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A Batalha de Amiens (8 a 11 de Agosto de 1918)

O Poder Aéreo levado a seus limites

Introdução

Em julho de 1918, o 4º Exército Britânico e seu vizinho, o 1º Exército


Francês, preparavam uma ofensiva ao longo das 28 milhas do front em
Amens. Em abril daquele ano, uma ofensiva alemã fora detida bem à frente
daquela cidade, um importante centro de comunicação, e agora, estava ao
alcance da artilharia de longo alcance alemã e sofria constantemente de
seus projéteis. Um dos objetivos dessa ofensiva era empurrar a linha de
frente, de forma a acabar com essa ameaça.

Mapa da região

O exército alemão, apesar dessa parte da linha de frente ser uma ameaça
de um futuro avanço, não era barreira para um avanço aliado.
Conseqüentemente,as defesas nessa área eram relativamente fracas, sem
casamatas ou fortificações de concreto para proteger a tropa contra a
artilharia aliada.

Os aliados camuflaram muito seus preparativos para a ofensiva, pois havia


muito o que ser escondido. O 4º Exército Britânico foi reforçado de cinco
divisões de infantaria, de duas de cavalaria, de nove batalhões blindados
com 462 tanques pesados e 72 leves e de mil peças de artilharia. Cerca de
300 trens extras foram despachados para a área do 4º Exército. O mau

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tempo reinante durante a primeira semana de agosto facilitou o trabalho
dos aliados. No dia 7 de agosto o céu clareou, e os caças da RAF realizaram
um vigoroso programa de patrulha, de modo a evitar que as aeronaves
inimigas fotografassem ou observassem as áreas de retaguarda.

Peça de artilharia pesada alemã, pouco antes de


ser capturada por tropas australianas

A ordem de batalha das forças aéreas

A 5ª Brigada da RAF operava normalmente com o 4ª Exército Britânico.


Durante os dois dias que precederam a ofensiva, esta força foi reforçada
pela chegada da 9ª Brigada, que o Quartel General havia reservado para
este fim. A 3ª Brigada, que operava nas vizinhanças, também enviou suas
unidades para a área de batalha. Quando a ofensiva começou, as unidades da
RAF que apoiavam a operação, chegavam a 800 aeronaves, como abaixo:

Caças monoplaces (Sopwith Camel, Sopwith Dolphin e SE 5A) 376


Caças de reconhecimento (Bristol Fighter F2B) 75
Bombardeiros diurnos (DH4 e DH9) 147
Bombardeiros noturnos (Handley Page 0/400 e Fe 2D) 92
Aeronaves de Cooperação com o Exército (RE8, Armstrong Whitworth FK8) 110
Total 800

Além das aeronaves acima, haviam ainda 8 seções de balões de observação,


cada uma com um balão.

As unidades aéreas francesas que apoiavam o 1º Exército Francês, possuíam


1.104 aeronaves como abaixo:

2
Caças monoplaces (Nieuport 28 e SPAD XIII) 612
Bombardeiros diurnos (Breguet 14 e Salmson A.2) 195
Bombardeiros noturnos (Farman F.50) 52
Aeronaves de Cooperação com o Exército (Breguet 14, Salmson A.2 e SPAD XVI) 245
Total 1.104

O número de balões de observação naquele setor é desconhecido, mas eles


eram provavelmente dez.

Assim, o poderio aéreo aliado ao longo das 25 milhas do front de Amiens,


para apoiar a ofensiva era de 1.900 aeronaves e de 18 balões de observação.
O número de aeródromos aliados disponíveis na região era bastante
satisfatório e de fácil acesso à zona de batalha.

Sopwith Camel

As unidades do Serviço Aéreo Alemão que apoiavam o 2º Exército possuíam


399 aeronaves, conforme abaixo:

Caças monoplaces (Foker D VII, Pfalz XII e Albatross D III) 140


Bombardeiros (AEG G4) 36
Ataque ao Solo (Halberstadt CV, Junkers J.1 e AEG J1) 52
Aeronaves de Cooperação com o Exército (Halberstadt CV, Junkers J.1, AEG J1, LVG 171
C.VI e DFW CV)
Total 399

O número de balões de observação no setor quando do início da ofensiva não


é conhecido, mas eram provavelmente quatro. Sabe-se que alguns balões
chegaram após o início da ofensiva.

