Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
De referir que no estudo, em termos gráficos, não são apresentadas algumas fracções da
localização inicial, Quinta de S. Francisco, nomeadamente a zona de Monte Agulhas e
uma zona próxima da povoação de Olho Polido, mas que integram a propriedade da
RESIOESTE e inclui a sul parte do Malpique.
De forma não exaustiva são enumerados exemplos que demonstram o que atrás é
denunciado:
2.1- Condicionantes
1
Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV
Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
S. Francisco/Malpique com 62,8% de REN e 1,6% de RAN (O terreno comprado
possui cerca de 90% de REN!) é dos 10 locais estudados com maior percentagem
condicionada por este tipo de regime, mas paradoxalmente obtém a classificação de 3
(favorável), porque inexplicavelmente é atribuída maior importância à RAN, o que
originou que, por exemplo, Vale da Palha com 4,5% de RAN e 18,5% de REN
obtivesse igual classificação!
Dada a proximidade do Olho Polido era motivo para inviabializar à partida a instalação
do aterro. De facto, a actual Directiva sobre deposição de resíduos em aterro define
como uma das condições gerais para todas as classes de aterros, “as distâncias do
perímetro do local às áreas residenciais e recreativas”, e apesar de ser omissa em
relação ao valor da distância, é inequívoco que este é um critério a ter em conta (a
proposta da Directiva definiu a distância mínima de 500m. para aterros de RSU)
Mas, no caso do Outeiro Sobreiro foi contabilizada a povoação de Casais Larana, que
está claramente fora do círculo de 2 Km de raio em relação a esse local
2
Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV
Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
2.5- Ar
A área de influência potencial (AIP) varia consoante a ocupação da envolvente – zona
florestal ou urbana (2,3 Km) e campo aberto (5,3 Km).
O raio da AIP deveria ser variável entre 2,3 e 5,3 Km se fosse aplicado correctamente,
pois teriam sido contabilizados, numa estimativa por defeito, as populações de Outeiro
da Cabeça (778 hab.), Pêro Moniz (306 hab.), Vale Francas (69 hab.), Casais Larana
(184 hab.) e a freguesia de Vilar (1 669 hab.), num total de 3 174 habitantes, o que
coloca S. Francisco/Malpique numa classificação de 2, a par com Outeiro Sobreiro, isto
é, dos locais mais desfavoráveis neste descritor em relação aos restantes locais, em vez
de o mais favorável !!
Pelo que, a sistematização deste descritor suscitou muitas reservas pelos próprios
autores do ELASO, cujas razões são apoiadas pelas Universidades envolvidas,
chegando a FCT/UNL a concluir que “…a metodologia adoptada não sustenta uma
análise de pormenor que permita discriminar entre locais incluídos na mesma classe.”
2.6- Ruído
Foram cometidos dois erros na avaliação de S.Francisco/Malpique.
Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV
Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
sistema de reforço e de reserva para o actual sistema dependente da água de Castelo de
Bode.
Dois dos locais situados fora de qualquer dos sistemas aquíferos relevantes para a
região, Estornadiço e Vale da Palha, são penalizados neste descritor pela assunção da
existência de uma falha activa, baseada apenas com recurso a uma carta de 1/500.000, o
que o próprio parecer do ICAT considera exagerada a atribuição.
Não foi feita qualquer referência ao facto deste local drenar para a bacia hidrográfica do
Rio Real (a principal bacia que alimenta a lagoa de Óbidos), no entanto na análise do
local Gaeiras, abrangida pela bacia hidrográfica do rio Arnóia (que também desagua na
lagoa de Óbidos), foi considerada a importância deste facto quanto à afectação da
qualidade das águas na referida lagoa.
Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV
Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
Mas havia ainda mais a apontar !!!
2.9- Bio-ecologia
Em relação a este descritor o parecer do ICAT/FC-UL refere que “…pode levantar-se a
dúvida de, na metodologia adoptada, não ter sido dado apreço suficiente aos
normativos decorrentes do grau de coincidência dos locais com a REN os quais, pelo
menos na presente fase de selecção de sítios, deveriam ser defendidos com
intransigência.”
De referir ainda que são usados neste descritor, as distâncias em linha recta dos limites
dos locais em estudo (limites esses desconhecidos na avaliação do descritor -
Distribuição da população!) a ZPNs (Zonas de Paisagem Natural).
S.Francisco/Malpique é dos 10 locais que mais próximo está de uma ZPN (a da Serra
de Montejunto), no entanto obteve a classificação de 5.
