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MEMORANDO

Incongruências do “Estudo de Localização do Aterro Sanitário do Oeste”


(IPA, 2000)

O “Estudo de Localização do Aterro Sanitário do Oeste” (ELASO) foi elaborado para a


Resioeste pela IPA-Inovação e Projectos em Ambiente, Lda, publicado em Janeiro de
2000, após a compra do terreno para a construção do aterro, cerca de 97 hectares, na
confluência de 3 concelhos (Cadaval, T. Vedras e Alenquer), correspondente à Quinta de
S. Francisco, devido a forte pressão das populações e, em particular, a moção da
Assembleia Municipal do Cadaval, aprovada por unanimidade em 1999.

De referir que no estudo, em termos gráficos, não são apresentadas algumas fracções da
localização inicial, Quinta de S. Francisco, nomeadamente a zona de Monte Agulhas e
uma zona próxima da povoação de Olho Polido, mas que integram a propriedade da
RESIOESTE e inclui a sul parte do Malpique.

Apesar da sua abordagem e conclusões terem sido validadas pelo Departamento de


Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), e do Instituto de Ciência Aplicada e
Tecnologia da Faculdade de Ciências – Universidade de Lisboa (ICAT/FC-UL), não
deixa de suscitar várias dúvidas, algumas das quais apontadas pelas próprias
Universidades.

Se dúvidas havia quanto à inadequabilidade da Qta de S. Francisco para a localização


do ASO, a análise do ELASO veio confirmá-las.

De forma não exaustiva são enumerados exemplos que demonstram o que atrás é
denunciado:

1- Metodologia utilizada no processo decisório


É substancialmente diferente da que habitualmente é seguida em processos de decisão
da localização de aterros sanitários, isto é, o estudo deveria ter sido efectuado antes da
compra do terreno e da realização do Estudo de Incidências Ambientais, o que por si só,
levanta sérias dúvidas quanto à transparência do processo.

2- Análise dos descritores


Os 10 locais estudados são classificados, para cada descritor, na escala de 1 (muito
desfavorável) a 5 (muito favorável).

2.1- Condicionantes
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Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
S. Francisco/Malpique com 62,8% de REN e 1,6% de RAN (O terreno comprado
possui cerca de 90% de REN!) é dos 10 locais estudados com maior percentagem
condicionada por este tipo de regime, mas paradoxalmente obtém a classificação de 3
(favorável), porque inexplicavelmente é atribuída maior importância à RAN, o que
originou que, por exemplo, Vale da Palha com 4,5% de RAN e 18,5% de REN
obtivesse igual classificação!

2.2- Ocupação e uso actual do solo e da sua envolvente


S. Francisco/Malpique teve a classificação de 5, pois foi considerado que a envolvente é
predominantemente de utilização florestal, mas na realidade a envolvente é
essencialmente agrícola. Ao invés, Vale da Palha, onde se localiza a lixeira
intermunicipal Cadaval-Bombarral, o que corresponde a um uso idêntico ao pretendido
o que caberia uma classificação de 5, mas obteve 3!

2.3- Ordenamento do território


Pelo facto de se ter considerado que o espaço dominante era florestal, não ter sido feita
referência à REN e, mais grave ainda, não constar no mapa (mapa 6, Anexo 3-B) as
áreas urbana e urbanizável (de 12 hectares) do Olho Polido, contígua à Qta de S.
Francisco, conforme consta no PDM de Torres Vedras, sendo parcialmente
substituídas por espaço agrícola, S. Francisco/Malpique é classificada com 4
(favorável)! O mesmo que Pedras Negras e Estornadiço, com espaços dominantes
apenas florestais e apenas 6% de RAN no 2º caso.

2.4- Distribuição das populações


É estabelecido o critério arbitrário de 2 Km de raio ao ponto central de cada local,
justificado pelo desconhecimento em pormenor dos eventuais limites do terreno, no
entanto, no descritor - Ocupação e uso actual do solo e da sua envolvente, faz-se
referência a esses limites!

Por outro lado, no caso de S. Francisco/Malpique conheciam-se os limites exactos, e


como tal, sabia-se que este critério iria excluir no mínimo 1.578 habitantes,
correspondente às populações das povoações de Outeiro da Cabeça, Rodeio e Vilar, e
ainda, de Casal Vale Moinho e Casal da Passadeira.