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Comparação dos equipamentos

O moderno motor BMW equipava o caça alemão Foker D. VII na maioria das
unidades em serviço na linha de frente. Ele era uma aeronave tão veloz
quanto o caça aliado mais veloz mas possuía uma razão de subida superior a
todos eles, e por isso era um oponente formidável em combate. A
disponibilidade desta aeronave, seria fator que contrabalançaria o menor
número de aeronaves alemães e por isso as unidades aéreas continuariam a
combater e mostrar resistência nos últimos meses da guerra. O caça aliado
que possuía desempenho mais próximo ao D. VII era o recém introduzido em
serviço Sopwith Dolphin, mas apenas dois esquadrões estavam equipados
com esse caça quando do início da ofensiva.

Fokker D. VII

O Serviço Aéreo Alemão tinha outra vantagem pois suas aeronaves possuíam
blindagem para operações de baixa altitude sobre o campo de batalha. As
aeronaves AEG-1 e Junkers J-1 possuíam chapas blindadas de 5 mm para
proteger os pilotos e no caso do último, para proteger também o motor.
Nenhuma unidade terrestre aliada nem suas aeronaves eram equipadas com
armas automáticas maiores que o rifle, e assim as aeronaves alemães eram
capazes de operar a baixa altura sobre o campo de batalha com certa
impunidade.

Além de estarem inferiorizados numericamente, o Serviço Aéreo Alemão


sofria com o bloqueio naval aliado, nos últimos quatro anos. O ás da caça
alemã Ernest Udet, escreveu mais tarde: A tensão da guerra aumentava a
cada dia. Para cada aeronave que conseguíamos colocar no ar, os aliados

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colocavam cinco. Se uma delas era abatida e caía atrás de nossas linhas,
todos os instrumentos e peças de metal eram retirados para serem por nós
aproveitados, já que eles deixaram de existir na Alemanha.. Contra um
abundante suprimento a sua disposição, nós não tínhamos nada a não ser a
honra e a experiência de quatro anos de luta. Agora, cada decolagem que
realizávamos significava entrar em combate. E nós decolávamos com muita
freqüência.

Nieuport 28

Entre os materiais que estavam em falta na Alemanha, destacam-se o cobre,


a borracha e o couro, além de alimentos em geral. Interessante notar que,
pouco mais de trinta anos depois, este cenário se repetiria durante a 2ª
Guerra Mundial.

Os planos da RAF

Durante a batalha, as unidades da Força Aérea Francesa localizadas ao sul


do setor, voavam nos mesmos padrões que a RAF, e por isso os planos
detalhados a seguir se aplicam às duas forças.

O plano da RAF para apoiar a ofensiva em Amiens era mais detalhado e


ambicioso do que qualquer um já feito. Além da já normal superioridade
aérea, reconhecimento, patrulha de contato e direcionamento de tiro da
artilharia, as seguintes ordens foram emitidas:
(a) Logo após o amanhecer do primeiro dia, bombardeiros atacaram os
principais aeródromos alemães.
(b) Oito esquadrões de caça, cerca de 150 aeronaves, realizarão
ataques a baixa altura com bombas e metralhadoras, contra tropas
inimigas que esteja se movendo para ou da área de batalha.
(c) Na tarde do primeiro dia, quando se deve esperar a chegada de
reforços inimigos à zona da batalha, os esquadrões de bombardeio

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com auxílio dos caças, atacarão as estações ferroviárias de
Peronne, Chaulnes, Marchelepot, Villers Carbonnel e Etricourt.

Armstrong Whithworth FK 8

Durante esta operação, pela primeira vez, um esquadrão de aeronaves de


cooperação com o exército Armstrong Whithworth FK 8, atuariam em
conjunto com unidades blindadas, com uma esquadrilha de seis aeronaves
alocadas a cada três brigadas blindadas. Antes da batalha, essas aeronaves
realizaram missões de reconhecimento sobre a região onde os blindados
atuariam, de modo a orientar os comandantes dos tanques em que rota
tomar contra as defesas alemães. Quando a ofensiva começou, as aeronaves
voariam patrulhas de contato e fariam relatórios sobre o progresso dos
veículos enviando-os aos centros de comando. Essas aeronaves realizariam
também, missões exploratórias à frente dos tanques, procurando por
posições antitanque inimigas, que seriam atacadas por eles ou por fogo de
artilharia direcionado pelas aeronaves. O ponto franco de todo esse sistema
era a comunicação via rádio entre as aeronaves e os tanques, que se mostrou
falha.

