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MAIO/JUNHO
EDIÇÃO 170

Vencerá a ‘guerra’, quem tiver a melhor logística

A logística é hoje uma importante ferramenta na redução de custos e na


agregação de valores aos serviços. É um diferencial significativo no
competitivo mercado globalizado, representando 19% no preço de venda do
produto. Só para se ter uma idéia do seu grau de importância, basta dizer que
ela é a grande responsável pela vitória em várias guerras

Rochas de Qualidade – O que se entende por logística e como defini-la?

J.L.Amaral – A administração logística está entre as mais velhas ciências


administrativas e começou com os primeiros líderes militares dos tempos
bíblicos.Atingiu maior sofisticação a partir da 2ª Guerra Mundial, quando foi
largamente utilizada pelas tropas aliadas.Ela foi fundamental no famoso dia 6 de junho
de 1944, o "Dia D", onde houve uma logística modal com invasão aérea, terrestre e
marítima. Este dia também ficou conhecido como o início do fim da guerra.A guerra
acabou, e o conceito de logística permaneceu, passando a ser definida como um
modelo de análise e administração integrada que permite otimizar o fluxo de materiais,
desde a sua fonte primária até a colocação nos pontos-de-venda como produto final.
A logística tem como finalidade controlar e harmonizar os fluxos de entrada e saída nas
áreas de suprimentos, produção e distribuição. Com a prática logística, se pretende
obter o máximo de eficiência do setor de serviços com o menor custo possível. Como
diz Peter Drucker: "a logística é a última fronteira da redução de custos".

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R Q – Qual a importância da logística em uma transação comercial?

J.L.Amaral – A logística é fundamental para uma empresa porque permite diminuir os


custos do produto que chega ao consumidor final e agrega valor ao nível de serviços.
Hoje, a logística tem uma função estratégica de suma importância seja na pequena,
média ou grande empresa.As empresas modernas já descobriram há muito tempo que
para terem sucesso não basta apenas ter um bom financeiro ou um eficiente plano de
marketing; é necessário que os seus profissionais tenham habilidades para gerenciar
os canais de distribuição da empresa. Com isso, as empresas conseguem aumentar as
suas participações no mercado.

RQ – A logística muda em função do produto?

J.L. Amaral – Os conceitos de logística são idênticos em vários segmentos e em vários


países do mundo. O que difere é a forma de aplicar e atuar com a logística.A logística
do varejo é uma, a da indústria é outra, a do setor de rochas ornamentais é outra, e
assim por diante.Cabe à logística otimizar o fluxo de informações e de materiais, uma
vez que os materiais são diferentes, e o armazenamento, que é um elo importante na
logística, também é diferente.A logística, hoje, já tem um peso considerável no
percentual do preço do produto final.Dados recentes de uma pesquisa feita com
empresas brasileiras, apurou que a logística chega a representar 19% do preço de
venda do produto.Em um estudo preliminar, pode-se dizer que ela representa 16% do
PIB brasileiro.

RQ – Qual o papel da logística para quem atua em comércio exterior?

J.L. Amaral – A logística tem um papel fundamental no comércio exterior, porque as


empresas brasileiras precisam cada vez mais adequar-se às cadeias de suprimentos
das empresas e dos países importadores.Respeitando os padrões internacionais de
qualidade, o cumprimento de prazos, embalando corretamente, se possível,em cargas
paletizadas a fim de facilitar as operações de carga e descarga, com o correto
armazenamento em contêineres para evitar avarias no manuseio dessas cargas.

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RQ – Qual o custo da logística no Brasil?

J.L. Amaral – O primeiro grande problema do Brasil é a diferença de alíquotas de


ICMS, o que faz com que a nossa logística seja mais cara, ou seja, o impacto do
problema fiscal sobrepuja a distribuição física. Isto tem feito com que muitas empresas
comecem a localizar os seus centros de distribuição longe dos seus centros de
produção, pois desta forma podem se beneficiar de ICMS mais baixos. No momento
em que o nosso governo equalizar as alíquotas de ICMS, o custo logístico no Brasil
sofrerá uma sensível redução da noite para o dia.

RQ – Como avalia a infra-estrutura logística do País?

J.L. Amaral – A infra-estrutura é uma premissa básica para se ter uma boa logística.A
infra-estrutura no Brasil ainda é precária, apesar dos investimentos feitos pelo último
governo.O modal mais utilizado é o rodoviário, em torno de 90%, apesar dele ser o
mais caro, quando falamos em toneladas/km. Em contrapartida, nos países
desenvolvidos utiliza-se em larga escala o transporte ferroviário e o hidroviário. No
Brasil, o modal ferroviário é pouco utilizado porque a nossa malha é antiga e precisa
ser totalmente recuperada.Algumas bitolas entre estados são diferentes. Toda essa
infra-estrutura precária prejudica o bom desenvolvimento da logística no País. Nossos
portos também precisam de investimentos no tocante à mecanização, pois apresentam
baixa produtividade se comparados aos portos europeus e americanos. Um dos
exemplos, é a deficiência na movimentação de contêineres. Isso acarreta um alto custo
de operação, prejudicando a logística e reduzindo o volume de exportações.

