Neste trabalho abordaremos o papel do fator tempo nas
transformações de fase e sua influencia no aspecto micrográfico e nas
propriedades mecânicas desses aços.Dois fenômenos que ocorrem a temperaturas elevadas, sendo o crescimento dos grãos e a recristalização dos grãos deformados por um trabalho mecânico.
Um aço durante o aquecimento, atravessa a zona critica ocorrem, em
ordem inversa , os fenômenos que se deram durante o esfriamento e por este , os grãos de austenita transformam-se em grãos de perlita e de ferrita ou cementita.O crescimento dos grãos pode também ser estimulado por certas impurezas tais como o fósforo e o silício, outros elementos, como o níquel por exemplo, retardam esse fenômeno.
O aço que apresenta granulação grosseira em virtude de um
tratamento térmico a temperaturas demasiadamente altas ou excessivamente demorado, chama-se superaquecido e pode ser regenerado, isto é, pode retomar sua granulação normal, mediante tratamentos térmicos adequados. Quando o superaquecido se dá a temperaturas vizinhas da linha “sólidus”, o aço torna-se mais quebradiço ainda, apresentado ás vezes oxidação nos contornos dos grãos , o aço, então, se diz queimado.
As temperaturas abaixo da zona critica e especialmente à
temperatura ambiente, chama-se trabalho a frio.Os grãos do metal, deformados nessas condições, permanecem deformados e diz-se que o material está encruado.O encruamento altera profundamente quase todas as propriedades do material, aumenta a resistencia elétrica à tração ,o limite de escoamento, a dureza, a fragilidade,a permeabilidade magnética, a resistência à corrosão, a densidade.
Os fenômenos de recristalização e de crescimento de grãos, o ponto
de vista estrutural, veremos que se trata de duas etapas de um mesmo fenômeno, que é o da transformação de cristais deformados e relativamente instáveis em cristais mais perfeitos e relativamente mais estáveis .O processo de recristalização exige o aparecimento de núcleos, ou pequenos agrupamentos atômicos mais estáveis, que cresçam recebendo átomos dos cristais mais deformados de sua vizinhança, ate se transformarem em grãos microscopicamente visíveis, e no processo de crescimento dos grãos cristalinamente mais perfeitos atuam como núcleos para a recristalização dos grãos vizinhos menos estáveis.
TRATAMENTOS TERMICOS
Consiste em aquecer o material a uma certa temperatura e esfriá-lo
em determinadas condições, esses tratamentos são o de recozimento,tempera e revenido.
O recozimento consiste no aquecimento do aço até acima da zona
critica, seguindo de um esfriamento lento, e habitualmente se visa com esse tratamento restituir ao material sua propriedades normais que foram alteradas por um tratamento mecânico ou térmico anterior, ou ainda texturas brutas de fusão. Para levar-seem conta os fatores: Aquecimento: É preciso que as peças sejam aquecidas quanto possível, uniformemente e que, acima da zona critica não fiquem partes da peça a temperaturas muito mais altas que outras. Temperatura de recozimento: Para cada teor de carbono existe uma temperatura mais adequada que é da ordem de 50 graus acima do limite superior da zona critica. Tempo de permanência a essa temperatura: Convém esperar pelo menos alguns minutos no caso de peças pequenas ou delgadas até que sua textura tenha passado integralmente a uma solução solida homogênea. Atmosfera do forno: Se a atmosfera for oxidante, isto é, tiver tendência para formar muita casca de oxido nas peças, procura-se diminuir o acesso de ar. Esfriamento lento: Este se consegue deixando as peças pequenas esfriar no forno. As peças grandes podem ser imersas na cal em pó, areia bem seca, cinza, ou qualquer meio que assegure um esfriamento lento, desde o momento em que saem do forno
O recozimento com esfriamento ao ar denomina-se normalização e os
aços assim tratados chamam-se normalizados e com a normalização tem comunente uma granulação mais fina do que com o esfriamento no forno.
A têmpera consiste, em regra, no aquecimento da peça até acima da
zona critica, seguindo de um esfriamento rápido em água, óleo,etc.Seu escopo é, em geral, aumentar a dureza do aço e tornar mais elevado seu limite de escoamento e sua resistência à tração, à compressão e ao desgaste.
Quando consideramos o esfriamento através da zona critica dando-se
lentamente, nestas condições os fenômenos que aí ocorrem têm tempo suficiente para se realizarem: a separação da ferrita, ou da cementita, durante a travessia da zona critica; transformação da austenita remanescente, com 0,8% de carbono, em perlita lamelar, ao ser atingida a linha inferior da zona critica.
Ao apressar o resfriamento verificamos que a quantidade de ferrita,
ou cementita, separada inicialmente, diminui com o aumento da velocidade de esfriamento, até que acima de um certo limite, se anula de modo que o aço atinge a linha inferior da zona critica,que a austenita abaixo de AR se transforma em perlitade lamelas cada vez mais finas e mais próximas e que para velocidades de esfriamento ainda maiores, não ocorre transformação em perlita e em temperaturas mais baixas se forma um constituinte denominado martensita.