Na primeira manhã da batalha, dois esquadrões de RE 8, lançariam bombas


de fósforo, de modo a produzir uma cortina de fumaça à frente das tropas
que avançavam. Mais tarde, um desses esquadrões, lançaria caixas de
munição para as unidades que estavam à frente da ofensiva, que haviam
ficado com pouca reserva da mesma.

O andar da batalha

Nas noites de 6 e 7 de agosto, um par de bombardeios bimotores Handley


Page 0/400 voou a linha de frente por diversas horas, lançando bombas e
atacando qualquer luz observada em território inimigo. Qualquer dano
causado por esses ataques seria mero acidente, pois o objetivo principal das
missões era o de encobertar o som dos tanques britânicos, conforme eles se
movessem para a posição de ataque.

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Mais de 1.380 canhões e obuses, além de 826 canhões pesados apoiaram a
ofensiva. Às 04:20 horas, do dia 8 de agosto, a artilharia aliada iniciou uma
tempestade de fogo em direção às tropas avançadas alemães, a posições de
artilharia e a alvos importantes. Uma torrente de granadas de alto poder
explosivo chegou às posições alemães, juntamente com um espesso e denso
nevoeiro. Três minutos após o início do fogo, os artilheiros regularam os
tiros para 100 metros à frente, e repetiram tal ação a cada três minutos.
Seguindo a barragem, a infantaria e os blindados britânicos, australianos e
canadenses, começaram seu metódico avanço. Auxiliados pelo nevoeiro, as
tropas rapidamente ultrapassaram as posições mais avançadas dos alemães.

Handley Page 0/400

O Tenente Paul Winslow do US Air Corps, voando aeronaves SE 5A do


Esquadrão Nº 56 da RAF, realizou uma patrulha de madrugada sobre a zona
de batalha. Em seu relatório escreveu: Decolamos quando ainda estava
escuro e subimos até 12 mil pés. Tudo que podíamos ver eram os clarões de
nossos canhões. Era uma bela visão. Não estávamos preocupados com a anti-
aérea, e por isso pudemos apreciar o vôo. Pousamos às 07:00.

SE 5A

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Mais abaixo, o nevoeiro prejudicou o trabalho das aeronaves de cooperação
com o exército bem como o ataque ao solo. Os RE 8 tiveram poucas
oportunidades de atacar, pois o nevoeiro só levantou às 10:00 horas, e
mesmo assim as missões continuaram prejudicadas pela cortina de fumaça
artificial, que cobria os vales entre Cerisy e Warfusee. A infantaria
encontrou pouca ou nenhuma dificuldade. Conforme o nevoeiro ia se
dessipando, as aeronaves de reconhecimento e patrulha começaram a
localizar a linha de contato das tropas terrestres. As baterias alemães
foram esmagadas e ultrapassadas, e a infantaria não realizou contra-ataque,
por uma simples razão que suas reservas foram cercadas e capturadas.

Junkkers J.1

Algumas palavras são necessárias para esclarecer os vários papeis


desenvolvidos pelas aeronaves de cooperação com o exército, que operaram
sobre a área da batalha. Cada aeronave da RAF engajada nesse trabalho,
estava equipada com um rádio transmissor Sterling, operando na banda de
2-MHz, com um alcance máximo de 10 milhas. Essas aeronaves, entretanto,
não estavam equipadas com receptores. As tripulações transmitiam
relatórios em Código Morse, mas as mensagens de solo para as aeronaves
eram passadas por sinais luminosos ou por grandes painéis colocados no solo.

A finalidade dessas patrulhas era o de estabelecer a localização dos


elementos avançados da infantaria que atacavam e das unidades blindadas.
Voando a altitudes abaixo dos mil pés, as missões requeriam que as
aeronaves realizassem um padrão de rotas paralelas a linha de contato e que
avançavam metodicamente. Nessa época, quando a comunicação via fonia era
precária, tudo tinha que ser improvisado. A intervalos regulares, a aeronave
de patrulha emitia um sinal com uma corneta, da letra A em código Morse
(ponto traço), que significava “Onde estão vocês?”. Ao escutar o sinal, os
infantes respondiam com sinais luminosos ou com discos de metal que
refletiam a luz solar. Uma vez que a linha de frente foi determinada, o
observador, na aeronave, marcava o ponto em seu mapa. Esses mapas então,

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eram colocados numa sacola e lançado sobre o ponto de comando da divisão,
do corpo ou do exército.

