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Apresentação
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Entende-se aqui por risco (R) a probabilidade (P) de ocorrer um
acidente associado a um determinado perigo ou ameaça (A), que possa
resultar em conseqüências (C) danosas às pessoas ou bens, em função da
vulnerabilidade (V) do meio exposto ao perigo e que pode ter seus efeitos
reduzidos pelo grau de gerenciamento (g) administrado por agentes públicos
ou pela comunidade. Ou seja:
R = P (ƒ A) * C (ƒ V) * g –1
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2. Referencial Teórico-Conceitual
2.1. Base Teórica Referente a Mapeamento de Risco
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Estes processos no ambiente urbano podem ser resultados de causas
naturais ou antrópicas, mas a geração dos riscos associados a eles é sempre
um processo social ou ambiental urbano (NOGUEIRA, 2002).
Os escorregamentos e solapamentos urbanos podem movimentar,
além de rochas, solo e vegetação, depósitos artificiais (lixo, aterros, entulhos)
ou materiais mistos, caracterizando processos geológicos, geomórficos ou
geotécnicos.
Nas áreas de assentamento urbano precário, em função de sua alta
vulnerabilidade determinada, na maioria das vezes, pela forma ou localização
inadequada da ocupação, pela ausência de infra-estrutura urbana
(drenagem, pavimentação, saneamento) e de serviços básicos (coleta de lixo,
redes elétrica e hidráulica, etc.) e pela degradação do ambiente associada,
diversos tipos de riscos ambientais podem ser registrados. Esta situação
conduz a acidentes de qualquer porte, resultando muitas vezes em perdas de
vidas e ferimentos e, quase sempre, em danos materiais que constituem
grave impacto na capacidade de desenvolvimento da população pobre que
reside nessas áreas.
MARQUES DE CASTRO et al (2005) consideram que risco pode ser
tomado como uma categoria de análise associada, a priori, às noções de
incerteza, exposição ao perigo, perda e prejuízos materiais, econômicos e
humanos em função de processos de ordem "natural" (tais como os
processos exógenos e endógenos da Terra) e/ou daqueles associados ao
trabalho e às relações humanas. O risco (lato sensu) refere-se, portanto, à
probabilidade de ocorrência de processos no tempo e no espaço, não
constantes e não-determinados, e à maneira como estes processos afetam
(direta ou indiretamente) a vida humana.
No que se refere aos riscos de natureza geológica, é comum que as
atividades que resultam na identificação e análise ou avaliação dos riscos
sejam realizadas por meio de investigações geológico-geotécnicas de campo.
Tais investigações requerem que sejam consideradas tanto a probabilidade
(ou possibilidade) de ocorrência do evento adverso (no caso do presente
estudo, os processos de instabilização associados a escorregamentos em
encostas, a solapamentos de margens de córregos e a ação direta das águas
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pluviais ou fluviais), quanto as conseqüências sociais e/ou econômicas
associadas.
Quanto às conseqüências, CARVALHO (2000) afirma que sua
avaliação “... envolve sempre um julgamento a respeito dos elementos em
risco e de sua vulnerabilidade. É comum que nas análises de risco em
favelas apenas as moradias sejam consideradas como elementos em
risco (grifo nosso)”.
Certamente essa simplificação na consideração das conseqüências se
deve à dificuldade encontrada pelos profissionais que abordam os aspectos
físicos dos riscos geológicos em melhor caracterizar os elementos e fatores
inerentes a essa componente da análise de riscos.
NOGUEIRA (2002) descreve que a conseqüência decorrente de um
acidente é função da vulnerabilidade, esta dependente da suscetibilidade de
pessoas e/ou bens serem afetados, bem como da “resiliência” dos elementos
expostos. O termo “resiliência” empregado se apóia em um conceito da
Física que, aplicado à área de risco, se traduz na capacidade de resposta de
uma determinada população supostamente afetada por um acidente, ou seja,
na habilidade das pessoas em reagir ao sinistro e em recuperar a condição
normal, anterior ao acidente.
Já em termos da probabilidade (ou possibilidade) de ocorrência do
processo perigoso, verifica-se o desenvolvimento de pesquisas visando uma
determinação quantitativa em muitos centros europeus, norte-americanos e
brasileiros de atuação na prevenção de acidentes geológicos.
Entretanto, é importante lembrar que NARDOCCI (1999) afirma que
“mesmo que o cálculo da probabilidade de ocorrência de um evento seja
preciso, exato, será apenas uma probabilidade. Medir com precisão a
probabilidade de ocorrência de um evento não trará a certeza de ocorrência
ou não desse evento, tampouco permitirá conhecer-se o momento em que
ocorrerá”.
O IUGS Working Group - Committee on Risk Assessment (1997)
reconhece dois grandes tipos de abordagens para a realização da análise de
risco de escorregamentos: a) análise qualitativa e b) análise quantitativa.
Considera ainda que os riscos resultantes das análises qualitativas podem
ser expressos por diferentes níveis ou graus, escalonados. Nas análises de
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risco qualitativas mais sofisticadas, pode existir o incremento de um
componente quantitativo dos parâmetros técnicos analisados (indicadores),
mesmo que estes números resultem da experiência e do julgamento de
especialistas.
MORGENSTERN (1997) afirma que análises qualitativas, conduzidas
por métodos de hierarquização de riscos relativos variam em detalhamento e
complexidade e, muitas vezes, satisfazem as necessidades práticas de
gestores, fornecendo elementos para a mitigação dos riscos identificados.
CARVALHO (2000), considerando a prática atual, descreve que “... a
maneira mais simples de se tratar a probabilidade em análises de risco
consiste em se atribuir, à possibilidade de ocorrência do processo de
instabilização, níveis definidos de forma literal (possibilidade de ocorrência
baixa, média ou alta, por exemplo). Esta é a base para as análises de risco
de caráter qualitativo, em que um profissional experiente avalia o quadro de
condicionantes e indícios da ocorrência do processo de instabilização,
compara as situações encontradas com modelos de comportamento e,
baseado em sua experiência, hierarquiza as situações de risco em função da
possibilidade de ocorrência do processo num determinado período de tempo
(geralmente um ano)”.
CERRI (1993) discorre sobre as características dos mapeamentos de
risco de escorregamentos em encostas ocupadas. Resumidamente, o autor
citado descreve que os trabalhos de mapeamento de risco de
escorregamentos em encostas ocupadas podem ser realizados em dois
níveis de detalhe distintos: o zoneamento de risco e o cadastramento de
risco.
No zoneamento de risco são delimitadas áreas – ou setores – nos
quais se encontram instaladas várias moradias. Para cada área ou setor
identificado é atribuído um mesmo grau de risco, muito alto, por exemplo.
Esse grau de risco é atribuído para todo o setor, embora possa haver
algumas moradias em meio a essa área que não apresentem risco tão
elevado e, eventualmente, ocorrem moradias até mesmo sem risco.
Já no cadastramento de risco de escorregamentos em encostas
ocupadas, os trabalhos de mapeamento são executados em grau de detalhe
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bem maior que nos casos de zoneamentos, sendo que os riscos são
identificados e analisados moradia por moradia.
É bastante comum que, visando otimizar os trabalhos de identificação
e análise de risco, inicialmente sejam realizados zoneamentos de risco para,
em seguida realizar os cadastramentos nas áreas em qual tal nível de
informação seja necessário para as ações de gestão dos riscos identificados.
Desse modo, pode-se afirmar que os resultados do zoneamento de risco
podem indicar as áreas prioritárias para a realização do cadastramento,
qualificando, deste modo, os trabalhos de campo a serem executados.
Em Geologia de Engenharia, a avaliação da probabilidade (ou
possibilidade) de um determinado fenômeno físico ocorrer em um local e
período de tempo definidos, leva em conta as características específicas do
processo perigoso em questão, especialmente a sua tipologia, mecanismo,
material envolvido, magnitude, velocidade, tempo de duração, trajetória,
severidade, etc.
Essa caracterização se faz, inicialmente, por meio de investigações
geológico-geotécnicas de campo, que ainda contemplam a identificação dos
condicionantes naturais e induzidos dos processos perigosos, o
reconhecimento de indícios de desenvolvimento dos processos perigosos,
bem como de feições e evidências de instabilidades.
Mesmo reconhecendo-se as eventuais limitações, imprecisões e
incertezas inerentes à análise qualitativa de riscos, os resultados dessa
atividade podem ser decisivos para a eficácia de uma política de intervenções
voltada à consolidação da ocupação. Para tanto, é imprescindível a adoção
de métodos, critérios e procedimentos adequados, bem como a construção
de detalhados modelos de comportamento dos processos perigosos. Tais
condicionantes, aliados à experiência da equipe executiva envolvida nas
atividades de identificação e análise de riscos, podem subsidiar a elaboração
de adequados programas de gerenciamento de riscos, que acabam por
reduzir substancialmente a ocorrência de acidentes geológicos, bem como
tornam mínima a dimensão de suas conseqüências.
A construção de modelos de comportamento dos processos perigosos,
ou seja, o entendimento dos processos geológicos no nível e profundidade
compatíveis com o estudo que está sendo realizado assume papel
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determinante para o sucesso dos resultados a serem obtidos nos
mapeamentos de risco e, não menos importante, na escolha da(s)
alternativa(s) de intervenção mais adequada(s) a cada situação em particular.
