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Balões

O que eles fizeram por nós?


A contribuição dos balões para a história do poder aéreo

Introdução

Quando foi que pela primeira vez o homem utilizou um artefato aéreo
com fins militares? É uma pergunta bastante simples, mas cuja resposta é
difícil. Na realidade, aceita-se que o primeiro uso de um artefato aéreo, com
fins militares, ocorreu no dia 26 de junho de 1794, quando os franceses
utilizaram um balão para observar os movimentos das tropas austríacas na
Batalha de Fleurus. Isso significa que o Poder Aéreo não é um fenômeno apenas
do Século XX e que por mais da metade de sua existência, o Poder Aéreo era
gerado por um simples balão.
Dado que os balões foram parte importante em metade da história do
Poder Aéreo, talvez cause surpresa ao descobrirmos que muito pouco foi
escrito sobre sua utilização. O que também deve causar muita surpresa é a
variedade de emprego do balão.
A Doutrina do Poder Aéreo pode ser dividida em sete aspectos:
Informação, Controle do Ar, Efeito Estratégico, Operações Aéreas Diretas e
Indiretas, Operações Aéreas de Suporte ao Combate, Proteção da Força e
Sustentabilidade. O objetivo deste artigo é mostrar que existe para o balão,
uma tarefa em cada um desses aspectos.
É importante lembrar aqui que, só consideraremos a utilização de balões,
não de dirigíveis, blimps, zepelins etc, pois a introdução de uma outra fonte de
energia, além do vento, altera completamente a plataforma analisada, que vai
além do escopo deste artigo.

Informação

Reconhecimento, ou observação, nunca deve ser menosprezado; o


conhecimento vem antes do poder e o ar é o local de onde devemos observar
primeiro. Sir Walter Raleigh

Reconhecimento é tão velho quanto a guerra. Cinco séculos antes do


nascimento de Cristo, o estrategista chinês Sun Tzu, disse a seus
comandantes: Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa

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temer o resultado de cem batalhas. Mais recentemente, o Duke de Wellington
atribuía muito a seu sucesso, o cuidado com que estudava o que estava
acontecendo “do outro lado do morro”. Os melhores comandantes militares,
sempre foram aqueles que sabiam que, quanto mais conhecessem as posições de
seus inimigos, mais teriam oportunidade de entrar em combate na hora e local
mais adequado, evitando a derrota. Os sistemas e as plataformas do poder
aéreo teriam vital importância na obtenção de dados e informações, assim
como a depuração e interpretação desses dados, é chave fundamental da
capacidade do poder aéreo.
Até o final do século XVIII, entretanto, o reconhecimento era restrito
ao que se podia observar do topo de um morro ou no dorso de um cavalo, mas o
desenvolvimento de uma máquina voadora alterou esse cenário. O primeiro vôo
tripulado, realizado pelo Marquês d’Arlandes e por Jean-Francois Philatre de
Rozies, no dia 21 de novembro de 1783, num balão de ar quente em
Montgolfier, nas cercanias de Paris, parecia oferecer uma nova dimensão a
arte da guerra. Na Inglaterra, entretanto, o balão foi considerado pelos
militares como um novo esporte, em vez de algo que pudesse ser utilizado para
se obter alguma vantagem numa guerra. Os franceses, por seu turno, o viram
de modo completamente diferente, e na guerra contra a Áustria e Prússia, que
aconteceram logo após a Revolução de 1789, eles desenvolveram um aparato
móvel para produção de hidrogênio no campo de batalha. Em abril de 1794, foi
criada a primeira unidade de aviação militar, La Premiere Compagnie
d’Aerostiers Militaires, próxima a paris, e em junho seu primeiro balão,
L’Entreprenant foi levado até Meubeuge na Bélgica, para ser empregado pelo
Exército Republicano Francês contra os austríacos. A primeira ascenção
operacional aconteceu no dia 26 de junho, quando o Capitão Coutelle realizou
uma série de observações das tropas austríacas, em manobras no campo de
batalha, em Fleurus. Coutelle ficou no ar por cerca de 10 horas, sendo que no
final do dia, esteve acompanhado pelo comandante francês, o General Jourdan.
As informações obtidas, eram transmitidas ao solo por meio de semáforos, por
bolas luminosas penduradas numa pequena cesta ou escritas em papel, e
lançadas presas a sacos de areia por cordas. A observação teve papel decisivo
na contribuição da vitória francesa.
Essa ascensão levou a uma clássica resposta militar do poder aéreo, ou
seja, as tropas austríacas entravam em pânico toda vez que viam o balão, uma
reação típica de soldados frente a uma nova arma secreta. Logo depois dessa
operação, veio a quase inevitável etapa, qual seja, a extinção da companhia de
balões por Napoleão, em 1799, com o argumento de que a velocidade de