Se essa patrulha de contato se aventurasse um pouco mais para dentro do


front, num esforço para determinar a extensão do avanço das tropas, seria
recebida pela anti-aérea inimiga. Essas aeronaves estavam ainda sob perigo
de receberem fogo amigo, principalmente das centenas de obuses de
artilharia que passavam sobre o campo de batalha. E finalmente, a última
ameaça era proveniente dos caças e de aeronaves inimigas. Era um trabalho
perigoso, mas de vital importância para o sucesso da operação. Os
comandantes terrestres exigiam relatórios regulares do progresso de suas
forças, se quisessem exercer algum grau de efetivo controle sobre elas.

Albatross D III

Outra importante missão exercida pelas aeronaves de cooperação com o


exército, era a de montar patrulhas de observação para identificar posições
de artilharia inimiga, localizadas até 10 milhas na retaguarda, missões essas
realizadas a 7 mil pés de altitude. Quando localizavam uma dessas posições,
as aeronaves se comunicavam via rádio, com a artilharia aliada e
direcionavam o fogo. Quem fazia a transmissão era o piloto, enquanto que o
observador controlava a presença de aeronaves inimigas.

Uma outra missão das aeronaves de cooperação com o exército durante a


ofensiva, era a de realizar patrulhas para alertar iminentes contra-ataques.
Essas aeronaves operavam na mesma área das aeronaves que dirigiam o fogo
da artilharia, mas voando a 2 mil pés, enquanto procuravam por
concentrações de infantes inimigas. Ao localizarem tais concentrações, eles
entravam em contato com a artilharia e direcionavam o fogo. Em seguida, a

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aeronave descia a baixa altura, voava sobre as tropas amigas em direção ao
centro das tropas inimigas e lançava uma séria de bombas de fumaça
vermelha, para identificar o perigo.

Durante o dia, oito esquadrões de caça da RAF lançaram ataques de baixa


altura, com bombas e metralhadoras, contra tropas inimigas de recuavam.
Esses caças eram equipados com duas metralhadoras .303 polegadas e
quatro bombas de 25 libras. Cada esquadrão enviava um par de caças a cada
vinte minutos, para eles vasculharem a área de batalha e encontrarem alvos
de oportunidade. Na primeira manhã do ataque, essas aeronaves forçaram o
colapso das defesas alemães em alguns pontos.

Halberstadt CV

Mas esses caças não eram dotados de blindagem, e por isso não adequados
para essa tarefa. O Esquadrão Nº 201, equipado com Camels, por exemplo,
perdeu neste dia sete aeronaves, teve um piloto morto e cinco feitos
prisioneiros.

Seis esquadrões de caça da RAF, com um total de 110 aeronaves realizaram


patrulhas ofensivas sobre a área de batalha, de modo e evitar a presença de
caças alemães, e se envolveram em diversas escaramuças. . Uma outra
missão dos caças de ambos os lados, era a destruição dos balões de
observação. Cada balão carregava dois homens, ligados ao solo por um
telefone e que regulavam o tiro da artilharia. Cheios de gás hidrogênio,
potencialmente explosivo, sem nenhuma arma defensiva e estacionados no
céu a uma altitude entre três e quatro mil pés, os balões pareciam uma
presa facial. Entretanto muitos pilotos de caça, descobririam que não era
bem assim.

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O hidrogênio, se mantido num recipiente fechado, como o envelope do balão,
não é inflamável. Como o petróleo, ele torna-se explosivo somente se
misturado com ar, em corretas proporções. Então, para explodir o balão, um
piloto de caça deve, primeiro, perfurar o envelope de modo a permitir que o
hidrogênio escape e misture-se com o ar que o cerca. Para causar ignição da
mistura, o piloto deve então, atirar no mesmo local onde atirou pela primeira
vez, e para isso, deve aproximar-se de pelo menos 50 metros. Se o balão
estiver molhado ou o ar úmido, vai ser muito difícil o piloto causar ignição,
tornando o ataque frustrante.