Nos diagramas de transformação isotérmica , ao tornar-se um aço
eutetóide aquecido acima de 750 graus, de modo a se ter somente austenita, podemos observar que se esse material Fo resfriado bruscamente até uma temperatura inferior a 723 graus, suponhamos 600 graus, ele levará um certo tempo para iniciar a sua transformação em perlita e depois de iniciada, ela só se completará após um certo intervalo de tempo. A verificação desse fenômeno pode ser feita por método dilatométrico,ou por um processo metalográfico. Este consistira em resfriar rapidamente, para 600 graus, vários corpos de prova do mesmo material partindo da mesma temperatura de austenitização , e em seguida, após intervalos de tempo determinados, temperar um por um os corpos de prova. Se o intervalo de tempo no qual o corpo de prova foi mantido a 600 graus não foi suficiente para o inicio da transformação da austenita em perlita, aquela se transformara totalmente em martensita, no segundo resfriamento brusco.
A formação da martensita: na determinação dos diagramas TTT
observa-se que abaixo de uma certa temperatura começam a aparecer agulhas de martensita nos grãos de austenita, logo que se atinge a temperatura de transformação e em quantidade que depende somente da temperatura atingida e não do tempo.
Diagramas de transformação térmicos comuns não são tratamentos
isotérmicos, constituintes resultantes de transformações que requeiram tempo, isto é, difusão, serão formados em faixas de temperaturas, e portanto, serão mistura de constituintes formados em diferentes temperaturas.
Profundidade de endurecimento pela têmpera: Quando peças de aços
diferentes, mas de forma e tamanho idênticos, são aquecidas à mesma temperatura e depois resfriadas por imersão num liquido, todos os pontos correspondentes nessas peças esfriam praticamente com a mesma velocidade. O endurecimento que essas velocidades de esfriamento poderão produzir nas citadas peças, dependerá das características de temperabilidadedo aço de que cada uma é feita, isto é, dependerá da sua composição química, tamanho de grão, quantidade e distribuição de inclusões,etc.
Cuidados a observar na têmpera
Aquecimento: As precauções a tomar no aquecimento são as mesmas
do recozimento, aquecer uniformemente e prevenir a descarbonetaçao, a oxidação e a deformação das peças. Esfriamento: A escolha do banho depende da tempera que se dar e da qualidade do aço a ser tratado, porque certos aços trincam e empenam quando temperados em água e só suportam têmpera branda.
O revenido consiste em reaquecer a peça temperada até uma
temperatura conveniente, abaixo da zona critica, e esfria-la novamente. E praticado com o intuito de corrigir certos efeitos da tempera, quando se manifesta uma dureza, ou fragilidade, excessivas ou quando se receiam tensões internas perigosas. O revenido é o tratamento que vem corrigir esses inconvenientes, restituindo ao aço grande parte das propriedades perdidas, sem afetar muito aquelas visadas pela têmpera.
Pode-se assim avaliar aproximadamente a temperatura a que está
atingindo o aço ou a que ele atinge, pois a coloração corresponde a temperatura máxima permanece depois de esfriado. São as chamadas cores de revenido às vezes empregadas nas oficinas onde se procede a têmperas seguidas de um revenido à baixa temperatura.
Pirometria: Os pirômetros termo-elétricos baseiam-se no seguinte:
Quando dois fios de metais ou ligas diferentes estão soldados um ao
outro por uma de suas pontas, aparecerá uma diferença de potencial entre as extremidades livres, se estas estiverem a temperatura diferente da soldada.
Essa diferença de potencial resulta de uma força eletromotriz que
cresce com a diferença das temperaturas citadas e pode ser medida por meio de um potenciômetro, ou de um milivoltímetro. Os fios assim soldados tomam o nome de par termo-elétrico (thermocouple).
O segundo grupo engloba os pirômetros óticos e os de radiação.
Entre os óticos distinguem-se os de desaparecimento do filamento e
os de desaparecimento de um ponto. Os primeiros baseiam-se na comparação do brilho do filamento incandescente de uma lâmpada, com o emitido pelo objeto, ou interior do forno, quando aquecido acima de 700 graus. Como a incandescência do filamento da lâmpada é suscetível descer intensificada ou atenuada por meio de um reostato, é possível fazer coincidir o brilho do filamento com o do ponto visado e quando isso se da, não se vê mais o trecho do filamento que serve de referência.
As indicações dos pirômetros óticos são razoavelmente exatas,
somente quando aquilo, cuja temperatura sequer determinar, se acha em situação adequada, como, por exemplo, no interior de um forno e, assim mesmo, ao abrigo de fumaça e do reflexo de chamas.
Os pirômetros de radiação também estão sujeitos a erros devidos
àsmesma causas que afetam os pirômetros óticos e mais algumas como a distância do aparelho ao objeto, insuficiência do tamanho do campo sobre o qual se vai proceder a medida, etc.
Definições dos tratamentos térmicos que envolvem controle de
esfriamento
Recozimento:é o tratamento por resfriamento continuo que provoca a
transformação da austenita num produto constituído por perlita, associada, no caso dos aços hipoeutetóides, à ferrita e no caso dos hipereutetóides, partículas de cementita.
Normalizaçao: é o tratamentopor resfriamento continuo, que provoca
a transformação da austenita, num produto constituído por perlita fina, associada, ou não, a grãos pequenos de ferrita, ou a partículas finas de cementitas.
Recozimento isotérmico: é tratamento que produz uma transformação
isotérmica da austenita em temperatura superior à do cotovelo da curva em C, de modo a dar uma textura perlitica. Austempera:é o tratamento que provoca uma transformação isotérmica da austenita em tempera inferior à do cotovelo da curva C.
Têmpera: é o tratamento por esfriamento continuo que promove a