SANTOS (2002) propõe um roteiro de trabalho (Quadro 1) que visa
organizar as atividades do profissional frente a um determinado problema.
Fases do
Objetivo Principais cuidados
trabalho
Identificação preliminar dos Recolhimento de todos os registros
problemas potenciais ou ocorridos. bibliográficos e técnicos e de testemunhos
Circunscrição Enquadramento geológico- de pessoal local.
do problema geomorfológico do local. Caracterização das feições e dos
Delimitação e caracterização da processos geológico-geomorfológicos
área de trabalho. naturais locais e regionais presentes.
Caracterização dos parâmetros
Pesquisa de situações semelhantes,
geológicos e geotécnicos
Análise e especialmente na região.
necessários ao entendimento dos
diagnóstico Identificação dos processos geológicos e
fenômenos envolvidos.
dos geotécnicos originalmente presentes.
Diagnóstico final e descrição
fenômenos Adoção de hipóteses fenomenológicas
qualitativa e quantitativa dos
presentes progressivas e esforço investigativo e
fenômenos implicados nas inter-
observativo para sua aferição.
relações solicitações / meio físico.
Zelo especial pela perfeita aderência
Formulação de Apoiar a engenharia na formulação solução / fenômeno.
soluções das soluções adequadas Busca do barateamento da solução
encontrada.
Quadro 1. Roteiro e seqüência de atividades na Geologia de Engenharia (SANTOS, 2002).
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variáveis, e apresentando declividades predominantes inferiores a 5 %
(AUGUSTO FILHO, 2001).
O substrato rochoso pertence ao Complexo Cristalino da Zona
Costeira de São Paulo, entrecortado pela falha do Camburu. No setor
sudoeste de Caraguatatuba, predominam rochas mais antigas do
embasamento cristalino, correspondentes ao grupo Açungui do Pré
Cambriano Superior, e no setor norte e noroeste do município, ocorrem
rochas granitóides mais recentes, também do Pré-Cambriano Superior.
As rochas granitóides que predominam nas +áreas estudadas,
apresentam composição e estrutura graníticas. Estas rochas estão sob a
influência de importantes falhamentos NE-SW (falha de Caraguatatuba), que
sofreram reativação durante o período Cretáceo e início da Era Cenozóica,
resultando na configuração topográfica atual, incluindo a existência de
paredões sub-verticais rochosos. O perfil de alteração típico é composto por
solos areno-siltosos, podendo ocorrer blocos rochosos métricos (matacões)
imersos em uma matriz terrosa.
Na porção basal da Serra do Mar e na área de planície, ocorrem
depósitos colúvio-aluviais, interdigitados com as formações quaternárias
costeiras, com cinco estágios evolutivos, desde o máximo da Transgressão
Cananéia, há 120.000 anos atrás, quando o nível do mar atingiu o sopé da
Serra do Mar, até a regressão final à posição atual da linha de costa
(SUGUIO & MARTIN, 1978).
• Escorregamentos
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Os escorregamentos são processos que podem ocorrer tanto em
áreas de grandes dimensões (encostas), quanto em áreas restritas (taludes
naturais ou artificiais).
Há vários tipos de processos que recebem a denominação de
escorregamentos, dentre eles destacando-se: escorregamento de solo;
escorregamento de rocha, queda de blocos e rolamento de matacões.
Cada tipo de processo apresenta características particulares em termos dos
tipos dos materiais mobilizados (solo e/ou rocha), suas velocidades relativas,
tipo de movimento predominante (translacional, rotacional), geometria das
rupturas (planar, circular), condicionantes naturais e antrópicos, agentes
deflagradores, etc.
Os escorregamentos podem ser dos tipos planares, circulares ou em
cunha (vide Figura 1).
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Foto 1 – Escorregamento planar de solo.
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não são compactados, sendo lançados pela encosta muitas vezes sem
limpeza da superfície dos terrenos, ou seja, sem critérios técnicos
adequados. É muito comum que estes “aterros” apresentem composição
heterogênea, sendo constituídos, além do solo, por lixo e entulho de
construção. Também podem ser executados sobre antigos bota-foras.
Deste modo, acabam por apresentar alta porosidade e elevada
permeabilidade, fatores que acentuam seu potencial de instabilidade.
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Foto 5 – Cicatriz de escorregamento planar de solo em talude de corte
inclinado, de pequena altura.
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Outro tipo de escorregamento que é muito comum em áreas de
elevada declividade é o escorregamento de lixo (vide Foto 7) e de entulho,
especialmente em períodos de chuvas prolongadas.
Foto 7 – Ilustração de áreas de alta declividade nas quais são lançados lixo e
entulho. Quando do registro de chuvas prolongadas, estes locais são os primeiros
a registrar a ocorrência de escorregamentos.
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Foto 8 – Escorregamento em cunha, registrado em maciço de rocha alterada.
Notar que a massa mobilizada foi delimitada pela intersecção de dois planos de
estruturas.
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Foto 9 – Ilustração de rolamento de matacões. Notar a marca deixada
pela passagem de matacões.
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Foto 11 – Situação de risco
associada à possibilidade de queda
de blocos. Notar que a moradia foi
construída muito próxima ao local de
exposição de rocha
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Foto 12 – Árvore inclinada, indicando instabilidade do terreno.
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Foto 14 – Lançamento de água e de esgoto na
superfície do terreno
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Foto 17 – Degraus de abatimento em encosta. Destaca-se que os degraus de
abatimento se formam a partir da evolução de trincas no solo e em aterros.
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Foto 19 – Degrau de abatimento em piso de moradia.
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Foto 21 – Moradia com paredes trincadas em razão de instabilidade do terreno.
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Foto 23 – Trinca em parede de moradia,
em razão de instabilidade do terreno.
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Foto 25 – Idem à anterior.
• SOLAPAMENTOS
Os solapamentos são processos que podem afetar áreas adjacentes
aos cursos d’água (rios e córregos). Estão associados à erosão das margens
ou do talude de um canal fluvial, comumente acarretando a instabilização da
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margem do curso d’água. Com a evolução do processo erosivo pode ocorrer
o desbarrancamento, ou seja, a queda de uma porção do talude do canal da
drenagem.
Em geral, quando as drenagens cortam áreas urbanas, são realizadas
alterações no traçado natural dos rios, tais como retificações, canalizações,
estrangulamentos, aterramento de margens e de várzeas, lançamento de lixo
e de detritos, bem como a impermeabilização da bacia de drenagem. Essas
alterações influenciam e modificam a dinâmica fluvial e aceleram os
processos de erosão e de solapamento.
Quando a ocupação se instala nas faixas laterais às margens de
córregos (vide Foto 27) e, em muitos casos, até no próprio leito dos cursos
d’água (vide Foto 28), surgem áreas de risco, ou seja, quando acontecem
chuvas mais intensas, as moradias são ameaçadas pela possibilidade de
ocorrência de solapamentos das margens das drenagens ou pela própria
ação direta da água sobre as edificações .
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Foto 28 – Vista de local no qual as moradias foram construídas sobre o próprio
leito da drenagem, caracterizando área de risco associada a ação direta das
águas.
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Foto 29 – Danos em moradias em razão da ocorrência de solapamentos e da
ação direta das águas.
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Foto 31 – Situação de risco associada à possibilidade de ocorrência de
solapamentos de margem de córrego e pela ação direta das águas.
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3. Metodologia e Procedimentos Empregados
3.1. Referentes ao Mapeamento de Riscos e Indicação de Intervenções
Estruturais para Redução ou Erradicação de Riscos
O Programa de Controle e Erradicação de Riscos do Ministério das
Cidades (BRASIL, 2004), propõe:
“ a adoção de um método de análise de risco de caráter qualitativo, em que a
experiência dos técnicos encarregados da análise é utilizada para estimativa
da probabilidade de ocorrência dos eventos destrutivos e das suas
conseqüências potenciais. Nas análises qualitativas de risco, a probabilidade
de ocorrência dos eventos destrutivos é avaliada de forma subjetiva e
expressa em termos literais (por exemplo: muito alta, alta, média ou baixa).
Uma vez que a probabilidade de ocorrência do processo destrutivo depende
do período de tempo considerado, considera-se nas análises o período de
um ano, que engloba ao menos uma estação chuvosa. Assim, ao estimar a
probabilidade de ocorrência dos eventos destrutivos, os técnicos
encarregados da análise avaliam a probabilidade de ocorrência do evento
destrutivo por ocasião de um episódio de chuvas intensas e prolongadas.
O procedimento proposto compreende: (a) a avaliação qualitativa da
probabilidade de ocorrência do processo destrutivo no decorrer de um
episódio de chuvas intensas e prolongadas, realizada a partir dos indicadores
de instabilidade, de evidências de ocorrências pretéritas de eventos
destrutivos e de entrevistas com moradores; e, (b) a definição do grau de
probabilidade do setor, expressão qualitativa da probabilidade de ocorrência
do processo destrutivo.”
Para os riscos associados a escorregamentos e solapamentos, o
documento propõe os critérios do quadro apresentado a seguir, para a
definição do grau de probabilidade.
Grau de Descrição
probabilidade
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de baixa potencialidade para o
desenvolvimento de processos de escorregamentos e solapamentos. Não há
R1 indícios de desenvolvimento de processos de instabilização de encostas e de
Baixo margens de drenagens.É a condição menos crítica.