Breguet 14

Metralhadoras leves e peças de anti-aérea eram posicionadas ao lado da


base do balão, de modo a intimidar as aeronaves atacantes, além de existir
pessoal permanentemente alerta, na busca de possíveis aeronaves
atacantes. Se uma aeronave inimiga aproximava-se do balão, alerta era dado
e os tripulantes do balão saltavam imediatamente de pára-quedas, enquanto
que o pessoal de terra, recolhia o balão, o mais rápido possível, tornando-o
um alvo difícil.

Quando a ofensiva aliada começou, as unidades de balão alemães,


posicionadas próximas ao front, tiveram se retirar para a retaguarda, para
não serem capturados. Durante estes movimentos, os balões eram
transportados cheios, mas próximos ao solo, tarefa de certo modo
complicada e transformando-os em alvo fácil dos caças. Às 10:00 horas, o
Tenente Mawle do Esquadrão Nº 84, voando aeronaves SE 5A, atacou um
par de balões, sendo puxado por cavalos, à leste de Harbonniers,
conseguindo derrubar um deles. Mawle foi atingido num dos ombros e no
estômago, mas conseguiu retornar até sua base. Durante esse dia, os SE 5A

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derrubaram outros cinco balões, enquanto que um caça alemão atacou sem
sucesso um balão britânico.

O ataque dos bombardeiros

Os planos da RAF previam a utilização de unidades de bombardeio diurnos,


utilizando aeronaves Havvilands DH 4 e DH 9, contra os aeródromos
alemães em Moislains, St. Christ e Bouvincourt, de modo a prejudicar as
operações aéreas durante o primeiro dia da ofensiva. Por causa do mau
tempo, esse ataque não foi tão efetivo como esperado, pois os bombardeiros
não conseguiram localizar os alvos.

Spad XIII

Dez DH 4 do Esquadrão Nº 57, voando em formação de dois V, cada um com


cinco aeronaves, atacou o aeródromo de Moislains às 08:10. Cinco aeronaves
carregavam duas bombas de 112 libras cada, e os demais carregavam doze
bombas de 25 libras cada. As duas formações cruzaram a linha de frente à
7 mil pés e ao atingirem o alvo, elas se separaram. Cada DH 4 desceu
isoladamente até uma altura entre mil e dois mil pés, para lançar sua carga.
Para se alcançar sucesso, surpresa é fundamental. Nesta ocasião, as
aeronaves chegaram ao aeródromo alemão, protegidas por nuvens leves, e
realizaram o ataque sem que o pessoal em terra soubesse o que estava
acontecendo. O ataque foi um sucesso, pois dois abrigos foram destruídos,
com as aeronaves que lá estavam, além de outras duas que estavam
estacionadas do lado de fora. Os bombardeiros retornaram à sua base em
vôo rasante, mas alguns caças Fokkers DVII interceptaram os

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bombardeiros e abateram um deles. Por seu lado, os artilheiros ingleses
abateram dois caças alemães.

Os DH 4 do Esquadrão Nº 205 atacaram o aeródromo de Bouvincourt. Uma


das esquadrilhas alcançou o alvo, mas o resultado do ataque não foi
observado. A outra esquadrilha não conseguiu localizar o objetivo, mas
atacou a estação de trens em Chaulnes.

DH 4

A força enviada para atacar o aeródromo de St. Christ era composta de


quatorze DH 9 do Esquadrão Nº 27, mas não conseguiu encontrar o alvo e
lançou suas bombas em alvos de oportunidade próximos a Peronne. Mais
tarde, neste mesmo dia, oito DH 9 do Esquadrão Nº 98, conseguiram
encontrar o aeródromo, bombardeando-o e causando certo dano.

O ataque aéreo concentra-se nas pontes

Durante o final da tarde do primeiro dia, as tripulações da RAF que


retornavam de suas missões, relatavam a existência de um grande
congestionamento de tropas alemães que retrocediam, nas estradas que
levavam às pontes sobre o Rio Somme.

Se algumas dessas pontes pudessem ser destruídas, as tropas alemães que


se retiravam teriam sérios problemas. O Major General John Salmond,
comandante da RAF, imediatamente cancelou as missões planejadas e
ordenou que os bombardeios atacassem as pontes sobre o Somme , enquanto
que o tempo permitisse e houvesse luz solar. Caças se juntaram ao ataque,
carregando sua carga usual de quatro bombas de 25 libras.

