Sie sind auf Seite 1von 10

Introdução

O Município de Belém apresenta em seu espaço físico territorial urbano um patrimônio histórico e cultural
muito rico, capaz de evidenciar a grandeza da cidade ao longo de sua trajetória evolutiva, fundamental para
o processo de solidificação dos valores regional e local.

O patrimônio histórico e cultural urbano de Belém deve representar um papel importante no processo de
gestão do município, no momento em que se busca resgatar a sua contribuição social, política e econômica
oriunda de seu potencial evidenciado pela indústria do turismo. Esta colocação se faz relevante, mediante
análise de dados como, resultado de pesquisa realizada no Município de Belém, que enfatiza o fato de que o
munícipe, ou seja, o cidadão Belenense não conhece a sua cidade nem a sua história.

A pesquisa realizada no âmbito da municipalidade de Belém, em sua abrangência continental/urbana,


enfatiza o turista interno (o munícipe) e o externo, com a finalidade de compreender a sua relação com o
complexo turístico existente na área central da cidade, desde o marco de seu surgimento até o final da
primeira légua de Belém.

Alem disso, os resultados evidenciam aspectos relevantes relacionados à infra-estrutura, saneamento básico,
serviços públicos e serviços sociais, fundamentais ao fomento do turismo histórico e cultural na cidade de
Belém do Pará com ênfase a sugestões para o implemento do processo de auto sustentabilidade do
Patrimônio histórico e cultural do município de Belém.

Conhecendo um pouco de Belém do Pará

O Município de Belém é a capital do Estado do Pará, que é composto de uma grande área geográfica, uma
das maiores do planeta. Possui cerca de 1.284.000km². O Estado do Pará é o segundo maior estado
brasileiro, sendo menor apenas que o Estado do Amazonas, que faz juntamente com o Pará a composição
maior da região Amazônica.

Belém do Pará foi fundada em 12 de janeiro de 1616. Sua fundação teve como objetivos aparentes apenas
fatores relacionados à natureza político-militar. Mas além deste fator, seu fundador o português Capitão-mor
Francisco Caldeira Castelo Branco, que recebeu para a realização da missão o título de Descobridor e
primeiro Conquistador do Amazonas, visava o monopólio ou a exclusividade de uma exploração econômica
através do domínio da posição estratégico-geográfica da região.

A capital do Estado do Pará está situada em um dos braços do Rio Amazonas. É banhada pelo Rio Guamá
ao sul e pela Baía do Guajará a oeste, a 160 quilômetros ao sul do Equador. A cidade de Belém é a maior
cidade na linha do Equador. É conhecida como a Capital da Amazônia, devido ser considerada a capital do
Pará e da Amazônia Brasileira. Este fato deve-se em decorrência de ser o principal portão de entrada para a
Região Norte do Brasil.

A capital tem todas as características de uma cidade moderna, mas ainda retém as marcas de um passado
glamouroso e rico, vislumbrados em seus prédios e complexos arquitetônicos, tais como: a Catedral da Sé,
Basílica de Nazaré, Museu do Círio, Igreja das Mercês, Igreja do Carmo, Igreja da Sé, Igreja de Santo
Alexandre, Conjunto Arquitetônico Feliz Lusitânia, Palácios Antônio Lemos, Museu do Estado (Palácio
Lauro Sodré), Museu de Arte Sacra, Museu de Arte de Belém, Teatro da Paz, Mercado do Ver-O-Peso,
Complexo de São Braz, Bar do Parque, Parque da Residência, Museu Paraense Emílio Goeldi, Estação das
Docas, Praça do Relógio, Bosque Rodrigues Alves, Forte do Castelo e a Ladeira do Castelo - 1ª rua de
Belém (onde se iniciou a cidade de Belém).

Além de todos os pontos histórico e cultural evidenciado, não se pode deixar de ressaltar o Bairro Cidade
Velha, com seus prédios cobertos de azulejos vindos de Portugal, França e Alemanha.

A cidade de Belém do Pará ao longo de sua trajetória foi e tem sido cenário de eventos marcantes da vida
nacional. As suas ruas guardam a memória destes fatos ocorridos e evidenciados no mix do desenho urbano
revelado por uma arquitetura oriunda do seu surgimento e da época do ciclo da borracha envolvido pelo
processo da verticalização das edificações tão presentes na atualidade.

