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ONG

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Perguntas mais freqüentes

que é uma ONG?

A sigla ONG corresponde a organização não-governamental —


uma expressão que admite muitas interpretações. A definição
textual (ou seja, aquilo que não é do governo) é tão ampla
que abrange qualquer organização de natureza não-estatal.

Em âmbito mundial, a expressão surgiu pela primeira vez na


Organização das Nações Unidas (ONU) após a Segunda
Guerra Mundial, com o uso da denominação em inglês “Non-
Governmental Organizations (NGOs)” para designar
organizações supranacionais e internacionais que não foram
estabelecidas por acordos governamentais.

Do ponto de vista formal, uma ONG é constituída pela


vontade autônoma de mulheres e homens, que se
reúnem com a finalidade de promover objetivos
comuns de forma não lucrativa. Nossa legislação prevê
quatro formatos institucionais para a constituição de uma
organização sem fins lucrativos, com essas características –
associação, fundação, organização religiosa e partido
político. Por não ter objetivos confessionais ou eleitorais,
juridicamente toda ONG é uma associação civil ou uma
fundação privada.

No entanto, nem toda associação civil ou fundação é uma


ONG. Entre clubes recreativos, hospitais e universidades
privadas, asilos, associações de bairro, creches, fundações e
institutos empresariais, associações de produtores rurais,
associações comerciais, clubes de futebol, associações civis de
benefício mútuo, etc. e ONGs, temos objetivos e atuações
bastante distintos, às vezes, até opostos.

No Brasil, a expressão era habitualmente relacionada a um


universo de organizações que surgiu, em grande parte, nas
décadas de 1970 e 1980, apoiando organizações populares,
com objetivos de promoção da cidadania, defesa de direitos e
luta pela democracia política e social. As primeiras ONGs
nasceram em sintonia com as demandas e dinâmicas dos
movimentos sociais, com ênfase nos trabalhos de educação
popular e de atuação na elaboração e controle social das
políticas públicas.

Segundo Herbert de Souza, o Betinho: “uma ONG se define


por sua vocação política, por sua positividade política: uma
entidade sem fins de lucro cujo objetivo fundamental é
desenvolver uma sociedade democrática, isto é, uma
sociedade fundada nos valores da democracia – liberdade,
igualdade, diversidade, participação e solidariedade. (...) As
ONGs são comitês da cidadania e surgiram para ajudar a
construir a sociedade democrática com que todos sonham”.

Ao longo da década de 1990, com o surgimento de novas


organizações privadas sem fins lucrativos, trazendo perfis e
perspectivas de atuação social muito diversas, o termo ONG
acabou sendo utilizado por um conjunto grande de
organizações, que muitas vezes não guardam semelhanças
entre si. Como afirma a antropóloga Leilah Landim “O nome
ONG não é mais revelador, como ele era, de um segmento
dentro das organizações da sociedade civil brasileira”.

De acordo com o estudo realizado pela Consultoria do Senado


Federal, em 1999, “ONG seria um grupo social organizado,
sem fins lucrativos, constituído formal e autonomamente,
caracterizado por ações de solidariedade no campo das
políticas públicas e pelo legítimo exercício de pressões
políticas em proveito de populações excluídas das condições
da cidadania”.

Há alguma diferença entre as siglas e expressões ONG, Instituto, Entidade


Filantrópica, Oscip, OS, Entidade de Utilidade Pública?

As associações e fundações são freqüentemente chamadas


por outras expressões — tais como instituto; ONG –
organização não-governamental; organização da sociedade
civil; organização sem fins lucrativos; entidade filantrópica;
entidade assistencial; Oscip - organização da sociedade civil
de interesse público; entidade de utilidade pública; OS -
organização social; mas é importante esclarecer que essas
designações não correspondem a formas jurídicas.

Algumas expressões referem-se a títulos e qualificações,


conferidos pelo poder público às associações e fundações -
Utilidade Pública, Oscip, OS, Filantrópica (aquelas que
possuem o antigo Certificado de Entidade Filantrópica, hoje
Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social).
Outras, são apenas formas diferentes de nos referirmos às
associações civis e fundações – instituto, organização da
sociedade civil, organização sem fins lucrativos. No caso das
ONGs, esta expressão guarda muitas interpretações, como
explicitado anteriormente, e historicamente identificou e
identifica um campo político de organizações com uma
perspectiva comum de transformação social.