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utilização dos balões, não era compatível com o conceito de operações rápidas.
Mas a História é cruel, pois provavelmente, se Napoleão tivesse utilizado
balões como plataforma de observação, em 1815, na batalha de Waterloo, ele
teria descoberto a disposição das tropas de Wellington por trás do Monte St.
Jean Ridge, teria vencido a batalha.
Com a paz que se seguiu na Europa, após a derrota francesa em
Waterloo, o desenvolvimento militar dos balões de observação estagnou.
Somente em 1860, quando progresso significativo aconteceu nas áreas de
fotografia e telegrafia, é que o interesse pelo artefato reascendeu.
Balões foram muito utilizados durante a Guerra Civil Americana. Em
outubro de 1861, a primeira unidade militar americana de balões foi criada, a
Union Army Ballon Corps, sob o comando de Thaddeus Lowe, com 50 homens.
No início de 1862, a unidade já possuía 7 balões, sendo que uma antiga balsa de
carvão, foi convertida para rebocá-los ao longo do Rio Potomac, nas operações
realizadas (seria o primeiro porta-aviões ?!?). O Ballon Corps provou sua
utilidade, especialmente quando dirigia o fogo da artilharia. Em resposta, as
forças Confederadas, também passaram a utilizar seu balão na primavera de
1862. Esse balão, foi construído, utilizando-se vestidos de seda, doados pela
mulheres sulinas, mas como o único local disponível de gás ficava localizado em
Richmond na Virginia, ele tinha que ser inflado lá e rebocado de trem até o
front. O Union Army Ballon Corps, por sua vez, possuía um gerador portátil de
hidrogênio. Impressionados com o sucesso alcançado pela utilização dos balões,
tanto na Guerra Civil Americana como na Guerra Franco-Prussiana, o British
War Office, consultou os Royal Engineers da possibilidade da utilização dos
balões pelo exército. Assim, em 1878, sob o comando do Capitão James
Templar, um aeronauta experimentado, foi criada a Army Ballon Equipment
Store em Woolwich. O primeiro balão britânico, denominado Pioneer, foi
construído em 1879, sendo que oficiais e subalternos dos Royal Engineers
foram treinados em reconhecimento aéreo, fotografia e sinalização. Em 1884,
uma unidade de balões, foi levada até Bechuanaland (África do Sul), como
parte da expedição, para defender a colônia das invasões dos Boer, obtendo
resultados animadores. Uma outra unidade foi enviada ao Sudão no ano
seguinte, após a queda de Cartum e a morte do General Gordon. Em 1892, o
Royal Engineers Ballon Depot passou a ter uma base permanente em Adershot,
juntamente com a inauguração de uma escola de balonismo.
Em dezembro de 1899, no começo da Guerra dos Boer, o destacamento
de balão dos Royal Engineers realizou algumas observações durante a batalha
de Magersfontein. O balão foi utilizado para reconhecimento aéreo das

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trincheiras inimigas antes da batalha começar, mas o comandante britânico,
Lieutenant General Lord Methuen, negligenciou as informações recebidas, não
passando ás suas tropas as ordens necessárias, e o resultado foi que suas
tropas atacaram sem ter noção de como era o sistema de trincheiras dos
Boers. Os britânicos sofreram pesadas perdas, e teriam sido maiores se o
balão de observação não tivesse detectado movimentos do inimigo durante a
própria batalha. Os resultados obtidos pelos balões levaram a alguns oficiais
superiores britânicos a concordarem que o reconhecimento aéreo era de um
valor inestimável, embora a maioria ainda estivesse convencida de que a
observação pela cavalaria ainda fosse o melhor método.
Enquanto isso, com o início das hostilidades entre os Estados Unidos e a
Espanha, em 1898, sobre a posse de Cuba, os americanos enviaram a US Ballon
Company até a ilha caribenha em apoio a Força Expedicionária Americana. No
dia 1º de julho de 1898, cerca de 8 mil soldados americanos, dirigiam-se até
posições espanholas em San Juan, através de uma congestionada rota por meio
da selva. Marchando com as tropas, a uma centena de pés acima, ia um balão, de
dentro do qual o Lieutenant Colonel Darby tentava realizar observações das
posições inimigas. Entretanto, a selva era tão fechada, que ele mal podia ver
suas tropas que, apenas um enorme tapete verde de folhagem. Os espanhóis
também não podiam ver os americanos, mas sabiam perfeitamente onde eles
estavam, por causa do balão. Como resultado, uma pesada barragem de fogo de
artilharia caiu sobre os americanos, causando enormes baixas. No final do dia,
o balão, desta vez tripulado por um tal de Willian Ivy, foi atingido por fogo
inimigo e caiu num rio. Ivy sobrevive, vindo a falecer em 1995, com a glória de
ter sido o primeiro piloto da história a ser abatido numa guerra.
Cem anos depois de sua estréia em Fleurus, o balão teve uma dura mas
decisiva contribuição para uma operação de guerra. Eles eram desajeitados,
tinham pouca mobilidade e eram difíceis de serem controlados sob ventos
fortes. Mas apesar dessas dificuldades, eles eram entretanto, a única
plataforma aérea de observação disponível. O início do século XX, marcou
finalmente o domínio dos ares pelo homem, com o brasileiro Santos Dummont
na Europa e os Irmãos Wright nos Estados Unidos, realizando os primeiros
vôos em aeronaves mais pesadas que o ar. Embora essa invenção tenha recebido
pouco encorajamento por parte dos militares americanos e britânicos, na
França ela teve um desenvolvimento fantástico. Quando do início da 1ª Guerra
Mundial em 1914, a tecnologia aeronáutica já se desenvolvera tanto, que as
aeronaves mais pesadas que o ara faziam parte de todas as forças armadas
envolvidas no conflito.