Assim, Belém consegue conjugar as belezas da arquitetura e dos ornamentos do período colonial às
exigências da modernidade. Ao lado dos sedutores casarões da Cidade Velha, que caracteriza a primeira fase
de ocupação, onde proliferam os funcionais espigões, a fachada das construções de corte contemporâneo.

A Capital do Pará reflete bem o que se pode chamar de uma cidade tipicamente amazônica. Conhecida pela
população paraense, brasileira e internacional como a cidade das mangueiras constituída em grande parte
por árvores de médio porte, principalmente por mangueiras seculares, que de acordo com Bassalo [1993]
são cerca de 22.500 árvores.

Este fato ressalta uma das características da cidade que é a arborização do centro urbano de Belém que
preserva em suas Praças, Bosques, Parques, ruas e avenidas os túneis de folhagens criados pela natureza
com os galhos das mangueiras, que evidencia a beleza da região: o verde.

Belém como o portão de entrada para a mais importante floresta tropical do planeta, traz ao longo do tempo
consigo histórias, lendas, ciência nativa, arte indígena, paisagens, hábitos, costumes, culinária indígena,
crenças, falares, linguagem, sotaque, enfim, um tipo de cultura que a singulariza dentro da enigmática
Região Amazônia e também dentro do contexto nacional e mundial.

A cidade de Belém é considerada cidade pólo da Região Norte. Este fato deve-se, ao seu papel de principal
espaço físico-territorial construído da Região Metropolitana de Belém. Encontra-se situada à cerca de 1.600
Km ao norte de Brasília, distante do Oceano Atlântico por aproximadamente 130 Km, localizada de acordo
com os seguintes pontos cardeais: 28 º de latitude sul e a 48 º 29' de longitude oeste.

O Município de Belém ocupa uma área de 505,8231 km² de terras planas aluvionais, circundadas por uma
complexa rede hidrográfica constituídas por bacias, igarapés e furos. Apresenta-se a 14 metros acima do
nível do mar, situada em plena faixa equatorial. A maior parte de sua área urbana consolidada (parte
histórica), está construída em uma ponta de terra comprimida a oeste, limitada pela Baía do Guajará, no
encontro entre o Rio Pará com o Rio Guamá, conforme pode ser visualizado na foto abaixo:

Parte Histórica da Cidade de Belém

A cidade de Belém, paradoxalmente, não está localizada às margens do principal rio da região, o Amazonas.
Mas justamente por este fato o seu sistema hidroviário é relativamente independente do rio-mar, o que lhe
propicia uma certa facilidade de acesso ao oceano e ao resto do continente.

Em decorrência deste fato, o Município de Belém possui inúmeras vantagens competitivas para a aquisição,
comercialização e transporte marítimos de produtos da região.

É importante ressaltar um fator interessante com relação ao aspecto físico-territorial da capital paraense que
é constituído por dois-terços de seu território formado por ilhas. A maioria, porém, permanece selvagem e
desabitada; outras concentram populações escassas que desenvolvem um ritmo de vida assemelhado ao dos
povos da floresta, ou seja, mantém as características do caboclo paraense.

As mais destacadas, como as Ilhas do Mosqueiro e de Caratateua (Outeiro) concentram durante o veraneio
um grande número de visitantes, devido ao seu clima saudável e à sua bela paisagem, marcada pela
sinuosidade dos rios e igarapés e pela exuberância de sua vegetação.

Além dessas duas ilhas mais visitadas, destacam-se ainda as ilhas do Combu, Cotijuba, Arapiranga, dos
Papagaios, Ilha das Onças e a de Tatuoca, que abriga a única estação geodésica da América Latina, uma das
sete existentes no mundo.
O Município de Belém é considerado como principal centro urbano da Amazônia, devido abrigar quase 30%
da população do Estado do Pará. Este fato produz reflexos diretos na estruturação dos fatores, sócio-
política-econômica da cidade. Evidencia um perfil no qual tem-se um centro urbano adensado, ocupado
principalmente pelas populações de Classe social (faixa de renda) média e alta, contrastando com uma
periferia dispersa, onde se encontram as populações de classe social pobre de baixa renda.

Assim, o centro da cidade que fica na Primeira Légua Patrimonial do município, é a área mais dinâmica. É
nesta área que se encontra os principais equipamentos de educação, saúde, comércio, serviços, lazer e
recreação; os lugares de trabalho mais significativos; o agrupamento de edificações verticais utilizadas pela
população de maior poder aquisitivo, como pode ser visto na foto a seguir:

O centro da cidade de Belém

Observa-se na cidade de Belém que tanto na Primeira Légua Patrimonial, como na área de transição o
processo de verticalização vem tornando-se cada vez mais intensificado, acarretando para o município como
um todo problemas ambientais gravíssimos.