A ponte em Brie, uma essencial artéria, foi localizada pelos DH 4 do


Esquadrão Nº 205 e pelos DH 9 do Esquadrão Nº 107. Cada aeronave

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carregava duas bombas de 112 libras. Os Sopwith Camels do Esquadrão
Nº 54, apoiavam o ataque. Descendo a menos de mil pés, os pilotos podiam
lançar suas bombas sem a utilização de equipamentos, mas mesmo acertando
56 lançamentos, a ponte permaneceu intacta. Os Camels lançaram suas
bombas de 25 libras contra as tropas, causando algumas baixas. As mesmas
unidades retornaram mais tarde, mas a ponte não foi destruída. Um DH 9 e
um Camel foram perdidos.

DH 9

A ponte em Bethencourt foi atacada duas vezes pelos DH 9 do Esquadrão


Nº 49, apoiados por caças SE A5 do Esquadrão Nº 32, mas também ficou
intacta. Três DH 9 foram perdidos e dois seriamente danificados.

Os DH 9 do Esquadrão Nº 27 atacaram sem sucesso as pontes em Voyennes,


Pithon e Offoy, apoiados por Camels do Esquadrão Nº 73. Os atacantes
foram interceptados por caças alemães, que derrubaram dois bombardeiros
e dois caças aliados.

As pontes em Peronne foram atacadas por DH 9 do Esquadrão Nº 98,


apoiados pelos SE 5A do Esquadrão Nº 1 e por Camels do Esquadrão Nº 43,
também sem sucesso. Um DH 9 e três Camels foram perdidos.

Outros alvos

O Esquadrão Nº 22 enviou 15 caças Bristol F2B para escoltar os DH 4 do


Esquadrão Nº 18 que atacariam o importante entroncamento ferroviário em
Somain, através do qual os reforços alemães teriam que passar para
poderem alcançar a área de batalha, a partir do norte. Os caças alemães

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tentaram interceptá-los, mas a escolta impediu e os bombardeiros não
sofressem baixas.

Bristol F2B

A dureza da defesa

A partir da tarde do primeiro dia, os reforços aeronáuticos alemães


começaram a chegar na zona de batalha. O mais significante deles foi a
Jagdgeschwader 1 equipada com a mais nova versão do caça Fokker D. VII.
O comandante da unidade era o Oberleutnant Hermann Goering, mas ele
estava licenciado na oportunidade, e por isso não participou dos combates. A
unidade foi comandada pelo Leutnant Lothar von Richthofen, irmão do
grande ás alemão Manfred, que havia sido derrubado e morto alguns meses
antes. Lothar também era um ás, com 32 vitórias aéreas até aquela época.

A Jagdgeschwader 1 passou a operar da base de Ennemain, próxima a área


de batalha, a cerca de 60 milhas a sudeste, mas com apenas 21 de seus 52
caças usuais. Sabendo que um duro combate iria acontecer, von Richthofen
decidiu não trazer seus pilotos mais inexperientes, mesmo arriscando a
redução do poderio de sua Staffel. Entre seus pilotos experientes
destacam-se o Leutnant Erich Lowerhardt com 49 vitórias e o Leutnant
Ernest Udet com 44 vitórias.

As perdas

Durante o primeiro dia da ofensiva, a RAF sofreu perdas relativamente


elevadas – 42 aeronaves destruídas, 52 danificadas sem condições de
reparo – ou seja, cerca de 13% das saídas realizadas. As maiores perdas

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foram recebidas pelas unidades de caça e de bombardeio que realizavam
ataques à baixa altura, mas que representaram somente 23% das missões. A
maioria dessas aeronaves foi derrubada por fogo terrestre. Dos 77
tripulantes a bordo dessas aeronaves, 31 foram mortos, 13 foram feridos e
33 foram feitos prisioneiros. Por seu lado, as perdas alemães foram muito
menores, não chegando a 10 aeronaves.

Pfalz XII

Ao cair da noite do primeiro dia, as unidades de infantaria e os tanques


haviam avançado 7 milhas, e pelos padrões daquele conflito, as perdas
humanas foram leves, chegando a 9 mil entre mortos, feridos,
desaparecidos e prisioneiros. Os registros alemães mostram que eles
perderam 28 mil homens, dos quais 15 mil feitos prisioneiros.

