrupção. Grupos de interesse convidam importantes funcionários
do governo para festas em restaurantes ou casas noturnas
bastante caros. Oferecem-lhes generosas quantias em dinheiro e
demais vantagens para induzi-los a fechar negócios altamente
rendosos para as suas empresas. É evidente que as despesas
decorrentes das referidas negociatas são incluídas nos preços das
mercadorias, ou embutidas nos impostos, acarretando, por
conseguinte, prejuízo para toda a sociedade.

Urge, portanto, uma resolução para o problema dentro do


mais curto espaço de tempo possível. As autoridades têm
procurado cercear o mal aplicando medidas legais cabíveis, mas o
seu alcance é limitado; não conseguem resolver o impasse, porque
não tocam no ponto crítico. Dessa forma, as atitudes ganaciosas
continuam imbatíveis, pois nem as autoridades, nem os
intelectuais conhecem a causa fundamental que leva o homem a
cometer tamanhos despropósitos.

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Evangelho do Céu Vol. I

2.2 - Solução possível

Quero mostrar-lhes de que modo é possível solucionar a


questão do domínio do materialismo.

À primeira vista, parece contraditório o fato de tantos delitos


serem cometidos por pessoas com nível universitário, o que
demonstra não haver relação alguma entre a criminalidade e o
grau de instrução.

É engano, portanto, pensar que, por serem pessoas cultas,


não têm má índole. Muito pelo contrário. Embora nem sempre
empreguem violência física, cometem crimes intelectualmente
planejados, cujas conseqüências são devastadoras, uma vez que o
mau exemplo delas se reflete em toda a sociedade.

O que leva pessoas com instrução superior a cometerem


crimes, às vezes, hediondos? A razão principal é um grande
desvio na linha do pensamento, decorrente de uma
personalidade egoísta, repleta de idéias materialistas. No geral
acham que, mesmo praticando atos incorretos, se agirem com
habilidade, ninguém vai perceber e tudo lhes correrá bem. Muitas
vezes, entretanto, acontece de o crime vir à tona, apesar de toda a
artimanha empregada. Mesmo assim, em vez de procurarem
corrigir o erro, põem-se a indagar como puderam ser descobertos
sem que houvesse pistas evidentes e continuam agindo errado
com maior esperteza ainda. Essa é a tendência geral.

Naturalmente, suponho que alguns desses funcionários se


arrependam dos delitos e decidam tornar-se honestos, enquanto
cumprem as penas que lhes foram impostas pela Lei. Contudo, por
serem criaturas que não acreditam em Deus, uma vez colocados
novamente em liberdade, acabam abandonando a decisão tomada
e voltam a incorrer nos mesmos erros.

61
Evangelho do Céu Vol. I

Além do mais, são esses malfeitores criaturas extremamente


simplistas. Acham, por isso, que acima do Globo Terrestre só se
encontra o ar e nada mais. Então, se alguém lhes disser que,
embora invisível, Deus existe, será por eles chamado de
supersticioso. Não sabem que a ilusão, ao contrário, está no
ateísmo, onde reside a forte tendência ao materialismo vazio e
estéril, que conduz ao crime.

Fica, pois, bem claro que a única solução efetiva para a


delinqüência é quebrar a conduta materialista através do
desenvolvimento da fé. É ela que levará todos os seres humanos a
reconhecerem a existência de Deus e a se libertarem dos grilhões
do materialismo.

2.3 - Educação verdadeira

Uma das principais razões pelas quais tantas pessoas não


acreditam na existência de Deus é terem, desde criança, recebido uma
educação voltada unicamente para o materialismo. Daí que, enquanto os
políticos e educadores não tomarem consciência da real importância
desse fato e continuarem negligenciando a educação baseada em
princípios espiritualistas, todas as demais medidas serão apenas
paliativas.

Por conseguinte, nossa tarefa consiste em iluminar a


humanidade, ou seja, reeducá-la, oferecendo-lhe exemplos de
comportamento positivo que a conduzam a um estágio espiritual mais
elevado.

É preciso fazer os criminosos entenderem que eles podem


ocultar dos homens as suas barbáries; jamais, porém, enganarão
a Deus. Somente através de tal atitude serão formadas pessoas
honestas, avessas a qualquer tipo de crime.

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Evangelho do Céu Vol. I

3 - Poder da Luz de Deus

3.1 - Luz Divina versus dogma

3.1.1 - Luz Divina

Não é doutrina, mas Luz de Deus, invisível, canalizada


através do Johrei. Tem o poder de mudar o homem. Em outras
palavras, atinge as profundezas da alma e a transforma mesmo
quando recebida com ceticismo. Desperta também a natureza
divina das pessoas, colocando-as em contato direto com Deus. Daí
a razão de muitos que consideram a Messiânica como qualquer
outra religião perguntarem por que ela não tem dogmas
específicos.

De fato, é um questionamento que deve ser atentamente


esclarecido. Se a religião consistisse apenas em doutrina, não
ofereceria mais do que padrões de moral. Estes, porém, não
bastam. O valor de um credo está na capacidade de conscientizar
seus adeptos do grande poder sobrenatural e operador de milagres
existente no Universo, o qual não pode ser meramente explicado pela
razão. De outra parte, consiste também na atuação do poder de
Deus, determinando a ocorrência constante de inúmeros prodígios.

3.1.2 - Dogmas

Um exemplo poderá esclarecer melhor o que estou


querendo dizer. Li recentemente, num romance, um trecho em
que a personagem dizia o seguinte: "Quando eu era jovem,
freqüentava aulas de religião e um dia discutimos sobre os
milagres relatados na Bíblia. Alguns acreditavam, outros não.
Como eu mesmo não os aceitava, ao chegar em casa, tentei riscar
todas as referências feitas a eles. Depois li novamente a Bíblia sem
essas passagens e pude verificar que se tratava apenas de um
livro sobre moral. Um conjunto de regras de conduta, portanto."

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Evangelho do Céu Vol. I

Da mesma forma são os mandamentos. Apresentam-se


como leis humanas, decretadas com a finalidade de desestimular as
transgressões e, assim, manter a ordem estabelecida na
sociedade. Também impõem punições quando essas mesmas leis
forem infringidas.

É, por isso, que há muitas religiões norteadas por preceitos


previamente estabelecidos. Os mais antigos e notórios são os Dez
Mandamentos dados a Moisés por Jeová. Durante a Era da Noite,
eles foram fundamentais. Como, porém, são normas que
determinam o que se deve fazer, ou não, pressupõem penalidades e
inibem, dessa maneira, pelo medo, todos os atos contrários a eles.

Ameaças e castigos, contudo, não são a melhor maneira de


impedir que um homem pratique o mal. Um alcoólatra, por exemplo,
provavelmente não deixará o vício se lhe disserem que a bebida lhe
faz mal, ou que será castigado se beber. O único meio eficaz de
salvá-lo é dissipar-lhe as nuvens do corpo espiritual, elevando-o a
um nível em que a sua natureza divina desperte e o faça sentir
uma aversão natural pelo álcool.

É, portanto, a tendência de perpetrar o Mal, ou de agir


desonestamente, que deve ser eliminada, pois são essas práticas
maléficas que deleitam as pessoas inclinadas a elas.

Após essas reflexões, dá para concluir que os dogmas


podem ser, até certo ponto, necessários. Não constituem,
entretanto, o objetivo último de ruma religião. Este é bem mais
profundo, pois visa ao alcance de um nível superior de consciência.
Eis a verdade que procuro transmitir através dos Ensinamentos.

3.1.3 - Importância das leis

Muitas vezes, parece mais fascinante ganhar dinheiro


desonestamente. Assim acontece porque a natureza divina de tais
criaturas está debilitada, ocupando um plano bem baixo. Com isso

64
Evangelho do Céu Vol. I

o espírito secundário fica fortalecido. Quando, porém, são


eliminadas as nuvens espirituais, a alma se eleva e a pessoa
torna-se incapaz de praticar o mal.

Por outro lado, é perigoso ficar sem regulamentos e


instituições penais, uma vez que muitos ainda permanecem num
nível inferior de consciência. É notório que, apesar do rigor na
aplicação das leis, há muita gente decidida a infringi-las, inclusive
homens de elevada posição social, ou detentores de altos cargos
públicos, ou políticos.

Também não é suficiente que o ser humano se abstenha de


cometer o mal por causa de ameaças e penalidades. O verdadeiro
caminho é a conquista de um nível em que a pessoa sinta prazer
na prática do bem e não veja nas leis fatores coibitivos, mas
maneiras de despertar para a vontade de Deus.

Do ponto de vista humano, talvez seja difícil compreender o


que prego. Contudo, quem já sentiu, no âmago de sua alma, uma
mudança interior em conseqüência do recebimento do Johrei,
reconhece a força da Luz Divina. Até mesmo aqueles que
atribuem grande importância ao intelecto se submetem ao poder
inefável de Deus e O reverenciam pela dádiva do Johrei.

3.2 - Milagre

3.2.1 - O que é?

A palavra "milagre" indica a ocorrência de um fato que


transcende às Leis da Grande Natureza. É algo, portanto,
impossível de acontecer, quando analisado a partir de um conceito
materialista que se baseia numa visão superficial dos fenômenos
naturais. Como hoje está bastante difundida a avaliação dos fatos
baseada apenas na matéria, as pessoas estranham que
acontecimentos extraordinários passem a fazer parte do cotidiano.

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Evangelho do Céu Vol. I

Para melhor compreensão, lembremos alguns exemplos.


Como explicar o caso de uma criança que despencou de altura
bastante considerável indo cair num precipício sem nada sofrer?
Ou o de colisões entre carros e bicicletas, em que o ciclista saiu
ileso e a bicicleta sem dano algum? Ou ainda o ocorrido com um
homem que, por ter chegado atrasado à estação, fora obrigado a
viajar no horário seguinte e mais tarde viera a saber do
descarrilamento do trem que perdera e do grave acidente do qual
ficara livre.

Em maior ou menor escala, quase todos os messiânicos


têm vivenciado milagres. Há alguns notáveis: um membro
conseguiu afugentar de sua casa um ladrão, ministrando-lhe Johrei
à distância. Outro foi salvo de um incêndio ao canalizar a Luz sobre
as chamas, que se desviaram devido a uma brusca mudança na
direção do vento.

Tendo em vista tantos fatos aparentemente estranhos, fica


claro que prodígios acontecem porque a causa que os determina se
encontra no Mundo Espiritual.

3.2.2 - Significado da aura

Outro ponto importante a considerar é o que diz respeito aos


tipos de milagres, especialmente os originados pela força da própria
pessoa e aqueles advindos de um poder que se encontra além da
matéria. Os resultantes de intervenções pessoais estão
intimamente relacionados a uma vibração energética própria de
cada ser humano e, na maioria das vezes, invisível para as pessoas
comuns. A essa energia se dá o nome de aura, uma espécie de
névoa esbranquiçada que assume a mesma conformação do corpo
físico, ao envolvê-lo. Apresenta também amplitudes diferentes
dependendo da pureza da alma de cada um. Quanto mais
elevada for, maior será a aura, podendo atingir até centenas de
dezenas de metros nas pessoas virtuosas. Já a do homem divino é
quase infinita.

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Evangelho do Céu Vol. I

Aqui está a explicação do porquê de tantos escaparem


ilesos de atropelamentos. É que, por terem auras amplas, ficam
protegidos, pois o choque é amortizado pelo fato de o espírito do
carro atingir primeiro a vibração energética da pessoa. O mesmo
acontece quando alguém cai de um lugar alto sem nada sofrer. Na
verdade, foi a sua aura que bateu antes no espírito da terra ou da
pedra, abrandando o impacto e impedindo-o de que se
machucasse.

Outro fato interessante é que a aura da casa dos que


praticam virtudes também se torna maior. Por isso, muitas vezes,
em casos de incêndio, essas residências não são atingidas pelas
chamas.

3.2.3 - Forças extramateriais

Vejamos agora como agem as forças extramateriais. Já


lhes falei, muitas vezes, que todo ser humano tem um Espírito
Protetor escolhido entre os seus ancestrais. É ele que protege e
avisa em sonhos, ou de alguma outra forma, quando algo
importante ou perigoso está para acontecer.

Por outro lado, se algumas pessoas têm missões especiais


ou estão servindo a Deus como instrumento, Ele envia um dos
seus auxiliares para salvá-las. É por isso que, em muitas
ocasiões, desastres aéreos ou terrestres são evitados no último
instante. O que ocorre, de fato, é a interferência de um espírito
divino, que tudo sabe, e pode salvar alguém atravessando o
espaço e o tempo numa fração de segundo.

3.2.4 - Conclusões gerais

3.2.4.1 - Milagre, uma ocorrência normal

Com base nas observações sobre a ocorrência dos milagres,


pode-se afirmar que eles jamais acontecem por acaso ou por

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Evangelho do Céu Vol. I

coincidência. Existe sempre uma razão; portanto, não há nenhum


mistério neles. São, pois, ocorrências normais. A sua ausência, sim, é
que constitui uma estranheza. Eis a razão pela qual diante de um
problema de difícil solução, fico esperando por um milagre e ele
sempre acontece.

Certamente, quem já acumulou muitas virtudes e tem uma


fé profunda também deve ter vivido experiências desse gênero.

Torna-se, pois, necessário que cada um procure, no dia-a-


dia, levar uma vida de constante aprimoramento para fazer jus a
muitas experiências milagrosas.

3.2.4.2 - Ampliação da aura

Com certeza, pessoas virtuosas percebem que, se


mantiverem o coração puro e só praticarem o bem, ampliarão, cada
vez mais, a sua aura e dificilmente sofrerão acidentes graves.

É também comum a muita gente sentir calor humano e uma


sensação de bem-estar quando se aproxima de uma pessoa com
aura ampla. Além disso, quem tem uma vibração energética
bastante intensa exerce grande atração sobre os demais e
consegue enorme progresso no seu campo de trabalho. É normal
acontecer de as casas que eu freqüento prosperarem
abundantemente. Também aqueles que se aproximam de mim se
fortalecem e se tornam felizes porque entram em sintonia com a
minha aura.

3.3 - Sermões

Desde a Antigüidade, todas as religiões têm transmitido os


seus ensinamentos através de sermões na tentativa de convencer
os adeptos à prática de boas ações. Dificilmente, porém,
conseguem atingir o âmago da alma humana. Em geral, tudo
permanece no limite físico como uma espécie de lei imposta, quase

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Evangelho do Céu Vol. I

sempre, pelo medo ou pela coerção. Não se pode negar, contudo,


que, se as pregações atingirem o mais profundo do nosso ser,
constituirão um meio eficaz de queimar máculas através dos ouvidos.

Por outro lado, a leitura de textos ou livros sagrados será


também uma extraordinária maneira de eliminar impurezas.
Portanto, usando os cinco sentidos, o homem pode purificar-se. E
ficando com a alma mais fortalecida, não conseguirá cometer
maldades. Ao contrário, tornar-se-á virtuoso e sentirá prazer na
prática do bem.

A Messiânica, entretanto, de modo muito especial, promove


a salvação pelo Johrei, cujo objetivo mais importante é atingir
diretamente as nuvens espirituais sem a interferência material dos
cinco sentidos. Assim, uma vez banhada pela Luz Deus, a alma
humana torna-se mais fortalecida; em conseqüência, a pessoa
usufrui benefícios incomparavelmente maiores.

É o que ocorre, por exemplo, com a cura das enfermidades.


Muitas vezes, doentes submetidos às mais variadas formas de
tratamento são curados pelo Johrei em curto espaço de tempo.

Por essa razão, na Messiânica, os sermões são empregados


apenas como um recurso secundário, pois o efeito da Luz de Deus
é mais rápido e menos trabalhoso. Também pelo mesmo motivo, a
Messiânica não pode ser considerada unicamente uma religião
como as demais que se fundamentam em leis e regras a serem
seguidas. Ao contrário. É um princípio de fé que procura salvar o
ser humano no seu todo, oferecendo-lhe meios para a eliminação
das máculas do espírito e das toxinas do corpo. Portanto, não se
limita somente a incentivar a prática do bem ou a transmitir normas
através de pregações, mas oferece uma oportunidade segura e
única de salvação integral da vida humana.

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Evangelho do Céu Vol. I

3.4 - Luz Divina e luz material

Entre a Luz de Deus e a dos jashin, trava-se uma guerra


constante.

Falar em luz dos jashin pode até causar estranheza, mas,


de fato, eles a possuem. É semelhante ao raio X, cuja radiação,
aliás, foi também criada por eles.

Para entender melhor a ação dessas entidades negativas, é


preciso saber ainda que entre elas existe uma hierarquia. Então, as
que se encontram no topo da escala emitem uma vibração falsa
que pode, às vezes, ofuscar a Luz de Deus.

Há, porém, uma diferença marcante: essa energia


emanada pelos jashin é um princípio solidificador, baseado na
luz material, originária da Lua. É o mesmo processo empregado
pela medicina. Também os curandeiros e algumas religiões se
utilizam desse método, tentando o restabelecimento de alguém
doente ou que, por algum motivo, está sofrendo.

De outro lado, a Luz de Deus tem o poder de queimar as


máculas espirituais e dissolver toxinas. Por essa razão, as
curas efetuadas pelo Johrei se fundamentam na eliminação das
impurezas e, desse modo, o homem readquire a perfeita saúde
tanto física, quanto espiritual e mental.

Deve-se, assim, perceber que agora, com a aproximação


da Era do Dia, o Mundo Espiritual está clareando cada vez mais.
E, proporcionalmente, a Luz de Deus vai-se tornando mais forte;
por isso, fica muito difícil para as religiões e a própria ciência
médica curarem por meio de solidificações. É por esse motivo
inclusive que o número de hospitais aumenta ano a ano.

Também nos últimos tempos, os jornais têm alertado para o


fato de estar aumentando consideravelmente o número de

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Evangelho do Céu Vol. I

pessoas que morrem por terem manipulado raios-X durante longos


períodos. Neste particular, posso afirmar-lhes que o efeito
solidificador do raio X, de tão forte, chega a petrificar toxinas. Como
exemplo, cito-lhes o caso de uma pessoa que atendi há alguns anos,
a qual fora tratada de um tumor ganglionar através de
radioterapia. As toxinas estavam de tal modo endurecidas, que tive
dificuldades para dissolvê-las.

Outro ponto a ser considerado é que, segundo uma lei


natural, qualquer impureza precisa antes atingir certo grau de
solidificação para depois liqüefazer-se. Esse processo ocorre
especialmente com as toxinas que se acumulam ao redor do
pescoço. Mesmo quando alguém já está recebendo Johrei, pode
acontecer primeiro uma solidificação maior para, em seguida,
haver a dissolução. É também nessa etapa que surgem as febres
altas, as quais nada mais são que meios normais e fáceis de
eliminar impurezas do organismo.

3.5 - Ohikari

Certa vez uma pessoa acordou segurando o Ohikari. Por


que, mesmo dormindo, conseguiu tirá-lo do pescoço?

Respondendo a essa pergunta, Meishu Sama deu a


seguinte explicação: o espírito secundário da pessoa que portava o
Ohikari estava sofrendo muito com a intensidade da Luz e, por isso,
quis livrar-se dele. Não conseguiu, porém, jogá-lo fora devido à
intercessão do Espírito Protetor.

Portanto, quem tentou se afastar do Ohikari não foi a


pessoa que o usava.

71
Evangelho do Céu Vol. I

CAPÍTULO IV - PURIFICAÇÃO

1 - Noções Básicas

1.1 - O homem mau é um doente

Este título pode causar estranheza, pois há muitos


indivíduos que, mesmo sendo maus, têm uma aparência
saudável. Externamente até parecem melhores que os outros,
mas o lado espiritual está muito doente.

Sempre estou dizendo que o homem perverso tem o seu


espírito primordial confinado por uma entidade maligna, a qual
enxotou inclusive o Protetor. Em suma, o corpo espiritual do
homem mau fica dominado por uma força negativa que age a seu
bel-prazer como amo e senhor.

Esses espíritos maldosos são, em geral, de animais. Por


isso, as pessoas por eles possuídas agem, muitas vezes, de um
modo extremamente grosseiro, cometendo, sem remorsos, as
maiores infâmias com a mais perfeita naturalidade e até se
comprazendo no que fazem. Torna-se difícil para alguém de bom
senso compreender como podem tais indivíduos agir de modo tão
desumano.

Sempre tenho ensinado também que todo o homem,


desde o seu nascimento, é acompanhado por um espírito
secundário de caráter animalesco.

Deus assim o permite por ser indispensável que o ser


humano satisfaça os seus desejos físicos para conseguir
sobreviver. No caso dos malfeitores, porém, o espírito secundário
tornou-se tão forte que o homem passa a expressar unicamente a
sua natureza animal. Algumas vezes, pode ocorrer ainda o encosto
de uma outra entidade do Mal. Em qualquer dos casos, o espírito
primordial é subjugado e, em conseqüência, o homem passa a

72
Evangelho do Céu Vol. I

agir segundo a vontade dessa força maligna que o está dominando.


Assim acontece sempre que muitas máculas se acumulam no
espírito. E quanto maior a quantidade das impurezas, mais forte
será a atuação das entidades negativas.

Devido também a essa mesma intensidade das nuvens


espirituais acumuladas, o sangue vai se tornando cada vez mais
impuro. Em conseqüência, a qualquer momento, poderá surgir
uma violenta ação purificadora representada por acidentes,
doenças e outros infortúnios.

Eis aí a causa dos muitos sofrimentos enfrentados pela


humanidade atualmente.

1.2 - Causas das doenças

Eu já expliquei anteriormente que todas as doenças têm


sua origem em três venenos, representados pelas toxinas
congênita, úrica e medicamentosa. Agora quero falar, um pouco
mais minuciosamente, sobre esse mesmo assunto.

1.3 - Toxina congênita

Corresponde àquela herdada dos venenos contidos nos


remédios. São impurezas que vão sendo acumuladas, através de
gerações, devido ao uso constante de medicamentos, as quais,
com o passar do tempo, transformam-se em uma espécie de toxina
muito perniciosa ao organismo.

Tal realidade a respeito da ação maléfica das toxinas, a


História do Japão mostra com bastante clareza. Consta, por
exemplo, que a varíola surgiu no país, após 1.300 (mil e trezentos)
anos da época do Imperador Kinmei. Sabe-se que no ano 538 d.C.
chegou, ao Japão, o Budismo e, logo depois, em várias partes do
território, começou a surgir a varíola. Então, nessa época, as
autoridades atribuíram o acontecimento à ira dos deuses pela

73
Evangelho do Céu Vol. I

chegada do Budismo e proibiram a sua divulgação. Entretanto,


apesar de a doutrina ter sido impedida, a doença não diminuiu. O
governo decidiu, por isso, liberar a propagação do Budismo,
dizendo que nada tinha a ver com o surgimento da varíola.

A meu ver, a causa do aparecimento dessa moléstia


encontra-se num tempo bem anterior ao da chegada do Budismo,
pois, muito antes, já havia sido introduzido no Japão o Kampoo
(método de tratamento chinês que se fundamenta no emprego de
ervas consideradas possuidoras de poderes curativos) e, por meio
dele, muitas toxinas foram sendo introduzidas no organismo
humano.