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Mesmo assim, o balão teria papel importante na 1ª Guerra Mundial. O
problema de controle fora solucionado pelos alemães, com a introdução do
balão tipo salsicha ou balão-pipa, o Drachen, que possuía deriva na cauda, de
modo a mantê-lo apontado contra o vento, e mais, a natureza daquela guerra,
onde as tropas ficavam enterradas em trincheiras, a falta de mobilidade do
balão era raramente exposta. Os balões-pipa foram exaustivamente utilizados
por ambos os lados durante a guerra, provando serem muito úteis para
observação e regulagem de tiro da artilharia. Ultimamente, entretanto, as
características do aeroplano – altura, velocidade, raio de ação e flexibilidade –
aparentemente condenaram os balões de observação às páginas da história.
Mas não é bem isso que com surpresa, está acontecendo no final do
século XX, pois os balões estão sendo analisados como plataformas de
vigilância e comunicações de alta tecnologia. Nos Estados Unidos, uma rede de
aeróstatos equipados com radar é importante ator na campanha anti-drogas. A
experiência americana de vigilância com aeróstatos mostrou que essa
tecnologia e efetiva tanto do ponto de vista econômico como operacional. Em
relatório de 1993, o US Customs Service, divulgou dados das operações
realizadas com balões, conhecida como Tethered Aerostat Radar System
(TARS) que era parte da USA anti-drug National Air Interdiction Srategy.
Essa rede era composta de 15 sítios operacionais, que forneceiam contínua
cobertura da fronteira sul dos Estados Unidos, desde Porto Rico até a costa
do Pacífico. Os aerotatos de 71M, construídos pela TCOM LP e equipados com
radares Westinghouse, são projetados para detectar alvos com seção reta de
2 m2 a 280 km de distância. Cada um desses balões custa por hora cerca de
US$ 300 a 500, quando comparados com os US$ 3.500 de uma aeronave de asa
fixa como o Lockheed P-3 Orion. O sucesso desse programa experimental foi
tão grande, que outras agências estão agora demonstrando interesse em
desenvolver seus próprios programas de vigilância.

Controle do Ar

Qualquer um que queira lutar, mesmo com as mais modernas armas,


contra um inimigo que tenha completo controle do ar, lutara como um bárbaro
contra as modernas tropas européias. Field Marshal Rommel.

Uma das primeiras considerações de qualquer comandante, é montar o


espaço do campo de batalha, de modo que suas operações sejam realizadas no
local e hora que ele determinar, sem a proibitiva interferência do oponente.

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Uma segunda consideração é a de permitir que as forças amigas estejam livres
de um ataque inimigo. Um dos objetivos do poder aéreo, é, alcançar e manter
um grau de controle do ar, de modo a garantir o sucesso das operações
terrestres. O controle do espaço aéreo, tem por meta, restringir a habilidade
do oponente de utilizar sua força aérea contra tropas amigas.
Seguindo-se o sucesso dos experimentos dos irmãos Montgolfier com
balões de ar quente em 1783, os teóricos do poder aéreo daquela época logo
imaginaram frotas de balões, como galeões dos céus, pintados e armados com
200 canhões cada um, e engajados em mortais combates aéreos. Em 1810, um
oficial prussiano chamado Julius Von Voss escreveu um comentário pertinente
sobre os balões, onde dizia que eles tinha a tarefa de observar o inimigo à
distância, mas o inimigo enfurecido com essas intenções, não hesitaria em
enviar pequenos artefatos de modo a expulsar o balão intruso, e assim, os céus
se encheriam de escaramuças desenvolvidas entre as patrulhas avançadas. Um
século mais tarde, a previsão de Von Voss tornou-se realidade sobre as
trincheiras em solo francês, mas com aeroplanos em vez de balões. Dependendo
da prevalência da direção e da velocidade do vento, a falta de manobrabilidade
dos balões os limitava a uma atuação passiva, mas não menos importante no
papel do controle do ar.
O conceito de utilização de balões para defesa dos céus, o que agora
denominamos em linguagem moderna Contra Operações Aéreas Defensivas,
tiveram origem na Grã Bretanha, antes da 1ª Guerra Mundial. A idéia era criar
uma rede nos céus de modo que as aeronaves atacantes ficassem presas nela.
Durante os últimos anos da 1ª Guerra Mundial, os britânicos empregaram
barragens de balões em resposta aos ataques dos bombardeiros alemães Gotha
contra Londres. A Defesa de Balões de Londres, em 1918, era constituída de
sete áreas, formados por uma cadeia de balões, ligados entre si por cabos.
Essas áreas eram consideradas elementos essenciais para o sistema de defesa
da capital e a idéia era forçar os bombardeiros a serem obrigados a utilizar
rotas pré-determinadas e restritas, onde a cobertura da caça e da antiaérea
seria mais efetiva. Um prisioneiro alemão, após ser interrogado, afirmou que
esses balões obrigavam os bombardeiros a realizarem suas missões no limite de
seu teto operacional. Os alemães também desenvolveram idéia similar, e em
1917 criaram uma unidade de balões voltada para a proteção de alvos
industriais. Em janeiro de 1918, um bombardeiro britânico FE2b, foi pego por
essa rede de balões alemã, e o piloto capturado enfatizou o medo que eles
tinham de serem pegos pelos cabos.