Um dos principais problemas ocasionados por este processo de verticalização descontrolado segundo Castro
Filho [1991], é referente às conseqüências climáticas, oriundas da estrutura de concreto dos prédios, que
dificultam o fluxo das correntes de ar, e assim, podendo levar a cidade belenense a uma enorme ilha de
calor.

É neste contexto que o patrimônio histórico e cultural do município representado por igrejas, museus,
teatros, mercados e os mais diversos monumentos espalhados pela cidade, demonstram a vocação
adormecida da cidade para o turismo histórico-cultural. Evidencia-se, somado a este rico patrimônio
histórico e cultural, que se pode destacar outras características culturais marcantes da cidade, como as
manifestações folclóricas e artística local e regional, além de hábitos peculiares como a alimentação, as
feiras livres e mercados, os túneis de mangueiras, e a própria disposição festiva e hospitalidade da
comunidade belenense.

Belém, aliando o conforto e a agitação das grandes cidades com sua herança histórica e cultural, ainda viva,
podem mudar seu perfil econômico através do turismo. Mas para isso é preciso identificar quais os
verdadeiros entraves para o desenvolvimento da industria do turismo nesta pesquisa especificamente a
atividade histórica e cultural e buscar as soluções e principais tomadas de ações.

Trajetória da Pesquisa

A pesquisa realizada no mês de fevereiro de 2001 aborda um tema, de grande interesse para a gestão
municipal e a população belenense, pois abrange o a industria do turismo no Município de Belém
especificamente no segmento do turismo histórico e Cultural e peculiaridades da Capital.

A pesquisa tem como objetivo evidenciar o perfil do turista que visita os pontos históricos da cidade e
evidenciar mecanismos eficazes para a retomada do crescimento econômico da parte urbana e histórica do
município de Belém, já que a industria do turismo nos últimos anos a nível mundial tem se apresentado
como uma vantagem competitiva de grande potencial, que deve ser enfatizada na gestão estratégica do
município de Belém, com a finalidade de aproveitar a vocação e a potencialidade da localidade.

O estudo adotou como metodologia à aplicação de questionário com variadas perguntas tanto para
moradores como para visitantes, a fim de obter um perfil dos turistas externo e interno (moradores da
cidade) que se encontravam costumam nos locais de realização da pesquisa.

O instrumento da pesquisa foi elaborado contendo perguntas abertas, fechadas e semi-estruturadas, se


utilizando para isso o método de escalas por atributos, buscando tornar assim, os questionários simples,
claros e objetivos.
A estrutura do instrumento da pesquisa se apresenta desdobrada em quatro momentos que tem a finalidade
de obter informações quanto ao turista externo e interno da seguinte maneira:

1. Aspectos Gerais Æ busca evidenciar informações tais como sexo, escolaridade, condição civil, familiar,
ocupação profissional, etc.

2. Turista Externo Æ perguntas específicas para os visitantes referentes ao motivo e característica da visita a
Belém; tipos de passeios realizados; percepção da cidade quanto ao tratamento recebido, imagem da cidade
antes de chegar e depois de conhecer, etc.

3. Turista Interno e Externo Æ perguntas relacionadas aos pontos turísticos e peculiaridades da cidade tais
como saneamento, serviços públicos, infra-estrutura, serviços sociais, atendimento ao público, lazer
referentes ao patrimônio histórico e cultural foco da pesquisa.

4. Turista Interno Æ perguntas específicas ao munícipe quanto a sua relação com o patrimônio histórico e
cultural de Belém.

O desdobramento do instrumento da pesquisa se fez de extrema importância para a compreensão do perfil


do turista e da percepção deste com relação ao patrimônio histórico e cultural da cidade de Belém. Além
disso, a forma como o questionário foi estruturado propicia verificar se as ações gerenciais relacionadas ao
patrimônio histórico e cultural são efetivas e se as expectativas dos visitantes são atendidas.

Esta pesquisa de mercado foi aplicada a uma amostra aleatória, em locais de grande movimento de pessoas.
A área da cidade foco do estudo foi a primeira légua de Belém no Distrito de Belém (DABEL), que na
divisão político-administrativa do município destaca-se por concentrar as principais edificações e
monumentos referentes ao patrimônio histórico.

