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Ignatief 03.03

03.03S VITÓRIA CONVINCENTE DE DMITRI MEDVEDEV

A notícia sobre a vitória convincente de Dmitri Medvedev nas presidenciais

na Rússia logo ficou no centro das atenções da mídia ibérica e latino-americana.

Nosso observador Igor Kudrin deu uma olhada nesses comentários.

Para comelar, não se foge à impressão de que o tom e o caráter das

publicações jornalísticas sobre as eleições de 2 de março na Rússia mudaram

bruscamente depois do apuramento dos resultados da votação. Disso, uma prova

especialmente notória é o comportamento da imprensa na Espanha, país que já

está contando as últimas horas para as eleições gerais marcadas para o próximo

domingo. Cabeçalhos e expressões do tipo “farsa eleitoral” ou “um simulacro de

democracia”, os quais são qualificados pelo nosso ouvinte José Alejandro Aedo

como “chantagem pré-eleitoral”, acabaram desaparecendo aos poucos das páginas

da imprensa. Já não existe o argumento principal, pelo qual o novo presidente

mais não é que o “delfim” do presidente Vladimir Putin, o qual, conforme manda

a Constituição, deve abandonar a Presidência federal ao cabo de 8 anos de

governo. Mas acontece que Dmitri Medvedev foi eleito para presidente da

República por uma grande maioria dos eleitores não somente por ter prometido
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levar adiante o rumo encetado por Vladimir Putin, mas também pelo fato de

corresponder este rumo aos interesses nacionais da Rússia. Os comentaristas

ibéricos e latino-americanos pensando diferente haviam se servido dos

argumentos mais requintados emprestados do arsenal de propaganda

estadunidense, alegando ser ilegítimo que o primeiro magistrado cessante

recomende aos cidadãos uma pessoa íntima. Mas atualmente também o presidente

George Bush vai explorando da forma mais ativa sua autoridade minguante para

ajudar os seus companheiros do Partido Republicano empenhados na luta por

substituí-lo no comando da Casa Branca. Na Espanha, o presidente do Partido

Popular, Mariano Rajoy, viu-se na necessidade de recrutar para suas bandeiras

não aguentando a concorrência com o Partido Socialista Operário o ex-primeiro-

ministro José Maria Aznar, o qual fez o possível para denegrir a política das

Esquerdas nos últimos 4 anos.

Hoje, já depois das eleições presidenciais na Rússia, algumas edições

argentinas (“El Siglo”), chilenas (“El Mercúrio”) e espanholas (ABC) são

forçadas a reconhecer que foram erradas suas previsões de que a maioria do povo

não compareceria às urnas em sinal de protesto contra as arbitrariedades

governamentais. Tiveram, pois, que reproduzir, muito a contragosto, a informação


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isenta da agência espanhola EFE, pela qual o povo foi votar com uma liberdade

absoluta, contrariamente às previsões da propaganda ocidental e “apesar da chuva

e águaneve”.

Meus colegas ibero-americanos que não se deixaram iludir com essas

clichés mal-intencionadas tiveram que constatar, no fim de contas, que o povo

russo foi às urnas e que votou no vice-primeiro-ministro de 42 anos de idade

porque seu programa eleitoral prometia uma elevação do nível de vida e

desenvolvimento econômico, especialmente da agricultura, seriamente preterida

na época soviética, assim como construção de moradias acessíveis,

desenvolvimento dos setores da educação e saúde e uma construção enérgica de

estradas, as quais são um assunto de importância excepcional para a Rússia com

seu território gigantesco. Eis o motivo principal do êxito alcançado por Dmitri

Medvedev, ou pelo “tandem Putin/Medvedev”, se se quer, termo esta emprestado

da imprensa latino-americana.

Portanto, muitos jornais preferem definir hoje Dmitri Medvedev como

“liberal”, especialmente considerando que o senador Barack Obama, um

candidato a presidente dos Estados Unidos, já se havia manifestado várias vezes

pela necessidade de achar uma linguagem comum com Dmitri Medvedev. Idéias
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no mesmo sentido são formuladas por políticos espanhóis, portugueses e latino-

americanos. Consta que os resultados das presidenciais na Rússia servirão, sem

dúvida, para estreitar os atuais laços de Moscou com a Ibero-América. A

propósito, a emissora “Voz da Rússia” acaba de receber uma carta do argentino

Antonho Miguel di Paolo, de Buenos Aires, que diz: “Felicito os senhores pelo

excelente comportamento da população russa nesta eleição presidencial!”

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