Mantidas as condições existentes, não se espera a ocorrência de eventos
destrutivos no período de um ciclo chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de baixa potencialidade para o
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R2 desenvolvimento de processos de escorregamentos e solapamentos. Observa-se a
Médio presença de alguma(s) evidência(s) de instabilidade (encostas e margens de
drenagens) porém incipiente(s). Mantidas as condições existentes, é reduzida a
possibilidade de ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas
intensas e prolongadas, no período de um ciclo chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de alta potencialidade para o
desenvolvimento de processos de escorregamentos e solapamentos.Observa-se a
R3 presença de significativa(s) evidência(s) de instabilidade (trincas no solo, degraus
Alto de abatimento em taludes, etc.) Mantidas as condições existentes, é perfeitamente
possível a ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas
e prolongadas, no período de um ciclo chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de alta potencialidade para o
R4 desenvolvimento de processos de escorregamentos e solapamentos.As evidências
Muito Alto de instabilidade (trincas no solo, degraus de abatimento em taludes, trincas em
moradias ou em muros de contenção, árvores ou postes inclinados, cicatrizes de
escorregamento, feições erosivas, proximidade da moradia em relação ao córrego,
etc.) são expressivas e estão presentes em grande número e/ou magnitude.
É a condição mais crítica.Mantidas as condições existentes, é muito provável a
ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e
prolongadas, no período de um ciclo chuvoso.
Quadro 2. Critérios para definição do grau de probabilidade de ocorrência de processos de
instabilização do tipo escorregamentos em encostas ocupadas e solapamento de margens
de córregos.
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• Representar cada setor de risco identificado em cópias de fotografias
aéreas oblíquas de baixa altitude, imagens de satélite ou fotografias de
solo, cuja escala permita a identificação das moradias existentes no setor;
• Estimar as conseqüências potenciais do processo de instabilização, por
meio da avaliação das possíveis formas de desenvolvimento do processo
destrutivo atuante (por ex., volumes mobilizados, trajetórias dos detritos,
áreas de alcance, etc.), definir e registrar o número de moradias
ameaçadas (total ou parcialmente), em cada setor de risco.
• Os resultados das investigações geológico-geotécnicas e das
interpretações devem ser registrados em fichas de campo apresentadas
abaixo (Quadros 3 e 4). Os quadros 5 e 6 servem como referência para a
análise de campo.
Caracterização Geológica:
Caracterização Geomorfológica:
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Quadro 3. Ficha geral de campo para uma área
FICHA DE CAMPO
Encosta
Margem de Córrego
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Observações (incluindo descrição de fotos obtidas no local):
Grau de Probabilidade:
Indicação de intervenção:
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Ainda em campo, também deverão ser indicadas a(s) alternativa(s) de
intervenção adequada(s) para cada setor de risco. Nos casos de ser possível
a adoção de mais de uma alternativa de intervenção, essa possibilidade deve
ser explicitada nas fichas de campo.
TIPO DE
DESCRIÇÃO
INTERVENÇÃO
Serviços de limpeza de entulho, lixo, etc. Remoção de bananeiras.
SERVIÇOS DE LIMPEZA E Recuperação e/ou limpeza de sistemas de drenagem, esgotos e acessos.
RECUPERAÇÃO Também incluem obras de limpeza de canais de drenagem. Correspondem
a serviços manuais e/ou utilizando maquinário de pequeno porte.
Implantação de sistema de drenagem superficial (canaletas, rápidos, caixas
de transição, escadas d´água, etc.). Implantação de proteção superficial
vegetal (gramíneas) ou biomanta em taludes com solo exposto. Implantação
OBRAS DE DRENAGEM E de proteção superficial por meio de “argamassa chapada”. Eventual
PROTEÇÃO SUPERFICIAL execução de acessos para pedestres, como por ex. calçadas, escadarias,
lajes de concreto, integrados ao sistema de drenagem. Proteção vegetal de
margens de canais de drenagem. Predomínio de serviços manuais e/ou
com maquinário de pequeno porte.
Alteração da geometria do terreno por meio da execução de cortes e/ou
RETALUDAMENTO aterros localizados, visando a obtenção de taludes com ângulos de
inclinação menores. Predomínio de serviços manuais e/ou com maquinário
de pequeno porte.
DESMONTE DE BLOCOS Desmonte de blocos rochosos e matacões, por meio de serviços manuais,
E MATACÕES eventualmente com o uso de explosivo.
Execução de sistema de drenagem de subsuperfície (trincheiras drenantes,
OBRAS DE DRENAGEM DHP, poços de rebaixamento, etc.). Correspondem a serviços parcial ou
DE SUBSUPERFÍCIE totalmente mecanizados.
OBRAS DE TERRAPLE- Execução de serviços de terraplenagem. Execução combinada de obras de
NAGEM DE MÉDIO A drenagem superficial e proteção vegetal (obras complementares aos
GRANDE PORTE serviços de terraplenagem). Obras de desvio e canalização de córregos.
Predomínio de serviços mecanizados.
Implantação de estruturas de contenção (localizadas ou não), como muros a
ESTRUTURAS DE CON- flexão (em concreto ou alvenaria estrutural), muros de gravidade, como
TENÇÃO DE PEQUENO gabiões, “bolsacreto”, muro de solo cimento ensacado (“rip-rap”), muros
PORTE (hmax ≤ 3 m) sobre estacas escavadas. Correspondem a serviços manuais ou
parcialmente mecanizados.
Implantação de estruturas de contenção (localizadas ou não), envolvendo
ESTRUTURAS DE CON-
muros em concreto a flexão, muros de gravidade (gabiões), chumbadores,
TENÇÃO DE MÉDIO A
solo grampeado, microestacas e cortinas atirantadas. Poderão envolver
GRANDE PORTES
serviços complementares de terraplenagem. Predomínio de serviços
(hmax > 3 m)
mecanizados.
OBRAS LINEARES Obras lineares de proteção de margens de canais, por meio de obras de
DE PROTEÇÃO DE gravidade (gabiões, muros de concreto massa, etc.) ou pré-moldados em
MARGENS DE CANAIS concreto armado. Correspondem a serviços parcial ou totalmente
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mecanizados.
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Nº da
Nome Localização Coordenadas - GPS
Área
Massaguaçu/ Margem da Rodovia, na altura do Km
1 23°34´31.0´´/ 045°19´00.5´´
Cocanha 88 da SP-55
Rua Geraldo Alves/ Rua Pescador 23°34´23.3´´/ 045°19´58.2´´
2 Sertão dos Tourinhos
Manoel Marcondes Sodré 23°34´28.7´´/ 045°20´06.5´´
/ Massaguaçu
23°36´03.9´´/ 045°22´03.2´´
Jardim Santa Rosa Ocupação a jusante da SP-55, na
3 23°36´01.5´´/ 045°21´57.3´´
(Morro do Chocolate) altura do km 94
23°35´55.3´´/ 045°21´54.3´´
Portal da Fazendinha 23°35´39.3´´/ 045°22´04.8´´
4 Rua Doze
/ Jetuba 23°35´42.6´´/ 045°21´51.8´´
23°36´21.6´´/ 045°22´41.7´´
Taludes a montante das Ruas José 23°36´19.4´´/ 045°22´37.1´´
5 Olaria Pedro de Oliveira Barbosa e Santa 23°36´13.6´´/ 045°22´27.6´´
Rita e a jusante da BR-55 23°36´27.6´´/ 045°22´10.4´´
23°36´37.0´´/ 045°22´24.6´´
Ruas Benedito Antônio Oliveira 23°36´42.0´´/ 045°22´56.9´´
6 Casa Branca Barbosa, Santa Cruz, Rosa Zaiti Cury 23°36´31.0´´/ 045°23´02.5´´
e Inês de Fátima 23°36´44.5´´/ 045°22´52.1´´
23°37´02.4´´/ 045°22´46.4´´
7 Martim de Sá Rua Brejauva
23°37´07.3´´/ 045°22´44.4´´
23°37´30.0´´/ 045°23´41.4´´
8 Prainha Rua José Vieira da Mota
23°37´39.7´´/ 045°23´27.1´´
23°36´34.8´´/ 045°23´40.3´´
Estrada do Cantagalo/ Rua Antonio
9 Canta Galo 23°36´28.1´´/ 045°23´42.1´´
Francisco Feliciari
23°36´08.6´´/ 045°23´53.7´´
23°36´03.2´´/ 045°23´48.1´´
10 Serraria Estrada da Serraria
23°36´27.0´´/ 045°24´26.3´´
Travessa Moacir Frugoli dos Santos
23°36´56.7´´/ 045°24´15.1´´
11 Sumaré até o fim da Rua Horácio Valério dos
23°36´59.5´´/ 045°23´48.1´´
Santos
23°37´06.1´´/ 045°24´44.1´´
12 Jardim Francis Rua Maria Hortência
23°36´59.5´´/ 045°24´49.8´´
23°36´57.3´´/ 045°24´56.7´´
Travessa Pedro Alves de Souza até a
13 Benfica 23°36´58.8´´/ 045°25´03.2´´
SABESP
23°37´13.4´´/ 045°25´20.4´´
14 Estrela D´Alva final da Rua Benedita Aires
23°37´13.3´´/ 045°25´26.9´´
Av. Irmã São Francisco/ Rua Alfredo
15 Caputera 23°37´04.3´´/ 045°25´31.3´´
Aires de Oliveira
23°37´00.6´´/ 045°25´27.3´´
23°36´09.5´´/ 045°25´40.2´´
Rua Américo Timóteo do Rosário / 23°35´59.8´´/ 045°25´41.6´´
16 Rio do Ouro Rua Agostinho Figueiredo 23°35´58.0´´/ 045°25´51.4´´
Margem do córrego 23°35´51.4´´/ 045°25´48.3´´
23°35´46.1´´/ 045°25´49.4´´
Rua Miguel Adelaide/ final da Rua 23°37´29.5´´/ 045°26´08.8´´
17 Tinga
José Vicente Leal 23°37´30.3´´/ 045°26´15.7´´
23°36´43.5´´/ 045°25´54.3´´
Rua Sebastião Moreira César/ 23°36´37.4´´/ 045°26´02.2´´
18 Jaraguazinho
Travessa César Augusto de Camargo 23°36´30.4´´/ 045°26´15.3´´
23°36´44.2´´/ 045°26´04.1´´
Quadro 8. Nomes e localização das áreas estudadas
36
• Também participou desta atividade de reconhecimento preliminar das
áreas, o responsável pelo planejamento e realização do vôo para
obtenção de fotos oblíquas de baixa altitude. Foram tiradas fotografias
que pudessem servir de referência na área durante o vôo (indicando
pontos notáveis e vistas gerais) e elaborado um “croquis de baixa
qualidade”, que indicasse aproximadamente a posição das encostas,
moradias, e pontos notáveis de cada área, se houver (reservatórios,
pontes, áreas de empréstimo, canais fluviais, etc.).
