O Parlamento da Sérvia examina nesta semana o documento
que prevê o fim de todos os contatos com a União Européia até que seja restabelecida a soberania de Belgrado sobre o território do Kosovo. Desta forma dão a entender claramente aos europeus que a autoproclamação da independência do Kosovo não pode ser objeto de troca na possível integração da Sérvia na UE, assinala nosso observador Alexander Vatutin. Se considerarmos os ânimos dos cidadãos sérvios que recebem de forma extremamente negativa o ato de provocação do Ocidente com a autoproclamação do Kosovo, então é certa a aprovação deste documento pelos deputados. É pouco provável que o Parlamento sérvio vá contra a opinião pública. Ainda mais que na UE vai acabando lentamente a euforia inicial. É passaram a entender que a comunidade mundial tratou de forma muito contida a iniciativa dos EUA e UE de criar na Europa um novo Estado violando as normas do direito internacional e por meio da desmembrarão violenta da Sérvia soberana. Hoje, apesar de todos os esforços diplomáticos de Washington, que alguns chamam de atar as mãos dos aliados, a independência do Kosovo é reconhecida por pouco mais de 20 países dos 200 existentes no mundo. Diante disso os EUA e seus aliados se esforçam para desviar este problema da jurisdição da ONU. E neste sentido é que foi criado um determinado grupo dirigente internacional sobre o Kosovo composto de representantes dos EUA, duma série de países da União Europa e Suíça. Em Moscou discordam categoricamente de como a questão é colocada. Fala o vice-chanceler Alexander Yakovenko: O objetivo declarado das atividades deste grupo sobre o Kosovo é colaborar com Prístina no estabelecimento da independência declarada unilateralmente de acordo com o chamado Plano Ahtisaari. Como sabemos este plano não foi aprovado no Conselho de Segurança da ONU e não pode servir de base para a solução do problema. Aqui está evidente a instalação arbitraria da estrutura infundada que pretende às prerrogativas da ONU e do seu Conselho de Segurança. Em Moscou estão convencidos de que em vez disso é preciso procurar o caminho de volta à solução do problema kosovar no campo jurídico internacional, com base na resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU. Outras ações somente poderão complicar ainda mais a situação em torno do Kosovo e detonar conseqüências imprevisíveis, enfatiza o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia. E essas conseqüências já dão a conhecer. No próprio Kosovo começou o processo da desintegração. Os sérvios, que vivem compactamente no Norte do território e que se recusam reconhecer a jurisdição das autoridades de Prístina se declaram leais a Belgrado. Os funcionários públicos de nacionalidade sérvia se demitem em massa como forma de protesto contra a arbitrariedade albanesa. E com relação a isso foi sensata a voz de autoridade moral do mundo ocidental, especificamente – do Vaticano. O presidente do Conselho Papal para o Diálogo Intercristão, cardeal Valter Casper expressou compreender os receios dos sérvios para quem o Kosovo é o berço da Igreja Ortodoxa, e a saída dali seria para eles o mesmo que perder sua Pátria histórica.