Por outro lado, a medicina japonesa aponta, como


causadora de diversas enfermidades, a sífilis hereditária. Também
na Alemanha existe uma corrente médica que admite serem todas
as doenças originárias do mesmo mal.

Para mim, contudo, essas proposições constituem erro. Na


verdade, as doenças resultam das toxinas congênitas e não da
sífilis herdada. Basta, para isso, observar que até mesmo os
médicos, muitas vezes, não são capazes de provar que os pais
ou avós de um doente tenham contraído sífilis sendo, por isso,
impossível de ser herdada por um de seus descendentes.

1.4 - Toxina úrica

Esta advém de urina que não foi totalmente eliminada


devido ao enfraquecimento da atividade renal.

Conforme a medicina postula, o rim é o processador da urina


e, ao mesmo tempo, o produtor de hormônios. Entretanto, não lhe é
possível, muitas vezes, eliminar todas as impurezas juntamente
com a parte desnecessária dos líquidos. Então elas permanecem no
interior do rim e, com o tempo, vazam e se acumulam em torno dele,
principalmente na parte de trás, onde ficam solidificadas em forma

74
Evangelho do Céu Vol. I

de toxinas que o vão pressionando até atrofiá-lo. Como resultado


desse procedimento, o excesso de urina, pouco a pouco, começa a
solidificar-se também nos dois lados da coluna vertebral,
chegando até à região do pescoço. Aqui está a causa do
enrijecimento das costas e dos ombros.

A seguir, essa mesma toxina se encaminha para a nuca e


se concentra nos gânglios linfáticos, nas parótidas e nas amídalas.

A gengivite inclusive é uma doença causada pelas toxinas


úricas que estão tentando sair através da gengiva. Na verdade,
então, essa doença não passa de uma impureza apodrecida que
vai sendo eliminada pela boca. Daí a razão de, ao tomarem
conhecimento desse fato, as pessoas sentirem-se enojadas, com
uma desagradável sensação de desconforto4.

1.5 - Toxina medicamentosa

Sobre esse assunto, já falei em outras ocasiões. Por isso,


agora somente quero explicar a maneira como tal impureza se
manifesta e as conseqüências que resultam de sua existência.

A toxina medicamentosa causa alguns sofrimentos bastante


sérios, tais como febres elevadas, coceiras, diarréias, vômitos,
amortecimentos, desânimo, etc.

De acordo com a minha experiência, a elevação acentuada da


temperatura é mais freqüente nas pessoas que tomaram muito
remédio durante longo período da vida do que naquelas que nunca
o usaram.

Também a dor provocada pela toxina oriunda dos remédios,


especialmente os produzidos no Ocidente, é mais aguda.
Assemelha-se ao golpe dado por alguém com uma faca que,
depois de introduzida no corpo, ainda é remexida dentro do
4
Também acho que o mau hálito tem sua origem nesse tipo de toxina úrica.

75
Evangelho do Céu Vol. I

ferimento. Em outros casos, é apenas uma dor forte e rápida como


um relâmpago que bate e passa. Já as causadas em conseqüência do
uso do Kampoo são quase todas pesadas, lentas e constantes.

No que diz respeito às coceiras, a maioria delas resulta do


emprego de remédios ocidentais, especialmente injeções de
cálcio, que produzem uma dermatose chamada urticária.

1.6 - Considerações finais

Como expliquei, existem meios para se distinguir os três


tipos de toxina. Assim então, quando se tocar a parte solidificada
do corpo com a ponta dos dedos, se não doer, significa a
existência de toxina congênita, hereditária; se a dor for leve, indica
a presença de toxina úrica e, sendo forte, é sinal das oriundas dos
medicamentos.

Portanto, com um treinamento sistemático, é possível a


qualquer mamehito tornar-se perito na habilidade de distinguir as
diferenças entre esses três perigosos venenos.

1.7 - Purificações severas

É importante prestar atenção ao seguinte ponto: à medida


que o homem muito perverso começa a despertar a consciência, ou
dar leves sinais de arrependimento, os seus atos maus vêm à tona
e acabam sendo descobertos por todos. É o início da purificação,
do desmoronamento do Mal.

Há um antigo provérbio japonês que bem confirma esse


fato: "enquanto o Mal está prosperando, vence até o Céu.
Quando, porém, o Céu se afirma, o homem é derrotado". Na
verdade, esse provérbio quer dizer que, ao se acumularem
máculas no corpo espiritual, ocorrerá, como conseqüência, uma
purificação por meio de intensos sofrimentos. É a Lei do Céu.

76
Evangelho do Céu Vol. I

A partir dessas constatações, podemos concluir que o


homem mau é um doente muito grave. Assim então, quanto maior
a sua maldade, mais severos padecimentos e sérias
enfermidades enfrentará, como um processo normal de purificação.

1.8 - Auto-recuperação

É normal haver terapias modernas tentando sustar as


doenças por meio de instrumentos de tortura, com resultados
pouco satisfatórios. O que, na verdade, ocorre, é o reaparecimento,
após algum tempo, da enfermidade com agravantes ainda mais
perniciosos.

No momento em que as pessoas atingirem maior


compreensão, relativamente ao processo das doenças, perceberão
com clareza o poder divino de cura agindo sem recursos
torturantes. É por isso que eu afirmo: a verdadeira medicina é
aquela capaz de desenvolver as habilidades de auto-recuperação
próprias do organismo humano.

2 - Tipos de Purificação

2.1 - Físicas

2.1.1 - Causas

A causa do surgimento das doenças são os remédios. Não se


assustem com essa afirmação, pois, na verdade, toda moléstia é
criada pelo tratamento médico. Então, o ponto central da sua origem
está no uso de medicamentos que, mesmo sendo empregados como
um meio de curar as enfermidades e diminuir o número de
doentes, produzem uma ação contrária, gerando assim um
engano quase impossível de ser admitido pela maioria. De fato, é
uma verdade tão clara que nem precisaria de comprovações;
entretanto as pessoas não a percebem e continuam iludidas. Os
remédios constituem, por isso, o grande enigma que leva a

77
Evangelho do Céu Vol. I

humanidade a confiar, cada vez mais, na medicina, acreditando


piamente que, através dela, podem ser resolvidos os problemas
das doenças.

Para esclarecimento de um problema tão misterioso, qual seja,


a causa das enfermidades, preciso dizer que o pensamento da
medicina está invertido, pois as interpreta no sentido negativo.
Quero, por isso, detalhar essa questão.

Desde a sua origem, o ser humano traz consigo toxinas


hereditárias e, após o nascimento, acumula outras, injetadas no
corpo de várias formas.

Ao expor esses conceitos diferentes, as pessoas podem ficar


surpresas, pois, desde tempos remotos, domina a idéia — que se
tornou um senso comum — de que os remédios existem para
curar as doenças ou auxiliar na manutenção da saúde. Por isso,
corre a crença de que a fabricação de bons remédios resolveria o
problema dos enfermos. Daí ser o objetivo principal dos tratamentos
medicinais a recuperação da saúde. Eis a razão de, especialmente
nos Estados Unidos, empreenderem-se grandes esforços no sentido
da descoberta de medicamentos cada vez mais poderosos e
eficazes. Entretanto, apesar dessa busca contínua, ao invés de as
doenças diminuírem, continuam aumentando gradativamente.

Não existe, portanto, nenhuma lógica na procura de novos


remédios.

2.1.2 - Todo remédio é droga

Originariamente não existia, no Globo Terrestre, remédio


algum. Com o passar do tempo, contudo, foram aparecendo
determinadas drogas que diminuíam o sintoma das doenças sem,
contudo, curá-las definitivamente.

78
Evangelho do Céu Vol. I

Na verdade, então, os remédios não passam de toxinas que


são introduzidas no organismo, deixando-o ainda mais debilitado.
Diante de tais constatações, deve-se ter cautela e observar
profundamente os fatos, procurando entender o porquê de todo
remédio ser uma droga altamente perniciosa.

2.1.3 - Toxinas e doenças

Como já expliquei, todos os órgãos do corpo humano foram


feitos para não processar totalmente elementos estranhos, mas
somente aqueles estabelecidos por Deus como nutrientes
necessários à manutenção da vida.

Então, por serem componentes adversos, apenas uma


pequena parte dos remédios é absorvida como nutriente; o
restante permanece no organismo em forma de toxinas que se
acumulam em vários pontos e, no decorrer das atividades
humanas, solidificam-se, concentrando-se nas regiões nervosas
mais solicitadas pelo uso.

E óbvio que os nervos mais requeridos são aqueles


localizados na parte superior do corpo, especialmente em volta do
pescoço. Aí é que se concentra o maior número de toxinas, as quais,
depois, se encaminham para o cérebro, olhos, ouvidos, nariz e boca,
locais onde também se acumulam.

Eis, então, o motivo de, em qualquer pessoa, serem


encontradas solidificações em volta do pescoço e nos ombros.
Quando essas toxinas atingem certa quantidade, surge uma ação
natural para eliminá-las. Nesse momento, através da febre, se
liquefazem, transformando-se em catarro, suor, coriza, urina
quente. Tal processo, denominado comumente de resfriado, não
passa de um método de eliminação de toxinas. Em geral, vem
acompanhado de um pouco de desconforto e mal-estar passageiros.
Importa apenas saber que se trata de um recurso de limpeza que
purifica o corpo e promove a cura.

79
Evangelho do Céu Vol. I

Uma gripe, portanto, é uma ação maravilhosa do organismo.


Mesmo tratando-se de um ato fisiológico muito simples, traz
resultados surpreendentes. Por conseguinte, cada pessoa que dele
se beneficiasse deveria render graças à Providência Divina pela
incomparável proteção.

Como, entretanto, o ser humano não conhece o valor


profundo do sofrimento da purificação, interpreta-o no sentido
negativo. E ainda, para impedi-lo, foi inventado o tratamento
médico. Daí ser possível entender o quanto está errada essa
postura. Na verdade, uma ação purificadora quanto mais forte, maior
vitalidade proporciona ao corpo humano. Sendo, então, bloqueado
esse processo natural de limpeza, nada mais ocorrerá senão o
enfraquecimento da força vital, através dos venenos chamados
remédios.

2.1.4 - Produção de remédios

Desde antigamente, vêm sendo extraídas de ervas, raízes,


cascas, minerais, órgãos de animais, etc., certas substâncias que
são transformadas em remédios, na forma de chás, pós, glóbulos,
líquidos, cápsulas, pomadas, injeções. Quaisquer dessas
substâncias, uma vez aplicadas ao organismo, paralisam a
purificação.

Na verdade, tais remédios não passam de venenos


fortíssimos que, em muitos casos, ameaçam a vida. Daí a razão de
serem tomados em pequenas quantidades, diluídos e em várias
vezes ao dia, para não provocar intoxicação. Então, de acordo com
essas prescrições, um remédio, para ser eficiente, deve apresentar
elevado nível de veneno sem, contudo, causar danos ao
organismo.

Triste ilusão! O que, na verdade, acontece é o aumento


exagerado de solidificações de toxinas exatamente pelo uso de
drogas com alto teor de toxicidade, as quais, em lugar de serem

80
Evangelho do Céu Vol. I

dissolvidas e eliminadas, permanecem no corpo, dando origem às


doenças, que afetam hoje grande parte da humanidade.

Daí, então, ser muito comum ouvirem-se freqüentemente


recomendações sobre cuidados higiênicos e prevenção de
doenças. Tais alertas criam nas pessoas um temor incontido de
pegar gripes e, por outro lado, certo contentamento pelo fato de a
vida humana ter sido prolongada por um pouco mais de sessenta
anos. São, pois, dois grandes erros tidos como importantes vitórias.
De fato, uma pessoa saudável, livre de impurezas, portanto, sem
doença, pode viver facilmente mais de cem anos, tendo inclusive
uma morte natural sem nenhum sofrimento.

Torna-se, por conseguinte, óbvio que a conquista de uma


vida longa, saudável, resulta de um organismo isento de toxinas;
por isso, tratamentos médicos nunca constituem meios de cura. São
apenas recursos para aliviar momentamente os sofrimentos. Daí
que procedimentos, tais como: repouso absoluto, compressas,
emprego de remédios, fricções com pomadas, resfriamentos por
gelo, aplicações com raios e eletricidade, tudo não passa de um
processo solidificador.

Mesmo assim, existem, dentre os inúmeros tratamentos em


voga, alguns um pouco diferentes. Um deles é a moxa (técnica da
medicina oriental que consiste em fazer pequenos pontos de
queimaduras nas partes do corpo afetadas por alguma
enfermidade. Produz um efeito semelhante ao da acumpuntura).
O outro é representado pelo aumento de temperatura do local
atingido pela doença para estimular a febre. Ambos os recursos,
contudo, trazem apenas um alívio temporário. Depois de certo
período de melhora, o problema volta como antes.

Além desses dois métodos, cujo princípio se baseia no uso


do calor, existe ainda a radioterapia, empregada na destruição de
células cancerígenas. Seria um excelente processo, se eliminasse

81
Evangelho do Céu Vol. I

apenas o câncer, mas, como acaba também com as células sadias,


produz efeitos colaterais indesejáveis, mais negativos que positivos.

Após tantas constatações, pode-se afirmar que a única


maneira de ser obtida a cura definitiva consiste na dissolução das
toxinas e sua posterior eliminação.

Até mesmo entre os médicos, já é corrente a expressão


"solidificar a doença". Para isso, empregam os remédios como o
meio mais eficaz. Entretanto, eles mesmos sabem que os
medicamentos que usam causam outras doenças. Fica, portanto,
claro que, quanto mais intenso for o tratamento médico, maior a
probabilidade de novas doenças aparecerem, além de o próprio
paciente ir piorando cada vez mais, pondo em risco a sua vida.

Para comprovar o que lhes digo, vou expor o resultado de


algumas observações. Em pacientes que desejam ardentemente
curar-se e, para tanto, usam remédios caríssimos, no geral, os
resultados são péssimos. Já outros que não ligam tanto para suas
doenças têm mais facilidade de obter a cura.

São comentários que ouço inclusive dos próprios médicos.

Da mesma forma, quem se preocupa exageradamente com


princípios de higiene torna-se mais fraco, enquanto aqueles menos
obsessivos possuem saúde melhor. Também freqüentemente ouço
dizer que as famílias dos médicos e enfermeiras são mais
suscetíveis a doenças.

Há ainda um outro fato interessante que sempre nos chama a


atenção: ao serem pesquisadas as causas da existência de
pessoas com notória saúde — na verdade, casos raros — os
entrevistados costumam dizer que nunca ficaram doentes, nunca
foram ao médico, nunca tomaram remédio.

82
Evangelho do Céu Vol. I

Concluindo, do meu ponto de vista, acho extremamente


necessário refletir bem sobre o que é a verdadeira saúde e a
maneira correta de como conservá-la, sem precisar do emprego
de medicamentos.

2.2 - Materiais

2.2.1 - Danos materiais

Tendo por base as conseqüências advindas dos danos


materiais, pode-se verificar que as purificações assumem
diferentes formas de acordo com a causa que as originou. Quem,
por exemplo, pratica roubos ou apropriações indébitas, acarretando
prejuízos materiais aos outros, ou leva um nível de vida superior
às suas posses, sofrerá dificuldades financeiras ou perda de bens
materiais.

Outra ocorrência bastante freqüente em famílias abastadas


é um dos filhos desperdiçar a fortuna que lhe foi deixada pelos pais.
Nesse caso, o que realmente acontece é algum dos
antepassados ter escolhido um descendente para eliminar os
pecados dos ancestrais, purificando assim a sua linhagem
sanguínea para impedir-lhe a extinção e, ao mesmo tempo,
proporcionar-lhe condições de prosperidade futura. É por isso que
nunca surtirão efeito conselhos ou advertências ao esbanjador. Ainda
com respeito a esse fato, observa-se comumente que o filho
perdulário é visto como mau, tido como o destruidor da família. Do
ponto de vista daijo, contudo, ele é superior aos demais, porque está
limpando as impurezas e corrigindo os erros dos antepassados.

Percebe-se assim que, em momento algum, existe a


possibilidade de o Bem e o Mal serem determinados
simplesmente pela razão humana.

Então, pode-se concluir que a purificação sempre se


processa de acordo com a Lei da Sintonia. Assim, se alguém

83
Evangelho do Céu Vol. I

comete falhas relacionadas a bens materiais, sofrerá, em


conseqüência, prejuízos causados por incêndios, assaltos,
roubos, perdas na Bolsa de Valores ou em jogos de azar, por
exemplo.

2.2.2 - Incêndios

Através de uma observação atenta, percebe-se que o


destino de pessoas, ou empresas, transforma-se, melhorando
bastante após grandes infortúnios como, por exemplo, um incêndio.
Na verdade, o que acontece é a queima das impurezas pelo fogo.
Tal foi o destino da cidade de Atami a qual, depois de ter sido
atingida por um incêndio, obteve enorme progresso.

Portanto, pode-se concluir, com muita segurança, que não


só acontecimentos bons são maravilhosos; também os
desastrosos geram benefícios, uma vez que eliminam impurezas do
corpo, do espírito e do ambiente. E, quando essa limpeza termina,
tudo fica melhor que antes. Então, não ter doenças é bom, mas ficar
doente também será uma bênção. Tendo, portanto, conhecimento
bem claro a respeito do verdadeiro significado de um processo de
purificação tanto física, quanto espiritual, o ser humano pode viver
com absoluta tranqüilidade.

São, entretanto, os Ensinamentos referentes à purificação,


verdades que só se aplicam aos homens de fé. Aos incrédulos,
qualquer sofrimento é uma desgraça contra a qual empreendem
lutas insanas. Nada conseguem, porém. Além disso, quanto maior a
batalha, mais a situação se complica até, finalmente, mergulharem
no abismo.

O segredo, portanto, da felicidade humana consiste em


compreender cada um, do fundo do seu coração, essas verdades
sobre as quais acabei de lhes falar.

84
Evangelho do Céu Vol. I

2.3 - Mentais

2.3.1 - Causas

2.3.1.1 - Encosto espiritual

Hoje, muito se fala em desmoralização das opiniões,


aumento da criminalidade e degradação política. Todos esses
assuntos têm estreita relação com as doenças mentais, cujas
causas estão na parte física e, ao mesmo tempo, relacionadas ao
fenômeno do encosto espiritual.

Espero não causar estranheza com o que vou dizer.


Qualquer pessoa, contudo, desde que não seja um doente mental,
poderá compreender facilmente as minhas colocações.

Quem recebeu uma educação puramente materialista vai


encontrar, entretanto, certa dificuldade de compreensão, uma vez
que foram orientados a não acreditar no invisível. O fato de
poderem negar não significa, de forma alguma, inexistência de
verdade. Afirmar, então, que não há espírito pela simples razão de
serem invisíveis equivale a dizer que ar e sentimentos também não
existem.

Como este Ensinamento parte do princípio segundo o qual


a existência do espírito é uma realidade, posso concluir, sem
medo de ser considerado supersticioso, que as doenças mentais
se devam encosto espiritual.

2.3.1.2 - Enrijecimento do pescoço

Pela minha experiência, tenho notado que as pessoas, na


sua grande maioria, têm o pescoço e os ombros enrijecidos.
Raras, porém, o percebem porque, nesses casos, o endurecimento
é tal, que as leva à insensibilidade. Exatamente nesse

85
Evangelho do Céu Vol. I

enrijecimento, contudo, está uma outra causa das doenças


mentais.

2.3.2 - Anemia cerebral e fenômeno do encosto

O enrijecimento do pescoço e dos ombros comprime as


veias que conduzem sangue ao cérebro e, com isso, provoca-lhe
anemia na parte frontal. O problema, porém, não se resume
apenas a uma simples deficiência de irrigação cerebral. Por ser o
sangue a materialização do espírito, a sua insuficiência no cérebro
causa também o empobrecimento das células espirituais que o
preenchem. Daí, entidades negativas se aproveitarem desse
enfraquecimento para aproximar-se das pessoas que apresentam
essa irrigação cerebral ineficaz. Na maioria das vezes, o encosto
é de um espírito animal. (No caso dos japoneses, o principal é a
raposa; pode também ser o texugo5 e, mais raramente, cão u gato.
Em se tratando de raposas, ninguém sequer imagina quão grande
é o seu interesse em manipular qualquer pessoa. É para elas uma
forma de se destacarem entre as demais companheiras.

Às vezes, é possível ocorrer também a interferência


simultânea de espírito humano e animal. Em qualquer dos casos,
porém, o fator determinante do encosto é a anemia cerebral.

2.3.3 - Funções do cérebro

A parte frontal do cérebro tem a função de governar o


raciocínio, enquanto a posterior comanda o sentimento. Com
base nessa realidade, pode-se dizer que, na raça branca, com a
parte frontal bastante desenvolvida, predomina o raciocínio. Já na
amarela, que tem a parte posterior mais ampla, imperam os
sentimentos.

Por outro lado, no interior do ser humano, trava-se uma


constante batalha entre razão e emoções. Quando o racional
5
Mamífero carnívoro das florestas da Europa e norte da Ásia.

86
Evangelho do Céu Vol. I

vence, a pessoa se torna cruel. Caso se sobreponham as


sensações, agem os instintos, o que é muito perigoso. O correto é
harmonizarem-se os dois lados, sem inclinação para nenhum
deles.

2.3.4 - Manifestação da vontade

E fundamental, para que as idéias se expressem em ação,


uma dose maior ou menor de vontade, cuja origem se encontra
no centro da região umbilical. É daí que partem as ações humanas,
posteriormente concretizadas através da trindade das idéias, ou
seja, da conjugação de três fatores, a saber: a vontade, o sentimento
e o raciocínio, constituindo este último o poder ativo que controla os
excessos das emoções e dos instintos. Então, ao manter a vida
em ordem, através do controle, pela razão, dos impulsos
espontâneos, o ser humano consegue levar uma vida normal. Se,
contudo, perder a força dessa lei, qual seja, o domínio da razão,
seus sentimentos ficam desequilibrados e ele cai no abismo,
tornando-se assim um doente mental.

2.3.5 - Esperteza do negativo

Sabendo que a lei da razão impera na parte frontal do


cérebro, o espírito negativo invade e domina exatamente esse
ponto. Entretanto, para que tal fenômeno ocorra, é preciso que essa
região esteja espiritualmente debilitada. Além do mais, pelo fato de
ser a parte frontal do cérebro o ponto mais elevado do corpo físico,
ao invadi-la, o encosto manipula livremente o ser humano.

Fica claro, então, que, se a pessoa estiver na plenitude de


sua energia espiritual, não há possibilidade de atuação do
negativo.

87
Evangelho do Céu Vol. I

2.3.6 - Poder de atuação do encosto

O poder de atuação dos encostos é proporcional à


escassez de energia espiritual encontrada na parte frontal do
cérebro. Essa debilidade energética advém da solidificação de
toxinas nas regiões do pescoço e ombro que comprimem os vasos
sanguíneos, impedindo a livre circulação do sangue no cérebro.

