autoria espiritual e de outros espíritos credenciados, o peris- pírito é definido como um elemento complexo, de estrutura fisiológica, sistemas e órgãos idênticos aos do corpo físico, quando Allan Kardec, no “Livro dos Espíritos”, o identifica na forma de um corpo vaporoso? (1) RAMATÍS: — Há cem anos, quando Allan Kardec codi- ficou o Espiritismo, ele não podia fazer outra descrição do perispírito. Os espíritos mentores assim lhe notificaram, por- que além de sua doutrina ser endereçada principalmente à massa comum, isso ocorria numa época de pouco conheci- mento esotérico. Hoje, no entanto, é possível ao homem comum receber instruções sobre a verdadeira contextura do perispírito, porque ele já está familiarizado com as energias do mundo invisível reveladas pela Ciência terrena, como raios X, ultravioleta, infravermelho, radioatividade, desinte- gração nuclear, ultra-sons, eletricidade, magnetismo, elé- trons. Atualmente, já não se põe em dúvida a possibilidade
1 - N. do Médium: — Realmente, Allan Kardec, à página 84, pergunta 93 e
capítulo I, “Espíritos” com o subtítulo “perispírito”, da obra “Livro dos Espíritos”, só menciona o seguinte: “Envolve-o (o espírito) uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira”. É certo que no cap. “Manifestação dos Espíritos”, no tema o “Perispírito, princípio das manifesta- ções”, da obra “Obras Póstumas”, Kardec estende-se um pouco mais sobre o assunto, mas sem as minúcias e a complexidade da verdadeira natureza do peris- pírito, conforme já o descrevem os esoteristas, rosa-cruzes, teosofistas e yogues.
de a matéria transformar-se em energia, nem da existência
da fauna microbiana também invisível à vista carnal. Igual- mente, também já se admite que muitas doenças tanto vêm do corpo como resultam dos desequilíbrios psíquicos, que a Medicina classifica como enfermidades neurogênicas. Em sua época, Allan Kardec dirigia-se principalmente aos “não iniciados” no estudo esotérico, que ignoravam os conhecimentos secretos do mundo oculto e da vida espiri- tual, tais como a Reencarnação, a Lei do Carma e a comu- nicação entre os “vivos” e os “mortos”. Estas revelações eso- téricas da doutrina espírita já sofriam ataques furibundos do Clero Católico e despertavam sarcasmos acadêmicos orto- doxos. Sem dúvida, ele e os espíritos seriam imprudentes se tentassem popularizar todas as particularidades e minúcias anátomo-fisiológicas do perispírito, assunto demasiadamen- te avançado para uma época de excessiva ignorância. Kar- dec teria de enfrentar a dúvida agressiva dos cientistas “são tomés” e dos adversários religiosos dogmáticos; e isto estre- meceria as raízes ainda frágeis do Espiritismo. Eis por que os espíritos mentores de Kardec não o incentivaram a empreender estudos e pesquisas mais pro- fundos, quanto à verdadeira natureza do perispírito, limi- tando-se a classificá-lo como um corpo fluídico, simples e vaporoso. E assim, satisfazia às conjecturas da capacidade mental e do entendimento espiritual primário dos adeptos e dos profanos. Mais tarde, ele então o identifica melhor, dizendo ser “um corpo fluídico, cuja substância é tomada do fluido universal, ou fluido cósmico, que o constitui e o alimenta, como o ar forma e alimenta o corpo material do homem. O perispírito é mais ou menos etéreo, segundo os mundos e o grau de adiantamento dos Espíritos; é um órgão transmissor de todas as sensações”, etc. (2)
PERGUNTA: — Considerando o perispírito como um
“corpo vaporoso”, conforme explica o “Livro dos Espíritos”, 2 - Vide “Obras Póstumas”, págs. 8 e 15.