RQ – Quais as mudanças que deveriam ser implementadas em cada área?

J.L. Amaral – A primeira delas, é também a mais importante: a Reforma Tributária.


Outra questão é

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a melhoria na infra-estrutura de ferrovias, portos e aeroportos; já que os aeroportos
têm um volume grande na movimentação de materiais da indústria eletroeletrônica e
de computadores.Vale a pena ressaltar que investimentos na educação formal em
logística não devem ser esquecidos, quer na iniciativa privada quer no âmbito
governamental.Este é um problema sério no Brasil e em toda a América Latina, em
todos os níveis da pirâmide organizacional. Do chão da fábrica aos executivos. Não se
deve esquecer que a logística é feita com tecnologia e pessoas. De nada adianta que
uma empresa possua ferramentas importantes como modernos equipamentos de
movimentação de materiais,softwares de gestão de armazéns,softwares de
gerenciamento da cadeia de suprimentos, se os seus funcionários não sabem como
utilizar essas ferramentas e quando devem utilizá-las.

RQ – Qual a diferença entre logística e supply chain management?

J.L. Amaral – Atualmente o conceito de supply chain (cadeia de suprimentos)


representa a integração da logística externamente, pois estende a coordenação do
fluxo dos materiais e de informações aos fornecedores e clientes. Hoje a supply chain é
a última era do desenvolvimento logístico.A gestão da cadeia como um todo pode
proporcionar uma série de maneiras que possibilitem aumentar a produtividade e
contribuir significativamente para a redução de custos, assim como identificar novas
formas de agregar valor aos produtos. A supply chain é uma seqüência de distribuição,
um conjunto de acordos de compra e venda. É uma série de relacionamentos entre
empresas. Já a logística, é a movimentação de produtos e da informação seletiva de
um lugar para o outro. É a integração de todas as partes de uma maneira
sequenciada.A logística é algo que envolve a operação, já o supply chain é uma
estratégia, uma parte do negócio.O supply chain management requer um

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esforço sincronizado, desde o fornecedor do fornecedor até o cliente do cliente para a
entrega de produtos no tempo certo e com o menor custo final. No mundo globalizado,
a briga para aumentar o poder de atuação das corporações não será mais entre elas e
sim entre as suas cadeias de suprimentos.Quem apresentar a cadeia de suprimentos
mais ‘afinada’ levará a melhor no presente e no futuro.

RQ – A terceirização vem sendo uma prática corrente em muitos setores. E no


segmento da logística?

J.L.Amaral – A terceirização da logística começou na indústria automobilística na


década de 80, quando as grandes montadoras americanas perceberam que era
importante ter o foco no seu ‘core business’ e deixar a sua logística e a sua distribuição
para empresas especializadas, que tiveram origem nas empresas transportadoras.
Desta maneira surgiram os operadores logísticos que fazem a armazenagem,o
transporte e a distribuição dos produtos das indústrias.A grande vantagem de se
trabalhar com operadores logísticos é que se pode reduzir custos operacionais e ao
mesmo tempo agregar valores aos serviços. O setor de rochas ornamentais, por
exemplo, pode beneficiar-se da terceirização, que já é muito utilizada na logística,
desde que tome o devido cuidado na avaliação desses prestadores de serviços,
principalmente no que tange à redução de custos.

J.L. Amaral é engenheiro com Pós-graduação em Logística. Representante do Brasil


no 2º Encontro de Logística do Mercosul/2000, Montevidéu, Uruguai. Vencedor do
Prêmio A.B.M.L. de Logística/2000. Consultor em Logística/Supply Chain e diretor
comercial da "Qualilog Consulting".

Revista Rocha de Qualidade - Revista digital


Publicação bimestral que trata do setor de rochas abrangendo vários seguimentos
como: granitos, mármores e pedras ornamentais.
http://www.revistarochas.com.br/

EMC-EDITORES ASSOCIADOS LTDA.


AVENIDA WASHINGTON LUIS, 3001
JARDIM MARAJOARA - SÃO PAULO – SP
PRÓXIMO AO AEROPORTO DE CONGONHAS
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http://www.planejamentoestrategico.com/noticias_eventos/qualilog-
midia/entrevistarochas.pdf.

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