37
internas e externas das edificações, além de coleta de informações junto
aos técnicos da Prefeitura que acompanhava o trabalho de campo e aos
moradores do local, procurando responder (1) que processos naturais ou
da ação humana são responsáveis por este perigo? (2) em que
condições a sua evolução poderá produzir um acidente? (3) qual a
probabilidade deste fenômeno físico acontecer? (NOGUEIRA, 2006). (4)
quais as moradias que podem ser afetadas se isso ocorrer?
Imediatamente após responder estas questões, buscavam-se alternativas
de ações preventivas e intervenções estruturais que pudesse interromper
o processo destrutivo detectado ou minimizar suas conseqüências.
• Tendo formulado uma proposta de intervenção, ainda em campo colhiam-
se algumas indicações quantitativas que permitissem a posterior
estimativa de custos para a sua execução (medidas em comprimento,
altura, área, volume, etc.)
• Estas informações foram lançadas (a) nas fotografias aéreas de baixa
altitude: a delimitação do setor de risco (moradias que podem ser
afetadas pelo processo destrutivo identificado) e a indicação de eventual
aspecto significativo do processo (como, por exemplo, cicatrizes de
escorregamento, blocos rochosos, linhas de drenagem, etc.), além dos
nomes das vias de referência para a localização do setor; em alguns
setores, foram também indicadas nas fotografias aéreas de baixa altitude
as intervenções estruturais propostas; (b) nas fichas gerais e de campo
(ver quadros 3 e 4).
• Condicionantes ou evidências de risco foram registrados por fotografias
de detalhe.
• Os resultados deste diagnóstico foram apresentados aos moradores dos
setores de risco, lideranças comunitárias e técnicos da Administração
Municipal, em três plenárias públicas realizadas nos dias 7, 8 e 21 de
outubro.
38
3.2. Referentes à Estimativa de Custos das Intervenções Estruturais
para Redução de Riscos
Conforme relatado, para cada setor de risco identificado foram
sugeridas intervenções estruturais para redução de riscos e indicados
quantitativos para estas intervenções. Com base nessas informações, foi
elaborada uma estimativa de custos das intervenções estruturais
recomendadas para todos os setores com grau de probabilidade alto e muito
alto. Trata-se de uma estimativa específica para as intervenções estruturais
voltadas à estabilidade de taludes e ao controle de processos de
solapamento.
Para composição dos custos das intervenções foram adotadas como
referências a tipologia de obras apresentada no Quadro 7 e a Tabela de
Custos Sintética – PINI – São Paulo, de abril de 2006. A planilha apresentada
no Quadro 9 engloba os principais itens que compõem as estimativas de
custos para as intervenções propostas.
Na totalização dos orçamentos individualizados foram incluídos a taxa
de Benefício e Despesas Indiretas – BDI (23%), serviços complementares
(7%) e projeto básico ou executivo (3%).
É necessário ressalvar que estes valores referem-se a uma estimativa
geral de custos, com o intuito de nortear ações futuras nos setores de grau
de probabilidade alto e muito alto. Apenas após a execução de projetos
básicos ou executivos será possível estabelecer o valor exato das obras ou
serviços necessários à redução dos riscos identificados.
39
Municipal: Antonia Aparecida D. Marcelino, Secretária Municipal de
Assistência Social; Márcia Denise Gusmão, Presidente do Conselho de
Assistência Social; Leandro Borella Barbosa, Secretário Municipal de
Urbanismo, Habitação e Trânsito; e Luiz Paulo de Toledo, Diretor de
Habitação desta secretaria.
Para a mesma finalidade, foram utilizados como referência os seguintes
documentos:
40
• Decreto Estadual Nº 19.448 de 30 de agosto de 1982, que altera o artigo
6º do Decreto Nº 10.251, de 30 de agosto de 1977;
41
de Desenvolvimento Habitacional e Urbano – CDHU, órgão do governo
estadual.
42
Do total de 250 moradias ameaçadas, 12 (4,8% do total) encontram-se
em situação de grau de probabilidade MUITO ALTO, 98 (39,2% do
total) com grau ALTO e 140 (56%) com grau MÉDIO (vide Figura 5).
1; 2%
6; 9%
muito alto
20; 30%
alto
médio
baixo
39; 59%
43
3; 3%
10; 9% ação direta das águas
35; 32% escorregamento
solapamento
erosão
4; 4% 59; 52%
enchente/inundação
4; 1%
31; 7%
4; 1%
31; 7% 175; 42%
muito alto
médio
209; 51%
baixo
209; 50%
44
Quanto às intervenções indicadas para a prevenção de acidentes e
controle do risco é importante destacar que foi procurada a aderência entre a
função da intervenção e as características dos processos perigosos
observados. Assim, para cada setor foi proposta uma tipologia de intervenção
específica.
No Anexo x é apresentado um quadro-síntese reunindo os principais
resultados do mapeamento de risco em cada setor identificado.
45
6. Levantamento e análise da legislação urbanística e
ambiental incidente sobre as áreas estudadas
46
integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas e inseridas na
área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo
impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. Desta forma,
Caraguatatuba deve contar com um Plano Diretor que obedeça ao
estabelecido pelo Estatuto da Cidade.
47
rural e pesqueiro, associação comercial, entre outros. Desta forma, foram
realizadas mais de 70 reuniões ordinárias, com a participação de diversos
representantes de diversos segmentos da sociedade civil e técnicos
Municipais. Realizaram-se, ainda, reuniões extraordinárias, específicas com
as concessionárias de serviços públicos, como SABESP, Bandeirantes
Energia, DERSA, além da Secretaria de Segurança Pública do Estado de
São Paulo.
1
Na temática de transportes foram discutidos os impactos advindos da rodovia Rio-Santos,
da construção de aeroporto e da ampliação do porto de São Sebastião.
48
audiências públicas regionais (norte, centro e sul)”. O objetivo da
apresentação dos trabalhos desenvolvidos até então, foi receber novas
sugestões da “comunidade local”, cuja participação popular é atestada pelas
listas de presenças e pelo quadro de propostas de cada região que
acompanham em anexo a Mensagem N° 45/06.
49
XI. Resolução do Conselho Nacional das Cidades N° 25, de 18 de
março de 2005, que dá orientações e recomendações para
participação popular, entre outras;
XII.Resolução do Conselho Nacional das Cidades N° 34, de 1º de julho
de 2005, que dispõe sobre conteúdo mínimo do Plano Diretor.
I. Direito de Preempção;
II. Transferência do Direito de Construir;
III. Regularização de Assentamentos Precários, Conjuntos
Habitacionais, Loteamentos e Edificações;
IV. Concessão Urbanística;
V. Instrumentos de Regularização Fundiária;
VI. Usucapião Coletiva;
VII.Consórcio Imobiliário;
VIII.Direito de Superfície.
50
Desta forma, condições urbanísticas especiais são previstas para as
ZEIS. No Título V, que trata do Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do
Município, em seu Capítulo III, que dispõe acerca do Uso e da Ocupação do
Solo, na Seção II, que versa sobre a Caracterização do Uso e Ocupação das
Zonas, o artigo 144, que regulamenta o desdobro de lotes, estabelece “o lote
desdobrado deverá ter área mínima igual ou superior a estabelecida para a
Zona em que o imóvel esta situado” e que “a frente mínima de cada lote
deverá ser de cinco metros (5m), somente para a ZEIS - Zonas Especiais de
Interesse Social”.