Pode-se dizer acertadamente que, nos dias atuais,


ninguém tem cem por cento de energia espiritual na cabeça.
Conforme já falei em outras ocasiões, mesmo as pessoas mais
notáveis da sociedade apresentam uma deficiência que varia entre
vinte e trinta por cento. Observem que, muitas vezes, perguntam
qual a razão de alguém respeitável ter cometido erros
imperdoáveis, ou estar impossibilitado de compreender
determinadas ocorrências, ou ainda ter falhado em pontos
relevantes. Na verdade, a causa são os vinte ou trinta por cento a
menos de energia espiritual no cérebro.

Até mesmo quando alguém consegue realizar atos


louváveis, apresenta uma deficiência energética de vinte por cento.
Mas, se cultivarem idéias negativas ou cometerem pecados, a
mesma debilidade atinge os quarenta por cento, estado esse
bastante comum no mundo atual, o que facilita muitíssimo a
atuação do espírito negativo.

2.3.7 - Histeria

Normalmente, as pessoas apresentam uma deficiência de


energia espiritual em torno de quarenta por cento, podendo, a
qualquer momento, ultrapassar os cinquenta. Nessa situação,
cometem atos malignos e erros imperdoáveis. É o caso, por
exemplo, das histerias, quase sempre causadas por espíritos de
raposa. Também as explosões de raiva ou ciúme têm como causa
a deficiência de energia espiritual do cérebro que já foi além dos
cinquenta por cento. Nesse estágio, a pessoa emite idéias

88
Evangelho do Céu Vol. I

desconexas e arma escândalos. É, porém, um estado


passageiro, já que o teor de deficiência volta para menos de
cinquenta por cento.

O homem deve, por isso, permanecer vigilante para evitar


cair nesse estado desesperador de descontrole emocional.

2.3.8 - Os criminosos

A razão pela qual existem atualmente tantos criminosos


reside no fato de a deficiência de energia cerebral ter ultrapassado o
nível dos cinquenta por cento. Nesses casos, o encosto costuma
ser o de um espírito animal que leva as pessoas a agirem e a se
sentirem como tais, manifestando uma crueldade bestial
inimaginável, embora ainda conservem a sua forma humana.

2.3.9 - Conclusões

a) Conforme já disse, não há ninguém que possua cem por


cento de energia espiritual. Por isso, todos podem ser
influenciados por encostos. Então, não existe ninguém que esteja,
de fato, livre das doenças mentais.

b) Em compensação, há um meio eficaz de cura para as


perturbações generalizadas que afligem a humanidade. É o
Johrei, que dissolve as toxinas solidificadas, permitindo que sejam
posteriormente eliminadas. Dessa forma, o sangue poderá irrigar
adequadamente o cérebro.

c) Como os messiânicos recebem Johrei com freqüência,


jamais ultrapassarão o limite de trinta por cento nas deficiências
espirituais. Nesse sentido, os Ensinamentos poderão contribuir
enormemente para a prevenção de um mal tão assustador como
o das doenças mentais.

89
Evangelho do Céu Vol. I

d) Quanto à origem das solidificações em volta do pescoço


e nos ombros, nem preciso dizer que advêm dos remédios.

2.4 - Espirituais

2.4.1 - Doenças e espíritos

Conforme já expliquei anteriormente, as doenças são ações


purificadoras necessárias ao fortalecimento da vida humana.

É preciso, entretanto, saber que existem algumas


enfermidades causadas por encostos de espíritos.

Sobre esse fato, desde antigamente, muitas religiões têm-


se manifestado, colocando como causa de todas as doenças a
interferência de entidades negativas.

Contudo, pelas minhas pesquisas e observações, concluí


que existem duas maneiras de uma doença se materializar. A
primeira é como um processo natural de purificação do corpo. A
segunda, como uma manifestação de espíritos doentes. Esses dois
aspectos estão inseparavelmente relacionados, porque a doença
causada por encosto fica limitada, no organismo, à parte
correspondente ao Plano Espiritual, a qual, com certeza, acumula
muitas máculas. Portanto, ao serem eliminadas essas nuvens, o
corpo espiritual atinge um determinado nível de purificação e, com
isso, a doença desaparece automaticamente do corpo físico.

Assim acontece porque torna-se impossível a um espírito


doente apoderar-se de um ser humano purificado e saudável. Em
outras palavras, quero dizer-lhes que a verdadeira causa de
qualquer doença são as nuvens espirituais. Daí a necessidade de
serem constantemente eliminadas pelo Johrei, para que o
organismo permaneça sempre revigorado.

90
Evangelho do Céu Vol. I

Pode-se, então, concluir que o aparecimento de doenças


não é culpa do encosto. O princípio correto de sua origem são as
inúmeras máculas acumuladas pelos seres humanos.

Guardem, pois, no fundo do coração, esta verdade:


nenhum espírito negativo tem poder para aproximar-se de pessoas
cujo organismo esteja livre de toxinas, e tenham a alma pura e
fortalecida.

2.4.2 - Nuvens espirituais

Por que se acumulam nuvens no corpo espiritual?

Devido à falta de Luz, sem a qual o poder do espírito


primordial fica limitado.

O que fazer então?

Para evitar a concentração de nuvens espirituais, é preciso


recorrer à religião, pois, no momento em que o homem se volta para
Deus, a Luz Divina penetra em sua alma; conseqüentemente,
aumenta a força do espírito primordial e não se acumulam tantas
máculas. Ainda, no caso de haver uma entidade animal parasitária,
será automaticamente afugentada e o espírito secundário perderá,
desse modo, o poder de praticar o mal.

Portanto, quem não se curva diante de Deus, corre o


perigo de, repentinamente, e por qualquer motivo, tornar-se um
homem mau. É por essa razão que eu afirmo: o homem sem fé é
perigoso.

Podemos, portanto, concluir que a causa pela qual os males


sociais não diminuem é exatamente a existência de muitas
pessoas incrédulas, nas quais não se pode confiar. Embora
aparentem bondade, nunca terão, de fato, uma índole benévola
porque lhes falta Deus no coração e, por esse motivo, não

91
Evangelho do Céu Vol. I

merecem confiança. São, na realidade, pessoas más e


gravemente doentes.

2.4.3 - Máculas e doenças

Muitas religiões já falaram sobre a relação entre máculas


espirituais e doenças. Agora eu vou comentar esse assunto do
ponto de vista da ciência divina.

Como já ensinei em outras ocasiões, toda vez que surgem


maus pensamentos ou se cometem erros, aumentam as nuvens no
espírito. Quando elas atingem um elevado grau de densidade,
ocorre uma ação purificadora para dissipá-las. É essa a lei do
Mundo Espiritual e dela ninguém escapa. Na maioria das vezes,
são processos eliminatórios que se apresentam como uma doença.
Assim acontece porque as máculas do espírito se manifestam no
físico em forma de sangue impuro ou pus.

Há, contudo, outros métodos de purificação representados


pelos mais variados infortúnios.

Um ponto fundamental também é saber que as doenças de


origem espiritual, ou seja, as causadas por pecados, são difíceis de
serem curadas. Geralmente a recuperação completa só ocorre
após longos anos. É o caso de moléstias como tuberculose, câncer,
osteomielite, por exemplo.

2.4.4 - Dissipação das máculas

Há duas formas de dissipar as máculas: pelo sofrimento e


pela prática de boas ações, as quais permitem que virtudes sejam
acumuladas.

Vou citar dois exemplos que poderão trazer a todos maior


esclarecimento a respeito das minhas considerações. Há alguns
anos, um jovem tuberculoso, que havia sido desenganado pelos

92
Evangelho do Céu Vol. I

médicos, ingressou num credo denominado Tenri. Ansioso por


realizar algum benefício em favor do próximo, decidiu limpar o
catarro que as pessoas cuspiam nas ruas de sua cidade. Dedicou-se
a essa tarefa durante três anos. Um dia, percebeu que sua moléstia
havia desaparecido e ele estava completamente curado.

O segundo fato refere-se ao episódio ocorrido com Tchogoro


Yamamoto, famoso bandido japonês, mais conhecido como Jirotcho de
Shimizu. Certa vez, Yamamoto encontrou-se com um grão-sacerdote
budista que lhe disse em tom bastante sério: "Vejo em seu rosto o
sinal da morte. Você tem, no máximo, mais um ano de vida". Diante
de tal presságio, algo tocou-lhe a alma. Então Yamamoto doou
toda a sua fortuna e retirou-se a um templo budista para aguardar
a morte. Passaram-se dois anos e nada lhe aconteceu. Um dia,
voltou a cruzar com o religioso e dirigiu-se a ele pensando em
acusá-lo de o ter enganado. Mas, antes que tivesse tempo de
pronunciar qualquer palavra, o grão-sacerdote lhe falou: "Coisa
estranha! Aquele sinal de morte, que vi em seu rosto, quando nos
encontramos pela primeira vez, desapareceu por completo. O que
você fez?!" Jirotcho contou-lhe como havia procedido e o religioso
concluiu dizendo a ele que a prática das boas ações o havia
afastado da morte.

3 - Aprofundamento sobre a Lei da Purificação

3.1 - Instrumentos de purificação

Um outro comportamento pouco recomendável é as


pessoas sentirem-se prejudicadas por aqueles a quem já
ajudaram tantas vezes. Os que assim pensam, têm muitas
impurezas acumuladas; por isso, deveriam antes examinar-se a si
mesmos, pois quem aparentemente nos prejudica está, de fato,
ajudando-nos a queimar máculas. Portanto, aqueles que nos
perseguem ou nos fazem sofrer estão sendo apenas instrumentos
de uma ação purificadora. Se todos compreendessem
profundamente essa verdade, iriam manifestar sempre muita

93
Evangelho do Céu Vol. I

gratidão às pessoas que lhes causam sofrimentos, sem nunca


as maldizer.

Vou relembrar o que aconteceu comigo para dar um


exemplo esclarecedor desses pontos aos quais acabei de me
referir. Em junho de 1950, houve uma séria perseguição à nossa
igreja e eu fui processado e preso. Alguns dos nossos membros
acharam a minha condenação injusta e criticaram, várias vezes, o
promotor. Até eu mesmo fiquei momentaneamente amargurado.
Mas, graças a esse incidente, a minha alma foi profundamente
polida e a nossa Igreja se tornou mais sólida. Sinto, por isso, extrema
gratidão por aqueles que me injuriaram. Encarar, dessa forma,
todas as adversidades, corresponde ao pensamento daijo e é um
dos pontos essenciais da fé.

3.2 - Relação entre remédio e doença

A medicina não esclarece o que é a doença. Mesmo com


relação aos efeitos dos remédios, existe pouca lógica. Se alguns
deles forem eficazes em certos casos, já são considerados
excelentes, mas não há base científica para explicar o porquê dos
resultados satisfatórios, ou não. Os pontos de referência
fundamentam-se somente nas observações dos resultados
produzidos pelo medicamento quando usado pelo paciente.

Não há, portanto, prova evidente de que haja relação entre a


doença e o remédio. Sabe-se apenas que ocorrem alívios
temporários da dor ou do mal-estar. É, portanto, totalmente errado
admitir que existe comprovação científica de que os remédios
curam as doenças. Nem mesmo os pesquisadores percebem esse
ponto da questão.

Quando os estudiosos realmente souberem que não há


relação entre a cura das doenças e as inúmeras drogas
existentes, vão ter de corrigir a base. E a minha missão é
exatamente mostrar a eles todos que, se houvesse, de fato,

94
Evangelho do Céu Vol. I

comprovação científica da eficácia de um remédio para a cura de


determinada doença, não haveria necessidade de descobrir outro
diferente.

Também é necessário não esquecer que são os medicamentos


os criadores da infelicidade.

Os mamehito já sabem que, tomando remédio, o sangue fica


impuro. Em conseqüência, criam-se nuvens no espírito, as quais, por
sua vez, causam-lhe o rebaixamento de posição no Mundo Espiritual,
fazendo-o chegar, às vezes, até o inferno.

Em razão da presença de tantas impurezas, o mundo atual


permanece sob o domínio do Mal. Quase ninguém vive, por isso,
feliz. Ao contrário, surge infortúnio após infortúnio. A causa de todo
esse sofrimento são os remédios que geram impurezas. Estas, por
sua vez, criam máculas que determinam a queda do nível espiritual
das pessoas.

Em síntese, são as drogas em geral que criam a infelicidade


humana. O remédio, portanto, não só causa doenças, mas também
todos os demais sofrimentos. Terrível realidade!!!

Para criar um mundo melhor, é preciso, portanto, eliminar


primeiramente o vício dos remédios, que é a causa de todos os
desmandos da humanidade.

3.3 - Processos de eliminação das toxinas

Um ponto sobre o qual quero me deter diz respeito a


machucados e queimaduras. Nestes casos, normalmente ocorrem
inflamações.

De acordo com o pensamento médico, vários recursos são


utilizados para impedir a eliminação do pus. Grande erro resultante
do medo! Na verdade, o estímulo gerado pelas queimaduras e

95
Evangelho do Céu Vol. I

machucados determina a concentração de toxinas no local atingido,


uma vez que qualquer pessoa mantém, no seu organismo, uma
quantidade de impurezas muito grande. Então, quando aparece
alguma oportunidade, as toxinas, naturalmente, se concentram nos
locais atingidos por lesões de qualquer natureza; ao mesmo tempo,
vão sendo eliminadas em forma de secreções purulentas. Daí que,
quanto maior for a parte queimada ou machucada, maior será
também a quantidade de toxinas eliminadas.

No entender da medicina, contudo, ferimentos grandes


aumentam a possibilidade da contaminação por bactérias; por
isso, quaisquer dos seus procedimentos visam impedir o processo
de supuração com o emprego de medicamentos desinfetantes
acrescidos, muitas vezes, de compressas que tentam resfriar o
local, além de aplicação de injeções e recomendação de repouso
absoluto.

Dentre todos os métodos usados pela medicina para evitar


a formação de pus, o que causa maior problema é o uso de anti-
sépticos, porque a toxina desse medicamento penetra diretamente
no músculo e, com o correr do tempo, provoca intoxicação bastante
séria.

Então, pode-se dizer que, embora a bactéria seja um


pequeno ser vivo, o remédio utilizado para matá-la deixa seqüelas
terríveis no corpo humano. Além disso, com o passar do tempo, o
anti-séptico anteriormente empregado vai-se acumulando no
corpo até se transformar numa toxina muito violenta. Esta, mais
tarde, provocará uma purificação caracterizada por febre, dor, mal-
estar, sintomas esses causadores sempre de algum transtorno
indesejável, embora, por outro lado, constituam processos
importantíssimos de eliminação de impurezas. Normalmente,
porém, quando consultados, os médicos sempre dizem
desconhecer a origem de tais sofrimentos; na verdade, eles são
causados pelos próprios tratamentos feitos com anti-sépticos.

96
Evangelho do Céu Vol. I

Ouço também, com freqüência, os médicos dizerem não


haver meio de tratar certas doenças. É que, na realidade,
desconhecem a verdadeira causa que as gera.

Outra questão fundamental no que diz respeito à


eliminação das toxinas é saber que o ponto focal da diarréia está
localizado na cabeça e nas costas. Torna-se, por isso, evidente que
as impurezas presentes nesses lugares, ao serem dissolvidas,
encaminham-se primeiramente para a barriga onde, mais tarde,
se manifestam em forma de disenteria.

Ainda é necessário não esquecer que há outros casos de


desarranjos intestinais provocados por intoxicação alimentar.

No que diz respeito à eliminação das toxinas acumuladas na


cabeça, normalmente são expulsas do organismo através das
hemorragias. Nesses casos, quando o sangue sai pelo ânus, têm-se
as chamadas hemorróidas hemorrágicas.

Em outras circunstâncias, essas mesmas toxinas da cabeça


podem também acumular-se, após a dissolução, primeiro na barriga,
para depois serem eliminadas através da disenteria. É um trabalho
feito naturalmente pelas bactérias causadoras da diarréia, com
muita rapidez. Por isso, quem tiver qualquer tipo de problema
intestinal, se não usar medicamento algum, obterá a cura
espontaneamente, apenas recebendo Johrei, cujo poder trará,
como resultado, a eliminação das impurezas.

A medicina, entretanto, por desconhecer essa verdade,


impede a saída natural das toxinas pelo emprego de diversos
tratamentos que, em vez de melhorar, agravam ainda mais a
doença e o estado geral do paciente. Se a medicina entendesse, de
fato, essa lógica, a humanidade receberia enorme ajuda e muitos
sofrimentos seriam eliminados.

97
Evangelho do Céu Vol. I

Causa-me profunda pena o não-entendimento de uma


questão deveras simples!

3.4 - Capacidade de regeneração do organismo

Um dos pontos mais errados da medicina contemporânea


é não admitir que o ser humano já traz, ao nascer, uma capacidade
natural de regeneração das partes do seu corpo que
eventualmente tenham sofrido perdas parciais, ou algum tipo de
lesão, ou mesmo tenham sido atacadas por alguma moléstia.

De um modo geral, os doentes ouvem, nas consultas


médicas, ter sido bom procurar, de imediato, o tratamento, pois um
atraso poderia causar danos maiores. Na verdade, tal colocação
quer dizer que, do ponto de vista médico, deixar qualquer doença
seguir o seu caminho natural pode piorar a situação. Daí a razão
de, com o máximo esforço, tentarem impedir, o mais rápido
possível, o avanço da moléstia por meio de tratamentos
medicamentosos.

Eu quero, porém, mostrar que, neste ponto, existe um


grande engano porque, como sempre falo, a doença é um
processo de eliminação das toxinas do corpo; por isso, se não
houver interferência na ação purificadora, o organismo se
recompõe naturalmente, trazendo, como resultado, a cura da
doença. Quer dizer, então, que febres, catarros, tosses, mucos
nasais, suores, diarréias, dores, coceiras, etc., decorrem da
eliminação das toxinas e, portanto, são necessários. Com um
pouco de paciência, todas as impurezas serão expulsas do corpo
por meio desses agentes purificadores que o deixam
completamente limpo.

Atrasar o tratamento não significa nada, portanto. Como,


porém, a medicina desconhece a lógica da purificação, entende ao
contrário e tem muito medo de deixar que o ciclo da doença se
desenvolva naturalmente. Adverte, por isso, para a necessidade de

98
Evangelho do Céu Vol. I

combatê-lo por meio de remédios. Daí serem tentadas todas as


formas de impedir a eliminação das toxinas através de
procedimentos que, em vez de extirpá-las, as solidificam em várias
partes do corpo. Como resultado, a doença não acaba, continua.

3.5 - Poder natural de cura

Como já expliquei anteriormente, o corpo do ser humano


provoca, toda vez que se faz necessária, uma ação de limpeza,
através da qual muitas toxinas são eliminadas. A esse processo é
que eu chamo de poder curador natural do corpo. Já ao nascer,
todos trazem intrinsicamente essa capacidade para curar as
doenças. Então, a verdadeira medicina deveria respeitar essa
potencialidade especial, própria do organismo humano. Contudo,
agindo ao contrário, incentiva o desenvolvimento de recursos para
impedir a manifestação desse prodigioso poder de autocura, de
restabelecimento completo e natural da saúde, que o corpo possui
e, muitas vezes, não consegue usá-lo.

Os fatos mostram, claramente, as profundas contradições


dos métodos terapêuticos. Basta observar, por exemplo, uma
gripe. Cura-se rapidamente (mais ou menos, em uma semana),
deixando-a percorrer o seu ciclo natural, sem que seja impedida
com o emprego de remédios. Caso contrário, pode estender-se por
até três ou quatro semanas, além de haver a possibilidade do
aparecimento dos efeitos colaterais dos remédios usados e até de
chegar a uma tuberculose.

Embora sejam raras as vezes, existem, contudo, algumas


pessoas possuidoras de muita vitalidade que conseguem, usando a
sua força curativa natural, vencer os obstáculos do tratamento
médico. Na maioria delas, entretanto, após o uso de um
medicamento, ocorre a solidificação instantânea das toxinas que
estavam tentando dissolver-se. Como resultado, o doente pensa
que foi recuperado, mas é uma situação apenas aparente, pois a
cura definitiva não se concretizou.

99
Evangelho do Céu Vol. I

Concluindo, creio ter esclarecido a questão. Como se pode


ver, a medicina moderna teve grande progresso e, por isso, vem
recebendo da humanidade inteira calorosos elogios, mas é
exatamente aí que se encontra o ponto de interrogação. Por que
não conseguiu ainda proporcionar o tão desejado bem-estar ao ser
humano?

Pelo Johrei, entretanto, muito mais do que através de


qualquer tratamento médico, as pessoas alcançam momentos de
extrema felicidade, tendo o seu próprio poder natural de cura
altamente fortalecido. Pode-se, então, dessa forma saber que o
Johrei, a Luz de Deus canalizada através das mãos, é um método
de cura muito mais avançado e incontestavelmente lógico.

3.6 - Alimentos e manutenção da saúde

O Criador preparou alimentos especiais para serem


ingeridos pelo homem a fim de manter-lhe a vida. Foi por isso que,
em algumas espécies, colocou um sabor especial, como a
maneira de os homens poderem estabelecer a separação entre
produtos recomendáveis à manutenção da vida e aqueles
considerados prejudicais à saúde. Na verdade, tal princípio
significa que os seres humanos devem comer com alegria,
sentindo prazer e gostando do sabor oferecido pelos alimentos.
Só dessa forma pode ser provida a carência nutritiva do organismo.
Tal realidade mostra, claramente, como Deus preparou a vida
humana na Terra.

Pode-se também compreender, através de constatações


relativas à nutrição, que as pessoas hoje não se alimentam para
viver, pois poucas são capazes de distinguir o sabor verdadeiro e
próprio de cada alimento. Ingerem, por isso, qualquer coisa apenas
para saciar a fome.

Ao ser analisado, então, do ponto de vista da lógica divina, o


processo alimentar se torna extremamente misterioso.

100
Evangelho do Céu Vol. I

3.7 - Eliminação de máculas

Todos os sofrimentos são purificações através das quais


se eliminam as nuvens do corpo espiritual.

Há, porém, uma diferença enorme entre a penitência e o


ascetismo praticados pelos religiosos existentes e os infortúnios
que batem à porta, sem que ninguém os busque. Aqueles são
procurados de uma forma consciente, isto é, a pessoa faz questão
de sofrer intensamente para elevar-se, enquanto da purificação não
há como fugir; além de ser uma maneira muito melhor de
aprimorar, extingue, mais facilmente, as nuvens do corpo espiritual,
possibilitando ao ser humano enxergar claramente a realidade.
Como conseqüência, abre o satori6, o que significa, em síntese,
saber distinguir o verdadeiro do falso.

A Messiânica, que pertence à Era do Dia, ensina não haver


necessidade de penitência ou ascetismo para eliminar as máculas e
modificar o pensamento. Basta queimar, através do Johrei, as toxinas
e as nuvens espirituais acumuladas, que a alma acaba sendo polida
e o homem adquire tieshokaku (sabedoria).