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A ameaça de uma nova guerra reacendeu o interesse pelos balões em
1936. O Estado Maior da RAF planejou a instalação de um anel de balões ao
redor de Londres, com uma densidade de 10 balões por milha linear, totalizando
450 balões. Esse plano foi logo modificado, quando chegou-se a conclusão que
esse anel de balões, só forçariam as aeronaves atacantes a voarem um pouco
mais alto nesta região, quando então poderiam voltar a altitude de bombardeio.
A solução adotada foi a instalação dos balões, utilizando-se um padrão
irregular. Em novembro de 1938 foi criado o Comando de Balões da RAF e em
setembro de 1939, uma barragem composta de 444 balões estava instalada
sobre Londres. Durante a Batalha da Inglaterra, 102 aeronaves alemães
bateram nos cabos de sustentação dos balões, e o resultado foi que dessas, 66
tiveram que realizar pouso forçado em território britânico.
Um bom exemplo de como a barragem de balões era efetiva, para certos
tipos de alvo, foi a observada numa cidade inglesa, na primavera de 1942. Por
duas vezes, a catedral da cidade fora atacada, e por isso providenciou-se a
instalação de uma barragem de balões. Na terceira vez que os alemães a
atacaram, embora o número de aeronaves atacantes fosse mais elevado do que
das vezes anteriores, nenhuma bomba atingiu a catedral, e todas elas caíram
bem distantes dos limites da cidade.
Durante a 2ª Guerra Mundial, foram utilizadas barragens fixas e móveis,
de modo a evitar que aeronaves inimigas realizassem ataques à baixa altura,
quando a precisão dos bombardeios era maior. No pico máximo da guerra, o
Comando de Balões da RAF esteve constituído por 52 esquadrões operacionais,
equipados com não menos que 2.500 balões e por cerca de 33 mil homens. Além
das cidades, os balões protegiam portos e abrigos navais e montados em botes,
defendiam os estuários contra aeronaves lançadoras de minas. Quatro mil
homens do Comando de Balões da RAF participaram do Desembarque da
Normandia, protegendo as cabeças de ponto, os portos artificiais e os
depósitos de munição.
Os alemães, aprenderam pelo caminho mais duro, como que os balões
melhoravam as defesas contra aeronaves à baixa altura. Somente após o
ataque britânico contra as represas do vale do Ruhr, realizado de Esquadrão
Nº 617, é que os alemães instalaram uma rede de balões de modo a evitar um
novo ataque daquele tipo, cujo sucesso dependia do lançamento de uma bomba
especial à baixíssima altura. Se os balões tivessem sido instalados antes do
ataque, o mesmo teria sido impossível de realizar.
O aumento do teto operacional dos bombardeiros, juntamente com a
melhoria das técnicas e dos equipamentos de visada de lançamento das bombas,

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diminuíram a importância das barragens de balões durante a fase final da
guerra, mas mesmo assim os pilotos aliados tinham receio de encontrar os
balões e seus cabos, quando realizavam missões até 20 mil pés. Mas a barragem
de balões, ainda teria o que contribuir, quando em 1994 os alemães começaram
a lançar as bombas voadores V1, e os ingleses montaram a maior barreira de
balões da história, tendo destruído 278 desses artefatos. Em fevereiro de
1945, o Comando de Balões foi extinto. Embora utilizados em pequena escala
pelas forças americanas na Guerra da Coréia, os balões nunca mais tiveram
papel significativo nos planos de defesa desde 1944.