Por que e como constituir uma ONG

1. Por que constituir uma ONG?

Muitos grupos e movimentos comunitários ou sociais atuam


informalmente. Aliás, tal funcionamento é a base social de
muitas ONGs. No entanto, pode haver algumas razões para a
institucionalização. Trata-se de reconhecer que existe, além
das vontades individuais, uma vontade coletiva. Trata-se,
também, de reconhecer e assumir os direitos e obrigações
dessa personalidade coletiva perante seus integrantes,
colaboradores, beneficiários, o Estado e a sociedade em geral.

A motivação de constituir uma ONG parte, portanto, de uma


coletividade que já atua ou deseja atuar na promoção de uma
causa, com o objetivo de contribuir para a construção de um
mundo mais justo, solidário e sustentável. Assim, ao
constituir juridicamente a ONG, a missão deve expressar por
que a organização existe, com clareza e coerência, e os/as
fundadores/as devem ter compromisso com a causa e
consciência do propósito de seus esforços.

Além disso, é preciso considerar bem a proposta de atuação,


procurando torná-la viável e sustentável. Vale lembrar que o
nascimento de uma ONG é apenas um dos primeiros passos
de sua trajetória; desafio maior é sua existência ao longo do
tempo: exige dedicação, responsabilidade e profissionalismo.

Do ponto de vista formal, a existência legal das pessoas


jurídicas só começa com o registro de seus atos constitutivos
[1]. A constituição jurídica de uma organização da sociedade
civil sem fins lucrativos é condição imprescindível para que
possa legalmente agir em seu próprio nome (por exemplo,
movimentar recursos, contratar pessoas, promover ações
civis públicas etc.)

2. Formas Jurídicas Não-Lucrativas

No Brasil, existem quatro formatos institucionais para a


constituição de uma organização sem fins lucrativos –
associação, fundação, organização religiosa e partido político.
Por não ter objetivos confessionais ou eleitorais,
juridicamente toda ONG é uma associação civil ou uma
fundação privada.

Uma fundação tem sua origem em um patrimônio ou conjunto


de bens, enquanto uma associação se origina da vontade de
um grupo de pessoas unidas por uma causa ou objetivos
sociais comuns.

2.1. Associação

Uma associação civil é uma pessoa jurídica de direito privado.


O antigo Código Civil de 1916 não definia claramente suas
características, o que fez com que juristas, o senso comum e
outras leis definissem uma associação como a união de
pessoas em torno de uma finalidade não-lucrativa.

Contudo, o novo código civil, em vigor desde 11 de janeiro de


2002, define associações como a união de pessoas que se
organizem para fins não econômicos.
A Constituição Federal de 1988 consagra a liberdade de
associação para fins lícitos, vedando a interferência estatal em
seu funcionamento. O Código Civil e a Lei de Registros
Públicos fixam alguns procedimentos e requisitos básicos para
a criação de uma associação civil - veja adiante.

2.2. Fundação

Uma fundação privada é uma pessoa jurídica constituída com


base em um patrimônio, destinado por uma pessoa física ou
jurídica para a realização de um fim social e determinado.
Uma fundação é criada por iniciativa de seu/sua instituidor/a,
e há duas únicas formas: por escritura pública ou testamento.

Devido a esta finalidade social e pública, o patrimônio ganha


personalidade jurídica e fica sujeito à fiscalização do Ministério
Público (por meio da Curadoria de Fundações da comarca da
sede da fundação). O papel do Ministério Público, por
atribuição legal, é zelar por essas organizações, assegurando
a efetiva utilização do patrimônio para o cumprimento de sua
finalidade.

Por necessitar de um fundo patrimonial expressivo para sua


constituição, poucas ONGs são constituídas como fundações;
a maior parte opta por constituir uma associação civil. Assim,
demonstraremos adiante somente os passos necessários para
constituir uma associação civil sem fins lucrativos; para
constituir uma fundação, recomendamos uma consulta à
Curadoria de Fundações mais próxima.