Apesar do foco da pesquisa ser o patrimônio histórico existente no distrito administrativo de Belém
(DABEL); o processo de coleta de campo foi realizada em diversos pontos da cidade que fazem parte de
outros distritos administrativos que compõe o município de Belém. Seis equipes formadas por alunos do
curso de administração que se dividiram entre os seguintes pontos: Aeroporto Internacional de Val-de-Cans,
Complexo Turístico Estação das Docas, Shopping Center Iguatemi, Shopping Doca Boulevard, Shopping
Castanheira, e alguns pontos turísticos mais conhecidos na área de DABEL tais como: Forte do Castelo,
Praça da República, Parque da Residência, Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, Ver-o-Peso.

Belém e o turismo histórico e cultural

O resultados da pesquisa realizada em Belém demonstrou uma tendência que está ocorrendo no restante do
mundo: as pessoas estão cada vez mais fazendo turismo. Foram entrevistadas 371 pessoas, sendo 167
moradores que representa 45% dos entrevistados e 204 visitantes representando 55% do total dos
participantes da pesquisa.

O perfil sócio-econômico dos entrevistados foi traçado por pessoas de ambos os sexos, e de diversos níveis
de escolaridade. A maioria dos pesquisados apresenta o seu grau de instrução apenas até o 2º grau
representando 44%, 36% apenas detêm o 3º grau, 18% o 1º grau e um fator relevante observado que reflete
a realidade da carência intelectual do país é a existência entre os pesquisados de apenas 2% terem pós-
graduação. A idade dos entrevistados também foi bastante elástica, tendo representantes de 15 a 70 anos,
figurando como maior parcela àqueles que compreendem de 20 a 40 anos. Com relação à atividade
profissional, ou seja, ocupação, esta se diluiu entre os pesquisados da seguinte maneira como mostra o
quadro a seguir:

Ocupação dos Turistas visitantes de Belém do Pará

OCUPAÇÃO DOS ENTREVITADOS PERCENTUAL


AUTONOMO 10%
EMPRESA PÚBLICA 31%
EMPRESA PRIVADA 20%
ESTUDANTE 26%
ESTAGIÁRIO 2%
APOSENTADO 5%
DONA DE CASA 6%

A condição civil da maioria dos pesquisados se divide entre solteiros e casados, com poucos elementos de
outras opções. Dentre os casados, a parcela sem filhos e a parcela com filhos ficou próxima, sendo que esta
última mostrou equilíbrio na faixa etária dos filhos (pequenos; adolescentes e adultos). Os entrevistados que
responderam quanto às suas condições de moradia, a maioria afirmou morar com amigos (46%), seguido
por aqueles que moram com familiares (36%) e por último os solitários (18%).

O perfil turístico dos entrevistados, quanto à habitualidade e a motivação de suas viagens, evidenciou que
85% dos participantes da pesquisa viajam regularmente, pelo menos uma vez por ano, principalmente por
motivo de férias ou trabalho. Quanto às viagens de férias, 97% afirma preferir praia, o que pode ser um
indicativo negativo para o turismo histórico e cultural em Belém, pois tanto o morador (turista interno)
deseja sair para outros logradouros praianos, como o cliente externo não vê a cidade como uma atração
potencial de lazer.

De acordo com a pesquisa, a maioria afirma que viaja de férias com a família, assim, é compreensível a
escolha dos meses de férias escolares para essas viagens. Os meios mais citados para atingir o destino são
avião e ônibus. É importante destacar que, dos 371 entrevistados, apenas 126 que viajam de avião e somente
10 utilizam sistemas de milhagem, demonstrando que há uma demanda reprimida para a atuação das
companhias aéreas. Destes turistas que utilizam como meio de transporte o avião em média é a Segunda vez
que estes vêm a Belém.

O transporte rodoviário ainda prevalece sobre os demais; julho é o mês preferido e a praia ainda é o local
mais procurado nas viagens. A característica deste turismo é a sua curta temporada e na sua maioria, no
período de férias. Uma constatação interessante é a tendência das viagens para as cidades do interior e de
forma desacompanhada (embora a maioria dos entrevistados a o estado civil seja de solteiros).

Enquanto aos locais de hospedagem apresentam ampla gama de opções, como casas de amigos ou
familiares e, hotéis em geral, sendo que os hotéis 5 estrelas representam pouco a mais, perto dos de 3 e 4, a
hospedagem dos visitantes. Dos entrevistados hospedados nos hotéis da cidade, 80% avaliaram como
razoáveis as instalações hoteleiras.