2.10- Paisagem
Devido à proximidade desta importante Zona de Paisagem Natural (ZPN) de âmbito
regional, o Parecer do ICAT/FC-UL refere o seguinte: “… deve ser particularmente
dada atenção à riqueza geral das paisagens na zona mais próxima do geocentro e à
proximidade dos relevos da ZPN de Montejunto.
Conclusão
Tal como se previa, o ELASO enferma de várias irregularidades, nomeadamente
dualidade de critérios de avaliação, conducentes a conclusões que põem em dúvida a
transparência do processo de selecção da localização final do ASO, ou seja, uma
avaliação rigorosa, inequivocamente iria conduzir a resultados e a conclusões finais
diferentes da obtida.
Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV
Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
Assim por exemplo, não são definidos à partida critérios de exclusão de locais, tais
como distância mínima em relação às populações, aos cursos de água, zonas de recarga
de aquíferos, áreas integrantes na RAN e REN, etc..
RESUMO
Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV
Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
De referir que no estudo, em termos gráficos, não são apresentadas algumas
fracções da localização inicial, Quinta de S. Francisco, nomeadamente a zona de Monte
Agulhas e uma zona próxima da povoação de Olho Polido, mas que integram a
propriedade da RESIOESTE e inclui a sul parte do Malpique.
Apesar da sua abordagem e conclusões terem sido validadas pelo Departamento
de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), e do Instituto de Ciência Aplicada e
Tecnologia da Faculdade de Ciências – Universidade de Lisboa (ICAT/FC-UL),
lideradas pelo Prof. Fernando Santana e Prof. Manuel de Oliveira, respectivamente, não
deixa de suscitar várias dúvidas, algumas das quais apontadas pelas próprias
Universidades.
Se dúvidas havia quanto à inadequabilidade da Qta de S. Francisco para a
localização do ASO, a análise do ELASO veio confirmá-las.
De forma muito resumida são enumerados exemplos que demonstram o que
atrás é denunciado:
1- Metodologia utilizada no processo decisório - É substancialmente diferente
da que habitualmente é seguida em processos de decisão da localização de aterros
sanitários, isto é, o estudo deveria ter sido efectuado antes da compra do terreno e da
realização do Estudo de Incidências Ambientais, o que por si só, levanta sérias dúvidas
quanto à transparência do processo.
2- Análise dos descritores - Os 10 locais estudados são classificados, para cada
descritor, na escala de 1 (muito desfavorável) a 5 (muito favorável).
2.1- Condicionantes - S. Francisco/Malpique com 62,8% de REN e 1,6% de
RAN (O terreno comprado possui cerca de 90% de REN!) é dos 10 locais estudados
com maior percentagem condicionada por este tipo de regime, mas obtém a
classificação de 3 (favorável), porque inexplicavelmente é atribuída maior importância à
RAN, o que originou que, por exemplo, Vale da Palha com 4,5% de RAN e 18,5% de
REN obtivesse igual classificação!
2.2- Ocupação e uso actual do solo e da sua envolvente - S.
Francisco/Malpique teve a classificação de 5, pois foi considerado que a envolvente é
predominantemente de utilização florestal, mas na realidade a envolvente é
essencialmente agrícola. Ao invés, Vale da Palha, onde se localiza a lixeira
intermunicipal Cadaval-Bombarral, o que corresponde a um uso idêntico ao pretendido
o que caberia uma classificação de 5, mas obteve 3!
2.3- Ordenamento do território - Pelo facto de se ter considerado que o espaço
dominante era florestal, não ter sido feita referência à REN e, mais grave ainda, não
constar no mapa (Anexo 3-B) as áreas urbana e urbanizável (de 12 hectares) do
Olho Polido, contígua à Qta de S. Francisco, conforme consta no PDM de Torres
Vedras, sendo parcialmente substituídas por espaço agrícola, S. Francisco/Malpique é
classificada com 4 (favorável)! O mesmo que Pedras Negras e Estornadiço, com
espaços dominantes apenas florestais e apenas 6% de RAN no 2º caso.
