EUA – ESPANHA: O QUE ESTÁ POR TRÁS DAS FELICITAÇÕES
DO PRESIDENTE GEORGE W. BUSH.
As felicitações do Presidente dos EUA, George W. Bush ao líder dos
socialistas espanhóis, Jose Luiz Rodrigues Zapatero por ocasião da sua vitoria nas eleições parlamentares em 9 de março é recebida pela imprensa com perplexidade e ofensa. Sobre as causas desta reação – com nosso observador Igor Kúdrin.
Antes de tudo os observadores locais assinalaram que a mensagem
da Casa Branca atrasou um pouco. Os dirigentes da maioria dos países da Europa e America Latina já fez isso há muito tempo, aliás, felicitaram Rodrigues Zapatero não somente com palavras calorosas no papel, mas também pessoalmente e por telefone. A felicitação de Washington foi entregue ao Primeiro-Ministro por meio do embaixador norte-americano em Madri. Tomando conhecimento do texto o porta-voz do Governo declarou ser o texto curto e composto de dois parágrafos. De acordo com o nível de polidez, acrescentou ele, a mensagem lembra mais um telegrama frio.
George W. Bush expressou os votos de reforçar ainda mais os
vínculos entre os dois países e manter a cooperação nos assuntos de interesse comum. Alguém entre os espanhóis considera que o próprio telegrama é um avanço na parte pessoal das relações entre a Espanha e a grande potencia. Isso por que Rodrigues Zapatero esteve à frente do Governo por 4 anos e nesse período nunca foi recebido por George Bush e nem trocou correspondência com ele. Aliás, o Presidente dos EUA nunca agiu dessa forma com nenhum outro político europeu no poder. É preciso dizer que Rodrigues Zapatero se comportou de forma completamente digna sem ter deixado cair a honra do seu país e o orgulho do seu povo. Nos encontros com George W. Bush, até mesmo informais, ele não cedeu. Porém o Premiê Jose Maria Asnar, até mesmo depois de deixar a grande política visitou reiteradamente a família de George Bush.
Citando o nome de dois políticos espanhóis, me recordo mais
mesmo tempo da causa da insatisfação em Washington com relação a um e a simpatia com relação ao outro. Jose Rodrigues Zapatero, ao assumir o poder há quatro anos, teve como primeira atitude cumprir o ponto principal da sua campanha que previa a retirada do contingente militar espanhol do Iraque. Já o iniciador do seu envio ao Golfo Pérsico em março de 2003, junto com os dirigentes de Washington e Londres, foi justamente o Primeiro- Ministro da época, Jose Maria Asnar. É preciso dizer ainda que 90 % dos espanhóis apoiaram Zapatero que considerava a guerra no Iraque como desnecessária. E pelo visto até agora George W. Bush não conseguiu perdoá-lo por violar o dever de aliado. Em breve eles terão de se encontrar no encontro de cúpula da OTAN em Bucareste, marcado para inicio de abril. Não se sabe como isso será. No entanto Jose Rodrigues Zapatero declarou recentemente que irá restabelecer as relações normais com o Presidente norte- americano em nome dos interesses dos dois países.