Ainda pelo aspecto econômico podem ser citados que 61% dos entrevistados que afirmam viajar de férias,
61% pagam com cartão de crédito, onde destes 89% quando utilizam cartões de crédito parcelam suas
compras e 39% preferem realizar o pagamento à vista.

Os principais pontos que influenciam o destino das viagens de férias são os pontos turísticos, a fama da
cidade, a segurança e a infra-estrutura, destacando-se os pontos turísticos (40%).

Na opinião da maioria dos entrevistados 56% dos investimentos para desenvolver o turismo devem ser
compartilhados pelos governos estadual e municipal, assim como pelas instituições privadas, que poderiam
auferir ganhos com o crescimento desse setor. Os hotéis e pousadas, as agências de viagem, empresas de
transporte de passageiros (aérea, rodoviária e fluvial), bares e restaurantes; casas de shows, etc, iriam
aumentar seu faturamento e conseqüentemente os próprios níveis de governo iriam obter maior repasse de
impostos, sem contar o ganho na geração de empregos e renda. Além disso, detectou-se na pesquisa que os
pontos turísticos e a infra-estrutura da cidade são os fatores que mais influenciam na hora de escolher para
onde viajar a passeio.
Na parte do instrumento da pesquisa com questões específicas para os visitantes (turistas externos) da
cidade. Desse, 17 estavam apenas de passagem pela cidade e não puderam opinar sobre a maioria dos
questionamentos apresentados. Os demais apresentaram intenção da visita, demonstrando que a viagem foi
planejada. Assim, dos entrevistados, 28% estavam em Belém a negócios, 30% para visitar parentes ou
amigos, 34% estavam de férias, por motivo de lazer ou por motivos ecológicos. Neste último item se
observa a pouquíssima existência de turistas que procuram Belém pelo fascínio que a Amazônia exerce no
mundo. Logo, a presença de turistas nessa região por esse motivo deveria ser mais explorada juntamente
com o turismo histórico e cultural. Além destes fatores temos 8% que se encontravam em Belém por
diversos motivos entre eles os evidenciados foram os estudos, indicação de amigos, religião, lua-de-mel e
tratamento de saúde. Para melhor visualização dos resultados observe a figura a seguir:

Motivos da Visita à Belém

Perguntados sobre as características da visita, 67% das respostas válidas afirmaram que vieram por conta
própria e apenas 33% por pacote turístico. Tal informação contrasta com o índice dos que afirmaram
escolher seus passeios em Belém, principalmente, através de agências (38%), seguido da indicação de
amigos (25%) e jornais e revistas (15%).

Os entrevistados em média se planejam para que os seus os gastos durante a viagem se concentrem por volta
de R$ 500,00 à R$ 1.500,00, pois de acordo com os turistas um ponto favorável para esta média de gastos é
à economia local. Este fato é ratificado pelo tempo médio de permanência dos visitantes em Belém ser de 2
semanas. Outro aspecto detectado é que os tipos de passeios dividem-se em pontos turísticos e municípios
próximos na preferência.

Genericamente, a imagem percebida pelo turista de Belém, tem uma significativa valorização durante a sua
permanência na cidade. Dentre todos os fatores analisados, o que talvez mais esteja contribuindo para isso é
o bom tratamento da população em geral para com o turista.

Embora 90% dos visitantes (turista externo) tenham sido bem tratados pela maioria das pessoas na cidade e
apenas 10% tenha considerado o tratamento recebido como inadequado, uma colocação feita pelos
entrevistados, enfatiza uma constatação de extrema relevância para o processo de gerenciamento do turismo
em Belém, que foi à má imagem percebida da cidade antes de conhecê-la e sua continuação após a estadia
em Belém. Para 40% dos visitantes fatores determinantes para a permanência da imagem negativa da cidade
foram os preços altos de alimentação, diversão e compras dos mais variados produtos. Os demais visitantes
(60%), consideram os fatores relacionados aos preços de hotéis, transporte, alimentação, diversão e
compras, razoáveis e /ou justos.

Buscou-se através da pesquisa identificar os tipos de passeios programados e/ou realizados pelos visitantes à
Belém, com a finalidade de compreender o desempenho da atividade de turismo de modo geral, para que se
possa buscar uma melhoria na qualidade do serviço oferecido ao turista, além de detectar a motivação que
leva esse mercado a ter determinados comportamentos.