3. Como constituir uma associação sem fins lucrativos

Primeiramente, o grupo interessado em constituir a


associação e outras pessoas afinadas com a causa deve
convocar, por meio de carta, telefonema, mensagens
eletrônicas, jornais, etc., uma reunião, na qual deverá ser
debatida a necessidade ou não de constituir uma pessoa
jurídica, sua missão, objetivos, etc.

Uma associação civil é constituída por meio de uma


assembléia geral de constituição. Uma assembléia nada mais
é do que uma reunião de pessoas para um determinado fim.
Neste caso, a finalidade da assembléia é constituir uma
associação.

Os/as participantes da Assembléia de constituição serão os


membros fundadores da associação, e caberá a eles/elas o
seguinte:

• aprovação das características da organização


(denominação, missão, objetivos, endereço da sede,
duração, administração e outros);
• aprovação do Estatuto Social (documento que
registra essas características e regula o seu
funcionamento); e

• eleição dos/as primeiros/as dirigentes, sejam


provisórios/as ou definitivos/as (isto é, as pessoas que
serão responsáveis pela direção da associação).

3.1. O Estatuto Social e as características da associação

O Estatuto Social é o documento que registra as


características e o conjunto de regras de uma associação civil
sem fins lucrativos. É muito importante preparar uma
proposta de texto para discussão prévia entre os/as
fundadores/as, para assegurar que o Estatuto Social seja
coerente com o propósito, as características e a forma de
atuação da ONG a ser criada.

O Estatuto Social deve dispor obrigatoriamente sobre o


seguinte:
a) A denominação, os fins e a sede;
b) Os requisitos para admissão, demissão e exclusão de
associados(as);
c) Direitos e deveres dos/as associados/as;
d) Fontes de recursos para sua manutenção;
e) O modo de constituição e funcionamento dos órgãos
deliberativos (por exemplo: assembléia geral de
associados/as, conselho diretor, conselho fiscal);
f) As condições para a alteração das disposições estatutárias e
para a dissolução da entidade;
g) A forma de gestão administrativa e de aprovação das
respectivas contas;
h) Os critérios de eleição dos/as administradores/as;
i) Modo de representação ativa, passiva, judicial e
extrajudicialmente;
j) Se os membros respondem ou não subsidiariamente pelas
obrigações sociais;
k) Destino do patrimônio em caso de dissolução;
l) Forma e quórum para convocação da assembléia geral.

Não há regra para a estrutura de administração a ser adotada


pelas organizações. As ONGs têm diferentes composições,
com grande variação nas funções e respectivos poderes. Cada
organização deve avaliar o que é mais prático e coerente para
a sua proposta e suas condições específicas de atuação. A
única obrigatoriedade é a existência de uma Assembléia
Geral.

É necessário observar que algumas determinações legais


passam a prevalecer sobre normas estatutárias que dispõem
em contrário. O Estatuto Social, portanto, deve estar de
acordo com as normas que seguem:
Assembléia Geral
• Competência privativa da Assembléia Geral para:
destituir os/as administradores/as e alterar o estatuto;
• Para destituir os/as administradores/as e alterar o
estatuto é exigida deliberação da assembléia
especialmente convocada para este fim, cujo quórum
será o estabelecido no estatuto.

Órgãos Deliberativos
• O estatuto deve prever a forma de convocação dos
órgãos deliberativos, garantido a 1/5 (um quinto) dos/as
associados/as o direito de promovê-la.

Exclusão de associados/as
• Só é possível havendo justa causa, obedecido o
disposto no estatuto, o qual deverá conter procedimento
que assegure direito de defesa e de recurso.

Contudo, cabe observar o seguinte:

a) Quais são os direitos e deveres de cada (tipo de)


associado/a?
b) Como são feitas as eleições? Quem pode ser eleito/a, e
para que cargos? Quem tem direito a voto, e em que
instâncias?
c) Como são tomadas as decisões na organização? Qual a
instância máxima de decisão, e por quem é composta?
d) Que órgão(s) ou cargo(s) é(são) responsável(is) por
estabelecer as estratégias para a consecução dos objetivos da
organização e pelo planejamento das suas atividades?
e) Que órgão ou cargo é responsável pela efetiva execução
das atividades da organização?
f) Que órgão ou cargo é responsável pela representação da
organização? (Ou seja, quem pode assinar em seu nome? Em
geral, são os/as diretores/as — individualmente ou em
conjunto de dois/duas.)
g) Que órgão ou cargo é responsável por fiscalizar as
atividades da organização, especialmente com relação às
contas? (Em geral, a função cabe ao Conselho Fiscal, que é
um órgão obrigatório para obtenção de alguns títulos e
qualificações perante o poder público.)
h) Que órgão(s) ou cargo(s) é(são) responsável(is) pelas
áreas específicas de finanças, comunicação, captação de
recursos etc.?