Durante a noite de 8 de agosto, as unidades de bombardeio noturno da RAF


mantiveram o ataque contra as pontes sobre o Rio Somme, ainda sem obter
sucesso. Até o nascer do Sol do dia 9 de agosto, 162 saídas foram
realizadas contra 11 pontes.

Os dias seguintes

No segundo dia da ofensiva, a resistência aérea alemã aumentou com a


chegada de novas unidades ao front. O padrão de operações da RAF
permaneceu no mesmo do realizado no dia anterior, embora dois esquadrões
de caça passassem a operar apenas em patrulhas ofensivas sobre a zona de
batalha, em vez de atuarem como caça-bombardeiros. As pontes sobre o
Somme continuaram a ser o alvo principal para os bombardeiros diurnos,
com 173 missões realizadas. Outras 33 missões foram realizadas contra

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alvos ferroviários. A ponte em Brie foi atingida diretamente, mas
permaneceu sendo utilizada pelos alemães.

O Esquadrão Nº 8, unidade que operava junto com os blindados, mantinha a


realização de vôos de observação, relatando a posição dos tanques mais
avançados, bem como dos que necessitavam de reparo. A tentativa de
utilizar as aeronaves contra as posições anti-tanques não obteve sucesso.
Durante os primeiros dois dias da ofensiva, o esquadrão só conseguiu
localizar uma dessas posições.

As perdas da RAF no segundo dia de combate alcançou a marca de 45


aeronaves, entre abatidas e danificadas sem possibilidade de reparos.

No terceiro dia, a RAF manteve seu padrão de operações, tendo recebido


reforço de 5 esquadrões de caça, num total de 90 aeronaves, para repor as
perdas sofridas.

Salmson A.2

Nesse dia, um pequeno número de aeronaves de assalto alemães, algumas


equipadas com blindagem, operaram a baixa altura sobre o campo de
batalha. Na tarde do dia 10 de agosto, aeronaves alemães operando a baixa
altura, apoiadas por fogo de artilharia, detiveram assalto de tropas
australianas ao longo da rodovia Amiens – Brie. Para proteger as tropas
dessas aeronaves, novos caças da RAF foram designados para realizar
missões de patrulha a baixa altura.

No dia 10 de agosta, as pontes sobre o Rio Somme continuavam a ser o alvo


primário dos bombardeiros diurnos, sendo realizadas 105 missões contra

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elas, contra 93 contra outros alvos. De modo a reduzir as perdas por fogo
terrestre, os bombardeiros passaram a atacar de 10 mil pés, reduzindo
entretanto, a possibilidade de atingirem esses pequenos alvos.

Na tarde do dia 11 de agosto, a ofensiva aliada terminou. As tropas haviam


quebrado a linha defensiva alemã e avançaram por 12 milhas em alguns
pontos, mas não houve um rompimento total. Com a chegada de inúmeros
reforços alemães, os comandantes aliados resolveram mudar a tática de
longas batalhas de atrito, que provaram ser desgastantes no passado, por
operações rápidas e pequenas, denominadas “bite and hold”.

LVG C.VI

Durante a batalha houve considerável atividade aérea. As unidades de caça


alemã, mesmo inferiorizadas numericamente, deram mostras de sua
capacidade, mas perderam proporcionalmente muitas aeronaves. A
Jagdgeschwader 1, por exemplo, ficou reduzida a 11 aeronaves, e teve que
se retirar da batalha, para se reorganizar.

Na noite de 11 de agosto, os bombardeiros noturnos alemães obtiveram um


raro sucesso, para esse tipo de missão. Dez bimotores atacaram dois
depósitos próximos a Calais, destruindo centenas de veículos e uma grande
quantidade de peças de reposição.

Durante a ofensiva de Amiens, a RAF empregou uma grande quantidade de


aeronaves, quantidade esta nunca antes empregada, num esforço de apoiar
as tropas terrestres. Vamos então analisar os aspectos do Poder Aéreo que
foram efetivos e os que não foram.