De acordo com a analise dos dados da pesquisa realizada, apurou-se que 65% das respostas válidas indicam
que os passeios realizados pelos turistas em Belém são planejados antecipadamente, indicando que quanto
maior for a divulgação das opções, maiores serão os públicos presentes nos locais, desde que haja boas
condições de infra-estrutura e acessibilidade.

No desdobramento da pesquisa se perguntou tanto ao turista interno quanto ao externo quais pontos
turísticos da cidade já havia visitado e o que achou do nível de conservação. As respostas quanto aos pontos
turísticos apontados no questionário (Ver-o-Peso, Basílica de Nazaré, Museu Emílio Goeldi, Estação das
Docas, Teatro da Paz, Praça da República, Forte do Castelo e Museu de Arte Sacra e outros mencionados
pelos entrevistados), percebeu-se que em média, 65% de todos os entrevistados já os visitou, ressaltando
que o menos conhecido é o Museu de Arte Sacra obteve 100% de aprovação do seu estado de conservação,
apesar de apenas 43% dos entrevistados o conheceram.
Com relação às perguntas feitas sobre Belém para todos os entrevistados reconhece a restauração do seu
patrimônio histórico e cultural e o esforço na implantação de uma política de turismo na cidade. Os pontos
turísticos tiveram na sua maioria conceito Bom e Excelente, destacando-se com este último conceito a
Estação das Docas com 100% de aprovação dos entrevistados. A maioria achou que o estado de conservação
dos mesmos é excelente (38%) ou bom (35%), com uma ressalva para o Ver-o-Peso, com 93% de
reprovação, seguido de 67% do Forte do Castelo, deixando assim claro a necessidade de reestruturação dos
mesmos pelas partes competentes.

Com relação ao grau de satisfação do visitante nesses locais, quanto à segurança, preços, atendimento,
limpeza e infra-estrutura em geral, ambiente e público em geral existente no local, é considerado como
regular por 42% da amostra, com destaque negativo para a questão da segurança . Pelo aspecto positivo o
atendimento nestes locais é percebido como bom (43%) e regular (40%) pelos clientes internos e externos
do turismo do patrimônio histórico e cultural belenense.

A comida regional sobressai junto com a sofisticada no tipo de alimentação feita pelos entrevistados. Dentre
as pessoas entrevistadas apurou-se um elevado índice de aprovação da culinária local e frutas nativas,
apresentando em média 47% de excelente nível de satisfação; 30% de bom nível, 15% de satisfação regular
e 8% de desaprovação. Destacou-se o açaí como o preferido e apreciado, seguido do tacacá e da maniçoba;
além da fruta bacuri e cupuaçu. Notou-se ainda que o maior índice de desaprovação ocorreu com a pupunha.

Apesar desse ponto a favor da cultura regional, a pesquisa evidenciou, também, que apenas 29% dos
visitantes realizam ou tenciona realizar uma alimentação regional típica durante sua estadia, enquanto 71%
dos visitantes planejam uma alimentação caseira, ou rápida, ou sofisticada. Dessa forma, detecta-se a
necessidade de estimular o consumo da culinária local pelos visitantes, através de pontos especializados em
locais estratégicos, como pontos turísticos, shopping centers e locais de grande afluxo de turistas,
observando o padrão de exigência desses visitantes, principalmente higiene, conforto e qualidade de
atendimento.

As manifestações culturais são outro aspecto bem valorizado pelos turistas evidenciados nos ritmos típicos,
com destaque para o carimbó, com 57% de preferência. Assim, seria interessante contar com mais espaços
públicos para estas manifestações, de forma a manter viva e divulgar a tradição, porquanto foi detectada que
à exceção do carimbó e do brega, outros ritmos são quase desconhecidos.

Dentre os visitantes entrevistados apurou-se que estes seriam clientes potenciais para o turismo do
patrimônio histórico e cultural em Belém porque 47% desejam conhecer os pontos turísticos da cidade,
como seus patrimônios histórico-culturais, e 20% gostariam de conhecer as manifestações culturais. Dos
turistas que tencionam conhecer a cultura local, 93% têm a comida típica como o fator mais representativo.
De modo geral, todos os visitantes adquirem alguma lembrança da cidade, sendo 71% algum tipo de
artesanato e 29% de camisas com logotipos e imagens da cidade ou de Nossa Sr.ª de Nazaré.

Em relação às informações turísticas, na sua maioria, foram dadas por indicação de amigos e 95% dos
entrevistados sejam este turista externo ou interno ressaltaram que ao nível de órgão público a cidade de
Belém é fraquíssima em pontos de apoio ao visitante quanto aos atrativos referentes aos mais diversos tipos
de informações da cidade.

