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A psicologia ocupava um espaço próprio; não, porém como disciplina autônoma e, sim,
como aspecto peculiar de diferentes áreas do saber, assumindo, em cada uma delas,
conotações diferentes. Ao mesmo tempo começam a aparecer tentativas de definir limites e
diferenças entre várias disciplinas que se ocupam do homem.
O conhecimento psicológico do Brasil no século XIX consiste na transmissão e
interpretação, mais ou menos fiel, de doutrinas elaboradas na Europa.
Com efeito, a sociedade brasileira desse período procura estruturar-se como uma nação
ocidental moderna, lançando os fundamentos econômicos, políticos e culturais de um
processo que deveria levar a realização de tal ideal. Nesse sentido, o passado colonial é
encarado negativamente e, na medida do possível procura-se apegar seus traços.
A função ocupada pelo conhecimento da subjetividade no âmbito do projeto social, deve-
se a institucionalização da psicologia nas escolas brasileiras, antes apenas como seção
especifica de outras disciplinas e depois como ciência autônoma.
A psicologia era considerada até pouco tempo como um campo de ação estritamente
urbano (exceção deve ser feita ao trabalho pioneiro de Helena Antipoff com educação rural).
Entretanto, sua preocupação com os movimentos sociais, seja no plano da pesquisa, seja no
plano da intervenção, veio mostrar dentre outras possibilidades, que a psicologia possui um
potencial efetivo de trabalho, tantos nas regiões urbanas como nas rurais. Isso se demonstra
em perspectivas várias de ação, como aquelas que atuam com assentamentos de sem-terra,
tribos indígenas, mutirões, etc. Também deve ser lembrado que, nessa área trabalhos
realizados com grupos vitimados por preconceito e intolerância - tais como mulheres, negros,
gays e lésbicas, pessoas portadores de deficiências - são de relevância não apenas profissional
e acadêmica, mas sobretudo social. Nessa perspectiva, deve sublinhar a importância histórica
da psicologia comunitária, que pode ser considerada como uma das expressões pioneira da
ampliação dos campos de ação da psicologia especificamente voltada para o atendimento de
segmentos da população antes aleijados dos benefícios que a psicologia poderia lhes
proporcionar.
Referências:
BROZEK, Josef,; MASSINI, Marina.. Historiografia da psicologia moderna: versão
brasileira. São Paulo: Loyola, Unimarco, c1998.
ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino.. A psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua
constituição. 2. ed. -. São Paulo: EDUC, Unimarco Ed, 2001.
SCHULTZ, Duane P.,; SCHULTZ, Sydney Ellen,. História da psicologia moderna. 12. ed. -
São Paulo: Cultrix, 2000.