3.2. Realização e Ata da Assembléia Geral de


Constituição

Depois de discutir o propósito, as características e a forma de


administração da associação, os/as fundadores/as estão
prontos/as para realizar a Assembléia Geral de Constituição.
Normalmente, a Assembléia é convocada previamente, com
pauta, data, horário e local definidos.

A primeira etapa da Assembléia é a assinatura da lista de


presença por todos/as os/as participantes. Em seguida,
deverá ser composta a mesa de trabalho: as pessoas
presentes elegem o/a Presidente da Assembléia para conduzir
a reunião, e o/a Presidente, por sua vez, escolhe o/a
Secretário/a da Assembléia, que elabora a ata.

Composta a mesa, o/a Presidente começa por ler a pauta


prevista para a Assembléia, e então dá início à deliberação
(discussão e votação) de cada item. Os/as participantes
deverão decidir sobre os elementos e aspectos listados no
tópico 4.1. O Estatuto Social e as características da
associação, acima. As características aprovadas constarão,
assim, do Estatuto Social, que será aprovado em seqüência.

Aprovado o Estatuto Social com as características da


organização, a Assembléia passa à eleição (em caráter
provisório ou definitivo) dos/as primeiros/as dirigentes, nos
termos da estrutura de administração aprovada. Cada um/a
dos/as dirigentes eleitos/as deverá tomar posse de seu cargo
mediante assinatura do respectivo termo de posse, no qual
constará sua qualificação completa e que poderá ser parte
integrante da ata.
Por fim, encerram-se os trabalhos da Assembléia Geral de
Constituição com a lavratura e assinatura da ata pelo/a
Presidente e pelo/a Secretário/a da Assembléia, pelos/as
dirigentes eleitos/as e por todas as pessoas presentes. Além
disso, é obrigatório o visto de um/a advogado/a na ata e no
estatuto, sem o qual a organização não poderá ser submetida
a registro em cartório.

3.3. Registro em cartório

O registro da pessoa jurídica em cartório é equiparável ao


registro de uma pessoa física ao nascer: é preciso tornar
pública sua existência. As organizações privadas não-
lucrativas são registradas no Cartório de Registros Civis de
Pessoas Jurídicas.

Vale a pena procurar com antecedência o Registro Civil de


Pessoas Jurídicas competente, para apurar quais são os
requisitos específicos de registro (por exemplo: quantidade de
vias, assinaturas obrigatórias, espécies de documentos a
serem apresentados, necessidade de reconhecimento de
firmas etc.).

Segundo a Lei de Registros Públicos, é preciso apresentar (no


mínimo):

a) 2 (duas) vias do estatuto social, vistadas pelo/a


advogado/a;
b) 2 (duas) vias da ata da assembléia geral de constituição,
vistadas pelo/a advogado/a, com eleição dos/as dirigentes e
termos de posse; e
c) o requerimento de registro assinado pelo/a representante
legal da organização.

Com o registro concluído, a organização já é pessoa jurídica


legalmente existente.

3.4. Demais registros

Com a constituição formal (registro em cartório), a


organização deve efetuar os demais registros necessários ao
seu funcionamento. Para a regularização de tais registros
suplementares (fiscal, trabalhista e local), é importante
procurar um/a contador/a, que também será responsável pela
contabilidade da ONG e demais obrigações contábeis (como
entrega de documentos e prestação de informações
tributárias e trabalhistas) após a sua constituição.

Do ponto de vista fiscal, a regularização da organização na


Secretaria da Receita Federal permite o seu registro no
CNPJ/MF (Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas do
Ministério da Fazenda), o que possibilita a abertura de conta
bancária e a movimentação financeira por parte da
associação.
Quanto à regularização trabalhista, a organização, mesmo
que não tenha empregados/as, deve apresentar documentos
e informações anuais (Rais – Relação Anual de Informações
Sociais e GFIP – Guia do Fundo de Garantia e Informações à
Previdência). Além disso, se quiser contratar empregados/as,
deverá (entre outras coisas) registrar-se no INSS – Instituto
Nacional da Seguridade Social.