Efeito Estratégico

O poder aéreo tornou-se preponderante, tanto como arma de


intimidação, e na eventualidade de uma guerra, como força de destruição do
potencial inimigo. General Omar Bradley

O conceito de “centro de gravidade”, inicialmente exposto por


Clausewitz, era um modo de descrever como obrigar um oponente, numa guerra,
a realizar suas vontades. Na época de Clausewitz, o exército inimigo era
considerado o centro de gravidade, mas nos tempos atuais, o centro de
gravidade do inimigo pode tomar diversas formas. As operações aéreas, como
efeito estratégico tem como objetivo destruir ou desorganizar o centro
estratégico do oponente, limitando sua capacidade bélica, e conseqüentemente,
sua habilidade de lutar.
Quando o Marquês de Arlandes e Jean-Francois Philatre de Rozier
relizaram sua histórica ascensão em Montglofier num balão de ara quente em
Novembro de 1783, um dos observadores do evento foi o inventor americano
Beijamin Franklin. Sensível ao novo projeto, Franklin escreveu assim, sobre o
vôo: A invenção do balão parece ser de grande importância e é possível que
venha a modificar os hábitos humanos. Os soberanos da guerra talvez sejam
afetados por esse invento, já que será praticamente impossível para a maioria
deles guardar seus domínios. Cinco mil balões, cada um com dois homens
custarão menos do que cinco navios completos, e como esses soberanos serão
capazes de cobrir sue país com tropas para defendê-la desses 10 mil homens
que virão das nuvens em diversos lugares? As idéias de Franklin sobre a
natureza da nova arma de guerra foi realizada 150 anos antes da famosa
declaração de Stanley Baldwins em 1931, que disse: O bombardeio sempre
passará. As idéias de Franklin tornaram-se realidade quando um balão de

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hidrogênio cruzou o Canal da Mancha pela primeira vez, em Janeiro de 1785.
Assim, quando a Inglaterra e a França entraram mais uma vez em guerra em
1793, os alarmistas e propagandistas se inspiraram e lançaram idéias de uma
possível invasão aérea, enquanto que a Royal Navy trabalhava numa possível
invasão por mar. Os irmãos de Montglofier tinham uma estratégia para
utilização do balão: a captura do bastião inglês de Gibraltar. Eles planejavam
montar uma frota de balões, que levariam as tropas francesas até o topo da
grande montanha que cerca Gibraltar.
O potencial estratégico dos balões levavam então a diversas imaginações
terroristas, e embora os balões começassem sua carreira militar com missões
de observação, outros empregos estratégicos não eram esquecidos. Só para
lembrar, o balão foi utilizado pela primeira vez cons fins militares na Batalha
de Fleurus em 1794, pelos franceses contra tropas austríacas, que entraram
em pânico, toda vez que viam o artefato nos céus. Durante o cerco de Veneza
em março de 1849, os austríacos conceberam um plano, que segundo eles,
forçariam os venezianos a se render, sem a necessidade de atacar diretamente
a cidade: eles bombardeariam a população civil com balões. Dois mil desses
artefatos foram construídos (eram pequenos balões de ar quente, não
tripulados), cada um transportando uma bomba de 30 libras, que seria lançada
por uma espoleta de tempo. A idéia era simples: os balões seriam lançados de
uma posição com vento favorável, e após um determinado tempo, a espoleta
lançaria as bombas. Algo semelhante com o que aconteceria com guerras do
século XX. Rapidamente os cidadãos de Veneza verificaram que os efeitos
desses ataques era pífio, sem causar grandes baixas, mas os austríacos, por
sua vez, exageraram nos resultados obtidos e no efeito moral alcançado. O
experimento nunca mais foi repetido.
Cem anos depois, no dia 18 de abril de 1942, 16 bombardeiros B-25,
decolaram do porta-aviões USS Hornet, liderados pelo então Tenente-Coronel
James Doolittle e bombardearam a capital japonesa, Tóquio, como retaliação ao
ataque a Pearl Harbour quanto meses antes. O ataque causou poucos danos
físicos, mas o Alto Comando Japonês ficou chocado com a agressão sofrida por
sua terra natal. Ataques similares similares de retaliação foram planejados,
mas não puderam ser realizados por causa da enorme distância do continente
americano e porque a utilização dos preciosos porta-aviões era muito arriscada.
Aí entram os balões. A tecnologia japonesa de balões era a mais avançada no
mundo, e os cientistas japoneses sabiam que eram possíveis os vôos inter-
continentais de balões livres. Fazendo uso das correntes de ar favoráveis, eles