3.8 - Despertar para a vontade de Deus

Em sua essência, o ser humano nasceu com a missão de


criar o mundo ideal planejado por Deus.

Quando, então, alguém se esforça para cumprir o que a


Vontade Suprema determinou, fica livre de doenças e demais
sofrimentos para poder executar o seu trabalho com alegria.
Também por isso, ao contrair alguma moléstia, cura-se
imediatamente.

6
Palavra amplamente usada no Zen-budismo. Significa despertar para a verdade, para a
iluminação.

101
Evangelho do Céu Vol. I

Embora todos os homens tenham nascido com toxinas


hereditárias e adquirido outras no decorrer da vida terrena — o que
lhes traz inúmeros transtornos — ao se dedicarem à Obra Divina,
são agraciados com purificações rápidas e se tornam mais
saudáveis. Acontece assim para que a concretização do plano
divino não seja interrompida. Fiquem, pois, sempre
despreocupados e realizem o seu trabalho com firmeza.

Ignorando, contudo, a importância da purificação, muitos


empregam toxinas, denominadas remédios, para refrear as suas
doenças. Por isso, desviando-se totalmente da verdade, não se
curam e ainda acumulam mais impurezas no corpo.

Para se corrigirem tantos erros, é necessário ficar bem claro


que o organismo precisa estar constantemente sob a ação de uma
limpeza realizada através da doença, bem como por meio de todos
os demais infortúnios que se acometem sobre a vida humana.

Partindo desse princípio, terão moléstias nos olhos, por


exemplo, aqueles que pecarem enganando os outros pela visão.
Sofrerá distúrbios auditivos quem proferir palavras que firam os
ouvidos do próximo; poderá também enfrentar doenças na língua ou
relacionadas à fala. Do mesmo modo, dores de cabeça são sentidas
por quem as causou aos outros. Problemas nos braços atacam
aqueles que os utilizam apenas em proveito próprio. Da mesma
forma, outras doenças poderão surgir, de acordo com a Lei da
Sintonia, que determina o aparecimento de uma ação purificadora
nas partes do corpo onde se verificar o acúmulo de toxinas ou de
máculas espirituais.

3.9 - Sofrimentos intensos

Ainda pode ocorrer outro fato interessante ao qual é preciso


ficar atento: quando alguém ingressa numa religião e procura viver
o mais fervorosamente possível, muitas vezes os seus sofrimentos
se tornam maiores. É bastante comum, nesses momentos, surgirem

102
Evangelho do Céu Vol. I

dúvidas, de modo especial no coração daqueles que não têm muita


fé. Em situações semelhantes, a atitude correta é procurar adquirir
muita sabedoria para entender que, na realidade, Deus está
querendo recompensar rapidamente tamanho fervor e dedicação,
trazendo a essa pessoa inúmeras graças. Mas, tal como um vaso
que precisa estar limpo para receber as flores, também o
recipiente humano deve purificar-se para fazer jus às bênçãos de
Deus. Portanto, nessas circunstâncias, se o religioso for capaz de
suportar com paciência todo o processo de purificação, receberá,
no final, graças acima de qualquer expectativa.

Foi exatamente o que aconteceu com a minha própria vida.


Durante vinte anos, afligi-me com dívidas imensas, por mais que
me esforçasse para resgatá-las. Eu já me havia resignado quando
finalmente, em 1941, consegui saldá-las e me senti muito aliviado. No
ano seguinte, para minha surpresa, começaram a entrar enormes
e inesperadas quantias de dinheiro. Fiquei extremamente
perplexo ante a insondável vontade de Deus.

3.10 - Misericórdia de Deus

Toda ação purificadora tem dois lados: ao mesmo tempo


em que o Criador deseja salvar o maior número possível de
pessoas, tem de corrigir os erros e limpar as impurezas. Essa
atitude manifesta não só o grande amor do Pai querendo a
salvação de muitos, mas também a imensa tristeza divina por ter
de causar inúmeras vítimas em conseqüência dessa profunda
queima de máculas acumuladas. Por esse motivo, eu afirmo que,
a partir de agora, a tristeza de Deus será ainda mais intensa, pois
vai haver um número enorme de sacrificados por causa da grande
purificação.

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Evangelho do Céu Vol. I

3.11 - Causa da infelicidade

Até hoje, examinei os remédios sob todos os ângulos, mas


ainda não falei minuciosamente sobre a relação entre eles e a
infelicidade humana. Vou fazê-lo agora.

É óbvio que a causa fundamental de todas as desgraças ou


benesses que envolvem as pessoas se encontra no Mundo Espiritual.
Por essa razão, o assunto precisa ser muito bem compreendido por
todos.

Desde tempos remotos, as religiões têm-se referido a


pecados e máculas, mas sempre de uma maneira muito
superficial. Há, porém, uma causa bem mais profunda, onde está
a origem de todo o problema: os remédios e as drogas. São eles, na
verdade, a essência das nuvens espirituais, embora venham
sendo usados há muito tempo e considerados como algo
maravilhoso.

Ao falar assim, sinto que vocês ficam bastante perplexos, mas


gostaria de que acreditassem plenamente nas minhas palavras,
pois são verdades que me foram reveladas por Deus. Por isso,
insisto em dizer-lhes que, ao colocar remédio dentro do corpo,
vocês estão envenenando o próprio sangue e simultaneamente
criando infelicidade para si mesmo.

3.12 - Hospital e religião

Ministro — A religião Tenrikyo ficou famosa por ter curado


muitas doenças.

Meishu Sama: Sim, expandiu-se através desse trabalho.

Ministro — Sendo assim, por que agora administra hospitais?

104
Evangelho do Céu Vol. I

Meishu Sama— Ah! Isso por que não consegue mais


resolver completamente o problema das doenças, o que vem
acontecendo desde 15 de junho de 1931. Num dos últimos dias,
alguém da Tenrikyo comentava não estar mais havendo curas, fato
que eu acho muito estranho porque, na época em que o fundador
vivia, as doenças eram sanadas. Foi isso que respondi a essa
pessoa, na ocasião. E ela até concordou comigo.

Na verdade, porém, a razão mais profunda reside no fato


de, como sempre falo, a Era da Noite ser regida pela energia da Lua.
Como a Tenrikyo tem a proteção do Deus Lunar, ensina que as
pessoas vão para Kanro Dai (pedestal de néctar). Foi por isso que
construíram uma coluna em cima do templo a que deram o nome
de Kanro Dai, no topo da qual colocaram uma vasilha semelhante
a um prato para recolher, durante as noites iluminadas pela Lua,
as gotículas de orvalho, depois distribuídas, em pequenas porções,
aos membros, que poderiam tomá-las quando ficassem doentes. Na
realidade, a Tenrikyo ensinava que as gotas de água energizadas
pela luz da Lua tinham o poder de curar as doenças. Naturalmente,
só poderia ser mesmo assim, pois, pela ação dos raios solares,
com certeza, essa porção de água secaria muito rápido. Além
disso, o Sol, pouco a pouco, está levantando e expandindo-se no
Universo. Conseqüentemente, a luz lunar vai perdendo a força e,
por isso, não consegue mais curar. Daí a razão de, nos dias
atuais, o ritual do Kanro Dai não ser mais realizado.

3.13 - O trabalho messiânico

A Messiânica, devido ao aumento de kasso (espírito do


fogo), tem realizado inúmeras curas, concretizando um trabalho de
salvação cujo poder reside na canalização do Johrei. Em outras
palavras, pelo fato de a luz solar ir gradativamente aumentando, a
resolução dos problemas de saúde tanto física, quanto mental
ocorre com mais facilidade. Ao mesmo tempo, torna-se também
muito evidente a todos nós a transformação do Mundo da Noite para
o Dia.

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Evangelho do Céu Vol. I

3.14 - Delinqüência juvenil

Ministro — A delinqüência juvenil tem cura?

Meishu Sama— Sim, pode ser curada. Esse problema, em


parte, é conseqüência das máculas dos pais. Tanto assim que o
sofrimento vivido por eles, em forma de constantes preocupações,
devido ao comportamento inadequado dos filhos, constitui uma ação
purificadora que vai queimar-lhes as impurezas acumuladas. Se,
entretanto, os pais, em vez de tentar corrigi-los, chamando-lhes a
atenção ou reclamando deles, se propuserem a fortalecer a fé e
acumular virtudes pela prática do bem e ajuda ao próximo, serão
capazes de diminuir consideravelmente as causas dos infortúnios
advindos dos atos irrefletidos de seus pupilos.

Outro ponto a ser levado em conta é que, de um modo


geral, os delinqüentes têm a parte frontal da cabeça febril. Então,
devido a essa situação, o seu raciocínio para discernir entre Bem e
Mal, certo e errado não funciona. À vista disso, não conseguem
dominar, na parte posterior, os impulsos ou sentimentos inferiores
que afloram. Torna-se, por conseguinte, imprescindível ministrar
Johrei na fronte para eliminar o estado febril. Uma vez que essa
região se mantenha fria, a delinqüência é curada.

A propósito, estou escrevendo agora um Ensinamento no


qual vou mostrar que a causa das guerras e conflitos reside na
sensação de desconforto ou na indisposição geral vivida pela
maioria das pessoas.

Notem que o ser humano não consegue brigar quando se


encontra sentimentalmente bem e vivendo de maneira agradável.
Já uma fronte febril gera irritação, raiva, intranqüilidade,
impedindo a manifestação da força do raciocínio equilibrado, o
único capaz de criar condições para o surgimento de um
ambiente de paz.

106
Evangelho do Céu Vol. I

A testa febril é também a causadora do surgimento


desregrado de apetites carnais e mundanos, os quais, em
conseqüência da liberdade de soonen, Deus permite que aflorem.
Entretanto, se forem postos em ação de maneira abusiva, geram
máculas. Então, quem mantiver fria a parte frontal da cabeça
conseguirá controlar perfeitamente esses desejos, antes de colocá-
los em prática. Não correrá, portanto, perigo algum. São, contudo,
muito poucos os que possuem essa virtude.

A partir de tais evidências, pode-se concluir que, se toda a


humanidade conseguisse manter a parte frontal da cabeça sem
febre, desapareceriam as guerras e haveria paz. Inclusive
pequenas discórdias, desentendimentos passageiros, briguinhas
não ocorreriam. Além disso, ninguém se deixaria enganar pelas
incitações demagógicas de ditadores de idéias ou de conceitos
preestabelecidos.

3.15 - Corrupção e criminalidade

Os crimes de corrupção têm sua origem nos medicamentos


ingeridos. Estes geram toxinas no organismo as quais anuviam o
espírito. Então, tirando-se as drogas, o problema seria
automaticamente resolvido.

Não é, porém, nada fácil eliminar do mundo um erro tão sério


quanto o da corrupção que, em última instância, é também incentivado
por espíritos animais que, não conseguindo trabalhar, se encostam
nas pessoas cujo corpo possui muitas toxinas. Se, contudo, não
existissem os remédios, seria impossível ocorrer essa espécie de
aproximação. Caso acontecesse, o espírito encostado teria
impreterivelmente de arrepender-se dos erros e pecados; por isso,
nem tenta se aproximar de alguém puro, isto é, sem máculas, sem
impurezas.

Não tenho, pois, dúvidas em afirmar que a origem da


criminalidade se encontra nas toxinas dos remédios.

107
Evangelho do Céu Vol. I

É notório também que, a cada dia, as maldades aumentam


quase na mesma proporção em que os jornais noticiam a
descoberta de novas drogas. Embora o efeito delas seja de apenas
vinte ou trinta por cento, a propaganda exagerada para vendê-las
faz com que as pessoas tomem grandes quantidades de remédios,
pensando tratar-se de algo bom, quer dizer, necessário à
manutenção da vida.

Atualmente, a indústria farmacêutica tem muito medo da


Messiânica. Na verdade, são os homens maus que a temem; por
isso, os bons, os fortes devem lutar bastante para esclarecer a
humanidade quanto ao perigo advindo do uso de remédios.

108
Evangelho do Céu Vol. I

CAPÍTULO V – MUNDO INVISÍVEL

1 - Plano espiritual

1.1 - Organização do plano espiritual

Quero mostrar-lhes como está organizado o Plano


Espiritual. É, de fato, uma realidade composta de três camadas,
totalizando cento e oitenta graus que, por sua vez, estão divididos
em três níveis, a saber: superior, médio e inferior. Cada um desses
níveis possui também sessenta graus, sendo que a camada mais
inferior corresponde ao mundo infernal; a média, ao purgatório e a
superior, ao Reino do Céu.

Ainda, dentro dessas sessenta categorias, existem três


divisões, cada uma de vinte graus, que correspondem também a
níveis inferior, médio e superior. Por fim, cada um dos vinte graus
apresenta mais três divisões semelhantes às anteriores.

Daí a razão de o sofrimento, no Mundo Espiritual, aumentar à


medida que o nível vai descendo. Então, o mais baixo plano do
mundo infernal se caracteriza pela existência de inúmeras doenças,
muita pobreza e incontáveis conflitos. Tanto assim que o Xintoísmo se
refere a esse nível como sendo o nesoko no kuni, quer dizer, lugar
extremamente fundo. O Budismo, referindo-se ao mesmo plano, o
denomina mundo sem luz, onde impera um frio intenso.

Por outro lado, à medida que se vai subindo para os outros


níveis, percebe-se um grande alívio, até que, ao chegar à camada
correspondente ao purgatório, começa um estado de vivência
equivalente à sociedade humana, com alegrias e sofrimentos
intercalados que corresponde a um estágio médio.

Após ultrapassar o purgatório, chega-se ao Reino do Céu,


plano que segundo o Budismo é o gokuraku joodo, quer dizer, lugar

109
Evangelho do Céu Vol. I

purificado, repleto de Luz, onde reina plena felicidade, abundância e


amor puro.

Observando-se atentamente essa realidade, ou seja, a


organização do Mundo Espiritual, dá para perceber que a maioria das
pessoas ocupa o purgatório. Nesse lugar, ninguém consegue viver
com tranqüilidade total. Além disso, é uma posição em que o
espírito está sempre subindo ou descendo de nível, de acordo com
os pensamentos emitidos, sentimentos expressos ou ações
realizadas por cada uma das pessoas. Na verdade, a grande
maioria desce. Tal fato pode ser observado através do tipo de vida
mostrado pela humanidade.

Com o que acabei de expor, sintetizei a relação entre os


Mundos Material e Espiritual.

1.2 - Camadas do Reino Espiritual

O Reino Espiritual se divide em três camadas: céu,


purgatório e inferno. Cada um desses níveis, por sua vez, se
subdivide em sessenta graus, perfazendo um total de cento e oitenta
camadas, às quais chamei de Reino Espiritual. Essas etapas
distintas estão estritamente relacionadas ao destino do ser
humano.

Para ficar ainda mais clara a idéia do que seja o Mundo


Espiritual, é preciso que o homem compreenda, em primeiro lugar,
que veio à Terra por ordem de Deus. Só assim poderá agir
corretamente e alcançar a tranqüilidade sem correr o risco de levar
uma existência vazia.

Além disso, cada um deve também ter em mente que o


desígnio de Deus é a construção do Reino do Céu na Terra, ou
seja, o estabelecimento de um mundo ideal, livre de infortúnios, cuja
magnificência e glória jamais poderão ser imaginadas. Foi

110
Evangelho do Céu Vol. I

exatamente para a realização desse objetivo que Deus concedeu a


cada um de nós uma missão específica.

1.3 - Relação do homem com o Mundo Espiritual

A fim de que todos compreendam claramente o papel que


devem desempenhar dentro do plano de Deus, é preciso saber que
cada ser humano tem a sua semente (à qual dei o nome de yukon)
numa das camadas do Mundo Espiritual. E, para a concretização
dos desígnios divinos, a alma humana recebe continuamente,
através do yukon, as determinações de Deus. Como, porém, a
maioria das pessoas tem o corpo espiritual coberto por máculas,
torna-se bastante difícil para elas intuir a vontade divina. Somente
aqueles que conseguem purificar-se, queimando as nuvens
espirituais pelo Johrei, são capazes de perceber o que Deus lhes
ordena.

Então, para a maioria dos homens, é muito difícil o


desempenho correto da própria missão. Além disso, existe ainda a
influência das entidades negativas, chamadas jashin, que se
aproveitam das máculas acumuladas para perturbar os seres
humanos. A fim de comprovar esse fato, basta ser lembrado o
malogro de muitos dos nossos planos. Há casos em que,
repentinamente, o destino vira, tomando rumos ignorados. Nesse
momento, o homem sente que algo, contra o qual quase nada pode
fazer, o domina, conduzindo-o a caminhos estranhos.

1.4 - Elevação do yukon

É importante cada um estar constantemente purificando-se


de suas máculas para que o yukon permaneça numa camada
bem alta do Reino Espiritual. Dessa forma, o destino e a missão do
homem tornar-se-ão também grandiosos, pois quanto mais alto for
o grau a que ascendeu o yukon, maior será a felicidade alcançada.
Portanto, dependendo do nível do yukon no Reino Espiritual, o
homem poderá viver no Céu, que é o mundo da alegria, onde não

111
Evangelho do Céu Vol. I

existem doenças nem conflitos, ou simplesmente permanecer


num plano inferior correspondente a um estado de sofrimentos,
discórdias, pobreza. Tal situação poderá ocorrer num grau de
intensidade cada vez maior, quanto mais baixa for a camada em que
se encontra o seu yukon.

Para que o homem, então, se torne verdadeiramente feliz, é


preciso, em primeiro lugar, colocar o yukon num nível bem elevado.
E o único meio de conseguir esse ideal é através da eliminação
das máculas que, uma vez extintas, deixam a alma leve para atingir
as alturas.

O processo da purificação pelo qual são eliminadas as


impurezas, tornando-se assim possível a elevação do yukon, é,
entretanto, longo e exige muito sacrifício e também prática de
virtudes. Há, porém, um meio pelo qual se pode ultrapassar, de
uma só vez e com muita tranqüilidade, dezenas de degraus nas
camadas do Mundo Espiritual: a canalização constante do Johrei.

Na verdade, equivale a dizer que, quem se inicia na Messiânica,


tem condições de modificar completamente a sua maneira de
encarar a vida. Além disso, adquire maior sabedoria e,
conseqüentemente, mais capacidade para apreender a verdadeira
essência das várias situações existenciais.

Também, sob o efeito da Luz de Deus, o homem torna-se


otimista e alcança a tão desejada paz. Inclusive materialmente,
prospera de modo misterioso. Não é, pois, de estranhar que todos
os dias pessoas afortunadas elevem suas vozes, rendendo
graças a Deus por terem sido salvas.

1.5 - Enigma do Mundo Espiritual

O Mundo Espiritual é realmente uma existência sutil e


enigmática. É quase impossível, por isso, compreendê-lo somente

112
Evangelho do Céu Vol. I

através do bom senso do homem contemporâneo, pois há


inúmeros recursos através dos quais a mente humana o influencia.
Como é um mundo totalmente composto de soonen (energia
projetada pela união do pensamento, emoção e vontade),
muitas formas lá existentes surgem do nada e da mesma maneira
desaparecem. Tais transformações não têm limites. Esse fato explica
também o porquê de, ao ser criada uma imagem, uma estátua,
tanto através da pintura quanto da escultura, dependendo da
elevação espiritual do artista, fazer diferença o nível da divindade
que vai incorporá-las.

Quer dizer, tudo depende da alma do autor. Quando


elevada, o espírito divino que envolve a obra por ele criada é
nobre e virtuoso. Por outro lado, se o artista se encontrar num
nível inferior, o grau de elevação do espírito incorporado é muito
baixo, parecendo um substituto, uma subdivisão. Portanto,
imagens idênticas podem apresentar graus diferentes de força
espiritual, uma vez que tudo está relacionado ao aprimoramento
do artista que a confecciona.

Um outro ponto importante diz respeito à .postura de quem


está rezando. Assim, quando a oração é feita com bastante
makoto diante de uma imagem, o espírito divino manifesta poder e
irradia luz intensa. Ao contrário, se for uma prece formal, sem
sentimento e respeito, a força divina diminui. Também é verdade
que, quanto maior número de pessoas rezarem imbuídas pela
mesma gratidão e sinceridade, mais intensa será a irradiação da
Luz de Deus.

Desde antigamente, se ouve a máxima segundo a qual o


que importa é a fé. Assim, a pessoa acredita que a força divina se
manifesta, mesmo sendo a oração dirigida a uma cabeça de
sardinha. Em outras palavras, significa que, embora o autor da
prece não tenha nenhuma qualificação espiritual, se criar uma
imagem e dela fizer momentaneamente uma propaganda bem
elaborada e muitos devotos começarem a dirigir-lhe preces, cria-

113
Evangelho do Céu Vol. I

se, através do soonen, uma forma de divindade no Mundo


Espiritual. A partir daí, essa imagem começa a manifestar uma
força relativa, concedendo inclusive muitas graças. Tal fato,
entretanto, resulta exclusivamente de idéias projetadas pelo soonen
humano. Daí a razão de se poder afirmar que o Mundo Espiritual é
um enigma. É certo, porém, que essas projeções duram pouco
tempo, pois não são verdadeiras; apenas ilusórias, como uma
onda que surge e logo desaparece.

1.6 - Espírito Protetor

Todos nós temos um Espírito Protetor, selecionado entre os


ancestrais, com certo nível de elevação espiritual, que emite um
sinal de alerta, quando nos encontramos na iminência de um
perigo. Um exemplo pode elucidar melhor esse ponto. Se, por
acaso alguém, por um imprevisto qualquer, perde um trem, com o
qual tenha ocorrido um acidente, com muitas mortes e feridos, esse
fato nada mais é do que a intervenção do Protetor para salvar a vida
de quem se encontra sob seus cuidados.

Conhecendo, portanto, antecipadamente a nossa sorte, os


espíritos guardiães procuram advertir-nos de todas as maneiras.

1.7 - Espíritos demoníacos

Agora vou falar sobre os espíritos demoníacos que também


existem em grande quantidade. São, na verdade, os malfeitores
que, devido ao seu apetite infernal, criam percalços e sofrimentos,
gerando infelicidades para os demais seres.

Obviamente, tudo resulta das idéias materialistas


emanadas pelos incrédulos, ou seja, por aqueles que não aceitam
a existência das realidades invisíveis. Tal ambiente, quando
observado do ponto exclusivamente espiritual, apresenta-se
assombroso, medonho.

114
Evangelho do Céu Vol. I

Ao fazer o outro sofrer, o malfeitor torna-se odiado pela


vítima que, de alguma forma, tentará vingar-se. Então o agressor é
atingido através do fio espiritual, formando a redor dele uma imagem
horrível. Se os perversos a pudessem enxergar, render-se-iam
imediatamente. O que ocorre, entretanto, é o contrário: dia a dia
aumenta o número de vítimas, chegando, às vezes, a milhares. Daí,
todas elas juntas criarem, através do soonen, um monstro tão
pavoroso que cerca os malfeitores e tenta destruí-los. Assim
acontece mesmo com heróis e homens ambiciosos. No final, não
encontram outro destino a não ser a destruição completa. É por isso
que grandes personalidades, historicamente famosas, seguem
esse destino. Por outro lado, tragédias que acontecem com políticos
inescrupulosos, decadência de grandes fortunas, fim trágico de
homens que fizeram muitas mulheres sofrer, ou de mal-
intencionados agiotas, têm a sua origem no mesmo drama, ou seja,
são vítimas do espírito vingativo daqueles a quem prejudicaram.

