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CÓDIGO 44
1 -TEMPO DE DURAÇÃO
− 3 horas, para resolução da prova, mais 15 minutos para o preenchimento do Cartão de Respostas.
− serão consideradas válidas, na correção, somente as questões com apenas uma alternativa (a, b, c
ou d) assinalada no Cartão de Respostas, computando-se como erradas as que fugirem dessa
norma.
NOME DO CANDIDATO
NÚMERO DE INSCRIÇÃO
ASSINATURA
DO CANDIDATO
PORTUGUÊS
“É porque não vou poder nunca mais te 3. Ao lermos o texto, vamos percebendo um
abraçar, minha neta...” a avó murmurou. intrincado jogo de oposições, fundamentais
“Vovozinha, mas que lábios, aí, tão para o levantamento temático do conto.
arroxeados!” Assinale a alternativa que melhor formula
“É porque não vou nunca mais poder te essas oposições.
beijar, minha neta...” a avó suspirou.
a) ilusão/desilusão; medo/enfrentamento;
“Vovozinha, e que olhos tão fundos e aconchego/desamparo; vida/morte
parados, nesse rosto encovado, pálido?” b) juízo/ausência de juízo; bem/mal;
“É porque já não te estou vendo, nunca esperança/desesperança; alegria/ tristeza
mais, minha netinha...” a avó ainda gemeu. c) presença/ausência; vermelho/verde;
Fita-Verde mais se assustou, como se próximo/distante; ignorância/conheci-
fosse ter juízo pela primeira vez. mento
Gritou: “Vovozinha, eu tenho medo do d) juízo/ausência de juízo; imaginação/
Lobo!” realidade; vida/morte; conhecido/
Mas a avó não estava mais lá, sendo que desconhecido
demasiado ausente, a não ser pelo frio, triste e tão
repentino corpo.
Guimarães Rosa
a) direto somente.
b) direto e indireto livre.
c) indireto livre somente.
d) indireto e indireto livre.
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10. Leia.
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24.
peculiaridades.
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18. Leia as observações abaixo a respeito de 19. “E Maria Mutema, sozinha em pé, torta magra
de preto, deu um gemido de lágrimas e
Grande sertão:veredas.
exclamação, berro de corpo que faca
estraçalha. Pediu perdão! Perdão forte,
perdão de fogo, que da dura bondade de
I – A história é narrada, durante três dias, a
Deus baixasse nela, em dores de urgência,
alguém culto, que toma notas, mas que não antes de qualquer hora de nossa morte. E
rompeu fala, por entre prantos, ali mesmo, a
aparece explicitamente no corpo da narrativa.
fim de perdão de todos também, se
As falas desse homem da cidade não são confessava.”
reproduzidas no livro. Sabemos de suas
Nesse episódio de Grande sertão: veredas,
intervenções somente por meio das respostas Maria Mutema confessa ter
de Riobaldo.
a) assassinado o marido e provocado a
II – Como se trata da longa fala de um morte do vigário.
fazendeiro do noroeste de Minas Gerais, que b) despejado chumbo derretido no ouvido do
vigário, enquanto este dormia.
foi jagunço e não teve muito estudo, a c) matado o marido de desgosto ao
linguagem do livro é marcada por expressões confessar seu amor pelo vigário.
d) mantido um relacionamento pecaminoso
típicas do lugar em que vive o narrador-perso- com o finado vigário, com o qual teve três
nagem, por provérbios e exemplos tirados do filhos.
seu cotidiano rural.
III – Quanto à estruturação do romance, não Texto para as questões 20 e 21.
há divisão em capítulos. O início se dá com “Mas, na ocasião, me lembrei dum conselho que
um travessão, marcando a fala de um Zé Bebelo, na Nhanva, um dia me tinha dado. Que
era: que a gente carece de fingir às vezes que
personagem Riobaldo fala essa que só raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de
é interrompida quando ele acaba de contar a tolerar de ter. Porque, quando se curte raiva de
alguém, é a mesma coisa que se autorizar que
história. essa própria pessoa passe durante o tempo
IV – As histórias contadas por Riobaldo governando a idéia e o sentir da gente; o que isso
era falta de soberania, e farta bobice, e fato é.”
