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DISTRIBUIÇÃO BRASILEIROS
Autores:
Paulo Tarso Vilela de Resende, Fundação Dom Cabral – MG, pauloresende@fdc.org.br
Guilherme Dayrell Mendonça, Fundação Dom Cabral – MG, guilhermem@fdc.org.br
Resumo
Estudo inédito realizado com 102 empresas brasileiras com o objetivo de promover
conhecimento sobre como as políticas de relacionamento e os conflitos de poder nos canais de
distribuição evoluíram mediante a total transformação ocorrida no cenário empresarial
brasileiro do período pós-abertura econômica em diante. Questões como o balanço de poder
entre fabricantes e varejistas e o tipo de relacionamento comercial adotado são analisados
também sob uma perspectiva comparativa regional. Os principais resultados apontam para um
ambiente de crescente cooperação, em que os conflitos ocorrem principalmente quando o
varejista detém o maior poder de decisão.
1. Introdução
Apesar deste atraso inicial, as empresas brasileiras passaram por intensas transformações no
que se refere ao processo logístico como um todo durante a década de 1990, dando um
importante passo em direção à modernização. Estas mudanças começaram de forma lenta no
advento da abertura da economia, mas foram largamente impulsionadas a partir de 1994, com
a estabilização econômica proporcionada pelo Plano Real. Segundo Lavalle (2005), a partir
deste ano, as regras de concorrência foram sendo alteradas, em grande parte devido à abertura
da economia, e a busca pela excelência operacional tornou-se chave para a competitividade
das empresas. Outro fator que acelerou o processo de transformação da Logística no Brasil
foram as privatizações da infra-estrutura e a intensificação do comércio internacional. Fleury,
Wanke e Figueiredo (2000) afirmam que o país passou por um processo revolucionário, tanto
em termos das práticas empresariais, quanto da eficiência, qualidade e disponibilidade de
infra-estrutura de transportes e comunicação. Estes elementos foram essenciais no processo de
modernização dos negócios.
Basicamente, o estudo está divido em quatro seções principais: (i) Na Seção 2, com base em
uma ampla revisão bibliográfica, os principais conceitos relacionados com a teoria logística
de distribuição e questões relativas às políticas de relacionamento e conflitos de poder nos
canais de distribuição são discutidos; (ii) Na seção referente à Metodologia, os procedimentos
de coleta de dados, tratamento do banco de dados e caracterização da amostra final são
apresentados; (iii) Na seção 4, resultados e análises aplicadas ao contexto brasileiro são
expostos em duas sub-seções principais: “Políticas de Relacionamento” e “Conflitos de
Poder”; (iv) Finalmente, na última e quinta seção, considerações finais concluem o trabalho.
2. Revisão Bibliográfica
Apesar da ênfase em colaboração como forma de construir relações viáveis para alcançar os
objetivos de distribuição, isto não evita a ocorrência de conflitos nos canais. “No contexto de
canal de marketing diz-se que existe conflito quando um membro do canal percebe que as
ações do outro membro estão impedindo a realização de suas metas” (ROSEMBLOOM,
2002, p. 115). Várias causas para a existência de conflitos podem ser apontadas. Rosembloom
(2002) afirma que a maioria delas pode ser colocada em uma das seguintes categorias: (1)
incongruência de papéis, (2), escassez de recursos, (3) diferenças de percepção, (4) diferenças
de expectativas, (5) discordâncias no domínio da decisão, (6) incompatibilidade de metas e (7)
dificuldades de comunicação.
Conflitos podem ter efeitos tanto negativos como positivos na eficiência do canal ou, em
alguns casos, nenhum efeito. Webb e Hogan (2002) em tentativa de analisar os efeitos dos
conflitos nos canais, concluíram que a freqüência destes conflitos e não sua intensidade tem
um efeito negativo no desempenho do sistema de distribuição. Além disso, descobriram que a
natureza do conflito é um importante determinante do efeito no desempenho e que os efeitos
negativos mudam dependendo do posicionamento da empresa no canal.