Já quem pratica virtudes recebe pensamentos de gratidão


que se transformam num halo de luz que as envolve. Como
resultado, nenhum jashin consegue aproximar-se e a pessoa
torna-se infinitamente feliz. Por exemplo, a aura que vemos
acompanhando imagens representativas de espíritos divinos
resulta exatamente do sentimento de gratidão das pessoas
beneficiadas com alguma graça especial.

Por todas essas constatações, dá para concluir quão forte é


o soonen do ser humano, bem como quanta perniciosidade
advém da ação dos espíritos demoníacos.

1.8 - Crianças superdotadas

Uma notícia recente de jornal fazia referência à uma criança


com seis anos que desenhava maravilhosamente. Quero também
tecer alguns comentários sobre o porquê do nascimento de
superdotados.

115
Evangelho do Céu Vol. I

Desde tempos remotos, gênios assim sempre apareceram.


Mesmo no Ocidente, sabe-se da existência de grandes músicos que,
já aos seis anos, tocavam de maneira excepcional e, a partir dos dez,
criaram obras extraordinárias. É o caso, por exemplo, de Schubert
que, dos dez aos trinta e um anos, compôs mais de quinhentas
músicas. Foi realmente um gênio na sua arte.

1.9 - Causas da existência de superdotados

O nascimento de superdotados está ligado a causas


especiais sobre as quais vou falar agora. Obviamente, todas elas
situam-se no Plano Espiritual. Daí ser difícil uma explicação através
da ciência materialista.

De acordo com as minhas idéias e observações, existem


duas causas fundamentais que determinam o aparecimento de
pessoas com dotes incomuns: a reencarnação, ou o encosto do
espírito de um grande gênio que já tenha vivido na Terra em outras
épocas.

Assim é que, muitas vezes, um grande músico, por exemplo,


mesmo vivendo hoje no Mundo Espiritual, não consegue esquecer a
sua especialidade, a que tanto se dedicava e de que muito gostava.
Em razão desse forte apego, reencarna prematuramente.

A outra causa reside na ansiedade que impede esses


espíritos de gênio de esperar até a próxima vinda ao plano terreno.
Por essa razão, procuram, dentro da linhagem de sua família,
algum descendente no qual possam encostar. Como, na maioria
das vezes, trata-se de uma criança, após a terem encontrado,
ficam aguardando até que ela tenha maior coordenação motora, o
que acontece aproximadamente aos seis anos. Nesse momento
então ocorre o encosto.

116
Evangelho do Céu Vol. I

A partir daí, por tratar-se da aproximação de espíritos de


extraordinária potencialidade, a criança superdotada, é óbvio, vai
manifestar surpreendente técnica e aptidão genial.
De outra parte, só pode ocorrer o encosto se o espírito tiver
certo grau de afinidade com a pessoa da qual se aproxima.
Também é sempre mais fácil encostar-se numa criança do que num
adulto.

Nenhum mistério representa, portanto, o aparecimento de


superdotados. São apenas seres livremente manipulados,
conforme o desejo do espírito do gênio que deles se aproximou. Não
haveria outra justificativa para crianças de seis ou sete anos
adquirirem técnicas que só um adulto teria condições de
desenvolvê-las.

Por outro lado, nem sempre essas pessoas conseguem


alcançar grande sucesso. De um modo geral, a sua genialidade
vai até certo período de tempo. Depois voltam a ser criaturas
comuns. É por isso que, nestes casos, não se trata de reencarnação,
mas apenas de um encosto permitido até certo momento da vida,
tendo em vista a missão recebida de Deus, ou também por alguma
deferência especial dos antepassados.

1.10 - Os três grandes planos


0 Deus Supremo

117
Evangelho do Céu Vol. I

60º Superior

60º Médio

60º Inferior

Para maior compreensão, explicarei mais detalhadamente


esse ponto. Primeiramente, é preciso saber que o destino de cada
pessoa tem suas raízes no Mundo Espiritual, de onde recebe
influência de acordo com o nível em que se encontra o seu espírito.

Entretanto o corpo inferior vive de elementos terrenos.


Esclarecendo melhor: tanto o Mundo Material como o Espiritual
apresentam-se em diferentes graus, dividindo-se em três grandes
planos: superior, médio e inferior. Cada um desses três níveis se
subdivide em sessenta subplanos, formando um total de cento e
oitenta graus, mais um. Um é o Supremo Deus.

Todos os demais espíritos, divinos ou humanos, pertencem


a um dos cento e oitenta subplanos restantes. Essa é a
classificação vertical.

No sentido horizontal, cada subplano forma uma faixa que


constitui um mundo à parte. Essas camadas superpostas
estendem-se desde o inferno até o céu. Suponhamos que o
espírito de um homem viva num dos vinte subplanos do grau
inferior. Significa que está no ponto mais baixo do plano inferior,
lugar repleto de sofrimento abismal. Quando tal estado se reflete

118
Evangelho do Céu Vol. I

no mundo físico, o homem enfrenta as piores desgraças. Nos vinte


graus imediatamente superiores, os infortúnios já são menores.
E, quando o espírito sobe outros vinte graus, seu estado melhora
acentuadamente. Assim, a proporção de alegrias e sofrimentos
difere de nível para nível.

Ultrapassados os sessenta subplanos inferiores, o espírito


atinge o grau médio. Este ponto equivale ao purgatório e corresponde
ao mundo terreno.

Mas, quando o espírito sobe aos sessenta graus


superiores, ingressa no mundo celestial, o Reino dos Céus, e
passa a integrar a categoria dos anjos, que vivem num estado de
júbilo perene.
Conseqüentemente, o destino de cada pessoa
corresponderá ao nível em que se encontra o seu espírito. Por
isso, o homem deve esforçar-se para se elevar ainda que seja um
único grau. Quanto mais se aprimorar, menores serão os seus
infortúnios e ele passará a viver numa situação de muita felicidade.

2 - Fios espirituais

2.1 - Em que consistem?

Não se emprega muito, ainda hoje, a expressão "fios


espirituais" porque sua importância é pouco conhecida. Na
verdade, são filetes energéticos invisíveis e mais rarefeitos que o
ar, os quais unem o homem à sua origem divina e às demais
pessoas com quem está relacionado. Não se pode, portanto,
desprezar a sua influência em todos os aspectos da existência,
pois deles depende a felicidade ou infelicidade dos seres humanos
e também, até certo ponto, o destino da História.

Quero salientar ainda que o fio espiritual será, num futuro


próximo, objeto de estudos científicos e religiosos, tendo em vista
não só a relação existente entre eles, como também a teoria da

119
Evangelho do Céu Vol. I

relatividade, os raios cósmicos e todas as questões concernentes


ao indivíduo em particular e à sociedade em geral. Por isso é
preciso conhecer profundamente o seu significado.

2.2 - Ligações por fios espirituais

As mais diversas relações se estabelecem entre os seres


através dos seus respectivos fios espirituais. Tomemos, como
exemplo, o leitor. É incontável o número de ligações que mantém
com outras pessoas. São fios grossos, finos, longos e curtos; uns
conectados ao bem, outros ao mal. Todos eles exercem
constantemente certa influência sobre aqueles com quem estão
relacionados. Por esse motivo, não será exagero dizer que a
existência humana é mantida por meio de energias vitais e
vibrações recebidas através dos fios espirituais.

2.3 - Variações de espessura

Um ponto importante: existe variação constante de


espessura entre os fios espirituais. O mais grosso une o casal. Em
escala descendente, segue-se o que liga pais e filhos, irmãos e
irmãs e depois outros cada vez mais finos estabelecendo ligações
entre tios e sobrinhos, primos, amigos e conhecidos.

2.4 - Luminosidade

Mais um aspecto notável é a mutação da luminosidade que


se observa nos fios espirituais, de acordo com a maneira de agir
dos indivíduos. Assim, quando reina harmonia e união entre um
casal, por exemplo, o fio é grosso e brilhante. Se, contudo, ocorrem
brigas e discórdias, torna-se fino e perde a luminescência. O
mesmo conceito sobre a luz emanada pelos fios espirituais se
aplica aos demais comportamentos humanos.

2.5 - Importância dos fios espirituais

120
Evangelho do Céu Vol. I

Ao se iniciarem relações de amizade ou quaisquer outros


relacionamentos, novos fios são formados. No caso das ligações
amorosas, em especial, tornam-se tão grossos que, por meio
deles, se entrelaça fortemente o pensamento dos dois enamorados,
produzindo uma sensação de prazerosa delicadeza e, ao mesmo
tempo, um sentimento de nostalgia. Desse modo, o fio espiritual
entre os que se amam fica fortalecido a tal ponto de não poderem
mais viver distantes um do outro. Nessas circunstâncias, torna-se
inútil qualquer tentativa ou conselho para separá-los. Ao contrário,
tende a exacerbar a paixão e a uni-los ainda mais.

Por que ocorre esse tipo de reação?

Exatamente pelo fato de o amor ser como a eletricidade,


que é gerada pelo contato de dois pólos: um positivo, outro
negativo. Aqui o papel do condutor elétrico é desempenhado pelo
fio espiritual. Foi por isso que, há algum tempo, pude salvar duas
jovens estudantes, a um passo do suicídio, por causa de uma
relação homossexual. Fiz, apenas, neutralizar espiritualmente a
eletricidade positiva de uma delas com ótimos resultados. No
espaço aproximado de uma semana, a paixão entre elas esfriou e
ambas voltaram à normalidade. Restabeleceram-se completamente
porque foi desfeito o elo que as unia.

2.6 - Influência exercida pelos fios espirituais

Embora seja possível cortar relações com pessoas estranhas,


não se pode fazer o mesmo com os fios espirituais que ligam
parentes consanguíneos, especialmente pais e filhos. Como há
estreita reciprocidade de pensamento entre ambos, um filho só
poderá ser bom se antes os pais se preocuparem devidamente
com o aprimoramento da própria conduta. De nada adiantará
reprovar a atitude dos filhos se não houver, em contrapartida, um
comportamento digno dos progenitores. Para muitos até parece
estranho que jovens transviados provenham de pais maravilhosos.
De fato, essa não é a verdade. Embora revelem-se pessoas

121
Evangelho do Céu Vol. I

aparentemente bondosas, são no fundo calculistas e têm, no corpo


espiritual, muitas nuvens acumuladas que se refletem nos
descendentes. Há ainda casos em que, na mesma família, um dos
filhos é bom e o outro, problemático. Também aqui, a causa dessa
diferença está diretamente relacionada com a vida anterior e com
as máculas dos pais, numa interligação mantida por meio dos fios
espirituais.

Temos, portanto, elos que nos unem não só aos parentes


vivos, mas também àqueles que já morreram. Mantemos ainda
ligações com as entidades boas, que nos aconselham a prática da
virtude, e com as demoníacas, cuja influência nos induz ao erro.
Assim, somos continuamente manipulados pelo Bem e pelo Mal.
Também os governantes, as personalidades públicas, os
empresários, os representantes do povo em geral, estabelecem fios
espirituais com as pessoas a eles relacionadas; por isso, exercem
grande influência sobre quem se encontra sob o seu comando. Se,
então, apresentarem muitas impurezas na alma, estas
indubitavelmente se refletirão na maioria das pessoas que a eles
estiverem ligadas. Dessa forma, só poderão exercer sobre os seus
subordinados uma influência perniciosa. Portanto, somente quem
tiver um caráter elevado e grande sabedoria poderá ser um
verdadeiro chefe de governo, um líder, ou um autêntico representante
do povo. Eis a razão pela qual o dirigente é o responsável pela
corrupção, o declínio moral e o aumento da criminalidade do país que
governa, ou da empresa que preside.

Por outro lado, os educadores devem, também, saber que,


através dos fios espirituais, exercem grande influência sobre todos
os seus discípulos. Precisam, pois, estar polindo continuamente a
alma para servirem de exemplo.

Da mesma forma, os fundadores de ordens religiosas,


presidentes de associações espiritualistas, sacerdotes e ministros, às
vezes reverenciados quase como deuses, têm a obrigação de
manter-se bem conscientes da intensa influência que exercem

122
Evangelho do Céu Vol. I

sobre a alma dos seus adeptos. Caso se aproveitem da posição


para atividades pouco recomendáveis, é certo que seus atos vão
se refletir no comportamento de todos os membros, podendo
inclusive desintegrar totalmente a instituição.

2.7 - Diferenças entre fios espirituais

Um ponto a ser considerado é a diferença entre os fios


espirituais de uma pessoa para outra. Tal fato está ligado à função
exercida por cada ser humano na sociedade. Assim, quem os tem
em maior quantidade é o chefe da família, ligando-o aos demais
membros e também aos empregados e conhecidos. Da mesma
forma, numa empresa, por exemplo, o presidente é quem possui o
maior número deles, através dos quais se relaciona com todos os
outros funcionários. O mesmo se pode dizer das personalidades
públicas, como chefes de Estado, ministros, governadores,
prefeitos, senadores e deputados, os quais têm ligações com o
povo que governam, ou ao qual representam.

Quanto mais alta for a posição ocupada por alguém, maior


o número de fios espirituais existentes. Por isso, os dirigentes
devem ter um caráter nobre para poderem exercer condignamente
a sua função na sociedade.

2.8 - Fios espirituais divinos

Não é somente o homem que tem fios espirituais. Deus e as


divindades também se relacionam por meio deles. Há, porém, entre
os fios espirituais humanos e divinos uma diferença que reside na
intensidade da Luz. O mesmo acontece entre os homens de
maior ou menor grau de elevação espiritual. Os mais aprimorados
irradiam uma tênue luminosidade, enquanto nos comuns, o fio
espiritual assemelha-se a uma linha branco-acinzentada que vai
escurecendo quanto mais perversa for a pessoa. Convém, por isso,
escolher cuidadosamente amigos e companheiros, uma vez que o

123
Evangelho do Céu Vol. I

contato com o bem torna o homem bom; o relacionamento com o


mal conduz ao erro.

Deve-se também considerar o seguinte: existem divindades


elevadas cujos fios espirituais purificam a alma daqueles que as
cultuam. Por outro lado, há espíritos malignos que transmitem
radiações negativas, induzindo o homem ao mal e à infelicidade.
Por isso, ao acatar uma fé, é muito importante o discernimento
entre entidades divinas e demoníacas.

É preciso ainda saber que, mesmo entre as divindades de alto


nível, há categorias diferenciadas de acordo com a luminosidade
do fio espiritual. Quanto mais elevadas forem, maiores serão os
milagres operados por elas, devido à forte irradiação da Luz que
possuem.

2.9 - Fios espirituais e objetos

O homem relaciona-se também com a casa onde mora e


com os bens que possui ou utiliza sempre. Quanto mais gostar das
roupas, jóias ou objetos de uso pessoal, mais grosso se torna o fio
que o liga a eles. Para esclarecer melhor esse ponto, vou citar um
artigo, publicado numa revista norte-americana de assuntos
espiritualistas, sobre uma mulher que possuía a estranha
faculdade de ver e descrever, através de um objeto, a fisionomia, a
idade, as ações recentes e outros atributos do seu dono. Segundo
consta, ela podia ver, ao concentrar-se, estampado no objeto o retrato
e as características do proprietário.

Pode-se concluir, então, o quanto é misteriosa a atividade e a


interferência do fio espiritual no relacionamento do homem com os
seres que o cercam.

2.10 - Ligações cármicas

124
Evangelho do Céu Vol. I

Ministro — Ao renascerem, as pessoas sempre são


encaminhadas para famílias e lugares com os quais têm ligações
cármicas?

Meishu Sama— Sim.

Ministro — Existe alguma exceção?

Meishu Sama— Não. Os contatos só acontecem quando há


relações cármicas. É uma realidade tão séria que até mesmo
quando alguém, andando na rua, for tocado, embora de leve, por
outra pessoa, significa a existência de alguma afinidade cármica
entre ambas. Caso contrário, jamais ocorreria tal incidente.
Os relacionamentos revelam, portanto, verdades profundas
às quais todos os seres humanos deveriam ficar atentos. Assim,
caso alguém tenha ajudado os outros, mesmo que há dezenas de
gerações anteriores, todos os beneficiados vão retribuir de
qualquer maneira diretamente ao benfeitor, ou aos seus filhos, ou a
seus descendentes.

Existem, inclusive situações em que o beneficente se


encontra no mundo infernal e vai demorar para sair de lá. Mesmo
que passe um longo tempo, um dia, impreterivelmente, vai receber a
retribuição.

Também as orações de sufrágio de familiares ou amigos,


dirigidas a algum falecido que já reencarnou neste mundo, a ele
retornam por meio do registro de sua passagem em determinado
nível do Plano Espiritual. Aqui está a razão de algumas pessoas,
repentinamente, serem agraciadas por acontecimentos
maravilhosos cuja causa elas mesmas não são capazes de
explicar. Na verdade, alguém, em algum lugar, está fazendo
orações de sufrágio procurando retribuir a ajuda recebida. Então,
esse preito de gratidão vai para o Mundo Espiritual e volta à Terra,
ao encontro de quem deve recebê-lo. Acertar na loteria, por
exemplo, não é acaso; existe uma razão mais específica para

125
Evangelho do Céu Vol. I

esse acontecimento. Já não ocorre o mesmo no caso de outros


jogos, tais como corridas de bicicleta ou de cavalos. Aqui é
diferente: trata-se de um antepassado que decidiu destruir toda
fortuna da família. Para isso, escolhe um dos descendentes que
gosta de jogar e o leva às apostas. Como acerta no começo,
enche-se de entusiasmo, mas depois perde tudo. Com isso, o
antepassado fica tranqüilo, porque conseguiu eliminar todas as
máculas através do desmoronamento da fortuna familiar,
permitindo que, a partir desse ponto, venha a prosperidade a
seus descendentes.

Há, portanto, um significado bastante profundo em todos os


acontecimentos que envolvem a vida de cada um dos seres
humanos. Então, assuntos relacionados a negócios, à pátria, à
família, a lugar onde mora, a amigos, às pessoas que aparecem
por acaso, aos objetos oferecidos por alguém, tudo tem uma ligação
cármica com quem deles depende ou participa. Até mesmo os
episódios mais insignificantes devem ser levados em consideração.

3 - Vibração espiritual e aura

3.1 - O que é aura?

O corpo espiritual do homem tem uma forma idêntica à do


seu corpo físico. A única diferença é que incessantemente irradia
uma vibração luminosa que, no Ocidente, recebe o nome de aura. É,
na verdade, um halo de Luz quase imperceptível para as pessoas
comuns, embora haja quem a enxergue com relativa facilidade.
Qualquer um, entretanto, com um pouco de concentração e
prática, pode percebê-la.

3.2 - Cor

Geralmente a aura tem cor branca, embora, em algumas


pessoas, apresente-se em outras tonalidades, como amarelo-
claro, roxo-claro, azul, vermelho, etc.

126
Evangelho do Céu Vol. I

3.3 - Espessura

A aura possui também uma espessura aproximada de três


centímetros, podendo, contudo, variar para mais ou para menos. É,
por exemplo, comum ouvir-se dizer que a sombra de certas pessoas
é fraca. Tal observação está relacionada à pequenez de sua aura. No
caso dos doentes, é sempre fina e vai diminuindo à medida que a
enfermidade se agrava, até desaparecer completamente na hora da
morte. As pessoas saudáveis, ao contrário, possuem aura mais
ampla. Nas virtuosas, além de ser maior, a vibração luminosa é mais
forte. A dos heróis, dos eruditos é bem extensa e a dos santos adquire
grande amplitude.
3.3.1 - Modificações de espessura

A espessura da aura não é definitiva; modifica-se


continuamente conforme os pensamentos emitidos ou atos
praticados. Assim, naqueles que agem de acordo com a justiça,
ela é mais espessa, sendo, porém, fina a de quem pratica
maldades.

É ainda importante saber que a amplitude da aura está


relacionada ao destino de cada um. Quanto maior for, mais feliz será
a pessoa, além de, constantemente, estar emitindo muito calor
humano e, ao mesmo tempo, proporcionando não só uma
agradável sensação de bem-estar àqueles com quem entra em
contato, mas também atraindo muitos outros para o seu convívio.
Da mesma forma, pessoas de aura fina emitem, ao redor de si, um
estado de tristeza, insatisfação, frieza, fazendo com que todos
percam a vontade de permanecer por muito tempo num ambiente
tão estranho. Daí que esforçar-se para adquirir uma aura de
grande amplitude constitui a base da felicidade.

3.4 - Essência da aura

127
Evangelho do Céu Vol. I

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que a essência da


aura está diretamente ligada à prática do Bem e do Mal. Assim,
pensamentos e atos de amor e justiça, bondade, ou qualquer
outro ato de nobreza estão proporcionalmente relacionados à
espessura da aura. A prática de boas ações, além de sempre
gerar satisfação na consciência, converte-se em Luz que se soma à
já existente no corpo espiritual. Por outro lado, externamente, tudo
que é feito pela felicidade do outro também se transforma em Luz,
por meio do sentimento de gratidão de quem foi beneficiado pela
ajuda recebida. Ao mesmo tempo, aquele que praticou o bem será,
mais uma vez, agraciado pelo aumento da vibração de sua aura.

Por outro lado, pensamentos e atos maus geram nuvens no


corpo espiritual, as quais se juntam às demais existentes,
aumentando-lhes o volume. Além disso, são ainda acrescidas das
transmissões de pensamentos de vingança, ódio, ciúme, inveja de
quem foi atingido pelo mal.

É, portanto, de suma importância proporcionar alegria e


felicidade aos outros, evitando sempre provocar pensamentos
maldosos ou mantê-los no coração, pois, com certeza,
enfraquecerão a aura.

3.5 - Causa dos insucessos

O mesmo processo comportamental, fundamentado em atos


de egoísmo e maldades, justifica também o motivo pelo qual
pessoas que obtiveram sucesso rápido e acumularam fortunas em
tempo recorde conheceram o fracasso e a ruína. Na verdade,
tendo atribuído a causa do êxito à própria capacidade, ou
esforço, tornaram-se vaidosas, egoístas, e entregaram-se ao luxo.
Dessa forma, acumularam: nuvens provocadas por pensamentos
de vingança, ódio, ciúmes, emitidos pelas pessoas às quais
prejudicaram. Como resultado dessa atitude inconseqüente, a
própria aura perde a luminosidade e diminui de espessura. Daí o

128
Evangelho do Céu Vol. I

motivo de tantas desgraças atingirem a vida de quem age tão


impensadamente.

Pela mesma razão, também se explica por que famílias


prósperas durante gerações chegaram à miséria; ou ainda de
pessoas de alta posição social, ou de outras que ocupavam cargos
superiores no país terem conhecido tantos insucessos.