O artigo 152 estabelece que para cada ZEIS devam ser adotadas as
seguintes providências:
51
adequação dos sistemas de circulação de veículos e pedestres,
tratamento adequado das áreas verdes públicas, instalação de
equipamentos sociais e culturais, serviços e comércios de âmbito local
e reserva de espaços para lazer e atividades esportivas;
50% da área ocupada por cada Zeis devem ser destinadas à habitação
de interesse social (HIS);
cada unidade de habitação de interesse social deve seguir, no mínimo,
ao padrão de unidade habitacional popular, cujas residências serão
destinadas às famílias que apresentam renda de até 4 salários-
mínimos.
2
As ocupações a montante, com tendência a atingir a área de tombamento do PESM, não
deverão ser fixadas.
52
No Título VI, que dispõe sobre as Diretrizes para o Uso Social da
Propriedade, no Capítulo II, que trata da Utilização dos Instrumentos de
política urbana, na Seção II, que regulamenta a Transferência do Direito de
Construir, em seu artigo 210, fica estabelecido que os imóveis doados para o
Município para fins de produção de Habitações de Interesse Social (HIS) nas
ZEIS poderão transferir o correspondente ao valor do imóvel.
O artigo 212 estabelece que esta lei específica definirá normas técnicas
e procedimentos para regularizar parcelamentos do solo implantados
irregularmente, empreendimentos habitacionais promovidos pela
administração pública direta e indireta, ocupações irregulares e edificações
executadas e utilizadas em desacordo com o Plano Diretor a ser aprovado.
Para tal finalidade, conforme disposto no mesmo artigo, o Poder Executivo
deverá, “na medida do possível, garantir assessoria técnica, social e jurídica
gratuita à população de baixa renda”, condições fundamentais para o
processo de regularização.
3
Os parágrafos deste artigo estabelecem que: esta legislação deverá ser elaborada pelo
grupo de gestão do Plano Diretor e analisada previamente pelo Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano; sua aprovação tem prazo de 2 anos, contados da vigência do
Plano Diretor e que esta deverá prever “prazo de 12 meses para adoção de providências
visando a adequação e o atendimento às determinações definidas para os usos e ocupações
do solo do zoneamento proposto neste Plano Diretor, referente aos assentamentos,
conjuntos, loteamentos e edificações que permanecerem irregulares”.
53
os requisitos urbanísticos e jurídicos necessários à regularização, com
base na Lei Federal nº 6.766/794, alterada pela Lei Federal nº 9.785/99
e os procedimentos administrativos;
o estabelecimento de procedimentos que garantam os meios para exigir
do loteador irregular o cumprimento de suas obrigações;
a possibilidade da execução das obras e serviços necessários à
regularização pela Prefeitura ou associação de moradores, sem isentar
o loteador das responsabilidades legalmente estabelecidas;
o estabelecimento de normas que garantam condições mínimas de
acessibilidade, habitabilidade, saúde, segurança;
o percentual de áreas públicas a ser exigido e alternativas quando for
comprovada a impossibilidade da destinação;
As ações de fiscalização necessárias para coibir a implantação de
novos parcelamentos irregulares.
54
O artigo 217 estabelece que o Poder Executivo poderá encaminhar leis
para desafetação das áreas públicas municipais, da classe de bens de uso
comum do povo, ocupada por habitações de população de baixa renda.
Neste aspecto, ressalta-se que o inciso VII, do artigo 180, da Constituição
Estadual, veda a desafetação de áreas públicas da classe de uso comum do
povo, impedindo a transferência de domínio aos ocupantes.
55
risco, e estabelecer e tornar públicos os critérios e prioridades de
atendimento”.
56
regularização fundiária sustentável de área urbana, de acordo com as
normas definidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente.
57
estabelece como ação estratégica da política ambiental, o desenvolvimento
de “projetos de conscientização da população sobre o perigo causado por
ocupações irregulares em áreas de risco, poluição, geração e disposição de
resíduos sólidos, mata ciliar e recursos hídricos”.
58
Os demais artigos desta subseção, entre o 82 e 86, complementam
diretrizes da política de Habitação de Interesse Social, sem, contudo serem
auto-aplicáveis. No entanto, na Subseção III, que dispõe acerca da Áreas
Públicas e Equipamentos Sociais, pelo inciso III, do artigo 94, ficam
estabelecidas como diretrizes para a política de Áreas Públicas, “a promoção,
quando prevista em programas habitacionais, da regularização fundiária e da
urbanização das áreas públicas ocupadas que cumprirem função social,
garantindo o reassentamento das famílias removidas por estarem em
situação de risco ou por necessidade da obra de regularização”. (grifo nosso)
5
É importante ressaltar, que no assentamento Casa Branca não deverá haver regularização
de ocupações à montante do final das ruas Santa Cruz e Inês de Fátima, portanto nesta área
o projeto de regularização deverá prever novas unidades habitacionais em local plano.
6
No assentamento Sumaré existe tendência de ocupação em área a montante, atingindo a
área de tombamento do PESM. Estas ocupações não deverão ser fixadas no local.
7
Observa-se, segundo a Planta do Zoneamento, que pequena parte dos assentamentos Rio
do Ouro e Jaraguazinho avançam na área de tombamento do PESM. Portanto, há
impedimento legal para a fixação da população nas unidades habitacionais construídas
nestas porções. Desta forma, os programas de regularização e reurbanização destas áreas
deverá prevr a construção de novas unidades, fora da área de restrição.
59
Ressalta-se, também, o disposto no artigo 221, da Seção III, que trata
da Regularização de Assentamentos Precários, Conjuntos Habitacionais,
Loteamentos e Edificações, do Capítulo II, que disciplina a Utilização dos
Instrumentos, do Título VI, que estabelece as Diretrizes para o Uso Social da
Propriedade, determinando que “os programas de urbanização deverão
priorizar as áreas de risco, e estabelecer e tornar públicos os critérios e
prioridades de atendimento”. (grifo nosso)
60
possa ser equacionada e resolvida por obras e outras intervenções”. (grifo
nosso)
8
O assentamento Fazendinha/Jetuba é caracterizado por unidades habitacionais típicas de
população de rendimentos de nível médio, o que demonstra não haver, em tese,
desconformidade no enquadramento do zoneamento proposto, para processo de
regularização fundiária.
9
O assentamento Prainha é caracterizado por unidades habitacionais típicas de população
de rendimentos de nível médio e médio/alto, o que demonstra não haver, em tese,
desconformidade no enquadramento do zoneamento proposto, para processo de
regularização fundiária.
61
ou em condomínios horizontais ou verticais fora das características
adequadas a projetos de Habitação de Interesse Social), M1 ao M4, C1,
C2.1, S1 ao S3, T1 ao T3 e T5 (categorias não residenciais fixas);
10
Não há indicação de regularização ou urbanização destes assentamentos no local.
62
Federal N° 9.785, de 29 de janeiro de 1999 (BRASIL, 1999). As alterações
nesta matéria, que dispõe sobre os critérios para parcelamento do solo e
sobre o registro público dos parcelamentos vieram no sentido de reconhecer
a necessidade de intervenção em assentamentos subnormais. Contudo, as
alterações de 1999 ainda não removeram totalmente os entraves da Lei N°
6.766, fato que motivou a elaboração de projeto de lei que atualmente
encontra-se em discussão no Congresso Nacional. De qualquer maneira, o
parágrafo 5° do artigo 2° da referida lei estabelece as exigências mínimas
para implantação de infra-estrutura em parcelamentos situados em zonas
habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZEIS). Portanto, a
terminologia utilizada neste instrumento é distinta do Estatuto da Cidade, que
denomina estas zonas como ZEIS. O parágrafo 5°, do artigo 40 e o artigo 41
desta lei apresentam critérios para regularização fundiária, conferindo maior
importância às disposições estabelecidas no Plano Diretor. Por sua vez, o
artigo 53 da lei de parcelamentos considera
63
59 altera os parágrafos 11 e 15, do artigo 213, da Lei Federal N° 6.015, de 31
de dezembro de 1973, que trata dos Registros Públicos, respectivamente,
dispensando de retificação, em casos em que não haja alteração das
medidas perimetrais, os lotes que já estiverem cadastrados individualmente
ou com lançamento fiscal há mais de vinte anos, referentes a projetos de
regularização fundiária de interesse social realizados em ZEIS, pelo Poder
Público municipal, nos termos do Estatuto da Cidade, e exime de custas e
emolumentos notariais os registros referentes a estes projetos.
11
A largura mínima da APP será de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10
(dez) metros de largura; 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10
(dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; de 100 (cem) metros para os cursos d'água que
tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; de 200 (duzentos) metros para
os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e de
500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600
(seiscentos) metros.
64
autorizada pelo órgão ambiental competente, observado o disposto nas
disposições gerais desta Resolução, além dos seguintes requisitos e
condições:
65
removidas, a menos que haja autorização dos órgãos ambientais, ouvido o
Ministério Público, o que parece pouco provável.
66
nas Zonas Terrestres dos tipos 4 e 5, definidas pelos artigos 18 a 30, é
possível esta atuação do Poder Público, mediante uma série de condições,
as quais são apresentadas a seguir.
67
V. implementação de programas de coleta seletiva dos resíduos sólidos
em 100% (cem por cento) da zona.
68
empreendimentos que serão permitidos na Z4 OD, restringindo-os aos de
cunho turístico e de lazer, assim como parcelamentos e condomínios, desde
que compatíveis com o Plano Diretor Municipal, observadas as diretrizes
fixadas nos Planos e Programas mencionados no artigo anterior, garantindo a
distribuição e tratamento de água, coleta, tratamento e destinação final dos
efluentes líquidos e dos resíduos sólidos coletados.