desenrolam-se no sertão, o espaço síntese
Grande sertão: veredas, Guimarães Rosa
onde as ações humanas são refletidas. Nele,
cada rio, cada vereda, cada árvore ou
20. Sobre o excerto são feitas as seguintes
pássaro, sem deixarem de pertencer ao considerações:
mundo natural, mantêm profunda
I – A palavra “raiva” aparece três vezes com a
correspondência com a esfera humana. Daí a mesma função sintática.
preocupação do autor com uma delimitação II – A palavra “raiva”, na oração subordinada
adverbial temporal, e a palavra “idéia” são
geográfica precisa, que o mantém fiel aos objetos diretos.
nomes de rios e cidades existentes na região. III – “de alguém” e “da gente” são,
respectivamente, complemento nominal e
adjunto adnominal.
Com relação ao romance de Guimarães Rosa,
Dessas considerações é(são) verdadeira(s)
estão corretas as assertivas
a) I e IV. a) I e II.
b) I, II e III. b) I, II e III.
c) I, III e IV. c) somente a II.
d) II, III e IV. d) somente a III.
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a) esqueci um conselho.
b) esqueci-me um conselho.
c) esqueceu-me um conselho.
d) esqueci-me de um conselho.
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23. Leia.
I – “A parança que foi conforme estou vivo
lembrado numa vereda sem nome nem
fama, corguinho deitado demais, de água
muito simplificada.”
II – “...penetrar no universo do grande sertão é
trilhar as veredas da poesia e, com Riobaldo,
propor-se grandes questionamentos.”
III – “Após a batalha, os jagunços pararam
para descansar num curso d’água orlado de
buritis.”
Observando as relações entre as
expressões grifadas, é correto afirmar que
ocorre
a) poética e fática.
b) fática e conativa.
c) expressiva e poética.
d) conativa e metalingüística.
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30. Sobre as orações subordinadas sublinhadas, 33. Os trechos a seguir, de Memórias póstumas
é correto afirmar que de Brás Cubas, foram, quando necessário,
intencionalmente adulterados. Observe-os.
a) 1, 2 e 3 são adverbiais.
I - Meu pai era homem de imaginação;
b) 2 é adverbial consecutiva. escapou à tanoaria nas asas de um
c) 2 e 3 são adjetivas restritivas. calembour. Era um bom caráter, meu pai,
varão digno e leal como poucos.
d) 3 é adjetiva restritiva com pronome II - Ela tinha agora a beleza da velhice,
um ar austero e maternal; estava menos
relativo em função de objeto direto.
magra do que quando a vi, na vez passada,
numa festa de São João, na Tijuca.
III - Creio que prefere mais a anedota do
Texto para as questões 31 a 32. que a reflexão, como os outros leitores, seus
confrades, e acho que faz muito bem.
32. A forma “farejara” exprime um processo o homem que pensa é justo e solidário:
o pensamento é trigo
a partilhar na mesa dos convivas;
o pensamento não é fruto, é todo o horto das
a) em curso ou prolongado, equivalendo a
nogueiras.
tendo/havendo farejado.
o pensamento é comunhão: bebei do vinho,
b) que ocorreu antes de outro processo e que esse é o vinho do Homem que não morre;
corresponde a tinha/havia farejado. o pensamento é comunhão
e se oferece para que o homem seja mais humano
c) concluído e localizado num momento ou e viva mais humanamente:
período definido do passado, equivalendo
a Lua não é Lua quando não é vista,
a tem/há farejado. porém é Lua, e Lua mais terrena e mais perfeita
d) que estava em desenvolvimento quando quando fulgura, cheia, em pleno céu,
a dar-se toda no ato de brilhar,
da ocorrência de outro, equivalendo a a desfazer-se em luz por sobre todos.
teria/haveria farejado.
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a) perífrase.
b) hipérbole.
c) eufemismo.
d) paronomásia.
36. Leia.
a) franco/ humano
b) terrena/ do vinho
c) do vinho/ para os outros
d) dos convivas/ em pleno céu
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d) IV apenas.
37. Quanto ao romance São Bernardo de
Graciliano Ramos, é incorreto dizer que
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) II apenas.
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39. Leia.
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