Até recentemente no Brasil, nas negociações entre as empresas e destas com os clientes, cada
parte procurava obter maiores vantagens para si, gerando um clima de competição dentro de
uma mesma cadeia. No entanto, as exigências competitivas tendem a favorecer o
estabelecimento de parcerias que permitem um funcionamento mais eficiente do processo de
entrega dos produtos aos clientes finais (TABOADA, 2002). Assim, o ajuste do desempenho
de todos os membros dos canais deve ser feito de forma conjunta, para que todos possam
pensar em melhorar o serviço para o consumidor final, evitando que este, por sua vez, perceba
a falta de produtos (HIJJAR et al, 2003).
O relacionamento colaborativo, por outro lado, pode estar diretamente subordinado à presença
de uma liderança construtiva capaz de estimular a cooperação. Mehta, Larsen e Rosembloom
(1995) identificaram três formas de lideranças essenciais na obtenção de cooperação entre os
diferentes membros de um canal de distribuição. A primeira é a liderança participativa, em
que o líder incentiva todas as empresas envolvidas no processo de distribuição a participarem
das decisões, solicitando suas sugestões e considerando as diferentes perspectivas ao definir
as práticas a serem adotadas e os objetivos gerais. A liderança de apoio também proporciona
ganhos, à medida que um líder demonstra preocupação com o bem estar dos membros do
canal, estabelece interesses e confiança mútua. O último tipo de liderança apontada pelos
autores é a liderança direta, que envolve uma adequada ênfase no conhecimento e aplicação
de regras e políticas a serem seguidas nos relacionamentos através do canal. O modelo
proposto, ilustrado na Figura 1 a seguir, indica que níveis maiores de cooperação estão
associados com níveis altos de desempenho de um membro do canal, os quais são
determinados por políticas de liderança bem implementadas.
Figura 1 - Formas de liderança que influenciam o alcance de práticas colaborativas em um canal de
distribuição
Estilo de
Liderança
Participativa
+
Estilo de Desempenho do
+ Cooperação +
Liderança de membro do canal:
Apoio lucratividade e
+ produtividade
Estilo de
Liderança
Direta
Entretanto, políticas de relacionamento mal implementadas podem causar o que Gaski e Ray
(2003) propõem como sendo um novo tipo de fenômeno nos canais de distribuição: a
alienação. A idéia inicial de avaliação partiu do pressuposto que a alienação no canal de
distribuição seria uma separação ou incompatibilidade da unidade organizacional em relação
aos valores e práticas difundidas ao longo da rede de distribuição. Baseado em autores das
ciências sociais (SEEMAN, 1959, 1975 In: GASKI e RAY, 2003), foram propostos
inicialmente quatro itens de avaliação da alienação: falta de poder (GASKI, 1984 In: GASKI
e RAY, 2003), falta de orientação ou sentido devido a estruturas ou práticas de comunicação
precárias entre os membros do canal, falta de uma adaptabilidade ao padrão de
comportamento das empresas envolvidas e, por fim, isolamento social significando a exclusão
da empresa das atividades de coordenação do canal como um todo.
3. Metodologia
A pesquisa descritiva quantitativa do tipo survey foi concebida por possibilitar: 1. a descrição
de facetas quantificáveis do universo em estudo; 2. o emprego de técnicas padronizadas de
coleta de dados primários − originados com a finalidade de comprovar a premissa; 3. o exame
de relações entre as variáveis; 4. a generalização de resultados da amostra para o conjunto
típico; 5. a recomendação de cursos de ação (MALHOTRA, 2001).
Inicialmente obteve-se uma amostra de 118 respondentes. Todavia, havia questionários sem a
sua totalidade preenchida. Conforme sugerido por Hair et al. (2005), uma solução simples
para os dados perdidos é eliminar os casos e/ ou variáveis problemáticos, ou seja, aqueles em
que os dados ausentes se apresentam em níveis excessivos. Ao final deste procedimento,
chegou-se ao número de 102 respondentes válidos para análise de dados.