69
atualmente em vigor, Lei N° 200, de 22 de junho de 1992, sancionada mais
de uma década antes.
70
Guaxinduba, Sertãozinho e Santo Antonio/Ouro, assim como as áreas do
baixo vale dos rios Sertãozinho e Massaguaçu. Por usa vez, o artigo 13
define as “diretrizes da política habitacional” como sendo:
12
Para aderir ao SNHIS, a Lei Federal N° 11.124, de 24 de junho de 2005, determina o
cumprimento dos seguintes requisitos: assinar termo de adesão, constituir Fundo
Habitacional de Interesse Social, criar Conselho Gestor do Fundo, elaborar Plano Local
Habitacional de Interesse Social e elaborar relatórios de gestão.
71
No mesmo diapasão, o Plano Diretor vigente estabelece em seu artigo
17, do Capítulo IV, as Diretrizes do Meio Ambiente. Dentre estas, destaca-se
as seguintes:
72
Em 2005, por meio da Lei N° 1.175, de 31 de maio (Caraguatatuba,
2005), foi criado o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, órgão de
caráter permanente, participativo, consultivo, deliberativo, fiscalizador e de
assessoria ao Poder Público Municipal, com composição paritária entre
Poder Público e Sociedade Civil. Este órgão é essencial na implementação
de processo participativo preconizado pelo Estatuto da Cidade e, com
algumas adaptações, poderá desempenhar importante papel na definição das
políticas de Habitação de Interesse Social, no âmbito de um Sistema Municipal
do setor.
73
Instrumentos de Política Urbana
regulamentados pelos artigos 5° ao 38
D
(ZEIS, Parcelamento, Edificação ou
Utilização Compulsórios, IPTU
Progressivo, Usucapião Especial,
Estatuto da Cidade, Lei Federal N° 10.257,
Direito de Preempção, Outorga
de 10 de julho de 2001
Onerosa, Operações Urbanas
Consorciadas, Transferência do Direito
de Construir) de acordo com o Plano
Diretor regulamentado pelos artigos 39
a 42.
r
Medida Provisória N° 2.220, de 4 de
Concessão de Uso Especial.
setembro de 2001
74
V
p
Artigo 180, Inciso VII Define diretrizes
Constituição Estadual c
de política urbana.
a
a
P
d
r
Decreto Nº 10.251, de 30 de agosto de Cria o Parque Estadual da Serra do e
1977. Mar. v
c
o
a
Tomba Parques, Reservas e Áreas e
Proteção Ambiental, além dos esporões,
Resolução Nº 40, de 6 de junho de 1985, A
morros isolados, ilhas e trechos de
da Secretaria Estadual de Cultura P
planícies litorâneas na Serra do Mar,
(Condephaat). o
incluindo faixa entre 40 e 100m, ao
Estadual
longo do PESM.
D
u
n
T
m
Lei Estadual Nº 10.019, de 3 de julho de Institui o Plano Estadual de p
1998. Gerenciamento Costeiro d
p
p
c
a
a
D
Decreto Estadual Nº 49.215, de 7 de c
Dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-
dezembro de 2004. e
Econômico do Setor do Litoral Norte
a
e
Artigo 103 prevê a elaboração do Plano
Lei Orgânica
Diretor.
Municipal
75
Obs.: O Projeto de Lei que institui o novo Plano Diretor de Caraguatatuba não integra este quadro,
pois ainda não foi aprovado e sancionado.
13
Entrevista realizada em 25 de julho de 2006.
76
Para uma melhor compreensão, no Quadro 9 apresenta-se a síntese
dos programas desenvolvidos pela Prefeitura Municipal de Caraguatatuba,
que envolvem as áreas selecionadas.
77
III. Resolução N° 460 do Conselho Curador do FGTS. É um modelo de
concessão de subsidio dirigido aos financiamentos a pessoas físicas com
renda familiar mensal de até 5 salários mínimos. As melhores condições
de subsídio ocorrem nas operações realizadas de forma coletiva, em
parceria, considerando-se, também, a diversidade dos custos de
produção e aquisição de imóveis, o porte e localização dos municípios.
Para municípios situados na Região Metropolitana de São Paulo, o
subsídio pode alcançar até cerca de R$ 12.000,00 (doze mil reais).
78
recuperação ou reforma de empreendimentos destinados ao
arrendamento, com exercício da opção de compra ao final do prazo
contratado. Destina-se a famílias com renda mensal de até 6 salários
mínimos, inclusive nos municípios integrantes das regiões metropolitanas.
A Caixa Econômica Federal é responsável pela alocação dos recursos e
contratação das empresas de construção civil que produzem ou
recuperam os empreendimentos nas áreas contempladas pelo Programa.
Os municípios atuam na promoção de ações facilitadoras à implantação
dos projetos.
79
No âmbito estadual, destacam-se os seguintes programas no âmbito do
Pró-Lar, operados pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano (CDHU):
80
estruturação ou recuperação urbana, implantação de equipamentos e
serviços públicos, melhoria nas habitações, ações de inclusão social e
regularização fundiária do assentamento e repasse da posse ou
propriedade da terra às famílias beneficiadas. Para habilitar-se a este
programa, a área deve ser pública e passível de regularização. Destina-se
a famílias moradoras de favelas em áreas públicas. O Município deve
prestar uma série de contrapartidas, para a implementação do programa.
III. Programa Núcleo Habitacional por Empreitada Integral (EI), que tem como
objetivo a implantação de conjuntos habitacionais, destinados à demanda
de interesse social em geral, cujas unidades habitacionais são distribuídas
por meio de sorteio público. As obras são contratadas e financiadas pela
CDHU, por concorrência pública, em conformidade com a Lei de
Licitações. Neste programa, a empresa construtora contratada é
responsável pela aquisição do terreno, pelo parcelamento e urbanização
do solo, inclusive pela implantação de toda a rede de serviços e pela
edificação das moradias (geralmente edifícios de apartamentos), devendo
entregar o imóvel regularizado e averbado no registro de imóveis.
Destina-se a famílias com renda entre 1 a 10 salários mínimos, que
residem e/ou trabalham no município onde se localiza o empreendimento
há pelo menos três anos e que não sejam proprietárias de imóvel
residencial. O processo de escolha das famílias para o financiamento das
unidades habitacionais prevê que 7% das moradias sejam destinadas a
famílias que possuem portadores de deficiência, 5% ao Programa de
Atendimento ao Idoso, conforme edital específico e 4% à Polícia Civil,
Militar e Científica do Estado de São Paulo.
IV. Programa Núcleo Habitacional por Empreitada Global (EG)14 tem como
objetivo principal a implantação de conjuntos habitacionais, destinados à
demanda de interesse social em geral, cujas unidades habitacionais são
distribuídas por meio de sorteio público. Este Programa é desenvolvido
em todo território paulista, em terrenos doados pelas prefeituras
municipais, ou em terrenos adquiridos pela CDHU, geralmente na Região
14
Segundo dados da CDHU, em Caraguatatuba foi executado o empreendimento
denominado Caraguatatuba A, mais conhecido como Benedito Herculano, com 84 unidades
habitacionais, realizado nesta modalidade, na década de 1990.
81
Metropolitana de São Paulo. O financiamento das edificações é de
responsabilidade do Estado. A contratação dos empreendimentos é feita
em conformidade com a Lei de Licitações e a execução das obras de
edificação é realizada por empreitadas. As redes e serviços de infra-
estrutura ficam a cargo de parcerias entre Governo do Estado e as
Prefeituras dos Municípios, Os critérios de seleção da demanda são
idênticos ao Programa EI.
82
programa
Bolsa Família e Renda
Todos Federal e es
Cidadã
Jardim Santa Rosa (Morro do Chocolate),
Massaguaçu (Cocanha), Sertão dos Tourinhos I
Programa do Centro de
(Rua Pedra Grande), Sertão dos Tourinhos II Municip
Referência Alimentar
(Rua Manoel M. Sodré) e Jetuba (Portal da
Fazendinha).
Casabranca, Olaria, Martin de Sá, Cantagalo e Projeto de Geração de
Municip
Serraria. Renda
Sumaré, Jardim Francis, Benfica, Estrela D
´Alva, Caputera, Rio do Ouro I/ Ilha do Sol (Rua
Atendimento na sede da
Américo Timóteo do Rosário), Rio do Ouro II
Secretaria Municipal de Municip
(Rua Agostinho Figueiredo), Rio do Ouro III
Assistência Social (SAS)
(margem do córrego), Jaraguazinho, Tinga,
Prainha.
Fonte: Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS, 2006).
83
etapas de sua execução. Foram discutidas, pelos participantes, as
necessidades logísticas e as formas de informação e de participação das
comunidades envolvidas e da sociedade civil. Estiveram presentes os
engenheiros Leandro Borella Barbosa, Secretário de Urbanismo,
Habitação e Trânsito e Luiz Paulo de Toledo, Diretor de Habitação; a
presidente e o diretor-executivo da Comissão Municipal de Defesa Civil,
Cláudia Georgina Prado Ruiz e Marcos Alves Medeiros; o chefe da
Fiscalização da SEURBHAT, Ronoel Miguel da Silva; e os geólogos
Fernando Antonio Fabrini Machado de Almeida e Fernando Rocha
Nogueira, representando a FUNEP. Nesta reunião também foram
definidas as áreas a serem estudadas.