Na verdade, quem é beneficiado de alguma forma deve


retribuir colaborando para o bem comum e, por meio desses
gestos altruísticos, estar continuamente eliminando as próprias
nuvens. A maioria, porém, só pensa em seus desejos egoístas e,
dessa forma, aumenta a quantidade de máculas. Então, mesmo
ostentando magnificência, têm um espírito miserável. Por isso, pela
Lei da Precedência do Espírito sobre a Matéria, infalivelmente se
destroem. Foi, por exemplo, o que aconteceu com Tóquio durante o
terremoto. Pouco antes, um vidente me havia dito: "Embora seja
uma cidade de arranha-céus, do ponto de vista espiritual, é um
aglomerado de favelas". De fato, mais tarde, toda essa previsão se
concretizou de modo assombroso.

3.6 - Exemplos dignos de nota

Há alguns exemplos famosos de homens célebres que


mantiveram, durante suas vidas, alta prosperidade em decorrência
de atitudes altruísticas. Um deles é o famoso milionário John
Davidson Rockffeler. Quando ainda era office-boy nos Estados
Unidos, começou a contribuir para a igreja católica, pois, já nessa
época, achava que o homem deve praticar boas ações. Inicialmente,
doava cinco cents por semana. À medida que ia melhorando o seu
salário, aumentava o valor das contribuições, chegando finalmente a
fundar a Instituição Rockefeller, que ainda hoje colabora no
progresso social e científico. Desde o começo, todas as suas
doações foram sendo anotadas num caderno que permanece com
sua família como um tesouro.

129
Evangelho do Céu Vol. I

Outro exemplo é o de Andrew Carnegie, fundador da maior


usina siderúrgica dos Estados Unidos. Pouco antes de morrer,
decidiu fazer o que sempre pregava: doou toda sua fortuna a obras
sociais. Para o herdeiro, deixou apenas um milhão de dólares e o
custeio dos estudos universitários. Só no ano de 1903, as suas
contribuições para bibliotecas, laboratórios e universidades
equivaleram a dez milhões de dólares. O montante das ofertas
anônimas, entretanto, foi de duas a três vezes maior. Logo após a
Segunda Guerra Mundial, Carnegie destinou enorme soma para a
Fundação da Paz Internacional. Uma parte dessa contribuição
permitiu que se fizessem extensas pesquisas sobre a relação entre
a guerra e a criminalidade. Esses estudos foram depois
completados pelo professor Walter Lippmann e publicados em livro,
cuja leitura colaborou enormemente para a felicidade mundial.
Ao serem relatados fatos como os dos exemplos citados,
pode-se descobrir onde se encontra a causa da prosperidade
humana. Não é, com certeza, fundamentada em atitudes egoístas.
A ruína de grandes riquezas não ocorre, portanto, por acaso.

3.7 - Algumas conclusões correlatas

a) Acidentes e infortúnios podem ocorrer mais facilmente


com pessoas que têm aura fina, porque o cérebro não funciona
adequadamente devido à presença de muitas nuvens espirituais.
Faltando-lhes o correto discernimento e o poder de decisão, não
conseguem prever os acontecimentos. Então, sonhando com
êxitos instantâneos, apressam-se e põem tudo a perder, além de
acumularem inúmeras máculas.

b) Quando a política de um país vai mal, com certeza, seus


dirigentes e representantes, bem como o povo, que sofre as
conseqüências da má administração, têm aura fina. É um processo
inevitável.

130
Evangelho do Céu Vol. I

c) Pessoas com muitas nuvens espirituais estão sujeitas a


sofrer, com freqüência, ações purificadoras; por isso, facilmente
contraem doenças, ou se tornam vítimas de outros infortúnios.

d) Aqueles que sofrem acidentes de trânsito sempre têm


aura fina. Quem a possui espessa escapa dos perigos em qualquer
circunstância. Assim, quando ocorre um choque entre veículos, os
atingidos são os de aura fina. Observem-se os casos de pessoas
que, mesmo sendo atropeladas, não levam sequer um arranhão.
Tal fato se deve à espessura e elasticidade de sua aura.

3.8 - Conclusões finais

a) A partir da análise de fatos ou acontecimentos, às vezes,


corriqueiros, pode-se perfeitamente concluir que o único caminho a
seguir para tornar-se um afortunado é o da prática do Bem e da
virtude. Agindo assim, cada um em particular ampliará, dia a dia, a
própria aura. Não adianta, pois, queixar-se da sorte, do destino. É
preciso, sim, saber como estar constantemente buscando o
aprimoramento.

b) Mesmo em se tratando do Johrei, pode-se perceber


facilmente que ministrantes de aura espessa obtêm melhores
resultados.

c) Também quando um mamehito consegue salvar grande


número de pessoas e recebe, por essa sua disponibilidade de amar
o próximo, intenso sentimento de gratidão, muito espessa se
tornará a sua aura e bastante eficaz será o Johrei que canaliza.

4 - Vida e morte

4.1 - Vida após a morte

131
Evangelho do Céu Vol. I

Para o ser humano, não existe problema mais aflitivo que a


morte. Daí o fato de uma explanação sobre essa realidade
proporcionar muita satisfação às pessoas em geral.

Espiritualistas europeus já se dedicaram ao estudo da vida


após a morte e publicaram várias conclusões a respeito. Eu vou
falar também sobre o assunto, mas com base nos resultados que
obtive ao pesquisar esse mesmo fenômeno.

Então, a partir das minhas observações, posso afirmar que,


ao deixar o corpo físico, o espírito retorna ao Mundo Espiritual,
onde reinicia uma nova vida. Normalmente, esse processo ocorre
de três maneiras diferentes: os espíritos purificados, isto é,
aqueles que acumularam virtudes, praticando o bem durante sua
vida terrena, saem pela testa. Já os que têm muitas máculas
resultantes de pecados e ações malignas, deixam o corpo físico
pela ponta dos pés. E os espíritos considerados médios, ou seja,
aqueles cuja evolução ainda não é suficiente para entrarem no céu,
mas também não se encontram tão maculados que mereçam o
inferno, saem pelo umbigo.

Um exemplo poderá elucidar ainda melhor essa questão.


Certa vez, uma enfermeira ocidental, com dons de clarividência,
descreveu da seguinte maneira a sua experiência com um
moribundo: "Um dia, ao observar um paciente que estava morrendo,
vi uma substância branca, semelhante a uma névoa, sair da sua
testa como um fio e espalhar-se lentamente pelo espaço,
formando grande massa irregular parecida com uma nuvem que,
aos poucos, foi assumindo forma humana. E, alguns minutos mais
tarde, transformou-se na perfeita reprodução da figura do paciente
quando vivo. Assim ficou ele a observar, durante algum tempo, o
próprio cadáver. A seguir olhou para os seus parentes chorosos e
inconformados por ver-lhe o corpo sem vida, como se quisesse
mostrar-lhes que estava ali. Mas depois — certamente ao se dar
conta de que se encontrava numa dimensão diferente — pareceu

132
Evangelho do Céu Vol. I

desistir da tentativa, pois dirigiu-se para a janela por onde saiu


flutuando".

Esse relato descreve perfeitamente o que ocorre no


momento da morte.

4.2 - Conceito de morte

No Budismo a palavra morte significa "o que vai nascer", pois


quem deixa esta Terra, na verdade, está nascendo no Mundo
Espiritual. Aí permanece durante um tempo que varia bastante,
podendo corresponder a espaços curtos ou, às vezes, a dezenas,
centenas e até a milhares de anos. Depois retorna ao mundo físico
e assim sucessivamente.

De um modo geral, durante os anos de vida terrena, o ser


humano vai acumulando, consciente ou inconscientemente,
máculas no seu corpo espiritual. Quando as doenças ou a velhice
lhe deterioram o corpo físico, impedindo-o de exercer as suas
tarefas, ocorre a morte. E o espírito regressa ao Mundo
Espiritual, onde a purificação das máculas ocorre de maneira
acelerada, durante um período que poderá ser longo ou curto,
dependendo da quanIdade de impurezas adquiridas no decorrer
da vida terrena.

O volume de máculas determinará também o nível — mais


alto ou mais baixo — no qual o espírito permanecerá.

Após certo grau de purificação, renasce novamente na Terra


por ordem de Deus. Essa é a lei da natureza humana.

4.3 - Reminiscências de vidas passadas

Há vários tipos de temores ou fobias que as pessoas


carregam consigo de uma vida para outra.

133
Evangelho do Céu Vol. I

Existem, por exemplo, alguns homens que se orgulham de


sua conduta irrepreensível, vangloriando-se de não conhecerem
outra mulher, além da esposa. Outros permanecem solteiros até o
final de seus dias. É que, na verdade, todos eles, na vida anterior,
tiveram experiências desastrosas com mulheres e morreram com
um profundo sentimento de aversão ao sexo oposto, emoções
essas que lhes ficaram gravadas na alma.

Há inclusive pessoas que detestam ou temem certas aves,


insetos ou animais, porque morreram em conseqüência do ataque
de algum deles. Outras têm medo da água, do fogo, ou de lugares
altos porque tiveram a morte causada por afogamento,
queimaduras, ou quedas violentas.

Sabe-se também da existência de muitas pessoas que


temem aglomerações e, por isso, evitam lugares onde há muita
gente reunida. É porque morreram pisoteadas em meio a uma
multidão. Há as que se sentem inquietas estando sozinhas. Estas,
certamente, em vidas passadas, sofreram algum acidente no
momento em que não havia ninguém para socorrê-las.

Tratei, certa vez, de uma senhora que tinha pavor à solidão.


Por isso, quando todos os membros de sua família saíam de casa,
ela sempre ficava esperando do lado de fora até que alguém
voltasse. É que, numa vida anterior, fora acometida de um mal
súbito quando se encontrava sozinha e morreu antes que alguém
pudesse acudir aos seus chamados.

Outro fato ao qual se deve estar atento: há pessoas que


nascem deformadas ou aleijadas, porque morreram em
conseqüência de fraturas advindas de acidentes ou quedas de
lugares muito altos. Em geral, elas retornam antes de estarem
completamente curadas. Esse renascimento prematuro, na
maioria das vezes, é causado por apego não só delas mesmas,
como também dos pais e familiares. É o que acontece, por
exemplo, quando uma mulher engravida logo após a morte de um

134
Evangelho do Céu Vol. I

filho muito amado. Muitas vezes, em casos assim, devido ao


apego da mãe, a criança reencarna prematuramente e torna-se
uma pessoa infeliz.

4.4 - Idade espiritual

Também é necessário entender por que o ser humano já


nasce sábio ou tolo. A causa mais importante está na diferença de
idade espiritual entre as almas. Há algumas bem velhas que, por
terem reencarnado várias vezes, já adquiriram muitas experiências
no Mundo Material. Por outro lado, as mais jovens, só
recentemente nascidas, não têm ainda conhecimento nem
maturidade suficientes e, por isso, são menos capazes.

4.5 - Afinidades

Outro ponto a ser considerado é a ocorrência de


sentimentos de afinidade ou simpatia que alguém experimenta
por pessoas as quais, até então, lhe eram desconhecidas. Muitas
vezes, é uma afeição mais forte do que a dedicada aos pais, aos
filhos ou aos irmãos. Nesses casos, de fato, dá-se o encontro de
pessoas que já foram parentes próximas numa vida anterior, ou
então já haviam mantido uma relação muito íntima.

Outra situação interessante é a vivida pelos que, durante


uma viagem, sentem tamanha familiaridade com determinados
lugares, que gostariam de ali permanecer. Na verdade, são locais
onde já moraram durante muito tempo, numa existência anterior.

O rnesmo pode acontecer com o relacionamento entre um


homem e uma mulher. Às vezes, eclode uma paixão tão violenta,
que avança cegamente. É por que ambos já viveram um amor
profundo em encarnações anteriores, mas não tiveram
oportunidade de se unirem. Por isso, neste novo encontro, a
relação se manifesta em forma de um sentimento explosivo.

135
Evangelho do Céu Vol. I

Também algo semelhante ocorre em conseqüência da


leitura de livros históricos. Muitas vezes, certos episódios ou
personagens causam forte emoção ou estranha repulsa no leitor.
Com certeza, a causa dessas comoções deve-se ao fato de ele ter
vivido na época em que se passaram as cenas narradas ou, talvez,
por ter tido alguma ligação com os eventos descritos.

É, pois, de fundamental importância que todos vocês fiquem


atentos a essas ocorrências sobre as quais acabo de lhes falar.

4.6 - Reencarnação

4.6.1 - Processo evolutivo

Após a morte, os seres humanos se encaminham para o


Mundo Espiritual. Lá passam por um longo processo de
purificação das diversas transgressões que cometeram no Plano
Material e, depois de terem eliminado, até certo ponto, as
máculas, voltam à Terra com um novo corpo.

Se tiverem sido pessoas que, ao irem para o Mundo


Espiritual, se arrependeram no último momento, com a firme
convicção de não mais incidir no erro, reencarnam sem saber que
foram más na vida anterior e agora só vão praticar o Bem. Con-
seqüentemente, evoluem atingindo um nível mais elevado de
consciência.

4.6.2 - Prematuras

Muitos dos que morrem, nunca acreditaram na


sobrevivência da alma e, por isso, não conseguem viver
tranqüilamente, no Mundo Espiritual, o período necessário de
aprimoramento. Por causa desse apego à vida material,
reencarnam antes de estarem suficientemente purificados, trazendo
consigo um saldo de muitos pecados e impurezas que terão de ser
eliminadas no mundo da matéria.

136
Evangelho do Céu Vol. I

Nos casos de reencarnações prematuras, as pessoas têm,


de um modo geral, um destino infeliz. Assim acontece porque ainda
carregam uma quantidade significativa de máculas e pecados de
vidas anteriores. É por isso que há, no mundo, gente boa
enfrentando sérios problemas tanto de ordem física, quanto
espiritual. Embora houvessem tomado, na encarnação
precedente, a firme decisão de nunca mais pecar, mesmo assim,
por terem renascimento prematuro, não houve tempo suficiente
para eliminar as máculas anteriormente contraídas.

Todavia, como se propuseram a só praticar o bem, esse


pensamento ficou-lhes gravado na alma. É por isso que, após um
período de sofrimentos durante o qual as nuvens são dissipadas,
muitos podem tornar-se repentinamente afortunados. Há diversos
exemplos de casos em que, depois de vários infortúnios, as
pessoas passam a usufruir de grande felicidade.
4.7 - Causa da infelicidade na atual vida terrena

Naturalmente, todo processo de purificação gera


sofrimentos. Daí a razão de muita gente bondosa, que jamais
cometeu pecados na sua atual vida terrena, ser infeliz. Também, pelo
mesmo motivo, se explica o fato de várias pessoas nascerem cegas,
surdas ou aleijadas. É que na vida anterior, tiveram morte violenta e
agora reencarnaram prematuramente sem terem completado, no
Mundo Espiritual, o período necessário à sua recuperação integral.

Outro ponto interessante a ser considerado é que diversos


recém-nascidos têm feições enrugadas como as de um ancião.
Somente dois ou três meses após a sua chegada à Terra, adquirem
a fisionomia de bebê. Esse fato se explica por terem na vida anterior
atingido uma idade bastante avançada.

4.8 - Respeito aos mortos

137
Evangelho do Céu Vol. I

Desde épocas remotas, existe o preceito segundo o qual


não se deve censurar aqueles que já morreram.

Para ilustrar esse fato, vou relatar algo que ocorreu comigo
há algum tempo. Certa vez, minha esposa sofreu uma séria
convulsão estomacal, contorcendo-se em dores horríveis. Ministrei-
lhe Johrei. Mesmo assim, o problema não foi sanado. No local onde
a dor se manifestava, formou-se uma bola de mais ou menos três
centímetros de diâmetro, que subia até a garganta. Chegando a um
determinado momento, ela deu um grito enorme dizendo que não
estava aguentando mais. Nesse instante, percebi tratar-se de um
"encosto" e perguntei-lhe quem era. Embora quisesse responder-
me, não conseguia emitir palavra alguma.

Então, lembrei-me de alguém que havia morrido há pouco


tempo, de uma doença cerebral.
Tendo obtido resposta afirmativa, procurei saber, através
de diversos meios, qual o motivo de ter esse espírito encostado em
minha esposa. Depois de alguma insistência, descobri que eu
havia tecido, após a morte dessa pessoa, alguns comentários
pouco caridosos a respeito de sua conduta terrena. Eu havia dito
que essa criatura, quando viva, fizera muitas coisas negativas.

Após ter clara consciência do meu erro, pedi-lhe perdão e


prometi nunca mais tecer qualquer tipo de crítica à sua postura
enquanto vivera na Terra. A partir de então, o espírito ficou satisfeito
e, agradecido, partiu. Imediatamente minha mulher voltou ao
normal.

4.9 - Desapego

Na maioria das vezes, acontece de as pessoas que morrem,


embora estejam recebendo Johrei, não conseguirem unir-se a Deus
do fundo do coração, porque ainda existem determinados pontos
de fé nublados por alguma impureza.

138
Evangelho do Céu Vol. I

É extremamente importante que, ao morrer, todos os


episódios relacionados à parte material sejam deixados de lado.
Dessa forma, a vida terá salvação, mesmo parecendo ser
impossível.

Se o mamehito não tiver também bastante fé, nos momentos


de um estado crítico de perigo, poderão surgir dúvidas muito
facilmente e, nessa hora, como conseqüência dessa situação de
descrença, romper-se-á o elo de salvação que o unia a Deus.

Atenção redobrada, portanto, em todas as situações de


instabilidade ou risco.

139
Evangelho do Céu Vol. I

4.10 - Vida e morte de mamehito

Deus, ao criar o homem, deu-lhe como missão, servir na


obra para o estabelecimento do Reino do Céu na Terra. Então,
quem conseguir trabalhar de acordo com a vontade do Pai, torna-
se uma pessoa importante e útil ao trabalho divino; por isso, Deus
o protege ao máximo, para que não sofra doença alguma e usufrua
de uma vida longa, obtendo, como resultado, condições de dedicar
durante muitos anos.

Às vezes, contudo, acontece de um mamehito morrer cedo e


inesperadamente. Tal ocorrência advém da maneira errada de
pensar e agir, desobedecendo à lei do Criador. Nessa circunstância,
não resta para Deus outra alternativa, senão tirar-lhe a vida.

Nada de errado, porém, existe naquilo que Deus faz. Pena é o


ser humano não perceber a verdade antes dos acontecimentos e, até
mesmo depois, não conseguir aceitar a lógica divina.

5 - Composição do Mundo Espiritual

5.1 - Reino do Céu

5.1.1 - Níveis

Como já falei anteriormente, o Reino do Céu está dividido


em três níveis, a saber:

a) Primeiro Reino do Céu

Nesta esfera habitam as altíssimas divindades. Vivem


incessantemente empenhadas em promover a execução do Plano
de Deus no âmbito universal.

140
Evangelho do Céu Vol. I

b) Segundo Reino do Céu

Fazem parte deste plano as divindades que têm como


missão auxiliar as do Primeiro Reino. Estão, por isso, agrupadas de
acordo com o trabalho a executar.

c) Terceiro Reino do Céu

Aqui se encontram todas as demais divindades cuja função


consiste em cumprir as tarefas recebidas, numa atividade que
abrange o mundo inteiro em todas as áreas. Têm elas, portanto,
uma atuação bastante diversificada.

Todas as divindades pertencentes ao Terceiro Reino do Céu


conseguiram qualificação divina, elevando-se do purgatório. São, por
isso, semelhantes a seres humanos e chamadas de anjos.

Essas três camadas constituem, no seu conjunto, o Reino


do Céu.

5.1.2 - Atuação do Reino do Céu

Durante os três mil anos da Era da Noite, a atuação das


divindades pertencentes ao Reino Divino foi pouco significativa,
especialmente no Oriente, onde predominava o Budismo. A maioria
delas se transformou em budas. Algumas outras que não quiseram
assumir a nova identidade ficaram esperando a chegada da próxima
Era do Dia, tendo para isso tomado a forma de dragão.

Na verdade, então, durante a Era da Noite, os deuses


trabalharam através do mundo búdico7. À medida que se ia
processando a Transição da Noite para o Dia, o Reino Divino passou
novamente a exercer o seu domínio com mais força e intensidade.

7
O mundo búdico correspondeu ao Segundo Reino do Céu, durante os três mil anos da Era
da Noite. Atuou mais fortemente, enquanto o Mundo Divino permaneceu meio inativo.

141
Evangelho do Céu Vol. I

5.1.3 - Mundo búdico

5.1.3.1 - Gokuraku

O máximo do mundo búdico, chamado de Gokuraku,


corresponde ao Segundo Reino Divino. É também denominado
Tossotsu Ten, onde se encontra o Shibikyu, (palácio de cor roxa
suavíssima) em torno do qual existem vários outros templos
importantes. Entre eles, destaca-se o Hitchido Garan (pagode dos
sete salões) onde as divindades realizam reuniões de trabalho.
Em lugar de destaque, está o Tahooto (a torre dos inúmeros
tesouros). Nos arredores, imensos jardins com centenas de flores
cujo perfume inebria o ambiente. No céu azulado voa a Ave-do-
paraíso (Karyobinga ou Kalavinka, em sânscrito). Nessa mesma
área, há uma grande lagoa dentro da qual brincam com as folhas
das flores de lótus enormes tartarugas do rabo vermelho. Pelo
tamanho, podem levar até duas pessoas nas costas. Nelas é que os
espíritos, numa alegria inexprimível, se locomovem, indo de um lado
para outro, conforme a necessidade.

Há também um grande templo onde fiéis budistas, com a


cabeça raspada, se divertem compondo poemas, tocando vários
instrumentos, ou dançando, pintando, esculpindo, exercitando
caligrafia, jogando go8 ou shoogui9. De vez em quando, ouvem alguns
sermões, atividade que eles consideram das mais prazerosas. Quem
os faz são os iniciados das várias manifestações do Budismo.
Dentre eles, destacam-se alguns mestres que, às vezes, sobem ao
ponto mais alto do Shibikyu, onde se encontram com Shakuson
(Sakiyamuni) para receberem orientação e ensinamentos mais
profundos.

Próximo ao Shibikyu a intensidade da Luz é tanta, que


chega a ofuscar a vista mesmo daqueles espíritos que já foram
salvos no Gokumku Joodo (mundo purificado, repleto de alegria).
8
Go - jogo parecido com o de dama.
9
Shoogui - jogo semelhante ao de xadrez.

142
Evangelho do Céu Vol. I

5.1.3.2 - Joodo

Abaixo do Gokumku (mundo de extrema felicidade) existe o


Joodo (mundo purificado). Quem governa esta região é Amida
Nyorai, que mantém contato permanente com Sakiyamuni, com o
qual dialoga sobre o plano do mundo búdico. Aqui também se
encontra Kanzeon Bosatsu. Ocupa o trono principal sob a
denominação de Dai Komyo Nyorai. Exerce uma atividade intensa
sendo sempre auxiliado por Amida e Sakiyamuni.