Dada a proximidade do Olho Polido era motivo para inviabializar à partida a instalação
do aterro. De facto, a actual Directiva sobre deposição de resíduos em aterro define
como uma das condições gerais para todas as classes de aterros, “as distâncias do
perímetro do local às áreas residenciais e recreativas”, e apesar de ser omissa em
relação ao valor da distância, é inequívoco que este é um critério a ter em conta (a
proposta da Directiva definiu a distância mínima de 500m. para aterros de RSU)

Mas, no caso do Outeiro Sobreiro foi contabilizada a povoação de Casais Larana, que
está claramente fora do círculo de 2 Km de raio em relação a esse local
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2.5- Ar
A área de influência potencial (AIP) varia consoante a ocupação da envolvente – zona
florestal ou urbana (2,3 Km) e campo aberto (5,3 Km).

No local S.Francisco/Malpique foi considerada a envolvência predominantemente


florestal em todas as direcções, resultando uma AIP de 2,3 Km, o que é falso, conforme
demostrado no descritor – Ocupação e uso actual de solo e sua envolvente. De facto, a
ocupação florestal é de apenas 26,9% !

O raio da AIP deveria ser variável entre 2,3 e 5,3 Km se fosse aplicado correctamente,
pois teriam sido contabilizados, numa estimativa por defeito, as populações de Outeiro
da Cabeça (778 hab.), Pêro Moniz (306 hab.), Vale Francas (69 hab.), Casais Larana
(184 hab.) e a freguesia de Vilar (1 669 hab.), num total de 3 174 habitantes, o que
coloca S. Francisco/Malpique numa classificação de 2, a par com Outeiro Sobreiro, isto
é, dos locais mais desfavoráveis neste descritor em relação aos restantes locais, em vez
de o mais favorável !!

Pelo que, a sistematização deste descritor suscitou muitas reservas pelos próprios
autores do ELASO, cujas razões são apoiadas pelas Universidades envolvidas,
chegando a FCT/UNL a concluir que “…a metodologia adoptada não sustenta uma
análise de pormenor que permita discriminar entre locais incluídos na mesma classe.”

2.6- Ruído
Foram cometidos dois erros na avaliação de S.Francisco/Malpique.

Não foi considerada a população de Outeiro da Cabeça, embora o local de contagem do


tráfego tenha sido nesta povoação (no entroncamento da EN 361-1 com a EN 8),
contabilizando-se assim o somatório de todo o tráfego que circula vindo da A8 para a
EN 8 (para vários destinos) e não apenas aquele que se dirige para a estrada de acesso
ao aterro e em consequência deste erro diluiu-se o efeito do aumento do n.º de camiões
que passarão a circular. A contagem de tráfego deveria ter sido junto à Qta de S.
Francisco, tal como foi feito para Pedras Negras, cuja contagem foi efectuada junto à
respectiva propriedade.

Foram ainda “esquecidas” a população potencial máxima de 600 pessoas atribuída à


área urbanizável do Olho Polido e os 32 habitantes da Qta de S. Francisco.

2.7- Geologia, hidrogeologia e geotecnia


A Qta de S. Francisco está situada na zona de recarga do sistema aquífero designado
pelo INAG (1997) por “Sistema Aquífero do Cretácico de Torres Vedras”. Como refere
o Eurogeol Prof. Martins de Carvalho, este aquífero abastecia o concelho de Torres
Vedras e actualmente pode ser encarado como uma reserva estratégica e mesmo um
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sistema de reforço e de reserva para o actual sistema dependente da água de Castelo de
Bode.

No ELASO todos os locais, à excepção de Gaeiras e Casal do Cucos, são incluídos no


designado “Sistema Aquífero Confinado de Torres Vedras” (??). Ora nem o aquífero em
causa tem essa designação, nem todos os restantes 8 locais estão incluídos no “Sistema
Aquífero do Cretácico de Torres Vedras”.

Pelo que , no ELASO não se atende objectivamente à prioridade de proteger o principal


aquífero da região Oeste. Contudo, as eventuais influências do aterro no aquífero
hidromineral das Caldas da Rainha, que inclui os locais Gaeiras e Casal dos Cucos,
foram, e bem, consideradas muito penalizantes.

Dois dos locais situados fora de qualquer dos sistemas aquíferos relevantes para a
região, Estornadiço e Vale da Palha, são penalizados neste descritor pela assunção da
existência de uma falha activa, baseada apenas com recurso a uma carta de 1/500.000, o
que o próprio parecer do ICAT considera exagerada a atribuição.