Primeiramente, vamos analisar os aspectos do Poder Aéreo que auxiliaram as


tropas terrestres. Antes da ofensiva, a RAF e a Força Aérea Francesa,

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impediram com sucesso que as aeronaves de reconhecimento alemães
fotografassem e observassem os preparativos. Durante as duas noites que
antecederam a ofensiva, aeronaves voaram constantemente o front,
mascarando o som dos motores dos tanques que se posicionavam para o
taque, missão essa que obteve sucesso. Juntas, essas duas missões
impediram que os defensores obtivessem algum conhecimento do que iria
acontecer e aonde. Apenas quando o bombardeio começou, é que houve uma
indicação clara do ataque aliado e aonde ele estava concentrado. A surpresa
é o ingrediente mais importante para o sucesso de um ataque terrestre, e é
impossível não exagerar a sua importância nesta ocasião.

Farman F.50

Também, antes da ofensiva, o sistemático reconhecimento aéreo aliado das


posições de defesa alemã, permitiu a localização correta dos alvos a serem
atacados, tanto pelas aeronaves como pela artilharia. Esses alvos, foram
atingidos, apesar do nevoeiro que ocorreu na manhã da ofensiva.

Quando o nevoeiro de dissipou, o fogo de artilharia foi direcionado para


alvos específicos, desmantelando as defesas alemães. Relatórios das
patrulhas aéreas foram de extrema importância, permitindo que os
comandantes tivessem informações quase em tempo real do curso da
batalha, e principalmente da localização das tropas que iam à frente. Todas
essa informações analisadas em conjunto, permitiam um efetivo trabalho de
logística e de distribuição de reservas e do uso da artilharia de campanha.

As patrulhas aliadas sobre a área de batalha, tornaram a vida das aeronaves


de observação alemães muito difícil, obrigando-os a realizar missões com
vários aviões e com escolta, diminuindo a mobilidade dos mesmos.

Quando as tropas alemães foram obrigadas a abandonar suas trincheiras e


começar uma retirada, os ataques dos bombardeiros e dos caças-

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bombardeiros, a baixa altura, adicionou uma pitada de confusão ao processo.
Essas missões atrasaram os alemães no estabelecimento de uma efetiva
linha de defesa, e os esquadrões foram os que sofreram as maiores baixas
por fogo terrestre.

Vamos agora analisar os aspectos do Poder Aéreo que falhou em contribuir


para a batalha terrestre. Apesar do grande número de missões realizadas,
os bombardeiros diurnos da RAF infligiram poucos danos físicos de
importância. Inicialmente, eles atacaram os aeródromos e ferrovias. Nos
aeródromos, apenas um recebeu danos moderados, os demais não sofreram
nada. Não há evidências que o bombardeio das ferrovias tenha causado, pelo
menos, atraso na movimentação das composições que traziam reforços
alemães. A partir da tarde do primeiro dia, o alvo dos bombardeiros passou
a ser as pontes sobre o Rio Somme, mas eles só conseguiram um, talvez dois
lançamentos precisos e nenhuma ponte ficou fora de uso.

A principal razão para esses péssimos resultados foram a imprecisão do


lançamento das bombas, e a baixa capacidade explosiva das mesmas. Os
DH 4 ou DH 9 carregavam duas bombas de 112 libras ou 12 de 25 libras. O
visor para lançamento em altitude era rudimentar, e o lançamento a baixa
altura era realizado “no olho”. Considerando-se então, a limitação da carga
das bombas e da precisão do lançamento, pontes e ferrovias não eram alvos
adequados, já que a chance de sucesso era mínima. Algumas décadas
passariam, até que se tivesse disponível, bombas com poder de destruição
suficiente, para o caso de erro, elas conseguissem abalar as estruturas.

A tentativa de se utilizar aeronaves para localizar e destruir posições de


artilharia anti-tanque falhou. Apenas uma posição foi localizada e atacada,
mas o Esquadrão Nº 8 perdeu metade de seus 18 aviões.

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A partir da tarde do primeiro dia, uma vez que o pânico da retirada de
tropas alemães cessou, a efetividade dos bombardeiros e dos caça-
bombardeiros à baixa altura, rapidamente diminuiu.

Após a guerra, um estudo sobre as operações aéreas durante a Batalha de


Amiens foi realizado. A conclusão que se chegou foi que a RAF contribuiu em
dois fatores importantes: na surpresa alcançada e na ação dos caças-
bombardeiros no dia 8 de agosto, no auxílio às tropas na quebra da linha de
contato. No resto, as bombas lançadas pela RAF não contribuíram em nada
para o resultado da batalha. Por outro lado, o relatório fala que esta foi a
maior concentração de poder aéreo da 1ª Guerra Mundial.

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