5.1.3.3 - Kannon no mundo búdico

Durante a Era da Noite, sentindo necessidade de salvar a


humanidade, Kannon desceu ao nível de Bosatsu, deixando o
trono principal para Amida Nyorai. Num futuro próximo, como
preparação para formar o Mundo Divino, Kannon vai começar a
extinguir o mundo búdico através de uma ajuda intensa a todos os
Nyorai, Bodhisattva, Shoten, Sonja, para que, pouco a pouco, se
elevem e adquiram qualificação divina. Essa é atualmente a Sua
principal tarefa. Permanece, por isso, em grande atividade.10

5.2 - Inferno

5.2.1 - Mundo infernal

É exatamente o oposto do Reino do Céu. Não possui luz nem


calor. Quanto mais profundo, maior se torna a escuridão. Conforme
já se sabe, desde antigamente, o inferno é o lugar das mais
variadas e intensas espécies de sofrimento. Em síntese, posso dizer
que há uma enorme variedade de mundos infernais, tais como: o
inferno da montanha de agulhas, das cobras, das formigas, da lagoa
de sangue, do quarto das abelhas; e ainda mais: a região dos
famintos, dos incestuosos, dos carnificinas, dos concupiscentes

10
São as mesmas entidades do mundo búdico que estão formando o Mundo Divino, à
medida que vão adqurindo qualificação divina.

143
Evangelho do Céu Vol. I

(os que têm apetites sexuais doentios) e do fogo infernal, além de


muitos outros.

Vou, a partir de agora, falar com mais detalhes sobre alguns


desses tipos de inferno acima citados.

5.2.2 - Montanha de agulhas

E constituído por uma montanha onde estão espetadas


inúmeras agulhas. O sofrimento do espírito a quem foi atribuído
este castigo consiste em atravessá-la, o que é realmente muito
penoso. Sofrem tal punição aqueles que, no mundo terreno,
monopolizaram grandes extensões de terras ou florestas.

5.2.3 - Lagoa de sangue

Neste local ficam os espíritos que morreram em


conseqüência do parto11 ou por causa do aborto (filho ou mãe,
portanto). Não é, porém, difícil salvá-los. Eu mesmo já consegui
resultados maravilhosos. Basta rezar três vezes Amatsu Norito,
pedindo a salvação deles a Kakuriyo no Ookami. De imediato
saem desse lugar infernal, sentindo-se extremamente agradecidos e
alegres.

Certa vez, perguntei a esses espíritos como era a Lagoa de


Sangue. Disseram-me ser imensa. Nela ficam imersos até o
pescoço. Inúmeros vermes, que bóiam na superfície, sobem-lhes pelo
rosto, pertubando-os incessantemente. Mesmo sendo espantados,
continuam subindo e atormentando-lhes. Geram, com isso, um
sofrimento difícil de ser suportado.
Quem, contudo, permanece nesse local são espíritos de
pessoas atéias ou de outras que, quando vivas, cultivavam
somente pensamentos de maldade e praticavam mais atos maus
que bons.
11
Neste caso, bem como nas mortes que não seguem a lei natural, as causas mais
profundas estão ligadas a processos cármicos; por isso, embora aos nossos olhos pareça
injustiça, tem lógica de acordo com a Lei de Deus.

144
Evangelho do Céu Vol. I

5.2.4 - Região dos famintos

Aqui ficam os espíritos que vão sofrer o castigo da fome.


Estão sempre irritados, procurando de qualquer maneira satisfazer
a vontade de comer. Por esse motivo, freqüentemente perambulam
por feiras e restaurantes. Ao fazerem isso, contudo, cometem outro
pecado, o do roubo. Sem mais alternativas, encostam-se nos seres
humanos, nos cachorros e nos gatos. Essa é uma das razões de
haver muitas pessoas, na verdade, doentes, com apetite fora do
comum, quase assustador. O mesmo se pode dizer de gatos e
cachorros. O espírito faminto cai no mundo animal e se transforma
num deles. De modo semelhante, o ser humano, uma vez possuído
por um desses espíritos, pouco a pouco, vai se transformando em
animal. Como uma maçã podre que, no meio das boas, as
contamina, vai assim o espírito humano assimilando
características irracionais.

Também os espíritos das pessoas que se suicidaram por


meio de afogamento, atirando-se em rios, se encontram na região
dos famintos. Como, na maioria das vezes, não têm ninguém para
lhes fazer oração de sufrágio, sentem muita fome e, por isso, vão
para o mundo infernal dos famintos. Daí o motivo de, no Japão,
desde antigamente, haver o costume de rezar, uma vez por ano,
perto dos rios, pelos espíritos que morreram afogados.

O principal pecado, contudo, que leva os espíritos para o


inferno dos famintos é o fato de, em vida, não terem ajudado
quem estava passando fome. Geralmente, foram pessoas que
desperdiçaram muitos alimentos e preocuparam-se
exclusivamente com o seu próprio bem-estar, além de terem sido
gulosos.
Para evitar cair no inferno dos famintos, ninguém pode,
portanto, desperdiçar mesmo que seja um grão de arroz. Só para
lembrar: o ideograma que simboliza o arroz é 88, significando que
um grão de arroz passa por oitenta e oito mãos até se transformar

145
Evangelho do Céu Vol. I

realmente no cereal comestível12. Tendo conhecimento desse fato,


acredito que ninguém seja capaz de esbanjar comida. Eu, por
exemplo, quando tomo chá após as refeições, procuro não deixar
no fundo da tigela nenhum grão de arroz. Acho também
maravilhoso o costume cristão de rezar antes da refeição. É uma
forma de manifestar-se grato pela comida. Ninguém, na verdade,
deve esquecer de um hábito tão nobre.

5.2.5 - Inferno animalesco

Muitas vezes, o espírito humano torna-se animal porque o


soonen e os atos das pessoas, enquanto viviam neste mundo,
estavam fora do limite humano, ou seja, agiam como irracionais.

Assim então, aqueles profissionais enganadores que usam


o seu ofício para ludibriar os outros transformam-se em raposas.

Mulheres que foram amantes ou prostitutas, agindo como


sedutoras para comer lautamente e vestir-se com luxo, vivendo
sem trabalhar, tornam-se gatos.

Os chantagistas que usaram a extorsão ou a espionagem,


em proveito próprio, aproveitando-se, dessa forma, dos defeitos ou
segredos dos outros para tirar vantagem, passam a ser cachorros.

A profissão de detetive, contudo, desde que beneficie a


humanidade, ou mesmo alguém em particular, protegendo-os contra
o mal, é perfeitamente aceitável.

Ainda, no inferno dos animais, os ganaciosos, preocupados


exclusivamente em guardar dinheiro, viram ratos.
Já os preguiçosos que não gostam de trabalhar, bem como
aqueles que, por terem muito dinheiro, não se esforçam para
realizar algo útil, tornam-se vacas ou porcos. Eis a razão de, no

12
. Com relação aos outros alimentos, também acontece algo mais ou menos semelhante.

146
Evangelho do Céu Vol. I

Oriente, ser comum os pais alertarem os filhos, dizendo-lhes que,


caso deitem logo depois de comer, vão virar vacas.

Fazem parte também do inferno animalesco os mafiosos,


os violentos, os grosseiros, os rudes, que causam medo aos
demais. Todos eles tornam-se tigres ou lobos.

Os apáticos, indiferentes, que não ligam para nada, viram


coelhos. Os de forte apego são cobras. Aqueles que empreendem
esforço exagerado no trabalho, suando muito para realizar as
suas tarefas, transformam-se em cavalos.

Jovens desanimados, mais parecendo velhos, tornam-se


cordeiros.

Pessoas astuciosas, que se utilizam da esperteza para tirar


vantagem, passam a ser macacos.

Homens libidinosos, libertinos, tornam-se galos. Os


precipitados, imprudentes, que agem irrefletidamente, correndo
atrás dos seus desejos, como se estivessem em linha reta, sem
olhar dos lados, transformam-se em porcos do mato.

Farsantes, dissimulados, fingidos, viram texugos.

Eis a realidade do inferno animalesco.

5.2.6 - Shura-do

É o lugar das carnificinas, das lutas sangrentas.

Neste plano, os espíritos mantêm acesa a energia que os


levou ao cometimento de massacres de toda espécie. Por exemplo,
quando alguém perde um combate, fica irritado, impaciente, ou
seja, cai no estado shura, que é o próprio fogo do inferno,

147
Evangelho do Céu Vol. I

alimentado pelo sentimento de vingança tantos dos mortos, quanto


dos vivos.

Toda vez, portanto, que alguém não consegue satisfazer as


suas vontades, a angústia e a irritação tomam-lhe conta do
coração. Esse sofrimento permanece, inclusive, após a morte.
Nessas condições, o espírito é encaminhado para o Shura-do. Pode,
contudo, ser salvo com rapidez, através da fé, mesmo que ainda
esteja no Mundo Material.

5.2.7 - Shiki-do

É o inferno dos libidinosos, daqueles que praticam sexo


desregradamente, vendo a mulher apenas como objeto, não se
importando nem mesmo com a violação da virgindade.

Caem nesse nível infernal todos os que causaram


sofrimento a muitas mulheres, tornando-as infelizes e frustadas.

Por outro lado, se a mulher ofendida mantiver sentimento


de vingança contra quem a maltratou, vai para o mesmo lugar,
persegue aquele que judiou dela, mas também passa a sofrer
penas idênticas às do seu opressor.

No Shiki-do, o sofrimento é terrível, especialmente para os


homens. Dependendo do número de mulheres às quais enganou
e do pecado cometido, não é tão fácil o resgate. Daí o dever de os
homens procurarem controlar os atos que, visando à satisfação
dos seus apetites e prazeres, levam infelicidade às mulheres.
Embora seja um pecado mais comum entre os homens, pode
ocorrer também do lado das mulheres, às vezes. Aquelas, por
exemplo, que vendem a sua virgindade simplesmente para
satisfazer seus desejos carnais, ou as que se entregam à prática
do adultério, incorrem no mesmo erro, isto é, causam sofrimento aos
homens. Naturalmente, caem também no nível infernal de Shiki-
do.

148
Evangelho do Céu Vol. I

5.2.8 - Shonetsu

É o inferno dos incêndios. Encontram-se neste nível todos


aqueles que, propositadamente, o provocaram, sacrificando
assim muitas vidas e fortunas.

5.2.9 - Inferno das cobras

É difícil descrever o sofrimento neste nível infernal. O


espírito fica rodeado por inúmeras cobras. O pecado causador
deste mal é o egocentrismo, que leva muitas pessoas a
praticarem atos incorretos visando a lucros exagerados. É o que
fazem, por exemplo, os presidentes de grandes companhias, os
gerentes de bancos, os políticos. Pela má administração, ou pela
conduta egoística, deram origem a falências, causando danos
incalculáveis, e sofrimentos a muita gente.

Também aqueles que provocaram guerras estão hoje


sendo alvo da vingança de suas vítimas agora transformadas em
cobra para atacar o inimigo que outrora as fazia sofrer.

5.2.10 - Inferno das formigas

Aqui se encontram aqueles que cometeram o pecado dos


extermínios desordenados e inconseqüentes. Por exemplo, se
mataram insetos, passarinhos e outros pequenos animais sem
razão alguma, estão agora neste nível infernal, sendo martirizados
por aqueles animaizinhos aos quais anteriormente prejudicaram.
Estes, transformados em formigas, se vingam dos sofrimentos a
eles causados, outrora.

Certa vez ouvi o relato de uma pessoa que viu, neste


Mundo Material, o inferno das formigas. Dizia ela que, certo dia,
uma cobra se enrolara numa árvore. Vendo-a, imediatamente
alguns pardais começaram a bicá-la até que, no final, ela caiu e

149
Evangelho do Céu Vol. I

morreu. Permaneceu no mesmo lugar durante alguns dias. Depois o


seu corpo inteiro se transformou em inúmeras formigas. Estas
começaram a subir na árvore e a acomodar-se no seu tronco,
cobrindo-o inteiramente. Logo em seguida, iniciaram ataque aos
ninhos dos filhotes de pardais que ainda não conseguiam voar.
Naturalmente, todos eles morreram.

O fato de os pardaizinhos terem sido exterminados revela a


terrível obsessão da cobra em praticar a vingança.

5.2.11 - Quarto das abelhas

O sofrimento do espírito, neste nível infernal, consiste em ser


picado por inúmeras abelhas.

Conheço também, a respeito do inferno das abelhas, uma


história interessante.

Antigamente, eu tinha, como discípulo, uma cabeleireira que


me contou a seguinte história: certa vez manifestou-se, numa
amiga sua, um espírito. Esta, desejando saber quem era, pediu
ajuda a um ministro de sua religião. Ficou então esclarecido que
se tratava de uma gueixa, antiga cliente e amiga. Na época, se
encontrava no inferno do quarto de abelhas; estava sofrendo muito e
queria ajuda para ser salva. Como, na ocasião, a pessoa que serviu
de médium professava um credo religioso, o espírito pôde encostar
para pedir salvação. Dizia estar encarcerado num pequeno quarto
onde cabia apenas uma pessoa. Dentro dele, centenas de abelhas a
atacavam em todas as partes do corpo. Pedia, por isso, socorro; já
não estava mais conseguindo aguentar tanto sofrimento.

Com relação ao pecado dessa gueixa, a verdade é a


seguinte: em vida, ludibriou vários homens, provocou ciúmes em
muitas esposas. Estas, então, após a morte, transformaram-se em
abelhas e agora estavam se vingando do sofrimento que essa
gueixa lhes havia causado.

150
Evangelho do Céu Vol. I

São estes alguns aspectos do Plano Infernal. Há ainda


outros níveis a serem considerados.

6 - Fenômenos espirituais

6.1 - Espírito dos seres

Todos os seres possuem espírito. Até mesmo objetos de


antiguidade. Aqueles que foram apreciados ou tratados com desvelo,
desde os tempos mais remotos, têm uma vibração diferente dos
novos, porque o sentimento de afeição dos apreciadores
permanece dentro deles. É por isso que, mesmo parecendo iguais
aos novos, os objetos quanto mais antigos são melhores, fato que,
na verdade, constitui um grande mistério.

Quando, porém, me perguntam o que faz a diferença entre


eles, nunca sei como explicar; só posso dizer que os mais antigos
são sempre bons. Acredito tratar-se de uma característica própria
do gosto artístico que permite ao apreciador distinguir e saber se um
objeto tem cem, duzentos, quinhentos ou mil anos, à medida que
constantemente os vai analisando e devotando a eles certo
apreço. Assim acontece porque o respeito e o sentimento humanos
com os quais se olha esses objetos permanecem neles. Então,
quando um apreciador se depara com algum bem antigo, capta
imediatamente, através da sua percepção, o sentimento que ele
contém. Quer dizer: o espírito do objeto vai, pouco a pouco,
crescendo, quanto mais pessoas o contemplam. Trata-se, contudo,
de algo quase misterioso e bastante sutil.

A diferença, portanto, entre os objetos, ou mesmo seres


inorgânicos, que aparentemente não têm vida, vai depender do
tratamento dado a eles pelos apreciadores.
Também os povos orientais, desde os remotos tempos, falam
que deuses moram em tudo. Assim se referem, por exemplo, ao
deus do poço de água, à bela deusa do banheiro... São,

151
Evangelho do Céu Vol. I

entretanto, fatos aos quais as pessoas da atualidade acham


ridículo referir-se. Ignorantes, porém, me parecem os que assim
pensam, pois, quando estas verdades se tornam conhecidas, a vida
fica mais fácil e tudo corre bem.

6.2 - Ondas cerebrais

Ministro — O que são ondas cerebrais e como funcionam?

Meishu Sama— Para entender esse assunto, é necessário


saber que o espírito do ser humano exerce ininterruptamente
uma atividade de concentração e dispersão. Quer dizer: pensa ao
mesmo tempo em vários assuntos e, às vezes, fica concentrado em
apenas um. Em determinadas circunstâncias, vai até ao local a
que está ligado ou encosta na pessoa na qual fixou o pensamento.
Por exemplo, se a atenção estiver voltada para o trabalho, o
espírito também se encontra ali presente. Nos períodos de sono,
como não há necessidade de o espírito ficar concentrado em nada,
ele se dispersa e pode ir a qualquer parte do mundo.

Ainda é importante saber que sentimos sono toda vez que o


nosso espírito se aproxima de alguém no qual nos fixamos
intensamente. Da mesma forma, a pessoa que recebe o encosto
também fica sonolenta e meio perdida.

No início das minhas atividades religiosas, quando esses


fenômenos ocorriam comigo, eu procurava, através do tinkon (ato
de acalmar a alma), trazer o espírito de volta, adquirindo, assim,
maior serenidade.

Em conclusão, todos esses fenômenos relacionados às


atividades do espírito humano, nas mais variadas circunstâncias,
são chamados de "ondas cerebrais". No entanto, tais oscilações não
ocorrem somente na cabeça, mas também em outras partes do
corpo.

152
Evangelho do Céu Vol. I

6.3 - Espírito vivo

Ministro — Em casos de aproximação de espírito vivo, como


fica o soonen da pessoa que recebeu o encosto?

Meishu Sama— Eu já imaginava que vocês gostariam de


saber outros detalhes a respeito deste assunto. Acontece mais ou
menos assim: a pessoa cujo espírito se encosta em outra, fica
geralmente meio baratinada.

Há casos de encostos de pais, filhos, irmãos. Os maiores


transtornos, porém, ocorrem nos relacionamentos amorosos,
especialmente em se tratando de pessoas jovens e bonitas. Nessas
condições, quem recebe é que fica mais perturbado. Portanto, os feios
estão mais seguros que os bonitos (risos). Aqueles precisam, por isso,
tomar mais cuidado.

É preciso saber também que, ao encostar um espírito morto,


a pessoa sente frio nas costas; ao contrário, se for vivo, a
sensação é de calor e, além disso, reflete o sentimento do espírito
que dela se aproximou. Assim, por exemplo, quando um homem
se apaixona por uma mulher, mas ela não corresponde, fica meio
perdido, decepcionado e sonolento. Por sua vez, a mulher também
sente sono e se sente bastante melancólica.

Toda vez, pois, que um espírito vivo se aproxima de alguém,


ocorrem situações de sonolência ou melancolia. Tais estados se
manifestam pelo fato de uma pessoa pensar fortemente na outra.
Então o seu espírito, no caso o secundário, sai do corpo e se
aproxima daquele a quem está devotando, no momento, a sua
emoção. Além disso é ainda uma situação de desencontro, ou seja,
um gosta e o outro não corresponde.
Há porém casos em que os dois se amam. Então, acontece
o encosto de espírito vivo de ambas as partes, os quais se cruzam
com freqüência, indo e voltando e, por isso, os dois lados ficam meio
perplexos, estonteados. É, porém, uma sensação diferente daquela

153
Evangelho do Céu Vol. I

que caracteriza o estado de melancolia. Nessa situação, ambos


vivem uma espécie de deleite, um sentimento de prazer, cuja
comunicação entre eles se dá pelo fio espiritual. Daí o motivo de
ninguém conseguir cortar um namoro que ocorra dentro dessas
condições. Quem já viveu tal experiência sabe do que eu estou
falando.

Ainda pode também acontecer o caso de um homem gostar


de duas ou três mulheres ao mesmo tempo. Nessas situações, os
espíritos vivos das mulheres brigam dentro do soonen do homem,
trazendo, como conseqüência, uma sensação mista de prazer e
angústia que é, na verdade, um sentimento profundamente
negativo. Eu nunca vivi essa experiência (risos), mas suponho que
seja assim.

6.4 - Paixões incontroláveis

Ministro — Conheço três irmãs. A mais velha delas, com vinte


e seis anos, há mais ou menos seis meses, fugiu com um homem
de cinquenta e seis. Os pais fizeram de tudo para que ela voltasse
ao lar, mas nada conseguiram. Estão sofrendo muito por isso.
Pode-se fazer alguma coisa para ajudá-la?

Meishu Sama— Tem que colocar o problema nas mãos de


Deus. Existe uma causa especial determinante desse
relacionamento amoroso que jamais será entendida pela razão. Se
alguém tentar impedi-lo, vai produzir um efeito contrário: a ardente
paixão entre ambos se tornará mais intensa, já que representa uma
espécie de apego fortíssimo.

Esse tipo de namoro é, na verdade, uma doença que ataca


aqueles que têm febre na cabeça. Como vocês sabem, se tentar
combatê-la com gelo, a situação piora. Então, o tratamento correto é
deixar que a febre se eleve ao máximo, por conta própria. Depois
todo esse sentimento adverso desaparece naturalmente.

154
Evangelho do Céu Vol. I

6.5 - Indiferença após o casamento

Ministro — Uma pessoa conhecida ganhou uma nora cujo


casamento foi fruto de um grande amor. Agora, entretanto, o
relacionamento do casal esfriou, chegando ao ponto de não haver
mais diálogo entre eles. A mulher, na ocasião de dar à luz, foi para
a casa dos pais e não quer retornar ao lar.

Meishu Sama— Esse homem é muito bonito?

Ministro — Realmente é.

Meishu Sama— Então aí está a causa. O espírito vivo de


alguma mulher que deveria gostar desse homem ficou com raiva
por ter-se casado com outra. Magoada, querendo a separação,
encostou nele. Daí a razão de manifestar indiferença com relação à
esposa.

6.6 - Troca de Protetor

Ministro — Há possibilidade de ocorrer troca de Protetor


enquanto a pessoa está viva?

Meishu Sama— Não. Isso jamais acontece. Embora


existam três espíritos — o primordial, o secundário e o guardião —
nunca poderá haver trocas13. Se tal fenômeno ocorresse, seria
quase impossível manter um comportamento harmonioso, uma
vez que essa mudança de Protetor determinaria uma
transformação de personalidade, fazendo com que a vida do ser
humano corresse grande perigo. Até ontem, por exemplo, minha
esposa estava calma e boa companheira; hoje parece outra
pessoa: tão brava e já me humilhou bastante! Imaginem se isso
acontecesse com a humanidade toda! Não daria para viver
tranqüilamente.

13
Às vezes, contudo, dependendo da missão da pessoa, acontece de aproximar-se,
temporariamente, outro Protetor de nível mais elevado.

155
Evangelho do Céu Vol. I

6.7 - Namoro do ponto de vista espiritual

O que há de mais interessante no que se refere ao namoro


é o fato de essa relação estar altamente ligada a espírito de
pássaros e, às vezes, de outros animais.

De um modo geral, os namoros mais sinceros e puros


acontecem, na grande maioria, entre os espíritos de passarinhos,
como, por exemplo, o rouxinol e o olho-branco (espécie de pardal).

Ocorrem, também relacionamentos entre espíritos de


corvos, patos, garças, pavão, além de outros, estendendo-se a
todas as demais espécies de aves.

Nos casos de namoro em que estão envolvidos os espíritos


de pássaros, o ser humano serve apenas como um meio através
do qual as aves concretizam os seus desejos. Daí a razão de,
freqüentemente, a fisionomia da pessoa enamorada se transformar,
quer dizer, tornar-se meio estranha. Em certos casos fica mais feia,
piora muito.