De referir que no Parecer sobre as Condições Geológicas da Qta de S. Francisco (GAO,


1998) é indicada a existência de uma falha provável, facto que é ignorado no ELASO.

Foram ainda cometidos erros de avaliação quanto ao escoamento de linhas de água,


processos de sedimentação, vulnerabilidade dos aquíferos, distância a furos de captação,
nível freático/tipo de aquífero, capacidade de carga e permeabilidade da fundação.

A classificação final corrigida de S.Francisco/Malpique seria de 2 (pouco favorável) o


que contrata claramente com a classificação de 4 (favorável) obtida neste descritor.

2.8- Recursos hídricos superficiais


Mais uma vez S.Francisco/Malpique é beneficiada devido a incorrecções, por exemplo
considera-se como favorável a localização do aterro nas cabeceiras das bacias
hidrográficas (??), o que está em total contradição com o espírito da Lei da REN (DL
93/90 de 19 de Março, Anexo I). Aliás, é precisamente pelo critério de protecção das
cabeceiras de linhas de água que a Qta de S. Francisco foi classificada na REN !!

Não foi feita qualquer referência ao facto deste local drenar para a bacia hidrográfica do
Rio Real (a principal bacia que alimenta a lagoa de Óbidos), no entanto na análise do
local Gaeiras, abrangida pela bacia hidrográfica do rio Arnóia (que também desagua na
lagoa de Óbidos), foi considerada a importância deste facto quanto à afectação da
qualidade das águas na referida lagoa.

S.Francisco/Malpique é o único local que afecta duas bacias hidrográficas, a do Rio


Real e a do Rio Alcabrichel e não apenas uma, como é considerado no estudo.
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Mas havia ainda mais a apontar !!!

2.9- Bio-ecologia
Em relação a este descritor o parecer do ICAT/FC-UL refere que “…pode levantar-se a
dúvida de, na metodologia adoptada, não ter sido dado apreço suficiente aos
normativos decorrentes do grau de coincidência dos locais com a REN os quais, pelo
menos na presente fase de selecção de sítios, deveriam ser defendidos com
intransigência.”

De referir ainda que são usados neste descritor, as distâncias em linha recta dos limites
dos locais em estudo (limites esses desconhecidos na avaliação do descritor -
Distribuição da população!) a ZPNs (Zonas de Paisagem Natural).
S.Francisco/Malpique é dos 10 locais que mais próximo está de uma ZPN (a da Serra
de Montejunto), no entanto obteve a classificação de 5.

2.10- Paisagem
Devido à proximidade desta importante Zona de Paisagem Natural (ZPN) de âmbito
regional, o Parecer do ICAT/FC-UL refere o seguinte: “… deve ser particularmente
dada atenção à riqueza geral das paisagens na zona mais próxima do geocentro e à
proximidade dos relevos da ZPN de Montejunto.

Neste sentido o exercício da acessibilidade visual adoptado no relatório deveria


estender-se, numa relação biunívoca, também, a este notável acidente do relevo …
elemento de altíssimo interesse paisagístico,…

Em conclusão, reintegram-se as ressalvas referidas …, as quais, a terem sido tomadas


em conta poderiam conduzir, para estes descritores, a resultados melhores quanto ao
seu valor indicativo.”

2.11- Custos económicos e sociais


Na avaliação de S.Francisco/Malpique não se valorizou o potencial de desenvolvimento
económico no âmbito do projecto da Rota dos Vinhos a financiar pelo programa
comunitário LEADER, previsto para o zona.

Conclusão
Tal como se previa, o ELASO enferma de várias irregularidades, nomeadamente
dualidade de critérios de avaliação, conducentes a conclusões que põem em dúvida a
transparência do processo de selecção da localização final do ASO, ou seja, uma
avaliação rigorosa, inequivocamente iria conduzir a resultados e a conclusões finais
diferentes da obtida.

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Assim por exemplo, não são definidos à partida critérios de exclusão de locais, tais
como distância mínima em relação às populações, aos cursos de água, zonas de recarga
de aquíferos, áreas integrantes na RAN e REN, etc..

Face às conclusões do Estudo, os descritores em que S. Francisco/Malpique,


Distribuição das Populações, Ruído, Ar e Paisagem é mais favorável, tal só foi possível
devido a uma avaliação parcial e tendenciosa para tentar justificar o local
S.Francisco/Malpique como um dos locais mais favoráveis à instalação do aterro.