Tendo como base essa amostra, constatou-se que 71,6% das empresas apresentaram
faturamento acima 50 milhões de dólares, caracterizando a representatividade desta pesquisa
como sendo de grande porte na economia nacional. Pode-se perceber ainda que 48,1% do
percentual de respondentes válidos têm receita líquida anual superior a 500 milhões de
dólares. Destes, 41,2% correspondem a empresas que faturam entre 500 milhões e 1 bilhão.
Os setores pesquisados foram, majoritariamente, os que vendem produtos acabados para o
comércio atacadista e varejista ou então diretamente para pessoas físicas. As empresas de
alimentos e bebidas compõem o maior percentual, com aproximadamente 26% de
representatividade, seguida por fabricantes de máquinas e equipamentos (10%), móveis (8%)
e materiais de construção (7%).
Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os que mais possuem
participantes, chegando a quase 67% do total. Embora menos representativa, a região
Nordeste, por sua vez, tem como principal representante o Estado da Bahia, com nove
empresas ao todo (8,8%). Por fim, a grande parcela das empresas pesquisadas tem como
principal mercado o Brasil, sendo 67,7% do total com atuação de âmbito nacional, 7,8%
regional e 6,9% estadual. Empresas predominantemente exportadoras são, portanto, a minoria,
atingindo somente 17,7% dos respondentes.
4. Análises
Os resultados estão divididos em duas seções principais: (i) a Seção 4.1., trata única e
exclusivamente das políticas de relacionamento atualmente adotadas nos canais de
distribuição brasileiros. Basicamente, o principal objetivo desta caracterização inicial é prover
informações gerais úteis ao entendimento de como a distribuição física de produtos é mantida
no Brasil; (ii) na Seção 4.2., uma análise referente ao conflito de poder entre fabricantes e
varejistas em cada região brasileira é apresentada.
Nº de Desvio
Código Práticas de Relacionamento Média
Respondentes Padrão
A maioria dos negócios é constituída de
1 102 4,28 0,763
um histórico de relações comerciais
A empresa decide sobre a utilização de um
2 102 4,13 1,096
ou mais canais
A empresa mantém poder de decisão nos
3 102 3,54 1,264
canais
4 O maior poder de decisão é do varejo 102 2,77 1,193
A empresa vive em dimensões de grandes
5 102 2,13 1,175
conflitos de canal
A empresa usa o canal de distribuição
6 102 2,12 1,395
para reduzir custos tributários
Em último lugar na Tabela 1, a média de 2,12 do Código 6 indica que as empresas
respondentes geralmente não utilizam os canais de distribuição com o objetivo de reduzir seus
custos tributários. Geralmente, estas vantagens estão relacionadas com estratégias de
compensação de ICMS no transporte de cargas entre os Estados brasileiros e pouco levam em
consideração questões colaborativas de beneficiamento mútuo.
Por outro lado, destaca-se, através da análise da maior média (Código 1), que a maioria dos
negócios no canal é constituída de um histórico de relações comerciais, indicando uma
preferência pela prática de se manter acordos e relacionamentos duradouros, ao invés de
transações únicas. A distribuição das notas atribuídas a esta questão por cada respondente
pode ser visualizada através da Figura 1, a seguir, indicando alta concentração nos valores
elevados da escala.
60
50
Número de Respondentes
46
44
40
30
20
10
10
0
1 2 3 4 5
Esta é uma tendência que vem sendo observada nos últimos anos nas grandes empresas
mundiais. A obtenção de vantagens através do poder de barganha e de negociações agressivas
vem sendo substituída pelo relacionamento colaborativo, sendo esta a estratégia mais
promissora da gestão da cadeia de suprimentos. Percebe-se, portanto, que neste âmbito, as
empresas brasileiras vêm acompanhando o desenvolvimento estratégico apresentado pelas
principais empresas mundiais.