2.4- Distribuição das populações - É estabelecido o critério arbitrário de 2 Km
de raio ao ponto central de cada local, justificado pelo desconhecimento em pormenor
7
Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV
Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
dos eventuais limites do terreno, no entanto, no descritor - Ocupação e uso actual do
solo e da sua envolvente, faz-se referência a esses limites! A proximidade do Olho
Polido era motivo para inviabializar à partida a instalação do aterro. Mas, no caso do
Outeiro Sobreiro foi contabilizada a povoação de Casais Larana, que está claramente
fora do círculo de 2 Km de raio em relação a esse local
2.5- Ar - A área de influência potencial (AIP) varia consoante a ocupação da
envolvente – zona florestal ou urbana (2,3 Km) e campo aberto (5,3 Km). No local
S.Francisco/Malpique foi considerada a envolvência predominantemente florestal em
todas as direcções, resultando uma AIP de 2,3 Km, o que é falso, conforme demostrado
no descritor – Ocupação e uso actual de solo e sua envolvente. De facto, a ocupação
florestal é de apenas 26,9% !, pelo que é dos locais, em estudo, mais desfavorável e não
o mais favorável!
2.6- Ruído - Foram cometidos dois erros na avaliação de S.Francisco/Malpique.
Não foi considerada a população de Outeiro da Cabeça, foram ainda “esquecidas” a
população potencial máxima de 600 pessoas atribuída à área urbanizável do Olho
Polido e os 32 habitantes da Qta de S. Francisco, por exemplo.
. 2.7- Geologia, hidrogeologia e geotecnia - A Qta de S. Francisco está situada
na zona de recarga do sistema aquífero designado pelo INAG (1997) por “Sistema
Aquífero do Cretácico de Torres Vedras”. Como refere o Eurogeol Prof. Martins de
Carvalho, este aquífero abastecia o concelho de Torres Vedras e actualmente pode ser
encarado como uma reserva estratégica e mesmo um sistema de reforço e de reserva
para o actual sistema dependente da água de Castelo de Bode, mas no ELASO não se
atende à importância deste aquífero, pois os dois locais considerados mais favoráveis à
localização do aterro, S.Francisco/Malpique e Pedras Negras, estão ambos localizados
na sua zona de recarga, pelo que, ambos deveriam ter sido excluídos, havendo
alternativas fora do aquífero!.De facto, 2 dos locais situados fora de qualquer dos
sistemas aquíferos relevantes para a região, Estornadiço e Vale da Palha, são
penalizados neste descritor pela assunção da existência de uma falha activa, baseada
apenas com recurso a uma carta de 1/500.000, o que o próprio parecer do ICAT
considera exagerada a atribuição!
2.8- Recursos hídricos superficiais - Mais uma vez S.Francisco/Malpique é
beneficiada devido a incorrecções, por exemplo considera-se como favorável a
localização do aterro nas cabeceiras das bacias hidrográficas (??), o que está em total
contradição com o espírito da Lei da REN (DL 93/90 de 19 de Março, Anexo I). Não foi
feita qualquer referência ao facto deste local drenar para a bacia hidrográfica do Rio
Real (a principal bacia que alimenta a lagoa de Óbidos), no entanto na análise do local
Gaeiras, abrangida pela bacia hidrográfica do rio Arnóia (que também desagua na lagoa
de Óbidos), foi considerada a importância deste facto quanto à afectação da qualidade
das águas na referida lagoa. S.Francisco/Malpique é o único local que afecta duas
bacias hidrográficas, a do Rio Real e a do Rio Alcabrichel e não apenas uma, como é
considerado no estudo.
2.9- Bio-ecologia - Em relação a este descritor o parecer do ICAT/FC-UL refere
“… não ter sido dado apreço suficiente aos normativos decorrentes do grau de
8
Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV
Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info
coincidência dos locais com a REN os quais, pelo menos na presente fase de selecção
de sítios, deveriam ser defendidos com intransigência.”
S.Francisco/Malpique é dos 10 locais que mais próximo está de uma ZPN (a da
Serra de Montejunto), no entanto obteve a classificação de 5.
2.10- Paisagem - Devido à proximidade desta importante Zona de Paisagem
Natural (ZPN) de âmbito regional, o Parecer do ICAT/FC-UL refere que “… deve ser
particularmente dada atenção à riqueza geral das paisagens na zona mais próxima do
geocentro e à proximidade dos relevos da ZPN de Montejunto.
2.11- Custos económicos e sociais - Na avaliação de S.Francisco/Malpique não
se valorizou o potencial de desenvolvimento económico no âmbito do projecto da Rota
dos Vinhos a financiar pelo programa comunitário LEADER, previsto para o zona.
Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2 2550-069 VILAR CDV
Tel. / Fax: (+351) 262 771 060 – E-mail: mpicambiente@gmail.com – Web: http://mpica.info