É importante ressaltar que apesar de não ser foco da pesquisa, o aeroporto da cidade é aprovado pela sua
maioria dos visitantes da cidade, mas por outro lado a rodoviária é desaprovada por todos os entrevistados
em virtude de sua localização, falta de limpeza, segurança e excesso de vendedores ambulantes.

Por fim, a ultima parte da pesquisa que é referente à opinião específica dos moradores de Belém fez-se um
levantamento da percepção dos moradores da capital paraense que demonstra o fato de que, apesar de tantos
empecilhos, é possível através da integração do poder municipal, estadual e privado, Belém tem grandes
chances de se destacar no turismo do patrimônio histórico e cultural nacional. A reestruturação de alguns
pontos da cidade fez aumentar a confiança no progresso de Belém.
Com relação aos clientes internos, ou seja, os habitantes locais, quase a totalidade que têm conhecidos fora
atua como agente de divulgação da cidade, convidando seus amigos e familiares para visitarem Belém.
Estes moradores, quando recebem seus conhecidos, priorizam passeios em pontos turísticos e igrejas (49%),
seguidas de shopping centers (38%) para apresentar-lhes a "metrópole da Amazônia".

Em geral a impressão do morador em relação à cidade de Belém é regular (56%) e boa (36%), bem como
em relação às opções turísticas, com índice regular de 44% e bom em 36%. Os fatores mais indicados para
estas opções são por gostarem da cidade para morar, e que a mesma tem sido alvo de diversas melhorias.
Há, entre as respostas tabuladas, uma unanimidade com relação à necessidade de melhoria da segurança e
da infra-estrutura em geral, para alavancagem do setor de turismo no município.

Reflexos e sugestões para a melhoria da indústria do turismo do patrimônio histórico e cultural de


Belém

O turismo tem potencial para influenciar significativamente a economia de um país, de uma região ou de
uma cidade, e reduzir sua desigualdade social, impulsionando seu crescimento através da geração de
emprego e renda, melhoria da qualidade de vida, e ativação de outros setores produtivos, como infra-
estrutura, saneamento básico, serviços públicos, serviços sociais, construção, alimentos e produtos e
serviços diversos (transportes, hospedagem, alimentação, etc.).

A pesquisa realizada mostra como o turismo se apresenta na cidade de Belém, no momento que evidencia
pontos positivos como a hospitalidade do povo belenense, a beleza do seu patrimônio histórico e cultural e
ainda peculiaridades próprias da culinária local que devem ser mais bem trabalhadas na estratégia de
fomento ao turismo na cidade. Ressalta ainda os pontos negativos como a falta de segurança, sinalização,
limpeza em certos pontos turísticos que de certa forma denigrem a imagem da cidade. Problemas esses que
deveriam ser solucionados por órgãos competentes do setor público tanto ao nível de governo estadual e
municipal, contando com a parceria de instituições privadas com a finalidade de impulsionar a economia
local.

Apesar dos investimentos na restauração da arquitetura e dos monumentos locais realizadas e em


andamento, são, também, extremamente necessários aqueles de infra-estrutura, direcionados para o
saneamento da cidade e abertura de novas avenidas para desafogar o trânsito e integrar a região
metropolitana. Questões como segurança, higiene, trânsito, estacionamento, serviços públicos e sociais,
ainda apresentam falhas crônicas, demonstrando a necessidade de maior integração política e a visão de
gestão integrada dos investimentos.

Apesar da grande riqueza do patrimônio histórico e cultural e da biodiversidade existente no município de


Belém, para que o município venha a tornar-se um produto mercadologicamente competitivo, faz-se
necessário uma rápida intervenção em relação aos aspectos estruturais tais como limpeza do município
relacionado à pichação em geral na cidade como também dos pontos histórico e cultural; monumentos
históricos; do mobiliário urbano, rural e turístico. A sugestão seria implementar ao nível de município uma
campanha de educação ambiental, com a finalidade de conscientizar a população, para zelarem pela cidade,
de modo que ajudaria bastante a melhorar o aspecto da mesma.

Além destes aspectos, ressalta-se a necessidade de informações organizadas quanto à sinalização turística e
sistema efetivo de atendimento aos turistas através de postos de informações sobre eventos artísticos,
culturais, pontos históricos, restaurantes, bares, casas noturnas, e principalmente a fatores organizacionais
tais como: segurança, infra-estrutura, saneamento e prestação de serviços.