Uma provável fonte de conflitos seria a relação de poder existente entre os diferentes
membros de um canal. As afirmações presentes nos Códigos 3 e 4 buscam analisar
exatamente esta questão no panorama brasileiro. Constata-se que os fabricantes mantêm um
poder de decisão relativamente elevado nos canais de distribuição de seus produtos (Código
3), apresentando média de 3,54. Já a média amostral de 2,7 do Código 4 aponta para um poder
relativamente baixo dos varejistas na tomada de decisões. Entretanto, a quinta questão listada
evidencia que o nível de conflitos existente nos canais de distribuição das empresas é baixo
com média de 2,13. Isto é, de uma forma geral, os respondentes não vivem em ambientes de
grandes conflitos apesar do equilíbrio de poder não ocorrer, conforme mostram os Códigos 3
e 4 da Tabela 1.
Em suma, as notas obtidas pelos códigos 3 e 4 indicam um maior poder de decisão dos
fabricantes em relação aos demais membros dentro de um canal de distribuição, apesar de se
ter observado nesta última década uma considerável transferência de poder dos fabricantes
para os varejistas em diversos segmentos de mercado (Gereffi e Memedovic, 2003).
Semelhantemente, constata-se que as empresas fabricantes geralmente são as que decidem
quanto à utilização de um ou mais canais (Código 2).
Tabela 2 - ANOVA para Práticas de Relacionamento nos Canais vs. Subgrupos Regionais
Nº de
Variáveis Regiões
Respondentes Média ANOVA
A maioria dos negócios é Sul 28 4,32
constituída de um histórico Sudeste 55 4,36
de relações comerciais
Centro-Oeste/ Norte/ 0,193
19 4,00
Nordeste
Total 102 4,28
A empresa decide sobre a Sul 28 4,21
utilização de um ou mais Sudeste 55 4,13
canais
Centro-Oeste/ Norte/ 0,809
19 4,00
Nordeste
Total 102 4,13
A empresa mantém poder de Sul 28 3,57
decisão nos canais Sudeste 55 3,49
Centro-Oeste/ Norte/ 0,907
19 3,63
Nordeste
Total 102 3,54
Sul 28 3,25
O maior poder de decisão é Sudeste 55 2,67
do varejo
Centro-Oeste/ Norte/
19 2,37 0,028*
Nordeste
Os valores em asterisco indicam que há diferença significativa entre as médias que tratam da
poder de decisão do varejo e a questão dos conflitos no canal de distribuição. Ou seja, há
diferenças entre as regiões brasileiras quanto à ocorrência de conflitos no canal e o poder de
decisão do varejo. Contudo, este resultado não nos permite concluir entre quais regiões
brasileiras estas diferenças são mais significativas. Para assim concluir, deve-se proceder à
comparação da média de cada um dos tratamentos com todas as restantes. Esta comparação é
feita em termos do valor absoluto das diferenças entre médias: se esta diferença entre duas
médias é pequena, então as médias não diferem; se a diferença é grande, então as duas médias
são estatisticamente distintas. Este é o princípio de qualquer teste de comparações múltiplas.
Contudo, deve-se fixar um critério que defina a fronteira entre o que é uma diferença grande e
uma diferença pequena. Para determinação dos pares em que houve diferença significativa de
médias foram aplicados os testes de LSD (Least Significant Difference) e HSD-Tuckey
(Honnestly Significant Difference). Os resultados da Tabela 3 indicam as células em que
houve diferença significativa a 5% de significância.
Tabela 3 – Testes de Tukey HSD e LSD para ANOVA de Relacionamentos no Canal
Basicamente, o teste LSD acusa como diferentes tratamentos, aqueles pares cujas médias
estão menos afastadas do que em relação ao teste de Tuckey. Ou seja, é menos rigoroso. Os
resultados apontam para diferenças significativas para a variável dependente “O maior poder
de decisão é do varejo” entre as regiões Sul e CO/N/NE para o teste de Tuckey. Já o teste
LSD demonstrou haver diferença também entre as regiões Sul e Sudeste. Isso demonstraria,
por fim, que na Região Sul o varejo tem maior poder de decisão no canal de distribuição. A
Figura 2 mostra essa diferença de médias também para a variável “A empresa vive em
dimensões de grandes conflitos de canal”.