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poderiam lançar mortais balões contra a costa oeste americana, que em poucos
dias, atingiriam seus alvos.
Dois anos mais tarde, a um custo de ¥9 milhões (cerca de US$ 2
milhões), os japoneses aperfeiçoaram uma arma que poderia voar 6 mil milhas
até a costa oeste americana, lançar uma carga de bombas incendiárias ou de
anti-pessoal, e possuindo uma pequena carga de explosivo, se auto-destruir. No
dia 3 de novembro de 1944, o primeiro desses balões foi posto nos ares e lenta
e silenciosamente lançado de Honshu. Mais de 9 mil desses balões o seguiriam.
Quando o primeiro desse balões chegou à costa oeste americana, houve
confusão e pânico. Logo chegou-se a conclusão da origem dos mesmos, e assim
que mais e mais balões chegavam aos Estados Unidos e Canadá, a detecção e
interceptação dos mesmos tornou-se maior prioridade. Um grande ponto de
preocupação era a carga de bombas carregada pelos balões. O poder destrutivo
era pequeno, mas o perigo das incendiárias era incalculável. Com muitas
florestas ao longo da Costa Oeste, um ataque incendiário durante a estação da
seca, poderia transformar toda a região, num descontrolado holocausto, com
muitas perdas de propriedades e principalmente de vidas humanas.
Sob grande pressão, as forças armadas americanas tiveram de montar
um sistema de defesa contra esses balões. O projeto Sunset, iniciado nos
primórdios de 1945, tinha por objetivo detectar os balões por radar e abatê-
los. Caças interceptadores pertencentes à 4ª Força Aérea do Exército dos
Estados Unidos como o P-38 Lightning e o P-61 Black Widow foram
empregados, juntamente com milhares de homens. Deste modo, os balões
alcançaram um efeito estratégico, embora não tenham sido concebidos para
isso.
Os balões japoneses causaram alguns danos. Seis pessoas foram mortas
no estado do Oregon, pelos explosivos, mas também por um golpe de sorte, um
dos balões bateu numa linha de transmissão da Hanford Engineering no estado
de Washington, onde parte do projeto Manhattan (produção da bomba
atômica), funcionava, causando queda de energia, mas com os sistemas de
segurança e controle entrando em ação e evitando um mal maior.

Operações Aéreas Diretas e Indiretas

A grande lição desta guerra foi que as operações aéreas, terrestres e


marítimas podem ser coordenadas por meio de um planejamento e comando
único. General Hap Arnold, 1946

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As características inerentes do poder aéreo – altura, velocidade, alcance
e flexibilidade – dão aos comandantes uma vasta gama de opções a serem
exploradas nas operações conjuntas. As operações aéreas indiretas têm por
objetivo destruir, desorganizar, neutralizar ou atrasar o potencial militar das
forças inimigas antes que elas possam atacar eficazmente as forças amigas, ou
seja, moldar o campo de batalha. As operações aéreas diretas são aquelas
realizadas contra alvos hostis que estão em contato direto com forças amigas
no campo de batalha.
A mesma falta de velocidade e manobrabilidade, que não permitem que
os balões sejam utilizados em operações aéreas de contra-ataque, também os
desqualifica de serem empregados em operações diretas, embora a idéia tenha
sido utilizada pelo menos numa ocasião. Durante a guerra entre os Estados
Unidos e o México em 1846, um balonista da Pennsylvania chamado John Wise,
sugeriu a utilização do balão como plataforma de lançamento de bombas anti-
pessoal sobre o Forte de San Juan de Ulloa em Veracruz, cuja bateria de
artilharia impedia o avanço das tropas americanas, sob o comando do General
Winfield Scott, em direção à Cidade do México. A déia foi ignorada pelo
Departamento de Guerra, e o forte foi tomado após um sangrento assalto.
Entretanto, os balões podem certamente ser utilizados de modo
indireto, em operações contra forças terrestres. As missões de observação e
de apoio à artilharia já foram cobertas nesse artigo, e recentes avanços na
tecnologia de balões e dos cabos de sustentação abriu novas possibilidades da
utilização de balões. Em 1995, o Pentágono (Ministério da Defesa dos Estados
Unidos), como parte da tentativa de criar uma limitada mas operacional
capacidade de destruir armas pesadas no caso de um ataque Norte Coreano,
analisou a possibilidade de se utilizar indicadores de alvo móveis combinado
com radares à bordo de balões, para monitorar o movimento de artilharia e de
mísseis norte-coreanos. Os cabos dos balões poderiam ser utilizados como
apoio dos cabos de dados, que permitiriam aos controladores guiar o vôo dos
mísseis de cruzeiro a partir de pontos em terra ou no mar. Na realidade, a
precisão dessas armas guiadas seria imensamente aumentada durante os
minutos finais de vôo, ao se permitir que um homem assumisse o controle do
míssel.

Operações Aéreas de Suporte ao Combate

O suprimento e o transporte ficam ou caem juntos; a história depende


de ambos. Winston Churchill

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As operações aéreas de suporte ao combate cobrem um amplo espectro
do papel do poder aéreo e enfatiza a utilização deste em torno de um conflito.
Essencialmente, as operações aéreas de suporte ao combate permitem que as
forças terrestres, marítimas ou aéreas realizem suas tarefas. As operações
aéreas de suporte ao combate incluem o transporte aéreo, o reabastecimento
ar-ar, a vigilância e o reconhecimento aéreo, a busca e salvamento de combate,
a guerra eletrônica e a supressão das defesas aéreas inimigas.
Durante a Guerra Franco-Prussiana de 1870-71, os franceses utilizaram
os balões em missões de transporte aéreo. Sessenta e seis vôos de balões
foram realizados a partir de Paris, quando do cerco prussiano. Esses balões
transportaram um total de 110 passageiros, mais de 2,5 milhões de cartas e
centenas de pombos correio, sendo que esses últimos depois retornavam à
capital francesa com mensagens micro-filmadas. Os primeiros vôos foram
realizados por aeronautas experientes, mas depois as missões foram
comandadas por pessoal da Marinha Francesa, especialmente treinados para as
missões. Em resposta, os alemães, solicitaram a Krupp que produzisse o
primeiro canhão anti-aéreo do mundo. Cinco balões e seus ocupantes foram
capturados pelos alemães; dois outros foram perdidos sobre o Atlântico e um
acabou sua viagem em Narvik na Noruega, após um vôo de 1.400 milhas.
Enquanto os balões voavam a partir de Paris, a primeira ponte-aérea da
história, algo épico, pois ficou claro que essa aventura teria sido de enorme
sucesso se os aeronautas pudessem controlar a direção de seus engenhos.
Algumas sugestões foram feitas para resolver esse problema, como por
exemplo, colocar uma bando de águias presas por cordas, para direcionar o
aeróstato. A solução foi encontrada mais tarde, inicialmente com a introdução
de profundores e derivas nos balões e depois com motores. O nosso patrício
Santos Dumont colaborou muito com essas soluções, tendo inclusive ganho
prêmios.

