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PESSOAS VS. VILLACORTA, G.R.

Nº 186412 (2011)

FATOS:
Villacorta foi acusado do crime de homicídio. As informações afirmam que Villacorta, armado
com uma vara de bambu afiada, com intenção de matar, traição e evidente premeditação,
intencionalmente, ilegalmente e criminosamente, atacou, agrediu e esfaqueou Danilo Cruz,
infligindo ferimentos graves que causaram a morte imediata. Após a acusação, Villacorta se
declarou inocente.

Imediatamente após ser esfaqueado por Villacorta, Cruz foi levado às pressas e tratado como
paciente ambulatorial no Tondo Medical Center. Foi somente após 22 dias que Cruz foi
internado no Hospital São Lázaro por sintomas de infecção grave por tétano, onde morreu no
dia seguinte. O Dr. Belandres, Chefe do Departamento de Tétano do Hospital San Lazaro,
testemunhou que, usando o prontuário médico e o diagnóstico de Cruz, ele foi capaz de
determinar que Cruz morreu de infecção por tétano secundária a ferimento por facada. A
acusação não apresentou provas do tratamento médico de emergência que Cruz recebeu no
Tondo Medical Center, visitas subsequentes de Cruz ao Tondo Medical Center ou a qualquer
outro hospital para acompanhamento médico de seu ferimento por arma branca, ou as
atividades de Cruz dentro dos 22 dias.

RTC: Villacorta culpado de assassinato, qualificado por traição. Ele foi condenado a sofrer a
pena de reclusão perpétua e a pagar aos herdeiros de Danilo Cruz de R$ 50 mil a título de
indenização civil mais as custas processuais.
CA: Confirmada in toto a sentença da RTC contra Villacorta. Daí, o presente recurso para o TC.

QUESTÃO: Se Villacorta deve ser condenado por assassinato? – NÃO, apenas lesões físicas
leves

REALIZADA:
A causa próxima da morte de Cruz é a infecção por tétano, e não a facada. Causa próxima é
"aquela causa que, em sequência natural e contínua, ininterrupta por qualquer causa
interveniente eficiente, produz a lesão, e sem a qual o resultado não teria ocorrido".

O CS enfrenta as mesmas dúvidas de Urbano vs. IAC que o obrigam a anular a condenação de
Villacorta por homicídio. Houve um intervalo de 22 dias entre a facada e a data em que Cruz foi
levado às pressas para o Hospital São Lázaro, apresentando sintomas de infecção grave por
tétano. Se Cruz adquirisse tétano grave da facada, os sintomas teriam aparecido muito antes
de 22 dias depois. Como a Corte observou no acórdão Urbano, a infecção grave por tétano tem
um curto período de incubação, inferior a 14 dias; e aqueles que apresentam sintomas com 2-3
dias da lesão, têm 100% de mortalidade. Em última análise, só podemos deduzir que a facada
de Cruz foi apenas a causa remota, e sua infecção subsequente por tétano pode ter sido a
causa próxima da morte de Cruz. A infecção da facada de Cruz por tétano foi uma causa
interveniente eficaz mais tarde do que ou entre o momento em que Cruz foi esfaqueado até o
momento de sua morte.

Urbano v. IAC: Urbano recorreu perante o SC, alegando que quando o ferimento de Javier foi
examinado pela primeira vez, o médico não encontrou nenhuma infecção por tétano e que
Javier poderia ter adquirido tétano quando retornou ao trabalho em sua fazenda 2 semanas
depois de sofrer sua lesão.
 O período de incubação do tétano e o tempo entre o incidente de hacking e a
manifestação de tétano grave criaram dúvidas na mente da Corte de que Javier adquiriu
tétano grave com o incidente de hacking.
 A regra é que a morte da vítima deve ser a consequência direta, natural e lógica das
feridas que lhe foram infligidas pelo acusado. A prova de que o acusado causou a morte
da vítima deve convencer uma mente racional além da dúvida razoável. Os achados
médicos, no entanto, levam a uma possibilidade distinta de que a infecção da ferida por
tétano tenha sido uma causa interveniente eficiente. A infecção era, portanto, distinta e
estranha ao crime.

Villacorta não está totalmente isento de responsabilidade penal. Villacorta é culpado de lesões
corporais leves , nos termos do artigo 266.º, n.º 1, do CPP, pela facada que infligiu. Embora a
acusação seja por homicídio, a declaração de culpa pelo delito menor de lesões físicas leves
pode ser feita porque o segundo delito está necessariamente incluído no primeiro – os
ingredientes essenciais das lesões físicas leves fazem parte daqueles que constituem o
assassinato. Não podemos responsabilizar criminalmente Villacorta por tentativa ou frustração
de homicídio porque a acusação não conseguiu estabelecer a intenção de Villacorta de matar.
Além disso, não havia evidências que comprovassem que Cruz estava incapacitado para o
trabalho de parto e/ou necessitava de atendimento médico por mais de 9 dias. Sem essas
provas, a ofensa é apenas lesões físicas leves.

Considera-se ainda a traição como circunstância agravante, sendo suficientemente alegada


nos autos e provada em julgamento. A traição existe quando o ofensor comete algum dos
crimes contra as pessoas, empregando meios, métodos ou formas que tendem, direta ou
especialmente, a assegurar a sua execução, sem risco para o ofensor, decorrente da defesa
que o ofendido possa fazer.

DISPOSITIVO:
A decisão do CA que afirma que a do RTC de Malabon é REVERTIDA e ANULADA. Sentença
nova é proferida julgando Villacorta CULPADO além de dúvida razoável do crime de LESÃO
CORPORAL LEVE , previsto no artigo 266 do CPP, e condenado a sofrer a pena de 30 dias de
prisão em flagrante. Considerando que Villacorta foi encarcerado além do período da pena
imposta, é ordenada sua libertação imediata. Villacorta é condenado a pagar aos herdeiros de
Danilo Cruz danos morais no valor de R$5 mil.

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