• No dia 26 de junho foi realizada uma reunião, na Videoteca do Museu,
Praça Dr. Cândido Motta, para apresentação da metodologia detalhada e
do planejamento da execução do Plano Municipal de Redução de Riscos
para lideranças comunitárias das áreas a serem estudadas. O geólogo
Fernando Rocha Nogueira, em nome da FUNEP, apresentou, utilizando
um data show, o plano de trabalho e as etapas de sua execução. Apesar
de ter havido convocação por meio de ofício da Prefeitura para todas as
Associações Comunitárias existentes nas áreas, estiveram presentes na
apresentação apenas os representantes do Rio do Ouro. Estiveram
também presentes técnicos das secretarias de Urbanismo, Habitação e
Trânsito e de Assistência Social e da Defesa Civil Municipal. Considerou-
se que, havendo interesse das lideranças comunitárias ausentes nesta
apresentação, deverão ser realizadas posteriormente novas
apresentações do plano de trabalho.
• Durante os trabalhos de campo para o diagnóstico de riscos, realizados
entre os dias 7 a 12 de agosto e 4 de setembro, foram feitas inúmeras
reuniões informais com os técnicos da Prefeitura para troca de
informações e planejamento das atividades e com lideranças locais e os
moradores das casas sujeitas a riscos identificados, para informá-los
sobre os objetivos dos trabalhos, sobre os riscos identificados e coletar
dados sobre os locais analisados.
84
• No dia 4 de setembro foi realizada nova reunião na Videoteca Lúcio Braun
do Museu de Artes do Município, que contou com a participação de 25
pessoas, entre lideranças das áreas diretamente envolvidas, técnicos da
Secretaria de Urbanismo, Habitação e Trânsito; da Secretaria Municipal
de Educação, da Secretaria Municipal de Assistência Social e da
Comissão Municipal de Defesa Civil (ver fotos 34 e 35). Das dezoito áreas
estudadas no PMRR, esta reunião contou com a participação de sete
representantes das comunidades, a saber: Jardim Santa Rosa; Jetuba;
Olaria; Cantagalo; Martim de Sá; Massaguaçu e Tinga, além de um
representante de Cidade Jardim. Na reunião do dia 26 de junho passado,
com igual objetivo, estiverem presentes representantes do Rio do Ouro.
A reunião foi iniciada com um breve pronunciamento do Engenheiro
Leandro Borella Barbosa, Secretário de Urbanismo ,Habitação e Trânsito,
que enfatizou a importância deste trabalho, bem como o papel de cada
liderança neste processo. Em seguida, o geólogo Fernando Rocha
Nogueira, da FUNEP, apresentou a metodologia e os procedimentos que
estão sendo adotados no presente trabalho. A apresentação procurou
transmitir aos participantes um conjunto de informações relativas ao
mapeamento de risco das áreas estudadas. Neste sentido, os
participantes foram informados que, nas 18 áreas estudadas no
levantamento, foi identificado um universo de 250 moradias em situação
de risco. Após a apresentação da metodologia e dos dados iniciais, os
participantes levantaram dúvidas e questionamentos aos procedimentos a
serem adotados para que haja uma efetiva redução dos riscos. Nesta
discussão, foram debatidas ações e comportamentos preventivos, o
envolvimento dos moradores junto com a prefeitura no controle de
práticas danosas ao ambiente e medidas possíveis de serem adotadas
para a redução e/ou a eliminação dos riscos, tais como: serviços de
limpeza, implantação ou recuperação de sistemas de drenagem; replantio
de áreas devastadas ou que apresente cultura inadequada; obras de
contenção e, em algumas situações, remoção de moradias.
Com intuito de ampliar o envolvimento das lideranças comunitárias e
garantir a participação da população diretamente envolvida nas áreas de
85
riscos, foi decidida a realização dos próximos encontros observando os
limites de territorialização, agrupando as pessoas de acordo com a região
em que suas moradias encontram-se localizadas. Foi também apontada a
importância de garantir, nas próximas atividades, a participação dos
agentes públicos que atuam diretamente nas comunidades, como os
Diretores de Escola e os Agentes Comunitários de Saúde e de técnicos de
outras Secretarias diretamente envolvidas. Durante a reunião, foi também
indicado que outros atores apresentam interface neste esforço municipal
de enfrentamento das situações de riscos nos assentamento precários e
que precisam estar presentes à Audiência Pública do PMRR, como por
exemplo, o DER - Departamento de Estradas e Rodagem e o Ministério
Público.
• No dia 28 de setembro, o geólogo Fernando Nogueira, representando a
FUNEP e o eng. Luiz Paulo de Toledo, diretor de Habitação da
SEURBHAT, fizeram uma primeira apresentação dos resultados do
diagnóstico de riscos para o Prefeito Municipal, Sr. José Pereira de
Aguilar.
• Foram realizadas três plenárias públicas nos dias 7, 8 e 21 de outubro,
com objetivo de informar os resultados do mapeamento de riscos e a
indicação de intervenções necessárias para reduzi-los ou erradicá-los,
para a comunidade moradora nas áreas estudadas e, mais
particularmente, para os moradores dos setores onde foram detectadas
situações de risco. Estas plenárias foram realizadas em Escolas
Municipais localizadas em diferentes áreas do município (Canta Galo, Rio
do Ouro e Martin de Sá), buscando contemplar, em cada uma, os bairros
mais próximos.
• A Prefeitura Municipal visitou e convidou para as plenárias todos os
moradores das residências incluídas nos setores de risco diagnosticados.
No dia das plenárias, foi disponibilizado transporte gratuito para o
deslocamento dos participantes dos bairros ate os locais das reuniões.
Participaram das atividades cerca de 250 pessoas. Em cada plenária,
foram apresentados inicialmente, utilizando um data show, os objetivos,
etapas e atividades a serem cumpridas pelo Plano Municipal de Redução
86
de Riscos e os principais conceitos e métodos empregados para o
diagnóstico. Em seguida, foram apresentados os resultados do
mapeamento para cada área estudada, indicando os setores de risco
identificados, as moradias envolvidas, os processos destrutivos potenciais
e suas causas, o grau de probabilidade ou grau de risco de cada setor e
as intervenções necessárias para conter o processo perigosos atuante ou
minimizar suas conseqüências)................................................................
Os presentes participaram ativamente das plenárias (ver fotos 36 a 39),
apresentando suas dúvidas, debatendo os resultados e as sugestões de
intervenção relacionadas às suas próprias moradias. Durante as
plenárias, foram abertas as inscrições aos interessados em participar do
Curso de Capacitação para formação de Núcleos de Defesa Civil, parte
das atividades previstas neste trabalho. Cerca de 30 pessoas se
inscreveram e deverão participar do curso no dia 16 de dezembro.
Foto 34 – Lideranças
comunitárias e técnicos da
Prefeitura participantes da
plenária do dia 4 de
setembro
Foto
Foto 35 - Os presentes na
plenária do dia 4 de
setembro tomam contato
com os primeiros
resultados do
mapeamento de riscos
87
.
Foto 36 – Apresentação
dos resultados aos
moradores no dia 7 de
outubro
Foto 37 – Plenária de
apresentação dos
resultados do
mapeamento de riscos no
dia 8 de outubro.
Foto 38 – Plenária de
apresentação dos
resultados do
mapeamento de riscos no
dia 21 de outubro.
88
Foto 39 – Faixa de
convocação das reuniões
de apresentação do
mapeamento de risco
89
4. Proposta de remoção das moradias
Adquire prioridade no sentido de impedir a consolidação da ocupação.
5. Intervenção associada à drenagem da SP-55
Adquire prioridade por se tratar de situações em que o risco é
associado a disfunção de equipamento público.
Estimativ
a de
Tipologia das
Setor
N custo
Nome da área intervenções
º (R$)
sugeridas
Custo/
moradia
90
Jetuba
Extensão do sistema de 15.776,00
1 R4 04
drenagem da SP-55. 3.944,00
2 R2 06 Monitoramento. -
Contenção, reaterro e 21.805,97
3 R3 01 conformação da encosta; 21.805,97
Proteção superficial vegetal.
Drenagem superficial; 6.976,80
Fechamento das trincas; 3.488,40
Conformação da encosta;
4 R3 02
Manutenção da cobertura
5 Olaria vegetal; Demolição de
edificação desabitada.
Extensão do sistema de 17.333,20
5 R2 01
drenagem da SP-55. 17.333,20
Retaludamento; Canaleta de 10.251,14
6 R2 03 crista; Proteção superficial 3.417,00
vegetal.
Controle da ocupação; -
7 R3 05
Remoção.
Contenção; Conformação 13.804,00
8 R2 02
manual da encosta 6.902,00
1 R2 22 Controle; Remoção. -
Controle / interdição e -
2 R2 04
remoção.
Contenção; impermea- 11.844,24
bilização; Retaludamento; 2.368,85
6 Casa Branca 3 R3 05
Proteção superficial vegetal;
Remoção de uma moradia.
Serviço de limpeza; 8.638,72
4 R3 02
Contenção. 4.319,36
5 R2 35 Monitoramento. -
Retaludamento; Drenagem 10.264,74
7 Martim de Sá 1 R3 01 superficial; Proteção 10.264,74
superficial vegetal.