Proteção da Força

E muito mais fácil e mais efetivo destruir o poder aéreo inimigo em seu
ninho e em seus ovos, do que caçar seus pássaros no ar. General Giulio Douhet.

O poder aéreo depende muito da quantidade de elementos que o


compõem – plataformas, armas, bases, logística, comando e controle – cuja
degradação individual faz com que ele tenha reduzida sua aplicação efetiva. A
proteção da força quer dizer, prevenir da possibilidade do inimigo de atacar

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pontos vitais desses ativos, ou, minimizar os efeitos de qualquer ataque,
permitindo que as operações aéreas não sejam interrompidas.
Durante a Guerra Fria, a maior ameaça ao Poder Aéreo da OTAN era um
maciço ataque aos aeródromos aliados pelas forças do Pacto de Varsóvia, mas
como essa não tinha grande quantidade de lançadores de mísseis, suas
aeronaves teriam que sobrevoar o alvo para lançar as bombas, e para aumentar
a probabilidade de sobrevivência frente aos mísseis, à anti-aérea e aos caças
da OTAN, eles teriam que realizar esses ataques a baixíssima altura. Embora
os britânicos, americanos e alemães tivessem experiência com barragem de
balões, obtidas na 2ª Guerra Mundial, que dizia serem os balões muito úteis
contra aeronaves à baixa-altura, sua aplicação foi ignorada pela OTAN. Mesmo
ainda hoje, para nações ameaçadas por adversários que não possuem bombas de
precisão, e lançadores de mísseis, os balões aumentariam muito a eficiência da
defesa de um aeródromo a custo baixíssimo.
Balões, posicionados ao longo de vales ou nas laterais de altas elevações,
impossibilitariam a utilização dessas áreas pelas aeronaves em sua aproximação
ao alvo, enviando-os para áreas cobertas por radar, tornando-as mais
vulneráveis. Balões, distribuídos próximo aos aeródromos, aumentariam o
problema do piloto atacante em posicionar sua aeronave de modo tal, que
pudesse lançar sua bomba ou míssil com maior precisão. E o mais importante,
uma bem planejada barragem de balões forçaria os pilotos atacantes a
manobrarem ao largo ou a subirem para evitar os balões e seus cabos, e ao
voarem mais alto seriam alvos melhores para a anti-aérea, por permitir um
lançamento mais bem coordenado e com tempo para serem rastreados e da
caça.
A utilidade dos balões como defesa da força não termina na barragem
aérea. O conceito de radares montados em balões ou em aeróstatos, já
discutido anteriormente, foi também aplicado para defender instalações
contra aeronaves a baixa altura. Tanto a Arábia Súdita como Israel possuem
sistema de vigilância contra aeronaves a baixa altura montados em aeróstatos
(LASS – Low-Altitude Survillance System), integrados à rede nacional de
defesa aéreo, com capacidade de detectar aeronaves nessa situação de vôo a
uma distância de até 300 km. No Kuwait, um aeróstato LASS esteve em
serviço por seis dias antes do início da guerra em 1990, e após a invasão das
tropas iraquianas ele foi destruído. Mesmo com essa limitada experiência de
operação de um sistema deste tipo, ele foi suficiente para convencer os
kuwaitianos de sua eficácia, pois foi ele quem deu o alarme da invasão,