Os dois locais considerados mais favoráveis à localização do aterro,


S.Francisco/Malpique e Pedras Negras, ambos estão localizados na zona de recarga do
principal aquífero da região, o “Sistema Aquífero dos Grés de Torres Vedras”, pelo que
se este aspecto tivesse sido avaliado no ELASO, ambos deveriam ter sido excluídos
(assim como todos os locais nela situados, tanto mais havendo alternativas fora do
aquífero!).

Incongruências do “Estudo de Localização do Aterro Sanitário do Oeste”


(IPA, 2000)

RESUMO

O “Estudo de Localização do Aterro Sanitário do Oeste” (ELASO) foi elaborado


para a Resioeste pela IPA-Inovação e Projectos em Ambiente, Lda, publicado em
Janeiro de 2000, após a compra do terreno para a construção do aterro, cerca de 97
hectares, na confluência de 3 concelhos (Cadaval, T. Vedras e Alenquer),
correspondente à Quinta de S. Francisco, devido a forte pressão das populações e, em
particular, a moção da Assembleia Municipal do Cadaval, aprovada por unanimidade
em 1999.
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De referir que no estudo, em termos gráficos, não são apresentadas algumas
fracções da localização inicial, Quinta de S. Francisco, nomeadamente a zona de Monte
Agulhas e uma zona próxima da povoação de Olho Polido, mas que integram a
propriedade da RESIOESTE e inclui a sul parte do Malpique.
Apesar da sua abordagem e conclusões terem sido validadas pelo Departamento
de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), e do Instituto de Ciência Aplicada e
Tecnologia da Faculdade de Ciências – Universidade de Lisboa (ICAT/FC-UL),
lideradas pelo Prof. Fernando Santana e Prof. Manuel de Oliveira, respectivamente, não
deixa de suscitar várias dúvidas, algumas das quais apontadas pelas próprias
Universidades.
Se dúvidas havia quanto à inadequabilidade da Qta de S. Francisco para a
localização do ASO, a análise do ELASO veio confirmá-las.
De forma muito resumida são enumerados exemplos que demonstram o que
atrás é denunciado:
1- Metodologia utilizada no processo decisório - É substancialmente diferente
da que habitualmente é seguida em processos de decisão da localização de aterros
sanitários, isto é, o estudo deveria ter sido efectuado antes da compra do terreno e da
realização do Estudo de Incidências Ambientais, o que por si só, levanta sérias dúvidas
quanto à transparência do processo.
2- Análise dos descritores - Os 10 locais estudados são classificados, para cada
descritor, na escala de 1 (muito desfavorável) a 5 (muito favorável).
2.1- Condicionantes - S. Francisco/Malpique com 62,8% de REN e 1,6% de
RAN (O terreno comprado possui cerca de 90% de REN!) é dos 10 locais estudados
com maior percentagem condicionada por este tipo de regime, mas obtém a
classificação de 3 (favorável), porque inexplicavelmente é atribuída maior importância à
RAN, o que originou que, por exemplo, Vale da Palha com 4,5% de RAN e 18,5% de
REN obtivesse igual classificação!
2.2- Ocupação e uso actual do solo e da sua envolvente - S.
Francisco/Malpique teve a classificação de 5, pois foi considerado que a envolvente é
predominantemente de utilização florestal, mas na realidade a envolvente é
essencialmente agrícola. Ao invés, Vale da Palha, onde se localiza a lixeira
intermunicipal Cadaval-Bombarral, o que corresponde a um uso idêntico ao pretendido
o que caberia uma classificação de 5, mas obteve 3!
2.3- Ordenamento do território - Pelo facto de se ter considerado que o espaço
dominante era florestal, não ter sido feita referência à REN e, mais grave ainda, não
constar no mapa (Anexo 3-B) as áreas urbana e urbanizável (de 12 hectares) do
Olho Polido, contígua à Qta de S. Francisco, conforme consta no PDM de Torres
Vedras, sendo parcialmente substituídas por espaço agrícola, S. Francisco/Malpique é
classificada com 4 (favorável)! O mesmo que Pedras Negras e Estornadiço, com
espaços dominantes apenas florestais e apenas 6% de RAN no 2º caso.
2.4- Distribuição das populações - É estabelecido o critério arbitrário de 2 Km
de raio ao ponto central de cada local, justificado pelo desconhecimento em pormenor
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dos eventuais limites do terreno, no entanto, no descritor - Ocupação e uso actual do