05 Retaludamento; Drenagem Projeto
8 Prainha 1 R4
superficial e subsuperficial. executivo
Impermeabilização;
Proteção superficial vegetal;
Remoção de duas moradias;
Muro de espera; Serviço de 14.458,65
9 Cantagalo 1 R2 17
limpeza; Monitoramento e 850,50
controle da ocupação;
Melhoria do beco: drenagem
e pavimentação.
Muros de gabião; Serviço de 12.964,06
10 Serraria 1 R3 01
limpeza. 12.964,06
Muros de espera; 41.804,33
Conformação da encosta; 2.786,95
1 R3 15
Drenagem de crista;
Sumaré
11 Impermeabilização.
4.236,40
2 R2 01 Contenção.
4.236,40
Serviço de limpeza; Drena- 24.833,52
gem/ acesso; Impermeabili- 6.208,38
zação; Proteção superficial
12 Jardim Francis 1 R3 04
vegetal; Conformação da
encosta; Proteção lateral da
escadaria de acesso.
91
6.419,20
Serviço de limpeza e
1 R2 01 6.419,20
contenção.
Impermeabilização; Retalu- 3.680,62
2 R3 02 damento; Proteção 1.840,31
superficial vegetal.
Contenção; Impermea- 11.870,95
3 R3 02 bilização; Proteção 5.935,47
superficial vegetal.
Retaludamento; Imperme- 4.298,76
abilização e passeio; 4.298,76
13 Benfica Proteção superficial vegetal;
4 R3 01
Calhas no telhado;
Demolição parcial da
edificação.
- Contenção; 11.084,00
5 R3 02 - Remoção de uma 5.542,00
edificação.
Demolição e reconstrução -
de um cômodo da
6 R2 01 edificação; Condução
adequada das águas
servidas.
Muro de espera; Sistema de 57.505,15
14 Estrela Dalva 1 R3 05
drenagem superficial. 11.501,03
Contenção; Serviço de 12.036,00
1 R3 04
limpeza; Impermeabilização. 3.009,00
15 Caputera
- Limpeza manual de blocos -
2 R3 01
e lascas rochosos.
Retaludamento;Drenagem; 70.012,80
1 R3 08
Proteção superficial vegetal. 8.751,60
Contenções; Impermeabi- 34.780,88
lização; Acesso/ drenagem 2.173,80
2 R3 16 em rampa e escadaria;
16 Rio do Ouro
Implantação de calha;
Remoção de uma moradia.
Demolição parcial de uma 5.862,28
3 R3 04 moradia; enrocamento para 1.465,57
proteção de margem do rio.
Contenção; Retaludamento;
Drenagem; Proteção 61.697,65
superficial vegetal. No 61.697,65
1 R4 01 acesso ao Setor 2, é
necessário inverter a
17 Tinga
posição e controlar a
drenagem superficial.
2 R3 05 - Remoção das moradias. -
- Limpeza manual de -
3 R2 01
material alterado superficial.
92
Monitoramento; 20.546,88
Implantação de caixa d 4.109,37
1 R2 05
´água coletiva; Laje
impermeabilizante.
Estruturas de contenção; 32.753,56
Sistema de drenagem 10.917,85
2 R3 03
superficial; Impermeabi-
lização; Escada de acesso.
Monitoramento; Implantação 12.852,00
18 Jaraguazinho
de calhas nas moradias; 1.836,00
3 R2 07
Demolição e reconstrução
de muros.
1.716,86
4 R2 02 Impermeabilização.
858,43
Impermeabilização; Sistema 24.576,22
5 R3 05
de drenagem superficial. 4.915,24
7.072,00
6 R2 03 Limpeza do talude.
2.357,33
Quadro 10. Informações para a priorização dos setores de risco.
Legendas: R4 > R3 > R2 Setor de grande porte ; Setor de médio porte; Setor de pequeno porte
Monitoramento ; Serviços basicamente manuais ; remoção de moradias ; correção de disfunção de
equipamento público
Custos por moradia < R$1.000,00 >R$1.000,00 a R$5.000,00 >R$5.000,00 a R$10.000,00
> R$10.000,00 a R$20.000,00 >R$20.000,00
93
5 Olaria 4 R3 02
6 Casa Branca 4 R3 02
13 Benfica 4 R3 01
5
15 Rio do Ouro 3 R3 04
15 Caputera 1 R3 04
18 Jaraguazinho 5 R3 05
12 Jardim Francis 1 R3 04
13 Benfica 3 R3 02
6
13 Benfica 5 R3 02
16 Rio do Ouro 1 R3 08
18 Jaraguazinho 2 R3 03
14 Estrela Dalva 1 R3 05
7
7 Martim de Sá 1 R3 01
10 Serraria 1 R3 01
8 *** 5 Olaria 3 R3 01
6 Casa Branca 1 R2 22
9 6 Casa Branca 2 R2 04
9 Cantagalo 1 R2 17
1 Massaguaçu / Cocanha 1 R2 07
18 R2
Jaraguazinho 3 0 7.
10
3 Jardim Santa Rosa (Morro
3 R2 01
do Chocolate)
17 Tinga 3 R2 01
18 Jaraguazinho 4 R2 02
11 18 Jaraguazinho 6 R2 03
18 Jaraguazinho 1 R2 05
2 Massaguaçu / Sertão dos
2 R2 02
Tourinhos
5 Olaria 6 R2 03
12 5 Olaria 8 R2 02
11 Sumaré 2 R2 01
13 Benfica 1 R2 01
13 Benfica 6 R2 01
18 Jaraguazinho 1 R2 05
Quadro 11 . Proposta de ordem de prioridades para as intervenções sugeridas. Ver as
observações abaixo:
* Para esta situação, sugere-se a remoção das moradias e o congelamento da área, com prioridade
sobre as obras de recuperação da área de empréstimo.
** Neste caso, sugere-se avaliar a possibilidade de remoção da moradia. Atualmente encontra-se
desocupada.
*** Neste caso, sugere-se avaliar a possibilidade de remoção da moradia ou a demolição da porção dos
fundos imediatamente até a remoção completa da edificação.
Obs: todas os setores onde foram identificadas situações de risco devem ser monitorados
periodicamente, especialmente nos períodos chuvosos.
94
10. O Plano Municipal de Redução de Riscos de Caraguatatuba
95
A Comissão Municipal de Defesa Civil de Caraguatatuba implanta
Planos Preventivos de Defesa Civil anualmente, durante os períodos
chuvosos, há quase duas décadas, sob a coordenação da CEDEC –
Coordenadoria de Defesa Civil Estadual e o suporte técnico do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas – IPT e do Instituto Geológico - IG. A continuidade e
o aprimoramento desta operação são indispensáveis para a garantia da
segurança dos moradores das áreas mais críticas até que se execute a
intervenção estrutural planejada.
Um plano preventivo de defesa civil envolve ações que antecedem a
ocorrência de acidentes, por meio do estabelecimento de indicadores de
situações críticas e da observação, em campo, de evidências de
instabilidade, no sentido de evitar suas conseqüências.
Os resultados do mapeamento e as intenções do PMRR devem ter
ampla divulgação pública, tanto no sentido de informar e comprometer a
sociedade civil com as propostas de redução de riscos, quanto para capacitar
os moradores das áreas de risco a desenvolver parceria com a Prefeitura de
Caraguatatuba em ações preventivas e de autodefesa.
Atividades que estiveram no escopo deste trabalho, como as reuniões
de informação e consulta relatadas no item 8, a audiência pública de entrega
deste relatório e os cursos de capacitação previstos são alguns exemplos de
ações apontadas na quarta estratégia, que pode se consolidar mais
efetivamente se forem constituídos os núcleos de defesa civil entre os
moradores das áreas de risco.
96
10.1. Considerações Gerais
97
As intervenções estruturais sugeridas e apresentadas neste PMRR
estão subordinadas, quase que exclusivamente, à avaliação das condições
de risco (ao processo perigoso identificado, ao seu estágio de
desenvolvimento e à tipologia de obra adequada à eliminação ou redução da
possibilidade de ocorrência do processo perigoso, ou processo destrutivo). À
municipalidade de Caraguatatuba caberá optar por solução diversa daquela
indicada se, porventura, às alternativas de intervenção para redução de risco
se sobrepuserem projetos de interesse coletivo, de proteção ambiental ou de
desenvolvimento urbano que requisitem a remoção de assentamentos ou de
moradias.
98
gestão municipal das atividades de prevenção, autodefesa e atendimento
emergencial.
99
• BRASIL. Medida Provisória N° 2.220, de 4 de setembro de 2001.
Presidência da República, Brasília, 5 de setembro de 2001.
100
Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista – Unesp,
Rio Claro, 1993. 197p.
• CDHU - COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL E
URBANO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Programas Habitacionais – Pró
Lar. Disponível em: http://www.cdhu.sp.gov.br/http/indexhtm.htm. Acesso
em: 12 abr. 2006.
101
• SÃO PAULO (Estado). Decreto Nº 49.215, de 7 de dezembro de 2004.
Institui Zoneamento Ecológico-Econômico do Setor do Litoral Norte.
Governo do Estado, São Paulo, 8 de dezembro de 2004.
102