Apesar dos fatores limitadores ao fomento do turismo no Município, Belém, apresenta muitas
potencialidades que à torna um produto diferenciado em função de suas peculiaridades em relação a várias
outras capitais tais como: a natureza; as praias; folclore; a cultura; culinária; museus; teatros; monumentos
históricos; artesanato; arquitetura religiosa; parques ambientais; bosque e belíssimas praças.
Faz-se premente uma maior articulação com o meio empresarial, com o intuito de realizar atividades em
cooperação relacionada à infra-estrutura turística. Outro fator relevante dentro deste processo
cooperativismo e implementação de programas direcionados ao ecoturismo desenvolvido com as
comunidades residentes nos parques ambientais e nas ilhas, com a finalidade de manter a capacidade de
suporte sustentável do ecossistema.

Com a grandiosidade histórico-cultural do município e a política de valorização e revitalização adotada,


deve-se buscar incrementar o turismo histórico-cultural, através do desenvolvimento de atividades cultural e
de lazer.

Transformar a cidade de Belém em um objeto de consumo para o turista seja este externo ou interno exige
dotar de condições de acessibilidade e confiabilidade este produto. Para isso, se faz necessário uma maior
divulgação e estímulo com mais perspicácia quanto às belezas e opções de entretenimento que a cidade
oferece. As agências de turismo, hotéis e os próprios moradores não são conscientes do valor oriundo da
história da cidade e das riquezas turísticas da capital.

Um fato importante que se deve ressaltar é que o belenense desconhece sua cidade por diversos fatores
dentre eles a ausência de divulgação mais direta nos meios de comunicação quanto a assuntos relacionados
a datas marcantes para o município, com exceção no aniversário da cidade. A massificação de outras
culturas que acabam atiçando a curiosidade dos entrevistados como é o caso da dança e de ritmos oriundos
de outras regiões relegando ao segundo plano a história e a cultura do município de Belém.
Desta forma, se compreende como estratégico fundamental colocar a população local em condições de
visitar o acervo histórico e cultural, para dotá-la de conhecimentos sobre a importância de conhecer o que
foi, o que é e o que será a sua cidade no futuro, internalizando em cada morador da cidade de Belém o seu
significado, assim, motivando-o a gostar de sua cidade. Pois num primeiro momento é mais fácil atingir o
turista ou o cliente interno deste segmento. O morador da cidade é um elemento mais receptivo e sensível ao
processo de sensibilização através da proximidade com o produto. Ele pode transformar-se de um elemento
passivo em um elemento ativo, divulgando para seus conhecidos e parentes, inserindo uma nova visão nas
organizações que trabalha, inclusive nas empresas que fazem parte da indústria do turismo.

Bibliografia da pesquisa

BASSALO, Célia Coelho. Patrimônio Histórico e Memória de Belém do Pará. Ver-o Pará. Belém. v. 2, n 2,
maio, 1993
CASTRO FILHO, João et alii. Outeiro: uma questão de vida. Belém: Cejup, 1989.
____________. O Liberal. Belém, 18 mar. 1991.
TEIXEIRA, Ivandi Silva. Um Modelo de Evidências sobre Riscos Ambientais para a Gestão Pública em
Belém do Pará Fundamentado na Auditoria Interna e Ambiental. Florianópolis, 1998. Tese (Doutorado em
Engenharia de Produção) - Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa
Catarina.
TEIXEIRA, Regina Cleide Figueiredo da Silva. Modelagem do Comportamento Estratégico da Gestão
Pública Municipal Aplicado em Belém do Pará Florianópolis, 1999. Tese (Doutorado em Engenharia de
Produção) - Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina.

Autores:
Profª Dra. Regina Cleide Figueiredo da Silva Teixeira
Coordenadora do Curso de Administração: Habilitação em Gestão Ambiental
IESAM - Instituto de Estudos Superiores da Amazônia
Professora do Curso de Administração da UFPA
Trav. Lomas Valentinas, 1897 Aptº. 1804 - CEP: 66.087-440 - Belém/PA

Prof. Dr. Ivandi Silva Teixeira


Coordenador do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis
IESAM - Instituto de Estudos Superiores da Amazônia
Professor do Curso de Contabilidade da UFPA
Trav. Lomas Valentinas, 1897 Aptº. 1804 - CEP: 66.087-440 - Belém/PA

Disponível online em: http://www.revistaturismo.com.br/artigos/autosustentabilidade.html. Acessado em


29/02/2008.

Das könnte Ihnen auch gefallen