05.03S ESTADOS UNIDOS APÓIAM COLÔMBIA NO CONFLITO COM
EQUADOR
O presidente George Bush apoiou a Colômbia no conflito com o Equador.
Declarou: “A mensagem do nosso País ao presidente Álvaro Uribe e ao povo da Colômbia consiste em nos manifestarmos ao lado do nosso aliado democrático.” Vamos pedir ao nosso comentarista Ghennadi Sperski que dê sua opinião sobre esta notícia. Se estas palavras de George Bush forem traduzidas do diplomatiquês à linguagem normal, significarão que o titular da Casa Branca julga possuir a Colômbia o direito de realizar uma operação punitiva no território do vizinho país contra os radicais das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Mas, desta vez também, como tem acontecido não raramente nos últimos anos, os Estados Unidos carecem de apoio nesse subcontinente. A maioria dos países latino- americanos condenou a ação dos comandos colombianos e a qualificou como uma violação da soberania do Equador. No dizer de Ivonne Baki, presidente do Parlamento Andino, a Colômbia “cometeu um grande erro”. Em face dessa situação, Washington retomou o método de padrões duplos ao tentar desviar a atenção da opinião pública do tema do bombardeio do território equatoriano pela Força Aérea colombiana para o problema do combate aos guerrilheiros esquerdistas, contra os quais é preciso criar “uma frente unida”. Ao mesmo tempo, apelou “decididamente” ao Governo do Equador para solucionar a crise nas relações com a Colômbia. Então o culpado é o Equador? Uma lógica esquisita. Segundo o presidente peruano Alan Garcia, os Colombianos foram mais além do permitido pelas normas do Direito Internacional. Muitos analistas qualificam a situação agora criada na América Latina como a pior dos últimos anos. Os membros da Organização de Estados Americanos e os dirigentes comunitários estão envidando esforços para que o diferendo seja resolvido por via política o mais rapidamente possível. Por paradoxal que pareça, a “Carta da Organização de Estados Americanos” não diz uma palavra sobre a inviolabilidade das fronteiras e a imunidade territorial dos países seus membros. Agora, o conflito entre a Colômbia e o Equador faz com que esses princípios sejam colocados na ordem do dia. Esta é a opinião, por exemplo, da presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner, a qual entende que a implantação do direito de soberania territorial contribuiria para a preservação e o reforço da paz regional. Políticos em Moscou estão acompanhando com profundo preocupação o desenrolar da situação nas relações entre a Colômbia, por um lado, e o Equador e Ignatief 05.03
a Venezuela, por outro. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia
convidou os países envolvidos no conflito a procederem com moderação. Neste momento, o principal é não permitir uma maior escalada das tensões, a qual poderia agravar a situação em toda a região. Esta nota foi preparada para os amigos pelo nosso comentarista Ghennadi Sperski.