É também bastante comum o namoro entre espíritos de


raposa. Nesses casos, a sensualidade da mulher aflora,
concretizando um relacionamento ilícito, imoral, negativo.

Pode ocorrer também namoros entre espíritos de texugo, cuja


principal característica é o desejo carnal, ou a satisfação de
apetites inferiores. No mundo, tais pessoas são chamadas de
maníacos sexuais.

Há ainda o caso da encarnação do espírito de dragão-mulher.


Nestas condições, as mulheres cultivam um namoro espiritual; são
indeferentes às relações físicas. Se manifestarem, contudo, excesso
de apego, é porque nasceram com o espírito de cobra. Estas
são, no geral, mulheres frígidas,que demonstram repugnância ao

156
Evangelho do Céu Vol. I

sexo e, por isso, não gostam nem de ouvir falar de casamento. É por
esse motivo que, muitas vezes, acontece de certos noivados
acabarem quando está próxima a concretização do enlace
matrimonial. Geralmente uma das partes adoece ou morre.

No caso dos encostos, ou de reencarnações de espíritos de


cobra ou dragão, as mulheres permanecem solteiras, mas, em
contrapartida, se destacam em vários campos de atividade
humana. Conseguem fama e notoriedade. Possuem caráter firme,
são valentes e aclamadas como heroínas. Nessas situações,
quando muito intelectualizadas, manifestam espírito de texugo.

Tudo o que acabei de falar está relacionado à composição da


vida no Mundo Espiritual e à maneira como agem, nesse plano, os
espíritos.

6.8 - Amortecimento corporal

Ministro — Um membro recebeu o Ohikari em 1950. Antes


de ingressar na fé, já era meio perturbado, sua cabeça não
funcionava bem. Quando começou a receber Johrei, passou a sentir
amortecimento na ponta dos dedos; não obteve, portanto,
melhora alguma.

Então, influenciado pelos pais e parentes, foi internado no


hospital da faculdade de medicina. Após ser examinado,
diagnosticaram atrofia muscular e o declararam incurável. Deixou,
por isso, o tratamento médico, voltou a receber Johrei e a dedicar.
Mesmo assim, agora está com o corpo completamente
adormecido; não consegue mais movimentar-se. Parece-me existir
alguma causa espiritual. O que é isso?
Meishu Sama — Em qual dos dedos começou o
amortecimento?

157
Evangelho do Céu Vol. I

Ministro — Em todas as pontas. Partindo da terceira


falange, foi-se espalhando, pouco a pouco, até atingir o corpo
inteiro.

Meishu Sama — É um problema espiritual. Trata-se de


encosto de espírito que se suicidou com veneno muito forte e
causador de um amortecimento total. Quando acontece esse tipo de
situação, no começo a pessoa ainda tem força, mas
gradativamente vai sendo dominada até perder por completo o
controle, de tal forma que o espírito encostado assimila o corpo
da pessoa, passando ambos a constituir um único ser. Ocorre uma
espécie de transformação metabólica. Quem se torna vítima de
um encosto desses assume o mesmo estado em que o espírito se
encontrava no momento da morte.

Não estou dizendo, porém, que seja uma doença incurável. A


medicina é que não entende desse problema.

Em primeiro lugar, deve-se ministrar Johrei na cabeça com


bastante paciência, tendo bem claro na mente que a Luz está
queimando o veneno do espírito encostado. Eu já tratei de um
caso semelhante. Era uma pessoa que, de vez em quando, ficava
com o corpo paralisado devido ao encosto de um desses espíritos.
No início aplicavam-lhe injeções e ela obtinha uma melhora
temporária, mas depois o período de amortecimento corporal foi-se
prolongando. Aí vieram me procurar. Nessa época, eu estava
começando a praticar curas através do Johrei e ainda não sabia
muito bem como lidar com casos iguais a esse. Ministrava Johrei, a
pessoa melhorava um pouco e desaparecia. Foi também o caso
desta com a qual não tive mais contato. Soube, contudo, mais tarde
que realmente se tratava do encosto do espírito de alguém que
cometera suicídio ingerindo veneno.

Ministro — O Senhor disse que nesses tipos de problema,


aplicando-se injeções, a pessoa melhora temporariamente. E o
espírito encostado, como fica?

158
Evangelho do Céu Vol. I

Meishu Sama— Permanece do mesmo jeito. O que, na


verdade, altera é a parte física, quer dizer, o amortecimento é
apenas corporal. O remédio, por sua vez, provoca um tipo de reação
contra a paralisia que ocorre, quando o estado do espírito encostado
se reflete no corpo físico da vítima.

No Ocidente tais manifestações espirituais existem desde


tempos antigos e têm sido exploradas nos romances. (Em O Conde
de Monte Cristo, por exemplo, a personagem toma remédio e
perde a consciência). Em tais casos, ou seja, ao surgirem sintomas
de amortecimento, os ocidentais têm sempre à mão um
medicamento, pois, se não os tomarem, infalivelmente desmaiam.

Ministro — O remédio, a meu ver, força a dilatação da


veia. Por que uns despertam e outros ficam adormecidos? Cada
veneno produz reações diferentes?

Meishu Sama— Não é isso. No caso específico do romance,


a personagem estava na cadeia. Quando tomava remédio, perdia
a consciência. Nunca, porém, se sabe exatamente qual é o efeito de
um medicamento.

Ministro — Eu acho estranho e curioso esse fenômeno.

Meishu Sama— Essas manifestações ocorrem mais ou


menos assim: se você tem sono e coloca na boca uma pimenta, vai
arder e fazê-lo despertar. Da mesma forma, existem no Ocidente
certas drogas que causam amortecimento e outras que
temporariamente o tiram.

Foi também a partir desses efeitos que se criou a


superstição dos remédios. Não se pode negar, contudo, terem eles,
de fato, uma eficácia extraordinária, embora não sejam capazes
de produzir curas definitivas, apenas momentâneas.

159
Evangelho do Céu Vol. I

Ministro — O tratamento de choque, feito em doentes


mentais, segue a mesma conduta de amortecer ou despertar?

Meishu Sama— A lógica é mais ou menos essa. Quando eu


era jovem, tomava um antitérmico (antipirine) que causava uma
dependência terrível. Certa vez o substituí por outro e me senti
muito mal. Passei a noite inteira tendo coceiras no corpo todo, não
conseguia ficar quieto; muito agitado, pulava de um lado para o
outro. Logo de manhã, fui para o médico, que me disse: "Já
entendi, você tomou outro remédio". Administrou-me, então, o
antipirine e, mais ou menos trinta minutos depois, não sentia mais
nada. Como se pode ver, o remédio é, ao mesmo tempo,
maravilhoso e terrível, pois bloqueia o sintoma da doença criando
um estado aparente de cura, que leva o enfermo a pensar que, de
fato, reconquistou a saúde. Puro engano!!!

Normalmente, também, as pessoas entendem que os


remédios ingeridos vão ser eliminados. Grande erro!! A maior
parte deles permanece no organismo.

6.9 - Influência de antepassados

Outro engano é pensar que os sofrimentos causados


pelas doenças têm como causa as máculas dos antepassados.
Pode, até certo ponto, haver alguma razão de ser, mas a origem da
maioria deles está, de fato, nas toxinas dos remédios. Estas é que
criam nuvens no corpo espiritual. Sempre leio testemunhos nos
quais as pessoas confessam ter cometido muitos erros, mas, na
verdade, o que possuem mesmo são toxinas numa proporção de
dez a vinte vezes mais do que pecados.

160
Evangelho do Céu Vol. I

PROPOSIÇÃO FINAL

Prosseguir

Agora que já
Conheces o amor infinito de Deus,
Tira do coração a mortificante tristeza.

Envolto estás
Pela aura divina inteiramente.
Vive então feliz neste jardim primaveril!

Não te desvies
Do caminho a trilhar. Eia! Avante!
Abraça a missão que te cabe executar!

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Evangelho do Céu Vol. I

ADENDO

Meishu Sama

É o fundador da Messiânica. Nasceu na parte mais oriental


de Tóquio, capital do Japão, no bairro de Hashiba, em 23 de
dezembro de 1882. Até os 40 anos de idade, foi um homem comum,
que se dedicava a atividades comerciais e a estudos artísticos.

Em 15 de junho de 1931, recebeu de Deus não só a revelação


de que estava aproximando-se a Era do Dia, marco inicial de uma
nova civilização, mas também toda força necessária para ensinar
como podem ser eliminadas, do mundo todo, as causas das
doenças, misérias, conflitos, sofrimentos esses que, há muito
tempo, vêm afligindo a humanidade, impedindo-a de ser feliz.

Então, a partir de 15/06/31, Meishu Sama passou a


dedicar-se inteiramente à propagação dos Ensinamentos que lhe
foram transmitidos por Deus, com objetivo de proporcionar aos seres
humanos os meios corretos para o estabelecimento de uma vida
repleta de saúde, abundância e paz, plena de Verdade, Virtude e
Beleza.

Johrei

É um método de canalização de Luz através da palma da


mão. Essa Luz resulta inicialmente da junção de duas energias:
espírito do fogo (Kasso) e da água (Suisso), os quais, ao
penetrarem no interior de um ministrante (pessoa que aplica
Johrei), se unem ao espírito da terra (Dosso) do qual é feito o
corpo humano, formando uma Luz única que, ao ser irradiada
através da palma da mão, tem o poder específico de queimar
máculas e eliminar toxinas. Por isso, o Johrei é um ato possível
somente pela comunhão entre Deus e o homem.

162
Evangelho do Céu Vol. I

Messiânica

Não é simplesmente uma religião. Naturalmente, ela tem


uma parte mística, mas não se restringe só a esse aspecto. Seu
principal objetivo é a salvação da humanidade, estando, por isso,
fundamentada em princípios que visam a criar felicidade. É, pois,
uma tarefa sem precedentes na história mundial.

Portanto seu principal objetivo é despertar os homens para o


poder de Deus sobre todas as criaturas, princípio esse, por longo
tempo, adormecido. Não se trata, contudo, de um trabalho fácil,
porque a maioria dos povos civilizados, tendo a alma fascinada pela
Ciência, negligenciou a existência de Deus. Daí ser necessária
uma força supra-humana para sacudir as mentes e os corações. A
esse prodígio renovador, Meishu Sama denominou milagres. São
ocorrências comuns na fé messiânica e operadas pelo poder
absoluto de Deus Supremo, que realiza transformações
extraordinárias nos seres humanos, fazendo-os ingressar numa
nova era de prosperidade.

163
Evangelho do Céu Vol. I

GLOSSÁRIO

Agricultura da Grande Natureza: é uma maneira natural


de cultivo do solo, mostrado por Deus a Meishu Sama. De acordo
com essa revelação, a própria terra, associada à energia solar e
lunar, bem como à ação da água, já contém todos os elementos
indispensáveis à fertilização e desenvolvimento das plantas. Tem
também idêntica competência para produzir a energia necessária
ao fortalecimento da vida do ser humano, a fim de que ele possa
cumprir plenamente a missão para a qual foi destinado neste mundo.
Quando o homem ingere alimentos contaminados por elementos
químicos presentes nos adubos e inseticidas, automaticamente se
intoxica. Mesmo em pequena quantidade, essas substâncias
penetram no sangue e produzem toxinas que se acumulam no
corpo, ao longo dos anos. Em conseqüência, formam-se nuvens na
parte espiritual e lentamente a saúde vai sendo abalada.

Amatsu Norito: ou oração do Céu. É composta de uma


combinação de sons que geram energia com poder de purificar o
espaço, possibilitando a ligação entre o Céu e a Terra, Deus e o
homem.

Amida: divindade lunar que chefiou, durante a Era da Noite,


o Joodo, reino espiritual que se encontra na direção oeste. Segundo
uma idéia bem antiga, como o Sol nasce no leste e morre no oeste,
da mesma forma, o espírito humano, após a morte, vai para o
Joodo (no oeste), tendo sido, por conseguinte, salvo por Amida.

Bosatsu: (Bodhisattva em sânscrito) Na sua origem, a


palavra é a própria pronúncia sânscrita representada em kanji
(escrita chinesa). Denomina o ser humano que procura a
iluminação (satori). Historicamente, a idéia de bosatsu
desenvolveu-se ao lado do Budismo Mahayana (daijo), há mais ou
menos dois mil anos. Enquanto o pensamento budista mais vertical
(shojo) limitava a denominação de bosatsu apenas à vida de
Sakiyamuni em reencarnações anteriores, o Budismo Mahayana

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Evangelho do Céu Vol. I

começou a usá-la para se referir a todos aqueles que procuram a


iluminação.

Daijo: palavra japonesa formada por dai (= grande) e jo (=


veículo). Significa, portanto, grande veículo, ou seja, visão ampla,
horizontal.

Era Meiji: (1868-1912) período de reinado do Imperador Meiji


(Japão).

Espírito da Água: é, na verdade, a energia advinda de


suisso, partícula essencial proveniente da Lua. Durante os mais
ou menos três mil anos da Era da Noite, o seu poder prevaleceu,
dominando e encobrindo kasso.

Espírito da Terra: força emanada do centro do Globo Terrestre.


Origina-se de dosso, partícula essencial que entra na formação da
Terra. O poder de dosso foi sempre ignorado e, por isso, o solo
continua, até hoje, sendo considerado apenas como uma massa
composta de areia e barro, que não contém nada especial. Vem daí
a idéia do adubo químico ou orgânico e o desconhecimento total de
que o verdadeiro fertilizante é dosso.

Espírito do Fogo: energia não material, originária de kasso,


cujo significado é essência de uma partícula proveniente do Sol. Essa
energia, comumente chamada de Espírito do Fogo, corresponde,
na realidade, à Bola de Luz que estava com Meishu Sama na Terra e
ainda continua com Ele no Mundo Divino, aumentando, cada vez
mais, em tamanho e potencialidade, até envolver, um dia, o
Universo inteiro, tanto o imaterial, quanto o físico. Na verdade, kasso
é a própria Luz do Johrei que queima as máculas espirituais e
dissolve as toxinas do corpo humano. Muitas vezes, por isso, quem
recebe Johrei sente calor refletido até fisicamente. A luz de kasso
geralmente é vista na cor branca, semelhante à dos raios solares.
Produz sempre muita alegria no coração, alívio interior, e faz brotar
um intenso amor a todos os seres, traduzido num sentimento

165
Evangelho do Céu Vol. I

misericordioso que supera a dualidade Bem / Mal, certo / errado


norteadora das atitudes humanas.

Do ponto de vista religioso, a expressão "batismo pelo fogo"


simboliza a purificação por meio da luz de kasso.

Ainda, com relação ao poder de kasso, Meishu Sama profetizou,


há cinquenta anos, o aquecimento do Globo Terrestre em
conseqüência do aumento dessa luz.

Por desconhecerem o fato, cientistas e ecologistas tentam


atualmente explicar que o aumento da temperatura se deve à
concentração de gás carbónico (CO2) na atmosfera, teoria esta
incompleta, pois falta-lhe, ainda, considerar a revelação divina.

Ikebana: maneira de manifestar, através de arranjos florais, o


senso de beleza. É uma forma de arte tridimensional, bem próxima da
escultura, que busca criar um espaço artístico, utilizando
conjuntamente flores, vasos, cestas, ambiente e espaço.

Jashin: entidades negativas que contestam a Luz da Era do


Dia e, por isso, atrapalham, de todas as formas possíveis, aqueles
que procuram a verdade.

Kakuryo no Ookami: divindade que governa o Mundo


Astral ou Espiritual. Julga de acordo com o Bem ou o Mal praticado e
salva o espírito.

Kampoo: método de medicina chinesa que utiliza remédios


extraídos de ervas, cascas, raízes, insetos, animais e minerais. Surgiu
durante a dinastia Han (206 a.C - 220 d.C).

Kannon: Avalokitesvara em sânscrito. De acordo com a


origem do nome, é uma divindade tanto masculina, quanto
feminina que, observando todas as Leis regentes do Universo,
salva livremente os povos. Dessa forma, quando Seu nome é

166
Evangelho do Céu Vol. I

pronunciado, prontamente vem em socorro daquele que O invocou.


Dependendo do auxílio solicitado, pode manifestar-Se de forma
diferente em qualquer parte do mundo. É reverenciado desde
tempos remotos, especialmente no mundo oriental. Sempre
responde às necessidades imediatas, quer dizer, àquilo que o ser
humano está, de fato, precisando no momento.

Kenshinjitsu: máximo grau de sabedoria possível de ser


atingido. Quem chega a esse nível consegue enxergar a realidade
presente, passada e futura, transcendendo, dessa forma, a noção
de tempo e espaço.

Kunitokotachi no Mikoto: é a denominação japonesa do


Deus Ushitora que, de acordo com o Ofudesaki, Se manifestou
através de Nao Deguchi, fundadora da Oomoto.

Em épocas mais remotas, foi cultuado como o Deus ancestral


da humanidade e governante da Terra. Sempre foi temido por
muitos outros deuses pelo Seu enorme senso de justiça e grande
poder.

Máculas: o mesmo que nuvens espirituais.

Makoto: palavra japonesa que não tem uma tradução


exata. A idéia que contém é a seguinte: levar em consideração, em
primeiro lugar, os outros; depois a si mesmo. Daí expressar um
conceito amplo de amor ao próximo.

Mamehito: palavra japonesa formada por mame (=


verdadeiro) e hito (=homem). Engloba, pois, em seu significado, todo
aquele que se inicia na Messiânica, estuda e pratica os
Ensinamentos de Meishu Sarna, procurando tornar-se uma pessoa
possuidora de makoto, um homem verdadeiro, cheio de amor,
sinceridade e autenticidade.

167
Evangelho do Céu Vol. I

Nuvens Espirituais: são máculas ou impurezas que


recobrem a alma (centelha divina do ser humano), geradas pela
violação dos princípios da Lei de Deus. É um processo
semelhante ao que ocorre no plano físico onde, muitas vezes, as
nuvens recobrem os raios solares, impedindo-os de iluminar a
Terra. Da mesma forma, quando uma pessoa possui muitas nuvens
espirituais, não tem capacidade para discernir entre o Bem e o Mal,
o certo e o errado, porque lhe falta Luz.

Nyorai: (Tathagata em sânscrito). Denominação de qualquer


buda ou iluminado que, seguindo o caminho da elevação, já
atingiu o Nirvana ou, de um modo mais geral, todas as pessoas
que já tenham atingido a verdade absoluta.

Ofudesaki: livro psicografado por Nao Deguchi, fundadora


da religião Oomoto, no qual estão expostos os fundamentos da
doutrina.

Ohikari: palavra japonesa que significa Luz Divina. É também


para os messiânicos um símbolo físico da Luz que cada mamehito
carrega no coração e com a qual pode ajudar aos semelhantes.
Nesse sentido, é composto de um estojo em forma de medalha onde
está acondicionado um pequeno pedaço de papel que traz escrito o
ideograma Luz.

Oomoto: religião fundada por Nao Deguchi no Japão (1892 -


ano 25 da Era Meiji). Sua sede fica em Ayabe, província de Kyoto.

Purificação: ato de limpeza de máculas do espírito e toxinas


do corpo. É realizada pelas doenças, por sofrimentos ou infortúnios
com os quais o homem se depara durante a vida terrena.

Sakiyamuni: fundador do Budismo (566-486 a.C).

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Evangelho do Céu Vol. I

Satori: palavra japonesa muito usada no Zen-budismo.


Significa despertar ou acordar a consciência divina no ser
humano. Quem atinge o estado de satori já é um iluminado.

Shojo: palavra japonesa formada por sho (=pequeno) e jo


(=veículo). Significa, portanto, pequeno veículo ou, simbolicamente,
visão vertical, restrita.

Soonen: palavra japonesa composta de soo (=idéia) e nen


(desejo). Significa, portanto, um pensamento associado à vontade,
ao amor, formando, no conjunto, um sentimento único que gera
uma força extraordinária direcionada para o bem, capaz de resolver
qualquer problema.

Sunao: palavra japonesa que engloba as acepções de


obediência, honestidade, franqueza, naturalidade, meiguice,
simplicidade, docilidade.

Tenrikyo: religião ligada ao Xintoísmo iniciada no Japão por


Miki Nakayama e oficialmente reconhecida em 1908.

Tieshokaku: palavra japonesa formada por tie (= sabedoria)


e shokaku (= certo, correto). Significa, na interpretação de Meishu
Sama, profunda capacidade de discernimento que vai permitir a
distinção entre Bem e Mal, certo e errado.

Yang: palavra chinesa. Indica a polaridade positiva ou


masculina presente no Universo. Corresponde à essência do Sol, do
dia, do céu, do homem, do verão, do calor, do leste e do norte. Só
se concretiza quando ligada ao seu oposto yin.

Yin: palavra chinesa. Indica a polaridade negativa ou


feminina presente no Universo. Corresponde, na verdade, à
essência da Lua, da noite, da Terra, da mulher, do inverno, do frio,
do sul e do oeste. Está sempre ligada ao seu pólo oposto, yang,
sem o qual não existe.

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Evangelho do Céu Vol. I

Yukon: origem primordial da partícula divina presente em


cada ser humano. Como fonte originária, permanece no Mundo
Espiritual, onde pode subir ou descer de nível, dependendo do
comportamento humano no Mundo Material.

Zen-budismo: é uma ramificação do Budismo difundida,


inicialmente, na China. Mais tarde, foi divulgada no Japão de uma
forma muito peculiar, diferente da chinesa. Trouxe uma
contribuição marcante para a cultura tipicamente japonesa, tendo
exercido grande influência na arte de cozinhar, na pintura, na
caligrafia, no ritual da cerimônia do chá, na feitura de ikebanas,
entre outras.

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Evangelho do Céu Vol. I

Leia também outras publicações da Lux Oriens Editora Ltda

A Arte do Johrei

Este livro, traduzido por Minoru Nakahashi, contém


Ensinamentos de Meishu Sama sobre o poder do Johrei,
entendido como a Luz de Deus, canalizada através das mãos,
que traz inúmeros benefícios a quem dela usufruir, tais como
cura de doenças, fortalecimento da saúde física e espiritual.

Por outro lado, quem o ler, poderá adquirir habilidades


específicas na prática do Johrei, bem como colher resultados
surpreendentes na solução dos inúmeros conflitos que
diariamente assolam o mundo e a vida particular de cada pessoa.

(256 páginas)

O Mistério da Grande Natureza

Este livro propõe uma nova maneira de tratar a terra,


através da prática da agricultura sem agrotóxicos, quer de origem
química, quer orgânica. De outra parte, oferece também ao
consumidor orientações básicas de como conseguir uma
alimentação mais saudável.

(256 páginas)

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Evangelho do Céu Vol. I

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Este livro foi composto pela Lux Oriens Editora Ltda e impresso
pela Bartira Gráfica e Editora em papel Pólen Soft 80 g/m2 da Cia.
Suzano de Papel e Celulose, em junho de 2002.

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