O espaço físico a ser utilizado como sede da associação


também precisa ser regularizado na Prefeitura.

Além dos registros obrigatórios, há também os registros


facultativos, vinculados a certos títulos e qualificações
concedidos pelo poder público como, por exemplo: (i) o
registro no CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social;
(ii) a obtenção das declarações de Utilidade Pública (em
âmbito federal, estadual e municipal); (iii) a obtenção do
Cebas – Certificado de Entidade Beneficente de Assistência
Social; e (iv) a qualificação como Oscip – Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público.

Note-se: nenhum desses títulos e registros modifica a forma


jurídica da ONG, que continuará a ser uma associação civil ou
uma fundação. De qualquer modo, a concessão de um título
ou registro normalmente exige que o Estatuto Social contenha
algumas disposições específicas, que podem variar de caso
para caso.
Depois de criada, quais as obrigações anuais das ONGs
junto a órgãos públicos?

Toda associação ou fundação, anualmente, deve


obrigatoriamente prestar informações a diversos órgãos
públicos, a saber:

- Declaração de Informações da Pessoa Jurídica (DIPJ) que


deve ser prestada à Receita Federal, contendo o balanço
contábil e patrimonial anual da organização, assim como as
fontes de recursos recebidos, em categorias como:
contribuições associativas; venda de bens e prestação de
serviços; rendimentos de aplicações financeiras; doações e
subvenções.

- Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que deve ser


entregue ao Ministério do Trabalho com informações e o perfil
de cada empregado/a;

- Qualquer alteração estatutária ou eleição de novos/as


dirigentes deve ser obrigatoriamente informada ao Cartório de
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, inclusive com a
qualificação completa dos/as dirigentes e representantes
legais.
Além desses procedimentos obrigatórios, para as
organizações que possuem alguns dos títulos, registros e
qualificações já mencionadas, existem outras informações
obrigatórias que devem ser prestadas ao poder público, tais
como: relatório anual de atividades; atualização dos dados
cadastrais; publicação do balanço contábil e patrimonial, etc.

As fundações, além de cumprirem todas as obrigações citadas


acima, são “fiscalizadas” pelo Ministério Público, que tem a
competência de zelar pelo patrimônio e por suas finalidades
públicas, devido à previsão legal expressa estabelecida no
Código Civil.

Como as ONGs mobilizam recursos?

Grande parte das ONGs possui profissionais remunerados,

apesar de contarem também com militantes ou com trabalho

voluntário. Para a realização das suas atividades, buscam

criar uma estrutura mínima de funcionamento (com sede,

telefone, computador etc.). Mobilizar recursos (humanos,

financeiros, políticos), portanto, é uma necessidade e um

desafio permanente para garantir o desenvolvimento dos seus

trabalhos.
São diversas as fontes de recursos: podem ser internacionais,

por meio de parcerias realizadas com agências de cooperação,

ou nacionais, por intermédio do acesso a fundos públicos,

doações de indivíduos ou empresas e da utilização de

mecanismos de auto-sustentabilidade.

Organizações de Cooperação Internacional - Historicamente, a

cooperação internacional desempenha importante papel no

financiamento de projetos das ONGs no Brasil. As

organizações de cooperação, governamentais ou não-

governamentais estão sediadas em países desenvolvidos,

majoritariamente na Europa e na América do Norte, e

destinam recursos para projetos que, de um modo geral, têm

como finalidade o combate à pobreza, promoção do

desenvolvimento sustentável e a redução das desigualdades

sociais.

Parcerias com órgãos governamentais – É muito comum o

estabelecimento de parcerias entre organizações da sociedade

civil e o poder público, para a execução de políticas públicas


diversas, como: política de prevenção a DST/Aids, capacitação

profissional, saúde, assistência social, geração de emprego e

renda, educação de jovens e adultos, etc. O desenvolvimento

de projetos e metodologias inovadoras e exemplares no

campo social, promovido pelas organizações e, muitas vezes,

apoiado pelo Estado, contribui para o avanço e

aprimoramento das políticas públicas e para a efetivação dos

direitos sociais.