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permitido que o Emir escapasse. Como resultado desta experiência, o Emirado
Árabe Unido adquiriu um aeróstato LASS.
Nos Estados Unidos, pesquisas chegaram a conclusão da possibilidade de
utilização de balões como ferramenta contra armas não detectadas pelo radar
(Stealth). Aeronaves e mísseis de cruzeiro com essas característica, são
construídos de modo a iludir os radares posicionados em terra, e assim, as
tomadas de ar dos motores, o cockpit e outras partes das aeronaves são
protegidas contra detecção de radares terrestres, mas não contra radares
aéreo. E mais, um radar que olhe para baixo fixamente pode detectar a
movimentação de um alvo mesmo que esse seja um objeto não-refletivo ao
radar. Com a melhoria da tecnologia dos balões na última década, é possível
posicionar um aeróstato a 65 mil pés, sobre a mais violenta das tempestades,
por pelo menos 30 dias. Um aeróstato, específico para operações a baixa
altura, equipado com radar, custaria algo em torno de 10 a 20 milhões de
dólares, já incluído seu sistema de amarração e veículos de apoio. Mas o
verdadeiro benefício seria seus custos operacionais de apenas US$ 500 por
hora, quando comparado com os US$ 2.700 do Grumman E-2 Hawekey ou US$
8.300 do Boeing E-3 AWACS. Quão irônico seria, se a solução para o problema
da não detecção de aeronaves por radar, a mais nova tecnologia do poder
aéreo, fosse resolvida pelo balão, a mais antiga de todas !!!!

Sustentabilidade

Sustentabilidade é definida como a habilidade que uma força possui em


se manter num nível de poder combate, pelo tempo necessário para alcançar
seus objetivos. É a função que permite ou proíbe o poder aéreo de operar. Ela
influencia o ritmo, a duração e a intensidade das operações aéreas. Em seu
sentido mais amplo, ela abarca todas as atividades necessárias para o emprego
do poder aéreo, a menos que a execução das missões.
O elemento mais importante da sustentabilidade é o pessoal – o
treinamento, visando a disponibilidade de homens suficientes para cobrir as
perdas, Em 1941, impressionado pela forma com que as tropas
aerotransportadas alemães capturaram a Ilha de Creta, Winston Churchill
ordenou que um número elevado de soldados britânicos fossem treinados na
arte do paraquedismo. Por falta de aeronaves adequadas para treinamento, os
balões foram utilizados como plataforma de lançamento, tendo o mesmo se
iniciado em Tatton Park próximo a Manchester. Logo chegou-se a conclusão que
o balão era ideal para o treinamento dos paraquedistas iniciantes, já que

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permitia um salto sob condições controladas, sem vento produzido pelo avião e
permitindo que o paraquedista sem experiência saltasse individualmente,
acompanhado por seu instrutor. Após a 2ª Guerra Mundial, o balão permeneceu
sendo utilizado, com o C-130 Hércules, sendo a principal plataforma para o
treinamento final. Durante a Guerra do Golfo, os C-130 foram utilizados em
outras missões, e por isso o balão voltou a ser o único equipamento disponível
para treinamento das tropas aerotrasnportadas na Inglaterra.
Outro elemento importante na sustentabilidade é o equipamento, em
particular, se aquela arma está adequada para a missão a ser realizada. Balões
sempre tiveram importante papel na pesquisa e desenvolvimento das armas
britânicas. Nos anos 60 e 70, os balões foram utilizados em apoio aos testes do
míssil Bloodhound realizados na Austrália e nas Ilhas Christmas.
Mais recentemente, eles foram utilizados em testes de Lançamentos a
Baixa Altura e em apoio aos testes do Míssil Anti-Avião de Hiper Velocidade
do Exército Britânico. Balões foram utilizados exaustivamente pelos Estados
Unidos e pela União Soviética em pesquisa e desenvolvimento de novas armas,
durante a Guerra Fria.
Não devemos também esquecer que eles são parte importante na
previsão meteorológica, determinando o ritmo, a duração e intensidade das
operações aéreas. Mais recentemente, em 1999, as operações aéreas da OTAN
sobre o Kosovo, nos primeiros dias das Operações Aéreas, esteve severamente
ameaçada por mal tempo. Previsões precisas das condições meteorológicas
foram essenciais para o planejamento operacional. Mesmo quando estamos na
era do satélite, os balões meteorológicos permanecem como importantes
ferramentas de previsão do tempo.

Fim

Antes do desenvolvimento do avião à motor, os balões eram as únicas


plataformas disponíveis aos comandantes militares, e por isso não é surpresa
que diversos experimentos tenham sido realizados para empregá-los
militarmente. A limitação do balão livre, logo ficou aparente. Dependendo da
direção do vento e de sua velocidade, o balão não podia ser utilizado em
missões de poder aéreo. Por outro lado, eles provaram ser úteis em missões de
reconhecimento aéreo, regulagem de tiro de artilharia, operações aéreas
defensivas e treinamento de para-quedistas, e continuaram assim mesmo com o
advento do avião.

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Na realidade, os balões estão vivendo uma época de ouro para o
reconhecimento aéreo, mesmo no clarear do século XXI. Beneficiados com o
desenvolvimento tecnológico, equipados com radares e com capacidade de
transmissão segura de dados, os aeróstatos são uma alternativa muito mais
econômica do que plataformas de asa fixa em ares de vigilância, radares aéreos
antecipados, aquisição de alvos, guias de armas e proteção da força contra
aeronaves à baixa altura ou stealth. A roda realizou um ciclo completo, e os
pioneiros – Captain Coutell, Thaddeus Lowe, William Ivy e outros - ficarão
muito felizes com o modo que as coisas aconteceram.

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