solo e da sua envolvente, faz-se referência a esses limites! A proximidade do Olho
Polido era motivo para inviabializar à partida a instalação do aterro. Mas, no caso do
Outeiro Sobreiro foi contabilizada a povoação de Casais Larana, que está claramente
fora do círculo de 2 Km de raio em relação a esse local
2.5- Ar - A área de influência potencial (AIP) varia consoante a ocupação da
envolvente – zona florestal ou urbana (2,3 Km) e campo aberto (5,3 Km). No local
S.Francisco/Malpique foi considerada a envolvência predominantemente florestal em
todas as direcções, resultando uma AIP de 2,3 Km, o que é falso, conforme demostrado
no descritor – Ocupação e uso actual de solo e sua envolvente. De facto, a ocupação
florestal é de apenas 26,9% !, pelo que é dos locais, em estudo, mais desfavorável e não
o mais favorável!
2.6- Ruído - Foram cometidos dois erros na avaliação de S.Francisco/Malpique.
Não foi considerada a população de Outeiro da Cabeça, foram ainda “esquecidas” a
população potencial máxima de 600 pessoas atribuída à área urbanizável do Olho
Polido e os 32 habitantes da Qta de S. Francisco, por exemplo.
. 2.7- Geologia, hidrogeologia e geotecnia - A Qta de S. Francisco está situada
na zona de recarga do sistema aquífero designado pelo INAG (1997) por “Sistema
Aquífero do Cretácico de Torres Vedras”. Como refere o Eurogeol Prof. Martins de
Carvalho, este aquífero abastecia o concelho de Torres Vedras e actualmente pode ser
encarado como uma reserva estratégica e mesmo um sistema de reforço e de reserva
para o actual sistema dependente da água de Castelo de Bode, mas no ELASO não se
atende à importância deste aquífero, pois os dois locais considerados mais favoráveis à
localização do aterro, S.Francisco/Malpique e Pedras Negras, estão ambos localizados
na sua zona de recarga, pelo que, ambos deveriam ter sido excluídos, havendo
alternativas fora do aquífero!.De facto, 2 dos locais situados fora de qualquer dos
sistemas aquíferos relevantes para a região, Estornadiço e Vale da Palha, são
penalizados neste descritor pela assunção da existência de uma falha activa, baseada
apenas com recurso a uma carta de 1/500.000, o que o próprio parecer do ICAT
considera exagerada a atribuição!
2.8- Recursos hídricos superficiais - Mais uma vez S.Francisco/Malpique é
beneficiada devido a incorrecções, por exemplo considera-se como favorável a
localização do aterro nas cabeceiras das bacias hidrográficas (??), o que está em total
contradição com o espírito da Lei da REN (DL 93/90 de 19 de Março, Anexo I). Não foi
feita qualquer referência ao facto deste local drenar para a bacia hidrográfica do Rio
Real (a principal bacia que alimenta a lagoa de Óbidos), no entanto na análise do local
Gaeiras, abrangida pela bacia hidrográfica do rio Arnóia (que também desagua na lagoa
de Óbidos), foi considerada a importância deste facto quanto à afectação da qualidade
das águas na referida lagoa. S.Francisco/Malpique é o único local que afecta duas
bacias hidrográficas, a do Rio Real e a do Rio Alcabrichel e não apenas uma, como é
considerado no estudo.
2.9- Bio-ecologia - Em relação a este descritor o parecer do ICAT/FC-UL refere
“… não ter sido dado apreço suficiente aos normativos decorrentes do grau de
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coincidência dos locais com a REN os quais, pelo menos na presente fase de selecção
de sítios, deveriam ser defendidos com intransigência.”
S.Francisco/Malpique é dos 10 locais que mais próximo está de uma ZPN (a da
Serra de Montejunto), no entanto obteve a classificação de 5.
2.10- Paisagem - Devido à proximidade desta importante Zona de Paisagem
Natural (ZPN) de âmbito regional, o Parecer do ICAT/FC-UL refere que “… deve ser
particularmente dada atenção à riqueza geral das paisagens na zona mais próxima do
geocentro e à proximidade dos relevos da ZPN de Montejunto.
2.11- Custos económicos e sociais - Na avaliação de S.Francisco/Malpique não
se valorizou o potencial de desenvolvimento económico no âmbito do projecto da Rota
dos Vinhos a financiar pelo programa comunitário LEADER, previsto para o zona.

Mas havia ainda mais a apontar !!!

Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV

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