3,4 2,8
O maior poder de decisão é do varejo
2,6
3,2
2,4
Conflitos de Canal
3,0
2,2
2,8
2,0
2,6
1,8
2,4 1,6
2,2 1,4
Sul Sudeste CO/N/NE Sul Sudeste CO/N/NE
Os resultados para a questão do conflito no canal são semelhantes para a variável “O maior
poder estar concentrado no varejo”. Em outras palavras, houve diferença significativa entre a
Região Sul e a Sudeste e também entre a Sul e CO/N/NE. Uma importante conclusão pode ser
ressaltada: O poder concentrado no varejo causa conflitos no canal de distribuição. A maior
prova é o fato das linhas na Figura 2 indicarem que os dois elementos são extremamente
correlacionados. À medida que um cai ou também decresce. Contudo, o mesmo não pode ser
dito para o caso quando o poder está concentrado na empresa fabricante do produto a ser
distribuído. Este item não apresentou médias significativamente diferentes entre nenhum
subgrupo regional.
5. Conclusão
Lavalle (1998) afirma que o discernimento e o monitoramento das relações entre as interfaces
dos canais é pré-requisito para o estabelecimento de estratégias competitivas diferenciadas.
Desta maneira, a lógica da competição fundamenta-se em esforços de integração entre
empresas fabricantes, varejistas e todos os elos intermediários do canal de distribuição. É
necessário um conjunto muito mais amplo de atividades, que abranjam todos os participantes
do canal para permitir um fluxo eficaz, tanto de materiais como de informações, desde o
fabricante até o consumidor. Apesar de no Brasil muitos resumirem estas atividades ao
transporte de cargas, esta é, na realidade, apenas uma das várias etapas que cumpridas durante
a distribuição eficaz de produtos pelo mercado. Ainda segundo Taboada (2002), felizmente,
no país, tem acontecido uma evolução positiva neste sentido, de forma que até os próprios
encarregados dos processos de transporte reconhecem que sua atividade não existe
isoladamente, mas integra uma cadeia de negócios que atua de forma sincronizada, agregando
valores e atendendo às necessidades do mercado.
As mudanças são muitas, mas ainda existem inúmeras barreiras ao desenvolvimento a serem
vencidas. A complexidade do cenário econômico mundial representa um enorme desafio para
as organizações empresariais brasileiras, já que exige, entre outros elementos, uma estratégia
de constante redelineamento de seus canais de distribuição. Tal estratégia passa pela união de
esforços para realizar uma distribuição mais eficiente e com menor custo, compartilhando as
vantagens derivadas do trabalho em parceria (FARAH JÚNIOR, 2002).
E é justamente este o maior entrave para que as empresas brasileiras desfrutem plenamente da
estratégia de ênfase na correta utilização de seus canais de distribuição: a falta de uma cultura
mais difundida de colaboração em que não haja conflitos entre fabricantes e varejista, por
exemplo. Demonstra-se neste estudo que já houveram avanços nesse sentido no Brasil, mas
que os conflitos se intensificam quando o poder de decisão está concentrado nos varejistas. De
qualquer maneira, foram levantadas informações importantes principalmente para as empresas
no sentido de melhor definirem suas estratégias de distribuição em regiões brasileiras em que
há maior propensão de haver conflitos.
Outro ponto importante que pode ser destacado é a não adoção estratégica de práticas
colaborativas de relacionamento por parte dos varejistas. Ou seja, a prática indiscriminada da
barganha e do jogo de empurra da propriedade sobre os estoques, intensificada pelo maior
poder de decisão, impele os fabricantes a considerarem a figura dos intermediários como
sendo predatória e de pouco ajuda. Além disso, cada vez mais, um número maior de
supermercados e distribuidores cobram comissões sobre os espaços ocupados em suas
prateleiras por produtos de seus fornecedores. Em suma, pode-se dizer que estaria havendo
uma forte pressão por parte dos varejistas influenciando na ocorrência de conflitos nos canais
de distribuição brasileiros. Deve-se, portanto, reavaliar as práticas em busca de
relacionamento mais equilibrados e igualitários. A partir daí, ter-se-á as bases para o
desenvolvimento sustentável de estratégias focadas na redução de custos e aumento do valor
agregado ao cliente.
Referências Bibliográficas
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