Contribuições associativas – As ONGs são constituídas por um

grupo de pessoas ligadas por uma causa ou objetivo comum,

com vistas à transformação social. Esse corpo associativo,

além de ser responsável pelas diretrizes políticas e

estratégicas da organização, muitas vezes contribui

financeiramente para a sustentabilidade do projeto político da

ONG. Algumas organizações brasileiras contam com milhares

de associados/as contribuintes.

Doações de indivíduos – Muitas ONGs possuem uma ampla

base social de apoio, que se traduz em doações de recursos,


bens e também pelo envolvimento militante e voluntário de

mulheres e homens em suas atividades e projetos.

Doações de empresas – Nos últimos anos, é crescente o

número de empresas que investem em organizações e

projetos sociais. As razões para isso são várias: desde

convicções pessoais e filantrópicas de seus/suas

proprietários/as até mesmo como forma de melhorar a

imagem pública e agregar valor a seus produtos e serviços,

por meio do chamado “marketing social”.

Auto-sustentabilidade - Entre as possibilidades de auto-

sustentabilidade para as ONGs, estão a venda de produtos

(camisetas, adesivos, livros) e prestação de serviços (na

realização de pesquisas, atividades de formação e assessoria,

nas áreas em que acumulam conhecimentos). Essas

atividades não se confundem com uma finalidade lucrativa, já

que as receitas são totalmente investidas na organização, na

realização de seus objetivos sociais, e não são distribuídas

entre seus/suas associados/as ou diretores/as.


A Abong financia projetos ou faz intermediação de recursos?

A Abong expressamente dispõe em seu estatuto social que não avalia e nem faz
intermediação de recursos para as ONGs associadas.
Autonomia: O Estado pode interferir nas ações de uma ONG?

O caráter de contestação é uma marca da trajetória das ONGs


do campo político da Abong. Elas desempenham um papel
importante no enfrentamento do processo mundial de
exclusão, de desigualdades e injustiças. Manter a autonomia
de seus posicionamentos críticos e no desenvolvimento de
seus projetos é um princípio fundamental.

Esta autonomia é uma condição para possíveis parcerias com


o Estado, devendo ser garantido o seu direito e capacidade de
intervir na discussão, formulação e monitoramento de
políticas governamentais, e também na relação com a
cooperação internacional, que deve ser baseada na
transparência e na solidariedade.

Cabe esclarecer que a autonomia das associações civis no


país é um direito democrático básico e está consagrado em
nossa Constituição Federal de 1988, cujo artigo 5º assim
estabelece:

- inciso XVIII – a criação de associações e, na forma da


lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
- inciso XIX – as associações só poderão ser
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se no primeiro
caso, o trânsito em julgado.

Há um projeto político comum das organizações que compõem a Abong?

As ONGs associadas à Abong atuam em diversas áreas, com diversos temas e públicos,
mas possuem um projeto político comum, que se expressa por:

- Luta pela radicalização da democracia, universalização dos direitos e pelo combate à


pobreza, às desigualdades e a todas as formas de exclusão, discriminação e opressão;

- Atuação na formulação e no controle social das políticas públicas e pela ampliação da


cidadania;

- Intervenção nas causas estruturais dos problemas sociais e de desenvolvimento;

- Construção de um projeto de desenvolvimento ambientalmente sustentável,


socialmente justo e com igualdade racial e de gênero;

- Articulação com os movimentos sociais e a participação em redes e fóruns da


sociedade civil;

- Defesa da autonomia das organizações da sociedade civil e a transparência no uso


dos recursos públicos.

Como fechar uma ONG?

Como toda pessoa jurídica, uma "ONG", que normalmente se constitui juridicamente
como uma associação: nasce, se desenvolve e por vezes "morre", ou seja, cessa a sua
existência. Para formalizar a dissolução dessa pessoa jurídica é necessário observar o
disposto no estatuto social da organização e procurar o Cartório de Registro Civil das
Pessoas Jurídicas no qual a associação está registrada. Enquanto isso não acontecer, a
ONG continuará tendo obrigações a cumprir, como apresentar anualmente a
Declaração de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas.

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